Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
JABOTICABAL – SP
AGOSTO – 2009
2
CDU 639.3.03
AGRADECIMENTOS
Aos amigos Julian David Alvarado Castillo, Frederico Gradela, Cláudio Sakamoto,
Rafael Paranhos Sadã, Luis Fernando Minero e Márcio Menudo pela grande amizade e
companheirismo;
A todos os meus familiares em especial aos meus tios Paulo, Edevar, Cleide e Lurdes
pela força e apoio;
À Fiona que sempre me alegrou e mostrou que não precisa de muitas coisas para ser
feliz;
Aos professores membros das bancas de qualificação e defesa pelas valiosas sugestões e
colaborações;
SUMÁRIO
Página
CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS
1.1 Aquicultura..................................................................................................................1
1.2 Tilápia..........................................................................................................................1
1.3 Selênio.........................................................................................................................2
1.4 Objetivos Gerais........................................................................................................10
1.5 Objetivos Específicos................................................................................................11
2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................12
RESUMO.........................................................................................................................18
ABSTRACT....................................................................................................................19
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................20
2. MATERIAL E MÉTODOS.........................................................................................22
2.1 Local..........................................................................................................................22
2.2 Animais e Instalações................................................................................................22
2.3 Delineamento Experimental......................................................................................22
2.4 Variáveis Físico-Químicas da água...........................................................................22
2.5 Dietas Experimentais.................................................................................................23
2.6 Desempenho Reprodutivo.........................................................................................24
2.7 Coleta dos Ovos.........................................................................................................24
2.8 Avaliação Espermática..............................................................................................25
2.9 Análises Estatísticas..................................................................................................26
3. RESULTADOS...........................................................................................................27
3.1 Variáveis Físico-Químicas da água...........................................................................27
3.2 Desempenho Reprodutivo.........................................................................................27
3.3 Diâmetro do Ovo.......................................................................................................27
3.4 Avaliação Espermática..............................................................................................28
4. DISCUSSÃO...............................................................................................................29
4.1 Parâmetros Físico-Químicos da água........................................................................29
4.2 Desempenho Reprodutivo.........................................................................................29
4.3 Diâmetro do Ovo.......................................................................................................31
4.4 Avaliação Espermática..............................................................................................32
5. CONCLUSÕES...........................................................................................................35
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................36
RESUMO.........................................................................................................................41
ABSTRACT....................................................................................................................43
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................44
2. MATERIAL E MÉTODOS.........................................................................................46
2.1 Local..........................................................................................................................46
iv
SUMÁRIO DE FIGURAS
Capítulo 2:
Figura 1: Ovo de tilápia-do-nilo com setas mostrando como foram feitas as medidas de
diâmetro maior (DM) e diâmetro menor (dm) em mm...................................................24
Capítulo 3:
SUMÁRIO DE TABELAS
Capítulo 2:
Tabela 3: Diâmetro maior (DM) e diâmetro menor (dm) dos ovos de matrizes de tilápia-
do-nilo alimentadas com dietas suplementadas com diferentes níveis de selênio
orgânico...........................................................................................................................27
Capítulo 3:
CAPÍTULO 1
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
1.1. AQUICULTURA
de 2006 foi de 66,7 milhões de toneladas, devendo alcançar 120 milhões de toneladas
em 2010. Em 2006, no Brasil a produção aquícola foi de 271 mil toneladas (FAO,
2006). O Brasil se insere no contexto internacional como um dos países com grande
climáticas.
importante que gera ganhos significativos para a economia regional e nacional sendo
1.2. TILÁPIA
A tilápia é uma espécie versátil para a piscicultura, pois, adapta-se tanto ao cultivo
tanques-rede, com rações completas e alta tecnologia de produção. Este último sistema
reservatórios de água. A tilápia ainda destaca-se como uma das mais importantes
1.3. SELÊNIO
al., 1997).
destacam ainda mais. Entre os minerais importantes na dieta estão o cromo, cobalto,
3
manganês, selênio, zinco, iodo, arsênio e níquel. Dentre estes alguns são considerados
diferentes estados de oxidação: selenato (Se+6), selenito (Se+4), selênio elementar (Se0) e
essencial.
utilizados como ingredientes de rações para peixes são fontes de selênio, mas somente
suplementação com selênio, uma vez que a concentração é variada, estando diretamente
inorgânico são o selenato de sódio e o selenito de sódio. A maioria das plantas e animais
que alimentam e servem de alimento são fontes naturais de selênio orgânico, outras
4
fontes têm sido encontradas, como as leveduras cultivadas em meios ricos em selênio,
captação de selênio dominante, uma vez que os peixes e outros animais ocupam níveis
hormônios tireoideanos, pois faz parte das selonoenzimas iodotironina deiodinases (I, II
e III) que convertem o T4 em T3. Essa conversão ocorre, em sua maior parte, em
tecidos periféricos, incluindo o fígado e os rins (Barry & Larsen, 1992; Foster et al.,
2000).
1993).
5
degeneração pancreática e falha reprodutiva (Foster & Sumar, 1995). Segundo Reilly
al., 1998).
enzima antioxidante que contém selênio em sua composição e remove radicais peroxil
Esta ação oxidante ocorre quando a glutationa peroxidase atua sobre os hidroperóxidos
de microtúbulos. De fato, sabe-se que o selênio tem papel importante na estrutura dos
espermatozóides.
Sabe-se que entre os fatores que afetam a qualidade do ovo, está à fecundidade, o
água nos quais os ovos são incubados (Brooks et al., 1997). Já o desempenho das
progênies, a dieta dos reprodutores parece ser um dos fatores mais importantes no bom
peixes com selênio no tamanho dos ovos e principalmente no desempenho das larvas. A
quanto sua toxicidade, mas, é igualmente significante. Este autor ainda relata que uma
elevadas que podem resultar em efeitos tóxicos (Hamilton, 2004). Assim, o selênio pode
et al., 2007).
atlântico (Salmo salar) preveniu a distrofia muscular (Poston et al., 1976) e em truta
arco-íris (Salmo gairdneri) a diátese exsudativa (Bell et al., 1985), que é caracterizada
7
com dieta deficiente em selênio, ocorreu mortalidade que poderia ser prevenida pela
administração de uma dieta contendo 0,1 mg Se/kg e 500 UI de vitamina E/kg (Poston
et al., 1976). Na mesma espécie (S. salar) alimentada com uma dieta deficiente em
redução do tônus muscular e mortalidade, sendo que o melhor crescimento foi com um
degeneração e inflamação dos túbulos renais (Hicks et al., 1984). A exigência de selênio
(Hilton et al., 1980); para o bagre do canal (Ictalurus puctatus) em 0,25 mg de selenito
de sódio/kg (Gatlin & Wilson, 1984); para salmão do atlântico (Salmo salar) em 0,15
Pogonichthys macrolepidotus o ganho de peso foi maior com dietas contendo 26,0 e
57,6 µg Se/kg e menor com 0,4 e 12,6 µg Se/kg (Deng et al., 2007).
bioviabilidade do que o selênio inorgânico (selenito de sódio). Isto foi observado para o
salmão do atlântico por Lorentzen et al., (1994) e para o bagre do canal por Wang &
Lovell, (1997). A fonte de selênio inorgânica mais utilizada para suplementação da dieta
estresse oxidativo através da reação de redução com glutationa reduzida (Surai, 2002a;
2002b).
combate os radicais livres que são produzidos durante o metabolismo e que podem
minerais indicados como essenciais um dos elementos mais importantes quando se trata
dos folículos que promoveram a ovulação, pela ação da enzima glutationa peroxidase
Por outro lado, dados na literatura demonstram que o selênio, em altas doses, pode
embrionárias em patos (Hoffman & Heinz, 1988) e galinhas (Palmer et al., 1973).
Spallholz et al., 2004). Assim, o selênio pode tanto causar estresse oxidativo quanto
coluna, cabeça, boca e nadadeiras (Lemly, 2002; Hamilton, 2004). Tashjian et al.
(20,5 e 41,7 µg Se/g). Isto ocorre por que o alto acúmulo de selênio em peixes causa
A depuração é outro aspecto que deve ser levado em conta quanto à toxicidade do
(Hilton et al., 1980; Besser Besse et al., 1993) e de 30 a 60 dias ou mais para outras
Peixes que têm alto acúmulo de selênio nos tecidos também apresentam alto
índice hepatossomático (Pyle et al., 2005). Quando em concentração muito elevada, este
pequena para o selênio. Para a maioria dos peixes a exigência está entre 0,25 a 0,80 mg
que, em sua maioria, se referem aos estudos realizados com peixes de clima temperado.
por grama de fêmea e a relação entre o total de larvas e o total de ovos viáveis
produzidos.
viabilidade espermática.
eclodidas.
2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALAIMO, J.; OGLE, R. S.; KNIGHT, A. W. Selenium uptake by larval Chironomus
decorus from a Ruppia maritima – based benthic detrital substrate. Archives of
Environmental Contamination and Toxicology, v.27, p.441-448, 1994.
BELL, J. G.; PIRIE, B. J. S.; ADRON, J. W.; COWEY, C. B. Some effects of selenium
deficiency on glutathione peroxidase (EC 1.11.1.9) activity and tissue pathology in
rainbow trout (Salmo gairdneri). British Journal of Nutrition, v.55, p.305–311, 1986.
BIRD, S. M.; UDEN, P. C.; TYSON , J. F.; BLOCK, E.; DENOYER, E. Journal of
Analytical Atomic Spectrometry, v.12, p.785-788, 1997.
BROOKS, S.; TYLER, C. R.; SUMPTER, J. P. Egg quality in fish: what makes a good
egg? Reviews in Fish Biology and Fisheries, v.7, p.387-416, 1997.
DALLINGER, R.; PROSI, F.; SEGNER, H.; BACK, H. Contaminated food and uptake
of heavy metals by fish: a review and a proposal for futher research. Oecologia, v.73, p.
91-98, 1987.
EL-SAYED, A. F. M.; MANSOUR, C. R.; EZZAT, A.A. Effects of dietary lipid source
on spawning performance of Nile tilapia (Oreochromis niloticus) broodstock reared at
different water salinities. Aquaculture, v.248, p.187-196, 2005.
EVANS, D. H. The physiology of fishes. Boca Raton: CRC Press. 592p, 1993.
EWAN, R. C. Effect of selenium on rat growth, growth hormones and diet utilization.
Journal Nutrition, v.106, p.702-709, 1976.
FOSTER, L. H.; SUMAR, S. Selenium in the environment, food and health. Nutrition
Food Science, v.5, p.17-23, 1995.
FAO. Food and Agriculture Organization of the United Nations, 2005. Disponível
em: http://www.fao.org/fishery/statistics/global-production/en, <acesso em: 20/03/09>.
FAO. Food and Agriculture Organization of the United Nations, 2006. Disponível
em: http://www.fao.org/fishery/statistics/global-production/en, <acesso em: 21/03/09>.
HAMILTON, S. J. Review of selenium toxicity in the aquatic food chain. Science Total
Environmental, v.326, p.1-31, 2004.
14
KIM, K. W.; WANG, X.; CHOI, S. M.; PARK, G. J.; KOO, J. W.; BAI, S. C. No
synergistic effects by the dietary supplementation of ascorbic acid, α-tocopheryl acetate
and selenium on the growth performance and challenge test of Edwardsiella tarda in
fingerling Nile tilapia, Oreochromis niloticus. Aquaculture Research, v.34, p.1055-
1058, 2003.
MILLER, L. L.; WANG, F.; PALACE, V. P.; HONTELA, A. Effects of acute and
subchronic exposures to waterborne selenite on the physiological stress response and
oxidative stress indications in juvenile rainbow trout. Aquatic Toxicology, v.83, p. 263-
271, 2007.
PYLE, G. G.; RAJOTTE, J. W.; COUTURE, P. Effects of industrial metals on wild fish
populations along a metal contamination gradient. Ecotoxicology Environmental
Safety, v.61, p.287-312, 2005.
REILLY, C. Selenium: a new entrant into the functional food arena. Trends Food
Science Technology, v.9, p.114-118, 1998.
SINHA, M. P.; SINHA, A. K.; SINGH, B. K.; PRASAD, R. L. The effect of glutathione
on the motility enzyme leakage and fretility of frozen goat semen. Animal
Reproduction Science, v.41, p.237-243, 1996.
SURAI, P. F.; BLESBOIS, E.; GRASSEAU, I.; CHALAH, T.; BRILLARD, J. P.;
WISHART, G. J.; CEROLINE, S.; SPARKS, N. H. C. Fatty acid composition,
glutathione peroxidase and superoxide dismutase activity and total antioxidante activity
of avian semen. Comparative Biochemistry and Physiology, v. 120, p. 527-533, 1998.
16
TAKEUCHI, M.; ISHII, S.; OGISO, T. Effect of dietary vitamin E on growth, vitamin
E distribution and mortalities of the fertilized eggs and fry in ayu, plecoglossus altivelis.
Bulletin of the Tokai Regional Fisheries Research Laboratory, v.104, p.111-122,
1981.
CAPÍTULO 2
RESUMO
exigências para as espécies tropicais de peixes ainda são pouco conhecidas. Portanto, o
níveis de suplementação com selênio orgânico (0,0; 0,25; 0,50; 0,75 e 1,0 mg/kg-1).
foram capturadas a cada três dias para coletar os ovos da boca e os machos capturados
e quatro repetições. A análise estatística dos resultados foi realizada com a utilização do
programa estatístico SAS 9.0. Ao final do período experimental foi observado que a
suplementação com selênio orgânico nos níveis estudados não apresentou diferenças
tilapicultura.
19
ABSTRACT
The minerals are important for the fish reproduction. However, the requirements
for tropical fish aren’t defined. The aim of this study was evaluate the reproductive
performance, the sperm quality and the diameters eggs of Nile tilápia broodstocks
organic selenium. Were utilized eighty adult fishes of Nile tilapia with mean weight of
121,7 g, previously identified and sexed. The animals were marked individually and
divided into groups of four fish (3 females and 1 male) and stocked in 20 tanks of 1500
liters. The fish were fed with isocaloric and isoproteic diets contained five differents
levels of supplemented with organic selenium (0; 0,25; 0,5; 0,75 and 1,0 mg/kg).
During the experimental period (84 days) the females of all tanks were caught the each
three days to collect the egg and males captured monthly for the collect of semen. The
contained five treatments and four replicates. Statistical analysis of results was
performed using the statistical program SAS 9.0. After 84 days it was observed that
supplementation with organic selenium did not affect (p> 0.05) reproductive
Based on these results can be concluded that supplementation with organic selenium not
1. INTRODUÇÃO
alimentar dos reprodutores. Para isso técnicas de manejo e nutrição, que melhorem os
2003).
Apesar da tilápia-do-nilo ser um dos peixes mais cultivados do mundo, ainda são
normal, reprodução e saúde dos peixes (Kim et al., 2003). Segundo Watanabe et al.,
espermatozóides.
dos folículos que promoveram a ovulação, pela ação da enzima glutationa peroxidase.
Essa enzima é vital para a proteção da membrana lipídica dos ovócitos, para que não
sofram peroxidação pelos radicais livres, que causariam a ruptura da membrana e danos
avaliação espermáticas.
22
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1. LOCAL
que fazem parte de um sistema de recirculação de água, equipado com filtro biológico e
(oxímetro YSI, modelo 55), alcalinidade total e concentração de amônia total, sendo as
e mínima.
23
com selênio orgânico (0,0; 0,25; 0,50; 0,75 e 1,0 mg/kg-1). Depois de misturadas, as
2007).
A alimentação foi realizada duas vezes ao dia (8:00 e 17:00) até a saciedade
aparente, de modo a não haver sobras de ração nos tanques. Os resíduos de matéria
foram capturadas a cada três dias para a coleta dos ovos presentes na boca e os seguintes
parâmetros reprodutivos foram avaliados: desovas por fêmea, número de ovos por
grama de fêmea e a relação entre o total de larvas e o total de ovos viáveis produzidos.
Uma amostra dos ovos coletados durante o manejo reprodutivo foi fixada em
formol a 10% por 24 horas, em seguida, passados para álcool etílico 70% para a
dos ovos, foram obtidas duas medidas: o diâmetro maior (DM) (medida entre as
extremidades do maior eixo, saindo da base ao pico do ovo) e diâmetro menor (dm)
(região mais larga cortando horizontalmente o comprimento) (Figura 1). Para isso
utilizou-se 10 ovos de cada desova, totalizando 1476 ovos avaliados durante todo o
período experimental.
DM
dm
abrigo da luz, para posterior análise laboratorial (Ohta et al., 2001). Após a coleta, os
água destilada tamponada como solução ativadora. Para isso, 2 µL de sêmen foi
homogeneizada, retirando-se uma amostra de 10 µL, a qual foi colocado em uma lâmina
espermáticas danificadas.
3. RESULTADOS
1-Coeficiente de Variação
As médias do diâmetro maior e menor dos ovos foram muito semelhantes entre
Tabela 3. Média e desvio padrão (mm) do diâmetro maior (DM) e diâmetro menor (dm)
dos ovos de matrizes de tilápia-do-nilo alimentadas com dietas suplementadas com
diferentes níveis de selênio orgânico.
Nível de suplementação com selênio (mg/Kg) CV1
Diâmetros 0 0,25 0,50 0,75 1,0 (%)
DM 2,62±0,19 2,56±0,17 2,61±0,17 2,6±0,15 2,61±0,14 6,14
dm 2,05±0,11 1,98±0,14 2,02±0,11 1,96±0,13 1,99±0,12 5,92
1-Coeficiente de Variação.
28
4. DISCUSSÃO
experimentais mantiveram-se dentro da faixa ideal preconizada por Kubtiza (2000) para
reprodutivo dos peixes. Isto pode ter ocorrido devido às altas variações observadas nos
Além disso, outros fatores podem ter contribuído com a não detecção de diferenças
selênio, 100 mg/kg de vitamina C e 300 mg/kg de vitamina E já havia sido relatado por
(1977). El-Gamal et al., (2007), observaram um efeito sinérgico positivo entre o selênio
Sparus aurata (Izquierdo et al., 2001). Estudos com outros animais também relatam a
vitamina E. Alonso et al. (1997), constataram que a suplementação com 0,25 mg/kg de
partos.
entanto, esses podem ser protegidos pela vitamina E, que atua como antioxidante por
por Watanabe & Takashima (1977) e El-Gamal et al., 2007. Além da utilização do
Além da baixa combinação entre selênio e vitaminas, outros fatores podem ter
no estudo pode ter sido insuficiente para a detecção de efeitos significativos, já que o
experimentação. O manejo reprodutivo realizado a cada três dias também pode ter
já que a captura constante dos peixes pode ter ocasionado um desgaste fisiológico e
peixes quando são expostos a situações estressantes severas ou de longa duração, têm
(Small, 2004).
média 0,79 mg/kg de selênio o que na dieta do presente estudo significa 0,22 mg/kg de
selênio, valor que poderia ter suprido as necessidades dos peixes (Watanabe et al.,
1997).
Vários autores afirmam que o tamanho de ovos em peixes pode ser influenciado
critérios de seleção e condições ambientais (Zhukinskiy & Gosh, 1988; Kjorsvik et al.,
1990; Brooks et al., 1997; Bonislawska et al., 2000). No entanto, o diâmetro dos ovos
selênio com o diâmetro dos ovos de peixes e outros animais. El-Gamal et al. (2007),
Por outro lado, Fernandes et al. (2008), e Sahin et al. (2008), testando selênio
El-Sayed et al. (2003; 2005), relatam que os nutrientes da dieta não apresentaram
de ovos de acordo com as condições ambientais, podendo produzir ovos com grande
entanto, em maior quantidade. O diâmetro dos ovos de tilápia parece estar mais ligado
alimentar.
vitamina E, mostram que os resultados variam de acordo com a substância utilizada para
ativar os espermatozóides.
Jacyno et al. (2002), testando o efeito da combinação entre 0,2 mg/kg de selênio
0,1 mg/kg de selênio com 0,3 mg/kg de vitamina E também não alterou a motilidade
espermática dos animais (Xavier et al., 2008). Esses autores utilizaram como solução
al. (1997), utilizando uma mistura de citrato e bicarbonato de sódio como solução
ativadora, observaram que dietas suplementadas com 0,5 mg/kg de selênio orgânico e
variar muito entre as espécies, podendo ser de quatro a seis minutos, como observado
exceder 48 horas (Yao et al., 1999), uma vez que a motilidade em peixes marinhos é
sua curta duração, e na dificuldade de se obter uma mistura homogênea do sêmen com a
intacta, o que causa redução na sua motilidade (Mojica, 2004). Isto quer dizer, que os
aumentar sua porcentagem de motilidade. Ou ainda, como sugeriram Ohta et al. (2001),
espécie.
(Mojica, 2004). Isto indica que a suplementação com selênio não afetou de forma
suínos suplementados com 0,5 mg/Kg de selênio orgânico e vitamina E produziu maior
autores ainda constataram que os animais que não foram suplementados com selênio e
espermatozóides contra danos causados pelo processo oxidativo, no qual pode afetar
5. CONCLUSÕES
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BROOKS, S.; TYLER, C. R.; SUMPTER, J. P. Egg quality in fish: what makes a good
egg? Reviews in Fish Biology and Fisheries, v.7, p.387-416, 1997.
COSSON, J.; BILLARD, R.; CIBERT, C.; DRÉANNO, C. Ionic factors regulating the
motility of fish sperm in: The Male Gamete, v.16, p.161-186, 1999.
COSSON, J.; LINHART, O.; MIMS, S.; SHELTON, W.; RODINA, M. Analysis of
motility parameters from paddlefish and shovelnose sturgeon spermatozoa. Journal
Fish Biology, v.56, p.1348-1367, 2000.
EL-SAYED, A.F.M.; MANSOUR, C.R.; EZZAT, A.A.; Effects of dietary lipid source
on spawning performance of Nile tilapia (Oreochromis niloticus) broodstock reared at
different water salinities. Aquaculture, v. 248, p.187-196, 2005.
GLOGOWSKI, J.; KWASNIK, M.; PIROS, B.; DABROWSKI, K.; GORYCZKO, K.;
DOBOSZ, S.; KUZMININSKI, H.; CIERESZKO, A. Characterization of rainbow trout
milt collected with a catheter: semen parameters and cryopreservation success.
Aquaculture Research, v.31, p.289-296, 2000.
HILTON J. W. The interaction of vitamins, minerals and diet composition in the diet of
fish. Aquaculture, v.79, p.223-244, 1989.
KIM, K. W.; WANG, X.; CHOI, S. M.; PARK, G. J.; KOO, J. W.; BAI, S. C. No
synergistic effects by the dietary supplementation of ascorbic acid, α-tocopheryl acetate
and selenium on the growth performance and challenge test of Edwardsiella tarda in
fingerling Nile tilapia, Oreochromis niloticus. Aquaculture Research, v.34, p.1055-
1058, 2003.
OHTA, H.; UNUMA, T.; TSUJI, M.; YOSHIOKA, M.; KASHIWAGI, E. Effects of
bicarbonate íons and pH on acquisition and maintenance of potencial for motility in
ayu, Plecoglossus altivelis Temminck et Schlegel (Osmeridae), spermatozoa.
Aquaculture Research, v.32, p.385-392, 2001.
SAHIN, N.; MUHITTIN, O.; SAHIN, K.; KUCUK, O. Supplementation with Organic
or Inorganic Selenium in Heat-distressed Quail. Biology Trace Element Research,
v.122, p.229–237, 2008.
YAO, Z.; RICICHARDSON, G.; CRIM, L. A diluent for prolonged motility of ocean
pout (Macrozoarces americanus L.) sperm. Aquaculture,v.174, p.183–193, 1999.
YAO, Z.; CRIM, L.; RICHARDSON, G.; EMERSON, C. Motility, fertility and
ultrastructural changes of ocean pout (Macrozoarces americanus L) sperm after
cryopreservation. Aquaculture, v.181, p.361-375, 2000.
CAPÍTULO 3
PRODUTIVO DA PROGÊNIE.
41
RESUMO
aquáticos está focado na busca de melhores índices de produção além de contribuir para
preciso atenção especial na nutrição dos reprodutores. Portanto, o objetivo deste estudo
diferentes níveis de suplementação com selênio orgânico (0,0; 0,25; 0,50; 0,75 e 1,0 mg
kg-1). Periodicamente era verificada a presença de ovos na boca das fêmeas sendo as
saco vitelínico, as larvas de cada tratamento foram coletadas para realização das
com ração (45% PB) contendo 60 miligramas de 17 α-metil testosterona por kilograma
progênies oriundas de matrizes que foram suplementadas com 0,75 e 1,00 mg/kg de
selênio orgânico apresentaram maior ganho de peso (p<0,05) em relação aquelas larvas
ABSTRACT
increase the production index beyond to contribute for the preservation the adequate
handling of natural populations. Therefore, the aim the study was availed the effect in
the supplementation of the organic selenium in the diet of Nile tilapia broodstock
through of the initial development and progeny performance. Nile tilapia broodstock,
with average weight of 121,7 g were supplied with five diets isocaloric and isoproteic
contained levels different of organic selenium (0,00; 0,25; 0,50; 0,75 and 1,00 mg/kg).
Periodically was verified the presence the eggs in the females mouth and respective
spawning were colleted and stocked in hatchery. After the hatching and absortion of the
yolk salc fry of each treatments were collected to achieve biometric of initial
development. To evaluate the progeny performance, fry of each treatments were divided
in four tanks and fed during 30 days with diet (45% CP) contained 60 mg of 17 α-metil
testosterone per kg, in according whit protocol for sex inversion. The experimental
design to evaluate the initial development and productive performance of the progeny
was interelly randomized with five treatments and four replicates. The initial
development of the progeny on which the broodstock were supplied with 1,0 mg/kg
organic selenium showed satisfactory results (p<0,05) in standard length, total length,
head length and trunk length in relation to other levels of selenium. The weight gain
showed the best results in the larvae in which the broodstocks received 0,75 mg/kg de
organic selenium improved (p <0.05) weight gain of the larvae for those that received
1. INTRODUÇÃO
Este mineral está presente em quase todos os alimentos da dieta animal, em quantidades
(Rang, 2001). São citadas na literatura diversas alterações físicas e metabólicas ligadas à
letargia, perda do apetite, redução dos tonos musculares e mortalidade (Poston &
(Izquierdo et al., 2001). Segundo Watanabe et al. (1997), a deficiência deste mineral
El-Sayed et al. (2003) já havia constatado a importância dos nutrientes da dieta das
Como existe pouca informação sobre o efeito dos minerais em dietas para
selênio orgânico.
46
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1 LOCAL
acordo com Gontijo et al., (2003) e fixadas em formol a 10% por 24 horas, e em
Para avaliar o desempenho das progênies de matrizes de tilápia, 280 larvas de cada
capacidade de 120 litros, totalizando vinte unidades experimentais. Cada aquário era
progênies iniciais, e dos aquários, onde foi realizado o desempenho da progênie, foi
modelo 55), alcalinidade total e amônia total, sendo as duas últimas variáveis
47
Para avaliar o desempenho produtivo das progênies foi utilizada uma ração
proporcionar a reversão sexual dos peixes, os animais foram alimentados quatro vezes
cabeça (CC), comprimento do tronco (Ct) e peso final (PF) (Figura 1). Para a realização
milímetro (mm).
(C.A).
O ganho de peso dos peixes foi calculado pela diferença entre os resultados de
peso médio final (PMF) e inicial (PMI) dos peixes de cada replica.
consumo da ração (CR) pelo ganho de peso (GP) dos peixes obtidos no período.
3. RESULTADOS
foram: pH 7,6 ± 0,2; concentração de oxigênio dissolvido 5,5 ± 1,26 mg/L; alcalinidade
total 134,2 ± 52,5 mg/L; amônia total 38,3 ± 2,3 µg/L e temperatura 28,4 ± 0,75ºC. Já
27,5±0,55oC.
peso apresentou as maiores médias (p<0,05) nas progênies dos reprodutores que
dos peixes.
tratamentos que tiveram sobrevivência mais alta, observa-se que a suplementação com
0,50 mg/kg de selênio aumentou o ganho de peso (p<0,05) em relação as larvas cujos
4. DISCUSSÃO
espécie.
desempenho das larvas (Gunasekera et al., 1997), no presente estudo observou-se que o
receberam a dieta contendo 1,0 e 0,75 mg/kg de selênio orgânico. Esse maior
crescimento das progênies também pode ser explicado pelo fato do selênio ser um
mineral que atua nos processos fisiológicos como no metabolismo da tireóide (Rang et
al., 2001). O selênio tem um papel importante na regulação dos hormônios tireoideanos,
animal (Hayashi, 1993). Estudos têm demonstrado que dietas suplementadas com
deficientes em selênio (Chang et al., 2005). Além disso, já foi constatado que o
melhor desenvolvimento das progênies (Ayson & Lam, 1993; El-Zibdeh et al., 1996).
tronco das progênies em que os pais receberam 1,0 mg/kg de selênio orgânico também
cabeça e do tronco de larvas de peixes têm relatado que o crescimento desses membros
está relacionado com o desenvolvimento dos tecidos e dos músculos das larvas
(Rodríguez et al., 1989; Balon, 1977; Liem, 1981). De fato já foi observado que o
dos peixes (Watanabe et al., 1997), e que a deficiência deste mineral causa redução do
tônus muscular (Poston & Combs, 1979) e distrofias (Poston et al., 1976).
nas rações de reprodutores. Estudos com outros animais também tem constatado está
eficácia. Mahan & Kim (1996) testando dietas suplementadas com selênio orgânico para
atribuíram este aumento da concentração da enzima nos tecidos dos animais ao leite
Mahan et al. (1975), também constataram que progênies de suíno na qual os pais
progênies cujo os reprodutores foram alimentados com uma dieta controle. Também já
foi constatado que a combinação entre selênio e vitamina E aumenta a atividade das
onde os pais receberam a dieta suplementada com selênio comprova esta eficácia. Este
desenvolvimento das larvas está diretamente relacionado com o regime alimentar dos
reprodutores. Além disso, a larvicultura, na maioria das vezes, é o fator decisivo sobre a
viabilidade econômica no cultivo de uma espécie. No entanto, novos estudos devem ser
5. CONCLUSÕES
Dietas suplementadas entre 0,5 e 1,0 mg/Kg de selênio orgânico para reprodutores
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRIGUETTO, J. M.; PERLY, L.; MINARDI, I.; GEMAEL, A.; FLEMMING, J.S.;
DE SOUZA, G. A.; FILHO,A.B. Nutrição Animal, 2.ed. São Paulo: Editora Livraria
Nobel, p.244-247, 1983.
CHANG, W. P.; COMBS, G. F.; SCANES, C. G.; MARSH, J. A. The effects of dietary
vitamin E and selenium deficiencies on plasma thyroid and thymic hormone
concentrations in the chicken. Development and Comparative Immunology, v.29,
p.265-273, 2005.
GONTIJO, A. M.; DE, M. C.; BARRETO, R.E.; SPEIT, G.; REYES, V.A.V.;
VOLPATO, G. L.; SALVADORI, D.M.F. Anesthesia of fish with benzocaine does not
interfere with comet assay results. Mutation Research, v.534, p.165-172, 2003.
MAHAN, D. C.; PENHALE, L. H.; CLINE, J. H.; MOXON, A. L.; FETTER, A. W.;
YARRINGTON, J. T. Efficacy of supplemental selenium in reproductive diets on sow
and progeny performance. Journal Animal Science, v.39, p.536-542, 1974.
TAKEUCHI, M.; ISHII, S.; OGISO, T. Effect of dietary vitamin E on growth, vitamin
E distribution and mortalities of the fertilized eggs and fry in ayu, plecoglossus altivelis.
Bulletin of the Tokai Regional Fisheries Research Laboratory, v.104, p.111-122,
1981.
CAPÍTULO 4
CONSIDERAÇÕES FINAIS
59
demonstrou que o mineral pode ter efeito no metabolismo e no desempenho das larvas.
(reprodutor - progênie) e o local de ação deste mineral em larvas de peixes. Além disso,
duração maior o que pode ser essencial na obtenção de resultados satisfatórios para os
reprodutores.
progênies.