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VENTILAÇÃO MECÂNICA

O Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica (VM) define-a como:


método de suporte ventilatório para o tratamento de pacientes com insuficiência
respiratória aguda ou crônica agudizada.

Duas são as formas de aplicar o suporte ventilatório nos pacientes:


ventilação mecânica invasiva e ventilação mecânica não invasiva. Ambas as
formas utilizam-se da pressão positiva aplicada à via aérea do paciente para
realizar o suporte ventilatório.

No suporte invasivo há necessidade do uso de uma prótese ventilatória,


tubo orotraqueal ou cânula de traqueostomia, e para o suporte não invasivo há
necessidade de uma interface paciente e ventilador, como máscara oronasal,
prong nasal ou total face, entre outros.

OBJETIVOS

• Manter e otimizar a troca gasosa;


• Reduzir o trabalho da musculatura respiratória;
• Prevenir ou solucionar a fadiga dos músculos respiratórios;
• Reduzir o consumo de O2;
• Minimizar o desconforto respiratório;

INDICAÇÕES

• Parada cardiorrespiratória (PCR);


• Estado de hipoventilação e apneia aguda ou crônica;
• Insuficiência respiratória aguda (IRA) ou alteração da
ventilação/perfusão;
• Falha mecânica do aparelho respiratório;
• Prevenção de complicações respiratórias;
• Diminuir o trabalho da musculatura respiratória;
• Proteção das VAS – rebaixamento do nível de consciência.
VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA

É a VM que controla e/ou possibilita a realização de todo o ciclo


respiratório do paciente, independente da modalidade que esteja: controlada;
assistido controlada; ou espontânea.

Ao utilizar a VM o paciente receberá ventilação através da pressão


positiva e não negativa como ocorre na respiração fisiológica.

MODOS VENTILATÓRIOS

• PCV: Ventilação controlada a pressão


• VCV: Ventilação controlada a volume
• PSV: Ventilação com suporte de pressão

CICLO RESPIRATÓRIO

Será definido pelo modo ventilatório de escolha para o paciente, são os


modos que definem a forma que o ciclo respiratório será iniciado, mantido e
finalizado, assim, inclui a fase inspiratória e expiratória do paciente.

• Assistido controlado: Iniciado pelo paciente, contudo mantido e


finalizado pelo ventilador – disparo ocorre pelo reconhecimento do esforço
inspiratório pelo ventilador, isso ocorre por alteração de pressão ou fluxo.
• Controlado: Iniciado, mantido e finalizado exclusivamente pelo ventilador
mecânico – segundo critério de tempo.
• Espontâneo: Iniciado, mantido e controlado conforme a demanda do
paciente.

DISPARO VENTILATÓRIO

Para que ocorra o início da inspiração, o disparo deve ser ajustado. Nas
modalidades ventilatórias convencionais, temos 3 tipos de disparo.

• Tempo: Determinado pela frequência respiratória programada no


ventilador. Não necessita do esforço do paciente.
• Fluxo: Reconhecimento do esforço inspiratório do paciente pelo
ventilador, que detecta uma alteração de fluxo em direção aos pulmões e
inicia a fase inspiratória.
• Pressão: Reconhecimento ou esforço inspiratório do paciente pelo
ventilador, que detecta uma queda de pressão nas vias aéreas e inicia a
fase inspiratória.

CICLAGEM

Transição da fase inspiratória para a fase expiratória. Tendo como tipos:


volume; tempo; fluxo e pressão.

• Volume: A ciclagem ocorre após atingir um volume pré-determinado.


• Tempo: A ciclagem ocorre após o tempo inspiratório pré-ajustado ou
quando acionada a pausa inspiratória.
• Fluxo: A ciclagem ocorre após a redução do fluxo inspiratório conforme
porcentagem ajustada.
• Pressão: A ciclagem ocorre quando a pressão atinge um valor pré-
determinado. Geralmente não encontrado nos ventiladores modernos.

PARÂMETROS

• PIP: Pressão inspiratória


• PEEP: Pressão positiva para expandir os alvéolos/expiratória
• FR: Frequência respiratória
• SAT: Saturação de O2
• FiO2: Fração inspirada de O2
• Ti: Tempo inspiratório
• V.Tidal: Capacidade respiratória em L. Deve ser de 6ml – 8ml por kg
predito
• IE: Tempo de inspiração e de expiração

PACIENTE NEONATO

• Ti: 0,35 – 0,55


• PIP: 15 – 25
• PEEP: 4 – 8
• FR: 28 – 40
PACIENTE INFANTIL

• Ti: 0,60 – 1,00


• PIP: 20 – 28
• PEEP: 6 – 12
• FR: 22- 28

PACIENTE ADULTO

• Ti: 1,0 – 1,4


• PIP: 25 – 30
• PEEP: 5 – 8 (+ 2 até 14)
• FR: 12 – 20

RELAÇÃO PaO2/FiO2

É uma medida de oxigenação usada para classificar a SARA em leve,


moderado ou grave. Deve estar acima de 300 para a normalidade.

PaO2 / FiO2 =

300= estável

200 – 300= moderado

100 – 200= grave

Menor que 100= muito grave

• A relação abaixo de 150 é indicativo para a pronação do paciente.

V-tidal

O volume corrente é o volume pulmonar que representa o volume normal


do ar circulado entre uma inalação e exalação normal, sem um esforço
suplementar. O valor do volume corrente de um adulto saudável é de
aproximadamente 500 ml por inspiração ou 7ml/kg de massa corporal. É
capacidade respiratória em L. Deve ser de 6ml – 8ml por kg predito. SARA deve
estar de 4ml – 6ml por kg predito.
Homens – peso predito

50 + 0,91 x (altura em cm – 152,4)

Mulheres – peso predito

45,5 + 0,91 x (altura em cm – 152,4)

PADRÃO PROTETOR

P.pico

Quanto de pressão que o paciente está recebendo durante a ventilação.


Deve ser até 35.

PLATÔ

Pressão alveolar máxima dada por uma pausa inspiratória.

DRIVE PRESSURE

É a pressão de distensão dos alvéolos na fase inspiratória. Calculada para


saber exatamente o quanto de pressão foi gerada nos alvéolos na fase
inspiratória. Deve estar abaixo de 15.

P= P.pausa – PEEP

AUTO PEEP

Quando a linha da expiração não toca no fluxo 0 e já inicia um novo ciclo.

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