Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
3-19Pt
ISSN 2358-1883 (edição online)
Artigo
Luciana Cassarino-Perez*, 1
Orcid.org/0000-0003-4075-2832
Vitória Ermel Córdova1
Orcid.org/0000-0003-1629-339X
Carme Montserrat2
Orcid.org/0000-0001-5062-1903
Jorge Castellà Sarriera1
Orcid.org/0000-0001-8297-4957
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil
2
Universitat de Girona, Catalunha, Espanha
Resumo
O objetivo deste artigo foi mapear a produção científica dos últimos dez anos no que se refere a progra-
mas de intervenção para favorecer o processo de emancipação de adolescentes que deixam o sistema
de proteção por motivo de maioridade. Através de uma revisão sistemática da literatura, foram selecio-
nados 20 artigos indexados nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), Litera-
tura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), PubMed, PsycINFO, Pro Quest
Psychology Journals e Web of Science. Prevaleceram os estudos norte-americanos, de delineamento
quantitativo tanto longitudinal quanto transversal. Os estudos avaliaram os programas de intervenção
através de análises do processo (15), efeito (15) e impacto (2). Os programas variaram em formato
(moradia, pontuais e contínuos); conteúdo oferecido (habilidades para a vida independente, educação,
trabalho) e método utilizado (participativo ou passivo). Além de analisar as fortalezas e fraquezas de
cada programa, o artigo discute a importância dos processos avaliativos para a prática e avanço científi-
co. Conclui-se que para favorecer o processo de transição os programas devem ter duração continuada;
aliar treinamento em habilidades para a vida independente com acompanhamento sócio emocional e
inserção comunitária; respeitar as diferenças individuais dos participantes e considerá-los como agentes
ativos na tomada de decisões.
Palavras-chave: Acolhimento institucional, acolhimento familiar, adolescentes, intervenção.
–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
* Endereço para correspondência: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Grupo de Pesquisa em Psicologia
Comunitária, Rua Ramiro Barcelos, 2600, sala 122, Porto Alegre, RS, Brasil 90035-003. Fone: (51) 3308-
5239. E-mail: lucicaspe@gmail.com
Abstract
The objective of this study was to map the scientific production of the last decade on intervention
programs to favor the emancipation of youth leaving the protection system after turning 18 years old.
Twenty articles were selected through a systematic review of literature. These articles were indexed in
the following databases: Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e
do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), PubMed, PsycINFO, Pro Quest Psychology Journals and
Web of Science. The majority of the articles were written in North America, using either longitudinal or
transversal quantitative design. The studies evaluated the interventions using three types of evaluation
design: process (15), effect (15) and impact (2). The programs differed in type (housing, short-term and
or long-term); content (independent life skills, education and work); and method (different degrees of
participation). Besides exploring the strengths and weaknesses of each intervention program, this article
discusses the relevance of the evaluation processes to scientific advance in this field. As a conclusion, it
is argued that to favor the transition process the intervention should have the following characteristics:
in long-term basis; combine independent life skills with emotional, social and community support; to
consider participants individual and cultural differences as well as their capability of making decisions.
Keywords: Residential care, foster care, adolescence, intervention.
Resumen
El objetivo de este artículo fue revisar la producción científica de los últimos diez años sobre programas
de intervención para favorecer la emancipación de adolescentes que dejan el sistema de protección por
mayoridad. A través de una revisión sistemática, fueron seleccionados 20 artículos en las bases de datos
Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana y del Caribe en Ciencias de
la Salud (LILACS), PubMed, PsycINFO, Pro Quest Psychology Journals y Web of Science. La mayoría
de los estudios fueron realizados en Norteamérica con diseño cuantitativo longitudinal o transversal.
Los estudios evaluaron programas a través de análisis del proceso (15), efecto (15) e impacto (2). Los
programas eran distintos en su forma (vivienda, de corto o largo plazo); contenido (habilidades para la
vida independiente, educación, trabajo) y método (con diferentes niveles de participación). Además de
analizar fortalezas y debilidades de cada programa, se discute la importancia de la evaluación para la
práctica profesional y avance científico. Se concluye que, para favorecer el proceso de transición, los
programas deben tener como características: duración continuada; combinar entrenamiento en habilida-
des de vida independiente con apoyo socioemocional e inserción comunitaria; considerar las diferencias
individuales y culturales de los participantes y reconocerlos como capaces de tomar sus decisiones.
Palabras clave: Acogimiento residencial, acogimiento familiar, adolescencia, intervención.
A emancipação de jovens com história de o interesse pelo tema no nosso país também se
acolhimento institucional e familiar tem se mos- observa, por meio de alguns artigos (Martinez &
trado tema de interesse no meio científico, com Soares-Silva, 2008; Rosa, Nascimento, Matos,
um número considerável de publicações nos úl- & Santos, 2012), teses e dissertações defendi-
timos dez anos. As publicações são expressiva- das recentemente (Costa, 2012; Medrado, 2010;
mente mais numerosas fora do Brasil, no entanto Moreira, 2013; Romanelli, 2013).
Apesar de a lei brasileira prever a existência nos Estados Unidos, que identificaram diferen-
da modalidade de famílias acolhedoras, apenas tes perfis de adolescentes e jovens em transição
5% do total de crianças e adolescentes acolhidos entre o acolhimento e a vida adulta, dividindo-
no país estão em famílias, sendo as modalidades -os em grupos dos menos adaptados aos mais
de abrigo institucional ou casa-lar as mais co- resilientes (del Valle, Bravo, Alvarez, & Fer-
muns no Brasil (Conselho Nacional do Ministé- nanz, 2008; Yates & Grey, 2012). Estes estudos
rio Público [CNMP], 2013). Ao se acercarem da constataram que muitos adolescentes superam
maioridade, os adolescentes que vivem nessas as condições adversas, mas salientam que os jo-
instituições enfrentam a necessidade de se res- vens podem ser resilientes em alguns domínios e
ponsabilizarem pelas próprias vidas, estando ou em outros não, apontando para a importância de
não preparados para essa transição. Em levan- trabalhar com essa população aspectos globais
tamento realizado pelo CNMP entre março de (cognitivos, sociais, emocionais, físicos, etc.).
2012 e março de 2013, constatou-se que 1.141 Nesse sentido, o processo de emancipação
adolescentes acolhidos foram desligados dos dos jovens egressos do sistema de proteção é
serviços por completarem 18 anos. Esse núme- um trajeto único e pessoal determinado pelos la-
ro é maior nas regiões Sul e Sudeste, sendo São ços com a família de origem e a instituição de
Paulo e Rio Grande do Sul os estados que mais acolhimento, e também pelas características de
realizaram esse tipo de desligamento. personalidade de cada indivíduo. A influência
A literatura tem apontado que, de forma ge- do contexto na emancipação aponta para a ne-
ral, os jovens que completam a maioridade em cessidade de políticas e programas específicos
uma instituição de acolhimento apresentam des- que facilitem esse processo dinâmico e pesso-
vantagens quando comparados aos jovens que al, quando realizado fora do contexto familiar.
cresceram junto à família (Hudson & Nandy, O processo poderá ser bem sucedido, sempre e
2012; Mersky & Janczewski, 2013). O acolhi- quando forem organizados planos de ação que
mento institucional pressupõe fatores de risco considerem as características individuais dos jo-
para o desenvolvimento como negligência, aban- vens (FEPA, 2014).
dono, maus-tratos, abuso sexual, pobreza, entre Nas últimas décadas, organizações e insti-
outros (Siqueira & Dell’Aglio, 2006). Somada tuições do primeiro, segundo e terceiro setores
a história de vulnerabilidade, os jovens egressos de diversas nacionalidades, desenvolveram ini-
enfrentam a exigência de uma emancipação rá- ciativas com objetivo de facilitar a transição para
pida para a qual nem sempre foram preparados a vida adulta de jovens antes e após a saída do
(Federación de Entidades con Proyectos y Pisos sistema de proteção. São alguns exemplos destas
Asistidos [FEPA], 2014; Montserrat, Casas, & intervenções: o Foster Care Independence Act
Sisteró, 2015). (P.L. 106-169), nos Estados Unidos; a Área de
As experiências desses jovens colocam-os Apoyo a los Jóvenes Tutelados y Ex-Tutelados
numa posição de vulnerabilidade e maior risco (ASJTET), na região da Catalunha, na Espanha;
de desemprego (Stewart, Kum, Barth, & Dun- o Grupo Nós do Instituto Fazendo História, no
can, 2014), abuso de substâncias ilícitas (Hudson Brasil; o programa Punt de Referência, na Es-
& Nandy, 2012), problemas de saúde (Rahamim panha; o programa Strive da promovido pela
& Mendes, 2016), paternidade/maternidade pre- Young Women’s Christian Association (YWCA)
coce (Oshima, Narendorf, & McMillen, 2013), do Canadá; e o programa Corporate Parenting,
conflito com a lei (Mersky & Janczewski, 2013) no Reino Unido. Estas iniciativas possuem em
e situação de rua (Dworsky, Napolitano, & comum a meta de favorecer a transição para a
Courtney, 2013). Contudo, estudos têm aponta- vida adulta, abordando aspectos que vão desde
do as possibilidades de superação dos fatores de moradia, atividades de vida diária, estudo e pre-
risco a que estão submetidos esses jovens, inves- paração para o trabalho, a relacionamentos in-
tigando aspectos de resiliência nessa população. terpessoais, participação comunitária e projetos
São pesquisas como as realizadas na Espanha e de vida.
foram analisados por dois pesquisadores, de A ampla variação deu-se pelo fato de que os es-
forma independente, e as discordâncias foram tudos se dividiram entre aqueles que incluíram:
resolvidas por consenso, restando 32 artigos que (a) somente adolescentes em preparação para a
atenderam a todos os critérios. saída do acolhimento, (b) participantes que esta-
Na etapa de elegibilidade, foram excluídos vam tanto no período pré quanto pós-saída e (c)
12 artigos, após a leitura do texto completo, pe- apenas jovens já desligados do acolhimento. Por
los seguintes motivos: (a) apresentavam resulta- fim, quanto aos anos de publicação, observa-se
dos de pesquisas exploratórias e não de progra- que os estudos se distribuem com certa unifor-
mas de intervenção; (b) apresentavam resultados midade até 2013, com uma ligeira concentração
de intervenções para favorecer a transição para de artigos entre os anos de 2014 e 2016 (40% do
a vida adulta com outro público que não ado- total da mostra).
lescentes e jovens em situação de acolhimento;
(c) apresentavam resultados de programas com Características dos Programas
outros objetivos que não favorecer a transição de Intervenção
para a vida adulta. Por fim, na etapa de inclusão, Todos os programas analisados ofereceram
restaram 20 artigos para a fase de extração dos serviços para facilitar o processo de transição,
dados e análise qualitativa. porém o foco e abrangência dos mesmos varia-
ram, como é possível observar na Tabela 2.
Resultados A maioria dos programas englobou três ou
mais aspectos gerais relacionados ao processo de
Características dos Estudos emancipação (trabalho; estudo; moradia; rela-
Do total da amostra, 14 artigos foram re- cionamentos interpessoais; habilidades para vida
alizados nos Estados Unidos e o restante na cotidiana; entre outros). Três estudos trataram de
África do Sul, Austrália, Canadá, Finlândia, programas com foco em favorecer a continuida-
Gana e Irlanda, conforme demonstra a Tabela 1. de dos estudos (2, 15 e 20). Mesmo tendo como
Alinhados aos seus objetivos, os estudos op- objetivo principal a melhora no desempenho
taram por diferentes delineamentos que variaram acadêmico, estes programas também contribuí-
entre: quantitativo transversal (2, 10, 13 e 18) ou ram com outros aspectos que favorecem a transi-
longitudinal (1, 5, 6, 8, 14 e 17), de métodos mis- ção, como apoio financeiro, social e emocional.
tos transversal (11, 16, 19 e 20) ou longitudinal A forma como os serviços foram oferecidos
(9), e qualitativo transversal (3, 4, 7, 12 e 15). aos participantes variou bastante. Foi possível
As pesquisas que acompanharam os participan- distinguir três principais grupos no que se refe-
tes em mais de um tempo (followup), o fizeram re à forma como o serviço foi disponibilizado:
duas, três ou até quatro vezes. O tempo entre a moradias; intervenções pontuais e intervenções
primeira e a última medida, realizadas nestes contínuas. Os programas que ofereceram mo-
estudos longitudinais, variou entre três meses e radia a seus usuários são instituições de acolhi-
cinco anos. mento com serviços específicos de preparação
No que se refere ao desenho, a maioria dos para a emancipação (3, 8, 10 e 19) ou repúblicas
estudos (65%) se caracterizou como observacio- de transição entre o acolhimento e a vida autô-
nal e o restante variou entre estudos de coorte, noma (1, 17 e 18). As repúblicas têm como ob-
estudos de caso e estudos experimentais ou qua- jetivo principal prevenir que os jovens se tornem
se experimentais. Estes últimos utilizaram gru- desabrigados, mas também oferecem serviços de
po controle na avaliação de suas intervenções e educação, saúde e treinamento de habilidades,
representaram apenas 15% do total de estudos além de suporte emocional e social.
analisados. No grupo das intervenções pontuais se en-
Embora as intervenções propostas estives- quadraram os programas que são oferecidos por
sem direcionadas para público semelhante, a ida- instituições diferentes daquela onde os adoles-
de dos participantes variou dos 12 aos 40 anos. centes moram, com funcionamento e duração
Tabela 1
Características dos Estudos
Quantitativo
1. Brown & Wilderson Examinar diferenças entre dois 18.5
EUA longitudinal
(2010) grupos que receberam o serviço 291 média
(observacional)
Quantitativo
2. Dworsky & Pérez Examinar a implementação
EUA transversal 98 20 média
(2010) do programa
(observacional)
Examinar e descrever Qualitativo
3. Frimpong Manso
Gana a preparação para a saída transversal 27 23 a 40
(2012)
oferecida em Gana (estudo de caso)
4. Goyette, Examinar dois programas Qualitativo
Maan-Feder, Turcotte, Canadá de com objetivo de preparar transversal 31 16 a 18
& Grenier (2016) para transição (observacional)
5. Greeson, Garcia, Quantitativo
Avaliar a efetividade do programa 16.8
Kim, & Courtney EUA longitudinal 194
para o aumento do suporte social média
(2014) (experimental)
6. Greeson, Garcia, Quantitativo
Avaliar a efetividade do programa
Kim, Thompson, & EUA longitudinal 482 16 a 21
Life Skills Training Program
Courtney (2015) (experimental)
Qualitativo
7. Holt & Kirwan Examinar o papel do keyworking
Irlanda transversal 4 21 a 24
(2012) na preparação para a transição
(estudo de caso)
Quantitativo
8. Jones & Lansdverk Descrever um programa
EUA longitudinal 206 12 a 18
(2006) residencial para jovens acolhidos
(estudo de coorte)
Quanti/quali
Avaliar um acampamento de
9. Kirk & Day (2011) EUA longitudinal 38 15 a 19
verão para jovens acolhidos
(observacional)
10. Lawler, Sayfan, Quantitativo
15.6
Goodman, Narr, & EUA Avaliar o programa Academy transversal 478
média
Cordon (2014) (observacional)
Avaliar programa de Quanti/quali
11. Maposa & Louw-
África do Sul desenvolvimento para jovens transversal 30 18 a 25
Potgieter (2012)
acolhidos. (observacional)
Qualitativo
Verificar a efetividade do
12. Mendes (2011) Austrália longitudinal 19 NC
programa
(observacional)
Verificar correlações entre Quantitativo
13. Naccarato & Park 17.8
EUA os objetivos dos jovens e a transversal 365
(2009) média
participação (observacional)
Acessar a utilidade e efetividade Quantitativo
14. Nesmith & 15.3
EUA do acolhimento desenhado para longitudinal 88
Christophersen (2014) média
favorecer a transição (quase experimental)
Qualitativo
15. Nsonwu, Dennison, Descrever o uso de terapias para 16
EUA transversal 10
& Long (2015) auxiliar jovens na transição. média
(observacional)
Quanti/quali
16. Osterling & Hines Descrever experiências de jovens 16.3
EUA longitudinal 52
(2006) acolhidos no programa média
(observacional)
Avaliar se o programa oferece Quantitativo
17. Senteio, Marshall, 20.3
EUA oportunidade de vida adulta longitudinal 24
Ritzen, & Grant (2009) média
estável (observacional)
Investigar a experiência de Quantitativo
18. Sinkkonen &
Finlândia jovens no programa de suporte à transversal 39 17 a 26
Kyttälä (2015)
transição (observacional)
Examinar percepções dos jovens Quanti/quali
19. Uzoebo, Kioko, & 16
EUA sobre necessidades para a transversal 89
Jones (2008) média
transição (observacional)
Quanti/quali
20. Watt, Norton, & Descrever a perspectiva teórica e
EUA longitudinal 155 NC
Jones (2013) implantação do programa
(estudo de caso)
Tabela 2
Características dos Programas de Intervenção
Correlação /
Relacionamentos
10. Academy Po, Ef D, E, QA Regressão + NC
estáveis com adultos
Múltipla
11. The Mamelani Vínculos afetivos, Moradia pós-saída,
Po, Ef D, E, ES Sistemática +
Project menos risco desempenho escolar
12. St Luke’s
Anglicare Leaving Empregabilidade e Uso de recursos
Po E, GF Temática +
Care and After Care relação com mentores comunitários
Support Service
13. Independent Regressão
Ef D, QA + NC Metodologia
Living Programe Logística
14. Creating
Metodologia,
Ongoing T1 (D, QA); Teste t/
Po, Ef + formação mentores, NC
Relationships T2 (QA, E) Temática
suporte social
Effectively
15. Foster Care Metodologia
Po, Ef GF Narrativa + NC
Chronicles participativa
16. Advocates
Interação com
to Successful Descritivas/ Vínculo significativo
Po, Ef E, GF, QA + outros programas,
Transition to Temática com mentores
mentores
Independence
17. Transition Escolaridade/
Resource Action Ef QA Qui-quadrado + Empregabilidade interação com a
Center comunidade
18. Supportive Descritivas/ Manejo finanças,
Po QA + Suporte Social
Housing Test t emprego, saúde
Metodologia Desafios da vida
19. VISIONS Po, Ef ES, GF NC +
participativa independente
20. Foster Care
E, O, QA, Descritivas/ Metodologia Desempenho
Alumni Educational Po, Ef +
GF, D Temática participativa acadêmico
Success
Notas. Ef=Efeito / Im=Impacto / Po=Processo / GF=Grupo Focal / E=Entrevista / ES=Escala Validada / QA=Questionário ou
Escala Ad Hoc /O=Observação / D=Documentos / NC=Não consta no artigo.
No que se refere às fortalezas e fraquezas mando suas próprias decisões e construindo sua
(pontos a melhorar), foi possível identificar al- autonomia.
gumas características em comum entre os as- Embora o foco dos programas tenha sido a
pectos levantados pelos estudos. O primeiro conquista da autonomia, diversos estudos (2, 3,
deles diz respeito à importância da integração 7, 10, 14, 15, 16 e 18) destacaram como outro
dos participantes com a comunidade e adap- aspecto primordial para a obtenção de bons re-
tação do programa ao contexto sociocultural, sultados a vinculação com adultos de referência.
para que atingir bons resultados. Outro aspecto Seja como ponto forte do programa, ou aspec-
se refere à necessidade de utilização de meto- to a ser mais incentivado em edições futuras,
dologias participativas alinhadas aos interesses o suporte social e os relacionamentos estáveis
e necessidades dos jovens. A expressão “em- ocuparam lugar central nos resultados descritos
poderamento” (empowerment) foi amplamente pelos autores.
utilizada pelos autores para se referir ao lugar Um último aspecto comum a mais de um
de destaque que os jovens devem ocupar, to- estudo foi o paradoxo encontrado entre a cons-
que haviam avaliado impacto, quando na reali- De acordo com Piccinini (1996) existe uma
dade verificavam o que se entende como efeito interação constante entre pesquisa e profissão
do programa. De acordo com as análises realiza- sendo que nenhuma delas é viável sem a outra.
das, apenas dois estudos conduziram avaliações Por um lado, os processos avaliativos são funda-
de impacto, comparando jovens acolhidos que mentais para melhor compreender um fenômeno
foram submetidos aos programas, a outros que e orientar de forma eficaz futuros programas de
não participaram. Esses dois estudos constata- intervenções (Ajuntament de Barcelona, 2017).
ram que as mudanças observadas não estiveram Por outro, os serviços destinados aos adoles-
relacionadas à participação ou não na interven- centes e jovens acolhidos, com suas equipes,
ção, revelando a importância de que este tipo ocupam um lugar privilegiado de superação dos
de avaliação seja retomada, para que se possa entraves e dificuldades envolvidos nas pesquisas
repensar os objetivos e redesenhar o programa. nesse contexto (Fernández, 2003). É imprescin-
Outro aspecto que merece destaque no que se dível que a distância entre os dois campos seja
refere à avaliação de programas de intervenção, cada vez menor, para que possamos contar com
foram os entraves e dificuldades relatados por publicações de amplo alcance para embasar prá-
alguns dos pesquisadores para conduzir os pro- ticas cada vez mais eficientes no contexto do
cessos avaliativos. De acordo com Blasco e Ca- acolhimento institucional.
sado (2009), alguns aspectos são especialmente
difíceis de mensurar, pois fazem referência a Conclusão
construtos pouco concretos, como, por exem-
plo, o aumento da autonomia. Nesses casos, a Através dessa revisão sistemática foi possí-
dificuldade reside principalmente em mensurar vel concluir que alguns aspectos são fundamen-
um fenômeno de natureza imensurável, selecio- tais para a eficácia de programas para favorecer
nando método, instrumentos e medidas capazes a transição entre o acolhimento e a vida adulta.
de dar conta dessa tarefa. Para além destes en- Primeiramente, se observou que o formato das
traves, estão ainda as dificuldades em acessar propostas deve respeitar as diferenças individu-
os participantes, os recursos financeiros neces- ais e contextuais dos participantes. Os progra-
sários para tal, e os aspectos éticos envolvidos mas de duração continuada, com acompanha-
ao se realizar uma pesquisa com pessoas cujas mento antes e após a saída do acolhimento são
histórias são permeadas por tanto risco. os melhores avaliados pelos participantes e que
Todos estes entraves e dificuldades não têm apresentam mudanças mais visíveis e duráveis.
impedido que diversos países e instituições le- É importante que o conteúdo das intervenções
vem a cabo avaliações de seus programas para inclua o treinamento em habilidades para a vida
egressos do sistema de proteção. Contudo, ob- independente, porém, sempre aliado ao acom-
serva-se que a maioria dos resultados vem sendo panhamento socioemocional e inserção comu-
divulgados em relatórios e publicações próprias, nitária. Por fim, constatou-se que a eficácia dos
divulgadas ou não em meio eletrônico. Isso ex- programas depende também da metodologia que
plicaria a ausência de programas amplamente se utiliza, sendo o método participativo, no qual
reconhecidos como o Grupo Nós (Brasil) e o os jovens têm papel central nas tomadas de deci-
Punt de Referéncia (Espanha) na amostra des- sões, o que apresenta melhores resultados.
ta revisão. A falta de resultados destes e outros Uma limitação desse estudo reside no fato
programas publicados em revistas indexadas, de ela está restrita a artigos científicos. Muitos
pode comprometer o avanço científico no que dos resultados de programas, como os que foram
se refere a propostas no contexto do acolhimen- aqui revisados, são divulgados através de relató-
to institucional, provocando uma cisão entre os rios, documentos oficiais ou, ainda, teses, disser-
profissionais que atuam na área e os pesquisado- tações e livros. Essa limitação restringe os resul-
res do tema. tados obtidos, porém não invalida a relevância
dos mesmos. Deve-se atentar para a necessidade of transitional housing programs. Children and
de mais publicações científicas nessa área. Espe- Youth Services Review, 32(10), 1464-1472. doi:
cialmente no Brasil, são urgentes estudos com 10.1016/j.childyouth.2010.07.002
essa população que embasem intervenções para Cohen, E., & Franco, R. (1993). Avaliação de Proje-
promover sua qualidade de vida e resiliência. tos Sociais. Petrópolis, RJ: Vozes.
Sugere-se que os profissionais envolvidos em Costa, A. C. P. (2012). Trajetórias sociais de jovens
iniciativas direcionadas a esses jovens possam que vivenciaram o processo de desligamento
empregar esforços para avaliá-las e publicar por maioridade em abrigos institucionais (Dis-
seus resultados. Por outro lado, sugere-se que no sertação de mestrado, Universidade Federal do
meio científico se amplie espaço para publica- Mato Grosso do Sul, Pantanal, MTS, Brasil).
ções dessa natureza. Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente, Conselho Nacional de Assistência
Contribuições dos Autores Social, Secretaria Especial dos Direitos Huma-
nos, & Ministério do Desenvolvimento Social
Contribuição substancial no conceito e e Combate à Fome. (2006). Plano Nacional
desenho do estudo: Luciana Cassarino-Perez; de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de
Jorge Castellá Sarriera e Carme Montserrat. Crianças e Adolescentes à Convivência Fami-
Contribuição na coleta de dados: Luciana liar e Comunitária. Recuperado em http://www.
Cassarino-Perez e Vitória Ermel Córdova. conselhodacrianca.al.gov.br/sala-de-imprensa/
Contribuição na análise e interpretação de publicacoes/PNCFC%20_%2028_12_06%20
_%20Documento%20Oficial%20_2_.pdf/view
dados: Luciana Cassarino-Perez; Jorge Castellá
Sarriera e Carme Montserrat. Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Ado-
Contribuição para a preparação do manus- lescente, & Conselho Nacional de Assistência
crito: Luciana Cassarino-Perez e Vitória Ermel Social. (2009). Orientações técnicas para os
serviços de acolhimento para crianças e ado-
Córdova.
lescentes. Brasília, DF. Recuperado em http://
Contribuição à revisão crítica, agregando www.mds.gov.br/cnas/noticias/orientacoes_tec-
conteúdo intelectual: Jorge Castellá Sarriera e nicas_final.pdf
Carme Montserrat.
Conselho Nacional do Ministério Público. (2013). Um
olhar mais atento aos serviços de acolhimento
Conflitos de interesse de crianças e adolescentes no país: Relatório
Os autores declaram não ter conflito de da resolução 71/2011. Brasília, DF. Recupera-
interesse relacionado à publicação deste ma- do em http://www.cnmp.gov.br/portal/images/
stories/Destaques/Publicacoes/Res_71_VOLU-
nuscrito.
ME_1_WEB_.PDF
Referências Del Valle, J. F., Bravo, A., Alvarez, E., & Fernanz,
A. (2008). Adult self-sufficiency and social
adjustment in care leavers from children’s ho-
Ajuntament de Barcelona. (2017). El perquè d’una
mes: A long term assessment. Child & Family
recerca aplicada. In C. Montserrat & F. Casas,
Social Work, 13(1), 12-22. doi: 10.1111/j.1365-
Les Intervencions psicosocioeducatives em fa-
-2206.2007.00510.x
mílies amb infant sem riscen el marc dels Ser-
veis Socials Bàsics (pp. 13-17). Barcelona, Es- Dworsky, A., Napolitano, L., & Courtney, M. (2013).
paña: Autor. Homelessness during the transition from foster
care to adulthood. American Journal of Public
Blanco, A., & Valera, S. (2007). Los fundamentos de
Health, 103(Suppl. 2), S318-S323. doi: 10.2105/
la intervención psicosocial. Intervenciónpsico-
AJPH.2013.301455
social, 3-44.
*Dworsky, A., & Pérez, A. (2010). Helping former
Blasco, J., & Casado, D. (2009). Guiapràctica 5
foster youth graduate from college through
Avaluaciód’impacte. Barcelona, España: Ivàlua.
campus support programs. Children and Youth
*Brown, S., & Wilderson, D. (2010). Homelessness Services Review, 32(2), 255-263. doi: 10.1016/j.
prevention for former foster youth: Utilization childyouth.2009.09.004
European Union. (2014). Testing Social Policy Inno- with and without a history of foster care pla-
vation: Primer for the training. Retrieved from cement. Contemporary Nurse, 42(2), 178-186.
ec.europa.eu/social/BlobServlet?docId=11919 doi: 10.5172/conu.2012.42.2.17
&langId=en
*Jones, L., & Lansdverk, J. (2006). Residential edu-
Federación de Entidades con Proyectos y Pisos Asis- cation: Examining a new approach for impro-
tidos. (2014). Jovenes ex-tutelados: el reto de ving outcomes for foster youth. Children and
emancipar-se hoy (Dossiers del Tercero Sector, Youth Services Review, 28(10), 1152-1168. doi:
núm. 33). Retrieved from http://www.tercersec- 10.1016/j.childyouth.2005.10.015
tor.cat/sites/default/files/dossier_jovenes_extu-
*Kirk, R., & Day, A. (2011). Increasing college
telados._el_reto_de_emanciparse_hoy.pdf
access for youth aging out of foster care:
Fernández, F., I (2003). ¿Investigación en atención Evaluation of a summer camp program for foster
primaria? Atención.Primaria, 31, 281-284. youth transitioning from high school to college.
Children and Youth Services Review, 33(7), 1173-
*Frimpong Manso, K. A. (2012). Preparation for
1180. doi: 10.1016/j.childyouth.2011.02.018
young people leaving care: The case of SOS
Children’s Village, Ghana. Child Care in Prac- *Lawler, M., Sayfan, L., Goodman, G., Narr, R., &
tice, 18(4), 341-356. Cordon, I. (2014). Comprehensive residential
education: A promising model for emerging
Greeson, J. K. (2013). Foster youth and the transition
adults in foster care. Children and Youth Servi-
to adulthood: The theoretical and conceptual ba-
ces Review, 38, 10-19. doi: 10.1016/j.childyou-
sis for natural mentoring. Emerging Adulthood,
th.2014.01.003
1(1), 40-51.
Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. (1990). Dis-
*Greeson, J. K. P., Garcia, A. R., Kim, M., & Courtney,
põe sobre o Estatuto da Criança e do Adoles-
M. E. (2014). Foster youth and social support:
cente e dá outras providências. Recuperado
The first RCT of independent living services.
em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
Research on Social Work Practice, 25(3), 349-
L8069Compilado.htm
357. doi: 10.1177/1049731514534900
Liberati, A., Altman, D. G., Tetzlaff, J., Mulrow,
*Greeson, J. K. P., Garcia, A. R., Kim, M., Thomp- C., Gøtzsche, P. C., Ioannidis, J. P. A., &
son, A. E., & Courtney, M. E. (2015). Develo- Moher, D. (2009). The PRISMA statement for
pment & maintenance of social support among reporting systematic reviews and meta-analyses
aged out foster youth who received independent of studies that evaluate healthcare interventions:
living services: Results from the Multi-Site Eva- Explanation and elaboration. Journal of Clinical
luation of Foster Youth Programs. Children and Epidemiology, 62(10), 1-34. doi: 10.1136/bmj.
Youth Services Review, 53, 1-9. b2700
*Goyette, M., Maan-Feder, V., Turcotte, D., & Mallon, G. P. (1998). After care, then where? Ou-
Grenier, S. (2016). Youth empowerment and tcomes of an independent living program. Child
engagement: An analysis of support practices in Welfare, 77(1), 61.
the youth protection system in Quebec. Revista
Espanola de Pedagogia, 74(263), 31-49. Martinez, A. L. M., & Soares-Silva, A. P. (2008). O
momento da saída do abrigo por causa da maio-
*Holt, S., & Kirwan, G. (2012). The “key” to ridade: A voz dos adolescentes. Psicologia em
successful transitions for young people leaving Revista, 14(2), 113-132.
residential child care: The role of the keyworker.
ChildCare in Practice, 18(4), 371-392. *Maposa, J. F., & Louw-Potgieter, J. (2012). An ou-
tcome evaluation of a Youth Development Pro-
Horochovski, R. R., & Meirelles, G. (2007). Proble- gramme. Social Work/MaatskaplikeWerk, 48(2).
matizando o conceito de empoderamento. Semi- doi: 10.15270/48-2-97
nário Nacional Movimentos Sociais, Participa-
ção e Democracia, 2, 485-506. McMillen, J. C., Rideout, G., Fisher, R., & Tucker, J.
(1997). Independent-living services: The views
Hudson, A. L., & Nandy, K. (2012). Comparisons of of former foster youth. Families in Society: The
substance abuse, high-risk sexual behavior and Journal of Contemporary Social Services, 78(5),
depressive symptoms among homeless youth 471-479.
Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à aging out of the foster care system. Journal of
Fome. (2015). Censo SUAS 2014. Brasília, DF: Creativity in Mental Health, 10(1), 18-33. doi:
Autor. 10.1080/15401383.2014.935546
Medrado, J. A. L. (2010). “Vou deixando a vida Oshima, K. M. M., Narendorf, S. C., & McMillen,
me levar...”. Histórias de vínculos, rupturas J. C. (2013). Pregnancy risk among older youth
e projetos de vida de jovens egressos de um transitioning out of foster care. Children and
abrigo em Salvador (Dissertação de mestrado, Youth Services Review, 35(10), 1760-1765. doi:
Universidade Católica do Salvador, BA, Brasil). 10.1016/j.childyouth.2013.08.001
*Mendes, P. (2011). Towards a community *Osterling, K. L., & Hines, A. M. (2006). Mento-
development support model for young people ring adolescent foster youth: Promoting resi-
transitioning from state out-of-home care: A lience during developmental transitions. Child
case study of St Luke’s Anglicare in Victoria, Family Social Work, 11(3), 242-253. doi:
Australia. Practice, 23(2), 69-81. doi: 10.1111/j.1365-2206.2006.00427.x
10.1080/09503153.2011.557148
Piccinini, C. A. (1996). Sobre o relacionamento entre
Mersky, J. P., & Janczewski, C. (2013). Adult well- pesquisador e profissional em psicologia. Cole-
being of foster care alumni: Comparisons to taneas da ANPEPP, 1, 31-40.
other child welfare recipients and a non-child
Rahamim, A., & Mendes, P. (2016). Mental health
welfare sample in a high-risk, urban setting.
supports and young people transitioning from
Children and Youth Services Review, 35(3),
out-of-home care in Victoria. Children Austra-
367-376. doi: 10.1016/j.childyouth.2012.11.016
lia, 41(1), 59-68. doi: 10.1017/cha.2015.35
Montero, M. (2004). La participación y el compro-
miso en el trabajo comunitario. In M. Montero, Romanelli, B. M. B. (2013). O que é feito dos jo-
Introducción a la psicología comunitária: de- vens? Dimensões psicossociais e educativas
sarrollo, conceptos y procesos (pp. 225-254). no processo de acolhimento institucional (Tese
Buenos Aires: Paidós de doutorado, Universidade Federal do Paraná,
Curitiba, PR, Brasil).
Montserrat, C., Casas, F., & Sisteró, C. (2015).
Estudio sobre la atención a los jóvenes Rosa, E. M., Nascimento, C. R. R., Matos, J. R., & San-
extutelados: evolución, valoración y retos de tos, J. R. dos. (2012). O processo de desligamen-
futuro. Barcelona, España: Departament de to de adolescentes em acolhimento institucional.
Benestar Social i Família. Estudos de Psicologia (Natal), 17(3), 361-368.
doi: 10.1590/S1413-294X2012000300003
Moreira, I. M. (2013). Acolhimento institucional
e qualificação profissional: Implicações da *Senteio, C., Marshall, K. J., Ritzen, E. K., &
medida protetiva na vida do jovem egresso Grant, J. (2009). Preventing homelessness: An
(Dissertação de mestrado, Universidade Estadual examination of the transition resource action
do Ceará, Fortaleza, CE, Brasil). center. Journal of Prevention & Intervention
in the Community, 37(2), 100-111. doi:
*Naccarato, T., & Park, K. (2009). Educatio- 10.1080/10852350902735601
nal goal advancement of Foster Youth and
the Independent Living Program. Journal *Sinkkonen, H.-M., & Kyttälä, M. (2015). Suppor-
of Public Child Welfare, 3(4), 372-390. doi: tive housing in foster care: The views of young
10.1080/15548730903347846 people. Child Care in Practice, 21(4), 408-424.
doi: 10.1080/13575279.2015.1037251
Nelson, G., & Prilleltensky, I. (2005). Community
psychology: Inpursuit of liberation and well- Siqueira, A. C., & Dell’Aglio, D. D. (2006). O impac-
-being. New York: Palgrave Macmillan. to da institucionalização na infância e na ado-
lescência: Uma revisão de literatura. Psicologia
*Nesmith, A., & Christophersen, K. (2014). & Sociedade, 18(1), 71-80. doi: 10.1590/S0102-
Smoothing the transition to adulthood: Creating 71822006000100010
ongoing supportive relationships among foster
youth. Children and Youth Services Review, 37, Stewart, C. J., Kum, H.-C., Barth, R. P., & Duncan,
1-8. D. F. (2014). Former foster youth: Employment
outcomes up to age 30. Children and Youth Ser-
*Nsonwu, M. B., Dennison, S., & Long, J. (2015). vices Review, 36, 220-229. doi: 10.1016/j.chil-
Foster care chronicles: Use of the arts for teens dyouth.2013.11.024
*Uzoebo, V., Kioko, M., & Jones, R. (2008). Decons- care alumni: Preliminary evidence for a streng-
tructing youth transition to adulthood services: ths framework. Children and Youth Services
Lessons learned from the VISIONS program. Review, 35(9), 1408-1417. doi: 10.1016/j.chil-
Vulnerable Children and Youth Studies, 3(1), dyouth.2013.06.002
37-41. doi: 10.1080/17450120701767688
Yates, T. M., & Grey, I. K. (2012). Adapting to
aging out: Profiles of risk and resilience among
emancipated foster youth. Development and
Psychopathology, 24(2), 475-492. doi: 10.1017/ Recebido: 25/04/2017
S0954579412000107 1ª revisão: 06/05/2017
2ª revisão: 1º/06/2017
*Watt, T. T., Norton, C. L., & Jones, C. (2013). De-
Aceite final: 14/06/2017
signing a campus support program for foster
__________________________________________________________________________________________
© O(s) autor(es), 2018. Acesso aberto. Este artigo está distribuído nos termos da Licença Internacional Creative
Commons Atribuição 4.0 (http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/), que permite o uso, distribuição e reprodução sem
restrições em qualquer meio, desde que você dê crédito apropriado ao(s) autor(es) original(ais) e à fonte, fornecer um link para a
licença Creative Commons e indicar se as alterações foram feitas.