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Como falar sobre

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Introdução

Educação financeira começa em casa


Falar de dinheiro em casa não é tarefa fácil para muitas famílias,
sabemos disso. Mas quando escolhemos construir uma família, uma das
chaves para manter a harmonia é o diálogo, a boa comunicação. E o tema
“dinheiro” deve fazer parte do dia a dia da família, como outros temas
também importantes.E se estamos falando da família, isso inclui os filhos,
inclusive quando pequenos ou adolescentes.

Porém, sabemos que muitos pais e mães não sabem lidar com o
assunto em casa, muito menos como envolver os filhos, ainda crianças,
na conversa ou como ensiná-los. É importante ter em mente que falar
de dinheiro não é feio e também não pode ser encarado como “trazer
problema para casa”.

Estamos dizendo isso, pois muita gente evita falar do assunto na mesa
do jantar, por exemplo, pois tem na memória alguns “arranca-rabos” que
já tiveram envolvidos quando eles eram os filhos menores. Ou ainda,
não falam de dinheiro porque acham que isso significa o anúncio de um
problema nas contas. Ou por fim, que é um assunto apenas para adultos.

Como esse eBook irá te ajudar?


O que trazemos aqui é resultado de anos de trabalho com o tema
finanças pessoais, experiências próprias, estudo e conhecimento de
histórias compartilhadas que deram certo - ou que servem de lição para
que outras pessoas não cometam os mesmos erros.

Mas saiba que se você trouxer o tema à tona, fazendo uso das dicas
que daremos nesse eBook, o resultado trará um grande bem para os
seus filhos e no seu relacionamento com eles. Pois estará ajudando-os
no caminho da independência financeira, no consumo consciente e na
realização dos próprios sonhos. Que pai ou mãe não quer isso?

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Introdução

Esperamos ainda que você termine a leitura deste eBook inspirado e


com muitas ideias para adaptar o que leu ao seu dia a dia em casa.

Lembre-se!
Crianças são muito curiosas e prestam mais atenção em conversas e
situações do que imaginamos! Aproveite a curiosidade delas!

Quando começar a falar de dinheiro?


Em primeiro lugar, saiba que antes mesmo de você decidir se deve
ou não falar do assunto, o seu filho já ouve falar de dinheiro praticamente
o tempo todo.

Ao levá-lo ao supermercado, comprar roupas com o cartão e pagar


contas na frente dele. Tais ações promovem uma relação direta com o
dinheiro e ele, que está junto com você, faz parte disso.

Por que não aproveitar esses momentos para explicar o que você
está fazendo? Ou até mesmo colocá-lo em algumas situações, como por
exemplo, fazer a conta do troco na padaria ou explicar que a relação de
troca ao comprar alguma coisa?

Outra boa ideia, é separar um pequeno valor para que ele administre
e compre no supermercado algo que ele goste, o exemplo e a orientação
fazem sempre grande diferença.

Se puder, comece desde cedo!


Infelizmente o tema ainda não é amplamente discutido nas escolas,
sendo assim o papel da educação financeira, cada vez mais é de
responsabilidade da família.

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Introdução

Por isso, as crianças devem começar a ser envolvidas no assunto na


mesma época em que aprendem a dizer obrigada, por favor, a lidar com
os talheres etc. Pois é na faixa etária de 3 a 5 anos que elas começam a
pedir coisas.

Nada melhor que usar esses momentos do “eu quero, eu quero” para
começar a explicar que é preciso de dinheiro para comprar coisas e que
ele vem através do trabalho do papai e/ou da mamãe.

Neste eBook iremos sugerir algumas atividades que te ajudarão a


abordar o assunto desde cedo.

#Dica 1
As experiências tidas nesse período da infância farão toda a diferença
na formação do seu filho na fase adulta!

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Primeiros passos...

O que fazer e o que não fazer


O que fazer

• Aborde o assunto de forma natural;

• Relacione-o com temas de interesse das crianças;

• Aproveite momentos de lazer para dar exemplos;

• Ajude a poupá-los para comprar algo especial;

• Seja um modelo para o seu filho se espelhar em você;

• Procure usar dinheiro para pagar coisas em frente ao seu filho e não
apenas o “mágico” cartão de crédito;

• Quando levá-lo ao supermercado, peça ajuda com a lista de compras,


e a identificar preços e promoções.

O que não fazer

• Não relacione o assunto dinheiro a palavras negativas;

• Evite usar somente o cartão de crédito na frente da criança;

• Não evite falar de dinheiro. Ao evitar, você deixa para que as crianças
tirem suas próprias conclusões;

• Não dê tudo que a criança pede, mesmo que você possa;

• Falar que não tem dinheiro toda vez que a criança pede alguma coisa;

• Não manter a palavra dita - dizer que não vai dar mais dinheiro e logo em
seguida dar. Seja consistente.

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Primeiros passos...

As desculpas que os pais dão


Educar os filhos não é fácil, requer paciência, amor e dedicação.
Ainda mais hoje, quando trabalhamos praticamente o dia todo, ficamos
estressados com o trânsito, etc. Com tudo isso é bem comum finalizar
os infinitos questionamentos das crianças com respostas prontas que
muitas vezes não significam exatamente a realidade.

Falar “não tenho dinheiro” é muito mais fácil do que explicar porque
você não vai comprar aquele tênis caro que pisca na sola. O problema é a
mensagem que vamos passar a cada resposta.

Em vez de apenas dar uma bronca ou dizer um seco não!, experimente


explicar o motivo, como por exemplo: não viemos ao shopping para
comprar um tênis, não vamos gastar dinheiro com isso agora, pois você
tem ganhou a pouco tempo um tênis e não precisa de mais um, esse
tênis é muito caro. Tais respostas ajudam a entender a diferença entre
necessidade e desejo e que não dá para ter tudo que se quer na hora
que quer.

Além disso, dizer “não tenho dinheiro” pode deixar a criança ansiosa e,
dependendo da idade, até mesmo preocupada imaginando que a família
está com problemas financeiros. Além do mais, imagine falar isso e no dia
seguinte aparecer em casa carregado de sacolas com sapatos novos, não
ajuda, não é? Por isso, preste atenção também no seu comportamento.
Evite o “faça o que eu digo, não faça ou que eu faço”.

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Primeiros passos...

O poder da mesada
O tema é controverso, pois divide opiniões quando o assunto é dar
ou não a mesada. Porém, essa é uma das maneiras mais poderosas
de ensinar as crianças a lidar com o dinheiro e se tornar um indivíduo
esclarecido ao tratar de educação financeira.

A mesada, pode ser uma forma eficiente de envolver os filhos no


orçamento familiar - isso porque o valor da mesada deve ser equiparado
a condição financeira da família.

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Quando começar

A idade ideal
A idade ideal para começar é quando as crianças começam a pedir
coisas, já reconhecem números e as diferenças de valores nas moedas
e notas.

Em geral, a partir dos 6 anos já é possível iniciar o hábito da mesada,


mas antes mesmo dessa idade você pode começar a dar uma semanada
(valor por semana) de maneira simbólica, mas que irá despertar na
criança o conhecimento de números, entre outros conceitos, que
trataremos abaixo.

De qualquer forma, a decisão de que idade começar deve ser feita


por você.

#Dica 2
Antes de decidir dar a mesada, você pode conversar com a professora,
com alguns pais que têm filhos na mesma escola para saber a opinião e
como eles fazem. Isso é importante, pois você saberá como funciona nos
lares dos colegas do seu filho e terá um parâmetro de comparação.

Qual deve ser o valor da mesada?


Definir o valor pode parecer complicado. Mas a dica é: dê o suficiente
para que eles possam comprar coisas que querem, mas não o suficiente,
para que não tenham que fazer o esforço de poupar e controlar os gastos.

Para crianças pequenas, dê a “semanada”, pois 1 mês para elas é


uma eternidade e é provável que esqueçam ou que não tenham situações
suficientes para ensiná-las.

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Quando começar

Mas quanto?
O valor que você definirá deve estar atrelado a realidade financeira da
família, pois é assim que você passará os principais ensinamentos do que
dá ou não para fazer ou comprar de acordo com a situação e o momento.

Nossas sugestões para te ajudar:


1 - Calcule os gastos que você tem com o seu filho durante a semana
com coisas extras ou supérfluas. Ou seja,com aquilo que ele poderá gastar
com a mesada como: doces, brinquedos, dvd, revistinha etc. Depois disso,
estabeleça o valor fixo, que pode ser metade do que você gastou, e o dia
de pagamento.

2 - Uma outra opção para crianças até 10 anos é pagar o valor de acordo
com a idade: para 5 anos, R$5,00 para 10 anos, R$10,00, por exemplo.

3 - A terceira sugestão é para a criança que já está pedindo a mesada.


Pergunte qual seria o valor pretendido, analise, negocie e principalmente
aproveite essa oportunidade para conversar sobre o assunto com seu
filho de forma natural.

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Como dar a mesada?

Deixe-os falhar
Faz parte do processo aprender com os erros, mas muito pais super
protetores preferem evitar que a criança “sofra”. Algumas experiências
são fundamentais para que sirvam de lições aprendidas.

No caso da mesada, você deve orientá-lo sobre como gastar, porém


não proibir de fazê-lo. Por exemplo: se a criança tem R$50,00 na jarra,
só vai receber a próxima mesada no mês seguinte e cismou que quer
comprar a tal da boneca que a amiguinha tem, deixe. Porém deixe claro
também que a próxima mesada virá depois de um bom tempo.

#Dica 3
Não abra exceções! Se fizer isso porque sua filha (o) fez birra ou
aquela carinha que te derrete, a sua palavra já não valerá tanto assim.

Pode parecer rígido agir dessa forma, mas é melhor errar nessa idade
com o dinheiro da mesada, do que se enrolar quando se tornar adulto e
viver no limite do cheque especial ou sempre virando o mês no vermelho.

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Como dar a mesada?

O que você está ensinando ao dar a mesada?


1. Como lidar com o dinheiro;

2. A importância de poupar para realizar objetivos;

3. Controle financeiro;

4. Hábitos de consumo;

5. Responsabilidades;

6. Diferença entre necessidade X desejo.

Pagar para fazer tarefas?


É bem comum em culturas como nos Estados Unidos, o conceito de
recompensa. Assim, os pais costumam incentivar os filhos na execução
de certas atividades em troca de alguma coisa, podendo ser um valor em
dinheiro. Como por exemplo: ajudar a lavar a louça, arrumar o quarto,
limpar o jardim, fazer a tarefa escolar.

Se você já viu aqueles programas de tv realizados fora do Brasil -


em que a babá vai até a casa para ajudar a colocar os filhos nos eixos
- deve ter notado que a forma de ensinar gira em torno da recompensa:
comporte-se na mesa na hora de jantar que você ganha uma estrela no
quadro de bom comportamento, guarde os seus brinquedos que a gente
te leva para brincar no parque, coma os vegetais que você ganha uma
moeda.

Tal atitude pode funcionar em algumas famílias, mas é preciso


analisar antes de começar a fazer tal coisa. Afinal, é mesmo necessário
dar um agrado para que o filho escove os dentes, faça lição ou arrume
sua própria cama?

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Como dar a mesada?

Por que não ensinar a importância de fazer tais atividades para


torná-lo responsável, entender os problemas que acarretam caso não
faça tais atividades, em vez de associá-las a ganhos imediatos? Tenha
muito cuidado ao usar o dinheiro para corrigir comportamentos, viver em
sociedade é ter responsabilidades, direitos e deveres, ensinar que agir da
forma correta só e válido a partir de uma recompensa é um grave erro.

Atividades e ideias para você abordar o assunto


em casa!
Para tornar tudo isso mais prático, separamos algumas situações ou
atividades que você pode fazer facilmente ou usá-las para recriar outras
de acordo com o que quer ensinar.

Crianças de 3 a 5 anos
O que ensinar? Nessa idade já dá para explicar aos pequenos que é
preciso ter dinheiro para comprar coisas. Também é aqui que você será
“obrigado” a ensinar que algumas vezes é necessário saber esperar para
conseguir alguma coisa. Aproveite para apresentar os números e assim
fazer uma das atividades que propomos abaixo.

Atividades
1 - Apresente as moedas, explica o valor de cada, qual vale mais,
menos e a equivalência, por exemplo: 2 moedas de R$0,05 equivalem a
uma de R$0,10.

2 - Dê um recipiente transparente e comece a dar uma semanada


com moedas. Vocês podem decorá-la juntos enquanto explica que as
moedas podem ser guardadas lá e ao poupar a jarra vai encher.

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Atividades

#Dica 4
A criança não é um mini adulto, por isso faça atividades pertinentes
a idade delas.

Crianças de 6 a 8 anos
O que ensinar? Nessa faixa etária está na hora de ensinar a criança
quanto as coisas custam, como fazer escolhas e poupar dinheiro.

Atividades
1 - Lanche da tarde.

Que tal pegar um sábado à tarde para ir ao supermercado com o seu


filho e fazer da situação um momento divertido e educativo?

Proponha fazer um lanche à tarde e peça que ele te ajude a montar


uma lista com o que terá no lanche, como ingredientes para sanduíche,
sucos, biscoitos etc.

Vá ao mercado com ele e peça para te ajudar na lista, se ele já sabe


ler, ou pule para o segundo passo: mostre produtos iguais com preços
diferentes, escolha de acordo com preço e/ou qualidade e explique o
motivo. Fale sobre as promoções e como a diferença de preço ajuda a
poupar. Procure seguir a lista para mostrar planejamento e organização.

2 - Poupar para comprar

Nesta fase, ajude seu filho a juntar parte da mesada para comprar
algo “mais caro” que ele quer muito. Aqui você pode ajudá-lo a calcular
quanto ele deve poupar por mês para comprar o que ele quer e mostrar
que quanto menor a parcela guardada, mais tempo ele levará para
conseguir comprar o que deseja.

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Atividades

3 - Conhecendo o cartão de crédito

Escolha algumas situações para pagar com o cartão de crédito.


Explique como funciona, dizendo que o cartão é um meio de pagamento.
Aqui você terá a oportunidade de explicar a diferença entre débito e
crédito.

8 a 10 anos de idade
Nesta fase você pode explicar a relação de trabalho X ganho, conversar
e tirar dúvidas sobre poupar, gastar, investir e planejar. Além disso, é
importante mostrar valores como responsabilidade e comprometimento
e também o consumo consciente.

1 - Orçamento familiar

Como falamos, diálogo é a chave para uma família harmoniosa, por


isso converse sobre o orçamento da casa a cada 15 dias ou 1 vez por mês.
Uma forma de começar a abordar o assunto e torná-lo natural é planejar
em família uma viagem, e envolver a todos no planejamento.

Vocês podem decidir juntos o orçamento disponível para a viagem,


quais destinos cabem nele, se deverá ser feito algum ajuste nas contas
para realizar esse evento etc. Com o tempo comece a falar sobre os custos
fixos X variáveis da casa para que seu filho entenda a realidade familiar e
a importância de se planejar.

2 - Jogos de tabuleiros

Além de ser divertido e uma oportunidade de reunir a família, os


jogos de tabuleiro ensinam a pensar de maneira estratégica, focada e
baseada em decisões tomadas. Um deles, você deve conhecer bem, é o
Banco Imobiliário que além de tudo isso, estimula o pensamento lógico e
a relação de compra e venda.

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Atividades

3 - Faça atividades gratuitas

Incentive atividades como passear de bike no parque, fazer picnic,


ir à biblioteca, eventos musicais na rua, entre muitas outras atividades
gratuitas. Com isso você mostrará algo fundamental na relação com os
seus filhos: que não é necessário sempre gastar dinheiro para se divertir
ou aproveitar o tempo livre. E o melhor: que o mais importante é estarem
juntos!

Crianças a partir dos 10 anos


Aqui você pode dar um valor adicional na mesada com o objetivo de
investir. Para tornar a ação mais visual, vocês podem ir ao banco juntos
para investir o dinheiro.

Ou se seu filho já é 100% digital, faça o investimento com ele no


internet banking ou na sua corretora e aproveite para mostrar o saldo,
quanto rendeu e deixe claro que o investimento é para o futuro dele. O
mesmo não deve ser usado como mesada.

Investimentos valiosos para o futuro do seu filho


Ter uma poupança tradicional para o seu filho é importante para a
educação financeira - uma vez que você vai criar o hábito de poupar, a
importância de ter uma reserva e de acumular para o futuro.

Porém, sabemos que por conta da rentabilidade a caderneta de


poupança não é uma boa opção. Por isso, é fundamental mostrar que
existem outras alternativas de investimento, uma boa oportunidade de
investimento de médio e longo prazo, seguro e rentável é o Tesouro Direto.

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Investimentos valiosos

Para você ter uma ideia existem títulos com vencimentos que variam
de 2 anos até 20 anos e que pagam uma rentabilidade que chega a
ultrapassar o dobro da poupança!

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Quando fazer o investimento para o meu filho?


A resposta é simples e curta: o mais cedo possível! Você pode fazer
mais de um investimento, definindo objetivos e incentivando o hábito de
planejar e investir para conquistar.

A recompensa é sua!
Nada melhor do que sentir que o seu papel de pai/mãe foi cumprido,
não é mesmo?

Educar os filhos hoje para que saibam lidar com o dinheiro surtirá
um efeito positivo para a vida toda! Em conjunto com o amor, cuidado e
educação que os pais devem dar aos filhos, saber fazer uma boa gestão
financeira formará um adulto muito mais maduro e com maiores chances
de realizar sonhos.

#Dica 5
A educação financeira ajuda a formar um adulto feliz, realizado e que
terá grandes chances de construir uma família sem problemas financeiros.

Ricardo Pereira e Conrado Navarro

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Sobre os autores

Sobre os autores

Ricardo Pereira é sócio fundador do Dinheirama.com, com vasta


experiência em educação financeira e no mercado financeiro, tendo
passagens por bancos de investimento e também grandes organizações.

Conrado Navarro é sócio fundador do Dinheirama.com, autor de


diversos livros sobre educação financeira e colunista de importantes
veículos. Foi eleito o “Guru Financeiro do Ano”, em 2012, pela comunidade
de investidores ADVFN.

www.dinheirama.com

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@Dinheirama
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