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MESTRADO INTEGRADO EM ARQUITECTURA

DISCIPLINA DE
FÍSICA DAS CONSTRUÇÕES PARA ARQUITECTURA

ENUNCIADOS DOS PROBLEMAS DAS


AULAS PRÁTICAS
TÉRMICA DE EDIFÍCIOS 2

I. TÉRMICA DE EDIFÍCIOS

Cálculo de coeficientes de transmissão térmica de elementos de construção

I.1.a) Calcule o coeficiente de transmissão térmica de uma parede de betão com 15 cm


de espessura.

I.1.b) Calcule o coeficiente de transmissão térmica de uma parede simples de


alvenaria de tijolo cerâmico furado com 11 cm de espessura.

I.1.c) Calcule o coeficiente de transmissão térmica de parede dupla constituída por


dois panos de alvenaria de tijolo cerâmico furado com 11 cm de espessura cada
um, confinando uma caixa de ar muito pouco ventilada com 5 cm de espessura.
A face exterior da parede é rebocada (2,5 cm de espessura) e a face interior é
rebocada e estucada (1,5 cm de espessura).

I.1.d) Calcule o coeficiente de transmissão térmica de uma cobertura em terraço não


acessível constituída por uma laje de betão com 12 cm de espessura sobre a qual
assenta uma camada de forma em betão pobre com 6 cm de espessura média. A
cobertura é executada no sistema de cobertura invertida, pelo que a camada de
isolamento térmico (3 cm de espessura de poliestireno extrudido) protege uma
tela de impermeabilização em PVC. A camada de protecção mecânica é
composta por um areão solto ocupando uma espessura média de 4 cm.

I.1.e) Considere a cobertura inclinada representada na figura seguinte:

Canaletes de fibrocimento

Desvão muito ventilado

0,032 0,059

0,02
0,08
Prancha vazada de
0,02 betão pré-esforçado
(m)
TÉRMICA DE EDIFÍCIOS 3

I.1.e.1) Calcule o coeficiente de transmissão térmica da cobertura.

I.1.e.2) Avalie a espessura de isolamento térmico necessária para satisfazer os


requisitos mínimos de qualidade térmica do REH.

I.1.e.3) Calcule a quantidade de calor que se perde através da cobertura em


análise durante um Inverno tipo por metro quadrado de área.

Pontes térmicas

Considere o painel de fachada pré-fabricado do tipo “sandwich” representado na


figura seguinte:

0,15
0,10

poliestireno
expandido

betão
2,65

0,10
0,15

0,10 1,00 0,20 1,00 0,10


(m)
0,05
0,07
0,08

I.2.a) Calcule o coeficiente de transmissão térmica do painel sem atender ao efeito das
pontes térmicas.

I.2.b) Calcule, simplificadamente, a distribuição de temperaturas nas faces do painel


para valores da temperatura do ar respectivamente iguais a 18 ºC no interior e a
0 ºC no exterior.

I.2.c) Calcule o coeficiente de transmissão térmica do mesmo painel mas atendendo


ao efeito das pontes térmicas.
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Necessidades de energia (conforto térmico)

I.3) Considere o espaço escolar localizado no Crato, cuja planta e cortes


esquemáticos se apresentam na figura seguinte.

2,25m Corredor não aquecido


Fachada protegida

A = 53,0 m2
V = 174,9 m3

Sala de aula Sala de aula Sala de aula

7,79m N

Fachada exterior

Cobertura chapa metálica ondulada (verde escuro)

desvão muito ventilado

poliestireno extrudido (λ=0,035 W/mºC)


0,04
0,19 betão armado (λ=1,75 W/mºC)
0,01 estuque projectado (λ=0,5 W/mºC)
(m)

Zona opaca das fachadas

alvenaria de tijolo cerâmico furado (R = 0,24 m2⋅ºC/W)


Estuque projectado (λ=0,5 W/mºC) 0,01
Reboco (λ=1,15 W/mºC) 0,02
Tijolo 0.11 (R=0,24 m2ºC/W) 0,11
Poliestireno extr. (λ=0,035 W/mºC) 0,03 0,2 caixa de ar
Caixa de ar (R=0,17 m2ºC/W) 0,02
Tijolo 0.11 (R=0,24 m2ºC/W) 0,11
Reboco (λ=1,15 W/mºC) 0,02
I II I
(m)
betão armado (λ= 1,75 mºC) W/m

poliestireno extrudido 0,03m tijoleira 0,04m


(λ=0,035W/mºC) (λ=1,15W/mºC)
TÉRMICA DE EDIFÍCIOS 5

Admitindo que:
• os vãos envidraçados (em vidro duplo incolor 4+8+4 mm e caixilho em PVC
sem quadrícula) se caracterizam por U = 3,5 W/m2⋅ºC;
• a fachada exterior (parede de cor branca) está orientada a Sul e tem áreas
opacas AI = 7,3 m2 e AII = 6,6 m2 e área envidraçada Aenv = 11,8 m2;
• a fachada protegida tem áreas opacas AI = 13,5 m2, AII = 4,0 m2 e
Aporta = 1,9 m2 e área envidraçada Aenv = 6,3 m2;
• as protecções solares são exteriores do tipo estore de lâminas metálicas de
cor média;
• o número de renovações de ar é unitário;
• o corredor tem um volume de 350 m3 e não tem aberturas permanentes para o
exterior.

I.3.a) Calcule a transferência de calor por transmissão e ventilação na estação


de aquecimento.

I.3.b) Calcule os ganhos térmicos úteis na estação de aquecimento.

I.3.c) Calcule as necessidades nominais anuais de energia útil para


aquecimento.

I.3.d) Calcule as necessidades nominais anuais de energia útil para


arrefecimento.
HUMIDADES EM EDIFÍCIOS 6

HUMIDADES EM EDIFÍCIOS

Condensações superficiais

II.1) Considere um edifício cuja envolvente é constituída por painéis de fachada pré-
fabricado do tipo “sandwich” como os analisados no Exercício I.2. Assuma
temperaturas no interior e no exterior respectivamente iguais a 18 e 0 ºC e
considere que a humidade relativa do ar interior é ϕi = 70 %.

Calcule a temperatura de orvalho e indique se ocorrem condensações


superficiais.

II.2) Admita que a produção interna de vapor de água no interior do edifício


considerado no problema anterior se pode se estimar num valor médio
quotidiano de 2,5 g/m3⋅h e num valor correspondente a períodos de ponta de
8,0 g/m3⋅h. Considerando as condições do exercício anterior e um teor de
humidade exterior we = 3,75 gw/kgar seco, avalie que taxas de renovação de ar
seriam necessárias para evitar a ocorrência de condensações superficiais.
VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFÍCIOS 7

III. VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFÍCIOS

Exigências de caudais de renovação de ar

III.1.1) Quantifique as necessidades de renovação do ar no interior de uma sala de


aula de modo a evitar que o teor de CO2 exceda 0,10 %. Considere que o
volume da sala é de 200 m3 (pavilhão independente de dimensões:
10,00 × 6,67 × 3,00 m3). Assuma que a concentração de CO2 no exterior é de
0,03 % e que no interior da sala se encontram 25 pessoas, as quais expelem
cerca de 20 litros de CO2 por hora.

III.1.2) Admita que na sala de aula referida no Exercício III.1 foram medidos valores
da concentração de gás SF6 de 50 ppm e 10 ppm em dois instantes com um
intervalo de 40 minutos. Recorrendo ao método dos gases traçadores e
utilizando a técnica do decaimento, indique o valor da correspondente taxa
de ventilação.

Ventilação natural por efeito de chaminé e por acção do vento

III.2.1) Considere uma casa de banho situada no piso térreo de uma habitação
unifamiliar com dois pisos. Dimensione a conduta de ventilação de modo a
satisfazer, em condições nominais, as exigências de ventilação requeridas.
Adopte as seguintes condições nominais de temperatura ambiente:
temperatura interior (θi) igual a 20 ºC e temperatura exterior (θe) igual a
12 ºC.

III.2.2) Admita que o pavilhão independente referido no Exercício III.1.1 se encontra


sujeito à acção do vento, cuja velocidade média é de cerca de 3 m/s e faz
com a normal às fachadas principais do pavilhão um ângulo de 15 º.

III.2.2.a) Considerando apenas a acção do vento, dimensione as aberturas de


ventilação necessárias na fachada principal e de tardoz (assuma
que a área de aberturas é igual em cada fachada) para satisfazer as
exigências de ventilação estabelecidas no Exercício III.1.1.
Considere um coeficiente de descargas (CD) igual a 0,40.

III.2.2.b) Admita que colocou as aberturas desniveladas, ficando a abertura


da fachada de tardoz (sujeita à acção do vento dominante) perto do
solo, e a abertura da fachada principal perto do coroamento.
Estime o caudal de ventilação existente. Para tal, considere uma
diferença de cotas entre as linhas médias das aberturas de 2,50 m e
assuma as seguintes condições de temperatura ambiente:
temperatura interior (θi) igual a 18 ºC e temperatura exterior (θe)
igual a 12 ºC.
ACÚSTICA DE EDIFÍCIOS 8

IV. ACÚSTICA DE EDIFÍCIOS

Correcção acústica de locais

IV.1) Estime o tempo de reverberação de uma sala de aula com as seguintes


características e, no caso do valor calculado não satisfazer o Regulamento
dos Requisitos Acústicos de Edifícios, proceda às necessárias correcções
acústicas da sala de aula:

Volumetria: 14,40 × 7,20 × 3,30 m3

Tipo de superfície Área (m2)

Pavimento de betão revestido a ladrilho plástico delgado 103,7


Betão à vista em pilares e vigas 21,6
Reboco em paredes 88,0
Vãos envidraçados em caixilhos metálicos 29,0
Portas de madeira 4,0
Tecto revestido a estuque de gesso liso 103,7

Elementos de ocupação Número

Carteiras ocupadas 30
Carteiras vazias 12
Mesa grande 1

Isolamento sonoro de elementos de construção

IV.2.1) Estime o isolamento a sons aéreos das paredes da sala de aula referida no
Exercício IV.1.
Considere que as paredes exteriores são constituídas por uma parte opaca
com 26,0 m2 e uma parte envidraçada com 21,5 m2. A parte opaca é
constituída por alvenaria simples de tijolo cerâmico de barro vermelho
rebocado. A parte envidraçada é constituída por caixilharia metálica com boa
vedação e vidro de 6 mm de espessura.
Entre salas de aula consideram-se paredes de alvenaria simples de blocos de
betão rebocado com 20 cm de espessura.

IV.2.2) Admita que o pavimento de separação entre pisos da escola referida no


Exercício IV.1 é constituído por uma laje de betão armado com 15 cm de
espessura revestida a parquet de tacos de madeira. Estime o valor do índice
de isolamento sonoro a ruídos de percussão e verifique se são satisfeitas as
exigências regulamentares. No caso dessas exigências não serem satisfeitas
indique como procederia para corrigir a situação.
ILUMINAÇÃO NATURAL 9

V. ILUMINAÇÃO NATURAL

V.1) Considere a sala de aula representada nas Fig. 1 e 2, situada no Crato, e que
já foi caracterizada no problema I.3.

Determine qual o factor de luz de dia da sala de aula considerando apenas a


contribuição dos envidraçados exteriores e que o edifício que a está a obstruir
é contínuo no plano. Admita:

• Paredes pintadas de amarelo claro;


• Tecto pintado de branco;
• Piso revestido a ladrilho cerâmico;
• Janela com vidro simples incolor com 6mm de espessura.
C

Corredor não aquecido Fachada protegida

A = 53,0 m2
V = 174,9 m3
Sala de aula Sala de aula

Sala de aula

Fachada exterior
2
Aenv,FE=11.80 m

Edifício
Vizinho

Fig. 1 – Planta
ILUMINAÇÃO NATURAL 10

6.0 0.3

0.2
2.0

1.0

10.0
(m)

Fig. 2 – Corte C-C

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