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SUMÁRIO

Introdução

A síndrome de Down (SD) é a síndrome genética melhor conhecida. Ela é causada

pela alteração do par de cromossomo 21 ,que no caso dos portadores apresentam três invés de

apenas dois cromossomos 21. Ela causa um atraso nas funções motoras e mentais mas, isso

não quer dizer que o portador não irá desenvolver tais funções, só que seu desenvolvimento

será em um ritmo mais lento do que a média das pessoas sem a doença. Ao contrário do

pensamento de muitas pessoas a síndrome de down não é contagiosa e não é determinada pela

raça de alguém. Então você pode se perguntar se a síndrome de down é apenas uma simples

alteração genética por que então a encaramos com tanto receio?

O fato é que falar de síndrome de down é dialogar sobre diferenças. È reconhecer que

não somos e não devemos ser um molde pronto e finito e que apesar de diferenças estruturais

o ser humano sempre será dotado da capacidade de aprendizagem. Resumindo é livrar-se do

preconceito e aceitar e viver a diferença.

No campo educacional, a síndrome de down tem gerado uma discussão não sobre a

metodologia de ensino mas sim sobre os benefícios de uma educação especial restritiva a um

ambiente apenas com portadores de deficiências mentais e motoras ou sobre os benefícios da

educação inclusiva onde os portadores possuem contato com alunos sem deficiência.

A discussão sobre a inclusão educacional nunca foi tão debatida nos congressos

educacionais, mas o que poucos sabem é que esse debate começou bem antes da exposição

do tema nos meios de comunicação como novelas e documentários. A inclusão de alunos com

necessidades especiais é assunto do começo da década de 90 quando os educadores sentiram a

necessidade de intervir melhorando a educação dos alunos especiais como também preparar a

comunidade escolar para a inclusão dos mesmos no processo de aprendizagem regular.

Portanto nada mais natural e importante é que a comunidade acadêmica comece a dialogar e

pesquisar sobre esse tema para que possam surgir soluções criativas e eficazes para a

2
construção de uma sociedade cada vez mais democrática onde as o respeito a diversidade é

fundamental para o movimento de cidadania.

Na busca pela compreensão de problemas como a verdadeira causa do preconceito

aos alunos especiais na sala de aula; o posicionamento político municipal em relação a

educação inclusiva; a participação da população local no processo de inclusão e as medidas

que podem ser tomadas para diminuir o preconceito aos alunos especiais na município. A

presente monografia desenvolveu-se em pesquisa bibliográfica que em primeiro momento

buscou delimitar um referencial teórico que deu base aos desenvolvimento de alguns

conceitos relacionados ao tema principal da monografia que foi a síndrome de Down. E em

segundo momento desenvolveu uma reflexão maior sobre os problemas educacionais, sociais

e individuais do portador da síndrome de Down. Assim a monografia se desenvolveu em três

grandes partes: a identificação e familiarização com a síndrome de Down (primeiro capítulo),

a situação da educação da síndrome de Down no Brasil ( segundo capítulo) e uma análise

local ( municipal) da situação da síndrome tanto no âmbito educacional quanto no social

( terceiro capítulo).

No desenvolver da pesquisa bibliográfica foi identificado a necessidade de

completar o trabalho científico com uma pesquisa de campo no município de valparaíso o

que possibilitou uma análise local do tema assim como a utilização de métodos comparativos

e estatísticos dos dados obtidos. A pesquisa se desenvolveu no período de 21 de Abril de 2007

a 21 de maio de 2007 no município de Valparaíso de Goiás. Todas as informações do

questionário foram declaradas verdadeiras pelos entrevistados e a identidade dos mesmos

foram preservadas. Este trabalho também assumiu o compromisso

de publicar os resultados dessa pesquisa somente no presente trabalho científico. A

análise deu mais ênfase qualitativa, ou seja, buscou captar as dimensões subjetivas

3
dos dados mas não descartou uma análise quantitativa que mesmo

superficialmente trouxe uma maior objetividade dos dados numéricos.

A coleta dos dados deu-se através de visitas a algumas escolas dos

bairros Valparaíso I, Valparaíso II , Cidade Jardins e Céu azul os quatro

principais bairros no município e onde se encontra as escolas que fazem

trabalho com alunos especiais. Não houve nenhuma entrevista formal com

os alunos com síndrome de down ou com seus familiares pois o objetivo

do trabalho não é especificar os preconceitos e problemas mas generalizá-

los ao nível municipal. Também não houve nenhuma forma de

especificação ou classificação dos educadores selecionados para

responder os questionários (foi escolhido aleatoriamente) de forma que a

coleta dos dados fosse livre de pre-respostas. Os questionários entregues

nos dois grupos entrevistados pode ser encontrado em anexo ao presente

trabalho assim como alguns trabalhos produzidos por crianças com a

Síndrome de Down.

Assim o presente trabalho de pesquisa muito mais que comparações

ou reflexões e sugestões sobre o tema síndrome de down e educação

municipal ele busca fornecer material necessário para um embasamento

maior nas discussões tanto a nível universitário como a nível da população

de forma geral.

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Desconstruindo mitos, construindo o respeito à diversidade Down.

Incluir, ser aceito, ter prosperidade são valores ou conceitos muito valorizados pela

sociedade contemporânea, talvez por isso o medo do desconhecido ou do diferente cause

conflitos que acabam cirando supostas verdades que sempre devem ser questionadas pois elas

são formadas em sua maioria de uma idéia imatura que não inclui uma vivência ou

conhecimento cientifico acerca do que está sendo julgado, analisado ou excluído.

A melhor forma de desconstruir preconceitos é a informação que gera a proximidade

dos assunto. Então por que não falar sobre uma síndrome que ocorre entre 1 a cada 7001 bebês

que nascem no Brasil e que é uma característica de mais de 100 mil brasileiros?2 Sim, a

Síndrome de Down é mais comum do que muitos pensam e hoje você pode esbarrar com um

portador na fila do banco, dentro do ônibus, nas universidades, creches e etc... porque ao

contrário do que o senso comum determina a pessoa com síndrome de Down pode sim

sobreviver a infância e ter uma vida semi-independente embora em sua maioria não possa

atingir níveis complexos de escolaridade, devido as suas deficiências mentais ela desenvolve

naturalmente, outras atividades ,como trabalhar, praticar esportes, viajar, freqüentar festas e

namorar.

O que conhecemos como Síndrome de Down é cientificamente conhecida como

trimossomia 21, popularizada, é uma alteração genética no par de cromossomos 3 21 das

células, que resulta em um atraso de desenvolvimento nas funções motoras e mentais do

corpo. Antigamente a síndrome era conhecida como mongolismo devido a pouca atividade

dos bebês com síndrome. A quantidade de estímulos auxilia o desenvolvimento da

1
Dados da Fundação de Síndrome de Down 2002
2
Ibdem.
3
Parte da célula que determina por exemplo a cor dos olhos, altura, sexo, funcionamento e forma de cada órgão.

5
criança sendo que pode-se observar que o mesmo não possui graus diferentes, como cada

criança é diferente uma das outras o seu desenvolvimento também apresenta variações que

normalmente são determinadas pela a quantidade de estímulos que a criança possui. Existe

sim tipos diferentes de síndrome de Down, a mais comum é a Padrão presente em cerca de

95%4 dos casos de SD, a outra é a Translocação que atinge cerca de 4% dos casos e que pede

uma investigação genética na família pois existem possibilidades de terem outros casos da SD

na família e a última é a Mosaico que significa que nem todas as celular do corpo tem

alteração no par de cromossomos 21 e só ocorre em 1% dos casos. O mesmo é válido para a

questão temperamental. Muitos acreditam que os portadores de SD possuem um

temperamento agressivo e são muito impacientes, o que é um erro. Conforme já citado,

como acontece com os não portadores cada criança com a síndrome possui uma personalidade

própria que é criada em grande parte por suas experiências e seu ambiente social. As “birras”

às vezes fazem parte do seu comportamento porque devido a sua dificuldade de comunicação

os pais e educadores acabam não colocando limites claros e equilibrados no seu processo de

educação..

Atualmente a síndrome de Down não possui cura embora existam uma variedade de

pesquisas sendo desenvolvidas no mundo todo. Não existe drogas, vacinas ou outro tipo de

medicação que possa curála pois ela é uam anomalia das próprias celular. Apesar de muitas

pessoas ainda pensarem que a SD pode ser contagiosa, a mentalidade das pessoas em relação

a esse distúrbio genético já está bem amadurecendo. Em seu artigo entitulado “Síndrome de

Down e inclusão familiar” a psicóloga Rodriguez diz que :

A presença do portador da síndrome de Down na escola regular, na mídia e na


sociedade de forma mais ampla denota uma mudança produzida pela nossa
subcultura, já que acreditamos que tais elaborações são recíprocas. Não se trata de
um movimento independente do nosso contexto, senão não seria significativo.
4
Dados da Fundação de Síndrome de Down 2002

6
Assistimos hoje um momento que pode se tornar histórico, um ponto de bifurcação
que pode gerar uma mudança no conceito que se tinha sobre o portador da síndrome
de Down dentro do imaginário social. Isto não muda a sociedade em si, isto muda as
idéias das pessoas que constroem socialmente valores, normas, padrões, conceitos e
preconceitos. (p.2004)

1.1 O primeiro passo educacional é o familiar.

Segundo a fundação internacional de Síndrome de Down a maioria dos pais de

crianças com SD passaram grande parte de suas vidas sem possuir contato nenhum com

pessoas nessas condições e acabam se deparando com conflitos nunca antes imaginados pois,

assim como todos que não possuem informação sobre a síndrome eles estão carregados de

conceitos previamente formados e seria um equívoco pensar que esses preconceitos

desapareceriam apenas com o nascimento de um bebê “down”.

Consta no artigo 227 da Constituição Brasileira que :

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar ‘a criança


e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito a vida, a
saúde, a alimentação, a educação, ao lazer, a profissionalização, a
cultura, a dignidade, ao respeito, a liberdade e a convivência
familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo em toda forma
de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão.

Portanto é responsabilidade da família educar e preparar a criança para sua inclusão

social. Mesmo depois que essas crianças ingressam na vida escolar elas precisam, de uma

continuidade de seu aprendizado em seu lar. As primeiras habilidades de comunicação das

crianças são decorrentes do quanto seus familiares participar de sua estimulação na forma de

falar com ela, lendo histórias, explicando fatos e assim por diante. É também função dos pais

explicar sobre questões de cuidados pessoais e higiene como por exemplo ensinar a arrumar o

quarto, escolher roupas, escovar os dentes, pentear o cabelo dentro outros. Todos esses

cuidados serão imprescindíveis na interação dessa criança no grupo escolar pois elas serão

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muito mais aceitas por crianças sem a síndrome se corresponderem aos padrões gerais de

higiene e organização.

Como qualquer criança, os portadores de SD também tem garantidos os mesmos

direitos e precisam de disciplina e um certo grau de independência, assim, é imprescindível

que os familiares coloquem limites e atividades de rotina e sempre que possível criar

pequenos desafios nas mesmas para que possa desenvolver a auto-confiança do portador.

Sobre esse assunto Siegfried diz que:

Como qualquer criança , precisam de amor, atenção e aceitação. Necessitam


de um ambiente no qual possam crescer com segurança, onde possam
desenvolver a auto-estima e a independência. Se as crianças se sentem bem
sobre elas mesmas, se tem auto-confiança e se vivenciaram o sucesso, por
menor e mais insignificante que possa parecer, sua auto-imagem será
fortalecida. Se os pais tiverem uma percepção positiva de seus filhos, eles,
por sua vez, o perceberão e se sentirão amados e aceitos. O bem – estar
emocional é da maior importância no desenvolvimento de qualquer criança,
mas ainda mais no caso da criança com síndrome de Down.(p.221,2005)

Quando as famílias conseguem desconstruir seus próprios preconceitos proporcionando, um

ambiente saudável para o desenvolvimento natural das crianças com síndrome de Down e

reconhecendo suas responsabilidades e não as transferindo para os médicos e educadores ela acaba

preparando-se para a inclusão em uma esfera social maior chamada escola. O momento de inclusão

escolar é complexo para a família da criança ao mesmo tempo que deseja que a criança se sociabilize

ela, naturalmente, tem o instinto de proteção querendo privá-la de situações constrangedoras como a

discriminação ou exposição.

1.2 O processo educacional

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O processo educacional faz parte ,ou deveria fazer, da vida de todos os indivíduos .

Sua finalidade principal é prepará-los para a felicidade ou sucesso na vida adulta. E é a escola

portadora dessa grande missão, é responsável por desenvolver uma série de habilidades,

competências e conhecimentos para conseguir cumprir o seu papel. Consta no art. 53 do

Estuto da Criança e do Adolescente que :

A criança e o adolescente têm direito á educação

Normalmente, o currículo base do ensino é baseado nas necessidades que a sociedade

o impõem. Seguindo esse princípio a educação especial para crianças com Síndrome de Down

irá enfatizar aspectos normalmente não muito valorizados na educação “usual”.

Segundo HD Bud Fredericks (Ensinando expressão e linguagem receptiva a alunos

com deficiência mental moderada e profunda) os objetivos que os pais de crianças portadoras

da SD desejam para os filhos em sua vida adulta são:

1 Que sejam capazes de interagir com pessoas que não são portadoras de
deficiÊncias bem como com aqueles que são. E tenham verdadeiros amigos nos dois
grupos;
2 Que sejam capazes de trabalhar nos mesmos ambientes que aqueles que não
apresentam deficiências.
3. Que sejam bem vindos e participem de eventos e atividades freqüentados por
pessoas sem deficiência, sentindo-se confiantes e á vontade.
4. Que vivam na moradia de sua escolha, conforme suas possibilidades econômicas.
5. Que sejam felizes.

Percebe-se que a grande preocupação dos pais é a adaptação dessa criança a uma sociedade

que por sua longa história de rejeição ao diferente torna-se exclusiva e porque não deficiente

também. A história mostra que desde a idade clássica as pessoas que apresentava algum

anomalia era tratada como alguma representação do mal e portanto excluída, na idade

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média essas pessoas eram trancafiadas em calabouços e na idade moderna foram

perseguidas pela Igreja. 5

A escola então, como primeiro grande objetivo tem a função de trabalhar com a

integração desse individuo na sociedade e como a base fundamental para isso é a

comunicação muito mais que aprender fórmulas, períodos históricos, conceitos geográficos, o

aluno com SD necessita desenvolver suas habilidades comunicativas com ênfase no estudo da

linguagem e suas diversas possibilidades de expressão. Isso não significa que uma criança não

poderá aprender outras áreas de conhecimento como a matemática por exemplo, mas para

suprir sua necessidade inicial de comunicação tais conhecimentos não são relevantes.

1.3 Desenvolvimento de uma linguagem motivadora

Compreendido a vital importância do desenvolver das habilidades comunicativas na

vida da criança com SD é preciso elaborar uma metodologia eficaz para o pleno

desenvolvimento dessas habilidades. Essa metodologia deve levar em conta algumas

características físicas e mentais decorrente da formação genética da criança.

Algumas crianças com SD conseguem emitir os sons da língua, mas quando ela tenta

organizá-los em palavras mais longas ou frases esses sons se tornam imprecisos. Dados da

Fundação Síndrome de Down nos mostra que é comum que a criança com síndrome de

Down utiliza de padrões fonológicos “imaturos” por um tempo maior do que as crianças

sem atraso. Somando a isso,a criança apresenta problemas articulatórios que geralmente

5
História Geral , ARRUDA.

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estão relacionados a hipotonia, alterações dentárias, respiração bucal que também

comprometem a inteligibilidade da fala ( clareza)

Além de problemas com a clareza ao falar algumas crianças também apresentam

deficiência auditiva devido a alterações anatômicas no ouvido, ou um aumento na produção

de cera, infecções auditivas ou mesmo perdas permanentes da audição. Esses fatores também

são de suma importância no aprendizado de linguagens e deve-se tomar providenciar para

amenizar seus efeitos como o uso de aparelhos auditivos e tratamentos específicos.

Outra característica bastante comum nas crianças com SD é a comunicação excessiva

através de gestões, fato esse que também pode causar muita preocupação nos pais que podem

pensar que seu filho jamais falará. O Interessante é que a comunicação em gestos é uma

herança de nossos antepassados pré-históricos e é utilizada com freqüência quando não se

consegue verbalizar algo portanto uma coisa bastante natural. Nas crianças com esse tipo de

deficiência é importante que tanto os pais como os professores dêem um retorno as tentativas

de comunicação em gestos para que a criança posso compreender que suas ações possuem

reflexos e representam algo o que facilitará e muito no processo de interação. A medida que o

aprendizado verbal evolui ela vai perdendo o hábito de se comunicar apenas com gestos.

Um aliado muito importante nessa construção de habilidades comunicativas é o

acompanhamento de um fonoaudiólogo que auxilia tanto o individuo educando como o

educador. Os métodos dos fonoaudiólogos para esse tipo de síndrome de uma forma geral é o

trabalho em grupo onde ele visa estimular o diálogo de uma forma contextualizada gerando

discussões, debates e levantamentos de pontos atividades que o individuo portador da

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síndrome por em sua maioria não ser compreendido não possui paciência de desenvolver em

situações cotidianas.

È justamente o fonoaudi[ologo que vai ajudar na compreensão da seqüência de

habilidades de linguagem. Sobre essa seqüência Siegrefild mostra a seguinte tabela

Tabela I

Nível Idade Média de Comportamentos Descrição


aquisição
Pré-verbal Recém nascido Um tipo de choro Choro de desespero
alta intensidade
1-5 meses Choro diferenciado Choro de fome, dor,
desconforto e
necessidade de
atenção podem ser
distinguidos por
adultos de
convivência diária.
Sons de conforto Pratica sons emitidos
com a boca aberta
( muitas vezes vogais
abertas)
5- 8 meses Balbucio Brinca com as
combinações de
consoantes e vogais
repetindo ( ex. “ba” “
da”)
8-12 meses Jargão inicial Imita as variações de
tonalidade do adulto
em frases mais
longas; pode parecer
uma língua
estrangeira
desconhecida
imitação Imita novos sons e
gestos
Compreende ordens Usa alguns getos,
palavras para
entender ordens ( ex:
abra a boca, vem cá)
Palavras 12-18 meses Primeiras palavras Nokei itens ou
atividades simples
importantes de seu
mundo significativa e
consistente

12
Palavras adicionais Acrescenta palavras
lentamente
18- 24 meses Melhor compreensão Aumento rápido de
compreensão. Pode
conectar palavras
encadeadas sem
relacioná-las
Duas palavras 24-26 Enuncaiados de duas Utiliza enunciados de
meses palavras duas palavras
relacionadas uma a
outra ( ex: Mais
suco)
Aumenta o Aumento rápido de
vocabulário cerca de 200 a 1000
palavras
Melhor Apenas 25% da fala
inteligibilidade pe ininteligivel para
quem não conhece a
criança
Finais de palavras Utiliza os finais com
“s” para os plurais e
“ndo” para gerúndio.
Conversação 36-48 meses Construção mais Formula regras para
complexas palavras e contrução
de frase ( passado,
possessivo, negativo,
verbo ser e estar,
perguntas simples,
como quem, por que
e frases simples)
Usa a fala para várias Começa a explicar e
funções descrever,
verbalmente além de
afirmar, pedir,
responder e assim
por diante
Boa inteligibilidade Ainda tem
dificuldades com
l,r,s,z,ch,j, e grupos
consonotais.

È importante lembrar que embora o tempo em que a habilidade é adquirida

possa ser diferente em crianças com S.D essas habilidades são as mesmas adquiridas por

uma criança sem a síndrome.

13
A educação especial brasileira

Foi colocado no capitulo anterior a importância que a educação possui na vida da

criança com síndrome de down principalmente no que se diz respeito a sua sociabilizarão ou

utilização da linguagem em suas interações. No Brasil, não existe uma educação especializada

a Síndrome de Dow e essa por sua vez é incorporada as leis, decretos e diretrizes direcionadas

a educação especial que acaba englobando o ensino de crianças e jovens e adulto com S.D.

Buscando compreender melhor as interações educacionais dos portadores da S.D é necessário

entender e refletir um pouco mais sobre a educação especial do Brasil.

2.1 O Panorama Político da Educação Especial Brasileira

O termo educação especial está presente tanto na LDB que a define como modalidade

escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino para educandos portadores de

necessidades especiais, como no Plano Nacional de Educação que a define como educação

destinada a pessoas com necessidades especiais no campo de aprendizagem, originadas quer

de deficiência física, sensorial, mental ou múltipla, quer de características como altas

habilidades, superdotação ou talentos. È importante ressaltar que a LDB defende a integração

do aluno a classes regulares só direcionando seu ingresso em classes especiais diante p

impedimento de sua interação devido a condições bem específicas dos alunos.

Um fator bastante positivo na legislação educacional brasileira é a notável presença de

um planejamento específico da educação especial. Mostra que o Estado busca reconhecer as

crianças, jovens e adultos especais como cidadãos que possuem direitos assegurando sua

integração a sociedade o mais plenamente possível. Essas políticas devem abranger aspectos

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administrativos como a adequação do espaço escolar, de seus equipamentos e materiais

pedagógicos , e aspectos de qualificação dos recursos humanos envolvidos ( professores e

profissionais da área educativa) sua qualificação e suporte. Sobre essa questão conta no plano

de Ensino Nacional que :

A formação de recursos humanos com capacidade de oferecer o


atendimento aos educandos especiais nas creches, pré-escolas, centros de
educação regulares de ensino fundamental, médio e superior, bem como em
instituições especializadas e outras instituições é uma prioridade para o
plano nacional de educação. Não há como ter uma escola regular eficaz
quanto ao desenvolvimento e aprendizagem dos educandos especiais sem
que seus professores, demais técnicos, administrativo e auxiliar sejam
preparados para tendê-los adequadamente. As classes especiais, situadas nas
escolas “regulares” destinadas a alunos parcialmente integrados precisam
contar com professores especializados e material adequado.

É de suma importância a criação de um ambiente escolar sensível as necessidades

especiais do aluno, capaz de promover uma integração não mais fácil e sim mais efetiva.

Tanto nas escolas regulares como nas escolas especiais a flexibilidade e a diversidade devem

ser fatores bem desenvolvidos pois assim como os alunos sem deficiência os alunos especiais

também possuem suas características próprias mostrando assim um leque variado de

necessidades especiais. A preparação desse ambiente escolar propício é de suima

importÂncia para a anulação de preconceitos dentro de sala de aula por parte primeiramente

dos educadores. Por falta de preparo algumas situações de discriminação são protagonizadas

pelo próprio professor como por exemplo, a indicação de um aluno comd eficiência para a

classe especial pelo simples fato de indisciplina. Os alunos com necessidades especiais não

estão imunes as dificuldades de aprendizado ou de indisciplina natural a qualquer educando.

Esta situação também foi elucidada do Plano Nacional de Educação onde consta que :

Requer-se um esforço determinado das autoridades


educacionais para valorizar a permanência dos alunos nas classes
regulares, eliminando a nociva prática de encaminhamento para
classes especiais daqueles que apresentam dificuldades comuns de
aprendizagem, problemas de dispersão de atenção ou de disciplina, a

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esses deve ser dado maior apoio pedagógico nas suas próprias classes,
e não separá-los como se precisassem de atendimento especial.
É importante lembrar também que a educação nbão é apenas assunto dos setoers

educacionais especialmente quando se trata de Educação Especial. Ao considerar quest~poes

de aspectos de desenvolvimento e aprendizagem percebe-se a fundamental influência da

articulação e cooperação dos setores de saúde e assistência social que estão ( ou deveriam

estar) integrados no acompanhamento das práticas educacionais principalmente no que se diz

respeito a avaliação e desenvolvimento de recursos. Sobre isso conta no decreto 914 do dia 6

de setembro de 1993 que:

Art. 5º . São diretrizes da Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora


de
Deficiência :
III - incluir a pessoa portadora de deficiência, respeitadas, as suas peculiaridades,
em
todas as iniciativas governamentais relacionadas à educação, saúde , trabalho, à
edificação pública, seguridade social, transporte , habitação, cultura, esporte e lazer;
Capítulo IV
Dos Objetivos
Art. 6º . São objetivos da Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência:
- integração das ações dos órgãos públicos e entidades privadas nas áreas de saúde,
educação, trabalho, transporte e assistência social, visando a prevenção das
deficiências
e à eliminação de suas múltiplas causas

Uma prova do planejamento ordenado da Educação Especial são as 28 metas ou

desafios a serem concretizados na mesma. Dentre eles destaca-se o de redimensionar

conforme as necessidades da clientela, incrementando, se necessário, as classes especiais,

salas de recursos e alternativas pedagógicas recomendadas, de forma a favorecer e apoiar a

integração dos educandos com necessidades especiais em classes comuns,fornecendo-lhes o

apoio adicional de que precisam e estimulando assim os educadores oferecendo condições

ideais de trabalho; o de Assegurar a inclusão, no projeto pedagógico das unidades escolares,

do atendimento às necessidades educacionais especiais de seus alunos, definindo os recursos

disponíveis e oferecendo formação em serviço aos professores em exercício medida de

extrema importância pois além e garantir que a educação especial ocorra de fato, também

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garante a qualidade da mesma devido o seu planejamento prévio; Articular as ações de

educação especial e estabelecer mecanismos de cooperação com a política de educação para o

trabalho, em parceria com organizações governamentais e não-governamentais, para o

desenvolvimento de programas de qualificação profissional para alunos especiais,

promovendo sua colocação no mercado de trabalho e definir condições para a terminalidade

para os educandos que não puderem integrando ainda mais o aluno a comunidade local; o de

Incluir nos currículos de formação de professores, nos níveis médio e superior,conteúdos e

disciplinas específicas para a capacitação ao atendimento dos alunos especiais

proporcionando uma maior qualidade de ensino e um preparo dos educadores; o de organizar

e pôr em funcionamento em todos os sistemas de ensino um setor responsável pela educação

especial, bem como pela administração dos recursos orçamentários específicos para o

atendimento dessa modalidade, que possa atuar em parceria com os setores de saúde,

assistência social, trabalho e previdência e com as organizações da sociedade civil otimizando

assim os processos relativos a administração dos recursos da educação especial; o de

Estabelecer um sistema de informações completas e fidedignas sobre a população a ser

atendida pela educação especial, a serem coletadas pelo censo educacional e pelos censos

populacionais assim será possível acompanhar os resultados obtidos e elaborar projetos mais

condizentes com a realidade e o de Assegurar a continuidade do apoio técnico e financeiro às

instituições privadas sem fim lucrativo com atuação exclusiva em educação especial, que

realizem atendimento de qualidade, atestado em avaliação conduzida pelo respectivo sistema

de ensino estimulando uma participação maior do setor privado.

2.3 Números da Educação Especial no Brasil


17
O Brasil possui cerca de 24.600.256 pessoas com deficiência sendo que apenas

700.624 são matriculadas na Educação Especial, como nos mostra o gráfico a seguir

Através do gráfico pode-se afirmar que entre 2002 e 2006 o crescimento de 56% no

total de matrículas nessa modalidade de educação. Esse crescimento deve-se entre outras

coisas a uma maior difusão da importância da educação no desenvolvimento de habilidades e

sociabilização das crianças especiais.

Gráfico I -Evolução de matrículas na Educação Especial de 1998 a 2006

9 2006 700.624
2005 640.317
7 2004 566.753
2003 504.039
5 2002 448.601
2001 404.743
3 2000 382.215
1999 374.699
1 1998 337.326

0 200000 400000 600000 800000

Ao analisar os dois gráficos abaixo pode-se notar que houve um crescimento de

193% de matrículas em escolas comuns do ensino regular entre 2002 e 2006 e apenas 11% de

crescimento das matrículas em escolas exclusivamente especializadas, mostrando que o

processo de inclusão dessas crianças especiais em turmas regulares tem ganhado bastante

força nos últimos três anos, fator positivo no que se diz respeito a uma adaptação maior da

criança especial a comunidade não portadora de deficiências.

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Gráfico II - Matrículas Em Escolas Exclusivamente Especializadas/Classes Especiais de

1998 a 2006

9 375,488 2006
378,074 2005
7 371,383 2004
358,898 2003
5 337,897 2002
323,399 2001
3 300,52 2000
311,354 1999
1 293,403 1998

0 500 1000 1500 2000 2500

Gráfico III - Matrículas Em Escolas Regulares /Classes Comuns (inclusão) de 1998 a


2006

9 2006 325.136
2005 262.243
7 2004 195.370
2003 145.141
5 2002 110.704
2001 81.344
3 2000 81.695
1999 63.345
1 1998 43.923

0 100000 200000 300000 400000

Dados do MEC/INEP também mostram que as políticas de inclusão de alunos

especiais em escolas regulares possui um estrondoso crescimento nos últimos três anos, em

2003 62% das novas matrículas foram inclusivas, em 2004 80%, em 2005 91% e 2006 todas

as novas matrículas foram para escolas comuns do ensino regular (inclusão).

19
Segundo a tabela abaixo a educação especial também obteve um significativo

crescimento em relação às matrículas nos municípios o que demonstra uma ação local mais

eficaz no ensino especial.

Tabela II - Percentual de Municípios brasileiros com matrículas na educação


especial de 2002 a 2006

Ano 2002 2003 2004 2005 2006

Porcentagem 65% 71% 76,8% 82,3% 89%

20
Um panorama municipal da Síndrome de Down

A situação nacional descrita no capítulo anterior nos fornece dados que podem nos dar

a falsa impressão de uma certa popularização da Educação Especial. Na verdade, tal

acontecimento pode ter uma significação em âmbito nacional, mas não podemos descartar a

ação local.Devido a inexistência de dados estatísticos sobre a educação de crianças com

síndrome de Down no município de Valparaíso fez-se necessário o desenvolvimento de uma

pesquisa de campo relacionada ao assunto.

A pesquisa foi direcionada a dois grandes grupos: a comunidade e os educadores. Ao

primeiro grupo foi apresentado um questionário com três perguntas que tinha como objetivo

saber qual o conceito que a população tinha da S.D, a intensidade do contato com a síndrome.

Já o segundo grupo foi apresentado aos educadores um questionário de cinco perguntas com

objetivo de saber o conceito, o contato, a preparação desse educador em relação a síndrome

de down além também de descobrir a tendência dos educadores do município em relação ao

tabu educação especial e a educação inclusiva e qual a fonte de conhecimento desses

educadores.

A pesquisa se desenvolveu no período de 21 de Abril de 2007 a 21 de maio de 2007 no

município de Valparaíso de Goiás. Todas as informações do questionário foram declaradas

verdadeiras pelos entrevistados e a identidade dos mesmos foram preservadas. Este trabalho

também assumiu o compromisso de publicar os resultados dessa pesquisa somente no

presente trabalho científico.

21
3.1 Um raio x da comunidade local

Os resultados da pesquisa em relação a comunidade apresentou os seguintes resultados

em relação a idéia de Síndrome de Down dos entrevistados: 46,6% consideram a síndrome

uma doença;13,3% uma anomalia social e 40% uma espécie de mongolismo.

Tais resultados mostram que a maioria 53,13% da sociedade é incapacitada para

entender os portadores da síndrome pois nem ao menos reconhecem a síndrome como uma

doença. Na verdade, essas afirmativas denotam o alto preconceito que a sociedade municipal

possui em relação a essa doença genética. Considerar a síndrome uma anomalia social é

desprezar completamente o papel social que o portador possui. O termo anomalia segundo o

dicionário significa irregularidade, aberração e o termo social significa algo que se refere ou

pertence a sociedade6. Ao considerar um portador da Síndrome uma anomalia social a

comunidade afirma que esse indivíduo não deveria pertencer ou participar do convívio social,

a sua existência não é uma coisa natural. Já considerara-la uma espécie de mongolismo revela

um preconceito não apenas pela aparência física do portador mas mostra um preconceito

ideológico, pois sabe-se que o emprego da palavra “mongolismo” ou “mongol” na sociedade

brasileira em especial possui um sentindo negativo. Sobre o emprego dessa expressão para

classificar o portador de síndrome de Down Siegrifield fala que

“Por causa das conotações étnicas negativas dos temos mongol,


mongolóide e mongolismo, terminologia desse tipo deve ser definitivamente
evitada. Segundo alguns autores, o uso de tal terminologia poderia comprometer o
potencial para a aceitação social dessas crianças, a justiça na alocação de educação e
outros recursos e a definição da política a longo prazo para a questão. Mais
importante ainda, chamar um criança com síndrome de down não é apenas um
insulto degradante para a criança mas também uma descrição incorreta da pessoa,
que , embora portadora de uma deficiência mental, é antes de mais nada, um ser
humano capaz de aprender e de participar bem em sociedade ( p.49,50 -2005)
Já em relação ao contato que os entrevistados possuem com portadores da SD, os

resultados apresentados foram os seguintes: 6,6% possui contato constante com portadores da

síndrome 80% raramente e 6,6% nunca conheceu ou viu pessoalmente uma pessoa com S.D.

6
Amora, Antônio Soares,1917 – mini dicionário da língua portuguesa

22
Estes dados revelam uma das causas para os preconceitos citados acima: a falta de

convivência. O índice de 86% de pessoas que raramente ou nunca viram alguém com

síndrome de down é um índice bastante alto. A falta de convivência não deveria ser um

pretexto para a desinformarão mas infelizmente é uma realidade que as pessoas possuem uma

dificuldade grande em preocupar-se com algo que não as atinge diretamente. A inércia dos

indivíduos em relação a aquilo que não é visível ou de necessidade imediata é uma

característica da sociedade contemporânea que não apenas ignora problemas sociais como

não reconhece a importância de refletir sobre como os valores sociais estão sendo criados e

que tipo de valores são esses.

A idéia de inclusão não serve apenas para sociedades com portadores de necessidades

especiais mas ela é para uma mudança ideológica em que cada individuo social respeita a

diversidade e a particularidade de cada pessoa sendo ela doente ou não SASSAKI declara que

. "Quanto mais sistemas comuns da sociedade adotarem a inclusão, mais cedo se completará a

construção de uma verdadeira sociedade para todos a sociedade inclusivista" (1997, p.42).

Em relação a fonte de conhecimento sobre a síndrome de Down 53,3% dos

entrevistados declaram que seus conhecimentos sobre a SD são oriundos de meios de

comunicação televisiva e impressa; 6,6% são de livros e artigos científicos e 33,3% são de

conhecimento popular.

E mais uma vez os dados mostram que a sociedade valparaisense não possui muito

interesse na síndrome de down e os resultados da pesquisa só confirma a veracidade dos

dados anteriores. As principais fontes dos entrevistados em sua maioria não possuem nenhum

embasamento científico e são mais sucessíveis a mudanças de conceitos devido a influências

23
ideológicas mostrando assim uma fragilidade intelectual em relação as necessidades do

portador.

3.2 O perfil do educador valparaisense em relação da educação especial

Os resultados da pesquisa referida ao segundo grupo em relação ao conceito que possuem

sobre a síndrome de Down mostra que 72,3% a consideram uma doença; 14% uma anomalia

social e 13,5% uma espécie de mongolismo. Nota-se aqui uma mudança bastante considerável

de conceito da síndrome em relação aos dados anteriores., mostrando uma perspectiva mais

positiva no ambiente escolar pois o educador neste contexto é ainda mais importante, uma

vez que este é o protagonista de ações mais próximas no processo de inclusão. È ele que lida

diretamente com as diferenças e preconceitos por parte de pais e alunos; com as expectativas e

possíveis frustrações dos familiares portadores da síndrome ; com as limitações e alcances dos

próprios portadores, e por que não com sua própria limitação, preconceito e expectativa.

Em relação ao contato com alunos coma síndrome 89% dos educadores nunca tiveram

contato com portadores mas já em relação ao conhecimento 75% declaram possuir algum

tipo de curso sobre educação especial e 13% declaram que não possuem nenhum curso. Outro

ponto bastante positivo é a revelação de que apesar de não conviverem muito com portadores

da síndrome, a maioria dos educadores buscam conhecimento cientifico para compreender e

estar preparado para lecionar um portador. Eles apesar de viverem o mesmo conflito social

não ignoram a necessidade de aceitação das diferenças sobre esse conflito MANTOAN diz

que

."Na verdade, o que o homem vê e teme é a sua própria fragilidade


perante a vida, a sua própria finitude. O conflito originado do

24
confronto do que ele é com o que ele pode vir a ser provoca no
homem toda repulsa em relação à diferença" Marques in (1997, p. 19).

Sobre o dualismo da educação inclusiva e a educação especial os educadores

municipais em sua maioria são a favor da educação em ambiente especial (80% deles) e

apenas 20% são a favor da educação inclusiva.

O debate sobe a educação inclusiva que se opõem a educação especial inicou-se na

década de 90 e desde seu começo vem gerado bastante conflitos e diferentes linhas de

pensamento sobre o assunto pois o mesmo abrange não só a área específica da educação

especial como também a organização social. Sobre isso Mendes fala que

O processo de inclusão de alunos com necessidades educacionais


especiais tem sido amplamente discutido, principalmente a partir
da década de 90, quando iniciou-se o debate sobre a necessidade
de não somente intervir diretamente sobre essa população, mas
também reestruturar a sociedade para que possibilite a
convivência dos diferentes ( 2002, p. 64).

È uma tendência educacional a defesa da educação inclusiva ou seja os alunos com

necessidades especiais em algum momento de sua educação formal participar ou possuir

convívio com turmas regulares. Essa tendência representa um enorme avanço no pensamento

educacional, pois ela levanta a bandeira de que todos possuem diferenças e nem por isso

merecem ser excluídos do convivo com os outros. Quando se pensa que o aluno com

síndrome de down só terá um desenvolvimento adequado se estudar em escola com alunos

com as mesmas necessidades corre-se o risco de não conseguir preparar o aluno para os

desafios da sociedade real A escola especial possui o benefício de estar completamente

adequada as necessidades dos alunos mas isso não significa que no ensino formal ( apesar de

não ser uma tendência atual) não seja possível fazer tais adequações sobre isso Schwartzman

diz que

...atualmente, no ensino regular, a criança deve adequar-se à estrutura da escola para


ser integrada com sucesso. O correto seria mudar o sistema, mas não a criança. No

25
ensino inclusivo, a estrutura escolar é que se deve ajustar às necessidades de todos
os alunos, favorecendo a integração e o desenvolvimento de todos, tenham NEE ou
não (1999, p253)

Sobre o ponto de vista social, a idéia da educação inclusiva possui uma influência

benéfica maior do que a educação em escolas especiais. Essa última só estimula o

desenvolvimento de idéias excludentes na sociedade, como por exemplo a idéia de que

portadores de necessidades especiais não podem desenvolver habilidades para conviver no

ambiente de pessoas sem deficiência. Já a educação inclusiva além de provocar um mudança

nos indivíduos envolvidos diretamente ( pais, amigos, alunos, escola e portador) promove

uma quebra de paradigmas sociais. Sobre isso Mendes fala que:

A educação inclusiva é uma proposta de aplicação prática ao campo da


educação de um movimento mundial, denominado de inclusão social, o qual é
proposto como um novo paradigma e implica a construção de um processo bilateral
no qual as pessoas excluídas e a sociedade buscam, em parceria, efetivar a
equiparação de oportunidades para todos. O movimento pela inclusão está atrelado à
construção de uma sociedade democrática, na qual todos conquistam sua cidadania e
na qual a diversidade é respeitada e há aceitação e reconhecimento político das
diferenças" (2002 p.61).

Outro fato bastante positivo é que a pesquisa revelou que 75% dos educadores

possuem como fonte de conhecimento sobre a síndrome livros e artigos científicos contra

6,3% que se baseiam no conhecimento popular e 8,6% na informação de canais de

comunicação televisivo e impresso. Um grande avanço no que se diz respeito a qualidade da

educação especial onde pode-se identificar uma responsabilidade social ainda maior, é

necessária uma formação mais diversificada para o professor, que inclua conhecimentos

teóricos específicos com fundamentos médicos, psicológicos, pedagógicos e sociológicos.

26
Conclusão

27
Referências

Amora, Antônio Soares,– mini dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Saraiva,1997

Aranha, Maria Lúcia Arruda, História da Educação – 2a ed ver atual – São Paulo: Moderna, 1996

BRASÍLIA. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9394 de 20 de Dezembro de 1996.

FERREIRA, J. R. A nova LDB e as necessidades educativas especiais. In Cadernos CEDES 46.


Campinas:Universidade Estadual de Campinas, 1a. ed., p. 7-15, 1998.

MENDES, E.G. Perspectivas para a construção da escola inclusiva no Brasil. In: PALHARES, M. &
MARINS, S. (orgs.) Escola Inclusiva. São Carlos: EdUFSCar, p. 61-85, 2002 a.

MEC, BRASIL. Conferência Mundial de Educação para Todos, 1990. www.mec.gov.br

MEC, BRASIL. Declaração de Salamanca, 1994. www.direitoshumanos.usp.br/principal.html

MEC, BRASIL. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, 1999.
www.mec.gov.br

MANTOAN, Maria Teresa Eglér. A Integração de pessoas com deficiência: contribuições para uma
reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon. Editora SENAC, 1997.

SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão. Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA,
1991.

SCHWARTZNAN ,José Salomão Síndrome de Down, São Paulo: Mackenzie: Memnon,


1999

SIEGFRIED M. Pueschel e coloboradores, Síndrome de Down, Papirus,2005

28
Anexo I

Pesquisa Científica

Identificação : 001

Observações importantes:
Esse questionário destina-se ao desenvolvimento do trabalho científico de conclusão de curso
O seu preenchimento é de cunho pessoal sendo vedada a influencia de terceiros nas respostas
A aluna Andréia se compromete a utilizar dos dados apenas em sua pesquisa cintifica não
identificando os dados das pessoas pesquisadas ou publicando os resultados das pesquisas
fora de seu trabalho de conclusão de curso.

Questionário

1 Você considera a Síndrome de Down :

• Uma doença
• Uma Anomalia Social
• Uma espécie de mongolismo

2 Qual o seu contato com pessoas com Síndrome de Down?

a) Constante
b) Raro
c) Nunca conheceu ou viu uma pessoa com Síndrome de Down pessoalmente

3 Você possui algum conhecimento sobre a Síndrome de Down? Se sim indique suas fontes de
pesquisa:

o Meios de comunicação televisa ou impressa


o Livros e artigos cinetíficos
o Conhecimento popular.

4 Favor marcar o quadrado abaixo declarando serem verdadeiras as respostas acima

29
Anexo II

Pesquisa Científica

Identificação : 002

Observações importantes:
Esse questionário destina-se ao desenvolvimento do trabalho científico de conclusão de curso
O seu preenchimento é de cunho pessoal sendo vedada a influencia de terceiros nas respostas
A aluna Andréia se compromete a utilizar dos dados apenas em sua pesquisa cintifica não
identificando os dados das pessoas pesquisadas ou publicando os resultados das pesquisas
fora de seu trabalho de conclusão de curso.

Questionário

1 Você considera a Síndrome de Down :

o Uma doença
o Uma Anomalia Social
o Uma espécie de mongolismo

2 Você possui ou já possui algum contato com aluno portador da Síndrome?

o Sim
o Não

3 Você possui algum treinamento ou curso preparatório na área de educação específica de


jovens com a Síndrome de Down?

o Sim
o Não

4 Qual a sua opinião sobre a educação de portadores da Síndrome de Down?

o Sou a favor da educação em ambiente especial


o Sou a favor da educação no mesmo ambiente de alunos não portadores

5 Você possui algum conhecimento sobre a Síndrome de Down? Se sim indique suas fontes
de pesquisa:

o Meios de comunicação televisa ou impressa


o Livros e artigos cinetíficos

30
o Conhecimento popular.

6 Favor marcar o quadrado abaixo declarando serem verdadeiras as respostas acima

31
Anexo III

32
Anexo IV

33
34

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