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Universidade Estadual do Ceará

Centro de Humanidades

Resenha descritiva - Antonio Gramsci: Vida e obra de um comunista


revolucionário.

Breno Araújo 1

Este breve trabalho objetiva o conhecimento da vida e obra de Antonio


Gramsci e a influência do período histórico anterior e durante a Primeira e
Segunda Guerras Mundiais. A evolução do pensamento político e filosófico
gramsciano se dar a partir do escasso pensamento marxista italiano. Vivendo
uma juventude acadêmica interrompida pela doença decadente física e
psicológica, e as precárias condições econômicas, e o resto dos anos de sua
vida sofridos no infernal cárcere do regime fascista, serão os principais fatores
que analisaremos como condicionantes para diversas contribuições do seu
pensamento e dúvidas não esclarecidas até os dias de hoje.

Em Ales, no interior da Sardenha, Nascia Antonio Gramsci, em 22 de


janeiro de 1891. Gramsci teve uma infância difícil, tanto pelas condições
econômicas de sua família, onde todos precisavam trabalhar para garantir a
sobrevivência, quanto pela sua saúde frágil. Com apenas 18 meses de vida
contraiu tuberculose óssea, deformando a coluna, além de adquirir mal de Pott.
Aos 4 anos de idade sofrera convulsões e hemorragias. Gramsci frequentava a
escola a quilômetros de distância de sua casa, por isso, por certo período, se
hospedou em uma casa de família camponesa. Além disso, com apenas 12
anos de idade abandonou os estudos tendo que trabalhar para ajudar a família,
especialmente após a prisão de seu pai, Francesco, devido a acusação de uma
suposta malversação de fundos da repartição pública.

1
Graduando em Filosofia-Licenciatura, UECE, 2021.
Gramsci teve forte influência da luta política através de seu irmão mais
velho, Gennaro, que trazia para casa edições do jornal Avanti! do PSI. Na
juventude, sonhara tornar-se professor de literatura italiana, mas seu destino
universitário fora comprometido pela saúde debilitada e pela condição
financeira precária. Gramsci, não raramente, utilizava dos poucos recursos
enviados pela família para comprar livros, sacrificando a própria alimentação
para acompanhar os estudos universitários.

Por mais que tivesse sido aprovado nos exames, as dificuldades de manter
a bolsa devido a saúde e as condições materiais precárias, abandonou a
universidade no último ano, por volta de 1914. Com a perca da carreira
universitária, Gramsci ingressava na militância política, filiando-se ao PSI e
provavelmente ao FGS (Federação Juvenil Socialista) em 1913.

A vida de Antonio Gramsci é constituída de um conjunto de acontecimentos


históricos que definiram os rumos do mundo em que vivemos até os dias
atuais. Detalhes de sua vida pessoal e profissional não faltam para mencionar
as consequências que resultaram em sua obra. A unificação da Itália (1861 –
1870), a Revolução Russa de 1917, a Grande Guerra, a Segunda Guerra
Mundial, foram fatores determinantes na evolução do seu pensamento.

Gramsci, é classificado até os dias de hoje como marxista ‘’reformista’’ e por


isso, provido de uma teoria política ‘’simplista’’ e anti-revolucionária (visão que
em parte, foi concebida até o período pós-Segunda Guerra pelos comunistas
de seu tempo que o denominavam de socialdemocrata), o que é um grave erro!

Para exemplificar, recorremos a fevereiro de 1917, período em que Gramsci


já trabalhava há dois anos no jornal Avanti! escrevia sobre literatura e política,
e tratava de referências históricas como a Revolução Francesa, e a Comuna de
Paris. Gramsci publicou na época, o jornal-opúsculo ‘’A Cidade Futura’’,
contendo sua visão sobre a sociedade como forma de recrutamento da FGS.
Antonio tinha forte influência filosófica do pensamento de Benedetto Croce que
se expressava em sua visão idealista e voluntarista da época. No opúsculo,
apontava que a transformação da sociedade pelos homens se dava a partir de
uma ‘’idéia-força’’, onde expressavam sua real vontade de mudança das
condições materiais e a conquista de seus direitos, e por isso, o maior
empecilho seria o ceticismo, os indiferentes.

Portanto, para Gramsci, as condições e transformações sociais eram fruto


das paixões e das ideias dos homens, que possuíam essa vontade tenaz e,
portanto, a revolução seria uma questão apenas de convencimento, ou seja, as
ideias determinavam as condições materiais e não as condições materiais
alteravam as ideias.

Esta visão voluntarista e provida de um materialismo idealista, é fruto não


apenas da filosofia de Benedetto Croce, mas da escassa presença da literatura
marxista de uma Itália sobretudo agrária, onde dificultava uma interpretação
concreta da crítica da economia-política de Marx, num país onde mal se
conhecera o industrialismo e suas formas de relação de produção. Além disso,
os socialistas italianos desconheciam a literatura marxista e os acontecimentos
da revolução Russa precisamente, até por volta de 1918.

Gramsci compartilhava forte influência da teoria política de Lenin, com


efeito, enfatizava a necessidade da unificação entre o trabalhador do norte
industrial e do sul agrário na Itália, além de adotar as medidas da Internacional
Comunista, no período anterior a Stálin, de frente única, mas com a depuração
dos reformistas das organizações socialistas.

Em 1919, fundou, junto a Tolgliatti, Terracini e Tasca, o periódico


independente socialista ‘’L’Ordine Nuovo’’ (A Ordem Nova), onde provocou
forte agitação e influência nos debates que se seguiram durantes as diversas
lutas e Congressos pela Itália. Dentre as propostas, ressaltavam necessária
organização do assalto ao poder.

Com a influência da agitação revolucionária na Rússia e da forma de


organização leninista, Gramsci, publicou no semanário da A Ordem Nova, o
artigo ‘’Democracia Operária’’ defendendo a transformação das comissões
internas em conselhos de fábrica. Fato que resultou em forte organização
operária pela Itália de ocupação das fábricas e do controle da produção, em
busca do aumento de salários e redução da jornada de trabalho. Evoluindo seu
pensamento revolucionário, Gramsci concebia este método como um caminho
para a superação do reformismo, do parlamentarismo e do sindicalismo das
organizações, em especial, do PSI.

Em 21 de janeiro de 1921, sob longa influência do grupo Ordem Nova,


maximalistas, bordiguistas e da IC, forma-se o Partido Comunista Italiano,
visando reformular a forma de organização a partir de uma perspectiva
verdadeiramente revolucionária, depurando a classe trabalhadora de conceitos
e medidas reformistas enraizadas pela trajetória especialmente do PSI. Apesar
de não ter participado diretamente da fundação do Partido, Gramsci foi
nomeado, mais tarde, em agosto de 1924, secretário-geral pelo Comitê Central
do PCI.

No terceiro Congresso do Partido Comunista da Itália, Gramsci escreveu as


‘’Teses de Lyon’’, com o objetivo de adesão a ‘’bolchevização’’ das
organizações operárias, ensejando a exteriorização das tendências
antimarxistas do movimento operário. Além da orientação do movimento
operário, as teses analisavam a frágil industrialização da Itália, que, por não
completar sua total unificação na prática, obrigava a burguesia a se aliar com
os terratenentes.

Gramsci explicava que as próprias organizações socialistas eram providas


de ideologia burguesa, de uma trajetória incompleta do processo de reforma da
unificação da Itália, com preconceitos biológicos ao afirmarem que os sulinos
seriam ‘’inferiores’’ e por isso, responsáveis pelo atraso do desenvolvimento do
país. As teses analisavam estes aspectos até a ascensão do fascismo na Itália,
para compreender os processos históricos e falhas nas orientações políticas e
conduzir a classe revolucionária ao assalto ao poder.

O fascismo surgira basicamente como alternativa de reação radical e


armada do capitalismo contra o movimento dos trabalhadores, desta maneira,
conquistara também a aliança da burguesia, com o apoio da monarquia e dos
grandes proprietários para a concentração do poder unificado em um único
‘’organismo político’’.

Vale ressaltar, que a ascensão fascista não se deu apenas graças aos
problemas de unificação italiana ou aliança com a monarquia e a burguesia,
mas, sobretudo, devido a falta de direção revolucionária da classe
trabalhadora, tendo em vista que, o fascismo chegou ao poder sem resistência
operária.

Com o passar dos anos com fascismo em exercício, diversos ataques


contra as organizações e sindicatos de esquerda sofreram duras repressões e
mortes, dentre as quais, em outubro de 1922, milhares de bibliotecas,
refeitórios e sedes dos sindicatos foram atacadas, e mais tarde, os ‘’camisas
negras’’ atearam fogo em algumas cooperativas.

Em novembro de 1926, o Conselho de Ministros aprovou as ‘’Leis


fascistizantes’’, que intensificavam as repressões sobre as movimentações e
liberdades democráticas na Itália. Com o PCI seguindo orientações de natureza
trotskista, sob a direção de Gramsci, logo sofreria a repressão do fascismo com
perseguições políticas.

Em 8 de novembro de 1926, Gramsci foi preso, em Roma, aos 35 anos de


idade. O fascismo, sob o comando de Mussolini, de tudo fazia para justificar as
suas repressões e seu autoritarismo. Gramsci, sendo deputado, possuía
imunidade parlamentar, no entanto, a ilegalidade da sua prisão não justificaria
o impedimento da morte lenta e dolorosa intencionalmente adquirida pelo
regime ao comunista revolucionário.

Tamanho era o autoritarismo fascista que passava por cima da legalidade,


ou melhor, dos limites éticos da sociedade, haja vista que, Gramsci fora
julgado, junto a outros 20 prisioneiros, somente em 12 de maio de 1928, em
Roma, pelo tribunal de exceção. E fora condenado em 4 de junho de 1928, e
ainda sob falsas e distorcidas acusações:

‘’condenado a 20 anos, 4 meses e 5 dias de prisão, por conspiração


e aliciamento ao ódio de classe, incitação á guerra civil, á insurreição
e á modificação violenta da constituição e da forma de governo’’.2

Gramsci foi transferido numa quantidade relativamente alta de um cárcere


para outro, em uma das vezes, foi transferido por conta de falsas acusações de
conspiração contra o Estado e a ordem, pelo tribunal militar de circunscrição.
Seu sofrimento na prisão é imensurável, em sua transferência de um cárcere á

2
MAESTRI, Mário. CANDREVA, Luigi. – Antonio Gramsci: Vida e obra de um comunista
revolucionário. Pg 213.
outro, passava frio, insônia, quase 20 dias sem dormir e sem conseguir ao
menos manter-se de pé ou deitado.

Numa viagem a prisão de Turi, um médico anticomunista lhe negara gaze


para curativos. Era atendido de forma propositalmente displicente por alguns
médicos, como Cisternino que portava a carteira fascista. Perdera 12 dentes
devido a piorréia, sofrera sérias crises de hemoptise, principalmente nos
últimos anos, por volta de 1933 – 1934.

Houve diversas importunações que não bastavam a saúde já debilitada para


atazanar o revolucionário sardo, como casos de agentes infiltrados na cela de
Gramsci, com o objetivo de incitá-lo a cometer imprudências ou delitos que
piorassem suas condições penais ou sua moral comunista. Mais tarde, Gramsci
relatara esses fatos em ‘’Memorial’’ enviado ao presidente do Tribunal Militar.

No entanto, apesar de seus derradeiros últimos anos de vida no cárcere, o


mesmo assinala serem os mais produtivos de sua vida. Piero Sraffa, facilitou a
possível encomenda de livros sem limite de gastos nas livrarias de Milão. Um
fator curioso foi a organização dos presos políticos da escola de alfabetização,
lecionadas por Gramsci e Bordiga, onde, além dos funcionários do presídio, os
próprios moradores da Ilha de Ustica foram seus alunos!

Toda a sua relação exterior se tornou mínima possível, seu único contado
com sua família e com o PCI foi através de sua cunhada Tatiana Schucht, e em
alguns casos por intermédio de Sraffa quando envolvia suas relações com o
PCI. Por mais que seu Irmão Gennaro o tenha visitado para informar a
reviravolta na orientação do PCI e pedir sua opinião como canal de vinculação
para levar até o partido, a influência de Gramsci sobre o PCI de dentro do
cárcere não surtia efeito, exceto por algumas considerações sobre o
Congresso de Lyon anterior a prisão, mas com forte influência da burocracia
Stalinista. Tanto a Internacional Comunista como o Partido Comunista estavam
em decadência.

Gramsci, em uma de suas manifestações contra a orientação orgânica do


PCI, propondo uma ampla frente antifascista, defendeu um período
intermediário entre a queda do fascismo e o assalto ao poder, a luta por uma
constituinte como forma de transição a conquista do poder. Seus companheiros
consideraram sua posição como socialdemocrata, o expulsando do pátio da
prisão. Certa vez, quase foi atingido por uma pedra lançada pela janela até sua
cela por um dos presos.

Contudo, Gramsci se viu cada vez mais isolado, sua esposa Júlia não o
escrevia respondendo a suas cartas. Não se sabe as verdadeiras razões, se
pela pressão do regime stalinista ou mussolinista, por questões de saúde ou
desistência e desafeto com o companheiro encarcerado. O fato é que as
respostas vagas de Tatiana sobre sua irmã, sua decepção com a orientação do
PCI já sob total influência do regime mussolinista e da IC stalinista, sua doença
cada vez mais agravando seus quadros depressivos, o levaram a se sentir
preso ao ‘’dobro’’, pois sentia-se isolado em todos os sentidos.

No entanto, Gramsci se viu obrigado a compensar seus derradeiros anos


com muito trabalho intelectual, dando início a produção dos cadernos do
Cárcere (1929 – 1936). Gramsci desenvolvera sua teoria voluntarista e idealista
conforme as leituras nas bibliotecas do cárcere, sua vida no PCI, suas
influências das orientações leninistas e trotskistas, em suma, sobretudo aos
fatos e experiências de sua época de grande efervescência política. Produziu
diversos temas como a ‘’questão meridional’’, ‘’revolução proletária’’,
‘’hegemonia’’, ‘’bloco histórico’’, sobre os intelectuais etc.

Grande parte desses assuntos eram escritos e reescritos, por isso, nos
cadernos, algumas anotações são assinaladas como A (as que são retomadas
e acrescido alguma consideração) e dos tipos C e B. Alguns escritos eram
inconclusos e retomados após uma discussão com um companheiro de cárcere
ou após uma determinada leitura.

No entanto, apesar da diversidade de temas, nenhum assume uma posição


primordial ou principal nos escritos carcerários. Porém, alguns temas, como a
questão dos intelectuais, Estado ou partido político, surtiram grandes efeitos,
talvez, esclarecendo a visão aos comunistas que o consideravam um
socialdemocrata ou reformista, contribuindo assim para a orientação de
vanguardas desprovidas do pensamento de orientação revolucionária.

Gramsci afirmava que o partido político seria o ‘’novo príncipe’’, tendo como
objetivo a conquista do poder pelo operário organizado organicamente.
Enfatizava a importância do proletariado exercitar a sua hegemonia sobre os
intelectuais, que toda organização necessita dos intelectuais, mas estes não
podem restringir-se as concepções burguesas que historicamente defendem,
mas as concepções da classe oprimida, classe que precisa de uma frente
intelectual, mas, que sem a integração dessa intelectualidade orgânica ao
proletariado não seria possível a tomada e a estabilidade do poder. A classe
torna-se revolucionária quando percebe não apenas a sua exploração, mas seu
papel na história, seu esforço intelectual de compreender e intervir nas
contradições da realidade. Transformando-se de classe em si em classe para
si.

Contudo, como já assinalado, o isolamento de Gramsci e suas oprimidas


condições carcerárias agravaram intensamente sua saúde física e mental.
Passando a delirar, a ter crises de hemoptises agudas, noites sem dormir etc.
Certa manhã, ao levantar do seu leito, desabou sobre o chão e não teve mais
forças para se erguer sozinho. Passou as noites seguintes acompanhado por
guardas e seu companheiro Gustavo Trombetti.

A situação grave possibilitou a chegada do médico Umberto Arcangeli a


prisão de Turi, em 20 de março de 1933. Diagnosticou a tuberculose que
atacou o seu pulmão direito, duas hemoptises, a piora da Hipertensão pela
arteriosclerose e que perdera 7 quilos. Além de uma possível senilidade
precoce.

Piero Sraffa publicou no jornal Francês L’Humanité o certificado do doutor


Arcangeli, denunciando a crítica situação de Antonio Gramsci, o que mais
tarde, foram vítimas de acusação fascista, considerando exagero o diagnóstico
de Arcangeli para favorecer a situação política de Gramsci.

Finalmente, após várias petições e tentativas, somente 8 meses mais tarde,


Gramsci foi transferido da prisão de Turi para a casa de saúde Cusumano, em
Formia, chegando em 19 de dezembro. Quando da sua transferência, Gramsci
distraía um guarda para que Gustavo Trombetti, guardasse seus 21 cadernos
de anotações na bagagem.
Antonio adquiriu liberdade condicional em 25 de outubro de 1934. Em 26 de
agosto de 1935, um novo exame identificou ‘’mal de Pott’’, tuberculose,
hipertensão, crise de gota e crise cardíaca.

Em dezembro, Gramsci escrevera nova carta a sua companheira, sem


retorno, não sabendo da real e triste condição em que sua família se
encontrava: sob a ameaça da URSS stalinista.

Em 1937, Gramsci pediu para Tatiana para que solicitasse á sua família um
quarto em Santulussurgiu. Almejava descansar de sua vida no cárcere em seu
local de infância após a aproximada liberdade em 21 de abril. Sua família o
esperou ansiosamente em 27 de abril, mas infelizmente, as 4:10 horas do dia
27 de abril de 1937, aos 46 anos, Antonio Gramsci se despede da vida honrosa
e resistente que conquistara admiração até os dias de hoje. Após o falecimento
de Gramsci, seu pai, Francesco, gritara de seu leito acusando o regime fascista
de assassinato de seu filho, falecendo pouco mais de duas semanas depois.

Portanto, de fato foi um assassinato do regime fascista. Por mais que sua
saúde fosse debilitada e suas condições financeiras escassas, Antonio
Gramsci foi preso sob ilegalidade fascista, por golpe político e ideológico de um
sistema anti-humano. Mas isso não impediu o Grande revolucionário Sardo
comunista de produzir 33 cadernos com um total de 2.848 páginas em um
cárcere sob o domínio fascista e sob a sobrevivência dolorosa física causada
pela doença e sob a perturbação psicológica pelo isolamento e a opressão do
regime.

É dificultoso imaginar resistência maior. Gramsci ressaltava numa


correspondência para a redação do jornal Unidade, a necessidade de ‘’pensar e
estudar também nas condições mais difíceis’ ’3. Sobre a função e o papel dos
intelectuais, sobre a necessidade de praticar o ‘’tirocínio psicofísico’’, nestes
aspectos, Antonio Gramsci foi o maior exemplo.

Contudo, Gramsci, mesmo sob escassa condição material de estudos,


atrasos políticos e históricos de seu país, especialmente nas concepções
políticas, pôs em prática sua teoria sob uma volumosa obra, lida e trabalhada

3
GARIN, Eugenio. ‘’Utopia, intelligenza e volontá’’. Vari: Gramsci: le sue idee nel nostro tempo, Roma:
l’Unitá, 1987.
sobre seus temas até os dias de hoje. Sua práxis revolucionária se expressou
até o último momento de sua vida, sem se entregar aos limites físicos e
psicológicos de uma doença física e de uma doença social de um regime falido.

Antonio Gramsci pode ter tido limitações teóricas ou análises incompletas,


mas é o pensador político, um homem na qual produziu muitos frutos com
poucas sementes e superou os limites máximos que um indivíduo pode chegar
para pôr em prática as suas idéias verdadeiramente humanas e
revolucionárias.

Referências Bibliográficas:

- MAESTRI, Mário. CANDREVA, Luigi. – Antonio Gramsci: Vida e obra de um


comunista revolucionário. 2° ed. Expressão Popular, São Paulo, 2007.

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