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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE BIOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE OCEANOGRAFIA E LIMNOLOGIA
ENGENHARIA DE AQUICULTURA

LUCIANO HISTER PONTES FILHO

AS EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DE TILÁPIAS NAS FASES DE


DESENVOLVIMENTO

Natal,
Fevereiro/ 2022
LUCIANO HISTER PONTES FILHO

AS EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DE TILÁPIAS NAS FASES DE


DESENVOLVIMENTO

Monografia Apresentada à
Coordenação do Curso de
Engenharia de Aquicultura da
Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, como
Requisito Parcial à Obtenção
do Título de Bacharel em
Engenharia de Aquicultura.

Orientador: Profº. Drº Wallace Silva do Nascimento

Natal
Fevereiro/ 2022
Natal
Fevereiro/ 2022
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE BIOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE OCEANOGRAFIA E LIMNOLOGIA
ENGENHARIA DE AQUICULTURA

Esta monografia, apresentada pelo aluno Luciano Hister Pontes Filho ao Curso de
Bacharelado em Engenharia de Aquicultura do Centro de Biociências, da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, foi julgada adequada e aprovada, pelos
Membros da Banca Examinadora, na sua redação final, para a conclusão do Curso e
à obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Aquicultura.

MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. WALLACE SILVA DO NASCIMENTO


ORIENTADOR

Prof. Dr. DEUSIMAR FREIRE BRASIL


MEMBRO DA BANCA

Prof. Esp.JOSÉ HOLMES DO RÊGO BARROS


MEMBRO DA BANCA

Natal/RN

2022
AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais Josineide Bezerra Hister Pontes e Luciano Hister Pontes
(in memorian) com todo meu amor e gratidão, por todo alicerce que me deram ao longo
da minha vida, desejo ter sido merecedor do esforço e dedicação dado por vocês durante
minha trajetória acadêmica e humana.
À Andressa Jully Bento de Medeiros, por todo companheirismo, compreensão e
colaboração, muito obrigado por ter estado ao meu lado nessa fase importante da
minha vida.
Ao meu orientador Prof. Dr. Wallace Silva Do Nascimento pelo suporte e amparo
ao longo do curso e por ter me conduzido a realização deste trabalho, de forma
admirável e exemplar.
Ao meu co-orientador Prof. Dr. Deusimar Freire Brasil por ter me auxiliado muito
nos estágios e pesquisas, além de ter sido um grande incentivador para área da
aquicultura e ensinado o verdadeiro significado do cooperativismo.
Da mesma forma, agradeço ao Prof. M.Sc Emerson Eduardo Silva de Moura, por
servir como referência e ter contribuído para eu seguir na área da aquicultura, desde
quando foi meu professor no curso técnico em aquicultura, EAJ/UFRN, em 2014, e
novamente neste curso de bacharelado em engenharia de aquicultura.
Ao Prof. Esp. José Holmes Do Rêgo Barros por ter se disponibilizado a contribuir
ao presente estudo e ao qual manifesto meu agradecimento.
Não posso deixar de agradecer ao Prof. M.Sc Alexandre Magno Cavalcanti da
Rocha (in memorian) por seus ensinamentos e por alegrar o Departamento de
Oceanografia e Limnologia, onde sempre será lembrado pelas histórias, alegrias e
risada contagiante.
Aos meus colegas acadêmicos que de alguma forma me auxiliaram ao longo do
curso.
SUMÁRIO

PÁGINA

RELAÇÃO DE TABELAS.....................................................................................6
RELAÇÃO DE FIGURAS.....................................................................................7
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................10
1.1. AQUICULTURA.....................................................................................10
1.2. PISCICULTURA.....................................................................................11
2. OBJETIVOS..................................................................................................11
2.1 OBJETIVO GERAL..................................................................................11
2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO.........................................................................12
3. METODOLOGIA.............................................................................................13
4. REVISÃO DE LITERATURA...........................................................................13
4.1. ALIMENTAÇÃO DA TILÁPIA....................................................................14
4.1.1 EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DA TILÁPIA..................................14
4.1.2 FASES DE DESENVOLVIMENTO NUTRICIONAL DA TILÁPIA..18
5. CONCLUSÃO ............................. ...................................................................22
6. REFERÊNCIAS ............................................................................................ 23
RELAÇÃO DE TABELAS
PÁGINA

Tabela 1 – Necessidade do percentual de proteína bruta para o cultivo......................15


Tabela 2 - Estimativa das exigências de proteína e aminoácidos para Tilápias...........16

7
RELAÇÃO DE FIGURAS

PÁGINA

Figura1 – Biometria dos alevinos de Tilápia do Nilo................................19


Figura 2 - Fase Juvenil..............................................................................20
Figura 3 - Fase Final..................................................................................21

8
RESUMO

O objetivo deste trabalho foi analisar as exigências nutricionais da Tilápia do Nilo


(Oreochromis niloticus). As tilápias necessitam de diversos nutrientes para adequado
crescimento, reprodução e saúde, tais como: aminoácidos essenciais para a formação
e regeneração de grande parte dos tecidos e proteínas especificas dos peixes; energia
para manutenção do metabolismo básico e adequado crescimento; ácidos graxos
essenciais que são componentes das membranas celulares e fonte de energia; minerais
os quais são importantes para a formação de ossos e dentes; vitaminas, de forma geral,
que atuam como componentes ou ativadores enzimáticos em diferentes processos
metabólicos. As exigências desses nutrientes são dependentes de diversos fatores
como: fase de desenvolvimento do peixe, espécie, temperatura da água, entre outros.
Todavia, uma nutrição equilibrada pode ajudar o peixe a demonstrar todo seu potencial
genético no desempenho produtivo e melhor resistência a doenças. Assim, a
metodologia utilizada para a realização deste trabalho é baseada numa revisão de
literatura.

Palavras-chave: nutrição, exigências, Tilápia do Nilo.

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Abstrac

The objective of this work was analyzed as requirements of Nile Tilapia

(Oreochromis niloticus). Tilapia form different nutrients for growth, reproduction and

health: essential amino acids for formation such as proteins in most tissues and fish;

energy for maintenance of basic metabolism and growth; cellular fats that are essential

membrane components and energy source; which are important for the formation of

bones and teeth; form, which act as enzymatic components in different changes of

general processes. The requirements of these nutrients are dependent on several factors

such as: fish development stage, species, water temperature, among others. However,

a balanced nutrition can help to demonstrate its full genetic potential in productive

performance and better resistance to diseases. Thus, a methodology used to carry out

this work is based on a literature review.

Keywords: nutrition, requirements, Nile Tilapia.

10
1. INTRODUÇÃO

As exigências nutricionais dos peixes são estabelecidas, em sua maioria, sob


condições laboratoriais, o que pode ser responsável por parte das diferenças intra e
interespecíficas, às vezes conflitantes, apresentadas na literatura. Entretanto, sabe-se
que as reais exigências nutricionais estão diretamente relacionadas aos seguintes
fatores: espécie, fase de desenvolvimento, sexo e estádio de maturação sexual, sistema
e regime de produção, temperatura da água, frequência de arraçoamento e qualidade
da dieta (PEZZATO et al., 2004).

A tilápia-do-Nilo apresenta o hábito alimentar planctófago e se alimenta de


detritos do fundo, mas aceita bem ração comercial (YANCEY & MENEZES, 1983). Sabe-
se que a ração como insumo pode vir a inviabilizar a implantação da tilapicultura em
algumas comunidades, no entanto, a tilápia pode se servir de vários organismos,
mudando seu hábito, caso não tenha alimento suficiente no meio. Um desafio
significativo na aquicultura é manter os peixes em condições de ótima saúde, o que, no
sentido mais amplo, significa estar livre de qualquer tipo de doença.

Uma condição saudável é mais propícia para um rápido crescimento e alta


sobrevivência dos peixes até o tamanho comercial. A tilápia-do-Nilo, Oreochromis
niloticus, é uma espécie economicamente importante em diversos países,
principalmente aqueles de clima tropical e subtropical, e a produção global da espécie
vem crescendo a cada ano no Brasil em vários sistemas de produção, principalmente
em viveiros e tanques-rede.

1.1 Aquicultura
Estuda e desenvolve técnicas de reprodução e cultivo de organismos
aquáticos, como peixes, moluscos, algas e crustáceos. Um dos principais objetivos
da aquicultura é o cultivo de organizamos aquáticos e procura garantir produtos para
o consumo. A aquicultura é uma atividade econômica que apresenta um elevado
potencial para o suprimento da demanda por proteína animal no Brasil e no mundo,
pois comparada com a produção de outras atividades, apresenta uma taxa de
produção maior considerando-se o mesmo espaço utilizado (KUBITZA, 2015).

Além disso, a atividade aquícola, realizada de maneira técnica e responsável,


pode ser considerada também uma atividade ecologicamente sustentável, uma vez

11
que a qualidade dos recursos naturais, como água e solo, são fatores limitantes para
o sucesso da produção (VALENTI, 2002). A aquicultura é dividida de acordo com o
organismo cultivado e, no Brasil, os ramos da aquicultura que mais se destacam são
a piscicultura e a carcinicultura.Tornou-se também cada vez mais evidente que, sob a
condições da aquicultura, a nutrição adequada desempenha um papel crítico na
manutenção do crescimento normal e da saúde dos organismos aquáticos.

1.1.1 Piscicultura

É considerada um ramo da aquicultura e é ligado diretamente à criação de


peixes, tendo uma especificação mais restrita da técnica de criar e multiplicar os peixes,
através da cultura do cultivo de peixes. Em 2020, o Brasil foi o décimo terceiro maior
produtor mundial de peixes. Quando se trata de peixes produzidos em água doce, o
País sobe para a oitava colocação no ranking, especialmente por conta da produção
na região Amazônica. A piscicultura brasileira responde, por exemplo, pela quarta maior
produção global de tilápia, espécie que representa 60% dos peixes produzidos
nacionalmente.

A piscicultura tem origem na China e começou a ser praticada há mais de 6 mil


anos, no Brasil, surgindo no século XVIII, devido os holandeses implementarem viveiros
de peixe no Nordeste. As pesquisas científicas ictiologicas ganharam notoriedade a
partir dos anos 1930. Somente em 1970 foram realizados maiores investimentos para
utilizar espécies autóctones na piscicultura, destacando-se o tambaqui, o pacu e os
piaus.

Segundo a Associação Brasileira da Piscicultura, o Brasil atingiu em 2020, a


marca de 802.930 toneladas, com receita de cerca de R$ 8 bilhões. Em relação a
empregos, a piscicultura gera cerca de 1 milhão de empregos diretos e indiretos,
mostrando assim, que a Psicultura tem constribuído social e economicamente,
ademais, o Brasil é o quarto maior produtor mundial de tilápia, espécie que representa
cerca de 60% da produção brasileira. Os demais peixes, dentre eles, os nativos,
liderados pelo tambaqui, participam com 35% e outras espécies com 5%.

12
2. Objetivos

2.1 Objetivo Geral

Apresentar as exigências nutricionais da Tilápia do Nilo, suas fases de


desenvolvimento e como estão os estudos atuais nessas perspectivas.

2.2 Objetivos Específicos

2.2.1 Apresentar as exigências nutricionais da Tilápia do Nilo;

2.2.2 Identificar suas fases de desenvolvimento com base nos


estudos atuais;

2.2.3 Fortalecer estudos sobre as exigências nutricionais

13
3. Metodologia

A presente pesquisa objetiva metodologicamente contribuir para a evolução do


conhecimento humano,voltado a nutricão e fases desse processo na criação das
Tilápias do Nilo, sua realização foi objeto de investigação planejada, desenvolvida e
redigida conforme normas metodológicas consagradas pela ciência. Têm como
finalidade apresentar respostas para questões mediante o estudo das exigências
nutricionais na criação das Tilápias do Nilo. Teve como proposta o desenvolvimento de
uma Pesquisa Bibliográfica, pois foi construída a partir de material escrito e gravado já
publicados, constituído principalmente de revistas, artigos, material de áudio e vídeo,
relatórios e anais de simpósios, congressos, e artigos de periódicos, que estão
disponibilizados na Internet.

4. Revisão de Literatura

4.1. Alimentação da Tilápia

A Tillápia é considerada a espécie de melhor desenvolvimento nos dias atuais.


Seu rápido crescimento se dá devido a sua precocidade e graças ao melhoramento
genético, que vem cada vez mais aumentando o rendimento de carcaça. Ainda,
apresenta um custo baixo de produção e uma rentabilidade elevada, ideal para o abate
em frigorífico, uma vez que apresenta qualidade inigualável de sabor e seu filé sem
espinhos, que são características marcantes. É a espécie que mais cresce em termo de
cultivo no Brasil e no mundo.
Faz-se necessário estudos que direcionem à alimentação desta espécie, é de
suma importância estudos que definam e divulguem resultados de aspectos
relacionados às exigências nutricionais dessa espécie.
No Brasil, os primeiros registros de estudos relacionados aos aspectos
nutricionais dos peixes, datam do ano de 1981. Segundo CASTAGNOLLI (2005), os
cultivos iniciais de peixes utilizavam como alimento as sobras de culturas agrícolas e a
“ideia” de utilizar rações surge da possibilidade de adaptar as rações utilizadas na
alimentação de aves e suínos. O cultivo de tilápia começou no Quênia, em 1924, e
seguiu no Congo, em 1937. As primeiras informações sobre as tilápias como espécies
14
promissoras para aqüicultura ocidental surgiram no início da década de 1950, com
citações sobre a tilapicultura como um dos melhores negócios para a piscicultura e uma
nova fonte para obtenção de proteínas (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO
ABASTECIMENTO, 2000)
As exigências nutricionais dos peixes são estabelecidas, em sua maioria, sob
condições laboratoriais, o que pode ser responsável por parte das diferenças intra e
interespecíficas, às vezes conflitantes, apresentadas na literatura. Entretanto, sabe-se
que as reais exigências nutricionais estão diretamente relacionadas aos seguintes
fatores: espécie, fase de desenvolvimento, sexo e estádio de maturação sexual, sistema
e regime de produção, temperatura da água, freqüência de arraçoamento e qualidade
da dieta (PEZZATO et al., 2004).
A produção da Tilápia no Brasil vem alavancando por causa do Clima favorável,
rusticidade da espécie aceitando diferentes sistemas de produção; alta demanda; além
do bom resultado em cultivos intensivos, são fatores que contribuíram para o
crescimento dessa produção no Brasil, todavia e atrelado a esse crescimento
precisamos analisar como ocorre o processo alimentar e seus avanços.

4.1.2. Exigências Nutricionais da Tilápia

De acordo com Kubitza (1999), as tilápias necessitam de diversos nutrientes para


adequado crescimento, reprodução e saúde, tais como: aminoácidos essenciais para a
formação e regeneração de grande parte dos tecidos e proteínas especificas dos peixes;
energia para manutenção do metabolismo básico e adequado crescimento; ácidos
graxos essenciais que são componentes das membranas celulares e fonte de energia;
minerais os quais são importantes para a formação de ossos e dentes; vitaminas, de
forma geral, que atuam como componentes ou ativadores enzimáticos em diferentes
processos metabólicos.
As tilápias carecem de inúmeros nutrientes para crescerem adequadamente,
serem eficiente na reprodução e, contudo, terem boa saúde para manter uma
uniformidade no cultivo. Dentre os nutrientes necessários para tal, aminoácidos
essenciais servem para a regeneração e formação de grande parte dos tecidos e
proteínas especiais dos peixes; a energia é imprescindível para manutenção do
metabolismo básico; os ácidos graxos essenciais são fonte de energia, além de serem
componentes das membranas celulares; os minerais são primordiais para formação
15
óssea do peixe; por último, as vitaminas em caráter geral, agem como chaves
enzimáticas para diversos sistemas metabólicos.
Segundo Furuya (2000) as proteínas e os aminoácidos nas rações para a tilápia
exigem elevado nível de proteína, o que aumenta a participação das fontes protéicas,
responsáveis pela maior parte do custo total da ração (FURUYA et al., 2000). E
parafraseando Fernandes, a exigência em proteína na dieta de peixes pode ser
influenciada por diversos fatores, tais como: tamanho do peixe, função fisiológicas,
hábito alimentar, qualidade da proteína (FERNADES et al., 2001). Nesse sentido,
evidenciamos a necessidade de ofertar rações com uma concentração adequada de
proteínas e aminoácidos combinado fontes de proteína e aminoácido que
proporcionassem perfeito balanço de aminoácidos com porcentagem mínima de
proteína. Para isso, é importante conhecer a exigência de cada espécie e a fase de vida
a ser alimentada.
As Tilápias do Nilo em comparação com outros animais exigem uma quantidade
regressa de proteína dietética. As exigências atuais verificadas nas vivências e
percepções dos manejos, apresentam uma variação de 45 à 30% de proteína bruta (PB),
apresentadas na Tabela 1, em função da fase de desenvolvimento, do ambiente e da
espécie, enquanto rações de frangos e suínos, por exemplo, contêm de 18 a 23% ou de
14 a 16% PB, respectivamente. Peixes são capazes de utilizar a proteína como fonte de
energia, uma vez que a excreção dos produtos da digestão e metabolização dos
aminoácidos (amônio ou amônia) é feita passivamente nas brânquias, com reduzido
custo energético (CYRINO et al., 2002).
Tabela 1.
Necessidade do percentual de proteína bruta para o cultivo

Fonte: Adaptado de Brasil

16
De acordo com Cyrino et al., (2002), as exigências em aminoácidos essenciais das
Tilápias do Nilo; arginina, histidina, isoleucina, leucina, metionina, fenilanina, treonina,
triptofano e valina, são similares a dos demais animais, com base na porcentagem de
proteína bruta. A deficiência desses aminoácidos essenciais na dieta provoca redução
na eficiência da utilização de proteína, retarda o crescimento, diminuem o ganho de peso
e a eficiência alimentar e pode reduzir a resistência a doenças pelo comprometimento
dos mecanismos de resposta imunológica.
Segundo as Tabelas Brasileiras para Nutrição de Tilápias, os valores de
exigências de proteína bruta, proteína digestível e principais aminoácidos, estão
descritos na Tabela 2, contruída pela Nutri.time.
Tabela 2.
Estimativa das exigências de proteína e aminoácidos para Tilápias

Fonte: Nutri.time
Outra exigência a ser considerada essencial no processo nutricional das Tilápias
Nilo é a energia, mesmo não sendo um nutriente, todavia resulta da oxidação dos
nutrientes durante o metabolismo, podendo ser liberada na forma de calor ou
armazenada para uso posterior nos processos metabólicos do organismo deste animal.
A necessidade de energia dos peixes é menor do que em outros animais
homeotérmicos, porque os peixes precisam manter a temperatura corporal, não
necessitam de muita energia para locomoção e requerem menos energia para excretar
o nitrogênio. Cerda de 90% do nitrogênio são eliminados na forma de amônia, enquanto
que nos animais homeotérmicos a excreção e feita sob a forma de ácido úrico e ureia
(FERNANDES et al., 2001).
As Tilápias aproveitam muito bem os carboidratos e as gorduras como fonte de
energia. Isto permite poupar a proteína das rações para uso predominante no
17
crescimento. Conhecer a energia digestível dos alimentos é fundamental na formulação
de rações suplementares e completas. O balanço entre a energia digestível e a proteína
nas rações é fundamental para maximizar a eficiência alimentar e o crescimento dos
peixes afirma (KUBITZA, 2011).
Segundo Kubitza (1999), tilápias apresentam apenas exigência em ácidos graxos
da família linoleico – 18:2), sendo 1% o suficiente para alevinos de Tilápia do Nilo.
Segundo NRC (1993) a exigência é de 0,5%.
As tilápias absorvem minerais e vitaminas, absorvem minerais, como o cálcio,
diretamente da água, quando criadas naturalmente em viveiros, elas precisam de
alimentos naturais, para assim absorverem a inserção de fitoplâncton e zooplâncton.
Porém, com a intensificação do cultivo, principalmente em “raceway” e tanques-rede, há
necessidade de enriquecimento vitamínico e mineral nas rações. As vitaminas e os
minerais desempenham papel importante na formação dos tecidos ósseos e
sanguíneos, no crescimento muscular e em diversos processos metabólicos e
fisiológicos essenciais para o adequado crescimento, saúde e reprodução dos animais
(KUBITZA, 2011).
Todavia, as exigências da maioria dos minerais são satisfeitas através dos
minerais presentes nos alimentos naturais e rações balanceadas. Os alimentos de
origem animal como farinha de carne e ossos, são boas fontes de minerais, já as rações
formuladas com farelo vegetal é necessário adicionar minerais como cálcio e fósforo.
A exigência de vitaminas das tilápias pode ser suprida nos alimentos naturais e
rações balanceadas. Em sistema de cultivo é necessário que as exigências sejam
supridas devido o acesso de alimento natural ser limitado. Este tipo de ração além de
apresentar maior digestibilidade e aproveitamento pelos peixes, facilita a observação do
consumo, permitindo minimizar as perdas de ração e ajuste na taxa de alimentação.
Faz se necessário evidenciar que existe hoje algumas estratégias de alimentação
na cria, recria e engorda de tilápias, em viveiros de terra com plâncton e ou em rações
comerciais para peixes que estão disponíveis em grande variedade de apresentações
(em pó, peletizada, extrusada), formulações, níveis de proteína bruta (PB) e tamanho do
grânulo. Os tipos de ração devem utilizados de acordo com o sistema e a fase de criação
dos peixes.
Na criação em viveiros, a quantidade de ração que deve ser oferecida,
diariamente, é ajustada de acordo com um percentual sobre o peso vivo (%PV) dos
peixes, que varia de 6 a 1%. A frequência alimentar (número de refeições por dia) varia
18
de 3 a 1 refeições diárias. A temperatura da água exerce forte influência sobre o
metabolismo dos peixes, afetando diretamente o seu apetite e o consumo de alimentos.

4.1.3. Fases de desenvolvimento Nutricional da Tilápia do Nilo

As fases de desenvolvimento Nutricional da Tilápia do Nilo, dar-se-á pelas


seguintes aqui apresentadas: Inicial 45PB – (Berçário), Juvenil 36PB – 2mm (Recria),
Tilápia Crescimento 32PB – 4mm e 7mm (Crescimento/Engorda) e a Tilápia Terminação
30PB – 8mm (Terminação).
Na Fase Inicial, refere-se à produção dos alevinos, que são os filhotes dos peixes,
os quais, quando atingem o tamanho e o peso ideal, nessa etapa é realizada em
criatórios especializados que são responsáveis, exclusivamente, pela produção dos
alevinos de forma eficiente. Utilizam-se matrizes selecionadas e de alto potencial
genético e reprodutivo. Os alevinos devem ser comercializados quando atingirem o peso
ideal e depois de passarem por um treinamento alimentar que os deixará aptos a se
alimentarem com ração farelada ou balanceada. Isso facilitará o início da recria e a
condução da engorda, proporcionando a obtenção de um elevado potencial de
desenvolvimento dos peixes.
A alevinagem é uma etapa crítica, principalmente no que diz respeito à
alimentação. Nesse momento da vida, por conta do tamanho reduzido, poucas são as
opções de organismos e rações que os peixes conseguem comer.
Também chamada de berçário geralmente são estocados alevinos pós-reversão
entre 0,3 e 1,0g. A alimentação deve ser feita com ração farelada com 40%PB. Quando
os peixes atingem cerca de 5g de peso médio (10 a 20 dias mais ou menos, dependendo
do tamanho inicial e da temperatura da água), deve ser feita uma classificação para
descarte dos peixes do fundo do lote. Os peixes com peso entre 3 e 8g (média de 5g)
vão para a Fase 1b do berçário.
Assim, a alevinagem seria a reprodução natural ou artificial (incubação
laboratorial) para dar origem as larvas, pós larvas e alevinos. Todavia, quando se realiza
a masculinização das pós larvas geneticamente fêmeas. Orienta-se que os alevinos
devem ser alimentados de quatro a cinco vezes ao dia no primeiro mês. Como eles têm
dificuldade de atravessar todo o viveiro para buscar ração, espalhe-a da melhor forma
possível, em todas as laterais e no centro da unidade de cultivo, para garantir o
fornecimento adequado.
19
Figura 1 – Biometria dos alevinos de Tilápia do Nilo

Fonte: Mfrual
Na primeira semana da Fase 1b ainda deve ser fornecida a ração em pó 40%PB,
porém deve ser iniciado a oferta de peletes de 2mm de 35-36%PB. Como os peixes
maiores e vorazes geralmente são os que se alimentam primeiro, procure fornecer
primeiro os peletes de 2mm na quantidade que os peixes forem capazes de consumir
(visualizar a sobra de ração nos anéis de alimentação). Em seguida, deve ser ofertada
a ração farelada, para que os menores peixes do lote ainda possam se alimentar
adequadamente e também crescer.
Após esta primeira semana, a alimentação deve seguir exclusivamente com
peletes de 2mm. No final desta fase (peixes próximos a 30g) é possível iniciar o
fornecimento de peletes de 3-4mm com 32%PB. Durante as fases de berçário, o
produtor deve procurar alimentar os peixes próximo da saciedade em cada refeição, no
entanto, sem que haja muito desperdício (sobras) de ração. Nessa fase, chamada de
Berçário os alevinos masculinizados são transformados em juvenis, pronto para
avançarem para a fase de engorda.
Na Fase 2 - recria os peixes passam a ser alimentados com ração contendo 32%
de proteína e peletes de 3-4mm, em quantidades entre 5 e 3% do peso vivo/dia, dividida
em 3 ou 2 refeições. A quantidade de ração fornecida deve ser reajustada de acordo
com a resposta alimentar. Quando se deseja que os reprodutores ganhem peso, a taxa

20
de alimentação diária deve ficar entre 0,8 e 1% da biomassa total estocada (machos e
fêmeas). Uma única refeição diária deve ser oferecida, para que todos os peixes tenham
oportunidade de se alimentar.
Chame-se de Engorda a etapa de crescimento vigoroso a partir dos juvenis
preparados para se desenvolverem e depositarem o máximo de filé. Portanto, essa
etapa é caracterizada pela necessidade de maiores quantidades de alimento. Ou seja,
há uma maior necessidade de se adequar o trato por meio do fornecimento diário de
alimentos e um monitoramento regular da produção.

Figura 2 – Tilápia do Nilo na Fase Juvenil

Fonte: Peixe com salada

Na Fase 3 – Despesca: Etapa da colheita final do trabalho de cultivo, é a


terminação dos peixes, onde os mesmos são alimentados com peletes de 3-4mm
contendo 32% de proteína, em quantidade entre 3 e 2% do peso vivo ao dia. Não é
necessário mais do que duas refeições ao dia. O tamanho dos peletes deve ser
aumentado de acordo com o tamanho dos peixes. Quando os peixes atingem cerca de
300 a 400g, podem ser usados peletes de 5-6m, mantendo assim até um peso de 600g.
Para tilápias acima de 800g podem ser fornecidos peletes de 8mm. Orienta-se a regra
dos 15 minutos para ajuste da oferta de ração. Quando os peixes atingem cerca de 300
a 400g muitos produtores optam pelo uso de ração com 28% de proteína, acreditando
que com isso haverá uma redução no custo de produção. Geralmente a diferença de
preço entre uma ração com 28%PB e outra com 32%PB não é muito grande (cerca de
21
10%) e não compensa a redução no ganho de peso, o aumento na conversão alimentar
e o maior tempo necessário para terminação da tilápia. Além disso, rações com baixa
proteína geralmente promovem maior deposição de gordura visceral.

Figura 3 – Fase Final da Tilápia

Fonte: SENAR

22
5. Conclusão

Dessa forma, vale ressaltar a necessidade da continuidade de estudos e


pesquisas mais avançados voltado a nutrição e exigências da espécie Tilápia do Nilo.
Ela, mesmo sendo uma espécie onívora, pode se alimentar de peixes marinhos
triturados in natura, conclui-se. Embora possa ser encontrada uma quantidade de
estudos relacionados com nutrição e alimentação dos peixes, muitos estudos ainda são
necessários para determinar as exigências nutricionais para peixes Tilápia do Nilo
criados em sistemas, principalmente intensivos.
Assim, as etapas de criação dos peixes são bem definidas e cada uma delas
apresenta suas características que devem ser respeitadas, de forma a se conseguir um
desenvolvimento saudável e um crescimento otimizado, o tempo de produção precisa
ser considerado, além de se tomar um cuidado especial com a dieta, para que todos os
nutrientes necessários façam parte da dieta dos mesmos. Os trabalhos realizados sobre
Nutrição e exigências nutricionais na criação de Tilápias do Nilo necessitam difundir
ainda mais pesquisas de mais tempo para que possam gerar resultados mais confiáveis
e viáveis para uso comercial. Indubitavelmente, no cultivo de Tilápia, todo dia é dia de
aprendizado e revisão de conceitos e procedimentos.

23
6. Referências

ALEVINOS NA FASE JUVENIL. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=1JnmWm9VdQM. Acessado em: 10 de fevereiro de
2022.

CASTAGNOLLI, N. Nutrição de peixes e o desenvolvimento da aquicultura. In:


Palestra I simpósio de nutrição e saúde de peixes, 2005, Botucatu. Anais. Botucatu:
Aquanutri, 2005

CYRINO, J. E. P. et al. A nutrição de peixes e o ambiente. In: I Simpósio de nutrição


e saúde de peixes, 2005, Botucatu. Anais. Botucatu: AQUANUTRI, 2005.

FERNANDES, T. R. C. et al. Características de carcaça e parâmetros de


desempenho do tambaqui (Colossoma macropomum, CUVIER, 1818) em
diferentes tempos de cultivo e alimentados com rações comerciais. Boletim
Instituto de Pesca, v. 36, n. 1, p. 45-52, 2010.

FISH, Nutrition. All rights reserved.Third Edition 671 Copyright 2002, Elsevier Science
(USA).

FURUYA, W. M. Redução do impacto ambiental por meio da ração. In: III Seminário
de aquicultura, maricultura e pesca, 2007, Belo Horizonte. Anais. Belo Horizonte: FAZU,
2007. p. 121-139.

______. Tabelas brasileiras para nutrição de tilápias. Toledo: GFM, 2010.

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