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Goiânia
2015
MURILO FERREIRA DE CARVALHO
Goiânia
2015
CDU 579.67(043)
Dedico este trabalho a todos aqueles que
através do estudo, dedicação e intuição,
procuram acrescentar nem que seja um
minúsculo ponto, à infinita reta do
conhecimento.
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Sr. Luiz Teodoro e Dona Regina, e aos meus irmãos, Sandra,
Anselmo e Luciana (in memorian), que sempre foram o alicerce fundamental, e base
para a formação da minha pessoa. Sem a contribuição de vocês, eu não teria
chegado até aqui.
Aos meus familiares: Núbia, minha rainha e companheira de jornada, e aos nossos
anjos, Matheus e Gabriel, que souberam suportar e incentivar em todos os
momentos. Sem a ajuda de vocês, isso seria impossível.
À professora Dra Cleonice Rocha, não apenas pela orientação, mas principalmente
pelo exemplo de dedicação, pela paciência, compreensão e carinho nessa
caminhada.
Aos professores, Dr. Alfredo Borges de Campos e Dr. Breno de Faria Vasconcellos,
pelas valiosas contribuições e apontamentos à dissertação.
Ao Dr. Cassiano Pacheco da Silva, e toda equipe da Aqualit, pelo auxílio prestado
nas análises químicas e microbiológicas.
Aos colegas Daniela Gislane de Oliveira, Roberta, Charles e Lucas, pelas longas
conversas, e a todos os outros colegas da turma de Pós-Graduação, pelo apoio e
compreensão.
E a todos os outros que contribuíram, direta ou indiretamente, mas não tiveram seu
nome incluído nessa lista.
Obrigado a todos!!
“A água é o princípio de todas as coisas.”
Tales de Mileto
RESUMO
A água é um recurso indispensável à vida. O uso de uma água que não ofereça
riscos à saúde do consumidor é garantido pela legislação, no entanto, é preciso
assegurar, mediante a verificação de alguns parâmetros, que a água é de boa
qualidade e, sendo assim, a água mineral pode aparecer como uma opção segura, e
esse fato é verificado pelo crescimento contínuo na demanda por esse tipo de
produto. O objetivo desse trabalho foi analisar alguns parâmetros de qualidade da
água mineral natural, envasada em galões de 20 litros que é comercializada em
postos de combustível no município de Goiânia e compara-los com a legislação
pertinente. Dentre os parâmetros físico-químicos, foram avaliados o pH, a
condutividade, os sólidos dissolvidos totais, os teores de nitrato e fluoreto. E dentre
os parâmetros microbiológicos, foram analisados os coliformes totais e os coliformes
termotolerantes. Foram coletadas 21 amostras, em sete pontos de venda diferentes
nos meses de junho, agosto e outubro de 2014, para que houvesse uma
diferenciação nos lotes dos produtos. Para a avaliação do pH, foi empregado o
método potenciométrico, para a condutividade, o método do condutivímetro, para os
sólidos dissolvidos totais o método gravimétrico, para os teores de nitrato o método
espectrofotométrico e para o fluoreto o método de eletrodo íon seletivo. A
determinação dos coliformes totais e coliformes termotolerantes foi feita pela técnica
dos tubos múltiplos. Todas as amostras, com exceção de uma (4,76%), se
mostraram dentro dos parâmetros exigidos por lei no que se refere às análises
microbiológicas, atestando que a água mineral é de boa qualidade. A amostra que
não estava dentro dos parâmetros, apresentou coliformes totais, porém, a
contaminação por esse tipo de bactéria pode ser indicativo de que as condições
higiênico-sanitárias durante o processo produtivo estavam aquém do necessário.
Além disso, com relação aos parâmetros físico-químicos, embora as amostras
estivessem dentro dos padrões da legislação, os rótulos dos produtos mostraram
significativa diferença quando comparados com os resultados obtidos. Por essa
razão, é importante a contínua fiscalização das fontes de água mineral e também o
monitoramento desses parâmetros que atestam a qualidade dos produtos que
chegam aos consumidores.
Water is a vital resource to life. The use of a water that does not offer risks to the
health of the consumer is guaranteed by the law, however, there is a need to ensure,
through the verification of some parameters, that the water is of good quality, and
thus, the mineral water can appear as a safe option, and this fact is verified by
continuous growth in demand for this type of product. The objective of this work was
to analyze some of the parameters of quality of natural mineral water, bottled in
gallons 20 liters which is marketed in fuel stations in the city of Goiania and compare
them with the relevant legislation. Among the physical-chemical parameters were
evaluated pH, conductivity, total dissolved solids, levels of nitrate and fluoride. And
among the microbiological parameters were evaluated the total coliform and
thermotolerant coliform. We collected 21 samples, in seven points of sale different, in
the months of June, August and October 2014, for that would have a differentiation in
the lots of the products. For the evaluation of the pH was used the potentiometric
method, for the conductivity, the method of conductivity, for total dissolved solids the
gravimetric method, for the levels of nitrate the spectrophotometric method and for
the fluoride the selective ion electrode method. Total coliforms and thermotolerant
coliforms were determinated by the technique of multiple tubes. All samples, except
only one (4.76 %), were within the parameters required by law relative to
microbiological analyses, certifying that the mineral water is of good quality. The
sample that was not within the parameters, presented total coliforms, but the
contamination by this type of bacterium, can be an indication that the hygienic and
sanitary conditions during the production process were far below what is needed. In
addition, with respect to the physical-chemical parameters, although the samples
were within the standards of the law, the labels of the products showed a significant
difference when compared with the results obtained. Therefore, it is important to
have a continuous monitoring of sources of mineral water and also the monitoring of
the parameters that attest to the quality of the products that reach consumers.
Figura 1 - Mapa do município de Goiânia, com destaque para a área de estudo .....32
Figura 2 - Local de limpeza do galão ........................................................................34
Figura 3 - Esquema do método para determinação dos coliformes totais.................37
LISTA DE QUADROS
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................13
2 OBJETIVOS...........................................................................................................31
2.1 OBJETIVO GERAL .......................................................................................31
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .........................................................................31
3 METODOLOGIA ....................................................................................................32
3.1 OBTENÇÃO DAS AMOSTRAS ....................................................................32
3.2 RESÍDUOS SÓLIDOS SOBRE OS GALÕES NO PONTO DE COLETA......33
3.3 ANÁLISE DOS PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS ....................................34
3.3.1 Nitrato (NO3-).....................................................................................35
3.3.2 Fluoreto (F-) .......................................................................................35
3.3.3 Potencial hidrogeniônico (pH) .........................................................35
3.3.4 Condutividade a 25°C .......................................................................35
3.3.5 Sólidos Totais ...................................................................................35
3.4 ANÁLISE DOS PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS ................................36
3.4.1 Coliformes Totais..............................................................................36
3.4.2 Coliformes Termotolerantes ............................................................38
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES...........................................................................39
4.1 RESÍDUOS SOBRE OS GALÕES ................................................................39
4.2 PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS .............................................................39
4.2.1 Nitrato ................................................................................................40
4.2.2 Fluoreto (F) ........................................................................................44
4.2.3 Potencial hidrogeniônico (pH) .........................................................47
4.2.4 Condutividade ...................................................................................48
4.2.5 Sólidos Totais ...................................................................................49
4.3 PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS..........................................................51
4.3.1 Coliformes Totais e Termotolerantes..............................................51
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................57
ANEXOS ...................................................................................................................64
13
INTRODUÇÃO
1 REFERENCIAIS TEÓRICOS
1
Sigla do inglês World Health Organization.
16
até sob o ponto de vista legal, pois a água mineral é controlada pela União, sendo
considerada um bem mineral, enquanto a água potável, sendo um recurso hídrico, é
de controle estadual. E para os dois tipos de água, existem as variações regionais
que são originadas dos lençóis subterrâneos de onde provém.
Sob esse ponto de vista, é importante analisar a qualidade da água mineral
que está sendo comercializada e, ao mesmo tempo, verificar o cumprimento da
legislação que estabelece padrões específicos para esse tipo de produto (BRASIL,
2004).
O consumo de água mineral e de água potável de mesa tem crescido muito
no Brasil, e por ser um produto de primeira necessidade existe a expectativa de
continuidade de crescimento nesse mercado. Esse argumento é reforçado pelo fato
de que muitos consumidores utilizam a água mineral como alternativa para a água
de abastecimento público, que nem sempre é de boa qualidade (RAMALHO et al.,
2001). E é nesse contexto de crescimento de mercado que podem surgir os
produtos de qualidade duvidosa, oferecendo riscos à saúde do consumidor.
De acordo com dados do Departamento Nacional de Produção Mineral
(2012), o Brasil exportou em 2011 um total de 289.368 litros de água mineral. Essa
informação demonstra a preocupação crescente que se deve ter com os aspectos
da qualidade do produto.
O processo de urbanização ocorrido a partir da segunda metade do século XX
fez com que a demanda pela água fosse cada vez maior, devido ao grande número
de pessoas que passaram a formar aglomerados em torno das grandes cidades, o
que acarreta dificuldades no acesso à água potável (PONTES, SCHRAMM, 2004).
De acordo com Freitas et al. (2001), as águas subterrâneas que se apresentam
contaminadas estão diretamente relacionadas às ações antropogênicas, como por
exemplo, o despejo dos resíduos domésticos ou industriais, além do chorume
proveniente dos aterros sanitários que acabam por contaminar os lençóis
subterrâneos. Neste sentido, isso acaba por tornar a água inadequada para
consumo.
O problema da qualidade e da escassez de recursos hídricos passa a ser
então, uma questão de saúde pública, pois a água poluída é um veículo para a
transmissão de doenças infecciosas. Daí a necessidade de buscar a qualidade da
água para as diversas utilidades da mesma. No caso específico da água mineral, de
acordo com Farache Filho et al. (2007), existem alguns micro-organismos que lhe
17
são particulares, ou seja, que existem na água antes de qualquer tratamento. Esses
micróbios são conhecidos como autóctones e existem em quantidades que não
prejudicam o ser humano quando em seu estado natural. Porém, ao ser
engarrafado, essa população começa a crescer rapidamente e pode ocasionar
alguns distúrbios gastrintestinais. Outros casos de doenças relatados por esse autor
é a conhecida diarreia do viajante e a febre tifoide. Importante salientar ainda que,
segundo Rosenberg (2003), houve uma epidemia de cólera em Portugal no ano de
1974 que atingiu 3.000 pessoas, e a água mineral engarrafada foi apontada como o
veículo de transmissão da doença.
Os principais microrganismos que podem estar presentes na água antes da
sua captação pertencem aos gêneros, Acinetobacter, Alcaligenes, Flavobacterium,
Micrococcus e Bacillus. A preocupação maior é com a presença de determinados
patógenos, tais como Vibrio cholerae, Shigella sp, Aeromonas hidrophilla, vírus
entéricos, alguns protozoários e patógenos oportunistas, como a Pseudomonas
aeruginosa (SANT’ANA et al., 2003). Além dos micro-organismos citados
anteriormente, Pontara et al. (2011) verificaram a presença de fungos na água
mineral, evidenciando que o monitoramento desse tipo de produto deve ser contínuo
e extensivo a outras espécies contaminantes.
O consumo da água mineral será uma alternativa saudável somente quando
considerada a questão da qualidade microbiológica e ausência de contaminantes
químicos, que são substâncias químicas presentes na água acima dos limites
aceitáveis. Essas substâncias também podem, por sua vez, ocasionar problemas,
como por exemplo, o zinco, o arsênico e o cianeto, que tornam a água tóxica ou os
sulfatos que podem ocasionar quadros de diarreia (ROUQUAYROL, ALMEIDA
FILHO, 1999). A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 275 da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (BRASIL, 2005a), estabelece os padrões
microbiológicos para a água mineral e natural, enfatizando a quantidade de
microrganismos que são suficientes para rejeitar a amostra devido ao risco potencial
à saúde humana. A RDC 274, por sua vez, estabelece os limites para substâncias
químicas presentes na água mineral (BRASIL, 2005b).
Do momento em que a água mineral é envasada até chegar ao consumidor
final ela passa por vários processos que podem não somente modifica-la, como
também torna-la imprópria para consumo. A contaminação da água mineral pode
ocorrer na fonte e no envase, sendo que, neste último caso dependerá da natureza
18
As águas minerais guardam diferenças entre si, e cada uma tem uma
composição específica de sais minerais. O Código das Águas Minerais (BRASIL,
1945) estabelece uma classificação química para os diversos tipos de água
encontrados (Quadro 1).
20
aproximadamente por 50% do uso total nacional para esse fim. Acrescente-se a isso
as águas da Lagoa Santa (37%) no mesmo município e da própria cidade de Caldas
Novas (6%), e o estado atinge a marca de 93% do total nacional (DEPARTAMENTO
NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL, 2009).
nesses estabelecimentos que deverá ser feita por autoridades sanitárias federais,
estaduais e municipais, auxiliando o Departamento Nacional de Produção Mineral
(DNPM).
Já no capítulo VI o decreto trata do comércio da água mineral e potável de
mesa, estabelecendo critérios para a verificação da qualidade do produto e proíbe a
exploração comercial de fontes suscetíveis de poluição. Em relação ao padrão
bacteriológico, por exemplo, era exigida a verificação no mínimo uma vez a cada
trimestre, ou seja, quatro vezes por ano. Neste mesmo capítulo, em seu artigo 30,
estabelece que os recipientes destinados ao engarrafamento da água para o
consumo deverão ser de vidro transparente, de paredes internas lisas e com fecho
inviolável. Em seu capítulo VII, traz a caracterização química, que já foi descrita
anteriormente na secção 1.2. No capítulo VIII descreve as características das fontes
quanto aos gases e à temperatura na fonte e conclui nos capítulos IX e X,
respectivamente, sobre a questão da tributação e as disposições gerais e
transitórias, no qual exige das empresas novos estudos sobre as águas exploradas
ao término de dois anos.
Esta norma tem por objetivo estabelecer o modelo dos rótulos das águas
minerais e potáveis de mesa, colocando alguns itens como obrigatórios, por
exemplo, o nome e o local da fonte (município e estado), a classificação da água e a
23
Esta norma é o regulamento técnico para água mineral natural e água natural
que estabelece os padrões microbiológicos, levando em consideração a presença de
microrganismos indicadores de contaminação, onde podemos citar os coliformes
totais e os coliformes termotolerantes (grupo coliforme), além de outras espécies,
como os clostrídios sulfito-redutores e também a Pseudomonas aeruginosa. Diversos
autores que analisam o perfil microbiológico da água mineral pesquisam a presença
de bactérias heterotróficas e, nesse caso, como essa resolução não traz esse
parâmetro acabam por considerar o estabelecido pela portaria 518 (BRASIL, 2004).
A RDC 275 fixa ainda os limites inferiores (mínimos) para a contagem de
bactérias e os limites máximos (superiores), acima dos quais o produto não pode ser
aceito. Um lote é rejeitado, por exemplo, quando for constatada a presença de
Escherichia coli ou coliformes (fecais) termotolerantes em uma das unidades da
25
portaria 518 era de 1,0 unidade de turbidez (UT) na filtração rápida e 2,0 na filtração
lenta e com a nova portaria passam a ser respectivamente 0,5 e 1,0 UT. Outros itens
foram acrescentados, por exemplo, no padrão de potabilidade para substâncias que
representam risco à saúde foram adicionados o níquel e o urânio que antes não
estavam na lista. Assim como nas substâncias orgânicas foram acrescentados o 1,2
dicloroetano (cis + trans), o di(2-etilhexil)ftalato e o pentaclorofenol. No entanto, o
grupo que mais teve aumento de substâncias foi o de agrotóxicos que contou com
um aumento de 20 substâncias.
Além disso, trouxe algumas modificações na questão das definições sobre as
formas de abastecimento. O objetivo com esse tipo de alteração é fazer com que as
soluções alternativas coletivas de abastecimento tenham o mesmo controle se
comparado aos sistemas de abastecimento de água.
2 OBJETIVOS
3 METODOLOGIA
Rs: P2 – P1
Por intermédio desse cálculo, e com a obtenção dos resíduos sólidos sobre os
galões, é feito um estudo exploratório, em que se levanta a hipótese de como a
qualidade da água poderia ser alterada, levando em consideração que os galões, sendo
retornáveis, podem sofrer desgastes com os consecutivos processos de sanitização a
que são expostos e poderiam tornar-se permeáveis aos resíduos sólidos.
Cálculo:
onde:
A = peso do resíduo seco, mais o prato (em mg)
B = peso do prato (em mg)
Para o teste dos coliformes totais foi utilizado a técnica da fermentação dos
tubos múltiplos. O teste é feito em duas fases, sendo que a primeira é chamada de
presuntiva e a segunda é denominada de fase confirmativa. Abaixo segue um breve
resumo da técnica:
Transferiu-se 10 mL de caldo lauril triptose recém preparado para 15 tubos,
distribuídos em grupos de cinco. A seguir, com o auxílio de uma pipeta esterilizada,
adicionou-se 10 mL da amostra de água nos cinco primeiros tubos (diluição 1:1); nos
próximos cinco tubos adicionou-se 1 mL da amostra (diluição 1:10) e nos últimos
cinco tubos acrescentou-se 0,1 mL da amostra (diluição 1:100). Nos cinco primeiros
tubos utilizou-se concentração dupla do caldo para compensar a diluição (1:1). Nos
dez tubos restantes, como as diluições são menores, utilizou-se concentração
simples. Feito esse preparo, os tubos foram homogeneizados e incubados à 35°C ±
0,5°C por 24 a 48 horas. Se ao final deste período houver turvação (indicando
crescimento bacteriano) e formação de gás, no tubo de Durhan, significa que o teste
37
presuntivo foi positivo e deve ser feito o teste confirmativo. Para o teste confirmativo
utilizou-se o caldo verde brilhante bile a 2%, à 35°C ± 0,5°C por 24 a 48 horas. O
teste será positivo para coliformes totais se houver turvação e formação de gás nos
tubos de Durhan. A ausência destes sinais indica que o teste foi negativo.
Um esquema deste teste é apresentado na Figura 3.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foi feito como estudo preliminar, uma avaliação tomando-se como base a
pesagem dos resíduos sólidos superficiais que estavam sobre os galões nos pontos
de coleta, pois os mesmos, estando próximos às bombas de combustível, estão
expostos à poluição e materiais particulados.
Acreditava-se que o local de armazenamento pudesse influenciar na
quantidade de resíduos sólidos na parte externa do galão e, consequentemente, na
qualidade dos parâmetros físico-químicos analisados neste trabalho. No entanto,
em um dos pontos de coleta, que foi chamado de “referência”, os galões mesmo
estando abrigados dentro da loja de conveniência, afastados das bombas de
combustível e sob a ação de ar condicionado, apresentaram maior quantidade de
resíduos quando comparados com aqueles que estavam fora em quatro
oportunidades, conforme mostra o Quadro 3.
Quadro 3 - Comparação dos resíduos da loja de conveniência (Referência) com as demais amostras
Marca “B” Marca “C” Marca “A” Marca “A” Marca “A” Marca “A” Marca “A”
Coletas Referência Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Amostra 4 Amostra 5 Amostra 6
(g) (g) (g) (g) (g) (g) (g)
1º 0,0056 0,0103 0,0408 0,0365 0,0005 0,0167 0,0022
4.2.1 Nitrato
laboratório. Para a marca “A” o valor estabelecido no rótulo foi de 0,09 mg/L e os
valores encontrados foram de ‹ 0,1 a 0,3 mg/L, sendo portanto superiores ao valor
indicado. Para a marca “B”, os valores encontrados foram inferiores ao que estava
no rótulo, pois o mesmo continha o valor de 0,75 mg/L e os valores obtidos em
laboratório foram ‹ 0,1 a 0,2 mg/L. Já para a marca “C”, em cujo rótulo está escrito
0,12mg/L foram encontrados valores abaixo e também acima, pois os resultados
obtidos em laboratório sofreram uma variação de ‹ 0,1 a 0,3 mg/L. Nos Quadros 5, 6
e 7 estão os rótulos das marcas “A”, “B” e “C”, respectivamente.
Características Físico-Químicas:
pH a 25°C: 4,97
Temperatura da água na fonte: 25,1°C
Condutividade elétrica à 25°C: 6,2µS/cm
Resíduo de evaporação a 180°C calculado: 5,79 mg/L
Características Físico-Químicas:
pH a 25°C: 5,38
Temperatura da água na fonte: 26,1°C
Condutividade elétrica à 25°C: 11,3µS/cm
Resíduo de evaporação a 180°C calculado: 19,47 mg/L
Características Físico-Químicas:
pH a 25°C: 5,04
Temperatura da água na fonte: 25°C
Condutividade elétrica à 25°C: 13,8 µS/cm
Resíduo de evaporação à 180°C calculado: 15,94 mg/L
Radioatividade na fonte a 20°C e 760 mmHg: 8,48 Maches
Sobre o teor de nitrato, é importante dizer que há uma certa divergência entre
a portaria 518 de 25 de março de 2004, e a RDC 274 (BRASIL 2005b). Pois a
primeira estabelece o limite de 10 mg/L na forma de Nitrogênio (BRASIL, 2004) para
a água de abastecimento, enquanto a última estabelece o limite de 50 mg/L na
forma de nitrato para águas minerais (BRASIL, 2005b). Quando se muda de
nitrogênio para nitrato, percebe-se uma diferença nos valores limite. Por exemplo os
10 mg/L na forma de nitrogênio estabelecido pela Portaria 518 (BRASIL, 2004)
quando calculados na forma de nitrato, passa a ser de 44,29 mg/L o que está de
acordo com a RDC 274. Mas os 50 mg/L na forma de nitrato estabelecidos pela
RDC 274 (BRASIL, 2005b), quando calculados na forma de nitrogênio, passa a ser
11,29 mg/L o que é superior ao limite estabelecido pela Portaria 518.
Segundo Barbosa (2005), a ocorrência do nitrato no solo se deve às ações
humanas como a aplicação de fertilizantes orgânicos e inorgânicos e também devido
ao saneamento in situ (fossas sépticas ou rudimentares) que ocorre nas periferias
das grandes cidades, onde as áreas são precárias em saneamento básico.
Ainda de acordo com a autora, os componentes nitrogenados oriundos da
deposição dos resíduos orgânicos e dos fertilizantes são oxidados, dando origem ao
nitrato no solo e devido à sua alta solubilidade em água o mesmo pode mover-se
43
pesquisa, pois a concentração do fluoreto variou de 0,049 a 1,515 mg/L, sendo que
em uma das águas desse estudo constava no rótulo a concentração de 0,22mg/L,
mas na análise foi encontrado 1,515 mg/L. Já outra marca sequer fazia menção ao
fluoreto e foi encontrado a concentração que variava entre 0,049 e 0,924 mg/L.
Grec et al. (2008) fizeram pesquisa semelhante em 229 amostras de 35
marcas diferentes, com volumes variando de 0,2 a 2 litros, no município de São
Paulo. Nesse estudo, também foi encontrado grande variação entre a concentração
descrita no rótulo e a obtida no laboratório. Os teores encontrados sofreram variação
de 0,01 a 2,04 mg /L, sendo que 19% das amostras se mostraram acima da lei
municipal. Isso porque no município de São Paulo, existe a Lei n. 12.623, de 6 de
maio de 1998, que proíbe a comercialização de água mineral com teor de flúor
acima de 0,8 mg/L no município. A lei municipal, nesse caso, é mais rigorosa que a
federal no que diz respeito ao controle dos teores de flúor.
Ribeiro et al. (2009), pesquisando em águas minerais na cidade de Belém do
Pará, concluíram que, sob o ponto de vista da prevenção de cáries as águas
estudadas apresentaram concentrações de fluoreto que estavam aquém do
necessário para a prevenção de cáries e as mesmas também apresentaram
variações entre as concentrações expressas no rótulo e as obtidas em laboratório.
Frazão et al (2011), em um estudo de revisão sistemática analisaram os
teores de fluoreto das águas de abastecimento, dando ênfase na ingestão diária de
flúor que, segundo esses autores, para reduzir o risco de cárie e não apresentar
fluorose deve ser entre 0,6 a 0,9 mg/L.
Castro et al. (2011) pesquisaram o fluoreto em águas de poços, cisternas e
também de águas minerais na cidade de Campo Alegre de Lourdes-BA, e
verificaram que a água consumida naquele município apresenta baixos índices de
fluoreto, e se, por um lado, não previne o aparecimento de cáries, por outro lado,
não proporciona riscos à saúde do consumidor.
Sayed et al. (2011) pesquisaram na cidade de Ponta Grossa-PR 50 amostras
de 5 marcas diferentes de água mineral com o intuito de verificar se os teores
analisados estavam de acordo com os especificados nos rótulos e chegaram à
conclusão que as concentrações, variando de 0,034 à 0,142 mg/L, apresentaram
diferenças pouco significativas se comparadas às informações nos rótulos. À mesma
conclusão chegaram Cunha et al. (2012) e Zan (2014) quando obtiveram resultados
semelhantes pesquisando em Macapá-AP e na região do Vale do Jamari-RO,
respectivamente.
47
Quadro 8 - Comparação dos valores dos rótulos com as médias, máximo e mínimo obtidos para pH
pH
Marcas Rótulo Valor Médio Valor Máximo Valor Mínimo
“A” (n=15) 4,97 5,37 6,8 4,72
“B” (n=3) 5,38 5,35 6,4 4,77
“C” (n=3) 5,04 5,34 5,7 5,05
Fonte: Elaborado pelo autor.
48
A variação nos valores de pH, segundo Zan (2014) pode estar relacionada com
o nível das fontes de obtenção da água, pois, quanto maior o nível menor a
concentração de íons e quanto menor o nível da fonte maior a concentração dos íons.
Por outro lado, segundo Brandão (1998) as águas subterrâneas sofrem
variação em sua composição ao longo do tempo, influenciados pela sazonalidade,
temperatura e características locais. Sendo assim, a avaliação das características da
água a serem gravadas no rótulo, deveriam ser realizadas em menor período de
tempo pois a legislação exige que seja feita anualmente.
Assim, essa variação de pH encontrada em nossos estudos pode ser
atribuída à sazonalidade, pois as amostras foram obtidas em diferentes períodos
(junho, agosto e outubro) correspondentes a diferentes momentos sazonais.
O pH é um importante parâmetro para a determinação da qualidade da água.
Segundo Drever (1997), sob determinadas condições de pH pode ocorrer a
precipitação de elementos químicos tóxicos, como por exemplo, metais pesados.
Além disso, o pH é um dos padrões de potabilidade para a água, sendo seu limite
fixado pela Portaria 2914 (BRASIL, 2011), que estabelece a faixa de 6,0 a 9,5.
4.2.4 Condutividade
Quadro 9 - Comparação dos valores dos rótulos com as médias, máximo e mínimo obtidos para
condutividade
Condutividade (µS/cm)
Marcas Rótulo Valor Médio Valor Máximo Valor Mínimo
“A” (n=15) 6,2 23,51 179,6 5,4
“B” (n=3) 11,3 46,7 124,8 6,59
“C” (n=3) 13,8 12,61 14,74 11,3
Fonte: Elaborado pelo autor.
Quadro 10 - Comparação dos valores dos rótulos com as médias, máximo e mínimo obtidos para
sólidos totais
Quadro 11 - Número (n) e porcentagem (%) das amostras que atenderam aos padrões estabelecidos
pela legislação brasileira
Quadro 12 - Distribuição das amostras, por marca, que atenderam aos padrões estabelecidos pela
legislação brasileira
Total de
Quantidade de Coliformes
Marca amostras Coliformes totais
análises termotolerantes
Analisadas
N % N %
A 05 15 14 93,33 15 100
B 01 03 03 100 03 100
C 01 03 03 100 03 100
Fonte: Elaborado pelo autor.
Pela análise do Quadro 12, vemos que as marcas “B” e “C” apresentaram
resultados de acordo com o estabelecido pela legislação em 100% das amostras.
Apenas uma das amostras da marca “A” apresentou contaminação pelos coliformes
totais, o que representa 33,3% das marcas estudadas. Pela quantidade de amostras
analisadas da marca “A” o índice de contaminação é de 6,67%.
Vários pesquisadores, em análise microbiológica de diversas amostras de
água mineral de diferentes locais chegaram a resultados semelhantes a esse,
conforme mostra o Quadro 13.
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Quadro 13 - Resultados obtidos em pesquisas com coliformes fecais (termotolerantes) e totais
Local do Coliformes
Referência Ano Tipo de amostra
estudo Fecais Totais
Dias Araraquara/SP 2008 Água mineral de garrafa 0% 2,9%
sem gás (330 – 600ml)
Silva João Pessoa/PB 2008 Água mineral garrafão de 0% 0%
20 litros
Resende e Do Prado Brasília/DF 2008 Água mineral de garrafa 0% 5%
sem gás (500ml)
Ritter e Tondo Porto Alegre/RS 2009 Água mineral garrafão de 0% 0%
20 litros
Coelho et al. Recife/PE 2009 Água mineral garrafão de 10% 38,33%
20 litros
Farache Filho e Dias Araraquara/SP e 2009 Água mineral garrafão de 2,4% 15,5%
Américo 20 litros
Brasiliense/SP
Recondo et al. Pelotas/RS 2010 Água mineral garrafão de 0% 0%
20 litros
Tebaldi Ribeirão 2011 Água mineral sem gás 5% 6,67%
Preto/SP e (300 – 500ml)
Araraquara/SP Água mineral com gás 0% 0%
(300 – 500ml)
Albano et al. Curitiba/PR 2013 Água mineral sem gás 0% 6,67%
(510ml)
Neta et al. Teresina/PI 2013 Água mineral sem gás (06 0% 0%
copos + 14 garrafas PET)
Gusmão Vitória da 2014 Água mineral garrafão de 0% 0%
Conquista/BA 20 litros
Martins Cascavel/PR 2014 Água mineral sem gás 2,1% 4,1%
(250ml)
Presente estudo Goiânia/GO 2014 Água mineral garrafão de 0% 4,76%
20 litros
Fonte: Elaborado pelo autor.
A água mineral é um produto que vem registrando, a cada ano, uma demanda
crescente por parte da população, talvez por constituir uma alternativa à água de
abastecimento, ou porque seu consumo está associado a hábitos saudáveis de vida,
ou ambos. O fato é que anualmente aumentam também os níveis de poluição
gerados pelo homem em suas mais diversas atividades e isso pode acabar afetando
as fontes de água mineral. Então é imperativo o monitoramento e controle de
qualidade desse recurso, que é indispensável à todo e qualquer ser vivente.
Neste sentido, a RDC 173 (BRASIL, 2006) estabelece que a água mineral
deve ser comercializada somente em estabelecimentos comerciais de alimentos ou
bebidas, em locais que estejam limpos, secos, ventilados, com temperatura
adequada e protegidos da luz solar direta. Além disso, determina que as
embalagens de água mineral envasadas ou as embalagens vazias (retornáveis), não
devem ser armazenadas próximas a gás liquefeito de petróleo e produtos
potencialmente tóxicos, evitando assim, a impregnação de odores indesejáveis
(BRASIL, 2006).
Apesar das amostras terem sido obtidas em locais de armazenamento
inadequado, próximas a gás liquefeito de petróleo, produtos potencialmente tóxicos
e sujeitos a ação direta de luz, todas as 21 amostras analisadas se mostraram
dentro dos padrões estabelecidos pela legislação pertinente no que diz respeito aos
parâmetros físico-químicos. O parâmetro condutividade não é estabelecido por
nenhuma legislação específica, entretanto, segundo a CETESB (2009), quando a
condutividade apresenta níveis superiores a 100 µS/cm, é indicativo de ambiente
impactado. E dentre as três marcas estudadas, duas delas apresentaram valores
superiores a esse em uma ocasião. Os valores encontrados foram de 179,6 e 124,8
µS/cm para as marcas “A” e “B”, respectivamente. Entretanto, salienta-se que a
rotatividade dos galões é alta e por isso ficam pouco tempo expostos à condições
inadequadas, tempo esse insuficiente para causar prejuízos à qualidade da água.
E quanto aos parâmetros microbiológicos, nenhuma delas (100%) se mostrou
contaminada por coliformes termotolerantes e apenas 1 amostra (4,76%) se mostrou
fora dos padrões na contagem para coliformes totais. A presença de coliformes
totais, segundo Dias (2008), pode ser indicativo de que houve uma contaminação de
56
origem externa, podendo ocorrer em alguma das fases do processo produtivo, como
por exemplo, a captação ou o envase, uma vez que isso demonstra certas falhas
que podem comprometer o produto final. Para isso, existe a Portaria 173 (BRASIL,
2006), que trabalha com a lista de verificação de boas práticas de industrialização e
comercialização da água mineral, buscando encontrar exatamente os pontos críticos
no controle de qualidade da água.
Foi encontrada, ainda, uma diferença entre os dados disponíveis nos rótulos
das águas minerais com os dados obtidos em laboratório. A diferença expressa
nesses dados podem fazer parte da margem de erro no momento da análise físico-
química e também sofrer a influência da sazonalidade. Mas, de qualquer forma,
esses resultados reforçam a importância da fiscalização das fontes de água mineral
no sentido de exigir uma adequação dos produtos aos seus respectivos rótulos.
A pesquisa conclui que, a água mineral comercializada na área de estudo
está dentro dos padrões físico-químicos e microbiológicos recomendáveis para
consumo, reforçando a necessidade de fiscalização das empresas que exploram
esse produto no sentido de verificarem a informação contida em seus rótulos e a
manterem rigorosos padrões de qualidade para que o produto final possa
permanecer isento de riscos ao consumidor.
Chama-se também a atenção para a necessidade de se analisar o teor de
compostos orgânicos nessas amostras, principalmente aqueles derivados do
petróleo, para se verificar se o local de armazenamento dessas águas interfere na
qualidade das mesmas quanto aos compostos orgânicos.
57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Geológico do Brasil. Brasília, 2014. Disponível em: <http://www.cprm.gov.br/
publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1084&sid=129#mineral>. Acesso em: 20
de novembro de 2014.
CATANI D. B., HUGO, F. N., CYPRIANO, S., SOUSA M. L. R., CURY, J. A. Relação
entre níveis de fluoreto na água de abastecimento público e fluorose dental. Rev
Saúde Pública, v. 41, n. 5, p. 732-9, 2007.
FRAZÃO, P.; PERES, M. A.; CURY, J. A. Qualidade da água para consumo humano
e concentração de fluoreto. Rev Saúde Pública, v. 45, n. 5, p. 964-73, 2011.
GREC, R. H.C.; MOURA, P. G.; PESSAN, J. P.; RAMIRES, I.; COSTA, B.; BUZALAF
M. A. R. Concentração de flúor em águas engarrafadas comercializadas no
município de São Paulo. Rev Saúde Pública, v. 42, n. 1, 154-7, 2008.
RAMALHO, R.; AFONSO, A.; CUNHA, J.; TEIXEIRA, P.; GIBBS, P. A. Survival
characteristics of pathogens inoculated into bottled mineral water. FoodControl, v.
12, p. 311-316, 2001.
RAMIRES, I.; CATTANI, L.; GREC, R. H. C.; MOURA, P. G.; LAURIS, J. R. P.;
BUZALAF M. A. R. Avaliação da concentração de flúor e consumo de água mineral.
Rev Saúde Publica, v. 38, p. 459-65, 2004.
SÃO PAULO. Prefeitura Municipal de São Paulo. Lei Municipal nº. 12.623, de 6 de
maio de 1998. Proíbe a comercialização de água mineral com teor de flúor acima de
63
SILVA, V. P., FERREIRA, D. N., RAMOS, N. P., SILVEIRA, O. E., BRITO, A. P.,
CABRAL, T. M. A., e NASCIMENTO, G. J. Estudo da qualidade microbiológica de 10
amostras de água mineral natural envasada por uma empresa de mineração da
cidade de João Pessoa-PB. XI Encontro de Iniciação à Docência. Universidade
Federal da Paraíba, 2008.
WHO. World Health Organization. Diarrhoeal disease. Fact sheet n° 330. World
Health Organization, 2013. Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/factshe
ets/fs330/en>. Acesso em: 14 de outubro de 2014.
ANEXOS
ANEXO 1
Padrão de potabilidade para substâncias químicas que representam risco à saúde
(RDC 274/2005).
INORGÂNICAS
Parâmetro Unidade VMP
Antimônio mg/L 0,005
Arsênio mg/L 0,01
Bário mg/L 0,7
Cádmio mg/L 0,005
Cianeto mg/L 0,07
Chumbo mg/L 0,01
Cobre mg/L 2
Cromo mg/L 0,05
Fluoreto(2) mg/L 1,5
Mercúrio mg/L 0,001
Nitrato (como N) mg/L 10
Nitrito (como N) mg/L 1
Selênio mg/L 0,01
ORGÂNICAS
Parâmetro Unidade VMP
Acrilamida µg/L 0,5
Benzeno µg/L 5
Benzo[a]pireno µg/L 0,7
Cloreto de vinila µg/L 5
1,2 Dicloroetano µg/L 10
1,1 Dicloroeteno µg/L 30
Diclorometano µg/L 20
Estireno µg/L 20
Tetracloreto de Carbono µg/L 2
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Tetracloroeteno µg/L 40
Triclorobenzenos µg/L 20
Tricloroeteno µg/L 70
AGROTÓXICOS
Parâmetro Unidade VMP(1)
Alaclor µg/L 20
Aldrin e Dieldrinȝg/L 0,03 µg/L 0,03
Atrazinaȝg/L 2 µg/L 2
Bentazonaȝg/L 300 µg/L 300
Clordano (isômeros) ȝg/L 0,2 µg/L 0,2
2,4 D ȝg/L 30 µg/L 30
DDT (isômeros) ȝg/L 2 µg/L 2
Endossulfanȝg/L 20 µg/L 20
Endrinȝg/L 0,6 µg/L 0,6
Endossulfan µg/L 20
Endrin µg/L 0,6
Glifosato µg/L 500
Heptacloro e Heptacloroepóxido µg/L 0,03
Hexaclorobenzeno µg/L 1
Lindano (Ȗ-BHC) µg/L 2
Metolacloro µg/L 10
Metoxicloro µg/L 20
Molinato µg/L 6
Pendimetalina µg/L 20
Pentaclorofenol µg/L 9
Permetrina µg/L 20
Propanil µg/L 20
Simazina µg/L 2
Trifluralina µg/L 20
CIANOTOXINAS
Parâmetro Unidade VMP
Microcistinas(3) µg/L 1,0
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ANEXO 2
Critérios microbiológicos definidos para a água mineral natural e água natural (RDC
275/2005)
ANEXO 3
Tabela do N.M.P. (número mais provável)
Fonte: BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Manual prático de análise de água. 3. ed. rev.
Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2009
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ANEXO 4
Gráficos para Coliformes Fecais e Totais