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Caso nº 79
A incapacidade dos menores pode, no entanto, ser suprida pelo poder paternal
ou pelo tutor, nos termos previstos no artigo 124.º, CC;
o Por fim, quanto à alínea c), Teresa não procedeu à compra do iate, no
âmbito das suas competências profissionais;
Visto isto, o negócio celebrado por Teresa será inválido, sendo anulável, nos
termos do artigo 125.º, CC. (atenção que este artigo, nomeadamente os
prazos, só se aplica aos negócios do menor já celebrados; nos casos em que
as partes ainda não tenham cumprido as suas obrigações aplica-se o regime
geral da anulabilidade do artigo 285.º, CC);
A anulabilidade, arguida, dentro dos prazos e por quem tem legitimidade para
tal, nos termos do artigo 125.º, CC, tem eficácia retroativa – artigo 289.º/1, CC.
Isto significa que se o negócio de Teresa for anulado, o negócio tem-se como
não efetuado, ou seja, a propriedade do iate que, com a celebração do negócio
entre Teresa e Gisela, entra na esfera jurídica desta segunda, passa para a
esfera jurídica de Teresa, novamente; perante a anulação, os negócios não
produzem os seus efeitos, tais como a transmissão da propriedade;
A incapacidade de Teresa podia, ainda, ser suprida pelo poder paternal ou pelo
tutor de Teresa, nos termos do artigo 124.º, CC - neste caso, o negócio seria
válido; o negócio podia ser confirmado, conforme o disposto no artigo 125.º/2,
CC;
No caso de Teresa ter sido objeto de ação de acompanhamento, nos termos
do artigo 138.º, CC e seguintes, teríamos que atentar o disposto no artigo
154.º, CC, quanto aos atos do acompanhado:
o Se, por outro lado, nos termos do artigo 154.º/3, CC, o negócio tiver
sido celebrado antes do início do processo de acompanhamento,
aplicar-se-á o regime da incapacidade acidental, disposto no artigo
257.º, CC. O regime da incapacidade acidental dispõe que a declaração
negocial e, consequentemente o negócio por ela incitado, será anulável
se se verificar que o declarante (neste caso, Teresa), na altura do
negócio, não teria a perceção do sentido do seu ato ou que o negócio
se encontrava inquinado por falta de vontade;
Nota: Podia arguir-se que Teresa não podia jogar no Totoloto, visto que este
faz parte de um conjunto de jogos a dinheiro interditos a menores. Logo, será
que o ato podia ser anulado? (algo para perguntar ao assistente!! Hei de
perguntar ao meu também)