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02.11.2021
ART.67º CC- capacidade jurídica (regra: uma pessoa singular tem capacidade jurídica só não a
tem quando a lei diz o contrário)
Ex: Criança de 6 meses é titular de uma casa no chiado? SIM, tem capacidade jurídica , NÃO
TEM capacidade de exercício de direito
Consequencia da falta da capacidade de gozo- nulidade do ato praticado, regra geral 294º CC
245º CC -regular o negócio juridico , para os atos juridicos a lei manda aplicar os preceitos do
negócios juridicos que se adequem
Exclusivo- o ato para produzir efeitos não precisa de outro ato a acompanhar (consentimento
ou autorização própria)
- 1649º estatuto especial para sujeitos que casa, mas sem autorização dos pais; remissão para
o 1604º/a e 133º
1) Com o dinheiro que ganhou a entregar pizzas, comprou um anel para oferecer a Maria
Eduarda.
a) Pedro, seu pai, tomou hoje conhecimento dos seus negócios. Como poderá reagir?
d) Suponha agora que, ainda em janeiro de 2020, mas antes de ter praticado qualquer
um dos atos, Carlos Eduardo havia contraído matrimonio com Maria Eduarda. Seriam aqueles
atos anuláveis? Por quem e em que prazo?
e) Dâmaso, primo de Carlos, nasceu em 2010. Hoje pela manhã dirigiu-se a um quiosque
e comprou um pacote de sugos. Esse negócio é valido?
RESPOSTA
a) Fazer uma linha cronológica para saber se o sujeito é menor, primeiro vemos a data de
nascimento dezembro de 2003, ver em que data se torna maior dezembro de 2021,
art. 123º durante este intervalo seria incapaz.
1- Praticou estes atos em janeiro de 2021, compra do anel ( ct de compra e venda ) –
ofereceu o anel ( doação )
2- Doação 1940º ss
3- Compra e venda, agora Carlos é vendedor
4- Mútuo 1142º ss
Ponto de partida: menores não possuem capacidade de gozo; art. 127º CC se não estiver neste
âmbito o menor não tem capacidade de exercício e tem de ser compensada/ suprida
Art. 127º CC
a) o menor tem mais de 16 anos já tem alguma maturidade e se já está a prestar trabalho
presume-se ainda mais maturo, está a dispor de rendimentos que ele pode renovar pelo
seu trabalho (recebe o salário e dispõe desse)
b) Estabelece requisitos (3) normas mais flexíveis, até porque não é necessário ter 16
anos
c) Negócios que constituem a profissão do menor
09.11.2021
Prática
ART.123º articulado com o ART.127º dado que estamos a falar de atos que foram praticados
quando o menor ainda era menor.
No 127º temos uma gradação, por exemplo pela maior esfera de capacidade a quem já atingiu
16 anos.
Se ele praticou um ato para o qual não tinha capacidade de exercício, temos de ver se essa
incapacidade foi corretamente suprida. 124º CC remissão para 1277º (poder paternal) e seg
1921º e 1927º e seg ( , 1967º seg ( administração de bens). Neste caso é sempre através da
representação.
1878º representação
1881º representação
1901º
Os atos jurídicos que o menor não tem capacidade para praticar pode afetar a esfera
patrimonial e a esfera pessoal deste. No que toca a esfera patrimonial, há certas limitações à
esfera dos pais 1881º bens dos quais os pais não têm administração, a 1888º fala destes casos
excecionais.
A norma seguinte 1889º fala de bens que estão sob a administração dos pais, e nestes é
necessária autorização do tribunal/judicial.
Tutela – 1921º forma de suprimento das responsabilidades parentais 1935º, o regime da tutela
está com remissão para os poderes parentais, mas é mais restritivo na sua regulação. O tutor
também representa o menor.
Administração de bens 1937º há certos bens que tanto os pais como o tutor não têm
administração. O administrador de bens não é competente para reger a pessoa do
administrado, só é competente de reger a sua esfera patrimonial. 1971º remete-se para a
tutele e o regime da tutela remete-se para a responsabilidade parental.
Autorização judicial – hoje em dia quem tem competência é o ministério publico. DL 272/2001
art.2/1 al.b .
127º do CC exceções nº1/ al.a) – cada alínea tem os seus próprios requisitos
Estamos perante um sujeito com mais de 16 anos e está a prover do que resultou do seu
trabalho.
Diz-nos que foi adquirido com rendimento do trabalho? NÃO, vamos pressupor que foi com a
mesada que não é um rendimento do trabalho. Está no seu património, mas não pelos
rendimentos do seu trabalho.
Negócio da vida corrente? Sim, tem 17 anos e fazer uma doação a um amigo é algo dos hábitos
de um sujeito com 17 anos.
3- Venda
Nada nos diz que a Scooter foi adquirida pelo trabalhado do menor. Só poder salvar a
capacidade deste ano a al. b) do art.127º.
Negócio recorrente para um menor? NÃO; os requisitos destas alíneas são cumulativos.
4- Empréstimo
Não há capacidade.
Quem tinha competência para suprir esta incapacidade de exercício? O pai, não deve
ter suprido porque só hoje teve conhecido, e tinha de ter sido ele a atuar em vez do
menor.
Via da destruição dos negócios jurídicos praticados: art.125º são anuláveis
125º CC INVALIDADES
Nulidade – protege interesses de ordem publica, o negócio nulo desde que é celebrado é nulo;
o juiz declara a nulidade, é ato puramente declarativo; a nulidade não é passível de
confirmação 288º a contrario
Anulabilidade- são previstas para proteção de interesses particulares, por isso o neg anuláveis
produzem efeitos que são precários, caem (retroativamente) se alguém com legitimidade e
dentro do prazo pedir anulação do negócio; é passível de confirmação
Menoridade – 125º
16.11.2021
Al.d)
O sujeito face aos bens que tem antes ou de titulo gratuito de antes do matrimonio 1649º1 ,
continua menor
Quanto a assunção de dividas não há a limitação ao sujeito. Os bens que estão sob a
administração dos pais não estão sujeitos à divida.
- quanto à venda da scooter, ele é tratado como menor quanto a disposição desse bem até
atingir os 18 anos, é um ato inválido, anulável pelo seu representante
-empréstimo a Cohen, ele tem capacidade, a lei protege diminuindo a garantir patrimonial do
seus credores, apenas respondem para este empréstimo os bens que ele tinha livre
disposição ato válido
Al.e)
CP II
1) Em Fevereiro de 2019, Pedro, seu pai, vendeu a Tomás a casa sita na Rua das Janelas
Verdes que Carlos havia herdado de seu avô. Antes dessa venda, vendeu a Maria toda a
colheita do laranjal da casa.
3) Em Maio de 2020, Carlos, envergando um fato completo e conduzindo o carro de seu pai,
abeirou-se de Gouvarinho (com quem havia contactado através de um site de vendas em
segunda mão) e vendeu-lhe um valioso quadro a óleo que havia herdado de seu tio. Carlos e
Gouvarinho assinaram, para selar a transacção, um documento escrito, tendo Carlos exibido,
nesse acto, o seu documento de identificação, cuidadosamente retocado para lhe atribuir a
data de nascimento de Janeiro de 2000.
Colheita de laranja –
Natureza jurídica: estamos aqui perante frutos do ponto de vista jurídico 212º/ 1 e 2. Incidem
sobre coisas móveis (art.202º e seg CC, 205º), porque não se incluem no 204º
2.
Casa
Aquisição de um imóvel – compra e venda de um bem imóvel para afetar a arrendamento local
3.
Pedro tinha poderes para praticar estes atos? Pedro é pai de Carlos e em primeira linha a
incapacidade dos menores é suprido pelas responsabilidades parentais 1881º e seg
ART.1889º
2- Venda das colheitas: alienação oneroso (compra e venda) , mas para estes atos
não é preciso autorização
3- Compra de bem móvel: nº1; al.a) articulado com o nº2 , não sendo necessário a
autorização judicial dada a utilização das rendas para compra de serigrafia, pelo
nº2
4- Compra de bem imóvel: aplicação de capitais do menor para aquisição de um bem
imóvel, não carece de autorização
5- Ato próprio de Carlos no momento em que era menor, venda dos quadros a óleo
que tinha herdado: ato praticado por Carlos sem ter capacidade
125º CC neste momento Carlos podia atacar este negócio até janeiro de 2022
126º bloqueia o direito a anular quando tenha havido dolo do menor. Dolo
enquanto juízo do negócio jurídico, vicio da vontade, entende-se que há dolo
quando o menor usou embustes de modo em fazer a outra parte acreditar
erroneamente que o menor já era menor
Temos 2 correntes:
- a das lições, que nos diz que este artigo protege as expectativa de terceiros e como tal vale
independentemente de quem(125º) esteja a pedir a anulação do negócio
A incapacidade de Carlos não é suprida pela responsabilidade parental, mas sim pela tutela,
por Afonso.
Lei é mais restritiva em relação à tutela, presunção que o tutor tem menos proximidade em
relação ao menor. O regime da tutela parte do regime dos representantes parentais, mas há
adaptações limitativas quanto ao tutor , p.ex. 1938º.
1938º restringe tudo o que esteja limitado aos pais e limita-se ainda mais atos
Venda de colheita de laranja: os pais não carecem, e o tutor também não carece de
autorização
Venda do imóvel: não pode ser praticada pelo tutor sem autorização judicial
Utilização para serigrafia e das rendas : 1938º al. b) , não são permitidos ao tutor 1940º
23.11.2021
O facto de vivermos cada vez mais tempo também se traduz que com o passar dos anos as
nossas capacidades volitivas e cognitivas vão ficando afetadas
No caso da interdição, com base em anomalia psíquica, surdez ou cegueira que tornasse
incapaz o sujeito de governar a sua pessoa e os seus bens. A consequência é que o sujeito
interdito ficava comparado a um menor
Na inabilitação, para os casos anteriores mas menos graves e ainda casos de proguilalidade e
abusos de álcool ou estupefacientes, desde que estas impedissem a pessoa de governar os
seus bens. A consequência jurídica da inabilitação só afeta a esfera patrimonial, perdia a
capacidade exclusiva e carecia de autorização , de assistência.
O problema destes regimes é que eram muito desproporcionais e colocava em causa os DLG.
Esta dissonância deste regimes tornaram-se contrarias à Convenção de NY sobre pessoas com
deficiência. No art.12º da Conv. NY , capacidade jurídica aqui nesta convenção também
capacidade de exercício.
REGIME ATUAL (traços)
138º e ss
Tem como seu eixo a promoção de autonomia, a sua capacidade e que o direito sirva este
propósito (140º e 141º), enquanto no regime anterior tirava-se a capacidade de exercício.
Temos pressupostos:
Consequência jurídica:
Saber qual a lei da incapacidade aplicável , temos de ver como é que a lei protege este sujeito.
Temos de um lado a sentença que temos de interpretar, e de outro o art.147º caso a sentença
tenha condições genéricas . Antes aplicava-se com grande largueza regime da menoridade ao
regime da interdição.
O art.127º dirige-se a um sujeito que é imaturo, mas que se vai mostrando cada vez mais
maturo.
O sujeito só é incapaz quando houver sentença, mas e se o sujeito factualmente já tiver essa
limitações? O regime que temos não é linear.
Este regime separa a avaliação dos atos em 3 momentos diferente, 2 momentos são ‘’balizas’’:
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