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Celeste Arlindo Manhice

Crisalda Pedro Michavo

Dinércio Américo Mauai

Edmilson Inácio Manhiça

Rogério Américo Martins

VARIAÇÃO DA LINGUAGEM EM GÉNERO

Licenciatura em Português

Universidade Save

Chongoene

2023
Celeste Arlindo Manhice

Crisalda Pedro Michavo

Dinércio Américo Mauai

Edmilson Inácio Manhiça

Rogério Américo Martins

VARIAÇÃO DA LINGUAGEM EM GÉNERO

Trabalho a ser apresentado ao Departamento de


Letras e ciências Sociais, para efeitos de
avaliação na cadeira de Sociolinguística.

O Docente:

______________________________

Msc. Nelpódio Miranda

Universidade Save
Chongoene
2023
2

Índice

1. Introdução ..................................................................................................................... 3

2. Referencial teórico ........................................................................................................ 4

2.1. Língua .................................................................................................................... 4

2.2. Linguagem ............................................................................................................. 4

2.3. Género .................................................................................................................... 4

2.4. Diferença entre a linguagem de mulheres e homens ............................................. 6

2.5. Marcas da diferença da linguagem dos homens e mulheres .................................. 7

2.6. Causas das diferenças da linguagem de mulheres e homens ................................. 7

2.7. O papel do género na mudança linguística .......................................................... 10

2.8. Exemplos Das Diferenças De Linguagem E Género Em Contexto Moçambicano


.................................................................................................................................... 10

3. Conclusão ................................................................................................................... 12

4. Referências bibliográficas .......................................................................................... 13


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1. Introdução

O presente trabalho surge contextualmente no domínio da unidade curricular de


sociolinguística, cuja temática é Variação da linguagem em género, tema de estrema
importância, pois está muito relacionado com a sociedade e nos ajudará a compreender
as características e as diferenças existentes entre a linguagem dos homens e das mulheres.

Deste modo o trabalho objectiva de forma geral, dissertar sobre a Variação da linguagem
em género, e de forma especifica debruçar sobre as diferenças entre a linguagem de
mulheres e homens, indicar as causas de diferenças de linguagem entre géneros, indicar
o papel das diferenças de género na mudança linguística e por último apresentar exemplos
das diferenças de linguagem em género no contexto moçambicano.

Para a consecução do trabalho adoptamos como técnica a pesquisa bibliográfica que,


abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde
publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses,
material cartográfico etc.,
Estas podem ser feitas no momento em que o fato ou fenómeno ocorre ou depois. E
pesquisa bibliográfica (ou secundária) que abrange toda bibliografia já tornada publica
em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, livros, teses, etc. e é
com base nas obras lidas que vamos construir a base bibliográfica para sustentar a
denotação do nosso objecto. Marconi e Lakatos (2003, P. 174-183).
4

2. Referencial teórico

No presente capítulo o grupo trará abordagens que sustentam a temática, que são
respectivamente, noções de diferentes autores no tocante a variação da linguagem em
género.

Em princípio, uma língua apresenta, pelo menos, três tipos de diferenças internas, que
podem ser mais ou menos profundas:

Diferenças no espaço geográfico/ variações diatópicas, diferenças entre as camadas


socioculturais/ variações diastráticas e diferenças entre os tipos de modalidade
expressiva/ variações diafásicas (Cunha e Cintra, 2006, p. 3).

No entanto o grupo irá focar-se na variação diafásica.

2.1. Língua

Ferdinand Saussure (1995), define a Língua como parte social da linguagem e que só o
individuo não é capaz de mudá-la.

Na visão de Faria (2011), a língua é definida como sendo um sistema linguístico abstracto
que se actualiza no comportamento linguístico daqueles que a utilizam. (p.66)

2.2. Linguagem

A linguagem é o conjunto finito ou infinito de sentenças, cada uma finita em comprimento


e construída a partir de um conjunto finito de elementos. Segundo Chomsky (1957, cit.
em Lyons, 2009)

Na perspectiva de Cunha e Cintra (2006) a linguagem é um conjunto complexo de


processos resultado de uma certa actividade psíquica profundamente determinada pela
vida social que torna possível a aquisição e o emprego concreto de uma Língua qualquer.

2.3. Género

O género é tido como um aspecto da identidade, que é construído social e culturalmente


através de interacções e práticas sociais. O fenómeno da variação, especialmente na
abordagem da comunidade de prática, é visto como estando intrinsecamente relacionado
ao processo de constituição da identidade dos sujeitos (incluindo o género).
5

Sobre os conceitos de género utilizados nos estudos sociolinguísticos, as pesquisas


correlacionando linguagem e género tiveram início com os trabalhos de Labov, nos anos
60. Segundo Wodak e Benke (1997, cit. em Severo, (s/d).

Nessa tradição, o género é visto como o sexo biológico, sendo que não são feitas
considerações acerca da construção social do género. A intenção, nesse caso, é mostrar a
correlação existente entre as variáveis linguísticas e o sexo (entre outras categorias
sociais).

Com isso, o género é controlado da mesma forma que a escolaridade, a idade ou a classe
social. Importam, apenas, na medida em que são passíveis de serem estatisticamente
medidos.

Na tentativa de distinguir género e sexo, Chambers (1995), por exemplo, define duas
categorias de variação:

 Variedade baseada no género - nesse caso, as diferenças linguísticas são


explicadas em termos dos papéis desempenhados por homens e mulheres em
relação à mobilidade deles em uma dada comunidade.
Quanto menor for o contacto social e a variação geográfica de homens ou
mulheres, maior será o uso por esses indivíduos, das variantes do seu grupo de
contato (p. 125-126).

Motivo: Estes padrões não são explicados pela questão do género em si mesmo, mas
reflectem diferenças individuais e grupais em relação à mobilidade e às interacções com
grupos não-nativos.

As mulheres, por exemplo, tendem a se deslocar geograficamente e a ter relações sociais


mais diversificadas do que os homens.

Nesse tipo de variação, o género desempenha um papel secundário em relação à


mobilidade: trata-se, portanto, de variação baseada na mobilidade e não no género
(Severo, s/d).

 Variedade baseada no sexo – nesse caso, explica-se as diferenças linguísticas a partir

de diferenças biológicas (neuro-psicológicas) entre homens e mulheres, que existem

mesmo quando os papéis atribuídos ao género são ausentes (p. 104). Exemplificando,
testes demonstram que: as mulheres possuem mais vantagens do que os homens em

relação ao comportamento verbal; os homens tendem a apresentar distúrbios verbais


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mais frequentemente do que as mulheres; os homens são mais propensos a apresentar

distúrbio de leitura e afasia (após caso de acidente cerebral); e eles são quatro vezes

mais propensos a sofrer de autismo infantil e de dislexia do que as mulheres (p. 133).

Correlacionando os dois tipos de variação, Chambers (1995) levanta a hipótese de que a


tendência de as mulheres assumirem papéis (relacionados ao género) que exijam maior
mobilidade do que os homens pode ser o resultado (e não a causa) de sua vantagem
sociolinguística inata (Severo, s/d).

2.4. Diferença entre a linguagem de mulheres e homens

As diferenças mais evidentes entre a fala de homens e mulheres se situam no plano


lexical. E assim podemos afirmar que determinados termos e usos na fala como gírias e
palavrões estão mais presentes nos homens em relação as mulheres, já que o papel social
que o homem ou a mulher exercem irá influenciar em seu comportamento linguístico,
sendo a mulher mais exigida e julgada nos vários papéis que ela exerce na sociedade,
inclusive no aspecto linguístico.

Para Lakoff, o comportamento linguístico da mulher é lapidado desde a infância e


representa um dos principais índices de uma postura passiva e nos permite transcender
uma análise qualitativa. Segundo Paiva (2004, cit. em Aureliano e Oliveira, 2017).

Chambers (1995, e Labov, 1972, cit. em Severo, s/d) referem que:

 As mulheres utilizam menos variantes estigmatizadas do que os homens do


mesmo grupo social e, sob as mesmas circunstâncias elas usam mais as variantes
de prestígio do que os homens;
 As mulheres se adaptam linguisticamente melhor do que os homens, a uma
variada gama de situações sociolinguísticas;
 A linguagem dos homens e mulheres difere-se a nível morfológico (vocabulário),
os homens tentam sempre afastar da linguagem de sentimentalismo pois este é
sinal de fraqueza, a linguagem é mais directa nos homens do que nas mulheres.
As mulheres são tidas como tendo o seu próprio vocabulário ꞉ uso de adjectivos e
diminutivos (Severo, s/d).

Holmes (1998, cit. em Wardhaugh, 2010) atribuiu as seguintes diferenças:


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 as mulheres e os homens desenvolvem padrões de utilização da língua diferentes;


 tendem a concentrar-se nas funções afectivas de uma interacção mais
frequentemente do que os homens;
 tendem a usar dispositivos linguísticos que enfatizam a solidariedade mais
frequentemente do que os homens;
 tendem a interagir de forma a manter e aumentar a solidariedade, enquanto
(especialmente em contextos formais) os homens tendem a interagir de forma a
manter e aumentar o seu poder e estatuto, e
 são estilisticamente mais flexíveis do que os homens.

2.5. Marcas da diferença da linguagem dos homens e mulheres

 Os homens interrompem as mulheres quando elas falam para dar esclarecimentos,


ou defender um determinado ponto, etc.
 Os homens podem precisar de protestar para defender o seu poder ou autoridade,
enquanto as mulheres não têm nada a defender, pelo contrário, precisam de ser
defendidas pelos homens;
 As mulheres estão de alguma forma predispostas psicologicamente a envolverem-
se umas com as outras e a serem solidárias e competitivas. Por outro lado, os
homens estão inaptamente predispostos à independência e a relações verticais e
não horizontais;
 O comportamento linguístico reflecte o domínio social dos homens. São eles que
tentam assumir o controlo, especificar tópicos, interromper, etc;
 Os homens aprendem a ser homens e as mulheres aprendem a ser mulheres, do
ponto de vista linguístico (Wardhaugh, 2010).

As mulheres médicas eram constantemente interrompidas pelos seus pacientes, enquanto


os homens interrompiam maioritariamente as suas consultas Holmes, J. (1992, cit. em
Wardhaugh, 2010).

2.6. Causas das diferenças da linguagem de mulheres e homens

Conservadorismo - as mulheres tendem a ser mais conservadoras do que os homens e a


inovar menos do que eles;

 Status - as mulheres tentam, ao utilizar as formas de prestigio alcançar status


social elas possuem mais consciência ou sensibilidade em relação ao status social
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do que os homens em virtude da posição social insegura que elas ocupam (Severo,
s/d).
 O aumento do índice da variedade padrão na fala feminina é proporcional ao
aumento do nível de formalidade do discurso. Essa forma de interacção parece
indicar que, a sensibilidade feminina ao valor social das variantes linguísticas é,
de certa forma, controlada pela própria situação de discurso (Severo, s/d).
 Têm necessidade de usarem a língua para se identificarem ou para marcar o seu
estatuto. As mulheres são avaliadas muitas vezes a partir da sua aparência, falar,
andar, etc., e o homem pelo que faz. Este comportamento verifica se
frequentemente nas mulheres dos 30 anos para cima (Severo, s/d).

A maior consciência feminina para o status social das formas linguísticas, pode ser
atribuída também ao maior formalismo associado aos papéis femininos e ao facto de a
posição da mulher na sociedade está menos assegurada do que do homem.

Tal formalismo transferido para as situações interacionais vivenciadas pela mulher se


traduz a necessidade de resguardar a face de manifestar um comportamento que garante
a sua aceitação social. Muitos dos papeis tradicionalmente atribuídos a mulher lhe exigem
uma conduta irrepreensível.

Exemplo, a sua responsabilidade na educação dos filhos.

Tomando para si a carga de transmissora de normas e comportamentos, dentre eles


linguísticos, a mulher vê na contingência de apresentar-se como modelo.

 Solidariedade - as mulheres, em suas redes sociais, não sofrem as mesmas


pressões do que os homens para utilizarem as normas do vernáculo uma vez que
os homens tendem a participar de redes mais densas e múltiplas do que as
mulheres (Severo, s/d).

Os homens estão mais sujeitos a influência do prestígio encoberto das formas linguísticas
do que as mulheres, dado que eles possuem mais mobilidade social e maior oportunidade
de participação em grupos fechados. Diferentemente, as mulheres em muitos casos mais
concentradas em actividades domésticas, possuem menos oportunidades de experiências
colectivas que exigem uma coesão do grupo.

Segundo Cameron e Coates (1990, cit. em Severo, s/d), a noção de conservadorismo é


relativa e não pode explicar o comportamento das mulheres como um único grupo. Já em
relação ao status, as estudiosas sugerem que a crença de que as mulheres são mais
sensíveis ao status origina-se do machismo presente nas normas: enquanto o
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comportamento do homem é tido como normal, o das mulheres deve ser explicado, pois
é “diferente”. Quanto à solidariedade, Cameron e Coates (1990) criticam os critérios
utilizados para se determinar a multiplicidade das redes sociais – vinculam-se,
geralmente, ao estilo de vida masculino (trabalho vs. lazer).

Para Mollica e Braga (2017, cit. em Vieira, 2010), homens e mulheres são educados de
forma diferente. As mulheres são sistematicamente negadas ao acesso ao poder no sentido
de elas não serem capazes de o suportar como foi demonstrado pelo seu comportamento,
pois as mulheres foram feitas para servir.

Outros indícios de diferenças entre homens e mulheres podem ser depreendidos através
do controle de outras variáveis como ꞉ o mercado ocupacional, influência de mídia ou
grau de escolarização.

A variável mercado ocupacional actua de forma mais relevante entre homens do que
entre as mulheres. Já na faixa etária de 15 a 25 anos, pode se verificar que os homens
apresentam um processo de ajuste sócio dialectal mais evidente, com aumento
significativo de variantes consideradas padrão.

Uma diferença que pode ser devida, pelo menos em parte, ao facto de, em nossa
sociedade, os homens são desde cedo educados para obter sucesso profissional e assumir
o sustento familiar.

A variável mídia (em particular a televisão) possui efeito mais notável entre os falantes
de sexo feminino, particularmente na quarta faixa etária acima dos 50 anos. Quanto maior
o tempo de exposição a linguagem veiculada pela mídia, maior a ocorrência de variantes
prestigiadas na linguagem das mulheres.

Uma interpretação possível dessa particularidade é a diferença, não apenas quantitativa


(mulheres passam mais tempo diante da televisão) como também de atitude de homens e
mulheres no que se refere a esse meio de comunicação. Os homens tendem a manifestar
maior reserva com relação à mídia televisiva do que as mulheres.

O grau de escolarização, actua de forma mais nítida sobre as mulheres do que sobre os
homens. A mulher se revela mais receptiva a actuação normativa da escola, mais
predisposta a incorporação de modelos linguísticos. (Mollica e Braga, 2017: p. 39 cit. em
Vieira, 2010).
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2.7. O papel do género na mudança linguística

O género é tido como um aspecto da identidade, que é construído social e culturalmente


através de interacções e práticas sociais. O fenómeno da variação, especialmente na
abordagem da comunidade de prática, é visto como estando intrinsecamente relacionado
ao processo de constituição da identidade dos sujeitos (incluindo o género).

A influência das diferenças de género na mudança linguística é uma área crucial de estudo
na sociolinguística e na linguística histórica. Diversos autores contribuíram para nossa
compreensão desse fenómeno complexo Eckert, (2003).

Segundo Wardhaugh, (2010) em seu livro "An Introduction to Sociolinguistics", o género


desempenha um papel significativo na variação e mudança linguística, influenciando
tanto a forma como as pessoas falam quanto como as mudanças linguísticas se espalham
em uma comunidade.

Wardhaugh destaca que, as diferenças de género podem afectar a maneira como as


pessoas usam a língua, incluindo diferenças na pronúncia, no vocabulário e nas estruturas
gramaticais. Ele observa que a linguagem é um recurso importante para a construção e
expressão da identidade de género, e as normas sociais em torno do género podem
influenciar a maneira como as pessoas falam.

Além disso, Wardhaugh ressalta que as mudanças linguísticas muitas vezes começam em
grupos sociais específicos, como jovens ou mulheres, e podem se espalhar para outros
grupos ao longo do tempo. Ele argumenta que as diferenças de género na linguagem
podem ser um reflexo das relações de poder e das normas sociais existentes em uma
determinada comunidade.

2.8. Exemplos Das Diferenças De Linguagem E Género Em Contexto Moçambicano

Moçambique, como muitas outras sociedades, é permeado por normas de género que
influenciam a linguagem e o comportamento social. É caracterizado por uma diversidade
de grupos étnicos, línguas e tradições culturais. Dentro desse contexto, as diferenças de
género desempenham um papel significativo na vida.

Teremos alguns exemplos de como essas diferenças de género se manifestam:

 Tratamento e Cumprimentos - Em Moçambique, é prática comum o uso de


diferentes formas de tratamento e cumprimento com base no género. As mulheres
frequentemente são tratadas com "Senhora" ou "Dona" antes de seus nomes,
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enquanto os homens recebem o tratamento de "Senhor." Isso reflecte uma norma


cultural que destaca o respeito devido a cada género (Chissano, 2017).
 Vocabulário Específico - Em situações específicas, homens e mulheres podem
empregar vocabulário relacionado às suas funções tradicionais de género. Por
exemplo, termos associados à agricultura ou pesca são mais frequentemente
utilizados por homens, enquanto mulheres empregam palavras ligadas à culinária
ou aos cuidados familiares (Nhantumbo, 2014).
 Papel na Comunicação - As mulheres em Moçambique tendem a adoptar um
estilo de comunicação mais indirecto e polido, enquanto os homens
frequentemente optam por uma comunicação mais directa. Essa divergência pode
estar relacionada às normas sociais de género que enfatizam a modéstia e o
respeito (Machado, 2016).
 Participação em Reuniões Comunitárias - Tradicionalmente, as reuniões
comunitárias em Moçambique eram dominadas por homens, relegando as
mulheres a um papel secundário. Contudo, observa-se uma mudança gradual à
medida que as mulheres conquistam maior participação na esfera política e social
(Machado, 2016).
 Educação - Historicamente, Moçambique enfrentou disparidades de género na
educação, com as meninas enfrentando obstáculos significativos. No entanto,
esforços significativos têm sido feitos para promover a igualdade de género na
educação (NICEF Mozambique, 2016).
Estas diferenças de género no contexto moçambicano, demonstram como elas se
entrelaçam com as normas culturais e influenciam a linguagem e o comportamento social.
Compreender essas dinâmicas é fundamental para promover a igualdade de género e o
empoderamento das mulheres em Moçambique. À medida que a sociedade moçambicana
evolui, é imperativo continuar desafiando normas de género discriminatórias e buscar um
ambiente mais inclusivo e igualitário para todos os seus membros (UNESCO, 2021).
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3. Conclusão

Em suma, este trabalho explorou as diferenças de género na linguagem e na sociedade


moçambicana. O grupo, finda realização do trabalho inferiu que, as normas culturais
desempenham um papel importante na forma como homens e mulheres se comunicam e
interagem uns com os outros. Através de exemplos concretos, como o tratamento e
cumprimentos, o vocabulário específico, o papel na comunicação, a participação em
reuniões comunitárias, o trabalho doméstico e a educação, foi possível compreender
como essas diferenças se manifestam no contexto moçambicano.

Foi evidente que as mulheres enfrentam desafios e restrições específicas, tanto no


âmbito social como no doméstico. No entanto, também foi possível observar mudanças
positivas, como a maior participação das mulheres na esfera política e social, e os
esforços para promover a igualdade de género na educação.

Compreender essas dinâmicas é fundamental para promover a igualdade de género e o


empoderamento das mulheres. É necessário continuar desafiando normas de género
discriminatórias e buscar um ambiente mais inclusivo e igualitário para todos os
membros da sociedade sobretudo a moçambicana.

À medida que Moçambique continua a evoluir, é imperativo que sejam feitos esforços
contínuos para promover a igualdade de género, eliminar disparidades existentes e criar
oportunidades equitativas para homens e mulheres. Somente através de uma abordagem
inclusiva e do reconhecimento do valor e das contribuições de ambos os géneros é que
se poderá construir uma sociedade mais justa e igualitária para todos.
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4. Referências bibliográficas

Chissano, M. (2017). A língua portuguesa em Moçambique: Aspectos históricos,


sociolinguísticos e educacionais. Revista de Estudos da Linguagem, 25(2), 137-160.

Cunha, C., & Cintra, L. F. L. (2006). Nova Gramática do Português Contemporâneo (7ª
ed.). Rio de Janeiro.

Eckert, P. (2003). Language and gender. Cambridge University Press.

Faria, R. (2011). Pragmática e Sociolinguística. Lisboa, Portugal: Universidade Católica


editora.Labov, William. (1972). "Sociolinguistic Patterns." University of Pennsylvania
Press.

Lyons, J. (2009). Linguagem e Linguística: uma introdução. Rio de Janeiro.Marconi, M.


A., & Lakatos, E. M. (2003). Fundamentos de metodologia científica (5th ed.). São Paulo,
SP: Editora Atlas.

Machado, I. (2016). A construção de gênero no discurso político em Moçambique.


Revista de Estudos Feministas, 24(3), 935-953.

Marques, M. E. R. (1995). Sociolinguística. Universidade Aberta. L

Nhantumbo, I. (2014). A língua como veículo de discriminação: o caso de mulheres


moçambicanas. Revista de Estudos Feministas, 22(2), 619-637.

UNESCO. (2021). "Education for People and Planet: Creating Sustainable Futures for
All." Global Education Monitoring Report.

UNICEF Mozambique (2016). Gender Equality in Education in Mozambique: A


Situational Analysis.

Wardhaugh, R. (2010). An introduction to sociolinguistics (6th ed.)

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