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4 - Avaliação de Postos
4 - Avaliação de Postos
CAPÍTULO 2
O PRINCIPAL OBJETIVO DA ANÁLISE, DA DESCRIÇÃO E DA AVALIAÇÃO:
A INTER-RELAÇÃO HOMEM-TRABALHO
OBJETIVO
2.1 - INTRODUÇÃO
O trabalho como processo social não é um elemento estático do ponto de vista do processo
geral nem de um trabalho específico em particular; é condicionado pelas diferentes
características de cada trabalho, pelas exigências e pelos requerimentos para o seu
desenvolvimento.
O processo de análise, de descrição e de avaliação não existe de modo abstrato, mas está
vinculado a diferentes formas de atividades humanas; neste caso fundamentalmente, à
atividade trabalhista que é o produto da interação homem-trabalho.
2.2 O TRABALHO
Häcker, W., (1986) define a atividade trabalhista como "uma unidade funcional de
processos motivacionais, volitivos, cognitivos (perceptivos, cinésicos, intelectuais) e
motores".
Coincide-se com as propriedades apresentadas por Häcker, W., mas é necessário ressaltar
que a atividade trabalhista não se desenvolve de modo abstrato, e sim dentro de um âmbito
de inter-relações sociais e pessoais concretas, onde há incidências da cultura
organizacional e dos elementos de caráter axiológico, onde o sujeito participa da
construção das competências trabalhistas que servem de base para o bom
desenvolvimento da atividade.
A categoria atividade tem múltiplas acepções e é enfocada a partir dos diferentes pontos
de vista, filosófico, gnosiológico, sociológico, como sujeito no processo de pesquisa e
sinônimo de personalidade, de indivíduo ou de homem.
Em relação à análise de cargos, Ravina, F. (1993) expõe que "a War Manpower
Commission dos Estados Unidos propôs, há anos, uma fórmula que teve um grande êxito
no momento e que deu origem, na prática, a todos os sistemas de análise e avaliação
aplicados nos países ocidentais". Contempla em seu formato os seguintes aspectos:
c. Determinação da dificuldade do trabalho. Esta fase pode ser descrita por meio dos
seguintes requisitos:
Outros autores, David, L., Canter, R. e Hoffman, R., (1972) expõem que o processo de
desenhar os cargos pode ser dividido em três atividades:
1. a especificação do conteúdo das tarefas individuais;
2. a especificação do método para executar cada tarefa;
3. a combinação das tarefas individuais nos cargos específicos.
Davis, L., (1972) assinala que os desenhos de cargos estão baseados nos seguintes
critérios:
1. considerações ou hipóteses econômicas;
2. considerações sobre o processo;
3. considerações sobre o tempo ou espaço gasto;
4. tipos de habilidades ou número de pessoas disponíveis;
5. instrumentos e equipamentos solicitados;
6. acordos sindicais e legislação trabalhista vigente;
7. costumes ou tradição.
Também assinalam a especificação do conteúdo do cargo, que pode ser dividido em duas
grandes categorias:
• ambiente físico e requisitos fisiológicos;
• requisitos organizacionais, sociais e pessoais.
Livy, B., (1975) diz que a análise de cargos é "um processo de investigação das
atividades do trabalho e das demandas sobre os trabalhadores, independente do tipo ou
nível do emprego".
Barranco F (1993) estabelece que: "A análise ou descrição do posto de trabalho consiste
em detalhar o conjunto de funções, tarefas ou atividades que se desenvolvem em todos e
cada um dos postos da empresa, especificando, além disso, os níveis de formação e
experiências necessários para poder desempenhá-lo com idoneidade, a responsabilidade
que vai exigir do ocupante e as características físicas ou ambientais nas quais vai se
desenvolver o trabalho em si, assim como os recursos que normalmente são utilizados".
Para Dessler G. (1994) a análise de posto é: "O procedimento para determinar as tarefas
e requisitos de aptidões de um posto e o tipo de pessoas que devem ser contratadas"
Casas, J., (1992) emprega o termo análise de tarefas e assinala que consistem no "estudo
preciso dos diversos componentes de um determinado posto de trabalho. Mediante o
estudo se identifica a tarefa, ou seja, examinam-se os deveres do trabalhador e as
próprias condições do posto de trabalho. Além disso, também é feita uma descrição das
condições do candidato adequado, que não é mais que a análise das habilidades e
capacidades que se requerem para ter êxito nas atividades".
Byars, D. e Rue, L. (1996) formulam um modelo que mostra que a partir da análise de
postos se produzem duas saídas independentes: a descrição do posto e a especificação.
Roff, H., e T. Watson (1961) assinalam que "o processo de analisar um cargo é
essencialmente determinar suas principais características ou dimensões".
Chiavenato I (1990) expõe que: "A análise de cargos é o processo para obter e analisar as
informações relacionadas aos cargos. Essas informações são registradas inicialmente nas
descrições de cargos".
Stanton E. (1989) expõe que: "A análise do trabalho é o processo mediante o qual se
obtém, de maneira sistemática e ordenada, uma informação importante relacionada a um
determinado trabalho".
Sánchez J. (1993) estabelece que: "A análise de posto (job analysis) é um procedimento
que consiste na determinação dos elementos ou das características inerentes a cada posto.
A análise de postos trata de determinar a exigência de cada um é, portanto, uma técnica
ou procedimento que está centralizado exclusivamente no posto de trabalho e não na
pessoa que o desempenha, fazendo uma evidente diferenciação da análise e de outros
procedimentos".
Cowling. A e P. James (1997): "A análise do posto é o processo de estudar um posto para
descrever seu verdadeiro conteúdo".
Este modelo tem muitas coisas boas, mas como resultado das competências deve se inter-
relacionar mais e à luz da integração, no momento, já são considerados obsoletos.
A análise e descrição de cargo têm múltiplos usos em todas as esferas, entre os quais
pode-se destacar:
• na organização: planejamento da força de trabalho, avaliação de cargos, a
administração, salários, métodos de trabalho, segurança e higiene ocupacional;
• no desenvolvimento e na formação: o recrutamento, a seleção, os planos da
carreira, a promoção e avaliação: o recrutamos empregados, avaliações do
desempenho;
• no social: projeto da equipe de trabalho, planos de comunicação e motivação.
Além dos usos mencionados, a análise e descrição de cargo podem ter outras finalidades:
• - Identificar os processos e as operações;
• - Determinar hierarquias de autoridade;
• - Melhorar a comunicação entre os diretores e empregados na organização;
• - Eliminação de duplicidades nas tarefas;
• - Cargos duvidosos de conteúdo;
• - detecção da atual estrutura organizacional;
• - Determinar responsabilidades;
• - Determinar deveres e direitos.
Stanton, E. (1989) diz que: "A primeira etapa, ao coletar informações pertinentes a
respeito de um trabalhador, é preparar uma descrição precisa do trabalho. Aqui se deseja
obter um quadro dinâmico e realista do que o posto implica".
Casas, J., (1992) emprega o termo identificação das tarefas, que consiste em determinar
quais são os fatores essenciais do posto de trabalho.
Chiavenato I. (1990) determina: "A descrição de cargos é uma relação escrita que delineia
os deveres e as condições relacionadas ao cargo. Proporciona dados sobre o que, como e
por que se faz. A descrição de cargos é o processo que consiste em determinar os
elementos ou fatos que compõem a natureza de um cargo e que o torna diferentes dos
demais. A descrição de cargos é a relação detalhada das atribuições ou tarefas do cargo
(o que o ocupante faz), dos métodos empregados para a execução dessas atribuições ou
tarefas (como fazem) e os objetivos do cargo (para que faz). É basicamente um inventário
escrito dos principais feitos significativos sobre a execução do cargo, dos deveres e
responsabilidades intrínsecas".
A descrição de cargo para Sánchez J. (1993) "é o resultado final da análise e o ponto de
partida para a avaliação de tarefas ou de posto".
Na atualidade alguns autores relatam que as descrições dos cargos tendem a se tornarem
obsoletas virtualmente, antes de sua aplicação, mesmo assim, em todo mundo empresarial
ocidental estas descrições são consideradas requisitos indispensáveis ao avaliar um cargo.
Milkovich G. e J. Boudreau (1994) assinalam: "O fato das bem-sucedidas companhias
japonesas não utilizarem descrições detalhadas de posto, surpreenderam os gerentes