Dentro do universo de 32 grafismos foi possível agrupá-los em 15
tipologias. Essa redução temática já começa a nos indicar pistas
sobre a existência de repertórios simbólicos nos signos. O primeiro tipo representado na tabela é um bom exemplo das escolhas temáticas que se repetem nesse sítio e também em diversos outros pelo mundo. Trata-se de uma construção geométrica simples de traços paralelos que se repetem 5 vezes, em diferentes tamanhos, o menor com cerca de 5 cm e o maior com cerca de 10 cm. O número de traços que compõem as figuras também varia, com o mínimo de 3. Eles simplesmente aparecem ao longo dos painéis sem ligação direta com outros grafismos. As dimensões indicam que a técnica utilizada foi a aplicação do pigmento com os dedos, exceto para o menor deles que tem bastões com cerca de 1cm e deve ter sido confeccionado com a ajuda de um instrumento. Outro tipo representativo nesse painel é o numero 15, signo complexo em forma de “tridígitos”. Esse signo, apesar de ser formado por uma composição simples, é considerado complexo nas pesquisas produzidas até então sobre os grafismos rupestres. Alguns autores lhes atribuem o caráter figurativo de uma vulva (LEROI-GOURHAN, 1987; KESTERING, 2007). E, de fato, no contexto europeu, foram encontradas associações entre o triângulo invertido aberto com uma linha central em corpos femininos (SANCHIDRIÁN, 2001), mas, no Brasil, ainda não há indícios que reforcem as associações.