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Perguntas Frequentes (Margarida Travassos)
Perguntas Frequentes (Margarida Travassos)
Finanças Públicas I
Respostas Tipo
- Noção e objeto de Finanças Públicas
As Finanças Públicas, entendido pelo Dr. Teixeira Ribeiro, têm como objeto o
estudo da "aquisição e utilização de meios financeiros pelas coletividades
públicas", ou seja, estudaria " as normas que regulam a obtenção, a gestão e o
dispêndio dos meios financeiros públicos". O Estado trata-se de um agente
económico único cuja, interação com os demais sujeitos de mercado se verifica,
numa perspetiva macro-analítica não se tratando de um agregado.
O Dr. Teixeira Ribeiro, salienta três aspetos pelos quais as Finanças Públicas são
uma ciência autónoma, separando as finanças públicas das privadas.
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1. Afetação de recursos: trata-se das atuações das entidades do setor público
que consistem, designadamente na provisão de bens (o Estado deve
contribuir para uma afetação eficiente de recursos na economia através da
provisão de bens ou de serviços que o mercado não esteja em condições de
fornecer. O Estado produz bens porque, há bens que o mercado não produz
como é o caso dos bens públicos- ex:defesa nacional), na correção de
comportamentos dos agentes económicos e na regulação de certas
atividades produtivas ( no sentido de aumentar ou diminuir a produção
privada de determinados bens que, designam as situações de
externalidades).
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liberdade negativa dos cidadãos isto é, os cidadãos devem manter uma esfera de
liberdade e autonomia inviolável.
Todos estes critérios são normativos pelo que, podem ter prevalência diversa
mediante o tipo de análise em causa.
- Tipos de bens
A. Bens Públicos: satisfazem necessidades coletivas. Estão dependentes da
verificação cumulativa de irrivallidade no uso e inexcluibilidade pelo preço.A
irrivalidade é o bem cujo consumo por um indivíduo não pode por em causa
o consumo por outros. Uma quantidade dada de um determinado bem pode
ser utilizado por um enorme número de consumidores, onde o custo
marginal é 0. A inexcluibilidade entende que, os consumidores não está me
condições de excluir o consumo de um determinado bem a quem não paga,
ficando assim numa situação de perda. Contudo, quando não posso excluir
o preço, o problema é o financiamento. No fundo, é falar de o consumo não
poder nem dever ser controlado por um sistema de preços. É aplicado às
situações de free rider em que, os utilizadores não estão dispostos a pagar o
preço porque sabem que podem beneficiar das utilidades que o bem
proporciona sem terem que pagar qualquer quantia isto porque, sabem que
os custos do bem vão ser suportados por quem está interessado na
produção do bem.
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transferidos integralmente para a comunidade, e bens técnica e
financeiramente públicos, bens de provisão pública em que existe uma
contraprestação pecuniária paga pelo beneficiário ou pelo utilizador do bem.
Esse valor pode ser inferior, igual ou superior ao custo do bem mas nunca
pode ser inferior ao preço de mercado.
- Falhas de mercado
1. Externalidades: os agentes económicos fazem as suas escolhas tendo
em consideração os custos e as vantagens que decorrem de uma
conduta. Para a escolha ser eficiente é necessário que o agente suporte
todos os custos mas beneficie de todas as vantagens sem que a sua
conduta represente sacrifícios ou vantagens para terceiros. Temos dois
tipos de efeitos nesta falha: os efeitos externos negativos, em que o
consumo de um determinado bem por um indivíduo afeta negativamente
a utilidade do outro. Não são tidos em conta na ponderação individual
entre os custos e as vantagens, no fundo são o impacto negativo em
terceiros e por isso, se justifica a penalização de condutas, e os efeitos
externos positivos, justifica-se a provisão de bens a um preço inferior ao
preço determinado pelo mercado, de modo, a que haja uma maior
procura. Criando uma utilidade que é apropriada por terceiros sem que,
estes paguem o respetivo preço. Nestes efeitos positivos existe uma
fruição passiva.
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afetação eficiente de recursos, resultando num consumo
insuficientemente baixo. Nestes casos por razões técnicas existe uma só
empresa. Nos serviços em que há uma infraestrutura que serve todos os
consumidores, a provisão pública tem a vantagem de assegurar o serviço
universal sem discriminar preços. Tratam-se de serviços essenciais e
dependentes de outra entidades.
- Despesa Pública
Para uma clara definição de despesa pública é necessário que seja classificada
pelos efeitos económicos provocados pelo PIB e pelos efeitos sobre o PIB.
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deslocação. Claro está que vai ter de ser financiada e por isso, aumentaram-se os
impostos que á luz da situação social, quebra a resistência dos contribuintes. Findo
o período de perturbação, a despesa embora diminua vai registar valores iniciais
pois, a resistência dos contribuintes ja foi quebrada com o aumento dos impostos e
porque, as perturbações sociais consciencializaram os povos e os Governos, das
novas necessidades a satisfazer e que por isso, já não concordam com a
diminuição da despesa para corrigir efeitos dessa perturbação, é designado efeito
apreciação.
- Orçamento de Estado
O Orçamento de Estado, é o documento onde se faz a previsão das receitas e das
despesas anuais competentemente autorizada pela Assembleia da República, art.
106º/1 CRP.
III. Fixação das despesas: as receitas têm de cobrir as despesas, tem portanto de
se determinar/fixar o montante das despesas. O total das despesas é a soma
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de todas as despesas de todos os serviços. O orçamento das despesas, é uma
série de aberturas de créditos aos serviços. Os serviços, têm então de confinar
as suas despesas aos créditos que lhes foram atribuídos. Prevê verbas, cujo
montante os serviços não podem ultrapassar. O orçamento das receitas, tem de
ser uma mera estimativa, uma previsão o mais próxima da realidade. Mas, as
cobranças são sempre incertas. Num orçamento de exercício, os créditos são
autorizações de contrair dividas durante o período financeiro e de fazer
pagamentos durante este período e durante os períodos seguintes. Já num
orçamento de gerência, os créditos são autorizações para se fazer pagamentos
durante o período e também autorizações de contrair dividas a pagar no
próximo período.
IV. Exposição do plano financeiro: com a previsão das despesas fica a saber-se
quanto se propõe despender com a organização e funcionamento de cada um
dos serviços e com a previsão das receitas fica-se a saber qual o contributo de
cada um dos meios de financiamento. O orçamento é o próprio plano/
programa financeiro anual do Estado.
A regra exige que todas as receitas e despesas devem ser inscritas num único
documento. Esta regra permite uma maior transparência do OE, permitindo um
cumprimento cabal das funções da relacionalização das receitas com as despesas
assim como, a exposição do plano financeiro e ainda a possibilidade de haver uma
visão de conjunto, é um fator de rigor e disciplina. Contudo, há exceções que
constam no art.9º/2 LEO 2015 e por isso, entre nós é aceite a pluralidade
orçamental para facilitar o apuramento orçamental.
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permitindo clareza e transparência, veracidade e fiscalização. Mas, esta regra
comporta limites um deles, é o grau de pormenorização necessário que acaba por
manipular os serviços e por isso, no OE inscreve-se em cada serviço uma
designação mais genérica para que a pormenorização não impeça o funcionamento
do serviço. Prevê-se três classificadores orçamentais para a resolução deste
problema: económica, funcional e orgânica. A classificação económica é regulada
pelo art.5º DL 26/2002 (atual DL 52/2014): há uma distinção entre receitas e
despesa correntes e receitas e despesas de capital. A classsificação funcional
opera segundo, a natureza das funções exercidas pelo Estado ( funções gerais de
soberania, funções sociais, etc...) e é regulada pelo DL 171/94, onde há uma
alocação de verbas. Por fim, quanto á classificação orgânica, atende aos diferentes
órgãos e serviços. Faz-se referência ao art.6º DL 131/2003 e art.105º/3 CRP e art.
17º/1 LEO 2015, e ainda art.45º/1/5 LEO 2018. Permite-nos também conhecer e
entender o modo de financiamento do Estado e o peso de cada componente.
Contudo, há uma exceção inserida no art.8º/5 LEO 2001 (atual art.45º/11 LEO
2018), é a chamada "válvula de segurança" onde há a dotação provisional do
Ministério das Finanças. É uma "almofada financeira" a que só se recorre se houver
necessidade de se realizar despesas imprevisíveis e inadiáveis não se prevendo,
onde possa ser gasto o montante.
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existam receitas consignadas superiores à despesa prevista nem por isso, se
poderá gastar mais do que a autorização inicial previa. Esta no art.42º/5/6b) LEO
2001. Este cabimento é geral porque o OE cumpre a fixação das despesas e estas
não podem ultrapassar os limites autorizados; segundo cabimento, tem de caber
no produto das receitas que lhe foram afetadas. Embora haja autorização para
gastar até um montante, apenas se pode efetuar despesa até ao montante da recita
obtida, este cabimento está no art.42º/9 LEO 2001. A consignação faz-se para
que as despesas só se possam realizar até onde permitirem as receitas
consignadas. A regra é a da não consignação, mas há exceções elencadas no art.
16º/2 LEO 2015, art.42º/9 LEO 2001, e art.55º/4 LEO 2018.
Impõe aos serviços que sejam considerados como vinculados pelas normas
orçamentais a obrigação de apresentação de orçamentos equilibrados ou
excedentários. Este equilíbrio há-de ser determinado por referência às normas
constantes no art.11º LEO 2015 e ainda se o princípio da estabilidade orçamental,
do art.10º for cumprido.
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Não se limita a estabelecer um dever geral de informação em matéria de aprovação
e execução orçamental a todos os serviços da Administração Pública mas, impõe
ainda que essa informação fiável, completa e comparável internacionalmente de
modo a avaliar a posição financeira do setor público, os custos/benefícios da sua
atividade e as suas consequências.
- Equilíbrio orçamental
O orçamento apresenta-se sempre com as receitas iguais ou superiores às
despesas, ou seja, pode ser equilibrado ou superavitado. Coloca-se em questão do
défice que pode existir dentro da situação de superavit. Este equilíbrio define-se
pelo equilíbrio entre certo tipo ou categoria de despesas e certo tipo ou categoria
de receitas.Encontra-se no art.10º LEO 2015 e art.105º/4 CRP.
Se o saldo for negativo, estamos perante uma situação deficitária. Se, o saldo for
positivo, as receitas são superiores ás despesas.
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o equilíbrio deste saldo é seguido relativamente ao orçamento dos serviços e
fundos autónomos, art.25º/1 LEO 2001, bem como relativamente ao orçamento da
segurança social, art.28º/1 LEO 2001. Este obriga a que as despesas efectivas
fossem pagas com receitas efectivas.
O equilíbrio deste saldo é seguido relativamente aos saldos integrados. Está no art.
9º/5 LEO 2001, saldo global menos os juros da divida pública. No art.23º LEO
2001, diz-nos que as receitas efectivas destes têm de ser superiores às despesas
efectivas do mesmo orçamento, excluindo os encargos correntes da divida pública.
Não exige que todas as despesas efectivas sejam cobertas com receitas efectivas.
Está equilibrado se as receitas efectivas cobrirem as despesas efectivas sem contar
com os juros da divida.
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ouro das finanças que o valor do défice não deve ultrapassar o valor das despesas
públicas de investimento.
Algumas notas:
Exclusão dos juros: não são contabilizados no orçamento. Os juros não podem
deixar de constar no OE porque resultam de uma obrigação contratual assumida
pelo Estado, despesa obrigatória, art.16º/1a) LEO 2001, art.44º/2 LEO 2015.
Critérios de alocação à zona euro (são 4 e devem ser explicados sempre que na
pergunta de exame venha para identificar os critérios de Maastricht): art.140º TFUE
e Protocolo 13.
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Orçamento das receitas Orçamento das despesas
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Execução do orçamento por Art.42º/6b) LEO 2015 e art.
duodécimos 43º/5a) LEO 2001
Não se permite que seja
utilizado de uma só vez a
totalidade do valor inscrito na
dotação orçamental para a
despesa. Os encargos
assumidos e os pagamentos
autorizados devem fazer-se de
uma forma faseada ao longo
do ano, com distribuição
enorme ou tendencialmente
pelos 12 meses. Apenas
impede que em cada mês se
autorize despesas superior ao
valor correspondente ou dos
duodécimos vencidos e ainda
não gasto. No caso dos
serviços que disponham de
receita consignada torna-se
necessária para além destes
princípios a regra do duplo
cabimento: caber nos
respetivos créditos
orçamentais e caber no
produto das receitas
consignadas, art.42º/9 LEO
2001
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