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Com o nascimento, a pessoa adquire uma capacidade de gozo tendencialmente plena. Apesar disto, esta não
pode agir pessoalmente e livremente. A pessoa tem, assim, uma incapacidade de exercício (art. 123º).
Artigo 123º:
Menores carecem de capacidade para o exercício de direitos. Esta incapacidade de exercício é suprida
pelo poder paternal ou pela tutela (art. 124º).
Artigo 127º- Este estabelece termos tão amplos que inverte o sistema legal.
De acordo com o art. 127º, o menor pode celebrar:
Negócios jurídicos próprios da sua vida corrente, que impliquem despesas ou disposições de bens de
pequena importância (art. 127º/1b).
Negócios jurídicos relativos à profissão, arte ou oficio, que o menor tenha sido autorizado a exercer (art.
127º/1c).
Negócios relativos à administração ou disposição de bens que o menor de 16 anos tenha adquirido pelo
seu trabalho (art. 127º/1a).
Nota: A “pequena importância deve ser ponderada pelo julgador, de acordo com cada casa e de acordo com a
condição económica do menor em jogo.
Poder paternal:
Artigo 124º- A incapacidade dos menores é suprida pelo poder paternal e pela tutela.
Corresponde a um conjunto multifacetado de direitos e poderes funcionais, todos a exercer no interesse dos
filhos (art. 1878º/1).
Poder funcional, poder de dever.
Não deve atender aos seus próprios interesses, mas sim aos interesses dos filhos.
Poder de representação- A maioria da representação legal tem a ver com a administração dos bens e dos filhos
(art. 1881º/1).
Pais:
Tem os direitos e as obrigações dos pais, apesar de haver determinadas modificações e restrições- (art.
1935º/1).
Deve exercer o cargo com a diligencia de um bom pai de família.
Regime de administração de bens:
Destinado a suprir o poder paternal quando os pais estão excluídos de o fazer, ou quando a entidade que
designar o tutor indica outra pessoa para realizar a sua função.
Artigo 1922º.
Anulabilidade:
Os atos jurídicos praticados pelos menores são anuláveis.
Artigos 125º e 126º estabelecem um regime especial de anulabilidade.
A anulabilidade é estabelecida no interesse do menor.
Só pode ser invocada pelo próprio menor ou pelo representante. Nunca pode ser invocada pela contraparte.
A anulabilidade pode ser alegada:
Pelo progenitor que exerça o poder paternal, pelo tutor ou pelo administrador de bens.
Pelo próprio menor, no prazo de 1 ano a contar da maioridade ou da emancipação (art. 125º/1b).
Por qualquer herdeiro do menor, no prazo de 1 ano a contar da morte, desde que ocorrida antes do prazo
de expiração para o próprio menor podê-la invocar (art.125º/1c).
Anulabilidade alegada pelo progenitor:
Dentro do prazo de 1 ano a contar do conhecimento que o requerente haja tido do negócio (art. 125/1a).
Nunca depois de o menor atingir a maioridade ou de ser emancipado. Nesta altura, este já pode agir por
si próprio, salvo se estiver pendente de uma ação de interdição.
O dolo do menor:
O menor não pode invocar a anulabilidade quando tenha cometido dolo (artº 253). Ao cometer dolo este fez se
passar por maior ou por emancipado.
Quando o menor comete dolo, os seus herdeiros, também, não podem alegar a anulabilidade.
No artigo 126º, há uma divergência doutrinária (Os pais do menor também são afetados por esta proibição de
anulação?):
Confirmação pode ser feita pelo menor, depois de este atingir a maioridade ou ser emancipado
A confirmação pode ser levada a cabo pelo representante legal do menor, que tivesse praticado o próprio
ato.
Artigo 1889º/1ª + Artigo 125º/2: Se os pais não podem celebrar o negócio, não o podem confirmar.
Nota: Os atos praticados pelos menores tendem para a validade.
O menor que tenha praticado atos que não façam parte da exceção (art. 127º), pratica atos anuláveis (art. 125º).
A anulabilidade é um vício menor. Existem dois tipos de vícios, os quais são a nulidade e anulabilidade.
NOTA: A autorização não vale como confirmação.
Nulidade:
No caso da venda de bens alheios, art. 892º, o negócio é nulo. Este negócio não produz efeitos nenhuns.
No caso da doação de bens alheios, art. 956º, verifica-se o mesmo.
Há falta de legitimidade.
Artigos importantes:
Art. 1889º/1:
Lista de atos que os pais mesmo sendo representantes só podem representar o filho com o consentimento do
tribunal.
Art. 1889º/2:
Caso o bem do filho seja dinheiro este artigo admite que os pais em nome do filho adquiram bens para o
filho sem autorização do tribunal.
Art. 1893º:
Se os pais violarem o Art. 1889.º, nº1 do CC o ato dos pais será anulável.
Art. 1935º:
O tutor tem os mesmo direitos e obrigações que os pais, contudo isso não quer dizer que seja tudo
exatamente igual (pois, por vezes, o tutor pode agir em seu próprio interesse, não no do menor).
Art. 1937º:
Lista de atos que são proibidos ao tutor, se estes atos acontecerem são considerados nulos (Art. 1939.º do
CC);
Art. 1938º: