Você está na página 1de 24

DEREK PRINCE

A VONTADE DE DEUS

PARA A SUA VIDA

Porque necessitais de perseverança, para que,


depois de haverdes feito a vontade de Deus,
alcanceis a promessa.

Hebreus 10:36

2
Índice

1. Jesus, o Nosso Modelo ……………………………………………………………………… 04

2. O Resultado da Vontade de Deus ……………………………………………… 08

3. Mais dois Resultados da Vontade de Deus ……………………… 11

4. O Ponto Culminante: A Cruz ………………………………………………………… 15

5. Seguindo o Exemplo de Jesus ……………………………………………………… 20

3
1
Jesus, o Nosso Modelo
O tema deste livro, “A Vontade de Deus para a Sua Vida”,
está relacionado de uma maneira muito pessoal e prática à
vida de cada um de nós.

Comecemos por colocar uma questão pessoal: tem um objetivo


conhecido, claro, para a sua vida? Ou anda à deriva pela
vida, sendo levado pelo vento dos hábitos ou da moda,
atirado pelas vagas das circunstâncias sobre aa quais não
tem controlo?

Não existe nada mais trágico na vida humana do que viver


sem sentido. Se apontar para nada, pode ter a certeza que
atingirá isso. Pode ter talento, inteligência e capacidades
especiais, mas sem um objetivo a sua vida terminará numa
frustração, porque terá realizado muito pouco de valor
permanente.

Nisto reside um dos grandes benefícios e bênçãos da vida


cristã. Tal como Deus a planeou, a vida cristã dá a cada um
de nós um objetivo para vivermos. Esse objetivo para
vivermos é-nos proporcionado pela nossa fé em Cristo.

A primeira imagem da vida cristã e o seu objetivo que nós


iremos ver, encontra-se em Hebreus:

Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão
grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos
atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com
perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos
fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela
alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz,
desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono
de Deus.(Hebreus 12:1-2)(NVI)

Existem três verdades importantes aqui mencionadas.

Primeira, a vida cristã é uma corrida demarcada para nós


com antecedência. Nós não precisamos de assinalar o
percurso, isso foi feito por nós. Nós somente precisamos
correr a corrida. No entanto, esta corrida não é uma
corrida curta ou um sprint, mas é muito mais como uma
maratona de longa distância.

Para sermos capazes de correr esta corrida, nós temos de


atirar para fora tudo o que nos impede, atrapalha ou se

4
mete no nosso caminho. Essas coisas podem não ser sempre
pecaminosas; contudo, impedem-nos de corrermos a corrida.
Por essa razão nós temos de as eliminar das nossas vidas.

Nesta corrida, há uma qualidade particular que é


enfatizada: “perseverança” ou “resistência.” Para nós
terminarmos a corrida, ser-nos-á exigida a nossa
perseverança ou resistência.

Segunda, temos de fixar os nossos olhos em Jesus. Jesus é o


nosso modelo e a nossa inspiração. Se tiramos os nossos
olhos de Jesus por qualquer espaço de tempo que seja, nós
perderemos a nossa capacidade de correr a corrida com
sucesso.

Terceira, Jesus é o autor e consumador da nossa fé. Ele é


aquele que põe tudo em movimento. Nós podemos reconhecer
que Ele é o autor da nossa fé, mas muitas vezes perdemos de
vista o facto de que Ele é também o consumador. Jesus não
somente a começa, Ele a consumará.

Tanto na Escritura como nos procedimentos de Deus na minha


vida, tenho visto que Ele nunca começa algo que não seja
capaz de acabar. Nós precisamos de ter bom ânimo e ser
encorajados por este facto. Jesus começou esta corrida
connosco, e Ele vai dar-nos a capacidade de terminá-la. Ele
é o autor e consumador.

Tenha estas três coisas importantes em mente. Primeira, a


vida é uma corrida cujo percurso está marcado à nossa
frente, e é necessário ter perseverança para completar a
corrida. Segunda, para termos sucesso nós temos de fixar os
nossos olhos em Jesus. Ele é simultaneamente o nosso modelo
e a nossa inspiração. Terceira, Ele é tanto o autor como o
consumador da nossa fé. Desde que mantenhamos os nossos
olhos em Jesus, Ele não só nos ponha em movimento, mas
também nos dará a capacidade para continuarmos e levar-nos-
á com sucesso e triunfalmente até ao fim da corrida.

Ao olharmos para Jesus como o nosso modelo e a nossa


inspiração nesta corrida cristã, nós vemos que a chave para
o Seu sucesso foi a Sua motivação. A não ser que realmente
compreendamos a Sua motivação e a tornemos nossa pela graça
Dele, esta corrida será demasiado difícil para nós.

Em Hebreus 10:5-10, o autor cita o Salmo 40 e depois


aplica-o a Jesus Cristo.

Por isso, quando Cristo veio ao mundo, disse: "Sacrifício


e oferta não quiseste, mas um corpo me preparaste; de
holocaustos e ofertas pelo pecado não te agradaste".

5
Então eu disse: Aqui estou, no livro está escrito a meu
respeito; vim para fazer a tua vontade, ó Deus. Primeiro
ele disse: "Sacrifícios, ofertas, holocaustos e ofertas
pelo pecado não quiseste, nem deles te agradaste" (os
quais eram feitos conforme a Lei). Então acrescentou:
"Aqui estou; vim para fazer a tua vontade". Ele cancela o
primeiro para estabelecer o segundo. Pelo cumprimento
dessa vontade fomos santificados, por meio do sacrifício
do corpo de Jesus Cristo, oferecido uma vez por todas.
(Hebreus 10:5-10)(NVI)

Repare na palavra “um corpo” no início. O Senhor diz:


Sacrifício e oferta não quiseste, mas um corpo me
preparaste. No final do comentário está: Pelo cumprimento
dessa vontade [a vontade de Deus feita por Jesus Cristo]
fomos santificados, por meio do sacrifício do corpo de
Jesus Cristo, oferecido uma vez por todas. Deus
providenciou Jesus com um corpo para sacrificar por nós.
Este tema vai seguir ao longo de todo este estudo.

A partir desta passagem nós vemos, primeiro, que a suprema


motivação de Jesus foi: “vim para fazer a tua vontade.”
Esta afirmação foi citada duas vezes para ênfase de maneira
que não escapasse à nossa atenção. O propósito supremo e
objetivo único da vida terrena de Jesus foi fazer a vontade
de Deus. Ele foi muito claro acerca disso, e nunca se
desviou disso.

Segunda, em ligação com a primeira, havia uma parte escrita


para Jesus realizar: Aqui estou, no livro está escrito a
meu respeito; vim para fazer a tua vontade, ó Deus. Estava
escrito no livro, na Palavra de Deus antes d’Ele vir. Jesus
não escreveu a Sua própria parte ou improvisou no
script/guião que Lhe foi dado. Ele descobriu o que realizar
através do estudo das Escrituras.

Terceira, a vontade de Deus para Jesus culminou no


sacrifício do próprio corpo de Jesus. O propósito e plano
de Deus ao dar-Lhe um corpo foi para que Jesus oferecesse o
Seu corpo como sacrifício perfeito em favor do género
humano.

Repare nos três pontos seguintes:

1. A motivação suprema de Jesus foi fazer a vontade de


Deus.

2. Havia já uma parte escrita para Ele no livro das


Escrituras.

6
3. A vontade de Deus para Jesus culminou no sacrifício do
seu próprio corpo.

Cada um destes três pontos tem de ter a sua contrapartida


nas nossas vidas. Cada uma dessas afirmações que foram
verdade acerca de Jesus, devem ser verdade para nós. Cada
um de nós precisa da mesma motivação que Jesus teve para
fazer a vontade de Deus e descobrir o que está escrito para
nós nas Escrituras. Finalmente, a realização da vontade de
Deus nas nossas vidas culminará no sacrifício dos nossos
próprios corpos.

=/=/=/=/=/=/=

7
2
O Resultado da Vontade de Deus
Uma condição essencial para uma vida de sucesso é ter um
objetivo claramente definido e firmemente prosseguido. Sem
um objetivo assim, uma pessoa é como um barco à deriva no
meio do mar, levado para aqui e para ali pelos ventos e
pelos empurrões das ondas de circunstância, sem qualquer
controlo sobre o seu próprio destino.

Como afirmei anteriormente, um dos maiores benefícios e


bênçãos da vida cristã é que ela proporciona a cada um de
nós um objetivo para vivermos. A esse respeito, Jesus é
tanto o nosso modelo como a nossa inspiração.

Vejamos o resultado prático do compromisso para fazer a


vontade de Deus na vida e ministério terreno de Jesus.
Começaremos com o incidente bem conhecido onde Jesus
encontrou a mulher da Samaria no Poço de Jacó.

Jesus e os Seus discípulos estavam andando a pé,


regressando da Judeia para a Galileia. Passaram pela
Samaria e chegaram até ao lugar que continua conhecido hoje
como o Poço de Jacó. Jesus estava cansado e sentou-se junto
ao poço para descansar. Aparentemente eles estavam sem
comida e com fome, porque os discípulos tinham ido à cidade
local comprar comida. Então a mulher da Samaria chegou ao
poço, e Jesus teve aquela maravilhosa conversa com ela, na
qual Ele lhe fez aquela bonita promessa sobre a água viva
para todos os que tivessem sede. A mulher ficou tão
empolgada que deixou o pote sem tirar a água e voltou à
cidade para dizer aos homens acerca desta pessoa fantástica
que ela tinha encontrado no poço.

Como Jesus permaneceu junto ao poço, os discípulos


regressaram e encontraram-No ali. Isto é o que se segue no
relato do evangelho de João:

E entretanto os seus discípulos lhe rogaram, dizendo:


Rabi, come. Ele, porém, lhes disse: Uma comida tenho para
comer, que vós não conheceis. Então os discípulos diziam
uns aos outros: Trouxe-lhe, porventura, alguém algo de
comer? Jesus disse-lhes: A minha comida é fazer a vontade
daquele que me enviou, e realizar a sua obra. Não dizeis
vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis
que eu vos digo: Levantai os vossos olhos, e vede as
terras, que já estão brancas para a ceifa. E o que ceifa
recebe galardão, e ajunta fruto para a vida eterna; para

8
que, assim o que semeia como o que ceifa, ambos se
regozijem. (João 4:31-36)(ACF)

Aqui está a afirmação clara de Jesus: A minha comida é


fazer a vontade daquele que me enviou. A motivação central
de toda a Sua vida terrena foi sempre fazer a vontade
d’Aquele que O enviou. Existem dois resultados desta
motivação na vida de Jesus que deveriam ter a sua
contrapartida nas nossas vidas.

Primeiro, o empenho de Jesus fazer a vontade de Deus, de


facto operou a sobrenatural restauração física n’Ele.
Quando Ele chegou ao poço, Ele estava cansado e com fome.
Jesus sentou-Se, mas em vez de comer, Ele fluiu na vontade
de Deus na Sua conversação com esta mulher necessitada. Ao
pôr a vontade de Deus acima da Sua própria necessidade
física, Ele recebeu restauração sobrenatural. Quando os
discípulos chegaram com comida. Ele não estava
particularmente interessado. Ele disse: “Eu já comi.” Os
Seus discípulos não conseguiam entender que espécie de
comida Ele podia ter comido.

Jesus explicou: A minha comida é fazer a vontade daquele


que me enviou, e realizar a sua obra. A comida é a coisa
que nos dá força física e nos sustém. Jesus disse: “É isso
o que Me sustém e me faz continuar – o Meu compromisso em
fazer a vontade d’Aquele que Me enviou.

Segundo, Jesus tinha um ponto de vista diferente. Ele


começou por falar sobre como olhar para o mundo. Ele disse:
“Vós olhais para o mundo de um modo; Eu olho para o mundo
de outro. Vós dizeis que faltam mais quatro meses para a
colheita, mas para Mim, o campo da colheita já está maduro.
Eu já estou a ceifar.” Jesus estava a referir-Se ao Seu
encontro com a mulher samaritana. Ele estava a ceifar a
colheita naquela vila naquele preciso momento. Alguns
minutos depois, a mulher regressou com todos os homens que
estavam na vila, e Jesus partilhou com eles.

Os discípulos olhavam para as coisas de um ponto de vista


puramente natural. Eles disseram: “Ainda não é altura para
a colheita.” Em contraste, Jesus tinha um ponto de vista
espiritual. Ele via as coisas de uma outra perspectiva. Foi
o compromisso de Jesus para fazer a vontade de Deus que Lhe
deu esta compreensão espiritual.

No próximo capítulo do evangelho de João, nós encontramos


outra afirmação que Jesus fez, que tem muito para nos
ensinar sobre o resultado de se estar comprometido em fazer
a vontade de Deus. Jesus está discutindo a cura de um homem

9
que esteve paralisado durante muitos anos. No meio desta
discussão, Jesus fez esta afirmação:

Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma. Como ouço,


assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não busco a
minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou.
(João 5:30)(ACF)

Repare nas palavras de Jesus: O meu juízo é justo. Por


outras palavras, Jesus estava dizendo: “O Meu juízo é
correto.” Porquê? Porque não busco a minha vontade, mas a
vontade do Pai que me enviou. Aqui nós encontramos um
terceiro resultado desse compromisso para fazer a vontade
de Deus. Eu chamaria a isso “o juízo justo” ou
“discernimento imparcial.”

Jesus nunca foi enganado. Jamais alguém O enganou. Jesus


discernia a verdade em cada pessoa que vinha até Ele. Ele
via/reconhecia as suas motivações interiores e sabia o que
é que estavam realmente à procura. Jesus sabia como chegar
até elas e tocá-las onde elas precisavam ser tocadas, quer
espiritualmente, quer fisicamente, por causa do Seu
compromisso em fazer a vontade de Deus.

Como é que nós podemos evitar um juízo insensato e


apreciações erradas das pessoas e situações? Nós
encontramos a chave em João 5:30, onde Jesus diz: “O Meu
juízo é justo; o Meu discernimento é correto. Vejo as
coisas do modo que elas realmente são.” Porquê? Porque não
procuro a minha vontade, mas a vontade do Pai que me
enviou.

O juízo de Jesus não estava obscurecido pelo Seu desejo de


seguir o Seu próprio caminho. Ele era neutro, assim
falando, até o pai O mover. Jesus esperava pela revelação
do Pai da Sua vontade, e depois Jesus fazia um juízo justo
e exato.

=/=/=/=/=/=/=

10
3
Mais dois resultados
da vontade de Deus
Até agora, nós vimos o modo pelo qual o compromisso de
Jesus em cumprir a vontade de Deus teve resultados práticos
na Sua vida e ministério terreno. Indiquei três resultados
específicos na Sua vida. Primeiro, houve restauração
física. No Poço de Jacó Ele estava cansado e com fome, no
entanto ao fazer a vontade de Deus partilhando a verdade
com aquela mulher samaritana, Jesus recebeu restauração
física. Ele já não tinha fome quando os Seus discípulos
regressaram com a comida.

Segundo, houve uma visão apropriada da situação. Jesus viu


o campo da colheita com os olhos de Deus, enquanto os Seus
discípulos continuavam a ver com olhos naturais. O
compromisso de Jesus em fazer a vontade de Deus deu-Lhe uma
visão que difere das perspetivas daqueles que estavam à Sua
volta.

Terceiro, houve um justo juízo ou discernimento imparcial.


Jesus disse: O meu juízo é justo, porque não procuro a
minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou (João
5:30). Ele nunca foi enganado ou se deixou levar pelas Suas
esperanças vãs, emoções ou reações. Jesus esperava sempre
pela revelação do Pai em relação a cada situação.

Vamos continuar olhando para mais dois resultados do


compromisso de Jesus para fazer a vontade de Deus. Vamos
olhar para o discurso de Jesus após de Ele ter alimentado
cinco mil pessoas com cinco pães e dois peixes, e
especificamente à aplicação espiritual a Ele próprio.

E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a


mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede. Mas
já vos disse que também vós me vistes, e contudo não
credes. Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a
mim de maneira nenhuma o lançarei fora. Porque eu desci do
céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele
que me enviou [É significativo que, deve haver um colocar
de lado da nossa própria vontade antes de nós podermos
fazer a vontade de Deus]. E a vontade do Pai que me enviou
é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca,
mas que o ressuscite no último dia. Porquanto a vontade
daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o

11
Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o
ressuscitarei no último dia. (João 6:35-40)(ACF)

Jesus pôs de lado a Sua própria vontade e, no final do Seu


discurso, Ele referiu-se à “vontade do Meu Pai.” Nunca leio
esta afirmação, “Eu Sou o pão da vida,” sem ficar
emocionado. Que todo aquele que vê o Filho [a Mim] e crê
nele [em Mim], tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no
último dia. Que bela oferta da parte d’Aquele que pode
alimentar e dar vida a um mundo com fome e a morrer!

Mas qual foi o preço que Jesus teve de pagar? Foi este:
“Não fazer a Minha vontade, mas a vontade Daquele que Me
enviou.” Enquanto estivermos ocupados com os nossos planos,
propósitos e objetivos, nós não podemos ser canais de vida
divina.

Enquanto estivermos ocupados com os nossos planos,


propósitos e objetivos,
nós não podemos ser canais de vida divina.

Visto que isto é verdade em relação a Jesus, quanto mais é


para si e para mim? Se nós queremos o privilégio de ser o
pão de Deus, partido para alimentar o mundo com fome, então
temos de fazer uma renúncia: “Não… a minha vontade, mas… a
vontade Daquele que me enviou.”

Este foi o testemunho pessoal de Paulo, na segunda carta


aos coríntios:

Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor


Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se
manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que
vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de
Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte,
mas em vós a vida. (2 Coríntios 4:10-12)(ACF)

Paulo explicou: De maneira que em nós opera a morte, mas em


vós a vida. O mundo precisa de canais de vida, mas há um
preço a pagar. Se quer ser um canal de vida para outros, a
morte tem de operar primeiro em si. Nós não podemos ter
isso de nenhum outro modo ou mudar a ordem.

Se quer ser um canal de vida para outros,


a morte tem de operar primeiro em si.

O modelo é claro: quando a morte está a operar em si, então


a vida está a operar nos outros. Está aqui não para fazer a
sua própria vontade, mas a vontade d’Aquele que o enviou.
Essa vontade é alimentar e dar vida a um mundo com fome e a

12
morrer. Se renunciar à sua própria vontade e prosseguir de
todo coração a vontade de Deus tal como foi revelada para a
sua vida, então também, à sua própria medida, pode ser
comida para um mundo com fome e vida para um mundo que está
a morrer. No entanto, isto não é possível enquanto estiver
preocupado em fazer a sua própria vontade.

Houve mais um resultado produzido na vida de Jesus pelo Seu


compromisso em fazer a vontade do Pai. Nós podemos
descobrir isso na grande oração sumo sacerdotal de Jesus ao
Pai em favor dos Seus discípulos antes de Ele se separar
deles. Esta bonita expressão de Cristo encontra-se na
última parte do evangelho de João:

Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me


deste a fazer. (João 17:4)

Onde esta versão diz, “consumado,” é uma tradução de uma


forma da palavra grega, “teleios,” que significa também
“terminar” ou “concluir.” Eu glorifiquei-te na terra, tendo
consumado [terminando] a obra que me deste a fazer. Através
dos Evangelhos, a ênfase de Jesus não estava meramente em
fazer a vontade de Deus, mas em terminar a obra. Em relação
ao incidente da mulher samaritana no Poço de Jacó, Ele
tinha dito: A minha comida é fazer a vontade daquele que me
enviou, e concluir a sua obra. (João 4:34)(NVI)

Jesus estava sempre olhando para a frente para a conclusão


triunfante da Sua tarefa. Aqui Ele diz: “Agora Eu trouxe a
glória na terra para Ti, oh Pai, porque cheguei ao fim da
obra. Terminei-a.” Retomando a imagem da corrida que nós
consideramos previamente, podíamos dizer que Jesus está a
terminar a corrida. Ele está quase a pisar a linha da
chegada, e, fazendo isso, Ele diz, “Trouxe a glória para
Deus.”

Fazer a vontade de Deus traz sempre glória a Ele. Qualquer


que seja a tarefa que Deus lhe chame para fazer, se a fizer
devidamente e terminá-la, pode trazer glória a Ele. A
tarefa que Deus lhe atribuir pode ser simples, humilde ou
comum. Isso pode consistir em ser a melhor esposa e mãe, um
bom marido e pai, uma secretaria eficiente, ou um bom homem
de negócios. Seja qual for a tarefa, se terminá-la e fizer
um trabalho rigoroso, trará glória a Deus.

Fazer a vontade de Deus traz sempre glória a Ele.

O serviço egoísta e pouco entusiasmado nunca glorifica a


Deus. Uma das razões por que não o faz é porque a motivação
de uma pessoa assim está centrada nela própria. Existem
cristãos, até mesmo ministros, que estão preocupados com a

13
sua própria glória em vez da glória de Deus. Podem atrair
muitos seguidores e levarem as pessoas a interessarem-se
nos seus dons e ministérios, mas, o resultado por fim, não
será a glória de Deus.

A fim de glorificar a Deus, nós temos de ter uma visão


somente para a tarefa que Deus nos atribuiu. Além disso,
nós temos de ter uma firme determinação de que iremos
completar a tarefa, custe o que custar. Não existe nada que
desejo mais do que chegar ao fim do meu ministério e vida
aqui na terra e poder dizer na minha própria medida
limitada: “Eu Te glorifiquei na terra, tendo completado a
obra que me deste para fazer.”

=/=/=/=/=/=/=

14
4
O Ponto Culminante: A Cruz
Nós temos estado a assumir Jesus não só como modelo, mas
também como inspiração para viver. Temos visto que a
suprema motivação da Sua vida foi fazer a vontade de Deus
tal como está revelada no rol do Livro (das Escrituras). O
nosso versículo chave é este:

Então eu disse: Eis-me aqui (no rol do livro está escrito


de mim) para fazer, ó Deus, a tua vontade. (Hebreus
10:7)(ARIB)

São evidentes dois pontos vitais: primeiro, o motivo pelo


qual Jesus veio, foi para fazer a vontade de Deus; segundo,
a parte que Ele tinha que realizar já estava escrita no
rol. Isso também deve ser verdade para si e para mim.

Nós vimos também cinco resultados específicos na vida


terrena de Jesus que vieram através do Seu compromisso para
fazer a vontade de Deus:

1. Ele recebeu restauração física de um modo sobrenatural

2. Ele tinha uma visão apropriada da situação em que Ele


se encontrava, diferente daquela que tinham as pessoas
à Sua volta.

3. Ele apresentou um justo juízo ou um discernimento


imparcial. (Jesus nunca foi ingênuo ou enganado. Ele
sempre via exatamente como as coisas realmente eram.)

4. Ele foi um canal de vida para um mundo moribundo.

5. Ele glorificou a Deus na terra.

Ao alcançar todos esses resultados, Jesus estabeleceu o


padrão para seguirmos.

Vamos continuar olhando para o ponto culminante da vontade


de Deus na vida de Jesus. No capítulo décimo de Hebreus,
nós descobrimos que a vontade suprema de Deus para Jesus
foi o sacrifício do Seu corpo:

Pelo que, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não


quiseste, mas um corpo me preparaste; não te deleitaste em
holocaustos e oblações pelo pecado. Então eu disse: Eis-me
aqui (no rol do livro está escrito de mim) para fazer, ó

15
Deus, a tua vontade. Tendo dito acima: Sacrifício e ofertas
e holocaustos e oblações pelo pecado não quiseste, nem
neles te deleitaste (os quais se oferecem segundo a lei);
agora disse: Eis-me aqui para fazer a tua vontade. Ele tira
o primeiro, para estabelecer o segundo. É nessa vontade
dele que temos sido santificados pela oferta do corpo de
Jesus Cristo, feita uma vez para sempre. (Hebreus 10:5-
10)(ARIB)

Jesus veio a este mundo para fazer a vontade do Seu Pai. A


fim de fazer a vontade de Deus, Deus preparou um corpo para
Ele. A concretização dessa vontade exigiu que Jesus
sacrificasse o Seu próprio corpo. O ponto culminante ou o
objetivo final da vida de Jesus foi sacrificar o Seu
próprio corpo em favor do mundo.

Como nós temos visto, havia uma ênfase contínua na mente de


Jesus, não para fazer meramente a obra de Deus, mas para
finalizar e completar a vontade de Deus. Quanto mais perto
Jesus estava do fim do Seu ministério terreno, mais forte
se tornava esta ênfase na Sua vida.

Vamos olhar para uma afirmação no evangelho de Lucas:

Ora, quando se completavam os dias para a sua assunção


[literalmente “a Sua subida”, que se refere a Jesus sendo
elevado depois da Sua morte na cruz], manifestou o firme
propósito de ir a Jerusalém. (Lucas 9:51)(ARIB)

Repare nesta frase chave: Ele manifestou o firme propósito.


Jesus sabia o que o esperava. Ele já tinha dito aos Seus
discípulos, embora recusarem acreditar n’Ele. Como se
aproximava o tempo da conclusão, Ele manifestou o firme
propósito. Ele estava determinado a terminar a Sua obra.

O profeta Isaías, pelo Espírito de Cristo, predisse


profeticamente o ponto culminante da vida de Jesus na
terra, da seguinte forma:

O Senhor Deus me deu a língua dos instruídos [uma língua de


discípulo – Jesus era o discípulo do Pai] para que eu saiba
sustentar com uma palavra o que está cansado; ele desperta-
me todas as manhãs; desperta-me o ouvido para que eu ouça
como discípulo. (Isaías 50:4)(ARIB)

Jesus estava sempre na escola do discipulado com o Pai. No


início de cada dia, enquanto Jesus passava tempo em oração,
Jesus recebia as Suas direções para esse dia quando Ele
ouvia a voz do Pai a falar com Ele.

Continuando em Isaías, nós lemos:

16
O Senhor Deus abriu-me os ouvidos, e eu não fui rebelde,
nem me retirei para trás. Ofereci as minhas costas aos que
me feriam, e as minhas faces aos que me arrancavam a barba;
não escondi o meu rosto dos que me afrontavam e me cuspiam.
(Isaías 50:5-6)(ARIB)

É muito importante ver que Jesus ofereceu as costas àqueles


que Lhe batiam. Ele fazia isso livremente porque isso era a
vontade e direção do Pai. Ele ouviu o pai dizer-Lhe, “Foi
para isso que Eu te enviei Meu filho,” e assim Ele fez, não
se poupou a Si mesmo. Ele entregou-se aos Seus
torturadores.

Terminando esta passagem em Isaías, lemos:

Pois o Senhor Deus me ajuda; portanto não me sinto


confundido; por isso pus o meu rosto como um seixo, e sei
que não serei envergonhado. (Isaías 50:7)(ARIB)

Lucas disse: Ele manifestou o firme propósito.


Profeticamente escrevendo 700 anos antes, Isaías disse: Por
isso pus o meu rosto como um seixo. Jesus sabia o que iria
enfrentar. De facto, está escrito no versículo anterior de
Isaías: Ofereci as minhas costas aos que me feriam, e as
minhas faces aos que me arrancavam a barba; não escondi o
meu rosto dos que me afrontavam e me cuspiam. (versículo 6)

Com efeito, Jesus disse no Seu coração: “Tornei o meu rosto


como um seixo. Não importa o que está para vir, Eu vou
seguir em frente com isso, porque o Meu propósito é fazer a
obra que Deus Me destinou e terminá-la,”

Nós agora chegamos ao verdadeiro ponto culminante da vida


terrena de Jesus. Jesus tinha estado na cruz durante três
horas ou mais, e Ele estava chegando ao Seu fim. Nós lemos
no evangelho de João:

Depois, sabendo Jesus que todas as coisas já estavam


consumadas, para que se cumprisse a Escritura, disse: Tenho
sede. Estava ali um vaso cheio de vinagre. Puseram, pois,
numa cana de hissopo uma esponja ensopada de vinagre, e lha
chegaram à boca. Então Jesus, depois de ter tomado o
vinagre, disse: está consumado. E, inclinando a cabeça,
entregou o espírito. (João 19:28-30)(ARIB)

Jesus entregou o Seu próprio espírito ao Pai (Lucas 23:46).


Ele tinha dito aos Seus discípulos antes:

Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para a


retomar. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou;

17
tenho autoridade para a dar, e tenho autoridade para
retomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai. (João 10: 17-
18)(ARIB)

Antes de Jesus entregar o Seu espírito, uma das Suas


últimas grandes afirmações foi: … Está consumado (João
19:30). O que é que estava consumado? Ele tinha consumado a
tarefa da Sua missão terrena. Através da Sua vida Ele tinha
vindo a dizer: A minha comida é fazer a vontade daquele que
me enviou, e completar a sua obra (João 4:34). Depois, em
antecipação a este momento, na Sua oração, que se encontra
no capítulo 17 de João, Ele expressou: “Eu Te glorifiquei
na terra. Eu terminei o trabalho que Tu me deste.” Na cruz
isto foi realmente cumprido enquanto Ele gritava: “Está
consumado.”

Esse não foi um grito de derrota. Isso foi um grito de


triunfo! “ ‘Está consumado!’, Eu fiz todas as coisas que Me
foram atribuídas. Fiz tudo, não omiti nada. Agora a
redenção está disponível através do Meu sacrifício na
cruz!”

Em Grego, “Está consumado!” é apenas uma palavra:


“tetelestai.” É a forma do pretérito perfeito de um verbo
que significa “completar alguma coisa”, “terminar alguma
coisa”, “fazer alguma coisa perfeitamente.” Ao procurar um
meio para comunicar isto, pensei em expressões tais como:
“Está completamente completo”, “Está perfeitamente
perfeito”, e “Tudo o que tinha de ser feito (para a
redenção do homem através do sacrifício do Meu corpo) foi
feito.”

Jesus não libertaria o Seu espírito até que Ele pudesse


dizer, “Está consumado”, e até Ele soubesse que tinha feito
tudo o que Lhe tinha sido exigido pelo Pai. Esse foi o
objetivo pelo qual a Sua vida foi dirigida. Essa foi a
motivação suprema que fez com que Ele pusesse a Sua face
como um seixo e permitisse que Ele passasse pela vergonha,
dor, rejeição e desgraça.

Tenho ouvido dizer frequentemente que não foram os pregos


que seguravam Jesus à cruz, mas foi antes o Seu compromisso
com a vontade do Pai. Esse compromisso foi algo do qual Ele
não se desviou nem para a direita nem para a esquerda.
Fazer a vontade de Seu Pai, custa o que custar, era a
motivação de Jesus. Esse foi o Seu propósito em viver aqui
na Terra.

Não foram os pregos que seguravam Jesus à cruz,


mas o Seu compromisso com a vontade do Pai.

18
Deus tinha dado um corpo a Jesus. Ele sabia das Escrituras
que o propósito de Deus para o Seu corpo era que Ele
deveria sacrificá-lo na cruz em favor do género humano.
Tudo o que Jesus fez foi dirigido para o cumprimento da
vontade de Deus e conclusão da Sua missão.

=/=/=/=/=/=/=

19
5
Seguindo o Exemplo de Jesus
Nós temos vindo a olhar para Jesus consistentemente tanto
como o nosso modelo como a nossa inspiração. Temos visto
que o compromisso para fazer a vontade de Deus foi a
motivação que trouxe Jesus do céu à Terra. Esse compromisso
deu forma e dirigiu o curso inteiro da Sua vida e
ministério terreno e culminou no sacrifício do Seu próprio
corpo na cruz.

Vamos considerar como é que nós podemos aplicar este


exemplo de Jesus às nossas vidas. São necessários três
passos fundamentais para aplicarmos o modelo que Jesus nos
deu. O primeiro passo importante é desejar fazer a vontade
de Deus. O apóstolo João registou o que Jesus disse:

Se alguém quiser fazer a vontade de Deus, há de saber se a


doutrina é dele, ou se eu falo por mim mesmo. (João
7:17)(ARIB)

A palavra Grega que é traduzida aqui como “quiser” é


realmente uma forma do verbo “thelo” que significa “querer”
ou “determinar.” Se alguém escolhe fazer a vontade de Deus,
ou se alguém quer fazer a vontade de Deus, descobrirá se
Jesus fala por conta própria.

Muitas pessoas religiosas menosprezam a função da vontade


nas suas vidas espirituais. As vidas de muitas pessoas são
dirigidas por impressões, sentimentos e coisas imediatas.
No entanto, a coisa que em última análise determina a
direção das nossas vidas é o exercer das nossas vontades.
Esse é o fator decisivo. Não podemos levar uma vida correta
se nós não tivermos a vontade de levar uma vida correta.

Jesus coloca perante nós este desafio, o qual também é um


convite: decidirá a fazer a vontade de Deus? Sem responder
a este desafio, nunca irá poder levar uma vida correta.
Isso não acontece por inspiração, pregação maravilhosa, ou
alguém orando por nós.

Deve chegar um momento nas nossas vidas onde nós fazemos


uma decisão pessoal. “Decisão” é a palavra-chave. Nós temos
de decidir: “Eu vou fazer a vontade de Deus.” Jesus disse-
nos: Se alguém quiser fazer a vontade de Deus, [então] há
de saber se a doutrina é dele, ou se eu falo por mim mesmo
(João 7:17)(ARIB).

20
É importante perceber que nós não descobrimos primeiro, e
depois queremos fazer a vontade de Deus; primeiro nós
escolhemos fazer, e depois nós descobrimos. Muitas pessoas
têm a ordem ao contrário. Elas oram: “Deus, mostra-me a
coisa por completo. Eu quero primeiro entender tudo, e
depois decidirei fazer aquilo que o Senhor me disser.
Todavia, não é assim que isso acontece. Deus não procura
consolar a curiosidade intelectual de ninguém. Se apenas
deseja saber mais sem ter a vontade de se comprometer, Deus
não lhe irá revelar a Sua vontade. Mas se tem vontade de
fazer a vontade de Deus, então seguir-se-ão a compreensão,
a visão interior e a revelação.

Deixe-me dizer isso de outro modo: o compromisso leva à


compreensão, não a compreensão ao compromisso.

O compromisso leva à compreensão,


não a compreensão ao compromisso.

Não entende primeiro a vontade de Deus e depois se


compromete a si próprio a fazê-la. Compromete-se a si mesmo
a fazer a vontade de Deus; depois Deus começa a revelar a
Sua vontade à sua mente comprometida. Todos nós chegamos a
um momento nas nossas vidas em que temos de tomar uma
decisão vital por nós próprios. “A minha decisão é fazer a
vontade de Deus.” Nós não podemos dizer “se” ou “talvez.”
Isso não é um compromisso.

O segundo passo é o sacrifício dos nossos corpos. A


realização da vontade de Deus culminou para Jesus no
sacrifício do Seu corpo. Ele sabia isso quando se
apresentou para fazer a vontade de Deus. Isto poderá
surpreendê-lo – mas está claramente afirmado nas Escrituras
– que para nós fazermos a vontade de Deus exige, do mesmo
modo, o sacrifício dos nossos corpos. No entanto, há uma
diferença. O sacrifício do corpo de Jesus significou a Sua
morte. A nós Paulo diz-nos para sacrificarmos os nossos
corpos vivos:

Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que


apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo
e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
(Romanos12:1)(ARIB)

Essencialmente, Deus diz a cada um de nós: “À luz de tudo o


que Eu fiz por ti, a resposta que Eu requero é que ofereças
o teu corpo a Mim como sacrifício vivo. Coloque o teu corpo
no Meu altar. Torne o teu corpo disponível para Mim sem
reservas.”

21
Se oferecer o seu corpo como um sacrifício vivo a Deus, já
não pode reclamar a propriedade do seu corpo. Já não decide
onde é que o seu corpo irá, ou o que o seu corpo fará,
comerá, ou vestirá, desistiu de fazer essas decisões. A
partir de agora, o seu corpo pertence a Deus. Sacrificou-o
a Ele, um corpo vivo no Seu altar.

O que quer que seja colocado no altar de Deus pertence a


partir daí a Deus. Já não pertence à pessoa que o deu. Deus
requer que nós, tal como Jesus, sacrifiquemos os nossos
corpos. A diferença é que Jesus sacrificou o Seu corpo
através da morte, mas a nós é pedido de sacrificarmos os
nossos corpos enquanto estamos vivos. Nós temos de entregar
os nossos corpos a Deus e desistir dos nossos direitos e
das reclamações que fazemos deles.

Isso pode parecer muito assustador, mas quero dizer-lhe que


é muito empolgante. De certo modo, nós imaginamos que o que
isto significa é que nós acabaremos sozinhos num ermo,
vestindo trapos e vivendo de pão e água, mas isso não é o
que Deus tem em mente.

Pois eu bem sei os planos que estou projectando para vós,


diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um
futuro e uma esperança. (Jeremias 29:11)(ARIB)

Deus tem toda a espécie de ideias sobre o que Ele pode


fazer consigo e com o seu corpo, mas Ele não lhe irá dizer
até que o seu corpo pertença a Ele. Tem de entregá-lo a Ele
primeiro; depois ser-lhe-á dada a compreensão.

Depois de oferecermos os nossos corpos como sacrifícios


vivos, nós chegamos ao próximo passo, que é a renovação da
mente. Paulo descreve isto muito claramente em Romanos:

E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela


renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja
a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.
(Romanos 12:2)(ARIB)

Logo que tiver dado o passo decisivo de entregar o seu


corpo a Deus como um sacrifício vivo, algo acontece na sua
mente. Essa decisão liberta algo na sua mente e ela torna-
se renovada. Nunca mais pensará do modo que o mundo pensa.
O pensar das pessoas do mundo é centrado em elas próprias.
“Se eu fizer isto, como é que isso me afetará? Se disser
isto, conseguirei um aumento? Serei promovido? As pessoas
gostarão de mim? Tudo está centrado à volta de “mim.” Mas,
a mente renovada centra-se à volta de Deus. Isto
glorificará a Deus? Será este o propósito de Deus para a
minha vida?”

22
“Com a mente assim renovada”, Paulo explicou-nos: “então
vós podeis descobrir a vontade de Deus.” Com a mente assim
renovada pode discernir a vontade de Deus e encontrar o
caminho que Deus tem para a sua vida.

Na maioria dos casos o caminho de Deus para si será muito


diferente daquilo que pensa que possa ser. Satanás estará
precisamente atrás de si, segredando ao seu ouvido que o
caminho de Deus será miserável e difícil. Satanás dir-lhe-á
que irá passar o resto da sua vida lavando pratos ou
vivendo algures num deserto. Isso poderia ser verdade, mas,
muito provavelmente, isso não será assim. Seja como for,
nunca saberá até fazer o compromisso.

As consequências desta entrega do seu corpo a Deus será a


mesma como foi na vida de Jesus. Houve cinco resultados
desta determinação na vida de Jesus, e pode antecipar os
mesmos resultados na sua vida, quando entregar o seu corpo
e a sua vontade a Deus.

1. Houve restauração física sobrenatural. Jesus não


estava limitado à Sua própria força física, nem nós
estaremos se estivermos comprometidos em fazer a
vontade de Deus.

2. Houve uma visão apropriada. Jesus via as coisas do


modo como Deus vê as coisas, e assim nós faremos se
estivermos comprometidos em fazer a vontade de Deus.

3. Houve justo juízo ou claro discernimento. Jesus não


foi enganado nem iludido. Ele via as coisas nas
pessoas do modo que elas realmente eram. Será igual
para nós se estivermos comprometidos em fazer a
vontade de Deus.

4. Jesus tornou-se um canal de vida para um mundo


moribundo. Do mesmo modo, nós podemo-nos tornar canais
de vida se estivermos comprometidos em fazer a vontade
de Deus.

5. Jesus disse: Eu te glorifiquei na terra, completando a


obra que me deste para fazer (João 17:4). Se nós nos
comprometermos com Deus e com a Sua vontade e
completá-la com todo o nosso coração, nós também
seremos capazes de glorificar a Deus na terra.

Quando entregar totalmente o seu corpo e a sua vontade a


Deus, cedendo qualquer reclamação ou autocontrolo a Ele,
glorificará o Senhor e encontrará uma paz profunda e uma

23
satisfação pessoal na sua alma. Encontrará um novo sentido
de propósito conforme Deus revelar a Sua vontade para a sua
vida.

=/=/=/=/=/=/=/=

Acabou de ler a tradução do pequeno livrinho:

GOD’S WILL FOR YOUR LIFE.

24

Você também pode gostar