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3° Grupo - VARIAÇÃO DA LINGUAGEM EM GÉNERO
3° Grupo - VARIAÇÃO DA LINGUAGEM EM GÉNERO
Licenciatura em Português
Universidade Save
Chongoene
2023
Celeste Arlindo Manhice
O Docente:
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Universidade Save
Chongoene
2023
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Índice
1. Introdução ..................................................................................................................... 3
3. Conclusão ................................................................................................................... 12
1. Introdução
Deste modo o trabalho objectiva de forma geral, dissertar sobre a Variação da linguagem
em género, e de forma especifica debruçar sobre as diferenças entre a linguagem de
mulheres e homens, indicar as causas de diferenças de linguagem entre géneros, indicar
o papel das diferenças de género na mudança linguística e por último apresentar exemplos
das diferenças de linguagem em género no contexto moçambicano.
2. Referencial teórico
No presente capítulo o grupo trará abordagens que sustentam a temática, que são
respectivamente, noções de diferentes autores no tocante a variação da linguagem em
género.
Em princípio, uma língua apresenta, pelo menos, três tipos de diferenças internas, que
podem ser mais ou menos profundas:
2.1. Língua
Ferdinand Saussure (1995), define a Língua como parte social da linguagem e que só o
individuo não é capaz de mudá-la.
Na visão de Faria (2011), a língua é definida como sendo um sistema linguístico abstracto
que se actualiza no comportamento linguístico daqueles que a utilizam. (p.66)
2.2. Linguagem
2.3. Género
Nessa tradição, o género é visto como o sexo biológico, sendo que não são feitas
considerações acerca da construção social do género. A intenção, nesse caso, é mostrar a
correlação existente entre as variáveis linguísticas e o sexo (entre outras categorias
sociais).
Com isso, o género é controlado da mesma forma que a escolaridade, a idade ou a classe
social. Importam, apenas, na medida em que são passíveis de serem estatisticamente
medidos.
Na tentativa de distinguir género e sexo, Chambers (1995), por exemplo, define duas
categorias de variação:
Motivo: Estes padrões não são explicados pela questão do género em si mesmo, mas
reflectem diferenças individuais e grupais em relação à mobilidade e às interacções com
grupos não-nativos.
mesmo quando os papéis atribuídos ao género são ausentes (p. 104). Exemplificando,
testes demonstram que: as mulheres possuem mais vantagens do que os homens em
distúrbio de leitura e afasia (após caso de acidente cerebral); e eles são quatro vezes
mais propensos a sofrer de autismo infantil e de dislexia do que as mulheres (p. 133).
do que os homens em virtude da posição social insegura que elas ocupam (Severo,
s/d).
O aumento do índice da variedade padrão na fala feminina é proporcional ao
aumento do nível de formalidade do discurso. Essa forma de interacção parece
indicar que, a sensibilidade feminina ao valor social das variantes linguísticas é,
de certa forma, controlada pela própria situação de discurso (Severo, s/d).
Têm necessidade de usarem a língua para se identificarem ou para marcar o seu
estatuto. As mulheres são avaliadas muitas vezes a partir da sua aparência, falar,
andar, etc., e o homem pelo que faz. Este comportamento verifica se
frequentemente nas mulheres dos 30 anos para cima (Severo, s/d).
A maior consciência feminina para o status social das formas linguísticas, pode ser
atribuída também ao maior formalismo associado aos papéis femininos e ao facto de a
posição da mulher na sociedade está menos assegurada do que do homem.
Os homens estão mais sujeitos a influência do prestígio encoberto das formas linguísticas
do que as mulheres, dado que eles possuem mais mobilidade social e maior oportunidade
de participação em grupos fechados. Diferentemente, as mulheres em muitos casos mais
concentradas em actividades domésticas, possuem menos oportunidades de experiências
colectivas que exigem uma coesão do grupo.
comportamento do homem é tido como normal, o das mulheres deve ser explicado, pois
é “diferente”. Quanto à solidariedade, Cameron e Coates (1990) criticam os critérios
utilizados para se determinar a multiplicidade das redes sociais – vinculam-se,
geralmente, ao estilo de vida masculino (trabalho vs. lazer).
Para Mollica e Braga (2017, cit. em Vieira, 2010), homens e mulheres são educados de
forma diferente. As mulheres são sistematicamente negadas ao acesso ao poder no sentido
de elas não serem capazes de o suportar como foi demonstrado pelo seu comportamento,
pois as mulheres foram feitas para servir.
Outros indícios de diferenças entre homens e mulheres podem ser depreendidos através
do controle de outras variáveis como ꞉ o mercado ocupacional, influência de mídia ou
grau de escolarização.
A variável mercado ocupacional actua de forma mais relevante entre homens do que
entre as mulheres. Já na faixa etária de 15 a 25 anos, pode se verificar que os homens
apresentam um processo de ajuste sócio dialectal mais evidente, com aumento
significativo de variantes consideradas padrão.
Uma diferença que pode ser devida, pelo menos em parte, ao facto de, em nossa
sociedade, os homens são desde cedo educados para obter sucesso profissional e assumir
o sustento familiar.
A variável mídia (em particular a televisão) possui efeito mais notável entre os falantes
de sexo feminino, particularmente na quarta faixa etária acima dos 50 anos. Quanto maior
o tempo de exposição a linguagem veiculada pela mídia, maior a ocorrência de variantes
prestigiadas na linguagem das mulheres.
O grau de escolarização, actua de forma mais nítida sobre as mulheres do que sobre os
homens. A mulher se revela mais receptiva a actuação normativa da escola, mais
predisposta a incorporação de modelos linguísticos. (Mollica e Braga, 2017: p. 39 cit. em
Vieira, 2010).
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A influência das diferenças de género na mudança linguística é uma área crucial de estudo
na sociolinguística e na linguística histórica. Diversos autores contribuíram para nossa
compreensão desse fenómeno complexo Eckert, (2003).
Além disso, Wardhaugh ressalta que as mudanças linguísticas muitas vezes começam em
grupos sociais específicos, como jovens ou mulheres, e podem se espalhar para outros
grupos ao longo do tempo. Ele argumenta que as diferenças de género na linguagem
podem ser um reflexo das relações de poder e das normas sociais existentes em uma
determinada comunidade.
Moçambique, como muitas outras sociedades, é permeado por normas de género que
influenciam a linguagem e o comportamento social. É caracterizado por uma diversidade
de grupos étnicos, línguas e tradições culturais. Dentro desse contexto, as diferenças de
género desempenham um papel significativo na vida.
3. Conclusão
À medida que Moçambique continua a evoluir, é imperativo que sejam feitos esforços
contínuos para promover a igualdade de género, eliminar disparidades existentes e criar
oportunidades equitativas para homens e mulheres. Somente através de uma abordagem
inclusiva e do reconhecimento do valor e das contribuições de ambos os géneros é que
se poderá construir uma sociedade mais justa e igualitária para todos.
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4. Referências bibliográficas
Cunha, C., & Cintra, L. F. L. (2006). Nova Gramática do Português Contemporâneo (7ª
ed.). Rio de Janeiro.
UNESCO. (2021). "Education for People and Planet: Creating Sustainable Futures for
All." Global Education Monitoring Report.