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Materiais e instrumentos para escrita em

Braille
Instrumentos para escrita em Braille

A escrita em Braille pode ser realizada em uma máquina específica, em


computadores ou na reglete. O material em Braille pode ser produzido, além
dos já citados, em impressoras específicas acopladas ao computador comum.
Na máquina Braille é possível a digitação dos seis pontos que compõem a cela
Braille ao mesmo tempo, além de possibilitar à pessoa cega efetuar a leitura
e escrita concomitantemente.

Desde os primórdios da criação do Sistema Braille foram utilizados para a


escrita em Braille: a reglete e o punção, e atualmente os mesmos não caíram
em desuso. Abreu (2008, p. 43) menciona que "são ainda muito usadas pelas
pessoas cegas".

Conhecer os instrumentos para a escrita Braille: a reglete convencional (ou


negativa) e a positiva (ou não convencional), o punção para cada tipo de
reglete, a máquina de datilografia Braille e a impressora Braille.

ESCRITA BRAILLE

Conhecer os instrumentos para a escrita em Braille:

- a reglete convencional (ou negativa) e o respectivo punção;

- a reglete positiva (ou não convencional) e o respectivo punção;

- a máquina de datilografia Braille; - a impressora Braille.

➢ Reglete e punção

✓ Reglete convencional (ou negativa)

O exemplar São Paulo (1993), onde há informações sobre o Sistema Braille


e o trabalho com o aluno cego em sala de aula, menciona que a reglete
convencional e o punção são instrumentos importantes para o aprendizado
desse sistema, incluindo os aspectos que vão desde sua funcionalidade no
que possa ser comparada a de um lápis e papel, até o baixo custo com relação
aos demais equipamentos. Algumas organizações e instituições que
trabalham com pessoas cegas e os governos federais, estaduais e municipais
os tornam acessíveis aos alunos que deles fazem uso. O emprego de reglete
e punção no início da alfabetização é muito indicado, sendo substituído por
outros recursos apenas no caso de haver limitações motoras graves que
impeçam o seu uso com qualidade.

A reglete convencional (ou negativa) é composta por:

- uma prancha de madeira retangular, medindo, aproximadamente, 31 por


19 cm, que possui no alto um dispositivo para prender o papel a ser utilizado.
- uma régua de metal, unida à esquerda por uma dobradiça que possui na
parte superior com pequenos retângulos vazados, representando as celas,
com três reentrâncias de cada lado, e que estão dispostos, lado a lado, em
quatro linhas. A parte inferior apresenta pequenas depressões,
correspondentes à disposição dos seis pontos a serem impressos. A escrita
em Braille é realizada em baixo-relevo, sendo necessário inverter os pontos,
escrevendo a direita para a esquerda.

Existem vários tipos de regletes: de mesa, de bolso, inteiriça entre outras.

O punção é formado por uma pequena haste de metal com a ponta


arredondada, presa a um punho de plástico, moldado anatomicamente, para
um perfeito ajuste à mão. O punção é um tipo de caneta que permite perfurar
os pontos em uma folha de papel. Existem vários tipos de punções: o
anatômico, em forma de pêra, caneta entre outros.

✓ Reglete positiva (ou não convencional)

A reglete Positiva é mais recente no mercado, o punção é diferente da reglete


convencional e a escrita é realizada normalmente da esquerda para a direita
e em alto-relevo.

Papel

O papel a ser utilizado para a escrita com a reglete e o punção é o sulfite de


gramatura 120.

ATENÇÃO PARA A DICA!

Embora a escrita em Braille na reglete convencional seja feita da direita para


a esquerda, isso não altera a numeração dos pontos, apenas inverte a posição
deles.
✓ Máquina de datilografia Braille

Semelhante a uma máquina de escrever comum, a máquina Braille tem


um teclado com apenas seis teclas e uma barra de espaço. Como única
função, produz as células em relevo sobre o papel. Permite a escrita Braille
com maior velocidade, pois obtemos as letras pressionando várias teclas
ao mesmo tempo. A escrita se forma da esquerda para a direita, não
havendo necessidade de retirar o papel para a leitura, e suas teclas são
destinadas aos seis pontos da “cela” Braille, dispostos três de cada lado e
com um intervalo equivalente à tecla destinada ao espaço entre
caracteres. Também apresenta alguns botões para regulagens específicas,
bem como retrocesso e mudança de linha.

Máquina de datilografia Braille

✓ Impressora Braille

O Sistema Braille também pode ser trabalhado por meio do uso da


informática e de impressoras destinadas a tal produção, o que aumenta
significativamente a quantidade de conteúdo impresso e diminui o volume,
pois, na maioria dos casos, o uso dessa tecnologia permite a impressão
de um ou dos dois lados da folha pelo processo interponto, nas duas faces
do papel.

De acordo com Amorim; Nassif; Alves (2008), a impressora Braille permite


também a impressão de desenhos e existem vários modelos, desde
aqueles que são menores, e podem ser usados por uma pessoa, até os de
tamanho médio e grande, utilizados para produzirem quantidades maiores
de textos. Sabemos que o Sistema Braille não é uma metodologia de
alfabetização, mas sim um código de leitura e escrita utilizado como
mediador desse processo.

➢ Como utilizar o material de escrita

✓ Reglete convencional (ou negativa)

Como já apresentado anteriormente, a reglete é um instrumento muito


usado por pessoas cegas, vamos ver agora como fazemos para produzir a
escrita em Braille com esse instrumento.

A leitura em Braille é feita normalmente da esquerda para a direita. Essa


regra vale também para a máquina de escrever Braille. Quando se escreve
com a reglete, o processo é feito ao contrário, fazendo-se o movimento
de espelho, escrevendo da direita para a esquerda e lendo da esquerda
para a direita. Para o uso da reglete encaixa-se a reglete no primeiro
espaço da prancha, no alto, perto do dispositivo de prender o papel.

Abre-se a reglete e coloca-se a folha de sulfite de gramatura 120 sobre a


prancha, fazendo coincidir a margem esquerda do papel com o lado
esquerdo da prancha.

Prende-se a folha no dispositivo em relevo, fechando a reglete.

Com o punção, da direita para a esquerda, pressiona-se o(s) ponto(s)


desejado(s) em cada uma das celas, obtendo-se, assim, a letra ou o
símbolo em Braille.

Na reglete convencional após escrever as quatro linhas da reglete,


colocada no primeiro espaço da prancha, deve-se abri-la e deslizá-la nos
sulcos, até os orifícios imediatamente inferiores. Essa orientação deve ser
seguida até terminar todos os espaços de encaixe, que ao todo somam
sete.

Quando o papel é retirado da reglete, deve-se virá-lo para que os


caracteres possam ser lidos, da esquerda para a direita.

✓ Reglete positiva (ou não convencional)

A leitura em Braille é feita normalmente da esquerda para a direita.

Essa reglete é de bolso, não tem a prancha, mas a forma de prender o


papel é semelhante. Abre-se a reglete e coloca-se a folha de sulfite de
gramatura 120, fazendo coincidir a margem esquerda do papel com o lado
esquerdo da reglete. Prende-se a folha e com o punção, da esquerda para
a direita, pressiona-se o(s) ponto(s) desejado(s) em cada uma das celas,
obtendo-se, assim, a letra ou o símbolo em Braille em relevo.

Na reglete positiva, após as quatro linhas da reglete, deve-se abri-la e


deslizá-la até os orifícios imediatamente inferiores. Quando o papel é
retirado da reglete, não há necessidade de virá-lo para que os caracteres
possam ser lidos, pois já estão em alto-relevo.
Reglete positiva e o punção

Referências

ABREU, E. M. A. C. et al. Braille? O que é isso? São Paulo: Fundação Dorina


Nowill para Cegos, 2008, 54 p. (Série Dorina Nowill).

AMORIM, C. M. A.; NASSIF, M. C.; ALVES, M. G. Escola e deficiência visual:


como auxiliar seu filho. São Paulo: Fundação Dorina Nowill para Cegos, 2009,
50 p. (Série Dorina Nowill).

SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Coordenadoria de Estudos e


Normas Pedagógicas. O deficiente visual na classe comum. Secretaria da
Educação/Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas. São Paulo:
SE/CENP, 1993, p. 48-54.

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