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c) Proponente:
RG: 28.349.677-0
CPF: 271.241.418-77
Telefone: 11.941743067
O projeto O Enterro do Lobo Branco parte do romance homô nimo de Má rcia Barbieri
para trazer à cena os abismos entre o feminino e o masculino na sociedade
contemporâ nea. Ao dar voz para o monstro, percebemos que o homem branco
opressor nã o é uma fantasia que ele constró i de si mesmo. É o resultado de uma
estrutura. Queremos construir novas narrativas para tensionar essa estrutura e,
assim, repensar as relaçõ es de poder que a sustentam.
Essa é uma peça sobre feminicídio e masculinidade tó xica – uma expressã o que 75%
dos homens brasileiros nunca ouviram falar, segundo pesquisa do Google de 2019 / A
Nova Masculinidade e os Homens Brasileiros.
Somos uma equipe formada por mulheres e homens que acreditam que este é um
assunto urgente e que precisa ser discutido hoje, agora. Mulheres precisam parar de
morrer.
A Cia Teatro Líquido, através das atrizes Cibele Bissoli e Vanise Carneiro, convida o
diretor Joã o Pedro Madureira para este projeto. A escolha acontece pela sintonia no
trabalho, pelo refinamento estético com ênfase no ator e na fisicalidade, explícitas na
pesquisa do encenador, "Memória, Corpo e Dramaturgia", em que o corpo é colocado
no centro da criaçã o dramatú rgica, articulando-se com a memó ria do ator e com suas
experiências íntimas. Além disso, por sua trajetó ria e percepçã o, soma um olhar
masculino sensível e provocador, distanciando-se do macho dominante - uma vez
que ele pró prio também é vítima dessa toxicidade. Desde o seu primeiro trabalho, o
diretor pesquisa questõ es de gênero – em Parasitas e Agora Eu Era, da vai!
ciadeteatro, o ator está em funçã o de uma percepçã o do gênero da personagem.
Com foco em textos contemporâ neos e inéditos, a Cia Teatro Líquido vem, ao longo de
sua trajetó ria, trabalhando com autores que colaboram com o processo de criaçã o em
sala de ensaio. Criada em Porto Alegre, em 2006, a Cia mudou-se para Sã o Paulo em
2012, iniciando novas parcerias, com grupos locais e internacionais. O Enterro do
Lobo Branco dá continuidade a essa proposta.
O teatro é um espaço político mediado por uma poética que ressignifica a sociedade
com um olhar crítico. É necessá rio olhar para as feridas, para a cultura que as
construiu e para onde isso vai nos levar: existe no texto de Má rcia Barbieri a profecia
do “tempo que virá ”. E assim surge a esperança de que este Enterro seja o enterro de
velhos significados, a morte anunciada do patriarcado e o surgimento de algo novo
pela presença do feminino, sem o qual nã o existe possibilidade de renovaçã o.
Pré-Produção/produção
Mês 1
- Contrataçã o de equipe e elenco;
- Definiçã o de rotina de trabalho, com horá rios de ensaios e agendamento de reuniõ es
de criaçã o;
- Negociaçã o de pauta de teatro para temporada, preferencialmente teatro municipal;
- Captaçã o de apoios e parcerias;
- Leituras e discussõ es sobre as referências estéticas e teó ricas que serã o utilizadas
para a montagem (mú sicas, filmes, artes visuais, bibliografia, etc);
- Segunda quinzena: Início do ensaios com 05 encontros semanais de 4 horas cada,
com levantamento de material, imagens e trabalho sobre o texto;
- Trabalho de adaptaçã o do texto literá rio para teatro.
Produção:
Mês 2:
- Realizaçã o de residência artística com atores e atrizes selecionados por processo de
inscriçã o;
- Seguem ensaios com 05 encontros semanais de 4 horas cada, com levantamento de
material, imagens e trabalho sobre o texto. Pesquisas sobre temá ticas com
provocaçõ es e colaboraçã o artística de Janaína Leite e treinamento corporal das
atrizes;
- Reuniõ es de produçã o, fechamento de apoios e parcerias;
- Acompanhamento dos ensaios pela equipe de criaçã o e consultorias;
- Continuidade do trabalho sobre a dramaturgia.
Mês 3:
- Ensaios com 05 encontros semanais;
- Finalizaçã o da dramaturgia do espetá culo;
- Acompanhamento dos ensaios pela equipe de criaçã o com experimentos e
definiçõ es de cenografia, figurinos, trilha sonora, desenho de som, vídeos e
iluminaçã o e consultorias;
- Início da produçã o de cená rio, figurinos, trilha sonora e vídeos;
- Primeira sessã o de fotos e vídeos para divulgaçã o e para material grá fico;
- Definiçã o detalhada do Plano de Divulgaçã o com a Assessoria de Imprensa;
- Criaçã o e Confecçã o do Material Grá fico;
- Início da divulgaçã o do espetá culo pela Assessoria de Imprensa.
Mês 4:
- finalizaçã o de cenografia e figurinos;
- Gravaçã o da trilha e finalizaçã o do material audiovisual;
- Contrataçã o de intérprete e libras;
- Agendamento de grupos para ensaio aberto, escolas pú blicas/EJA e para cota de
convites para apresentaçõ es;
- Montagem de som, luz e cená rio no teatro;
- Ensaios finais e ensaio aberto para grupos e estudantes de teatro da periferia com
debate aberto;
- Divulgaçã o do espetá culo em todos os meios de comunicaçã o;
- Estreia e realizaçã o da 1ª parte da temporada;
- Registro em vídeo do espetá culo;
- Registro fotográ fico do espetá culo.
Produção
Mês 5:
- Realizaçã o do Encontro aberto ao pú blico, com convidados e equipe;
- Realizaçã o 2ª parte da temporada.
V- orçamento
QTD
VALOR
UNIDA DE VALOR
GRUPOS DE DESPESA QTD UNITÁRIO
DE UNID TOTAL
(R$)
ADE
RECURSOS HUMANOS
Coordenaçã o financeira e 1 servico 1 R$ 7.000,00 R$ 7.000,00
administrativa
Direçã o de Produçã o 1 mês 6 R$ 3.000,00 R$
18.000,00
Produçã o Executiva 1 mês 5 R$ 2.000,00 R$
10.000,00
Diretor Artístico (concepçã o, direçã o e 1 cachê 1 R$ R$
dramaturgia) 18.000,00 18.000,00
Autora 1 cachê 1 R$ 7.000,00 R$ 7.000,00
Colaboradora/Provocadora de 1 cachê 1 R$ 2.500,00 R$ 2.500,00
Processo
Atrizes 2 cachê 1 R$ R$
(concepçã o/dramaturgia/ensaios e 18.000,00 36.000,00
temporada 24 apresentaçõ es)
Musico em cena 1 cachê 1 R$ 8.000,00 R$ 8.000,00
Direçã o de arte - concepçã o de 1 cachê 1 R$ 7.000,00 R$ 7.000,00
cenografia, figurinos e adereços
Cenotécnico 1 servico 1 R$ 1.800,00 R$ 1.800,00
Costureira 1 servico 1 R$ 1.800,00 R$ 1.800,00
Composiçã o Trilha sonora 1 cachê 1 R$ 5.000,00 R$ 5.000,00
Vídeos (criaçã o e produçã o de 1 cachê 1 R$ R$
vídeomapping) 10.000,00 10.000,00
operaçã o vídeomapping (ensaios e 24 1 cachê 1 R$ 7.000,00 R$ 7.000,00
apresentaçõ es)
Iluminador 1 cachê 1 R$ 5.000,00 R$ 5.000,00
Técnico apoio montagem som e luz 1 diaria 4 R$ 200,00 R$ 800,00
Operador de luz (ensaio + 24 1 cachê 1 R$ 7.000,00 R$ 7.000,00
apresentaçõ es)
Covidados Encontro aberto (atividade 4 cachê 1 R$ 300,00 R$ 1.200,00
formativa)
Consultoria temá tica - narrativas de 2 cachê 1 R$ 1.000,00 R$ 2.000,00
poder e novas masculinidades
Traduçã o/interprete em libras - 8 1 servico 1 R$ 2.000,00 R$ 2.000,00
apresentaçõ es
R$
Subtotal
157.100,00
RECURSOS MATERIAIS/LOCAÇÃO/ESTRUTURA
Material para cená rio e objetos de cena 1 verba 1 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00
Material para figurino 1 verba 1 R$ 2.000,00 R$ 2.000,00
Locaçã o equipamentos 1 verba 1 R$ 5.000,00 R$ 5.000,00
Locaçã o sala de ensaio 1 verba 1 R$ 2.700,00 R$ 2.700,00
R$
Subtotal
15.700,00
DIVULGAÇÃO E COMUNICAÇÃO
Assessoria de Imprensa 1 mês 2 R$ 3.000,00 R$ 6.000,00
Comunicaçã o e mídias só cias 1 servico 1 R$ 3.000,00 R$ 3.000,00
Designer Grá fico 1 cachê 1 R$ 3.000,00 R$ 3.000,00
Registro em vídeo e ediçã o 1 servico 1 R$ 1.500,00 R$ 1.500,00
Fotó grafo (3 sessõ es) 1 servico 1 R$ 1.500,00 R$ 1.500,00
Impusionamento redes sociais 1 verba 1 R$ 2.000,00 R$ 2.000,00
Material Grá fico
Cartaz 1 unidade 30 R$ 3,00 R$ 90,00
Programa 1 unidade 2000 R$ 1,80 R$ 3.600,00
BANNER 1 unidade 1 R$ 300,00 R$ 300,00
R$
Subtotal
20.990,00
DESPESAS OPERACIONAIS E DE CONSUMO
Copias, mídias, telefone, transportes e 1 verba 1 R$ 5.000,00 R$ 5.000,00
alimentaçã o
Subtotal R$ 5.000,00
TOTAL R$
198.790,00
www.corporastreado.com
O nú cleo é formado por Gabriela Gonçalves, que, junto a uma rede de parceiros,
desenvolve projetos culturais em vá rias aéreas. O Nú cleo desenvolve parceria na
gestã o de projetos importantes para o cená rio das artes cênicas no Brasil.
Ainda no teatro produzimos a Cia Simples, com os espetá culos Azirilhante, Meu
Pai é um Homem Pá ssaro, Mina e Histó rias de Dentro, e a estreia em 2017 de Skellig
contemplado pelo Edital Cultura Inglesa. Trabalhamos com grupos de teatro como
Teatro de Narradores, Teatro da Vertigem e Aquela Cia de Teatro.
No que diz respeito a produçõ es de grande porte o Nú cleo Corpo Rastreado foi
responsá vel pela produçã o da Virada Cultural do estado de Sã o Paulo, em 2009 e
2010, que aconteceu em 30 cidades simultaneamente além da produçã o do palco da
dança na Virada Cultural Municipal de Sã o Paulo. E também a coordenaçã o de
produçã o da MIT (Mostra Internacional de Sã o Paulo) em 2014 e 2015.
Produzimos os grupos GRUA, Key Zetta e Cia, Grupo Cena 11, Nú cleo
Arremesso, Nú cleo Mercearia de Ideias com Luiz Fernando Bongiovanni, Lia
Rodrigues cia de Dança entre outros.
NÚCLEO ARTÍSTICO:
Em 2015 a Cia investiu em nova parceria com o Nucleo Adega em SP, agora
para uma montagem direcionada ao pú blico infantil a partir de roteiro inédito de
Vanise Carneiro. DA PONTA DA LÍNGUA À PONTA DO PÉ , O BOM É SER O QUE É
estreou em fevereiro de 2015 e cumpriu temporada em Sã o Paulo além de
apresentaçõ es na periferia pelas Fá bricas de Cultura e no interior do Estado.
VANISE CARNEIRO
site: http://vanisecarneiro.wixsite.com/vanisecarneiro
Atriz e diretora, Bacharel em Artes Cênicas pelo Departamento de Arte Dramá tica da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É professora de teatro e de atuaçã o para
cinema, e produtora cultural.
Realizou as pesquisas: “A Bufonaria no Realismo Grotesco de Rabelais” – Nú cleo de
experimentaçã o Teatral - Projeto de Pesquisa - Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, 1995. “Atuaçã o em Cinema – o trabalho do ator da preparaçã o à filmagem”
Bolsa Fumproarte de Pesquisa, 2009/2010. “Trâ nsitos nas criaçõ es entre o tempo e
os espaços na obra de Lorca: diá logos tecidos entre atrizes do Brasil, Uruguai e
Espanha” Projeto selecionado pelo Programa Iberescena. Co-produçã o com Espanha e
Uruguai para criaçã o de espetá culo teatral performativo, 2014.
Atualmente ministra oficinas de atuaçã o para cinema pelo programa Pontos MIS do
Museu da Imagem e Som de SP.
Em seus vá rios trabalhos em teatro atuou junto a companhias como Depó sito de
Teatro, Cia Rú stica, Teatro Stú dio, Cia Stravaganza, Nú cleo Adega de Teatro, Cia
Alvorada. Integra a Cia Teatro Líquido, da qual é uma das fundadoras.
Em 2010 recebeu o Prêmio Açorianos de Melhor Atriz pelo monó logo “9 Mentiras
Sobre a Verdade”. Foi indicada outras quatro vezes ao Prêmio Açorianos de atuaçã o.
Por “Ella” recebeu o Prêmio Açorianos de Direção e Melhor Cenário em 1998. Foi
também indicada ao Prêmio Tibicuera de Melhor Direçã o pelo espetá culo “Drauzio,
um vampiro diferente” de 1999. Assina ainda a direçã o de cena do espetá culo de
bonecos “Sob a luz da Lua” da Cia Gente Falante, que circulou por inú meros festivais
nacionais e internacionais de artes cênicas.
Em 2011 mudou-se para Sã o Paulo ministrando oficinas na Oficina Cultural Oswald
de Andrade e em 2012 inicia as parcerias do Teatro Líquido com cias locais em
pesquisas teatrais.
Em 2014 recebeu o apoio do programa Iberescena de co-produçã o internacional para
criaçã o do espetá culo “Ela, lugar que chove dentro”. O espetá culo é uma parceria da
Cia Teatro Líquido, o Nú celo Adega, a atriz Soledad Frugone do Uruguai e a Sol Picó
Cia de danza, criado em residência artística em Barcelona.
Em 2018 atua no espetá culo “Funâmbul@s”, de Priscila Gontijo, com direçã o de Eric
Lenate, contemplado pelo Prêmio Zé Renato de Teatro para a Cidade de Sã o Paulo.
Em 2019 estreia no espetá culo “Vidas Medíocres ou Almas Líricas”, sobre a obra de
Anton Tcheckov, com direçã o de Leonardo Karasek.
Por sua atuaçã o em cinema recebeu os prêmios de Melhor Atriz na Mostra Gaúcha
do Festival de Gramado pelo filme “Vaga-lume”, de Gilson Vargas em 2002 e por sua
atuaçã o no curta-metragem “Messalina” de Cristiane Oliveira recebeu os prêmios:
Candango de Melhor Atriz do Festival de Cinema de Brasília (2004), Prêmio José
Lewgoy de Melhor Atriz Curta-Metragem do cinema gaúcho (2004), Prêmio de
Melhor Atriz 15º Cine Ceará (2005) e Melhor Atriz no 28º Festival Guarnicê de
Cinema (Maranhã o, 2005).
Atuou também nos longa-metragens “Ainda Orangotangos”, de Gustavo Spolidoro,
“Nove Crônicas para um coração aos Berros” e “Uma dose violenta de qualquer coisa”,
de Gustavo Galvã o e “O Dromedário no Asfalto”, de Gilson Vargas.
Realizou a preparaçã o de elenco dos curtas: “Hóspedes” de Cristiane Oliveira,
“Enciclopédia” de Bruno Barreto e “Julia” de Sérgio Minehira.
Como produtora cultural trabalhou na coordenaçã o do Porto Alegre Em Cena –
Festival Internacional de Artes Cênicas de Porto Alegre por 10 anos, como
coordenadora de produçã o, coordenadora adjunta e programadora das atividades
formativas.
Ministra oficinas de teatro e atuaçã o para cinema. Integrou a equipe do Programa
Vocacional da SMC de Sã o Paulo por dois anos.
CIBELE BISSOLI
Atriz, contadora de histó rias, bonequeira e arte-educadora. Formada atriz pela Escola
de Arte Dramá tica da Universidade de Sã o Paulo e pela Escola Livre de Teatro de
Santo André. Com curso técnico em magistério e experiência em sala de aula na
educaçã o infantil, de 2000 a 2006 educaçã o infantil, na PMSBC, cursando pedagogia
na Anhembi Morumbi.
Atualmente faz parte da Cia Teatro Líquido, onde apresenta a contaçã o Beleza Fatal,
além de investir em processos de pesquisa para novo espetá culo com adaptaçã o de
obra literá ria. Em 2018 apresentou o espetá culo Feminino Abjeto, direçã o de Janaína
Leite; o espetá culo Quarenta e Duas, da Cia Arte Humos com direçã o de Daniel
Hortega e Emerson Rossini; e Noel Rosa, O Poeta da Vila e seus Amores, texto de
Plínio Marcos (PROAC prêmio/montagem 2009), dirigido por Dagoberto Feliz; na Cia
Coisas Nossas. Também está com a Contaçã o Beleza Fatal; e com o conjunto musical
Triabolos Celestiais.
Fundadora da Siga La Cia, criou e produziu as quatro contaçõ es do grupo Severina e
Sebastiana, de André Neves, O Príncipe Encantado no Reino da Escuridã o, de Ricardo
Azevedo, Kachtanka, de Anton Chekov, O Foguete Notá vel, de Oscar Wilde, Os
Duendes que Raptaram um Coveiro, de Charles Dickens e o espetá culo infantil
Kachtanka, adaptaçã o do conto homô nimo de Anton Tchekhov, na Siga La Cia de
Teatro, com orientaçã o de Henrique Sitchin, (Lei de Fomento ao Teatro 2012 da Cia
Truks).
Ministrou oficinas de contaçõ es de histó rias na formaçã o de educadores nas
entidades do terceiro setor (ONGS e Institutos) de 2012 a 2016 pela empresa
Educadores Sociais e na Mostra de Paraisó polis nos anos de 2012 e 2013. Trabalhou
como contadora de histó rias, e com projetos de contaçõ es com crianças de 3 a 17
anos, na Escola Lumiar, em 2011 e 2012.
Ministrou oficinas de teatro No programa Vocacional, como artista orientadora, em
2012, 2013 e 2016; Centros da Juventude Ermelino Matarazzo, em 2017 e Padre
Josimo, em 2014; nos Centros da Criança e do Adolescente Casa do Cristo Redentor,
de 20011 a 2014, e Lar Ditosos, em 2013; no Nú cleo de Convivência do Idoso, em
2012; colégio Nossa Senhora de Fá tima de 2013 a 20015, na Escola Lumiar, de 2009 a
2011 e no Instituto Social Claretiano em 2019; e a oficina de Teatro “O Estado de
Prontidã o”, através do programa Palco Girató rio do SESC, em nove estados
brasileiros: Paraná , em Santa Catarina, no Mato Grosso do Sul, em Goiâ nia, no Distrito
Federal, na Paraíba, no Ceará , em Alagoas, em 2008.
Oficinas ministrados em teatro de bonecos e formas animadas Programa Fá bricas de
Cultura de Vila Nova Cachoerinha e Jardim Sã o Luis, do Estado de Sã o Paulo, em 2013;
no condomínio fechado Ilhas Polinésias, 2012 e 13; SESC Santana em 2008. Oficina de
confecçã o de instrumento musicais no Sesc Itaquera, em 2009; Cortejo de Carnaval
com oficina de musica no Sesc Itaquera, em 2009. . Oficina de Brinquedos
Tradicionais no SESC Santana, em 2009. Oficinas de Dança popular Brasileira
ministradas na ONG Achiropita, em 2015; na ONG Casa
do Cristo Redentor, em 2012. Oficinas de Expressã o Corporal ministradas no Colégio
Nossa Senhora de Fá tima, em 2013; no Projeto EMIA – Escola de Iniciaçã o Artística,
no Céu Iná cio Monteiro.
Ministrou a palestra sobre A arte como ferramenta expressiva para os alunos da
Faculdade Belas Artes de Sã o Paulo, junto com de Alexandre Rabelo, em 2007
Realizou as performances “A Praia na Paulista”, da Cia Bote no Contrafluxo (2009); “O
Fogo”, no Sesc Pinheiros, pela Cia Mundo Má gico (2009). Das intervençõ es “Ofélia, sua
Boneca”, na Virada Cultural,em 2017, “O Grande T do Teatro, em 2016, “A Mulher do
Rio”, para o SESC Santana, no Projeto Lixo Mínimo (2008) e “Inquisidores da Moda”;
“Inspetores da Moda”, evento na Fá brica da Unilever, em 2010. Em locuçõ es:
“Histó rias da Cidade”, campanha publicitá rio para o Partido dos Trabalhadores, em
1999 e “Cartas para Pierina”, peça radiofô nica dirigida por Gustavo Kurlat com texto
de Luiz Antô nio de Abreu, em 1999. Atua na simulaçã o de paciente na prova de
residência para ingresso no Hospital das Clínicas ( 2010/ 12 ) e nas Sessõ es de
psicologia do Instituto Brasileiro interdisciplinar de Sexologia e Medicina
Psicossomá tica (ISEXP).
EQUIPE DE CRIADORES:
Parte I - O assassinato
PRÓLOGO – O FUTURO
PARTE 1 - APRESENTAÇÃO
CIBELE - Alice nã o pronunciava seu nome nem nomeava qualquer coisa ao seuredor
as coisas eram
e isso bastava para a urgência do seucérebro e para escassez do seu corpo
PARTE 2 - O INTERROGATÓRIO
(VANISE APONTA A LANTERNA)
CIBELE: (TENTANDO FUGIR DA LUZ NO ROSTO) Pare de me olhar como se eu fosse
um louco ou como se eu tivesse mal de Alzheimer
nã o me diga que o nome dela nã o era Catarina, Alice, Stela, Augustina
ela continha no seu corpo todos os nomes do mundo e pouco me importa como eu a
recordo
CIBELE: Desistam
sou um homem sem cérebro
agora batem com a pontadas botas encardidas na minha cara fingindo que sã o
representantes da Lei
CIBELE: Nada
vocês acham mesmo que os estigmas que ela traz na superfície da pele fui eu quem
forjei
hipó critas
foram vocês ditando regras absurdas
VANISE: Fale logo temos milhares de casos como o seu para resolver.
CIBELE: nomes
vocês sabem o que acontece com caguetas na quebrada de onde venho
sabem quantos rifles já ameaçaram explodir meu cérebro
INVASÃO DA CASA
VANISE: Eu sabia
um dia eles chegariam
pichariam o muroarrombariam a porta da minha casaestuprariam meus
cã esdestruiriam os mó veisremexeriam os objetos
levantariam a poeira que adormecia nas lâ minas das facas mortas
procurariam por impressõ es digitais e marcas de sangue como se nã o soubessem que
os piores crimes acontecem no escombro silencioso da manhã
VANISE: Sim
nú meros
é só isso que interessa a eles
nã o se importam com o bem-estar de Ester
ela é apenas mais uma nas suas estatísticas de casos mal resolvidos
CIBELE: Eles sã o hipó critas demais para entender o tipo de relacionamento que eu e
Esther mantínhamos
higiênicos em excesso
Você pode rir pode duvidar da nossa sintonia mas éramosdestinados um ao outro
quando crianças ela procurava coma língua infantil as dobras gordas do meu corpo
sim naquele tempo minha carne era flá cida como a de um sapogordo e gelatinoso
minhas banhas despencavam em direçã o aos buracos do asfalto
Estela nã o se importava e com suamagreza quase anoréxica
me esperava para apostar corridaas quais eu sempre ganhava porque ela nã o tinha
coragemde me derrotar nem de me deixar para trá s
depois davauma leve lambidinha nos meus lá bios
dizia que os vencedores tinham direito à quela saliva densa e asquerosa
euficava com nojo fechava os olhos e o meu pau que aindanã o conhecia a maldade
subia levemente e eu achava quefoder e mijar eram sinô nimos
depressa me escondia atrá sdo caule grosso tirava o pau para fora e molhava com
malícia aquela á rvore frondosa
à s vezes Esther aparecia e molhava os pés naquele pequeno poço artificial
o gozo apareceu bem mais tarde quando começaram a crescer os pelos pubianos
CIBELE: como se fizessem isso como uma puniçã o severa para os homens maus
CIBELE: no entanto eu podia ver seus paus crescendo por baixo da calça
broxei
VANISE: eles poderiam armar o cercodominar meu corpomas nã o cercear meu desejo
a afronta nã o me desmontaria
DELÍRIO – A NOIVA DO CORDEIRO
CIBELE: (canta)
Ele sussurra em seu ouvido
Você é a noiva
Você é a noiva do cordeiro
Ornamente sua cabeça com flores de laranjeira
Cubram sua face sangrenta
CIBELE: (canta)
Você é a noiva
CIBELE: (canta)
Ele sussurra no meu ouvido
Eu sou a noiva
Eu sou a noiva do cordeiro
VANISE: (canta)
Ele sussurra no meu ouvido
Eu sou a noiva
Eu sou a noiva do cordeiro
CIBELE: (canta)
Tire as aranhas de sua buceta
Ele a espera e quer desnuda toda sua
(param de cantar)
CIBELE: desde da infâ ncia me assustava ao escutar esses olhos que a terra há de
comer
VANISE: resolveu doar aos homens o que era de direito da terra e toda vez que via
uma caralhonã o titubeava
oferecia a boca as mã os a bunda e quieta contabilizava os anos
e a solidã o era uma ideia esnobe e vaga
A RELAÇÃO
ELE – vamos
pre agora com esse chororô
a culpa foi toda sua
nenhum homem toca num fio de cabelo de uma mulher se ela for obediente ficar
calada
ELA – para nã o ser arrastada por um monó logo vazio enquanto ele cuspia discursos
geniais tentei silenciar
no entanto até meu silêncio era uma repetiçã o ordiná ria do silêncio dos meus
ancestrais
olhei pra trá s
o lobo branco me observava
ELA – Avisto dez mil mortos nas pregas das suas cordas vocais dez mil mortos
naquele grito antecipado dez mil mortos peregrinando sobre meu ventre dez mil
mortos no tumor que se estende na minha laringedez mil mortos
ELE -eu catarei sozinho uma por uma das bolinhas de gude que te roubei
você sabe nunca soube perder
mas aprendi com maestria a enganar
ludibriar
tenho que te contar agora que mantém os olhos cerrados e nã o me encara com
reprovaçã o
nã o era má gica eu fazia pequenas marcas a lá pis nas cartas
você tã o ingênua me beijava animada como se eu fosse o homem mais especial do
mundo
ELE - eu perseguia obcecado o seu corpo e você obcecada exigia meus enforcamentos
como se fosse minha obrigaçã o te ressuscitar do marasmo do tédio e da infelicidade
diá ria
minhas fodas nã o bastavam
também tinham virado parte da monotonia
ELA - Nã o me olhe assim como se eu estivesse morta e enterrada
ELE - Mas acabou
ELA - E nã o me venha com seus dramas de pequeno-burguês
ELE – Estela
nã o me obrigue a te pedir para ir embora
ELA - nunca me senti tã o viva
ELE - agora acabou
ELA - durante muitos anos mantive os olhos fechados à s coisas que aconteciam ao
meu redor
eu acordei
se eu fosse você apalparia o pró prio corpo para ter alguma certeza sobre quem é o
cadá ver aqui
ELE - Quem é o verdadeiro culpado pela bala que estourou seu cérebro
Euvocê ou os NÃ OS jogados na minha cara lambuzando meu corpo de desprezo
simera um sim que eu esperava quando abria a porta e via suas coxas jogadas em
cima da cama
mas num ímpeto feminista você cruzou as pernas e impediu que meu pau entrasse
por mil anos você sofrerá as consequências da sua recusa
(CANTAM)
Morto e enterrado - Ela sempre se referia a mim assim
Morto e enterrado - Dizia: solo ruim não deve ser adubado
Morto e enterrado - Que certas coisas precisam ser extirpadas
Morto e enterrado - Que eu não podia subtrair a sua língua assim
Morto e enterrado - Homem nenhum deveria ser julgado
Morto e enterrado - Por impropérios na hora do ódio
Morto e enterrado - Você jamais deveria ter submetido
Morto e enterrado- a minha epopéia à sua sintaxe perversa
Morto e enterrado - E meus dedos sempre tentando alcançar
Morto e enterrado - A sua vulva Que esta sim está
Morta e enterrada!
CONSUMAÇÃO DO ATO/ASSASSINATO
A CELA
VANISE: Eles me socaram até que o sangue jorrasse e coagulasse nas minhas
têmporas
até que os dedos desmontassem outras verdades
até que a cabeça inventasse novas histó rias
perguntei se algum deles queria tocar o meu pau
claro que nenhum deles queria admitir
entã o olhei para o mais alto e mais encorpado
os outros poderiam continuar ali se quisessem
podiam colocar seus paus para fora das calças
solicitei uma corda
CIBELE: Gritei
CIBELE: Gritei
teremos de amputar
CIBELE – Estela
Estela
VANISE - Quem
CIBELE – Augustina
pensei tê-la visto
ela deve estar dormindo em algum beco escuro
decerto com as duas pernas
CIBELE – Nã o
Estela!
nã o se vá
desde criança aprendi que o fêmur é um dos maiores ossos do corpo e nos dá
sustentaçã o
CIBELE : Estela!
Haverá um tempo
Em que os homens
Fingindo epilepsia
Desmaiaram sobre os saiotes das fêmeas
E em silêncio
Escalaram seu pelos pubianos
Nã o ignorando as vontades do clitó ris,
Subirã o em direçã o de suas línguas
Em direçã o a suas bocas
E enojados de discursos fajutos
Cuspirã o verdades em seus lá bios quase sagrados
e depois de mortos nunca mais enterrarã o as vozes histéricas de suas mulheres
Estas sem remorsos pisaram de leva em suas covas rasas
Parte II - O velório
O cã o branco-cinzento gania embaixo do caixã o me olhava de viés e ela estava lú cida
nunca a vi tã o lú cida e calada senti certo conforto nã o precisaria mais atar sua boca
nem prender seus pulsos nem ameaçá -la com a arma e o estrondo de festim tentei
chegar mais perto queria abrir sua blusa e soprar seus seios passar os dedos em suas
auréolas roxas mas o cã o gania entã o me afastei e um cheiro de câ nfora tapou minhas
narinas
Era urgente sair de perto daquele corpo silenciado morto a cajadadas seus olhos nã o
mais seguiam a ó rbita certa dos gozos intensos agora eu também era um cadá ver e
você uma carcaça verde atrá s do véu eu podia ver os engenheiros do holocausto a
arquitetura grotesca da carne sabia que um dia as cores tomariam conta dos seus
ossos mas eu ainda tento ainda vasculho o abismo dos seus orifícios sim eu nunca me
contentei com a maciez das suas mucosas eu ia além gostava das pedras escondidas
nos seus rins nas suas vesículas no seu baço gostava de me embrenhar no seu
intestino delgado escutar o seu grito de desespero enquanto meus membros
radiografavam a sua angú stia e os seus dias cinzentos você escondia um hospício
atrá s dessa pele habitá vel
no entanto Estela nã o merecia ser abandonada nã o agora naquela situaçã o
degradante em que se encontrava de onde eu estava eu podia ver um prego
enferrujado que atravessava o caixã o e penetrava na sua carne eu podia vê-la
suplicando minha presença fajuta ela sabia eu nã o poderia fazer nada nã o a salvaria
dessa espécie de zíper enguiçado que é a morte
a agarrei pela cintura forcei seus braços a segurarem em volta do meu pescoço ela era
mais pesada do que imaginava ela era mais leve anos atrá s antes do homicídio
Comecei a imaginar o que o homicídio tinha feito por ela por que agora ela pesava
tanto¿ por que estava tã o pá lida¿ logo ela que gostava das bochechas vermelhas de
blush dizia só admirar as mulheres que sabiam se maquiar e ficar tã o pró ximas da
plasticidade das bonecas o que ela falaria se estivesse aqui¿ com certeza reclamaria
de ter de ficar deitada com as mã os em cima do ventre ela adorava exibir a barriga a
qual nã o era nada parecida com as barrigas das atrizes pornô s e ela dizia era
exatamente por isso que nunca tinha aceitado fazer um filme pornô eu sorria e
perguntava se houvera convite claro e nã o foi um só foram vá rios recusei todos ela
gostava de exibir a fartura mas nã o gostava dos uivos daquelas garotas que fingiam
orgasmos fenomenais gostava dos orgasmos minimalistas ela chamava assim os
melhores orgasmos em que o prazer maior era o movimento peristá ltico da vulva e
nã o o grunhido descomunal eu nã o concordava com ela e uma das nossas maiores
discussõ es começaram com essa banalidade apenas depois a discussã o foi ganhando
corpo e seriedade ela jogaria fora essas flores ordiná rias de defunto ela pediria
begô nias ou qualquer outra flor com nome bonito
Antes de poder agarrá -la pela cintura um homem nu e preto ao meu lado disse ela era
uma boa esposa sim um anjo um doce de mulher queria rir daquele comentá rio
absurdo ela nã o era companheira de ninguém
ah se você a conhecesse! com certeza teria se apaixonado por ela se eu a
conhecesse¿ eu nã o estava acreditando numa palavra que aquele idiota estava
pronunciando muito mal pronunciada aliá s como ele ousa dizer um absurdo
desses¿ por isso a mantinha aqui trancada nã o porque sou louco como teria coragem
de trancar uma coisinha daquelas só a mantinha longe das cidades movimentadas e
você sabe as ruas agitadas as luzes as placas luminosas essas coisas costumam mexer
com a cabeça das mulheres e depois ela poderia descobrir as vantagens de ser uma
puta imagine se ela sonhasse como as putas fazem quantos paus passam por suas
bocas mas a minha Esther nã o! era uma boneca nem eu ousava profanar aqueles
lá bios quase nem se maquiava quando muito um rosa pá lido nas maçã s
protuberantes bem fale mais baixo bem mais baixo ele me alertava como se fosse eu
que estivesse há horas tagarelando veja como o olho de Estela está arregalado você
sabe o que isso significa¿ no mínimo que este homem é um terrorista maluco as
pessoas do povoado comentam que quando os defuntos trazem os olhos abertos é
porque sã o um morto-acordado ou seja eles podem escutar tudo o que falamos sobre
eles e nã o quero ofender a minha pequena nem preocupá -la com nada muito menos
agora nessas circunstâ ncias nã o se engane meu amigo os mortos e os vivos estã o
irremediavelmente ligados você reparou como o seu ventre está inchado¿ nã o eu nã o
tinha reparado em nada eu desejava apenas tirá -la logo do alcance desse suposto
marido alienado voltando a nossa vida antes dessa tragédia posso afirmar que a
privei completamente do convívio de outro sexo eu contratei um eunuco sim ela
passava dias e noites trancada com ele você sabe nã o é possível sentir ciú me de um
eunuco seu saco é atrofiado e seu membro bem é constrangedor falar sobre isso
enfim o seu pau nã o endurece como poderia me preocupar¿ Ele era sua melhor amiga
viviam sussurrando pelos cantos por um minuto senti uma vontade incontrolá vel de
irritá -lo sim eu poderia contar pelo menos três histó rias em que os eunucos comiam
suas patroas será que ele se esqueceu que os dedos sã o tã o eficazes quanto um pau¿ E
na maioria das vezes uma boa chupada vale mais que dez trepadas deixei quieto nã o
adiantava contrariá -lo ele só podia ser um alienado ou um psicó tico
aquilo só podia ser uma brincadeira de mau gosto o que eles estavam querendo com
aquela brincadeira¿ pensei talvez tudo aquilo nã o passasse de uma encenaçã o fiquei
olhando para todos os lados possíveis procurando uma suposta plateia de uma
tragicomédia no entanto por mais que procurasse nã o via nada além de quatro ou
cinco gatos pingados assim mesmo eles nã o aplaudiam pelo contrá rio nã o paravam
de chorar e sussurrar uma oraçã o desconhecida para mim estava me sentindo
confuso e com â nsia olhei ao redor e a ú nica coisa que vi foi um espelho velho de
forma que olhando eu tinha a impressã o que o lugar estava mais cheio do que
realmente estava minha coluna doía quando me movimentava podia escutar estalos
terríveis eu nã o sabia se escutava aquele homem se olhava para aquelas crianças ou
se continuava levantando o corpo morto de Ester resolvi direcionar minha atençã o
à quelas estranhas crianças eram quatro nã o era verdade ela nã o tinha quatro filhos
ela era tã o nova sã o gêmeas nã o parecem sã o tã o diferentes sã o bivitelinas você sabe
nã o nasceram do mesmo ovo aquela mulher era uma diaba ovulava três ou quatro
vezes por mês nã o podia ser normal uma coisas dessas eu nã o comentava nada sabe
como é com mulher e louco o melhor é nã o mexer de repente me voltou à cabeça
todas as noites e dias em que fodi Esther estranho mas se era verdade mesmo que ela
ovulava de três a quatro vezes por mês aqueles filhos também poderiam ser meus tá
certo em algumas fodas eu usava o método do coito interrompido mas caí em
inú meras tentaçõ es e gozei fortemente dentro do seu ú tero nã o esperava que algo
frutificasse ali nunca criei expectativas nunca quis que ela se casasse comigo e jamais
sonhei que seres pequenos e famintos abocanhassem aqueles seios maravilhosos eles
eram a fonte primá ria do meu prazer encarei as três meninas e o menino ruivo era
incrível mas eu tinha que admitir certa semelhança uma tinha seus olhos a outra seu
nariz a terceira sua boca e o menino bem o menino tinha seis dedos em uma das mã os
acariciava o dorso de um dragã o de komodo
talvez ele tivesse razã o nunca vi Estela tã o bonita e tã o harmoniosa apenas o seu
ventre continuava inchando tomando uma proporçã o um tanto quanto monstruosa
logo ela que se preocupava com a quantidade exata de abdominais a fim de manter o
físico impecá vel que ironia agora poderia descansar sossegada
se existe algo que nunca passou pela minha cabeça foi ser pai mas ser arrastado assim
por uma garotinha de dez anos despertou um instinto paterno fez com que eu
sentisse certo asco me controlei nã o vomitaria na cabeça de uma pobre menina ainda
mais de uma ó rfã depois fiquei imaginando aquela criança de certo modo nã o deixava
de ser um pouco minha filha já que tinha saído do ventre de Esther o mesmo ventre
que costumeiramente abrigava meu pau e meu sêmen pensar dessa forma me deu
alívio o enjoo passou nã o vomitaria em cima de ninguém
Queria ter deixado a sala rá pido antes que minha ú ltima palavra ecoasse pelos
ouvidos daqueles homens aparentemente dementes porém nã o foi isso que aconteceu
meus pés estavam colados ao assoalho por um minuto fiquei está tico e apavorado por
mais que fizesse força nã o conseguia mover nem um milímetro a minha esquerda um
espelho me devolvia uma imagem magra e incoerente tirei uma das mã os de cima do
caixã o e levei ao rosto a minha barba estava com exatamente três centímetros e meio
levei uma das mã os ao bolso e retirei uma navalha eles ficaram assustados
imaginaram que eu fosse atacá -los no entanto eu queria apenas chegar mais perto do
espelho e aparar meus pelos era visível nã o era apenas Esther que apodrecia e se
fingia de escombros eu também estava esfarelado e eu sentia os cupins roendo minha
carne e as baratas à espreita de repente as mulheres começaram a me puxar e gritar
nã o entendi nada eu era inofensivo pelo menos naquele momento eu nã o
representava perigo nem para uma mosca no entanto elas continuaram gritando que
eu nã o olhasse os espelhos eles nã o deveriam estar ali os defuntos nã o podem se fitar
no espelho se isso acontece antes de eles terem consciência de que estã o mortos suas
almas podem se perder para sempre
olhe bem para o rosto do pai de Ester veja se vocês nã o têm o mesmo rosto eu corto
meu pescoço se me engano
Ainda nã o tinha pousado meu olhar sobre o pai de Ester embora eles tivessem me
falado sobre ele eu mal observei sua aparência física o pai dela nã o me causava
interesse por que haveria de causar se nem mesmo ela nunca tinha me falado sobre o
pai¿ Eu nã o queria saber da onde vinham os genes que me faziam feliz e eram
responsá veis por Estela ser quem Estela era o engraçado é que nã o consegui me
manter indiferente à quelas palavras eu precisava ver com meus pró prios olhos eles
nã o eram de confiança no entanto a minha curiosidade foi maior e me coloquei em
frente daquele que se autodenominava pai de Estela primeiro nã o senti nada nã o
consegui enxergar nenhuma semelhança e até achei ele bem mais parecido com a
turma da aldeia entretanto depois de alguns minutos fiquei impressionado realmente
éramos muito parecidos apesar de eu aparentar ser pelo menos trinta anos mais novo
se percorrêssemos as linhas e as rugas ainda por vir podíamos dizer que se tratava de
pai e filho no entanto isso nã o foi o mais estranho o mais inusitado foi que encontrei
naquele rosto todos os indícios de morte sim com certeza ele era um cadá ver e nã o
sabia seus olhos eram baços as olheiras fundas a pele macilenta primeiro pensei que
estivesse apenas sugestionado pelas coisas ouvidas no povoado entretanto logo o vi
correndo
Tive de me conter amarrei mentalmente as mã os atrá s das costas pois meu primeiro
impulso foi ir até a frente daquele homem e violentar o seu rosto agarrar com as
pontas dos dedos sua pele flá cida e esticar esticar e esticar até que sua fisionomia
voltasse à juventude e eu pudesse me olhar num espelho mais confortá vel
fiquei sem saber como interferir nã o sabia se fazia um dueto ou gritava com aquele
homem hediondo que roubara a minha face e agora a expunha sem a mínima
vergonha para todos os outros seres daquele povoado imundo sim era ultrajante que
ele tivesse coragem de sair com uma carranca pendurada na cabeça nã o Esther nã o
quero te ofender nã o é sobre você ou sobre seu riso que falo é sobre seu pai no
entanto você sabe prefiro rasgos a risos por isso gostava quando se movia calada
pelos cantos obscuros da sala de repente todos abaixaram os braços e a cantoria
cessou havia um espelho do lado oposto ao cadá ver de forma que havia duas Estelas
mortas uma me olhava atô nita a outra me ignorava aos poucos aquela partitura se
desfez e eu senti a musculatura do meu rosto desenrijecer
ESTHER ESTÁ MORTA intrigueiro filho da puta como pode afirmar isso da minha
garota¿ ela está viva mais viva que nunca está cego¿ será que nã o a viu descansando
naqueles carvalhos frondosos¿ Tolo aquilo era um caixã o! Chamem pelo nome que
quiserem porque eu sei o que significa isso tudo e sei que nomes sã o etiquetas falsas e
descolam com facilidade onde você vê escrito desespero eu vejo sonho e vejo Estela
linda e meiga como antes mas nã o quero me perder em réguas temporais antes e
depois existe para os medíocres que precisam contabilizar o tempo a mim todos os
dias sã o agora
O sol estava forte a estrada estava seca pequenas pedras me incomodavam os sapatos
minhas canelas estavam imundas eu precisava achar um mato rasteiro e parar à beira
da estrada olhei de relance o rosto de Stela ela parecia confortá vel com a situaçã o
talvez a viagem para ela fosse mais tranquila já que estava sendo levada nas costas e
nã o precisava se preocupar com a dificuldade em caminhar sobre um solo tã o á rido
assim que avistei uma á rvore parei tirei Esther dos ombros a coloquei sob a sombra e
estiquei as articulaçõ es elas faziam pequenos barulhos como estalos de galhos secos
nã o demorou muito e vi um cã o vindo em nossa direçã o procurei algo para me
defender nã o sabia se era bravo ou se estava com raiva peguei um pedaço de pedra e
o ameacei pensei que dessa forma ele desistiria de chegar perto de nó s e seguiria
viagem sozinho no entanto o cã o era branco e estava tã o magro e sarnento que nã o
apresentava perigo nem para uma mosca ele nã o se importou com a minha mã o
ameaçadora fingiu nã o ver continuou andando em minha direçã o cheirou minhas
pernas depois foi até Estela e deitou escorado no seu corpo tentei afugentá -lo
novamente no entanto ele mostrou a gengiva disposto a me morder para nã o sair de
perto do corpo da minha pequena Esther nã o entendi direito mas logo vi que era o
mesmo cachorro que estava velando Estela embaixo do caixã o achei melhor nã o
contrariá -lo deixei-o descansar logo mais seguiríamos nosso trajeto um cã o nã o devia
ser um problema em um lugar despovoado como aquele imitei um uivo assim ele
teria consciência de quem mandava ali ele nã o abriu os olhos ignorava minhas ordens
agora ela poderia relaxar a flacidez foi ludibriada observei com afeto o seu rosto ela
mantinha os olhos cerrados fiz sinal que o cã o silenciasse ela estava exausta era bom
que dormisse assim nã o se irritaria devido aos percalços da viagem o cã o parecia nã o
se importar com nada que eu fizesse bocejava constantemente
foi quando vi um homem e um cavalo minto um burro chegar perto de onde
descansá vamos boa tarde está tudo bem com vocês¿ sim sim está tudo bem um pouco
esgotados por causa da viagem mas bem é sua mulher essa que dorme no capim¿ é
sim é minha mulher por que¿ ela nã o me parece muito bem tem certeza que nã o está
acontecendo nada com ela¿ claro que tenho o que está insinuando¿ nada homem
apenas me preocupei achei ela um pouco pá lida os olhos arroxeados mas nã o deve
ser motivo de preocupaçã o a anemia é uma doença bem comum por essas bandas
quanto você quer por esse burro¿ do que você está falando¿ ah nã o ele nã o está à
venda é meu amigo meu companheiro já passamos por poucas e boas juntos mas deve
ter um preço que pague essa amizade nã o tem preço nã o amigo é meu companheiro
eu preciso continuar a viagem minha mulher tem a saú de frá gil nã o vai aguentar por
muito tempo essa caminhada foi o senhor mesmo quem disse que ela estava pá lida
feito um cadá ver calma aí amigo nã o foi bem isso o que disse só falei que deveria ficar
atento à saú de da moça nã o se brinca com a vida porém se o seu problema for esse
quero dizer se estiver querendo comprar o meu pobre burro por este motivo talvez
eu possa te ajudar como você poderia me ajudar¿ eu dou uma carona para vocês é só
vocês se embolarem na boleia
vamos subam aí atrá s preciso continuar a viagem já estamos subindo você tem
certeza de que a sua esposa passa bem¿ sim ela tem aquela doença de nome estranho
catalepsia já escutou¿ como nã o¿ se eu mesmo com esses olhos que a terra há de
comer vi um povoado inteirinho de catalépticos aquilo era um horror nã o consegui
ficar um dia naquele lugar apavorante só tomem cuidado com a defunta aí atrá s eu
preciso levar ela intacta à família de repente senti uma vontade irresistível de
levantar o lençol e ver a cara da morta esperei o nosso anfitriã o se distrair e
rapidamente levantei o pano quase cai da carroça aquilo era impossível nã o podia ser
verdade tinha algo de muito sinistro naquele lugar a morta era igualzinha a Esther
nã o sabia o que pensar
Caminhamos alguns minutos na estrada e logo avistamos outro viajante ele parecia
bem cansado fez sinal que pará ssemos alertei o carroceiro que nã o desse trela afinal
era perigoso ficar pegando qualquer um pelo caminho ele com certeza ficou sabendo
do caso do caminhoneiro que ficou sem as duas pernas depois de ter abrigado um
indigente deu um sorriso sarcá stico e disse que se pensasse dessa forma eu nã o teria
subido na boleia concordei meio contrariado o homem trazia uma maleta grande e
preta e outra de tamanho menos considerá vel a maior pelo jeito era bem pesada pois
o seu ombro direito era uns dez centímetros mais baixo que o esquerdo boa tarde
companheiros nã o gostaria de interromper nem atrapalhar a viagem dos senhores
mas veja bem tenho um problema enorme como estã o vendo trago uma mala bem
pesada e o meu burro empacou uns dez quilô metros para trá s claro
nã o tínhamos do que reclamar dentro da carroça o sol nã o era mais tã o quente a noite
estava quase chegando eu concordaria em dormir mas logo ao pensar na ideia avistei
um lago do lado esquerdo pedi licença ao anfitriã o e perguntei se por acaso ele nã o
estava a fim de uma paradinha para esfriar os pés ele hesitou um instante nã o podia
chegar atrasado com uma encomenda tã o importante eu retruquei dizendo que a
situaçã o nã o poderia ficar pior do que estava para a família da defunta ele torceu um
pouco a cara e concordou comigo desci primeiro e logo puxei o corpo de Agustina
para os meus ombros o caixeiro me olhou torto perguntou se já nã o era hora de
despertar minha mulher ela tinha dormido a viagem inteira discordei disse que nã o
se acorda catalépticos eles podem morrer com o susto ele nã o insistiu ao invés disso
me ajudou a posicioná -la melhor no dorso e desceu na minha frente em direçã o à
beira do lago se sentou eu cheguei logo em seguida com cuidado encostei Esther em
um tronco à margem da á gua sem cerimô nia retirei sua blusa já encharcada de suor
nã o sei se meu ou dela percebi que o carroceiro estendeu os olhos sobre os seus seios
duros fingi nã o ver mas comecei a pegar calmamente a á gua com as mã os e passar
delicadamente sobre os bicos o homem ficava cada vez mais irrequieto no entanto
nã o fez nenhum comentá rio deslizei sobre o umbigo e para facilitar o trabalho arriei
as suas calças e massageei no meio das suas ná degas levei os dedos entre sua vulva
para limpá -la direito olhei com os cantos dos olhos e percebi que o carroceiro
massageava o pau que já estava a ponto de explodir enxuguei o corpo de Esther com
meu lenço e coloquei cuidadosamente sua roupa de volta
Logo depois de levantar o lençol me arrependi daquele gesto impulsivo o maldito
carroceiro estava querendo me influenciar sim ele queria que eu fosse infiel a Estela
ela que me ama e nã o abre a boca para nada olhei Esther e senti remorso a mulher era
mesmo uma criatura desgraçada sempre à mercê dos desejos do macho passei
levemente a mã o no seu rosto pá lido ela esboçou um sorriso frio nã o era tonta
embora aparentasse deve ter percebido a minha estratégia deve ter sentido a ameaça
daquele corpo belo e está tico se oferecendo feito puta a minha frente é difícil para um
homem resistir à s insinuaçõ es das mulheres se a defunta ao menos trouxesse uma
blusa mesmo que fina encobrindo os seios fartos e os bicos inchados nã o ela fazia
questã o de expor a céu aberto aquela indecência comecei a sentir um pouco de pena
do carroceiro afinal ele fez uma viagem bem longa e apenas depois que me viu
banhando Augustina ousou trepar com o cadá ver eu nã o sei se eu aguentaria tanto
tempo de tortura só de falar o meu membro começa a responder Estela continua
dormindo bem que eu poderia acordá -la com o pau no seu rabo nã o melhor deixá -la
descansar sossegada o dia foi estressante abro o zíper e bato uma punheta enquanto
os bicos da irmã gêmea de Lú cia rasgam o pano vagabundo
Aproveito que Esther e o caixeiro estã o dormindo e deixo a porra escorrer pelos seios
duros da irmã gêmea a semelhança é realmente incrível tenho certeza de que se eu
tirar o resto do lençol e me deparar com a virilha nã o verei nenhuma diferença nã o é
correto um homem calcular mentalmente sobre um fato que está nas suas fuças nã o
tem sentido algum o certo seria eu levantar o pano estendido sobre a irmã de Esther e
pousar rapidamente os olhos na sua regiã o pélvica apenas dessa forma poderei ter
absoluta certeza da minha suposiçã o no entanto sou um homem que guarda algumas
reservas e nã o me darei ao desfrute de levantar feito um tarado o lençol de uma
defunta que nunca me fez nada embora se analisarmos com cuidado é possível
perceber que ela enviou alguns sinais e eu nã o sou de todo maluco veja bem ela nã o
precisaria chacoalhar dessa maneira insinuante que chacoalha dentro da carroça
assim como nã o precisaria exibir os peitos duros e arrepiados principalmente porque
sabe que está acompanhada da irmã e do cunhado sem contar o carroceiro aposto que
se tivéssemos nos conhecido antes ela teria virado aquele rabo esplêndido e exigido
que a comesse direito claro Estela nã o permitiria uma afronta desse tamanho mas as
mulheres sã o ardilosas ela acharia um jeito de ficar a só s no jardim comigo inclinaria
o dorso sobre o tronco da á rvore e pediria que tivesse cuidado pois ninguém a tinha
comido por trá s era necessá rio zelo nã o queria ficar toda arrombada queria ser
possuída com carinho eu perguntaria com timidez sobre a irmã sentada na sala ela
calaria a minha boca com os dedos depois chuparia meus dedos simulando um
caralho engraçado meu pau nã o consegue permanecer flá cido imaginando essas
cenas a irmã de Lú cia é mesmo uma piranha acabou de deixar aquele pano imundo
cair do seu tronco agora exibe os peitos feito uma vadia que depois ninguém coloque
a culpa em mim nã o tive culpa de nada eu nem sequer iria verificar a semelhança de
suas bucetas porém o pano já está no chã o mesmo Esther continua dormindo feito um
anjo nã o tenho motivos para perturbá -la apenas quero conferir se seus buracos têm a
mesma consistência por dentro por fora sã o iguaizinhos até a quantidade de pregas
até o tamanho dos grandes lá bios escarro com força na mã o direita e na esquerda
depois enfio os dedos na buceta das duas irmã s elas fingem estar entorpecidas mas
sei que gostam tiro o pau para fora novamente e para que ninguém saía perdendo
alterno as bombadas no final acho mais justo gozar no rabo de Esther afinal ela é a
minha mulher de verdade cubro a irmã com o lençol e adormeço
b) proposta de encenação:
Encenação
A encenaçã o tem como premissa o olhar crítico das atrizes sobre o que estã o
narrando, na voz do macho. Queremos que o pú blico tenha clareza de que este é o
ponto de vista que elas assumem sobre o patriarcado.
A principal imagem da obra é um corpo - aparentemente vivo - que carrega um corpo
- aparentemente morto. Ambos – que ora se despedaçam, ora se regozijam – trazem
uma histó ria ancestral de abusos, com uma sexualidade desesperada.
Atuação
Entre os principais focos desta investigaçã o estã o: a presença das atrizes em primeiro
plano; a relaçã o direta com o espectador, compartilhando uma visã o; a criaçã o de
dispositivos para que o real, o acaso e o risco invadam a cena; o hibridismo de
linguagens, principalmente na relaçã o com o audiovisual.
A preparaçã o das atrizes será conduzida com o objetivo de gerar uma presença cênica
carregada de verdades, porém nã o de ‘qualquer verdade’: verdades construídas
através de exercícios que proporcionem a vivência física das emoçõ es dos
personagens. Para isso, o diretor lançará mã o das Energias Corporais, de Arthur
Lessac.
Direção de arte
Corpos que vagam por seus acú mulos de memó ria.
A cenografia para a peça O enterro do lobo branco recria o ambiente onírico presente
no texto, e busca desconstruir a noçã o de tempo e espaço, localizando o espectador
em todos e nenhum lugar ao mesmo tempo. Nas memó rias narradas, os acú mulos das
lembranças e dos fatos tornam-se escombros que ajudam a compor a cena e mudam-
se conforme o decorrer na narrativa. Escombros carregados de passado que criam e
recriam uma geografia disforme, entre topografias que se movem. O tempo, narrado
por essas transformaçõ es escorre como areia em uma ampulheta e cria formas nunca
iguais, mas sempre reconhecíveis como qualquer campo devastado.
Os objetos sã o parte desse acú mulo de passado e misturam-se a essa topografia que
desenha as diversas ambiências. Projeçõ es e o desenho de luz trazem uma segunda
camada informativa sobre essa topografia de restos. O pó do que restou ajuda a
compor o ambiente e tridimensionalizar a simbologia da morte e da transformaçã o.
Trilha sonora
A mú sica traz elementos que se misturam com as imagens de um jeito tã o orgâ nico
que a dissociaçã o parece impossível. Haverá o contraste das batidas intensas e
hipnó ticas do techno com os instrumentos de timbres poéticos e mais etéreos. Tudo
lembra o corpo e provoca tensã o na cena.
O cantor e compositor Filipe Catto fará a trilha original e ela será executada por um
mú sico/dj, que estará em cena.
Videomapping
Para criar os vídeos do espetá culo, convidamos a artista visual Romy Pocztaruck, que
desenvolve uma pesquisa em paisagens visuais, criando texturas e as projetando em
diferentes superfícies.
As imagens que vemos sã o poesias visuais que funcionam como carimbos, simulando
formas fá licas, e que também remetem aos fluídos corporais, entranhas, tecidos
orgâ nicos, desertos exteriores e interiores.
Iluminação
Na maior parte do tempo, a luz do espetá culo surge de dentro da cena, sendo
manipulada pelas atrizes. As imagens projetadas pelo videomapping, além de
construir formas e texturas, também as iluminam, em consonâ ncia com os refletores
do teatro.
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d) Contrapartidas:
1. Realizaçã o de 24 apresentaçõ es, sendo no mínimo quatro gratuitas. As
apresentaçõ es darã o preferência a espaços da Secretaria Municipal de Cultura, sendo
neste caso gratuitas. Caso nã o seja possível pauta em espaços pú blicos, as
apresentaçõ es terã o o preço popular de R$20,00 (vinte reais) para custear a locaçã o
do teatro, permanecendo 4 apresentaçõ es com entrada franca;