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fabrÍcio ribeiro toloczko

espaÇo agropecuÁrio brasileiro

sÃo paulo
2007
fabrÍcio ribeiro toloczko nº. 21

espaÇo agropecuÁrio brasileiro

trabalho para
a disciplina de geografia.
2º c
e.e. profº. alberto salotti
prof ª renata

sÃo paulo
2007

2
Índice

introdução......................................................................................................... 4
o que é latifúndio?............................................................................................ 5
agricultura brasileira....................................................................................... 5
estrutura fundiária do brasil .......................................................................... 7
os conflitos de terra no brasil.......................................................................... 11
conclusão .......................................................................................................... 12
bibliografia ....................................................................................................... 13

3
introduÇÃo
o brasil tem um vasto território, com clima diverso e aproveitável. nesta pesquisa
veremos que a situação do brasil poderia ser melhor, mas não é por culpa de poucos que por
interesses próprios e ganância não permitem que o brasil cresça.

4
o que é latifúndio?
o termo latifúndio deriva do latim latifundiu. na antigüidade, era o grande domínio
privado da aristocracia, já no sentido moderno, é um regime de propriedade agrária
caracterizado pela concentração desequilibrada de terras pertencentes a poucos
proprietários com escasso ou inexistente aproveitamento físico destas. ou seja, os
latifúndios são extensas propriedades rurais onde existe uma grande proporção de terras não
cultivadas e são exploradas com tecnologia obsoleta e de baixa produtividade.
a concentração de terras nas mãos de poucos e o uso errado dessas terras aumentam o
desemprego e a fome no brasil.
agricultura brasileira
existe a ação das cooperativas agrícolas e das empresas industriais, que, ao
assegurarem a aquisição da safra (seja elas em moldes capitalistas ou de base familiar
camponesa), estimulam o cultivo e a especialização agrícola em determinadas áreas do país.
frutas tropicais e soja são os principais produtos, cujos espaços de produção mais marcantes
são, respectivamente, os vales irrigados do sertão nordestino (rios são francisco e açu) e o
oeste baiano.
merecem ser mencionados os seguintes produtos da agricultura comercial brasileira:

- café: durante muito tempo, manteve-se circunscrito ao paraná e a são paulo, produzindo
pelo regime de parceria. minas gerais, espírito santo e são paulo conservam a dianteira da
produção. bahia e rondônia surgiram como novas áreas produtoras, com uma
particularidade: são cultivadas, principalmente, por paranaenses, antigos produtores do
norte do paraná. o paraná tem aumentado em grande quantidade sua produção de café nos
últimos anos, pela introdução de espécies novas (café adensado), desenvolvidas pelo iapar
(instituto agronômico do paraná);
- soja: expandiu-se com maior vigor no país, durante os anos 70, notadamente nos estados
do paraná e do rio grande do sul. cultura típica de exportação, está cada vez mais voltada
para o mercado interno em razão do crescente consumo de margarinas e óleos na
alimentação do brasileiro. atualmente, verifica-se sua expansão nas áreas do cerrado,
sobretudo nos estados do mato grosso do sul, mato grosso, minas gerais, goiás e bahia;
- cana-de-açúcar: apesar de ser cultivada no brasil desde o século xvi, sua produção foi
estimulada, a partir de 1975, com a criação do proálcool. o estado de são paulo detém mais
da metada da produção nacional, mas também é encontrada em goiás, paraná, rio de
janeiro, além de estados nordestinos (zona da mata);
- laranja: produto largamente cultivado para atender à demanda da indústria de sucos, tem
no estado de são paulo seu principal produtor. paraná e minas gerais estão se convertendo
em novas e importantes áreas de produção. o brasil é um grande exportador de suco
concentrado, principalmente para os eua;

5
- arroz: o rio grande do sul é o maior produtor nacional de arroz irrigado. outros estados se
destacam na produção dessa cultura alimentar básica: santa catarina, minas gerais, mato
grosso, maranhão, goiás e são paulo.

outros produtos de destaque são: o trigo, apesar de ser insuficiente para abastecer o
mercado interno; o algodão, fortemente controlado pela indústria têxtil e de alimentos
(óleo). o cacau, cultura ecológica, encontra-se em crise, notadamente na bahia, seu maior
produtor.

vale lembrar que muitos produtores do sul, principalmente do paraná e do rio grande do sul,
trocaram de território. entre as principais causas, está o preço da terra. com isso, muitos
migraram para outros estados do país, tornando-se produtores de soja e café,
principalmente. outros transferiram-se para países vizinhos, como a bolívia e o paraguai.
como já foi dito, a questão da terra não é apenas nacional, ela já se transforma em uma
questão transnacional.

6
estrutura agrária e estrutura fundiária
a relação entre os proprietários, os agricultores e a terra utilizada é conceituada, pelos
estudiosos, como estrutura agrária e estrutura fundiária. a expressão estrutura agrária é
usada em sentido amplo, significando a forma de acesso à propriedade da terra e à
exploração da mesma, indicando as relações entre os proprietários e os não proprietários, a
forma como as culturas se distribuem pela superfície da terra (morfologia agrária) e como
a população se distribui e se relaciona aos meios de transportes e comunicações (habitat
rural).
no sentido restrito, usado pela fao e por vários órgãos oficiais e para-oficiais, a expressão
estrutura agrária corresponde apenas ao estudo das formas de acesso à propriedade da terra
e à maneira como esta é explorada, tendo assim grande importância as relações existentes
entre proprietários e trabalhadores agrícolas não proprietários. a estrutura fundiária é
apenas a forma de acesso à propriedade da terra e a explicação da distribuição da
propriedade, sendo seu estudo de grande importância, porque dela vai depender a melhor
compreensão da estrutura agrária e dos fatores que presidem a formação da morfologia
agrária e do habitat rural.
as relações jurídicas entre os proprietários e a terra e entre os proprietários e os
trabalhadores variam de acordo com a legislação de cada país. no brasil, o indivíduo pode
obter a propriedade da terra pela compra, por herança ou pela concessão de terras
devolutas. de acordo com a nossa legislação, morto o proprietário, a terra é dividida entre
os herdeiros, o que favorece, em tese, a divisão da propriedade. sabemos, entretanto, que, se
em algumas áreas a sucessão hereditária vem provocando a divisão da propriedade, em
outras, principalmente naquelas produtoras de artigos de grande valor comercial, isto não se
observa; ao contrário, há uma concentração cada vez maior da propriedade, criando o
problema do monopólio da terra e do latifúndio. isto dificulta o acesso do agricultor à terra,
provoca a proletarização do mesmo e cria áreas de atrito e de tensão social. daí os
problemas de reforma agrária e de colonização. a expressão reforma agrária, hoje de uso
generalizado, consistia na aplicação de uma série de medidas visando modificar a estrutura
fundiária – sistema de propriedade através de redistribuição das terras apropriadas ou da
redistribuição dos produtos da atividade agrícola. no primeiro caso, teríamos a formação de
uma nova estrutura, pela substituição das grandes propriedades por uma série de pequenas
propriedades familiares. no segundo caso, teríamos a substituição das grandes propriedades
privadas pelas grandes propriedades comunitárias e cooperativas. a colonização não visa a
uma modificação da estrutura fundiária existente, mas à ocupação de áreas novas, não
apropriadas, como ocorre no momento no brasil, com as terras cortadas pela
transamazônica, ou com as áreas novas conquistadas ao mar na holanda, ou a divisão de
alguns grandes latifúndios mal explorados, para atenuar tensões sociais existentes em áreas
de povoamento antigo, como ocorre na área açucareira do nordeste -. convém salientar,
porém, que na amazônia, ao lado das colônias agrícolas, vêm sendo implantados grandes
latifúndios dedicados à pecuária e à exploração madeireira.

7
estrutura fundiária do brasil: tabelas e gráfico

grupo de área (ha)


número de estabelecimentos
Área
(ha)

de 1 a menos de 2
471.297
637.184

de 2 a menos de 5
796.723
2.543.523

de 5 a menos de 10
622.320
4.420.526

de 10 a menos de 20
701.417
9.799.202

de 20 a menos de 50
814.695
25.438.629

de 50 a menos de 100
400.375
27.455.754

de 100 a menos de 200


246.314
32.919.191

de 200 a menos de 500


165.243
50.436.030

de 500 a menos de 1.000


58.407
40.186.297

de 1.000 a menos de 2.000


28.504
38.995.636

de 2.000 a menos de 5.000


14.982
44.178.251

de 5.000 a menos de 10.000


3.688
24.997.369

de 10.000 a menos de 100.000

8
2.147
43.031.312

100.000 e mais
37
8.291.382

fonte: ibge, censo agropecuário, 1995.

estrutura fundiária por região brasileira


regiões brasileiras

grupo de área (ha)


norte
nordeste
centro oeste
sudeste
sul

número
estabele
cimentos
Área
(ha)
número
estabele
cimentos
Área
( ha)
número
estabele
cimentos
Área
(ha)
número
estabele
cimentos
Área
(ha)
número
estabele
cimentos
Área
(ha)

menos de 1
19.777
8.710
438.703
249.485
2.206
1.049
30.993

9
12.896
20.353
8.816

de 1 a menos de 2
21.409
28.194
382.836
520.909
3.016
3.902
33.357
43.420
30.679
40.759

de 2 a menos de 5
52.980
169.275
482.451
1.473.254
13.293
47.129
109.359
374.226
138.640
479.639

de 5 a menos de 10
40.637
279.139
266.520
1.816.982
13.912
107.268
113.163
846.160
188.088
1.370.98

de 10 a menos de 20
47.395
636.455
223.247
3.019.744
22.563
334.359
144157
2100527
264.055
3.708.12

de 20 a menos de 50
94.510
3.025.722
257.440

10
7.933.514
49.981
1.660.577
186.474
6.008.023
226.290
6.810.80

de 50 a menos de 100
75.192
5.038.402
123.574
8.322.025
38.427
2.694.582
98.281
6.954.408
64.901
4.446.34

de 100 a menos de 200


52.061
6.264.281
67.596
9.041.153
31.524
4.359.106
62.717
8.776.850
32.416
4.477.90

de 200 a menos de 500


23.477
7.012.699
43.996
13.136.50
31.193
9.926.111
42.909
13.098.49
23.668
7.262.30

de 500 a menos de 1.000


8.109
5.582.867
13.814
9.294.836
15.724
11.072.73
12.454
8.535.862
8.306
5.700.01

11
de 1.000 a menos de 2.000
4.224
5.884.763
5.690
7.543.379
10.338
14.354.40
4.637
6.284.114
3.615
4.929.03

de 2.000 a menos de 5.000


2.687
8.035.482
2.408
6856816
6.788
20.374.44
1.857
5.381.212
1.242
3.530.30

de 5.000 a menos de 10.000


684
4.644.711
516
3.321.022
2.002
13.777.86
349
2.346.598
137
907.173

de 10.000 a menos de 100.000


417
9.159.378
290
5.355.747
1.231
24.665.85
174
3.323.110
35
527.228

100.000 e mais
11
2.588.802
3
410.769
22
5.130.693
0

12
0
1
161.118

fonte: ibge, censo agropecuário, 1995.

atividades econômicas rurais


região brasileira - número de estabelecimentos rurais

atividades econômicas
norte
nordeste
centro oeste
sudeste
sul
total

animais de grande porte


551
7.555
423
2.926
1.342
12.797

ovinos
137
12.396
48
140
2.588
15.309

suínos
4.914
27.914
2.707
8.207
23.210
66.952

avicultura
9.212
88.999
9.536
23.972
29.851
161.570

caprinos
60
21.918
61

13
603
239
22.881

sericultura
--
1
125
472
2.920
3.518

apicultura
125
1.034
171
1.175
2.806
5.311

ranicultura
25
3
7
85
35
155

outros animais
31
38
6
66
48
189

produção mista agropecuária


49.803
416.613
27.901
130.978
213.161
838.456

silvicultura
55
175
63
1.156
3.494
4.943

madeira plantada
72
194
26

14
1.612
5.397
7.301

não madeireiros plantados


2
169
1
106
96
374

borracha extrativa
1635
24
18
7
--
1684

madeira extrativa
19.135
33.046
2.127
5.368
3.665
63.341

carvão vegetal-madeira plantada


17
65
40
797
718
1.637

carvão vegetal-madeira nativa


1.935
20.752
352
2.685
634
26.358

pesca
4.796
2.647
172
704
825
9.144

fonte: ibge, censo agropecuário, 1995.

15
uso das terras no brasil
tipo
Área em hectares
% sobre total das terras

lavouras anuais
45.500,000
12%

lavouras permanentes
11.000,000
3%

Áreas em "descanso"
9.000,000
3%

pastagens naturais
107.000,000
30%

pastagens cultivadas
70.000,000
18%

florestas e bosques
78.000,000
22%

reflorestamento aproveitado
5.500,000
1%

terras não agricultáveis


18.000,000
5%

terras produtivas sem utilização


26.000,000
7%

total
370.000,000
100%

fonte: ibge/incra – 1995.

16
ha: hectare, equivale a 10.000 metros quadrados ou 100 ares
os conflitos de terra no brasil
todo ano ocorrem dezenas de conflitos envolvendo grupos de trabalhadores sem-
terra. há dois movimentos: mst i e mst ii.
o mst i é o chamado movimento sem-terra, que atua em vários lugares, mais
famosos por promoverem conflitos e invasões de propriedades privadas e públicas
inutilizadas.
o mst ii é o movimento dos trabalhadores rurais sem-terra, que procuram concretizar
a reforma agrária no brasil, distribuindo todas as terras produtivas, que estão inativas nas
mãos de latifundiários poderosos, entre os integrantes do grupo.

17
conclusÃo
a situação atual o brasil é crítica, pois há uma camada poderosa que controla a
estrutura agrária brasileira: bancada ruralista. essa bancada é formada por deputados ligados
a grandes latifundiários brasileiros, que dessa forma tentam impedir a reforma agrária e
canalizar as decisões para seus interesses.
o que podemos concluir é que há um jogo de interesses muito difícil de ser
dissolvido, montando assim uma estrutura em que poucos possuem terras e não usam maior
parte para valorizá-las, enquanto poucos precisam trabalhar e não tem um pedaço de chão
para produzir e se sustentar. o brasil é rico e bem posicionado no mundo, o que possibilita
uma variedade gigantesca de produtos, o problema e fazer com que toda essa riqueza seja
bem aproveitada.

18
bibliografia

http://www.ambientebrasil.com.br
http://www.brasilescola.com
http://frigoletto.com.br/

19

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