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Introdução No presente trabalho de Teoria Geral do Direito Civil iremos fazer

abordagens sobre a menoridade civil. Em princípio iremos apresentar a noção da


menoridade recorrendo os manuais a nossa disposição e legislação pertinente do nosso
ordenamento jurídico. No entanto, iremos analisar o começo e a cessa da incapacidade
por menoridade. Após essa abordagem iremos explicar taxativamente que falar da
incapacidade por menoridade não é o mesmo falar da incapacidade por anomalia
psíquica. Para complementar o conteúdo acima dado, explicaremos das consequências
gerais do acto praticado por um menor, a anulabilidade. Dai, iremos falar sobre a
emancipação que é o negócio que produz a cessação da incapacidade do menor. Quando
a menoridade é fixada aos vinte e um anos, pode se permitir por exemplo a emancipação
por acto dos pais a partir dos 18 anos, nos termos do art. 133 do Código Civil. E por
outro lado analisaremos sobre A capacidade natural e as excepções à incapacidade do
menor, onde iremos ver que há ordens jurídicas que, em vez de demarcarem um limite
radical entre menoridade e maioridade, prevêem uma evolução gradual, em que a
capacidade é sucessivamente atribuída. Não procede assim a nossa ordem jurídica. Ou
se é capaz ou incapaz. Não obstante, não há uma fractura rígida entre incapacidade e
capacidade. A lei atende à evolução da capacidade natural e vai reduzindo
sucessivamente o âmbito da incapacidade do menor. Por fim, iremos analisar os meios
de suprimento da incapacidade do menor através do poder paternal e a tutela. A
menoridade 1.Noção A menoridade é a incapacidade prototípica. A capacidade tem
limite inferior, fundado na idade, não tem limite superior.1 Por mais provecta, a idade
não atinge automaticamente a capacidade. Pode-se é provar que, por senilidade, a
pessoa não tem já o domínio das suas faculdades, podendo ser interditada por anomalia
psíquica ou serem os seus actos anulados por aplicação da incapacidade acidental. No
que respeita às primeiras ideias, sem duvida que a maturidade se atinge em alturas
diferentes consoante as pessoas. Mas, dadas as perturbações que traria uma verificação
caso por caso, o direito preferiu a fixação automática da maioridade numa idade fixa,
determinada pela normalidade das circunstâncias. As considerações genéricas
anteriormente feitas conduzem imediatamente à fixação do inicio da incapacidade das
pessoas em função da idade. Como não podia deixar de ser, ela verifica-se com o
nascimento da pessoa. A mesma simplicidade não domina já quando se trata de apurar o
momento em que ela cessa. Desde logo, por a resposta a esta questão se prender com
aspectos que não se revestem do mesmo carácter de generalidade. Estando ai em causa a
aptidão das pessoas para convenientemente regerem os seus interesses, a mais
despreocupada análise da realidade revela que nem todas atingem a maturidade
necessária ao mesmo tempo. Para alem disso, interfere ainda nesta matéria a
circunstância de não se estar perante um fenómeno de verificação instantânea. Trata-se,
bem pelo contrário, de uma evolução, que opera progressivamente, em regra à medida
que as pessoas avançam na idade.2 No ordenamento jurídico Moçambicano, a
menoridade começa com o nascimento completo e com vida, e cessa quando os menores
perfizerem vinte e um anos de idade, nos termos dos artigos 66 n⁰ 1, 122 ambos do
código Civil.
2.Emancipação Sobre a capacidade do menor pode ter porem incidência a emancipação. A
emancipação é o negócio que produz a cessação da incapacidade do menor. Quando a
menoridade é fixada aos vinte e um anos, pode se permitir por exemplo a emancipação por
acto dos pais a partir dos 18 anos, nos termos do art. 133 do Código Civil, porem, em termos
do casamento, a mulher ou homem com mais de 16 anos, a título excepcional, pode contrair
casamento, quando ocorram circunstancias de reconhecido interesse público e familiar e
houver consentimento dos pais ou dos legais representantes, nos termos do art. 30 n⁰ 2, da lei
da família, lei n⁰ 10/2004 de 25 de Agosto. O artigo 133 refere que, a emancipação tem como
efeito, a atribuição ao menor da plena capacidade de exercício de direitos, habilitando-o a
reger a sua pessoa e a dispor livremente dos seus bens como se fosse maior, salvo o disposto
nos artigos 136 e 1649 do Código Civil. 3.A capacidade natural e as excepções à incapacidade
do menor Há ordens jurídicas que, em vez de demarcarem um limite radical entre menoridade
e maioridade, prevêem uma evolução gradual, em que a capacidade é sucessivamente
atribuída. Não procede assim a nossa ordem jurídica. Ou se é capaz ou incapaz. Não obstante,
não há uma fractura rígida entre incapacidade e capacidade. A lei atende à evolução da
capacidade natural e vai reduzindo sucessivamente o âmbito da incapacidade do menor.3 Essa
redução pode fazer-se de duas maneiras.  Por remissão para a capacidade natural  Por
levantamento de certas limitações logo que atingidas idades determinadas A remissão para a
capacidade natural faz-se em quatro hipóteses principais: a) Depende só da capacidade natural
a pratica de actos da vida corrente que apenas impliquem despesas, ou disposições de bens,
de pequena importância, art. 127 n⁰1 al. b)

do código civil. É uma excepção muito significativa. Ninguém estranha que o menor pague o
bilhete do auto-carro a caminho da escola ou vá comprar ovos a mando da mãe. Só é relevante
que naturalmente entenda o que faz. b) Depende também da capacidade natural e da
autorização para o exercício de uma profissão a capacidade para praticar actos relativos a uma
profissão, ou actos de exercício de profissão, art. 127 n⁰1 al. c) do código civil. Mas o terceiro
com quem contratar deve contar com uma limitação importante: pelos actos assim praticados
só respondem os bens de que o menor tiver a livre disposição, art. 127 n⁰2 do código civil. c)
Outro regime particular respeitante à incapacidade de agir consta do artigo 263 do Código
civil, para a representação voluntaria: “ o procurador não necessita de ter mais do que a
capacidade de entender e querer exigida pela natureza do negócio que haja de efectuar”.
Aplica-se este preceito ao menor, independentemente de idade e, com mais cautelas, aos
restantes incapazes. Já o menor não pode passar procuração a terceiro. O representante do
menor, mesmo que este tenha capacidade natural, é sempre o representante legal, e não o
voluntario. d) O autor de obra literária ou artística pode exercer os direitos pessoais que sejam
inerentes a esta desde que tenha para tanto entendimento natural. 4.Anulabilidade como
consequência geral do acto praticado pelo menor O menor não pode praticar actos jurídicos,
nem mesmo com autorização daqueles a quem estiver confiado. É absolutamente incapaz,
fora dos casos enunciados por lei. Pode acontecer, não obstante, que o menor pratique
indevidamente esses actos. A consequência geral é a anulabilidade do acto praticado. A
invalidade subdivide-se em:  Nulidade  Anulabilidade O acto anulável produz efeitos
enquanto não for destruído. O acto nulo não produz efeitos nenhuns. É aquele regime mais
brando que corresponde ao acto praticado pelo menor independentemente dos regimes
especiais. Mas várias pessoas tem legitimidade para requerer a anulação, a pronunciar pelo
tribunal, art. 125 n⁰1 do código civil.4 As pessoas com legitimidade para arguir essa
anulabilidade são o representante do menor dentro de um ano a contar do conhecimento do
acto impugnado, o próprio menor dentro de um ano a contar da cessação da incapacidade ou
qualquer herdeiro igualmente dentro de um ano a contar da morte, se o hereditando morreu
antes de ter expirado o prazo em que podia, ele próprio, requerer a anulação, art. 125 do
Código Civil.5 A anulabilidade pode ser invocada normalmente por via de excepção, sem
dependência de prazo, se o negocio não estiver cumprido. Neste caso (invocação por via de
excepção) a pessoa com legitimidade para arguir a anulabilidade não vem intentar uma acção
para esse fim, mas defendese com a referida anulabilidade, numa acção judicial em que se
peca o cumprimento do acto ou este seja invocado. O direito de invocar a anulabilidade é
precludido pelo comportamento malicioso (malitia supleat aetatem) do menor, no caso de
este ter usado de dolo ou má fé a fim de se fazer passar por maior ou emancipado (art. 126
CC). Entende-se que neste contexto do art. 126 CC, ficam inibidos de invocar a anulabilidade,
não so o menor mas também os herdeiros ou o representante. Não basta, que o menor
declare ou inculque ser maior. São necessários artifícios, manobras ou sugestões de carácter
fraudulento. 5.Os meios de suprimento da incapacidade dos menores Os meios de suprimento
da incapacidade dos menores, através da representação, são, em primeira linha o poder
paternal e, subsidiariamente, a tutela (art. 124 CC).

O conteúdo do poder paternal está regulado no art. 283, 284 e 285 todos da lei da família, lei
n⁰ 10/2004 de 25 de Agosto, competindo aos pais, no interesse dos filhos, velar pela segurança
e saúde destes, prover ao seu sustento, dirigir a sua educação, representá-los, ainda que
nascituros, e administrar os seus bens. O poder paternal pertence, pois, aos pais, não
distinguindo a lei poderes especiais do pai ou da mãe em virtude do princípio da igualdade
(art. 35 CRM). A tutela é o meio normal de suprimento do poder paternal. Deve ser instaurada
sempre que se verifique algumas das situações previstas no art. 331 da lei da família, lei n⁰
10/2004 de 25 de Agosto. Estão nela integrados o tutor, o protutor, o conselho de família e,
como orgao de controlo e vigilância, o tribunal de menores.

Findo o presente trabalho concluímos que, a menoridade é incapacidade prototipica que inicia
com o nascimento da pessoa e cessa quando o menor perfizer 21 anos como dispõe o artigo
122 conjugado com artigo 130 ambos do Código Civil. A mesma simplicidade não domina já
quando se trata de apurar o momento em que ela cessa. Desde logo, por a resposta a esta
questão se prender com aspectos que não se revestem do mesmo carácter de generalidade.
Estando ai em causa a aptidão das pessoas para convenientemente regerem os seus
interesses, a mais despreocupada análise da realidade revela que nem todas atingem a
maturidade necessária ao mesmo tempo Vale a pena salientar que a incapacidade por
menoridade não é o mesmo que dizer a incapacidade por anomalia psíquica. No nosso
ordenamento jurídico está prevista uma forma cessação da incapacidade do menor antes de
atingir 21 anos, que é emancipação que nos termos do artigo 133 do CC, consiste na atribuição
ao menor da plena capacidade de exercício de direitos, habilitando-o a reger a sua pessoa e a
dispor livremente dos seus bens como se fosse maior, salvo o disposto nos artigos 136 e 1649
do Código Civil. Mas também estão previstas algumas excepções de redução da incapacidade
do menor por remissão para a capacidade natural e por levantamento de certas limitações
logo que atingidas idades determinadas, nos termos do artigo 127 do Código Civil. A
incapacidade por menoridade pode ser suprida por poder parental e tutela, em principio
aplicase o poder parental e no caso em que se verifiquem as situações previstas no artigo 331
da lei da família, lei n⁰ 10/2004 de 25 de Agosto. E para terminar dizer que as consequências
dos actos praticados por menor é a anulabilidade.

Referências bibliográficas

 ASCENSÃO, José de Oliveira, Direito Civil, Teoria Geral, vol-I, introdução as pessoas e os
bens, 2 ed., Coimbra editor, 2000.  PINTO, Carlos Alberto da Mota, Teoria Geral do Direito
Civil, 3 ed., Coimbra editora, 1996.  FERNANDES, Luís A, Carvalho, Teoria Geral do Direito
Civil, vol-I, introdução pressupostos da relação jurídica, 5 ed. Revista e actualizada, Lisboa,
2009. Legislação  Código Civil, 1967.  Lei da família, lei n⁰ 10/2004 de 25 de Agosto.

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