Você está na página 1de 7

RENNAN ANDRADE E O DIOGO VELASCO

Relatório Final
Período da bolsa: de 09/2022 a 09/2023
Este projeto é desenvolvido com bolsa de iniciação científica
PICVOL/COPES

São Cristóvão - SE
2023
SUMÁRIO

1. Introdução……………………………………………………………….........………

2. Objetivos…………………………………………………………………........……...

3. Metodologia…………………………………………………………….........……….

4. Resultados, discussões e conclusão……………..............................................


…………………………..........……

5. Perspectivas de futuros trabalhos……………………………………...........…….

6. Referências bibliográficas…………………………………………...........………...

1. Introdução
Este trabalho relata as atividades desenvolvidas no projeto de Iniciação
Científica, “O espaço cinematográfico em Temporada”, sob orientação de Diogo
Velasco, no desenvolvimento de uma taxonomia das imagens-espaço do filme
“Temporada”, de André Novais.

Investigamos a espacialidade do tempo-espaço na história do cinema.


fundamentando nossos corpus de pesquisa nos estudos sobre o tempo bergsoniano
e a filosofia cinematográfica de Deleuze. Além desses estudiosos, relacionamos
suas teorias cinematográfica com os estudos pós-estruturalista de Lefebvre e
Doreen Massey sobre o espaço, que são essenciais na construção desse projeto,
elaborando uma análise espacial com objetivo de libertar o espaço das teorias que o
reduziram à imobilidade, cronicamente, perpetuadas pelas representações sociais.

Para melhor conhecermos a construção que especializa o espaço vincamos


nossos estudos na teoria da “coetaneidade espacial”, de Doreen Massey, e
transportando para dentro do cinema a fim de desvinculá-lo das constelações de
conceitos em que foi envolvido (social, fechamento e representação), mostrando
como o espaço é mais do que uma extensão territorial.

Desse modo, foram desenvolvidas atividades, descritas a seguir neste


relatório, buscando encontra as imagens-espaço que rompem com a determinação
do espaço. Novas sensações são vivenciadas pelas imagens, provocando uma
eletricidade na psique humana como um curto-circuito, entre a imagem mental e a
imagem real fazendo-a questiona: “Qual a ação seguinte?”. Mas na realidade o
questionamento devia ser sobre o que há para sentir na imagem e as provações
geradas pela espacialidade das durações. Assim, os encontros de trajetórias,
sempre inesperados ao acaso, resultado da coetaneidade espaço é a dimensão
sensível pelas relações humanas.

2. Objetivo

A presente pesquisa tem como objetivo principal comprovar a existência das


imagens-espaço no filme “Temporada”, refutando as teorias estruturalistas que
enclausuravam o espaço. Centralizamos nosso alvo de estudo na criação de uma
taxonomia das imagens-espaço: espaço-negativo, espaço-vazio, espaço-coetâneo e
espaço-estetizado. Descrevendo ao longo do artigo as especificações de cada
espaço conjuntamente com a análise da multiplicidade do tempo-espaço.

Assim, criando um novo olhar sobre espacialização do espaço dentro do


cinema em uma busca do sensível, da abertura, experiências de vida trocadas pela
sinestesia de durações, dentro da sétima arte, na composição de uma
representação do Todo. Logo, criando uma nova teoria cinematográfica
desenvolvida em apresentar as fissuras do espaço pela união de duas áreas de
humanas, filosofia e geografia, em busca de instigar as futuras gerações de cineasta
a pensar o espaço cinematográfico com um quadro em branco de possibilidades. E,
assim, novas formas de estetização venham a vigorar, diferente como outrora
espacializado no cinema clássico, na articulação de elos sensíveis. Desse modo, o
espaço como latente produtor de narrativas que não subjugue o em razão do tempo.

3. Metodologia

A metodologia utilizada para execução desse projeto se deu pela leitura de


obras teorias que conceituam o espaço como um encontro de trajetórias abertas ao
acaso marcadas sempre pela eventualidade, transferindo a ele um caráter simbólico
que difere das relações sociais. Segundo Doreen Massey, “Se o tempo é a
dimensão da mudança, então o espaço é a dimensão do social: da coexistência
contemporânea de outros.” Assim, o espaço é um produto dessas relações que se
une ao devir de cada ser no espaço.

Além disso, realizamos a investigação na filosofia bergsoniana para um melhor


entendimento a fundo da teoria cinematográfica, elaborada por Deleuze,
correlacionando com as teorias contemporâneas sobre o espaço. Recorrentes
leituras foram realizadas sobre a imagem-movimento e imagem-tempo,
especialmente os conceitos sobre devir, todo e movimento. Também foi lida a tese
da produção do espaço, teoria de Lefebvre, cujo conteúdo revela a constante
produção e reprodução do espaço, criando no imaginário social a dimensão
percebida e concebida como única forma de espacialização.

Ademais, ocorreu algumas sessões conjuntas analisando, minuciosamente, o


filme com o objetivo de selecionar as imagens-espaço que iriam ser discutidas no
artigo. Assim, com as imagens selecionadas, discutimos as características
específica de cada imagem e partimos para elaborar o esqueleto da pesquisa, com
recorrentemente encontros semanais, onde foram realizados debates sobre a
ontologia do espaço dento do filme.

4. Resultados, discussões e conclusão

Obtivemos como resultado uma nova maneira de pensar o espaço e as diferentes


percepções que ocorrem em seu amago, contrastando com uma lógica centrada
unicamente no eu, relações individualizadas, com espaços sólidos e estáticos. A
leitura de Bergson sobre tempo e movimento expandiu nosso conhecimento da
própria realidade, capturada por uma câmera e projetado em uma tela branca, o
cinema, sendo a vida um constante movimente de durações que perambulam no
espaço fortalecendo elos sensíveis. Portando, o cinema é capaz de transmiti-los
através das imagens-espaços resultando novas formas de sentir que são
potencializados com anti-determinação espacial ao provocar sensações únicas.

5. Perspectivas de futuros trabalhos

Almejamos colocar a artigo em alguma revista acadêmica focado em estudos


sobre comunicação social com foco em cinema e audiovisual. Na próxima SOCINE
– Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual – realiza anualmente
encontros entre professores e alunos de pós-graduação com objetivo de promover o
intercâmbio de pesquisas e estudos na área de comunicação, incentivando o debate
e troca de ideias sobre cinema e audiovisual no Brasil. Hoje, em 2023, a SOCINE
representa um importante intercambio pelas pesquisas apresentadas em seus
seminários. Nossa proposta foi selecionada para apresentar os resultados do
projeto em uma palestra na SOCINE, realizada na Universidade Federal da
Integração Latino-Americana (UNILA), de 07 a 10 de novembro, em Foz do Iguaçu.
6. Referências bibliográficas

BERGSON, Henri. Matéria e memória: ensaio sobre a relação do corpo com o espírito. São Paulo:
Editora Martins e Fontes, 1990.

Deleuze, G. Cinema II. Imagem-tempo. São Paulo: Brasiliense, 1990.


MASSEY, D. Pelo espaço – uma nova política da espacialidade. Bertrand do Brasil Editora, Rio de
Janeiro, 2008.

SCHMIND, Christian. A teoria da produção do espaço de Henri Lefevbre: em direção a dialética


tridimensional. Geousp, São Paulo, N°32, pp. 89- 109, 2012.

VELASCO, Diogo. Imagem-Espaço. Revista Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual, São


Cristóvão, Nº 9, 2020.

VELASCO, Diogo. Espacializando o Cinema: Representação de Espaços e Espaços de Representação


na criação de Imagemns-espaços.

Você também pode gostar