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Ética e Moral Nas Organizações
Ética e Moral Nas Organizações
CORPORATIVA
Jeanine Barreto
G721 Governança Corporativa [recurso eletrônico] / Giancarlo
Giacomelli... [et al.] ; [revisão técnica: Gisele Lozada]. –
Porto Alegre : SAGAH, 2017.
CDU 336.773
Introdução
Você sabia que a ética profissional é um conjunto de atitudes e valores
positivos aplicados no ambiente de trabalho? A ética no ambiente de
trabalho é de fundamental importância para o bom funcionamento das
atividades da empresa e das relações de trabalho entre os colaboradores.
Ética e moral andam juntas e se diferenciam em suas problemáticas.
Neste texto, você vai estudar a ética e a moral nas organizações,
reconhecendo seus efeitos e suas transformações ao longo do tempo.
Uma vez que a ética tem relação direta com a teoria e a reflexão, e a moral tem relação
direta com a prática e a ação, temos que:
problema teórico-ético é o que acontece quando um líder avalia se um subordinado
pode escolher entre várias alternativas de ação.
problema prático-moral é o que acontece quando um líder está diante de uma
decisão de agir numa situação concreta.
A ética é uma reflexão sobre aquilo que está acima das regras da cultura
de um povo; é uma teoria da moral, uma reflexão sobre as regras e sobre as
relações do indivíduo consigo mesmo e com os outros. Ela pode ser definida
como uma prática reflexiva, pois está muito ligada à constituição de um ser
humano capaz de refletir com liberdade sobre os destinos que quer para a
sua vida. Ela deve ser pensada como uma reflexão sobre a maneira de viver
(BITENCOURT, 2010).
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um princípio;
de caráter permanente;
universal;
uma regra;
teoria;
reflexão.
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O grau de liberdade para a reflexão ética vai depender dos valores morais
que envolvem as formas de gestão e a cultura das empresas, bem como as
restrições que são impostas pelo mercado de trabalho.
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valores que existia está, hoje, desestabilizado. Essa crise cultural provoca nos
indivíduos mais jovens uma reflexão sobre as melhores formas de existir. Ela
passa a ser uma crise da própria identidade do indivíduo, que se vê em uma
situação de indefinição, uma vez que a liberdade existente para as escolhas
quanto ao modo de viver – como relacionamentos amorosos, lazer, amizades,
divertimentos, produtos de consumo, entre outros – não existe no trabalho e
no mundo profissional. Até mesmo a escolha do próprio trabalho é limitada
pelas imposições estabelecidas pelo mercado (BITENCOURT, 2010).
A saída para os indivíduos mais jovens poderia ser, então, a transferência
da sua realização pessoal para a vida fora do trabalho, pois esta não seria
moderada por regras e princípios morais. A consequência disso, a longo prazo,
pode ser o surgimento de um indivíduo contemporâneo completamente desco-
nectado do que é social, alguém que não vê sentido na sociedade, que ignora
o fato de fazer parte de uma sociedade e que, por isso, não possui senso de
responsabilidade para com as regras sociais. O individualismo exagerado
pode conduzir o indivíduo a achar que não é nada, e que não está ou não
pertence a qualquer lugar.
O código moral referente ao trabalho na sociedade atual vai se trans-
formando à medida que o capitalismo muda suas estratégias para dominar,
cada vez mais, o mundo. A ética, então, volta a se tornar essencial na nossa
sociedade, pois o aumento do individualismo, que se revela sob a forma de
narcisismo, resulta da impossibilidade de se pensar em um futuro, o que
traz uma vontade incontrolável de aproveitar os momentos do presente da
forma mais intensa possível. A perspectiva desse tempo presente, que pede
essa pressa dos indivíduos, traduz a ausência de princípios que possibilitem
enxergar um sentido para a vida em comunidade, o que denota uma fragilidade
nos laços sociais e um fortalecimento do individualismo, consequência da
destruição dos valores e da dissolução dos laços centrados no trabalho, sem
que eles tenham sido substituídos por quaisquer outros que não sejam apenas
aqueles que valorizam a própria existência. Somente o respeito pelo outro e
o reconhecimento de que temos limites e somos finitos é que podem acabar
com o individualismo e possibilitar um retorno à solidariedade.
A ética profissional é um conjunto de padrões de conduta que normalmente
está estabelecido nos códigos normativos das empresas, mas é também um
elemento de reconhecimento e identificação da sociedade. A transformação
dos códigos morais e a consequente mudança na ética do trabalho dependem
do grau de liberdade existente para uma prática reflexiva, indispensável para
se pensar a ética (BITENCOURT, 2010).
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Gabarito
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