Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CENTRO DE BIOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA
NATAL
2017
WYDEMBERG JOSÉ DE ARAÚJO
Dissertação apresentada ao
Departamento de Bioquímica da
Universidade Federal do Rio Grande do
Norte como requisito parcial para
obtenção do título de Mestre em
Bioquímica.
Orientador: Lucymara Fassarella Agnez-
Lima.
NATAL
2017
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Leopoldo Nelson - -
Centro de Biociências - CB
Agradeço e dedico esse trabalho aos meus pais que sempre se esforçaram para que
eu estudasse.
A Paulo Honório pelo companheirismo desde o início deste trabalho e por me ajudar
sempre de todas as formas.
As minhas Pós-doc Rita Portela, Carol Minicelli e Marbela Fonseca pela ajuda e
esforço durante esse trabalho acima de tudo pela amizade.
Agradeço a Jorge Oliveira por me ensinar e contribuir neste trabalho sobretudo pela
amizade.
À Fabrícia Fontes, Marcos Felipe, Ana Rafaela e Daniel Chaves pelas dicas e
conselhos científicos.
Figura 1 Esquema ilustrativo da via de degradação de alcanos lineares por meio das
enzimas Alcano Monooxigenase (AH); Álcool Desidrogenase (AD); Aldeído
Desidrogenase (ALDc) e Acetil Sintetase (ACD)............................................................6
Figura 2 Diagrama de Venn interdisciplinar, ilustrando a intersecção das áreas de
conhecimento envolvidas na metagômica. .....................................................................9
Figura 3 Esquema ilustrativo das duas abordagens metagenômicas, figura adaptada
de HANDELSMAN (2004). ............................................................................................ 10
Figura 4 . Fluxograma da metodologia utilizada neste trabalho. Amostras brutas de
rocha e água de produção foram submetidos a duas pipelines de trabalho. Uma de
sequenciamento direto do DNA ambiental e outra de preparo de consórcio
bacterianos que foram posteriormente sequenciados. ............................................... 17
Figura 5 Procedimento de preparo de consórcios bacterianos: em amarelo
representa as três primeiras semanas de enriquecimento em meio rico, seguido das
três últimas semanas de seleção, representado pela cor cinza para o meio pobre
(BH) contendo apenas 1% de petróleo. ....................................................................... 19
Figura 6 Foto ilustrativa do teste de tensão interfacial utilizando o tensiômetro da
DVT50, indicando a fase hidrofílica (amostra) e fase hidrofóbica analisadas
(petróleo). ....................................................................................................................... 27
Figura 7 Fluxograma da pipeline de bioinformática usada com diferentes programas
para a análise de dados dos sequenciamentos. Apresentando as diferentes
abordagens utilizadas após fase de análise de qualidade de dados. A abordagem
not-assembly utilizando reads bem como a abordagem assembly utilizando contigs.
........................................................................................................................................ 32
Figura 8 Curvas de crescimento dos consórcios de água de produção A1 e A2 à 30
°C. Em A, o consórcio A1, e o seu controle C1 negativo contendo meio e petróleo
sem adição de cultura e o controle C-A1 com consórcio A1 e meio BH sem adição
de petróleo. Em (B) o consórcio A2, controle C1 contendo meio e petróleo sem
adição de cultura e controle C-A2 com consórcio A2 e meio BH sem adição de
petróleo. ......................................................................................................................... 37
Figura 9 Curva de crescimento bacteriano dos consórcios de rocha R1 e R2
crescidos em meio BH, contendo apenas 1 % de petróleo com única fonte de
carbono à 37 ºC. Em (A) curva do consórcio R1, tendo como controle negativo C1
contendo somente meio mineral e óleo bem como o controle C-R1 contendo cultura
bacteriana R1 sem fonte de carbono. Em (B) curva do consórcio R2, controle
negativo C1 contendo apenas petróleo e meio mineral e controle C-R2 contendo
cultura bacteriana R2 sem fonte de carbono. .............................................................. 38
Figura 10 . Ensaio de dispersão do óleo. (A) Sobrenadante do consórcio R2
comparado ao controle positivo SDS 1 % e controle negativo meio mineral BH. Em
(B), sobrenadante do consórcio R1 comparado ao controle positivo SDS 1 % e
controle negativo meio mineral BH. .............................................................................. 40
Figura 11 Ensaio de emulsificação dos consórcios R1 em (A) e R2 em (B). Os
ensaios foram realizados tendo o SDS 1 % como controle positivo. Em (C) são
apresentados os índices de emulsificação dos consórcios de rocha R1 e R2 ao longo
de 13 dias de cultivo, comparativamente a emulsão formada pelo controle positivo
SDS 1 %. ........................................................................................................................ 41
Figura 12 Em A, avaliação da tensão interfacial ao longo do tempo dos consórcios
de água de produção A1 e A2, comparadas ao controle positivo, o surfactante
sintético SDS 1 % bem como ao controle negativo contendo meio BH e óleo.
Diferenças estatísticas, comparadas ao controle negativo, considerando P value <
0,05. Em (B) avaliação da tensão interfacial ao longo do tempo dos consórcios de
rocha R1 e R2, comparadas ao controle positivo o surfactante sintético SDS 1 %
bem como ao controle negativo contendo meio BH e óleo. Diferenças estatísticas,
comparadas ao controle negativo, considerando P value < 0,05. .............................. 42
Figura 13 Teste de degradação de hidrocarbonetos com indicador DCPIP. Em A)
Controle positivo com glicose (C+gli); Consórcios R1 com petróleo (Pet+R1);
Controle negativo sem fonte de carbono com o consórcio de rocha R1(C-pet);
Controle negativo com petróleo (C+pet) e controle negativo do meio BH e o reagente
DCPIP(C+BH). Em B) Controle positivo com glicose (C+gli); Consórcios R2 com
petróleo (Pet+R2); Controle negativo sem fonte de carbono com o consórcio de
rocha R2(C-pet); Controle negativo com petróleo (C+pet) e controle negativo do
meio BH e o indicador DCPIP (C+BH). ........................................................................ 44
Figura 14 Cromatografias à gás dos consórcios de água de produção A1 e A2 para
HPAs totais. São mostrados diferentes tipos de HPAs quantificados nos dois
consórcios e controle negativo contendo apenas óleo e meio. .................................. 45
Figura 15 Cromatografias à gás dos consórcios de rocha R1 e R2 para HPAs totais.
São mostrados os diferentes HPAs que puderam ser quantificados em cada
consórcio, comparativamente ao controle negativo sem cultura bacteriana, contendo
apenas óleo e meio. ...................................................................................................... 46
Figura 16 Curva de rarefação de todas as amostras sequenciadas. Curva simulada
no programa MEGAN, realizada com base no número diferentes níveis taxonômicos
anotados, versos quantidade de sequencias anotadas. ............................................. 49
Figura 17 A figura mostra as quantidades de sequências identificadas, isto é, que
possuem hits (alinharam) contra alguma proteína em banco de dados não
redundante do NCBI. Os gráficos mostram as quantidades de sequências
identificadas que foram classificadas como pertencentes a algum microrganismo
bem como as quantidades de sequências embora identificadas, não foram
classificadas como pertencentes algum microrganismo ( com base nos parâmetros
estatísticos utilizados). Os gráficos mostram ainda as quantidades de sequências
que não foram identificadas nos metagenomas, isto é, as sequências que não
tiveram hits com nenhuma proteína ou gene no banco de dados não redundante
utilizado. ......................................................................................................................... 49
Figura 18 Em A, diagramas de Venn entre os gêneros comuns do consórcio R1 (
preparado a partir da rocha filito), comparativamente aos gêneros do metagenoma
da rocha filito. Em B diagramas de Venn entre os gêneros comuns do consórcio R2
( preparado a partir da rocha carbonática), comparativamente aos gêneros do
metagenoma da rocha carbonática. Na figura C, diagramas de Venn entre os
gêneros comuns do consórcio A1 (preparado a partir da água de produção),
comparativamente aos gêneros do metagenoma de água de produção. .................. 53
Figura 19 Em A, são apresentados os diagramas dos gêneros comuns entre os
metagenomas dos consórcios R1, R2 e A1. Em B, os diagramas entre os gêneros
comuns dos metagenomas de rochas e água de produção. ...................................... 54
Figura 20 Comparação taxonômica ao nível de gênero para os metagenomas da
rocha filito e do consórcio R1. São apresentado apenas as comparações
significativas. .................................................................................................................. 55
Figura 21 Comparação taxonômica ao nível de gênero para os metagenomas da
rocha carbonática e do consórcio R2. São apresentadas apenas as comparações
significativas. .................................................................................................................. 55
Figura 22 Comparação taxonômica ao nível de gênero para os metagenomas do
consórcio A1 e da água de produção. São apresentadas apenas as comparações e
diferenças significativas. ............................................................................................... 56
Figura 23 Comparação entre os dois consórcios R1 e R2 ao nível de gênero. São
apresentadas apenas as comparações e diferenças significativas............................ 57
Figura 24 Comparação entre espécies presentes nas amostras de consórcio R2 de
rocha do poço P2 (966 -972 m) e sua respectiva rocha proveniente, rocha P2 (966 -
972 m), utilizando contigs. São apresentadas apenas as comparações e diferenças
significativas. .................................................................................................................. 58
Figura 25 Comparação entre espécies presentes nas amostras de consórcio R1 de
rocha do poço P2 (1053 – 1056 m) e sua respectiva rocha de onde foi isolado, rocha
P2 (1053 - 1056 m). São apresentadas apenas as comparações e diferenças
significativas. .................................................................................................................. 59
Figura 26 Comparação taxonômica ao nível de espécies para os metagenomas de
água de produção e rocha carbonática. Neste gráfico são apresentadas apenas as
comparações e diferenças significativas. ..................................................................... 60
Figura 27 Comparação taxonômica ao nível de espécies para os metagenomas de
água de produção e rocha filito. Neste gráfico são apresentadas apenas as
comparações e diferenças significativas. ..................................................................... 61
Figura 28 Comparação funcional a nível de vias metabólicas do consórcio A1 com o
metagenoma de água de produção. Apenas resultados significativos são mostrados.
........................................................................................................................................ 62
Figura 29 Comparação funcional a nível de vias metabólicas do consórcio R1 com a
rocha filito de 1053 à 1056 m. Apenas resultados significativos são mostrados. ..... 62
Figura 30 Comparação funcional a nível de vias metabólicas do consórcio R2 com a
rocha carbonato de 966 à 972 m. Apenas diferenças significativas são mostradas
nesse gráfico. ................................................................................................................. 63
Figura 31 Comparação funcional a nível vias metabólicas entre água de produção e
a rocha carbonática. Apenas diferenças significativas são mostradas nesse gráfico.
........................................................................................................................................ 64
Figura 32 Comparação funcional a nível vias metabólicas entre água de produção e
a rocha filito. Apenas as diferenças significativas são apresentadas. ....................... 65
Figura 33 Comparação funcional entre os consórcios R1 e R2, a penas as diferenças
significativas são apresentadas. ................................................................................... 65
Figura 34 Resultados da anotação contra o BIOSSURFDB dos operons nos
genomas de referência de Ochrobactrum depositados no NCBI. .............................. 66
Figura 35 Vias de biossurfactantes de Ochrobactrum anotadas nos consórcios. ..... 67
LISTA DE TABELAS
TABELA 3 Métodos de extração e DNA testados neste trabalho para extrair DNA de
reservatório................................................................................................. ................23
AD Álcool Desidrogenase
AH Alcano Monooxigenase
BH Bushnell Haas
CG Circlegrow
DO Densidade Óptica
LB Lysogeny Broth
PEG Polietilenoglicol
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 1
1.4 Metanogênese 4
1.6 Biossurfactantes 7
1.7 Metagenômica 8
2 OBJETIVOS GERAIS 15
3 MATERIAL E MÉTODOS 15
3.14 Cromatografias 28
4 RESULTADOS 35
4.7 Cromatografias 44
4.8 Metagenomas 47
5 DISCUSSÃO 67
6 CONCLUSÂO 84
7 PERSPECTIVAS 86
8 REFERÊNCIAS 86
9 ANEXOS 97
1 INTRODUÇÃO
1
larga distribuição de microrganismos termofílicos produtores de metano que
utilizam enxofre, em reservatórios de óleo, com potencial participação ativa em
outros metabolismos biogeoquímicos do carbono, hidrogênio e enxofre in situ
(ORPHAN et al., 2000).
2
microbiana autóctone por introduzir contaminação externa ao reservatório
(MAGOT; OLLIVIER; PATEL, 2000). Dessa forma é necessário o conhecimento
acerca dos processos metabólicos da comunidade microbiológica dos reservatórios
de modo que seja possível prevenir, controlar ou até mesmo inibir os possíveis
impactos decorrentes da extração bem como recuperação do óleo residual
3
redutores de sulfato (membros do gênero Caldivirga) foram isolados de campos
petrolíferos até então (BARTON; FAUQUE, 2009; YOUSSEF; ELSHAHED;
MCINERNEY, 2009).
1.4 Metanogênese
4
organismos exercem grande impacto na produção e recuperação do óleo nos
reservatórios, visto que compartilham substratos, como o acetato proveniente de
vias de degradação de hidrocarbonetos do petróleo bem como elétrons proveniente
da redução de sulfato e nitrito (GIEG et al., 2010; MESL??; DROMART; OGER,
2013). Desse modo, trabalhos que integrem tanto o metabolismo de metano,
quanto de degradação de hidrocarbonetos são necessários para compreender o
impacto que organismo produtores de metano exercem na comunidade
microbianas e consequentemente nos reservatórios e nos processos de extração e
recuperação do petróleo.
5
Figura 1 Esquema ilustrativo da via de degradação de alcanos lineares por meio das enzimas
Alcano Monooxigenase (AH); Álcool Desidrogenase (AD); Aldeído Desidrogenase (ALDc) e Acetil
Sintetase (ACD).
6
formação de intermediários comuns das diferentes vias de degradação de PAHs
como o Catecol, que são encaminhados para utilização como fonte de energia, via
clico de Krebs (MISHRA; LAL; SRINIVASAN, 2001; VAN HAMME; SINGH; WARD,
2003). A biodegradação de hidrocarbonetos é um componente importante dos
processos biogeoquímicos e atuam diretamente na renovação da matéria orgânica
no ciclo do carbono. Estudos têm mostrado estratégias de bioestimulção dessas
vias em comunidades bacterianas naturais como modo de biorremediação de
ambientes contaminados por óleo (HASSANSHAHIAN et al., 2014). Outros
estudos mostram a aplicação de consórcios bacterianos alóctones como capazes
tanto de degradar o óleo quanto de produzir moléculas surfactantes durante a
limpeza de ambientes contaminados por resíduos da indústria do petróleo
(CAMEOTRA; SINGH, 2008).
1.6 Biossurfactantes
1.7 Metagenômica
8
PACE, 1997). No entanto, apenas 1% de toda essa diversidade microbiana é
conhecida, principalmente devido às limitações técnicas de cultivo que não são
suficientes para fornecer as inúmeras necessidades metabólicas e simbiônticas
exigidas pelos microrganismos para serem cultivados de modo isolado
(HANDELSMAN, 2004; OBERHARDT et al., 2015). Essas limitações vêm sendo
superadas após aliarmos ferramentas da biologia molecular com as técnicas de
microbiologia e informática as quais permitiram acessar esse pool genético
independentemente da obtenção de culturas puras. Dessa intersecção de
conhecimentos (Figura 2), surge a metagenômica que permite identificar
taxonomicamente quais microrganismos, cultiváveis ou não, estão presentes nas
amostras ambientais, além de permitir analisar metabolicamente o que esses
organismos são capazes de realizar (HANDELSMAN, 2004).
9
estudar genes e proteínas de organismo até mesmo ainda não descobertos ou não
cultiváveis (TOUSSAINT; GHIGO; SALMOND, 2003). Em contrapartida, a
abordagem baseada em sequência, apresenta a vantagem de sequenciar o DNA
das amostras ambientais diretamente e em seguida analisar usando protocolos de
bioinformática (pipeline) arquitetados para um determinado objetivo, como por
exemplo, descoberta de novos genes (HANDELSMAN, 2004).
11
também por permitir identificar os microrganismos não cultiváveis. Além disso,
permite quantificar e integrar o que esses organismos estão fazendo
metabolicamente na comunidade bacteriana. O sequenciamento direto do material
genético de comunidades bacterianas ambientais gera uma grande quantidade de
pequenos fragmentos de DNA sequenciados, conhecidos como reads, que
precisam ser qualificados, identificados, quantificados e anotados. Esses reads são
primeiro submetidos a análise de qualidade, necessária para excluir reads de baixa
qualidade geradas durante o sequenciamento. Após essa etapa, existem duas
formas de análise de bioinformática conhecidas como not-assembled ou assembled
(JU; ZHANG, 2015).
12
dificuldades para análises de espécies de baixa abundância (JU; ZHANG, 2015).
Essa perda de abundância é decorrente da montagem dos contigs, a qual utiliza
vários reads concatenados para formar um único contig. Essa montagem pode ser
baseada no mapeamento em um genoma de referência, no caso espécies
conhecidas, ou pode ser uma montagem sem referência conhecida, como no caso
de novas espécies (OULAS et al., 2015). A utilização de contigs é mais indicada
para a predição de ORFs (Open Reading Frames) e operons dos quais se tem
interesse em identificar, seja por homologia ou por meio de buscar de padrões de
sequencias de genes específicos, como degradação de hidrocarbonetos ou síntese
de moléculas biossurfactantes as quais são de interesse do presente trabalho
(HESS et al., 2011).
13
No entanto, poucos estudos tem buscado avaliar o DNA total das
comunidades microbianas de reservatório de petróleo (KOTLAR et al., 2011). Com
isso, a maioria das abordagens por metagenômica sequencial identificam a
taxonomia dessas comunidades por meio da avaliação do DNA ribossomal 16S
(BAKER, 2016; KOTLAR et al., 2011; SILVA et al., 2013). Análises
metagenômicas comparativas tem revelado diferenças nas proporções entres os
domínios ARCHAEA e BACTERIA nos reservatórios devido a disponibilidade
de nutrientes, temperatura bem como processos decorrentes da exploração do
óleo (LEWIN et al., 2014). Além do mais, por meio da avaliação do DNA 16S,
trabalhos como KOTLAR et al., (2011) tem mostrado a contribuição metabólica
dessas comunidades como predominantemente compostas por microrganismos
redutores de sulfato e metanogênicos, como Methanococcus,
Desulfurovibrionales, Desulfuromonadales, Campylobacterales e Thermotogales.
Assim como por arqueais anaeróbicas, como Thermococcus e Pyrococcustem
identificadas em amostras de água de produção de reservatório (LEWIN et al.,
2014). Outros trabalhos tem anotado vias de degradação de compostos
aromáticos através de homologia a bancos de dados não redundantes públicos
em metagenomas cujo petróleo possui constituição mais leve e refinado (BAKER,
2016). Diferentemente desses estudos, o presente trabalho buscou caracterizar
taxonômica e funcionalmente a comunidade de rocha, água de produção e
consórcios isolados dessas amostras, por meio de uma abordagem
metagenômica de shotgun de genoma total, comparativamente a um banco de
dados específico com genes envolvidos na degradação de hidrocarbonetos,
produção de biossurfactantes, metanogênese e redução de sulfato.
14
2 OBJETIVOS GERAIS
3 MATERIAIS E MÉTODOS
15
Tabela 1. Localização geográfica dos poços P1 e P2 e as respectivas datas de coleta e recebimento
no laboratório.
1035 -1041 m;
1053 - 1056 m
16
Figura 4 . Fluxograma da metodologia utilizada neste trabalho. Amostras brutas de rocha e água de
produção foram submetidos a duas pipelines de trabalho. Uma de sequenciamento direto do DNA
ambiental e outra de preparo de consórcio bacterianos que foram posteriormente sequenciados.
17
3.2 Lavagem da rocha
18
Figura 5 Procedimento de preparo de consórcios bacterianos: em amarelo representa as três
primeiras semanas de enriquecimento em meio rico, seguido das três últimas semanas de seleção,
representado pela cor cinza para o meio pobre (BH) contendo apenas 1% de petróleo.
Tabela 2. Tabela apresenta todos os consórcios preparados durante esse trabalho bem como de
qual poço as amostras eram provenientes para isolar os microrganismos e os modos de preparo
Preparação de consórcios
A1 Água de P1 BH BH 30°
produção
A3 Água de P1 CG BH 30°
produção
A4 Água de P1 LB BH 30°
produção
A5 Água de P1 AM BH 30°
produção
A6 Água de P1 BH BH 37°
produção
20
A7 Água de P1 YPD BH 37°
produção
A8 Água de P1 CG BH 37°
produção
A9 Água de P1 LB BH 37°
produção
R1 Rocha- P2 LB BH 37°
Filito
R2 Rocha- P2 LB BH 37°
Carbonato
R3 Rocha P1 LB BH 37°
21
3.4 Estoque e congelamento
22
3.7 Extração de DNA de rochas dos poços P1 e P2
Tabela 3: Métodos de extração e DNA testados neste trabalho para extrair DNA de
microrganismos presentes em rochas de reservatório.
23
EDTA + Método 4
Essa extração consiste na lise química e mecânica por meio detergente sintético e
alta vibração. Seguida por etapas sucessivas de precipitação de material não
genético por meio de sais e proteinase. Os contaminantes orgânicos são lavados
por meio de solventes orgânicos como Fenol, clorofórmio e cetyltrimethyl
ammonium bromide (CTAB). Por fim o material genético é precipitado por meio do
polímero polietilenoglicol (PEG) 6000 em concentração de 13 % em uma solução
1,6 M de NaCl.
25
(E24%) (SATPUTE et al., 2010b). O índice de emulsificação é calculado como a
razão entre a altura da camada de emulsão e a altura total do sistema multiplicado
por 100, como mostrado na equação abaixo.
26
Figura 6 Foto ilustrativa do teste de tensão interfacial utilizando o tensiômetro da DVT50, indicando
a fase hidrofílica (amostra) e fase hidrofóbica analisadas (petróleo).
27
incorporar elétrons muda de sua forma oxidada e de coloração azul para sua
forma reduzida e incolor, sendo um indicativo da reações de oxidação e utilização
do hidrocarboneto pelo microrganismo. O teste foi realizado conforme descrito por
KUBOTA et al., (2008), no qual o DCPIP foi diluído em 100 ml de água para uma
concentração de 37,5 μg/ml e filtrado com filtro 0,22 µm Millipore da MF-
Millipore™. As culturas crescidas em BH com 1% de petróleo até uma DO600 de
1,0 foram centrifugadas 2500 g e ressuspendidas em meio BH. Para a realização
desse ensaio foram utilizados 800 μl de meio BH, 100 μl DCPIP para
concentração final de 3,7 μg/ml, 80 μl de cultura bacteriana para uma DO final de
0,5 e 10 μl de petróleo como fonte de carbono. Para controle positivo de todos os
consórcios, foi utilizado 800 μl de meio BH, 100 μl DCPIP para concentração final
de 3,7 μg/ml, 80 μl de cultura bacteriana para uma DO final de 0,5 e 10 μl de
glicose 1M. Para controle negativo 01 de cada consórcio foi utilizado apena
cultura bacteriana, DCPIP e BH sem adição de fonte de carbono. Para controle de
todo o experimento foi realizado controle negativo 02 contendo DCPIP, BH, sem
adição de bactérias e fonte de carbono; controle negativo 03 contendo petróleo,
DCPIP e BH sem adição de cultura.
3.14 Cromatografias
enriquecidos no IonOneTouchTM.
31
Figura 7 Fluxograma da pipeline de bioinformática usada com diferentes programas para a análise
de dados dos sequenciamentos. Apresentando as diferentes abordagens utilizadas após fase de
análise de qualidade de dados. A abordagem not-assembly utilizando reads bem como a
abordagem assembly utilizando contigs.
33
superior a 10 -5, identidade mínima de 60%, mínimo suporte de 5 "hits",
porcentagem LCA = 80. Reads com baixa complexidade (inferior a 0.3) foram
filtrados da análise.
34
4 RESULTADOS
35
petróleo. Por outro lado, o consórcio A2 foi enriquecido em YPD e posteriormente
selecionado em BH. Tais consórcios foram então escolhidos para testes funcionais
de degradação e identificação de moléculas surfactantes bem como extração de
DNA genômico, para posterior reação de sequenciamento de DNA.
36
rocha do poço P2 (R1 e R2). Os testes com o consórcio R3 encontram-se em
andamento, os quais serão seguidos por extração do DNA e juntamente com o
DNA da rocha P1 serão submetidos a outra abordagem de sequenciamento de
DNA.
Figura 9 Curva de crescimento bacteriano dos consórcios de rocha R1 e R2 crescidos em meio BH,
contendo apenas 1 % de petróleo com única fonte de carbono à 37 ºC. Em (A) curva do consórcio
R1, tendo como controle negativo C1 contendo somente meio mineral e óleo bem como o controle
C-R1 contendo cultura bacteriana R1 sem fonte de carbono. Em (B) curva do consórcio R2, controle
negativo C1 contendo apenas petróleo e meio mineral e controle C-R2 contendo cultura bacteriana
R2 sem fonte de carbono.
38
É possível verificar que o controle sem petróleo C-R1 cresceu
comparativamente ao controle negativo sem cultura bacteriana (C1), o qual não
cresceu, Figura 9 (A). No entanto esse controle sem petróleo (C-R1) apresenta
crescimento lento e inferior a cultura com petróleo R1. Esse resultado permite inferir
que o crescimento de bactérias não degradadoras ou degradadores na ausência de
fonte de carbono é mais lento. Ou ainda organismos que utilizariam outras formas
de obtenção de energia como quimioautotrófica presentes no consórcio R1 são
favorecidos na ausência de petróleo. Diferentemente, o consórcio R2 não se
observa crescimento do seu controle C-R2 na ausência de petróleo (Figura 9 B).
39
Figura 10 . Ensaio de dispersão do óleo. (A) Sobrenadante do consórcio R2 comparado ao controle
positivo SDS 1 % e controle negativo meio mineral BH. Em (B), sobrenadante do consórcio R1
comparado ao controle positivo SDS 1 % e controle negativo meio mineral BH.
40
Figura 11 Ensaio de emulsificação dos consórcios R1 em (A) e R2 em (B). Os ensaios foram
realizados tendo o SDS 1 % como controle positivo. Em (C) são apresentados os índices de
emulsificação dos consórcios de rocha R1 e R2 ao longo de 13 dias de cultivo, comparativamente a
emulsão formada pelo controle positivo SDS 1 %.
42
bem como ao controle negativo contendo meio BH e óleo. Diferenças estatísticas, comparadas ao
controle negativo, considerando P value < 0,05.
43
Figura 13 Teste de degradação de hidrocarbonetos com indicador DCPIP. Em A) Controle positivo
com glicose (C+gli); Consórcios R1 com petróleo (Pet+R1); Controle negativo sem fonte de carbono
com o consórcio de rocha R1(C-pet); Controle negativo com petróleo (C+pet) e controle negativo do
meio BH e o reagente DCPIP(C+BH). Em B) Controle positivo com glicose (C+gli); Consórcios R2
com petróleo (Pet+R2); Controle negativo sem fonte de carbono com o consórcio de rocha R2(C-
pet); Controle negativo com petróleo (C+pet) e controle negativo do meio BH e o indicador DCPIP
(C+BH).
4.7 Cromatografias
44
Figura 14 Cromatografias à gás dos consórcios de água de produção A1 e A2 para HPAs totais.
São mostrados diferentes tipos de HPAs quantificados nos dois consórcios e controle negativo
contendo apenas óleo e meio.
45
Figura 15 Cromatografias à gás dos consórcios de rocha R1 e R2 para HPAs totais. São mostrados
os diferentes HPAs que puderam ser quantificados em cada consórcio, comparativamente ao
controle negativo sem cultura bacteriana, contendo apenas óleo e meio.
46
4.8 Metagenomas
Tabela 5: Quantificação de DNA extraído de todas as amostras pelo método descrito por
(KNAEBEL; CRAWFORD, 1995).
48
Figura 16 Curva de rarefação de todas as amostras sequenciadas. Curva simulada no programa
MEGAN, realizada com base no número diferentes níveis taxonômicos anotados, versos quantidade
de sequencias anotadas.
Figura 17 A figura mostra as quantidades de sequências identificadas, isto é, que possuem hits
(alinharam) contra alguma proteína em banco de dados não redundante do NCBI. Os gráficos
mostram as quantidades de sequências identificadas que foram classificadas como pertencentes a
algum microrganismo bem como as quantidades de sequências embora identificadas, não foram
classificadas como pertencentes algum microrganismo ( com base nos parâmetros estatísticos
utilizados). Os gráficos mostram ainda as quantidades de sequências que não foram identificadas
49
nos metagenomas, isto é, as sequências que não tiveram hits com nenhuma proteína ou gene no
banco de dados não redundante utilizado.
Como é possível observar na figura 17, a maioria das sequências, por volta
de 50 % das sequências das amostras foram identificadas, isto é, apresentaram
algum match contra o banco de dados no NCBI. No entanto, em média 30 %
dessas sequências identificadas não puderam ser classificadas como pertencentes
a nenhum microrganismo depositado no NCBI com base nos parâmetros de
identidade, cobertura e e-value estabelecidos. Exceto o consorcio A1 no qual 72%
das sequências identificadas foram classificadas como pertencentes há algum
microrganismo. Além disso, poucas sequências, média de 26 %, não obtiveram hit
algum, ou seja, não foram identificadas nos metagenomas.
Para realizar uma análise quantitativa dos gêneros mais abundantes nos
metagenomas, os reads foram comparados contra o banco de dados não
redundante do NCBI, conforme anteriormente descrito. Os resultados das
sequências identificadas estão na tabela 7 a seguir que mostra a frequência
relativa dos gêneros mais abundantes identificados em todas as amostras.
51
de rocha fileto, enquanto 50 gêneros na rocha carbonato. Nos consórcios R1 e R2,
por outro lado, foram identificados 66 e 72 gêneros, respectivamente. Houveram 7
gêneros comuns tanto entre o consórcio R1 e a rocha filito, figura 18 (A), como
também no consórcio R2 e a rocha carbonato, figura 18 (B). Indicando
possivelmente que a mesma condição de cultivo utilizada em ambos os consórcios
favoreceu populações de microrganismos semellhetes. A figura 18 (C) mostra que
os gêneros comons entre o metagenoma de água de produção e o consórcio A1, o
qual não houve fase de enriquecimento em meio rico, neste consórcio apenas 11
gêneros favorecidos durante o processo de seleção.
52
Figura 18 Em A, diagramas de Venn entre os gêneros comuns do consórcio R1 ( preparado a partir
da rocha filito), comparativamente aos gêneros do metagenoma da rocha filito. Em B diagramas de
Venn entre os gêneros comuns do consórcio R2 ( preparado a partir da rocha carbonática),
comparativamente aos gêneros do metagenoma da rocha carbonática. Na figura C, diagramas de
Venn entre os gêneros comuns do consórcio A1 (preparado a partir da água de produção),
comparativamente aos gêneros do metagenoma de água de produção.
Figura 19 Em A, são apresentados os diagramas dos gêneros comuns entre os metagenomas dos
consórcios R1, R2 e A1. Em B, os diagramas entre os gêneros comuns dos metagenomas de
rochas e água de produção.
54
Figura 20 Comparação taxonômica ao nível de gênero para os metagenomas da rocha filito e do
consórcio R1. São apresentado apenas as comparações significativas.
56
Figura 23 Comparação entre os dois consórcios R1 e R2 ao nível de gênero. São apresentadas
apenas as comparações e diferenças significativas.
57
Figura 24 Comparação entre espécies presentes nas amostras de consórcio R2 de rocha do poço
P2 (966 -972 m) e sua respectiva rocha proveniente, rocha P2 (966 -972 m), utilizando contigs. São
apresentadas apenas as comparações e diferenças significativas.
58
Figura 25 Comparação entre espécies presentes nas amostras de consórcio R1 de rocha do poço
P2 (1053 – 1056 m) e sua respectiva rocha de onde foi isolado, rocha P2 (1053 - 1056 m). São
apresentadas apenas as comparações e diferenças significativas.
59
Figura 26 Comparação taxonômica ao nível de espécies para os metagenomas de água de
produção e rocha carbonática. Neste gráfico são apresentadas apenas as comparações e
diferenças significativas.
60
Figura 27 Comparação taxonômica ao nível de espécies para os metagenomas de água de
produção e rocha filito. Neste gráfico são apresentadas apenas as comparações e diferenças
significativas.
61
Figura 28 Comparação funcional a nível de vias metabólicas do consórcio A1 com o metagenoma
de água de produção. Apenas resultados significativos são mostrados.
Figura 29 Comparação funcional a nível de vias metabólicas do consórcio R1 com a rocha filito de
1053 à 1056 m. Apenas resultados significativos são mostrados.
62
O perfil metabólico do consórcio mostra que houve um enriquecimento para
vias de degradação de hidrocarbonetos lineares significativamente no consórcio
R1, comparado a rocha 1053 à 1056 m, assim como houve o favorecimento de vias
de degradação de compostos aromáticos como Naftaleno e Fluorbenzeno. Além do
mais, as vias de biossíntese das moléculas biossurfactantes Lichenysin e
Plipastatin mostraram significativo enriquecimento no consórcio R1. A figura 30
apresenta o perfil metabólico do consórcio R2, comparativamente a rocha 966 à
972 m.
63
Figura 31 Comparação funcional a nível vias metabólicas entre água de produção e a rocha
carbonática. Apenas diferenças significativas são mostradas nesse gráfico.
64
Figura 32 Comparação funcional a nível vias metabólicas entre água de produção e a rocha filito.
Apenas as diferenças significativas são apresentadas.
65
Figura 34 Resultados da anotação contra o BIOSSURFDB dos operons nos genomas de referência
de Ochrobactrum depositados no NCBI.
5 DISCUSSÃO
68
Os consórcios R1 e R2 também apresentam comportamentos diferentes. A
cultura R1 cresce mais rapidamente do que a cultura R2, isso pode ser reflexo do
metabolismo mais flexível do consórcio R1. A análise in silico dos sequenciamentos
mostrou que as vias energéticas do consórcio R1 são tanto de degradação de
alcanos lineares quanto de HPAs (Figura 29). Alcanos lineares são menos tóxicos
e mais fáceis de serem degradados do que HPAs (CHIKERE et al., 2011; MISHRA;
LAL; SRINIVASAN, 2001). Além dessas vias, o consórcio R1 possui mais vias de
biossíntese de biossurfactantes Plipastatin e Lichenysin, predominantemente (
Figura 33). Desse modo o consórcio R1 seria capaz de degradar substratos menos
tóxicos, com alcanos lineares e solubilizar mais substratos diferentes que o
consórcio R2, fazendo com que o consórcio R1 cresça mais rápido do que o
consórcio R2 (MISHRA; LAL; SRINIVASAN, 2001; ROJO, 2009). Além disso, as
avaliações por cromatografia indicaram que o consórcio R1 consome mais
hidrocarbonetos policíclico aromáticos do que consórcio R2 (Figura 18). Outros
trabalhos mostraram que culturas bacterianas crescem mais lentamente quando
degradam HPAs, devido tais substratos serem mais tóxicos e menos solúveis
(MISHRA; LAL; SRINIVASAN, 2001; MROZIK; MIGA; PIOTROWSKA-SEGET,
2011).
69
quais microrganismos são capazes de degradar o petróleo bem como produzir
moléculas surfactantes.
70
dias de cultivo. Foi verificado que os índices de emulsificação da cultura R2 são
maiores, bem como a emulsão formada por essa cultura é mais estável do que a
formada pela cultura R1. A emulsão é uma dispersão coloidal de um líquido em
outro (óleo / água) que é frequentemente estabilizada por um biossurfactante ou
por um bioemulsificador de alto peso molecular (SATPUTE et al., 2010b). A
emulsão formada pela cultura R2 é mais estável, possivelmente devido a
população de moléculas surfactantes presentes na cultura R2 possuírem alto peso
molecular, uma vez que biossurfactantes de alto peso molecular tendem a
estabilizar um emulsão mais facilmente do que surfactantes de baixo peso
(RAMESH et al., 2010). Além disso, os resultados anteriores mostram que
provavelmente as moléculas surfactantes presentes na cultura R2 estão em maior
concentração tanto por apresentar uma dispersão de óleo maior quanto por mostrar
índice de emulsificação crescente ao longo do cultivo. A maioria das bactérias
degradadoras de petróleo produzem surfactantes que tornam as células mais
hidrofóbicas, facilitando a associação das células bacterianas na superfície das
gotículas de óleo. Tal contato pode facilitar a assimilação de petróleo pelos
microrganismos. Esta observação, portanto sugere que surfactantes /
emulsionantes contribuem para a biodegradação de hidrocarbonetos (HARAYAMA
et al., 1999).
71
estudos utilizando biossurfactantes puros e isolados das cepas de Ochrobactrum
sp. e Brevibacterium mostraram resultados de redução da tensão interfacial da
-1
água pura de até 32 mN m (FERHAT et al., 2011). Diferentemente disso, os
biossurfactantes dos consórcios, mesmo não estando purificados, mostram
-1
redução mais significativa de até 23 mN.m . Dessa maneira, os surfactantes
presentes no consórcio R1, como plipastatin e lichenesin (Figura 29), são em sua
maioria de peso molecular menor do que o consórcio R2, pois tanto o consórcio R1
apresentou redução interfacial mais significante, quanto também apresentou
formação de emulsão menor. Por outro lado, o consórcio R2 apresentar
possivelmente uma população surfactantes de peso molecular maior, tais como
pultisolvins (Figura 30), pois formam uma emulsão mais estável, mas diminuem a
tensão interfacial menos do que o consórcio R1 (SATPUTE et al., 2010b).
Bioemulsificadores formam emulsões estáveis, devido ao seu peso molecular
elevado, no entanto não reduzem a tensão interfacial de maneira significativa. Essa
redução decorre da propriedade dos surfactantes em desagregar a rede de forças
coesivas existentes no interior dos líquidos, dessa forma permitindo que se
dissolvam (SOBERO´N-CHA´VEZ et al.,2011).
72
bactérias pertencentes ao gênero Bacillus, (tabela 7) nos quais também foram
identificados neste trabalho via de síntese de iturina A predominantemente no
consórcio A1 (Figura 28). Embora iturina A seja descrita com atividade antifúngica,
no consórcio A1 foram identificados sequências pertencentes ao gênero do fungo
biodegradador de petróleo Mucor (SUNDAY; SAMUEL, 2011). Possivelmente tal
fungo pode ser resistente a tal biossurfactante, mas são necessários testes futuros
para avaliar tal hipótese.
73
apresenta mudança de cor, sugerindo a presença de organismo(s)
quimioautotrófico(s) na comunidade do consórcio R1, como os organismos
pertencentes o gênero Nitrobacter descritos como quimioautotróficos presentes
neste consórcio (POUGHON; DUSSAP; GROS, 2001). De modo semelhante, os
controles dos consórcios de água de produção sem carbono C-A1 e C-A2 também
crescem. Quanto ao consórcio R2, o seu controle sem carbono o (C-R2), durante a
curva de crescimento, não apresenta crescimento assim como o seu controle sem
carbono do indicador redox (C-Pet) não apresenta mudança de coloração (Figura
13 B), sugerindo a presença e/ou predominância de microrganismos degradadores
de hidrocarbonetos do petróleo. Os testes cromatográficos reforçam os dados
funcionais e de bioinformática. A cromatografia mostra que houve uma redução
total de HPAs em ambos os consórcios, porém no consórcio R2 há uma redução
maior dos HPAs totais.
74
de óleo, uma vez que por meio da degradação de hidrocarbonetos de cadeias mais
longas ou com número maior de anéis aromáticos, o petróleo torna-se mais fluido e
mais facilmente extraído do reservatório (BROWN, 2010; LEAHY; COLWELL,
1990).
Nota-se que foram enriquecidos mais gêneros comuns aos dois consórcios
de rocha (Figura 19A), do que comuns entre os consórcios e suas respectivas
rochas (Figura 18 A e B). Provavelmente isso foi devido às condições físicas de
temperatura bem como o meio de cultura e de seleção igual para as duas amostras
(JEFFRIES et al., 2011). Muito embora houvessem alguns gêneros e bactérias
exclusivas para cada consórcio, possivelmente devido a diferenças entre tipos de
rochas das quais cada consórcio foi preparado (LEAHY; COLWELL, 1990). Além
do mais, esses organismos exclusivos identificados nos consórcios podem ser
indígenos ao reservatório, porém por serem organismos mesófilicos e aeróbicos
em condições extremas, como em alta pressão e temperatura do reservatório, tais
organismo são muito pouco abundantes ou estão na forma de esporos ou cistos ao
ponto de não serem detectados (MAGOT; OLLIVIER; PATEL, 2000). Outra
hipótese decorre que tais gêneros podem ser exógenos ao reservatório, mas foram
introduzidos nesta comunidade por meio dos processos de extração do óleo ou
injeção de água, polímeros ou outros métodos de recuperação avançada (MAGOT;
OLLIVIER; PATEL, 2000; SPARK et al., 2000). Semelhantemente a outro trabalho,
75
no qual comparando microcosmos bacterianos isolados de sedimentos e tratados
com óleo, verificou que houve significativa diferença entre as comunidades
bacterinas do sedimento tratado com óleo, comparativamente a comunidade do
sedimento não tratado. Ao ponto de gêneros, como Shewanella, Halomonas,
Oleibacter e Pseudomonas embora permaneçam indetectáveis nos sedimentos não
tratados, foram significativamente favorecidas após o tratamento com óleo (KOO
et al., 2014).
76
encontrados em solo, são gram-positivos, tem forma de bastonetes, são
formadores de endósporos e capazes de crescer tanto em condições aeróbicas
quanto anaeróbicas (PRAVEEN; BISHT; PANIGRAHY, 2012). Esse gênero
apresenta habilidade de produção de moléculas antibióticas e de toxinas com
aplicação inseticida contra vetores de doenças como malária, febre amarela e o
vírus do Nilo Ocidental (ABIDEEN; BABUSELVAM, 2014). Outra aplicação
biotecnológica descrita refere-se ao uso de cepas de Lysinibacillus em
biorremediação, sendo capazes de biodegradar petróleo e produzir
biossurfactantes lipopeptídicos, sendo este também abundante neste consórcio R1
(Figuras 26 e 33) e ainda há trabalhos que demonstram sua aplicação durante a
biorremediação de metais tóxicos (HERNÁNDEZ; DUSSÁN, 2013).
77
O gênero Paenibacillus é comum tanto ao consórcio de rocha R2 quanto ao
consórcio de água de produção A1, tais microrganismos são anaeróbias
facultativas e formadoras de endósporos. Tal gênero é isolado em vários
ambientes, inclusive contaminados por petróleo, mas são majoritariamente
encontradas no solo (GRADY et al., 2016). Paenibacillus são de grande interesse,
pois são capazes de fixar nitrogênio de modo diazotrófico ou por uma via
alternativa dita como não diazotrófica (XIE et al., 2014). Além disso, possuem
grande interesse para saúde, pois são descritas cepas patogênicas bem como
produtoras de antibióticos e moléculas inseticidas capazes de combater vetores de
doenças (GRADY et al., 2016). São ainda capazes de produzir moléculas
anfipáticas não ribossomais do tipo lipopeptídicas, classificadas como lineares
catiônicas, cíclicas catiônicas ou cíclicas não catiônicas, que apresentam atividades
surfactante, antibacteriana, antifúngica, anticâncerígena e antiviral (COCHRANE;
VEDERAS, 2014). Tais vias de síntese de lipopeptídeos, como pultisolvins são
enriquecidas no consórcio R2 (Figura 30) no qual o gênero Paenibacillus é
abundante (Figuras 21).
78
2009), a fim de investigar quais vias, genes ou substratos preferencialmente tal
gênero é capaz de degradar. Uma vez que esse gênero apresenta uma
organização genômica incomum a todas outras bactérias, Ochrobactrum são
pertencentes a um subgrupo de alfa-Proteobactérias que apresentam dois ou até
três cromossomas, o que torna a montagem bem como anotação do genoma
dessas bactérias mais difícil (JUMAS-BILAK et al., 1998).
79
abundância de espécies produtoras de biossurfactantes em cada consórcio
(BANAT, 1997; DAS; MUKHERJEE; SEN, 2008)
81
transferase, enquanto degQ possui o papel regulador da expressão do operon
ppsABCD (TSUGE; MATSUI; ITAYA, 2007).
82
De modo semelhante, o metagenoma da rocha P2 carbonato e o consórcio
R2 a grande maioria dos contigs não são classificados ao nível de espécies, sendo
nomeados como “not assignment ” na figura 25. Isso é decorrente provavelmente
das limitações dos bancos de dados não redundantes atuais que possuem apenas
um genoma de referência depositado para cada cepa, fazendo com que
sequências diferentes dessas não sejam agrupadas como tais. Ou devido a
limitações de métodos taxonômicos que utilizam marcadores gênicos para agrupar
sequências, no entanto essa metodologia também é limitada para sequências que
foram transferidas horizontalmente, por exemplo, que podem mascarar as
identificações (LINDNER; RENARD, 2015). Além disso, apenas 1 % das espécies
bacterianas existentes nos ambientes são conhecidas e depositadas em bancos de
dados (HANDELSMAN, 2004; OBERHARDT et al., 2015) No entanto, por meio de
metodologia de sequenciamento de nova geração utilizada neste trabalho é
possível acessar tal pool gênico desconhecido e inferir função por homologia em
comparação com banco de dados específicos mesmo para organismo
desconhecidos (YANG; JIANG; ZHANG, 2014). Isso representa uma importante
fonte de novos conhecimentos e de novas enzimas e organismos.
83
degradar e mineralizar o naftaleno presente no ambiente representa enorme
atrativo biotecnológico (NZILA et al., 2016).
6 CONCLUSÃO
84
do mais, o processo de seleção dos consórcios bacterianos de rocha enriqueceram
o gênero Ochrobactrum pouco descrito quanto a sua capacidade de síntese de
biossurfactantes. Enquanto a metodologia usada na seleção do consórcio
proveniente de água de produção favoreceu a seleção de um consócio mutualista
entre procariotos e eucariotos. A análise dos resultados funcionais, corroborando
com o perfil metabólico obtido após análise in silico, confirmam o banco de dados
customizado BIOSURFDB como uma excelente ferramenta, específica para
estudos de genes sobre biossurfactantes, biodegradação e metabolismo de enxofre
de modo integrado. Adicionalmente, muitas sequências mesmo não classificados
em bancos de dados globais do NCBI foram anotados para as funções de interesse
quando comparados com bancos de dados específico. Desse modo, a
caracterização das comunidades microbianas de reservatório de petróleo mostrou
integração e a riqueza de microrganismos tanto já bem descritas como também
não classificadas ou mesmo novos como envolvidos na degradação de
hidrocarbonetos, síntese de moléculas surfactantes e no metabolismo de enxofre.
7 PERSPECTIVAS
85
8 REFERÊNCIAS
AL-ARAJI, L. et al. Minireview Microbial Surfactant. Asia-Pacific Journal of Molecular Biology and
Biotechnology, v. 15, n. 3, p. 99–105, 2007.
ALVA, V. A.; PEYTON, B. M. Phenol and catechol biodegradation by the haloalkaliphile Halomonas
campisalis: Influence of pH and salinity. Environmental Science and Technology, v. 37, n. 19, p.
4397–4402, 2003.
AÜLLO, T. et al. Desulfotomaculum spp. and related gram-positive sulfate-reducing bacteria in deep
subsurface environments. Frontiers in Microbiology, v. 4, n. DEC, p. 1–12, 2013.
BAKER, B. J. Genome-Resolved Metagenomic Analysis Reveals Roles for Candidate Phyla and
Other Microbial Community Members in Biogeochemical Transformations in Oil Reservoirs Genome-
Resolved Metagenomic Analysis Reveals Roles for Candidate Phyla and Other Microbial Com. v. 7,
n. February, p. 1–12, 2016.
BANAT, I. M. 97/02677 Microbial production of surfactants and their commercial potential. Fuel and
Energy Abstracts, v. 38, n. 4, p. 221, 1997.
BARAHONA, F.; SLIM, J. Sphingobacterium multivorum: Case report and literature review. New
Microbes and New Infections, v. 7, p. 33–36, 2015.
BEHRENDT, U.; ULRICH, A.; SCHUMANN, P. Description of Microbacterium foliorum sp. nov. and
86
Microbacterium phyllosphaerae sp. nov., isolated from the phyllosphere of grasses and the surface
litter after mulching the sward, and reclassification of Aureobacterium resistens (Funke et al. 1998)
as . International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology, v. 51, n. 4, p. 1267–
1276, 2001.
BESEMER, J.; BORODOVSKY, M. Heuristic approach to deriving models for gene finding. Nucleic
Acids Research, v. 27, n. 19, p. 3911–3920, 1999.
BOLGER, A. M.; LOHSE, M.; USADEL, B. Trimmomatic: A flexible trimmer for Illumina sequence
data. Bioinformatics, v. 30, n. 15, p. 2114–2120, 2014.
BROWN, L. R. Microbial enhanced oil recovery (MEOR). Current Opinion in Microbiology, v. 13,
n. 3, p. 316–320, 2010.
BUCHFINK, B.; XIE, C.; HUSON, D. H. Fast and sensitive protein alignment using DIAMOND.
Nature Methods, v. 12, n. 1, p. 59–60, 2014.
COCHRANE, S. A.; VEDERAS, J. C. Lipopeptides from Bacillus and Paenibacillus spp .: A Gold
Mine of Antibiotic Candidates. n. 0, p. 1–28, [s.d.].
DANKO, A. S. et al. Involvement of coenzyme M during aerobic biodegradation of vinyl chloride and
ethene by Pseudomonas putida strain AJ and Ochrobactrum sp. strain TD. Applied and
Environmental Microbiology, v. 72, n. 5, p. 3756–3758, 2006.
DAS, P.; MUKHERJEE, S.; SEN, R. Genetic regulations of the biosynthesis of microbial surfactants:
an overview. Biotechnology & Genetic Engineering Reviews, v. 25, n. November 2014, p. 165–
185, 2008.
DAS, P.; MUKHERJEE, S.; SEN, R. Biosurfactant of marine origin exhibiting heavy metal
remediation properties. Bioresource Technology, v. 100, n. 20, p. 4887–4890, 2009.
EL-SAYED, W. S. et al. Isolation and Identification of a Novel Strain of the Genus Ochrobactrum with
Phenol-Degrading Activity. Journal of Bioscience and Bioengineering, v. 96, n. 3, p. 310–312,
2003.
FALATKO, D. M.; NOVAK, J. T. Effects of Biologically Produced Surfactants on the Mobility and
Biodegradation of Petroleum-Hydrocarbons. Water Environment Research, v. 64, n. 2, p. 163–169,
1992.
FINKEL, S. E. Long-term survival during stationary phase: evolution and the GASP phenotype.
Nat.Rev.Microbiol., v. 4, n. 1740–1526 (Print), p. 113–120, 2006.
GIEG, L. M. et al. Methanogenesis, sulfate reduction and crude oil biodegradation in hot Alaskan
oilfields. Environmental Microbiology, v. 12, n. 11, p. 3074–3086, 2010.
GRADY, E. N. et al. Current knowledge and perspectives of Paenibacillus: a review. Microbial Cell
Factories, v. 15, n. 1, p. 203, 2016.
GRUBE, M.; BERG, G. Microbial consortia of bacteria and fungi with focus on the lichen symbiosis.
Fungal Biology Reviews, v. 23, n. 3, p. 72–85, 2009.
HUSON, D. et al. MEGAN analysis of metagenome data. Genome Research, v. 17, p. 377–386,
2007.
JEFFRIES, T. C. et al. Substrate type determines metagenomic profiles from diverse chemical
habitats. PLoS ONE, v. 6, n. 9, 2011.
JU, F.; ZHANG, T. Experimental Design and Bioinformatics Analysis for the Application of
Metagenomics in Environmental Sciences and Biotechnology. Environmental Science and
Technology, v. 49, n. 21, p. 12628–12640, 2015.
KNAEBEL, D. B.; CRAWFORD, R. L. Extraction and purification of microbial DNA from petroleum-
contaminated soils and detection of low numbers of toluene, octane and pesticide degraders by
multiplex polymerase chain reaction and Southern analysis. Molecular ecology, v. 4, n. 5, p. 579–
91, 1995.
KOLTER, R. The Stationary Phase of the Bacterial Life Cycle. Annual Review of Microbiology, v.
47, n. 1, p. 855–874, 1993.
KONZ, D. et al. Molecular and Biochemical Characterization of the Protein Template Controlling
Biosynthesis of the Lipopeptide Lichenysin Molecular and Biochemical Characterization of the
Protein Template Controlling Biosynthesis of the Lipopeptide Lichenysin. v. 181, n. 1, p. 133–140,
1999.
89
International Journal of General and Molecular Microbiology, v. 106, n. 5, p. 993–1009, 2014.
KOTLAR, H. K. et al. High coverage sequencing of DNA from microorganisms living in an oil
reservoir 2.5 kilometres subsurface. Environmental Microbiology Reports, v. 3, n. 6, p. 674–681,
2011.
KUMAR, M. et al. A halotolerant and thermotolerant Bacillus sp. degrades hydrocarbons and
produces tensio-active emulsifying agent. World Journal of Microbiology and Biotechnology, v.
23, n. 2, p. 211–220, 2007.
KUMAR, M.; VERMA, M.; LAL, R. Devosia chinhatensis sp. nov., isolated from a
hexachlorocyclohexane (HCH) dump site in India. International Journal of Systematic and
Evolutionary Microbiology, v. 58, n. 4, p. 861–865, 2008.
LABINGER, J. A.; BERCAW, J. E. Understanding and exploiting C-H bond activation. Nature, v.
417, n. 6888, p. 507–14, 2002.
LANGMEAD, B.; SALZBERG, S. L. Fast gapped-read alignment with Bowtie 2. Nature methods, v.
9, n. 4, p. 357–9, 2012.
LEWIN, A. et al. The microbial communities in two apparently physically separated deep subsurface
oil reservoirs show extensive DNA sequence similarities. Environmental Microbiology, v. 16, n. 2,
p. 545–558, 2014.
LEWIN, A. et al. Discovery and Characterization of a Thermostable Esterase from an Oil Reservoir
Metagenome. n. June, p. 68–86, 2016.
LLAMAS, I. et al. Halomonas maura is a physiologically versatile bacterium of both ecological and
biotechnological interest. Antonie van Leeuwenhoek, International Journal of General and
Molecular Microbiology, v. 89, n. 3–4, p. 395–403, 2006.
90
MAGET-DANA, R.; PEYPOUX, F. Iturins, a special class of pore-forming lipopeptides: biological and
physicochemical properties. Toxicology, v. 87, n. 1–3, p. 151–174, 1994.
MAGOT, M.; OLLIVIER, B.; PATEL, B. K. C. Microbiology of petroleum reservoirs [Review]. Antonie
van Leeuwenhoek International Journal of General & Molecular Microbiology, v. 77, n. 1977, p.
103–116, 2000.
MAIER, T. et al. Molecular characterization of the 56-kDa CYP153 from Acinetobacter sp. EB104.
Biochemical and biophysical research communications, v. 286, n. 3, p. 652–658, 2001.
MESL??, M.; DROMART, G.; OGER, P. Microbial methanogenesis in subsurface oil and coal.
Research in Microbiology, v. 164, n. 9, p. 959–972, 2013.
MISHRA, V.; LAL, R.; SRINIVASAN. Enzymes and operons mediating xenobiotic degradation in
bacteria. Critical reviews in microbiology, v. 27, n. 2, p. 133–66, 2001.
NAKAGAWA, Y.; YOKOTAT, A. a Gram-Negative , Motile Rod with Long-Chain 3-Hydroxy Fatty
Acids , to Devosia riboflavina. p. 16–22, 1996.
NANDASENA, K. et al. Complete genome sequence of Mesorhizobium ciceri bv. biserrulae type
strain (WSM1271 T ). Standards in Genomic Sciences, v. 9, p. 462–472, 2014.
NISHIKIORI, T. et al. Plipastatins: new inhibitors of phospholipase A2, produced by Bacillus cereus
BMG302-fF67. III. Structural elucidation of plipastatins. The Journal of antibiotics, v. 39, n. 6, p.
755–61, 1986.
OBERHARDT, M. A. et al. Harnessing the landscape of microbial culture media to predict new
organism–media pairings. Nature Communications, v. 6, p. 8493, 2015.
OGATA, H. et al. KEGG: Kyoto encyclopedia of genes and genomes. Nucleic Acids Research, v.
27, n. 1, p. 29–34, 1999.
OULAS, A. et al. Metagenomics: Tools and insights for analyzing next-generation sequencing data
derived from biodiversity studies. Bioinformatics and Biology Insights, v. 9, p. 75–88, 2015.
OVERBEEK, R. et al. The subsystems approach to genome annotation and its use in the project to
annotate 1000 genomes. Nucleic Acids Research, v. 33, n. 17, p. 5691–5702, 2005.
PACE, N. R. A molecular view of microbial diversity and the biosphere. Science (New York, N.Y.),
v. 276, n. 5313, p. 734–740, 1997.
PATOWARY, K. et al. Development of an efficient bacterial consortium for the potential remediation
of hydrocarbons from contaminated sites. Frontiers in Microbiology, v. 7, n. JUL, p. 1–14, 2016.
PLANCKAERT, M. Oil reservoirs and oil production. Petroleum Microbiology, n. May 2017, p. 3–
19, 2005.
POUGHON, L.; DUSSAP, C. G.; GROS, J. B. Energy model and metabolic flux analysis for
autotrophic nitrifiers. Biotechnology and Bioengineering, v. 72, n. 4, p. 416–433, 2001.
92
bacterial consortium isolated from contaminated sites. Turkish Journal of Engineering and
Environmental Sciences, v. 38, n. 1, p. 41–50, 2014.
PRAVEEN, B.; BISHT, S. P. S.; PANIGRAHY, A. K. 16S rDNA sequencing of antibiotic producing
bacterial strain Lysinibacillus sp.(BP-3) from Nagavali river basin of Srikakulam. Indian Journal of
Pharmaceutical Education and Research, v. 46, n. 3, p. 217–221, 2012.
RIVAS, R. et al. A new species of Devosia that forms a unique nitrogen-fixing root-nodule symbiosis
with the aquatic legume Neptunia natans (L.f.) Druce. Applied and Environmental Microbiology,
v. 68, n. 11, p. 5217–5222, 2002.
SADEGHI HADDAD ZAVAREH, M. et al. Bioremediation of crude oil using bacterium from the
coastal sediments of Kish Island, Iran. Iranian Journal of Public Health, v. 45, n. 5, p. 670–679,
2016.
SATPUTE, S. K. et al. Methods for investigating biosurfactants and bioemulsifiers: a review. Critical
reviews in biotechnology, v. 30, n. 2, p. 127–144, 2010a.
SATPUTE, S. K. et al. Methods for investigating biosurfactants and bioemulsifiers: a review. Critical
reviews in biotechnology, v. 30, n. 2, p. 127–144, 2010b.
SHIBULAL, B. et al. Microbial enhanced heavy oil recovery by the aid of inhabitant spore-forming
bacteria: An insight review. The Scientific World Journal, v. 2014, 2014.
SILVA, T. R. et al. Diversity analyses of microbial communities in petroleum samples from Brazilian
oil fields. International Biodeterioration and Biodegradation, v. 81, p. 57–70, 2013.
TAO, K. et al. Biodegradation of crude oil by a defined co-culture of indigenous bacterial consortium
and exogenous Bacillus subtilis. Bioresource Technology, v. i, 2016.
THANIYAVARN, J. et al. Biosurfactant production by Pseudomonas aeruginosa A41 using palm oil
as carbon source. The Journal of general and applied microbiology, v. 52, n. 4, p. 215–222,
2006.
TOUSSAINT, A.; GHIGO, J.-M.; SALMOND, G. P. C. A new evaluation of our life-support system.
EMBO reports, v. 4, n. 9, p. 820–4, 2003.
TSUGE, K.; ANO, T.; SHODA, M. Isolation of a gene essential for biosynthesis of the lipopeptide
antibiotics plipastatin B1 and surfactin in Bacillus subtilis YB8. Archives of Microbiology, v. 165, n.
4, p. 243–251, 1996.
TSUGE, K.; MATSUI, K.; ITAYA, M. Production of the non-ribosomal peptide plipastatin in Bacillus
subtilis regulated by three relevant gene blocks assembled in a single movable DNA segment.
Journal of Biotechnology, v. 129, n. 4, p. 592–603, 2007.
VAN BEILEN, J. B. et al. DNA sequence determination and functional characterization. Mol.
Microbiol., v. 6, n. 21, p. 3121–3136, 1992.
VAN BEILEN, J. B. et al. Diversity of Alkane Hydroxylase Systems in the Environment. Oil & Gas
Science and Technology, v. 58, n. 4, p. 427–440, 2003.
VAN DIJK, E. L. et al. Ten years of next-generation sequencing technology. Trends in Genetics, p.
1–9, 2014.
VAN HAMME, J. D.; SINGH, A.; WARD, O. P. Recent Advances in Petroleum Microbiology Recent
Advances in Petroleum Microbiology. Microbiology and Molecular Biology Reviews, v. 67, n. 4, p.
503–549, 2003.
94
VELIOGLU, Z.; OZTURK UREK, R. Optimization of cultural conditions for biosurfactant production
by Pleurotus djamor in solid state fermentation. Journal of Bioscience and Bioengineering, v.
120, n. 5, p. 526–531, 2015.
WANG, W.; SHAO, Z. Diversity of flavin-binding monooxygenase genes (almA) in marine bacteria
capable of degradation long-chain alkanes. FEMS Microbiology Ecology, v. 80, n. 3, p. 523–533,
2012.
WINDELS, C. E. Economic and social impacts of fusarium head blight: changing farms and rural
communities in the northern great plains. Phytopathology, v. 90, n. 1, p. 17–21, 2000.
WU, Y. et al. Isolation of marine benzo[a]pyrene-degrading Ochrobactrum sp. BAP5 and proteins
characterization. Journal of Environmental Sciences, v. 21, n. 10, p. 1446–1451, 2009.
XIE, J. B. et al. Comparative Genomic Analysis of N2-Fixing and Non-N2-Fixing Paenibacillus spp.:
Organization, Evolution and Expression of the Nitrogen Fixation Genes. PLoS Genetics, v. 10, n. 3,
2014.
YANG, Y.; JIANG, X. T.; ZHANG, T. Evaluation of a hybrid approach using UBLAST and BLASTX
for metagenomic sequences annotation of specific functional genes. PLoS ONE, v. 9, n. 10, 2014.
YU, K.; ZHANG, T. Construction of Customized Sub-Databases from NCBI-nr Database for Rapid
Annotation of Huge Metagenomic Datasets Using a Combined BLAST and MEGAN Approach. PLoS
ONE, v. 8, n. 4, 2013.
95
9 ANEXOS
Meio LB:
Meio YPD:
0,2 g/L de MgSO4, 0,02 g/L de CaCl2, 1 g/L de KH2PO4, 1 g/L de K2HPO4, 1 g/L de
23,4 g/L de NaCl, 0,75 g/L de KCl, 7,0 g/L de MgSO4, 0,3 g/L de KH2PO4 e 0,7 g/L
de K2HPO4
Meio indefinido
60 % de glicerol
TAE 50 X
Volume: 1 litro
Tampão de lavagem 1
50 mM Tris–HCl pH 8.3
200 mMNaCl,
5 mM Na2EDTA
Tampão de lavagem 2
50 mM Tris–HCl pH 8.3
200 mMNaCl
97
5 mM Na2EDTA
Tampão de lavagem 3
10 mM Tris–HCl pH 8.3
0.1 mM Na2EDTA
2.5% SDS
TE
1.5 m NaCl
0.1 M Na2EDTA
4% SDS
98
Tabela suplementar 1. Dados gerais dos sequenciamento e análises de alinhamentos, montagens e
predições de ORFs.
99
Tabela 8. Genomas de referência baixados do NCBI e suas respectivas referências no NCBI
100
Anexo IV Fotografias de consórcios após 6 semanas de cultivo
Figura 1S. Consórcios obtidos a partir de amostras de água de produção preparados a 30 °C,
comparativamente ao controle (CTL), contendo meio mineral e petróleo. Melhor crescimento
observado para os consorcios A1 e A2 em meio mineral BH, comparativamente ao controle negativo
contendo apenas meio mineral e petróleo (CTL).
101
Figura 2S. Consórcios obtidos a partir de amostras de água de produção preparados a 37 °C,
comparativamente ao controle (CTL), contendo meio mineral e petróleo. Não foram observados
crescimento satistatóio para esses consorcios.
102
Figura 3S. Consórcios obtidos a partir de amostras de rocha preparados a 37 °C, comparativamente
ao controle (CTL), contendo meio mineral e petróleo. Melhor crescimento observado para os
consorcios R1, R2 e R3 em meio mineral BH, comparativamente ao controle negativo contendo
apenas meio mineral e petróleo (CTL).
103