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do código civil. É uma excepção muito significativa. Ninguém estranha que o menor pague o
bilhete do auto-carro a caminho da escola ou vá comprar ovos a mando da mãe. Só é relevante
que naturalmente entenda o que faz. b) Depende também da capacidade natural e da
autorização para o exercício de uma profissão a capacidade para praticar actos relativos a uma
profissão, ou actos de exercício de profissão, art. 127 n⁰1 al. c) do código civil. Mas o terceiro
com quem contratar deve contar com uma limitação importante: pelos actos assim praticados
só respondem os bens de que o menor tiver a livre disposição, art. 127 n⁰2 do código civil. c)
Outro regime particular respeitante à incapacidade de agir consta do artigo 263 do Código
civil, para a representação voluntaria: “ o procurador não necessita de ter mais do que a
capacidade de entender e querer exigida pela natureza do negócio que haja de efectuar”.
Aplica-se este preceito ao menor, independentemente de idade e, com mais cautelas, aos
restantes incapazes. Já o menor não pode passar procuração a terceiro. O representante do
menor, mesmo que este tenha capacidade natural, é sempre o representante legal, e não o
voluntario. d) O autor de obra literária ou artística pode exercer os direitos pessoais que sejam
inerentes a esta desde que tenha para tanto entendimento natural. 4.Anulabilidade como
consequência geral do acto praticado pelo menor O menor não pode praticar actos jurídicos,
nem mesmo com autorização daqueles a quem estiver confiado. É absolutamente incapaz,
fora dos casos enunciados por lei. Pode acontecer, não obstante, que o menor pratique
indevidamente esses actos. A consequência geral é a anulabilidade do acto praticado. A
invalidade subdivide-se em: Nulidade Anulabilidade O acto anulável produz efeitos
enquanto não for destruído. O acto nulo não produz efeitos nenhuns. É aquele regime mais
brando que corresponde ao acto praticado pelo menor independentemente dos regimes
especiais. Mas várias pessoas tem legitimidade para requerer a anulação, a pronunciar pelo
tribunal, art. 125 n⁰1 do código civil.4 As pessoas com legitimidade para arguir essa
anulabilidade são o representante do menor dentro de um ano a contar do conhecimento do
acto impugnado, o próprio menor dentro de um ano a contar da cessação da incapacidade ou
qualquer herdeiro igualmente dentro de um ano a contar da morte, se o hereditando morreu
antes de ter expirado o prazo em que podia, ele próprio, requerer a anulação, art. 125 do
Código Civil.5 A anulabilidade pode ser invocada normalmente por via de excepção, sem
dependência de prazo, se o negocio não estiver cumprido. Neste caso (invocação por via de
excepção) a pessoa com legitimidade para arguir a anulabilidade não vem intentar uma acção
para esse fim, mas defendese com a referida anulabilidade, numa acção judicial em que se
peca o cumprimento do acto ou este seja invocado. O direito de invocar a anulabilidade é
precludido pelo comportamento malicioso (malitia supleat aetatem) do menor, no caso de
este ter usado de dolo ou má fé a fim de se fazer passar por maior ou emancipado (art. 126
CC). Entende-se que neste contexto do art. 126 CC, ficam inibidos de invocar a anulabilidade,
não so o menor mas também os herdeiros ou o representante. Não basta, que o menor
declare ou inculque ser maior. São necessários artifícios, manobras ou sugestões de carácter
fraudulento. 5.Os meios de suprimento da incapacidade dos menores Os meios de suprimento
da incapacidade dos menores, através da representação, são, em primeira linha o poder
paternal e, subsidiariamente, a tutela (art. 124 CC).
O conteúdo do poder paternal está regulado no art. 283, 284 e 285 todos da lei da família, lei
n⁰ 10/2004 de 25 de Agosto, competindo aos pais, no interesse dos filhos, velar pela segurança
e saúde destes, prover ao seu sustento, dirigir a sua educação, representá-los, ainda que
nascituros, e administrar os seus bens. O poder paternal pertence, pois, aos pais, não
distinguindo a lei poderes especiais do pai ou da mãe em virtude do princípio da igualdade
(art. 35 CRM). A tutela é o meio normal de suprimento do poder paternal. Deve ser instaurada
sempre que se verifique algumas das situações previstas no art. 331 da lei da família, lei n⁰
10/2004 de 25 de Agosto. Estão nela integrados o tutor, o protutor, o conselho de família e,
como orgao de controlo e vigilância, o tribunal de menores.
Findo o presente trabalho concluímos que, a menoridade é incapacidade prototipica que inicia
com o nascimento da pessoa e cessa quando o menor perfizer 21 anos como dispõe o artigo
122 conjugado com artigo 130 ambos do Código Civil. A mesma simplicidade não domina já
quando se trata de apurar o momento em que ela cessa. Desde logo, por a resposta a esta
questão se prender com aspectos que não se revestem do mesmo carácter de generalidade.
Estando ai em causa a aptidão das pessoas para convenientemente regerem os seus
interesses, a mais despreocupada análise da realidade revela que nem todas atingem a
maturidade necessária ao mesmo tempo Vale a pena salientar que a incapacidade por
menoridade não é o mesmo que dizer a incapacidade por anomalia psíquica. No nosso
ordenamento jurídico está prevista uma forma cessação da incapacidade do menor antes de
atingir 21 anos, que é emancipação que nos termos do artigo 133 do CC, consiste na atribuição
ao menor da plena capacidade de exercício de direitos, habilitando-o a reger a sua pessoa e a
dispor livremente dos seus bens como se fosse maior, salvo o disposto nos artigos 136 e 1649
do Código Civil. Mas também estão previstas algumas excepções de redução da incapacidade
do menor por remissão para a capacidade natural e por levantamento de certas limitações
logo que atingidas idades determinadas, nos termos do artigo 127 do Código Civil. A
incapacidade por menoridade pode ser suprida por poder parental e tutela, em principio
aplicase o poder parental e no caso em que se verifiquem as situações previstas no artigo 331
da lei da família, lei n⁰ 10/2004 de 25 de Agosto. E para terminar dizer que as consequências
dos actos praticados por menor é a anulabilidade.
Referências bibliográficas
ASCENSÃO, José de Oliveira, Direito Civil, Teoria Geral, vol-I, introdução as pessoas e os
bens, 2 ed., Coimbra editor, 2000. PINTO, Carlos Alberto da Mota, Teoria Geral do Direito
Civil, 3 ed., Coimbra editora, 1996. FERNANDES, Luís A, Carvalho, Teoria Geral do Direito
Civil, vol-I, introdução pressupostos da relação jurídica, 5 ed. Revista e actualizada, Lisboa,
2009. Legislação Código Civil, 1967. Lei da família, lei n⁰ 10/2004 de 25 de Agosto.