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Matemática para Economista II
Matemática para Economista II
Unicesumar
MATEMÁTICA
PARA
ECONOMISTAS II
Link: <http://lattes.cnpq.br/1761642443360771>.
APRESENTAÇÃO
SEJA BEM-VINDO(A)!
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à disciplina de Matemática para Economistas II.
Neste livro, você aprenderá conceitos que complementam o curso de Matemática para
Economistas I.
A primeira unidade do livro se dedica à análise e ao estudo de funções de mais de uma
variável real, que permitem representar melhor o comportamento real de sistemas
econômicos. É possível representar uma função com qualquer número de variáveis, no
entanto, para fazer o gráfico da função, só se consegue representar funções de três va-
riáveis, sendo duas independentes e uma dependente das demais. Quando se elabora
um gráfico de três variáveis, obtém-se uma superfície de resposta, que pode ser escrita
como uma curva de nível, ao fazer uma variável apresentar valor constante. Todas estas
representações de funções de mais de uma variável permitem analisar o comportamen-
to das variáveis envolvidas.
Na Unidade II, você aprenderá a calcular a derivada das funções estudadas na Unidade
I. As regras elementares de derivação são as mesmas aplicadas para funções de uma
variável independente. A diferença é que a derivada é calculada com o nome de deriva-
das parciais, pois é determinada em função de cada variável, uma por vez, mantendo as
demais constantes. Para estas funções, também é válida a regra da cadeia e o cálculo de
máximos e mínimos, podendo ser condicionado ou não. Para máximos e mínimos con-
dicionados utilizaremos o conceito de multiplicadores de Lagrange. Ao final da unidade,
você verá algumas aplicações em economia.
A Unidade III é destinada ao cálculo vetorial, sendo apresentadas as formas dos vetores,
como representá-los e as operações que podem ser feitas com eles. Algumas aplicações,
como cestas de insumos e produtos, são utilizadas para entender melhor o assunto.
Na Unidade IV, você aprenderá a representar as matrizes com a linguagem adequada
e também as operações matemáticas que podem ser realizadas com essas matrizes. O
cálculo do determinante também será apresentado, e as aplicações em economia para
resolver conjunto de equações.
Finalmente, na Unidade V serão apresentadas as equações diferenciais, que são formas
de escrever equações que associam as derivadas com as próprias funções. Esse é um
assunto bem amplo, mas iremos nos ater aos casos mais simples e em relação às ciências
econômicas para que você tenha uma boa noção do assunto, podendo desenvolvê-lo
com maior detalhe em disciplinas específicas.
Em todas as unidades, você terá atividades de estudo que o(a) ajudarão a melhor com-
preender o conteúdo e a praticá-lo. Espero que você tenha um ótimo aproveitamento
na disciplina e que tenha sucesso em sua jornada.
08
SUMÁRIO
UNIDADE I
13 Introdução
27 Curvas de Nível
31 Considerações Finais
38 Referências
39 Gabarito
UNIDADE II
DERIVADAS
49 Introdução
50 Derivadas Parciais
55 Regra da Cadeia
57 Máximos e Mínimos
59 Aplicações em Economia
65 Considerações Finais
72 Referências
73 Gabarito
09
SUMÁRIO
UNIDADE III
VETORES
85 Introdução
86 Definições
88 Álgebra de Vetores
95 Aplicações em Economia
98 Considerações Finais
105 Referências
106 Gabarito
UNIDADE IV
MATRIZES
115 Introdução
116 Definições
123 Determinantes
141 Referências
142 Gabarito
10
SUMÁRIO
UNIDADE V
EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
153 Introdução
176 Referências
177 Gabarito
183 Conclusão
Prof. Dr. Fernando Pereira Calderaro
I
UNIDADE
VARIÁVEIS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Entender o uso de funções de várias variáveis.
■■ Aprender a interpretar gráficos de funções de duas variáveis.
■■ Aprender a interpretar curvas de nível.
■■ Utilizar a técnica de limites para analisar funções de várias variáveis.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Funções de duas e três variáveis
■■ Gráficos de funções de duas variáveis
■■ Curvas de nível
■■ Limite de funções de várias variáveis
13
INTRODUÇÃO
Introdução
14 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONCEITOS GERAIS
função, pode-se dizer que um domínio dentro dos números reais é representado
por D ∈ Rn, sendo n o índice que determina a dimensão do domínio.
Se retomamos a expressão z = f(x,y), o conjunto do domínio deve conter
todos os pares ordenados (x, y) que atribuem valor a z, em outras palavras, a
dimensão do domínio é 2, podendo ser expresso por D ∈ R2.
Essa análise pode ser estendida para funções de três variáveis independentes,
por exemplo, w = f(x,y,z), nesse contexto, dizemos que w depende dos valores
combinados de x, y e z, portanto, temos uma variável dependente (w) e três vari-
áveis independentes (x, y e z), o domínio deve, então, conter todas as ternas de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
F ( x, y ) = ax + by (1)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
modelo A rende um lucro de R$450,00 por unidade vendida e o modelo B rende
um lucro de R$380,00 por unidade vendida. A fim de analisar o comportamento
das vendas e o lucro obtido, o gerente da unidade elaborou uma função, e as aná-
lises levaram às seguintes afirmações:
I) O lucro da empresa, ao vender 10 unidades do modelo A, e 7 unidades do
modelo B, é R$6950,00.
II) A função apresenta três variáveis, uma dependente (lucro) e duas variáveis
independentes (quantidade vendida do modelo A e quantidade vendida do
modelo B).
III) A função lucro elaborada apresenta, como domínio, o conjunto de valores
expresso por D pertencente ao espaço R unidimensional.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) II e III, apenas.
Solução:
Inicialmente, você precisa analisar o problema e descobrir como as informações se
relacionam. Observe que você possui dois tipos de produtos (modelo A e modelo
B), ambos apresentam um lucro unitário, como o objetivo do gerente é analisar o
lucro, a função desejada é a função lucro. Então dizemos que o lucro depende das
quantidades vendidas de cada modelo de celular. Se definirmos uma letra x para
cada unidade do modelo A, uma letra y para cada unidade do modelo B e uma
letra L para representar o lucro, a função poderá ser escrita como:
L ( x, y ) = 450 x + 380 y
Definida a função lucro, podemos analisar as afirmações que foram feitas.
Análise da afirmação I:
Para descobrir qual o lucro para a venda de 10 unidades de cada modelo, basta
utilizar a equação encontrada substituindo os valores para cada variável.
L (10,10 ) = 450 ⋅ 10 + 380 ⋅ 7 = 7160 → R$7160, 00
Solução:
A função custo é uma relação entre as quantidades de cada variável e seus custos
unitários, se a representarmos pela letra C, a função assume a seguinte forma:
C ( x, y, z ) = 7, 35 x + 0, 65 y + 19 z
Análise da afirmação I:
O domínio da função é formado pelo conjunto de valores das variáveis x, y e z, que
são três, portanto, a dimensão do domínio será 3, podendo representar o domínio
por D ∈ R3. Logo, a afirmação I está correta.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Análise da afirmação II:
Para o consumo de 45m3 de água, 2550kWh de energia elétrica e 880h de traba-
lho, podemos calcular o custo total utilizando a função desenvolvida.
C ( x, y, z ) = 7, 35 x + 0, 65 y + 19 z
C ( 45, 2550, 880 ) = 7, 35 ⋅ 45 + 0, 65 ⋅ 2550 + 19 ⋅ 880 = 18708, 25
C ( x, y, z ) = 7, 35 x + 0, 65 y + 19 z
18000 − 17050, 75
18000 = 7, 35 ⋅ 45 + 0, 65 y + 19 ⋅ 880 → y =
0, 65
y = 1460, 38
Para que o custo seja de R$18000,00, o consumo de energia elétrica deveria ser
em torno de 1460,38kWh, portanto, para que o custo não exceda R$18000,00, o
consumo de energia elétrica deveria ser até 1460kWh. Logo, a afirmação III está
correta.
Portanto, a alternativa correta é a letra e).
Solução:
Como a função é dada, basta analisarmos as afirmações apresentadas.
Análise da afirmação I:
Se a quantidade de unidades do bem II (y) é o dobro da quantidade de unidades do
bem I (x), então podemos escrever que y = 2x, como sabemos o valor da função uti-
lidade calculada nestas condições, U(x,y) = 32, podemos substituir na função dada.
32
U ( x, y ) = x ⋅ y → 32 = x ⋅ 2 x → 32 = 2 x 2 → x = =4
2
Logo, a afirmação I está correta.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
para suas variáveis independentes, neste caso, as variáveis independentes são x e
y, e como são duas, o espaço dos números reais é R2, podendo então escrever D ∈
R2. Logo, a afirmação II está correta.
A FUNÇÃO DE COBB-DOUGLAS
Sendo:
P = Quantidade produzida.
K = Capital empregado.
L = Quantidade de trabalho envolvido.
A = Constante que depende da tecnologia envolvida.
α = Parâmetro que varia de 0 a 1.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
P ( K , L ) = A ⋅ K 0,2 ⋅ L0,8
Sendo K a quantidade de capital investido (R$) e L a quantidade de trabalho en-
volvido (homens-hora). Analise as afirmações a seguir.
I) Se a produtividade for de 1000 unidades quando o capital investido for de
R$15000,00 e a quantidade de horas empregadas de 300h, o valor de A será
de aproximadamente 3,2.
II) O domínio desta função é formado por todos os possíveis valores de K e L,
se considerarmos que ambos não podem ser negativos, a expressão para o
domínio seria D = {(K,L) ∈ R2/ K ≥ 0 e L ≥ 0}.
III) Admitindo que o parâmetro A seja igual a 3, para um capital investido de
R$20000,00 e o consumo de 250h de trabalho, a produtividade será de apro-
ximadamente 1801 unidades.
Solução:
Como a função já foi definida, devemos analisar cada afirmação.
Análise da afirmação I:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Substituindo os valores de produtividade, capital investido e horas trabalhadas,
teremos:
P ( K , L ) = A ⋅ K 0,2 ⋅ L0,8 → 1000 = A ⋅ 150000,2 ⋅ 3000,8
1000
=A = 1, 52
656
Neste primeiro tópico da Unidade I, você viu algumas das principais funções
utilizadas em Economia, que envolvem mais de uma variável independente. A
maneira de resolver qualquer função que tenha mais de uma variável é muito
parecida com as funções de uma variável independente apenas, a diferença está
no fato de que a variável dependente sofre maior número de variações de valor
por estar associada a mais de uma variável independente. Em seguida, você verá
a representação gráfica de algumas funções com duas variáveis independentes.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Um gráfico é uma imagem que apresenta os valores obtidos para uma função
de acordo com os valores admitidos para suas variáveis independentes. Por se
tratar de uma figura que pode ser em duas ou três dimensões, conseguimos repre-
sentar graficamente funções de uma variável independente (Matemática para
Economistas I) e de duas variáveis independentes, uma vez que cada variável
dependente das funções também aparecerá no gráfico. Desta maneira, funções
do tipo z = f(x,y) são representadas em gráficos tridimensionais (3D), sendo que
uma dimensão é dada pelos valores calculados de z (valor da função), e as outras
duas dimensões são representadas pelas variáveis independentes x e y.
Por exemplo, se retomarmos a função lucro apresentada no exemplo apli-
cado 1, dada por:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
L ( x, y ) = 450 x + 380 y → z = 450 x + 380 y
x 104
2
1.5
lucro
0.5
0
20
15 20
10 15
10
5 5
y 0 0 x
Figura 1 – Representação da função lucro em três dimensões
Fonte: o autor.
Observe que a Figura 1 mostra como os valores da função lucro variam com
os valores das variáveis independentes x e y, de maneira que se pode observar
que, para valores baixos de x e y, o lucro é baixo, conforme aumentam os valo-
res de x e y, o lucro também aumenta.
A mesma análise pode ser feita para a função utilidade descrita no exemplo
aplicado 3 e para a função de Cobb-Douglas do exemplo aplicado 4, conside-
rando A = 3.
U ( x, y ) = x ⋅ y → z = x ⋅ y
P ( K , L) = 3 ⋅ K 0,2 ⋅ L0,8 → z = 3 ⋅ K 0,2 ⋅ L0,8
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
100
80
60
utilidade
40
20
0
10
10
5 8
6
4
2
y 0 0 x
Figura 2 – Representação da função utilidade
Fonte: o autor.
2500
2000
produtividade
1500
1000
500
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
0
400
300 2
200 1.5
100 1 x 104
0.5
y 0 0 x
Figura 3 – Representação da função de Cobb-Douglas
Fonte: o autor.
CURVAS DE NÍVEL
Curvas de Nível
28 UNIDADE I
350
+2e+03 +2.2e+03
+1.6e+03
300
+1.2e+03
+1.8e+03
250
+ 800
+400
200 +1.4e+03
y
150
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
+1e+03
100
+600
50
+200
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
x x 104
Figura 4 – Curvas de nível para a função de produtividade de Cobb-Douglas do exemplo aplicado 4
Fonte: o autor.
P ( K , L ) = 3 ⋅ K 0,2 ⋅ L0,8
333, 33 333, 33
1000 = 3 ⋅ K 0,2 ⋅ L0,8 → L0,8 = 0 ,2
� K 0 ,2 = 0 ,8
� ou
K L
333, 33 333, 33
L0,8 = = → L = 0,8 52, 83 = 142, 43h
K 0 ,2 100000,2
Solução:
Como a função não apresenta restrições para o cálculo do limite, podemos subs-
tituir os valores de x e y para determinar o valor da função para estas variáveis.
lim ( 3, 5 x − 2, 8 y ) = 3, 5 ⋅ 3 − 2, 8 ⋅ 4 = −0, 7
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
( x , y ) →( 3 , 4 )
Solução:
Analisando a função, observa-se que ela não é definida quando z = 0, pois haveria
divisão por zero e não seria possível resolver. No entanto, para os pontos forneci-
dos, basta substituirmos os valores das variáveis na função dada.
5 5
0, 9 x + 12 y 2 + = 0, 9 ⋅ 2 + 12 ⋅ 32 + = 114, 8
( x , y , z )→( 2 ,3,1)
lim
z 1
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta primeira unidade do livro de Matemática para Economistas II, você relem-
brou o conceito de função e pôde ampliá-lo para funções com mais de uma
variável independente, estudando alguns tipos particulares de funções aplica-
das na economia, como as funções lucro, custo, receita, utilidade e de produção
de Cobb-Douglas, analisando o comportamento de cada uma delas.
Os gráficos das funções de mais de uma variável independente foram uti-
lizados para verificar o comportamento da função de acordo com as variações
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Considerações Finais
32
P ( K , L ) = 4 K 0,3 L0,7
Sendo K o capital investido na produção (R$) e L, a mão-de-obra utilizada (h),
analise as afirmações a seguir:
I. A utilização de R$12.000,00 de capital investido e 360h de trabalho rende
uma produtividade de 4.123 unidades, aproximadamente.
34
II. Para que se tenha uma produtividade de 5.000 unidades com um investi-
mento de R$20.000,00, são necessárias, aproximadamente, 381h de traba-
lho.
III. Uma produtividade de 3.000 unidades que consuma 300h de trabalho ne-
cessitará de, aproximadamente, R$15.337,20 de capital investido.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) II e III, apenas.
5. A construção de um gráfico em três dimensões para uma função receita permi-
te encontrar curvas de nível que ocorrem quando o valor da receita se mantém
e apenas os valores das variáveis independentes sofrem modificações. Cada
curva que apresenta o mesmo valor da receita é chamada de isorreceita. Con-
sidere a seguinte função receita em que x representa a quantidade de um pro-
duto A, e y, a quantidade de um produto B:
R ( x, y ) = 45 x + 23 y
Para iniciar nossos estudos separei para vocês um artigo que trata da importância da
simulação de processos produtivos na fase de projetos. O título é "Aplicação da função
Cobb-Douglas para análise da produtividade no setor aéreo: o caso da Gol". A seguir,
vocês verão alguns trechos do artigo, que pode ser lido na íntegra no link que está apon-
tado nas referências desta unidade. Boa leitura.
A teoria da produção tem um papel fundamental tanto na indústria de bens quanto de
serviços como ferramenta de gestão econômica das empresas. Essa função mostra de
que maneira os insumos devem ser combinados para gerar um produto ou serviço da
forma mais eficiente.
No transporte aéreo, estimar a função de produção é importante para a análise da capa-
cidade de produção que, neste trabalho, é descrita por meio do produto RevenuePassen-
ger Kilometer (RPK) obtido pela utilização dos insumos capital (taxa de utilização média
das aeronaves, em horas, multiplicada pelo número médio de aeronaves operacionais
no período) e trabalho (quantidade de funcionários). Trata-se de uma escolha simplifi-
cada de insumos, cabendo destacar que outros insumos podem fazer parte da função,
como combustíveis, por exemplo (Bettini e Oliveira, 2011). Ainda assim, considera-se
que a função de produção obtida permite avaliar o rendimento dos insumos considera-
dos na produção total da empresa, podendo ser tomada como uma ferramenta de apoio
à decisão sobre melhora de produtividade e modernização de sistemas e processos.
Neste artigo, utiliza-se a função Cobb-Douglas, publicada em 1928 (Cobb e Douglas,
1928) para estimar a função produção, que é apresentada da seguinte forma:
Q = AKβ2Lβ3
Onde Q representa o produto, enquanto K e L são os insumos considerados (capital e
trabalho, respectivamente), A é uma constante e β1 e β2 são parâmetros. Aplicando o
logaritmo para ambos os lados da equação e chamando o termo constante de β1,
tem-se:
LnQ = β1 + β2LnK + β3LnL
Esta é uma forma linearizada da função para que se possa aplicar a técnica de regressão
pelo método dos mínimos quadrados ordinários.
Este trabalho tem o objetivo de demonstrar a aplicação da Função Cobb-Douglas ao
transporte aéreo como ferramenta de análise de produtividade do setor, utilizando da-
dos de produção e insumos da empresa Gol Linhas Aéreas no período de 2003 a 2009.
A aplicação da função Cobb-Douglas através de uma regressão utilizando o método dos
mínimos quadrados ordinários mostrou uma boa correlação entre as variáveis RPK (pro-
duto), HVT (capital) e FUN (trabalho) no período anterior à aquisição da Varig.
36
Material Complementar
REFERÊNCIAS
1. Alternativa E.
Considerando que cada modelo A de ar-condicionado seja representado pela
letra x, e cada modelo B de ar-condicionado seja representado pela letra y. A
função receita pode ser escrita como:
R ( x, y ) = 350 x + 280 y
Análise da afirmação I)
Para a manutenção de 15 ares-condicionados do modelo A e 22 ares-condicio-
nados do modelo B, a receita será de:
8800
R ( x, y ) = 350 x + 280 y → 13000 = 350 ⋅ 12 + 280 y → y = = 31, 43
280
É necessário fazer a manutenção de mais de 32 ares-condicionados do modelo
B. Logo, a afirmação III está correta.
Corretas: I e III, apenas.
GABARITO
2. Alternativa E.
A função custo pode ser definida por:
C ( x, y ) = 35 x + 52 y + 1500
Análise da afirmação I)
Para determinar o custo de produção de 80 unidades de A e 130 unidades de B,
basta substituirmos na função custo.
3500
U ( x, y ) = x 2 ⋅ y → 3500 = x 2 ⋅ 35 → x = = 10
35
5000
P ( K , L ) = 4 K 0,3 L0,7 → 5000 = 4 ⋅ 200000,3 ⋅ L0,7 → L = 0,7 = 381, 29 ≈ 381h
78
3000
P ( K , L ) = 4 K 0,3 L0,7 → 3000 = 4 ⋅ K 0,3 ⋅ 3000,7 → K = 0,3 = 6362,19
216, 79
R ( x, y ) = 45 x + 23 y → R ( 30, 30 ) = 45 ⋅ 30 + 23 ⋅ 30 = 2040
4550
R ( x, y ) = 45 x + 23 y → 4550 = 45 x + 23 ⋅ 2 x → x = = 50
91
43
GABARITO
Isso representaria uma redução em torno de 20%, e não 30% como diz o enun-
ciado, logo, a afirmação III está incorreta.
Corretas: I, apenas.
ANOTAÇÕES
45
ANOTAÇÕES
Prof. Dr. Fernando Pereira Calderaro
II
UNIDADE
DERIVADAS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Entender como determinar as derivadas parciais.
■■ Aplicar a regra da cadeia para resolver derivadas.
■■ Encontrar máximos e mínimos de funções.
■■ Entender algumas aplicações das derivadas em Economia.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Derivadas parciais
■■ Regra da cadeia
■■ Máximos e mínimos
■■ Aplicações em Economia
49
INTRODUÇÃO
Introdução
50 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DERIVADAS PARCIAIS
df lim f ( x0 + h) − f ( x0 )
( x0 ) =
dx h→ 0 h
DERIVADAS
51
∂f ∆f
( x0 , y0 ) = f y ( x0 , y0 ) = lim
∂y ∆ y →0 ∆ y
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exemplo 1: considere uma função potência dada pela expressão f(x,y) = x3 y2 + 7x2
y + 8x, calcule as derivadas parciais para esta expressão.
Solução: como temos uma função com duas variáveis independentes, a derivada
será calculada pela derivada parcial, para tanto, podemos realizar a derivada ini-
cialmente para x, mantendo y constante. Se separarmos a função em três partes,
x3 y2, 7x2y e 8x, calculamos as derivadas individualmente e depois somamos.
∂ 3 2
∂x
( )
x y = 3 x2 y 2
∂
∂x
( )
7 x2 y = 14 xy
∂
(8 x) = 8
∂x
Portanto, a derivada parcial da função dada em relação a x é:
∂f ∂ 3 2
=
∂x ∂x
( )
x y + 7 x2 y + 8 x = 3 x2 y 2 + 14 xy + 8
Derivadas Parciais
52 UNIDADE II
∂
∂y
( )
7 x2 y = 7 x2
∂
(8 x) = 0
∂y
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
∂f ∂ 3 2
=
∂y ∂y
(
x y + 7 x2 y + 8 x = 2 x3 y + 7 x2 )
Observe que a análise das derivadas para funções de mais de uma variável deve
ser feita de maneira separada, pois as expressões resultantes são diferentes entre si.
xy
b) f ( x, y ) =
x + y2
c) f ( x, y ) = 3 xe y
Solução:
a) a derivada parcial da função dada em relação a x e y deve ser calculada utili-
zando a regra do produto, se dividirmos a função em duas partes, teremos:
g ( x, y ) = x 2 + 3 y
h( x, y ) = ln( x)
A regra do produto nos diz que:
f ( x , y ) = g ( x , y ) . h ( x , y ) → f '( x , y ) = g '( x , y ) . h ( x , y ) + g ( x , y ) . h '( x , y )
DERIVADAS
53
∂y
g ( x, y ) = xy
h ( x, y ) = x + y 2
∂f
= fx =
( )
y . x + y 2 − xy . (1) xy + y 3 − xy
= =
y3
∂x 2 2 2
x + y2 ( )x + y2 (
x + y2 ) ( )
Considerando x = 2 e y = 3, determinamos o valor da derivada parcial.
∂f 33 27
(2, 3) = f x (2, 3) = 2
= = 0, 223
∂x 121
2 + 32 ( )
Derivadas Parciais
54 UNIDADE II
∂f
= fy =
( )
x . x + y 2 − xy . (2 y ) x2 + xy 2 − 2 xy 2
= =
x2 − xy 2
∂y 2 2 2
x + y2 ( ) x + y2 (
x + y2 ) ( )
Considerando x = 2 e y = 3, determinamos o valor da derivada parcial.
∂f 22 − 2 . 32 − 14
(2, 3) = f y (2, 3) = 2
= = − 0,116
∂y 121
2 + 32 ( )
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Portanto, fx(2,3) = 0,223 e fy(2,3) = -0,116.
c) a derivada parcial da função dada em relação a x e y deve ser calculada utili-
zando a regra do produto, se dividirmos a função em duas partes, teremos:
g ( x, y ) = 3 x
h ( x, y ) = e y
DERIVADAS
55
No próximo tópico, iremos trabalhar com a regra da cadeia para resolver outros
problemas de derivação de funções de mais de uma variável independente.
REGRA DA CADEIA
Regra da Cadeia
56 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dF ∂ f . dx + ∂ f . dy
=
dt ∂ x dt ∂ y dt
Exemplo 3: sejam f(x,y) = 7x-3y+5 com x(t) = 3t e y(t) = 2t+1. Determine a derivada
da função f em relação a t, fazendo substituição direta e aplicando a regra da cadeia.
F (t ) = 15t + 2
dF
= 15
dt
Aplicando a regra da cadeia ficamos com:
∂f dx ∂f dy
=7 =3 = −3 =2
∂x dt ∂y dt
dF ∂ f . dx + ∂ f . dy =
= 7 . 3 + (− 3). 2 = 21 − 6 = 15
dt ∂ x dt ∂ y dt
DERIVADAS
57
MÁXIMOS E MÍNIMOS
Máximos e Mínimos
58 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2
D (a , b) = f xx . f yy − f xy
f ( x, y ) = x 2 + y 2 − 3 x − 4 y + 5
∂f
= f x = 2 x − 3= 0 → x = 3 / 2
∂x
∂f
= f y = 2 y − 4= 0 → 4 = 2
∂y
DERIVADAS
59
f xx = 2
f yy = 2
f xy = 0
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
APLICAÇÕES EM ECONOMIA
Aplicações em Economia
60 UNIDADE II
FUNÇÕES MARGINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Produtividade marginal
P ( K , L) = 3 K 0,75 L0,25
Para um capital utilizado na produção de R$15000,00 e uma utilização de 450h de
trabalho, determine as produtividades marginais de capital e de trabalho.
∂P
= PK = 3 . 0, 75. K − 0,25 . L0,25 = 2, 25 . K− 0,25 . L0,25
∂K
Substituindo os valores de K = 15000 e L = 450, a produtividade marginal do ca-
pital é dada por:
∂P
(15000, 450) = PK (15000, 450) = 2, 25 . 15000− 0,25 . 4500,25
∂K
DERIVADAS
61
∂P
= PL = 3 . 0, 25. K 0,75 . L− 0,75 = 0, 75 . K 0, 75 . L− 0, 75
∂L
Substituindo os valores de K = 15000 e L = 450, a produtividade marginal do ca-
pital é dada por:
PL = 0, 75 . 150000,75 . 450− 0,75 = 10, 40
A produtividade marginal do capital indica que, se o capital utilizado passar de
R$15000,00 para R$15001,00, a produtividade aumenta em 0,936 unidades. Já a
produtividade marginal do trabalho indica que, se as horas empregadas de tra-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Aplicações em Economia
62 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Observe que as derivadas parciais não dependem das quantidades vendidas de
cada produto, indicando que a venda de uma unidade a mais do produto A au-
menta o lucro em R$150,00, a venda de uma unidade a mais do produto B aumen-
ta o lucro em R$175,00 e a venda de uma unidade a mais do produto C aumenta
o lucro em R$205,00.
Solução: o ponto de máximo pode ser encontrado pelas derivadas parciais apli-
cadas à função lucro.
Lx = −0, 006 x − 0, 01 y + 25 = 0
Ly = −0, 004 y − 0, 01x + 18 = 0
DERIVADAS
63
− 0, 0076 x+ 8 = 0 → x = 1052, 63
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Substituindo para y
Aplicações em Economia
64 UNIDADE II
∇f ( x0 , y0 ) = λ∇g ( x0 , y0 )
f y ( x, y ) = l g y ( x, y )
g ( x, y ) = c
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
otimização e respeitam a restrição dada. Todas as expressões apresentadas para
funções de duas variáveis independentes podem ser expandidas para três ou
mais variáveis independentes.
Exemplo 8: considerando a função f(x,y) = x2+y2, sujeito a uma restrição dada por
g(x,y) = x+y - 8 = 0. Determine os pontos de máximo ou mínimo pelo método dos
multiplicadores de Lagrange.
L ( x, y,l ) = x2 + y 2 − l ( x + y − 8)
As derivadas parciais são calculadas e igualadas a zero.
Lx = 2 x − l = 0
Ly = 2 y − l = 0
Ll = x + y − 8 = 0
Da derivada Lx encontramos que x=λ/2, e da derivada Ly encontramos que y=λ/2.
Substituindo estes valores de x e y na derivada Lλ, obtemos:
λ λ
+ − 8=0→λ =8
2 2
Assim, determinamos que x = 4 e y = 4, então o ponto (4,4) é um ponto de máximo
ou mínimo da função.
DERIVADAS
65
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta segunda unidade do livro de Matemática para Economistas II, você apren-
deu a calcular derivadas de funções de mais de uma variável independente
aplicando a regra das derivadas parciais, que ocorrem com derivação em rela-
ção a uma das variáveis da função, mantendo as demais constantes.
Em seguida, você aprendeu a aplicar a regra da cadeia para determinar a
derivada de funções compostas, e deve ter percebido que a maneira de resolvê-
-la é muito parecida com a regra da cadeia para funções de uma variável apenas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Considerações Finais
66
Para esta unidade, separei para vocês um artigo que trata da estimativa da elasticidade
preço e renda da demanda residencial, industrial e comercial de energia elétrica no perí-
odo de 2000 a 2015. O título é "Elasticidade preço e renda da demanda por energia elé-
trica nas regiões brasileiras: uma abordagem através de painel dinâmico". A seguir, vocês
verão alguns trechos do artigo, que pode ser lido na íntegra no link que está apontado
nas referências desta unidade. Boa leitura.
A estabilidade econômica alcançada após a implantação do Plano Real em 1994 levou a
economia nacional a retomada do crescimento econômico, através do controle da infla-
ção, do aumento da renda da população, e também pelo aumento na oferta por energia
elétrica. As taxas de expansão da oferta no setor elétrico até a primeira metade da dé-
cada de 90 apresentaram elevados índices, fundamentados principalmente nas dispo-
nibilidades de autofinanciamento por meio de tarifas reais, pelos recursos oriundos do
Governo Federal e o financiamento pelo capital externo (GOMES, 2010). Ademais, com o
fim do monopólio estatal do setor elétrico brasileiro em 1995, foi implantado um novo
modelo institucional, com base na livre competição nos mercados de geração, transmis-
são, distribuição e comercialização de energia elétrica pelo setor privado.
Através dessas mudanças foi criada uma nova política tarifária do setor elétrico nacio-
nal contextualizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), órgão da União
criado para regular e fiscalizar os novos agentes atuantes, além de realizar licitações e
novas concessões e fixar os critérios de reajustes tarifários do setor elétrico. Com a nova
política tarifária ocorreu mudanças na tributação, no padrão tecnológico, clima e nível
de renda, nas tarifas de energia elétrica e um aumento na influência na densidade de de-
manda e equilíbrio econômico-financeiro das empresas de distribuição (GOMES, 2010).
Mesmo com as mudanças nos fatores referentes à oferta de energia elétrico no Brasil,
em 2001 ocorreu uma crise no setor de energia elétrica, marcante pelas condições hi-
drológicas extremamente desfavoráveis verificadas nas regiões Sudeste e Nordeste. O
que obrigou o Governo Federal a criar a Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica
(GCE), com a finalidade de “propor e implementar medidas de natureza emergencial
para compatibilizar a demanda e a oferta de energia elétrica, de forma a evitar inter-
rupções intempestivas ou imprevistas do suprimento de energia elétrica” (CAMARGO,
2005). Implantando o programa de racionamento de energia elétrica, primeiramente
nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste e posteriormente na Região Norte.
Entre os trabalhos que tratam sobre o setor elétrico no âmbito nacional destacam-se
Andrade e Lobão (1997) que através da aplicação de um Vetor Auto Regressivo (VAR)
sob a representação de um modelo de Correção de Erro (VEC) estimou a demanda re-
sidencial de energia elétrica no Brasil no período de 1963/95. Schmidt e Lima (2004)
que estimaram a elasticidade renda e preço da demanda por energia elétrica no Brasil,
nas três classes: residencial, industrial e comercial no período de 2001 a 2005, além de
estimar a previsão de consumo para os próximos cinco anos posteriores ao período de
estudo. Mattos (2004) que analisou a demanda por energia elétrica nos três segmentos
no Estado de Minas Gerais no período de 1970 a 2002. Gomes (2010) que estimou as
70
Material Complementar
72
REFERÊNCIAS
1. Alternativa D.
A função de produção é fornecida na forma:
P ( x, y ) = 330 x + 15 y + 20 xy − 1, 5 x2 − 0, 5 y 2
Podemos analisar as afirmações individualmente.
Análise da afirmação I)
Considerando uma quantidade de máquinas utilizadas de 25 e 415h de trabalho,
a produtividade marginal para o capital pode ser determinada aplicando-se a
derivada parcial em relação a x:
Px = 330 + 20 y − 3 x → Px (25, 415) = 330 + 20 . 415 − 3 . 25 = 8555
A produtividade marginal para o capital será de 8555 pares de calçados, logo, a
afirmação I está correta.
Análise da afirmação II)
A produtividade marginal para o tempo consumido na produção é determinada
pela derivada parcial da função produtividade.
Py = 15 + 20 x − y → Py (25, 415) = 15 + 20 . 25 − 415 = 100
R ( x, y ) = 5500 x − 3 x2 + 6300 y − 4 y 2
O lucro será definido pela diferença entre receita e custo, dado por:
L ( x, y ) = −3 x2 − 4 y 2 + 5500 x + 6300 y − (45000 + 250 x + 250 y )
L ( x, y ) = −3 x2 − 4 y 2 + 5500 x + 6300 y − 45000 − 250 x − 250 y
L ( x, y ) = −3 x2 − 4 y 2 + 5250 x + 6050 y − 45000
75
GABARITO
Análise da afirmação I)
Se o preço do produto A for de R$2500,00, determinamos a quantidade de A que
será vendida.
p1 = 5500 − 3 x → 2500 = 5500 − 3 x → x = 1000 unidades
Se o preço do produto B for de R$2300,00, determinamos a quantidade de B que
será vendida.
p2 = 6300 − 4 y → 2300 = 6300 − 4 y → y = 1000 unidades
Para x = 1000 unidades e y = 1000 unidades, o lucro da empresa será de:
L ( x, y ) = −3 x2 − 4 y 2 + 5250 x + 6050 y − 45000
L (1000,1000) = − 3 . 10002 − 4 . 10002 + 5250 . 1000 + 6050 . 1000 − 45000
L (1000,1000) = −3000000 − 4000000 + 5250000 + 6050000 − 45000
L (1000,1000) = 4255000
O lucro será de R$4.255.000,00.
Portanto, a afirmação está correta.
Análise da afirmação II)
Se o preço do produto A for de R$2800,00, determinamos a quantidade de A que
será vendida.
p1 = 5500 − 3 x → 2800 = 5500 − 3 x → x = 900 unidades
Se o preço do produto B for de R$1900,00, determinamos a quantidade de B que
será vendida.
p2 = 6300 − 4 y → 1900 = 6300 − 4 y→ y = 1100 unidades
Para x = 900 unidades e y = 1100 unidades, o lucro da empresa será de:
L ( x, y ) = −3 x2 − 4 y 2 + 5250 x + 6050 y − 45000
L (900,1100) = − 3 . 9002 − 4 . 11002 + 5250 . 900 + 6050 . 1100 − 45000
L (900,1100) = −2430000 − 4840000 + 4725000 + 6655000 − 45000
L (1000,1000) = 4065000
O lucro será de R$4.065.000,00.
A afirmação II está incorreta.
Análise da afirmação III)
O lucro máximo será encontrado nos pontos em que x e y resultam no valor
máximo da função, e isso pode ser determinado igualando as derivadas parciais
GABARITO
a zero.
Lx = − 6 x + 5250 = 0 → x = 875
Ly = − 8 y + 6050 = 0 → y = 756, 25 ≈ 756
R ( x, y ) = 3500 x − 2 x2 + 4000 y − 3 y 2
O lucro será definido pela diferença entre receita e custo, dado por:
L ( x, y ) = 3500 x − 2 x2 + 4000 y − 3 y 2 − (300 + 15( x + y ))
L ( x ) = − 2 . x2 + 3485 . x + 1237538
L ( x ) = − 2 . x2 + 3485 . x + 1237538
Cons ( x, y ) = 7, 25 x + 0, 65 y − 600 = 0
Ll = 7, 25 x + 0, 65 y − 600 = 0
79
GABARITO
L ( x, y, l ) = 2, 5 xy − l (7 x + 0, 65 y − 600)
Lx = 2, 5 y − 7λ = 0 → y = 2, 8λ
Ly = 2, 5 x − 0, 65λ = 0 → x = 0, 26λ
Ll = 7 x + 0, 65 y − 600 = 0
Substituindo os valores de x e y na derivada Lλ
600
7 . 0, 26λ + 0, 65 . 2, 8λ − 600 = 0 → λ = = 164, 8
3, 64
III
UNIDADE
VETORES
Objetivos de Aprendizagem
■■ Entender o conceito de vetor.
■■ Aprender a fazer operações com vetores.
■■ Calcular o comprimento e o produto interno entre vetores.
■■ Entender algumas aplicações dos vetores em Economia.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Definições
■■ Álgebra de vetores
■■ Comprimento e produto interno
■■ Aplicações em Economia
85
INTRODUÇÃO
Introdução
86 UNIDADE III
DEFINIÇÕES
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tando é o sentido do vetor e a posição do
corpo do vetor (inclinado, horizontal ou ver-
tical) é sua direção (AXLER, 2016).
Nas Figuras 1 e 2 são apresentados alguns vetores
dispostos em um eixo de coordenadas xy (bidimensional).
4 y
3
2
1
x
0
-6 -4 -2 0 2 4 6 8
-1
-2
-3
-4
Figura 1 – Representação de alguns vetores em um eixo de coordenadas xy
Fonte: adaptado de Simon e Blume (2004).
VETORES
87
y
4
(1, 3)
3
(-2, 2)
2
1 (2, 1)
(4, 0) x
0
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
-1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
-2
(-4, -2)
-3
Figura 2 – Vetores partindo da origem e com as coordenadas da ponta da seta
Fonte: adaptado de Simon e Blume (2004).
Definições
88 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ÁLGEBRA DE VETORES
As quatro operações fundamentais que são aplicadas a vetores são a soma, a sub-
tração, a multiplicação por um escalar e o produto escalar, também conhecido
como produto interno.
As três primeiras serão vistas nesta seção, o produto interno será visto mais
adiante.
SOMA DE VETORES
VETORES
89
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
u + v = ( a , b, c ) + ( x , y , z ) = ( a + x , b + y , c + z )
u+ v = v + u (comutativa)
u + (v + w) = (u + v) + w (associativa)
Vejamos um exemplo.
Solução:
a) u + v = (5, 7, 8) + (−2, 6,1) = (3,13, 9)
b) u + w = (5, 7, 8) + (0, 3, −9) = (5,10, −1)
c) v + w = (−2, 6,1) + (0, 3, −9) = (−2, 9, −8)
d) v + u = (−2, 6,1) + (5, 7, 8) = (3,13, 9)
e) (u + v ) + w = (5 7, 8) + (− 2, 6,1) + (0, 3, − 9) = (3,13, 9) + (0, 3, − 9) = (3,16, 0)
f ) u + (v + w ) = (5, 7, 8) + (− 2, 6,1) + (0, 3, − 9) = (5, 7, 8) + (− 2, 9, − 8) = (3,16, 0)
[ ]
Álgebra de Vetores
90 UNIDADE III
SUBTRAÇÃO DE VETORES
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Observe que a propriedade comutativa na subtração não é válida, pois os veto-
res resultantes são distintos. Vejamos mais um exemplo.
Solução:
a) u − v = (1, 0, 3) − (2, 5, −12) = (1 − 2, 0 − 5, 3 + 12) = (−1 − 5,15)
VETORES
91
Álgebra de Vetores
92 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
COMPRIMENTO E PRODUTO INTERNO
COMPRIMENTO DE UM VETOR
Considere um vetor genérico u, o módulo (dimensões) deste vetor pode ser repre-
sentado por |u|, e a direção é definida por um ângulo θ que o vetor forma com
a horizontal. Se o vetor u pode ser representado pelas coordenadas em R2 (a,b),
então o módulo do vetor pode ser determinado pela equação a seguir.
u = a 2 + b2
u = a 2 + b2 + c 2
VETORES
93
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b) u = a 2 + b2 = 42 + 12 = 4,12
c) w = a 2 + b2 + c2 = 2
(−2) + 32 + 02 = 3, 61
Observe que, se as coordenadas possuírem uma unidade de medida (como cm, por
exemplo), o módulo do vetor também apresentará a mesma unidade de medida.
PRODUTO INTERNO
O produto interno ou produto escalar é uma multiplicação que ocorre entre dois
vetores, não devemos confundir o produto interno com a multiplicação por esca-
lar, pois, neste último caso, um número multiplica um vetor.
Na multiplicação entre dois vetores, devemos multiplicar cada termo entre
os dois vetores e somá-los ao final. A representação do produto escalar é a de um
ponto entre os dois vetores que estão sendo multiplicados. Considere os vetores
u = (a,b) e v = (x,y), o produto escalar entre os dois vetores é representado por:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
u . v = (a, b). ( x, y ) = ax + by
u . v = v . u(comutatividade);
u . (v + w ) = u . v + u . w (distributiva )
( pu). v = u . pv = p (u . v );
2
u. u= u
Solução:
a) 3u . v = 3(3, 5). (− 2, − 7) = (9,15). (− 2, − 7) = 9 . (− 2) +15 . (− 7)
3u . v = − 18+ (− 105) = − 123
VETORES
95
Essas são as principais regras para se representar e operar vetores utilizando suas
coordenadas. Desta maneira, podemos considerar algumas aplicações da repre-
sentação vetorial para a Economia.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
APLICAÇÕES EM ECONOMIA
Simon e Blume (2004) apresentam algumas aplicações dos vetores e dos espaços
vetoriais (conjuntos de vetores) para Economia, sendo os conjuntos orçamentá-
rios no Espaço-Mercadoria e Espaço-Insumo.
O Espaço-Mercadoria é o espaço vetorial que possui uma cesta de merca-
dorias, se considerarmos uma economia que possui n mercadorias, sendo que
xi representa a quantidade de mercadorias i, o vetor que representa essa cesta de
mercadorias é definido por:
x = ( x1 , x2 ,…, xn ) ,� � � para
� xi ≥ 0
Aplicações em Economia
96 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
p. x≤ I
Todos os valores que respeitam a equação acima fazem parte de um conjunto
numérico que recebe o nome de conjunto orçamentário.
O Espaço-Insumos é contemplado pelo conjunto de vetores insumos, que
podemos representar pela letra y:
y = ( y1 , y2 ,…, yn ) ,� � � para
� yi ≥ 0
Sendo o custo de cada insumo dado por wi, gerando um vetor w, o custo total
de uso dos insumos pode ser representado por:
w1 y1 + w2 y2 +…+ wn yn = w . y
Se o custo for representado pela letra C, então o custo é determinado pelo pro-
duto escalar apresentado.
w. y= C
VETORES
97
Solução: o vetor mercadoria é dado pelos valores das quantidades de cada pro-
duto e o vetor preço é dado pelo valor de cada produto, é importante definir a
ordem em que serão escritos os valores dos vetores. Se colocarmos em sequência
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A, B e C, então o primeiro valor nos dois vetores é o que está relacionado com o
produto A, o segundo com o produto B, e o terceiro, com o produto C.
x = (10, 8, 3) p = (1 85; 2, 35; 7, 80)
A operação que calcular o valor gasto pelo consumidor é o produto escalar entre
os dois vetores, dado por:
Gasto = p . x = (1, 85; 2, 35; 7, 80). (10, 8, 3) = 1, 85 . 10 + 2, 35 . 8 + 7, 8 . 3 = 60, 7
Com este exemplo, encerramos a Unidade III, ao final, você tem alguns exercí-
cios para treinar as técnicas apresentadas na utilização de vetores. Na próxima
unidade, iremos trabalhar com as matrizes e você verá que uma matriz pode ser
representada por um conjunto de vetores. Até lá!
Aplicações em Economia
98 UNIDADE III
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
As operações de soma, subtração e multiplicação por escalar são realizadas
de maneira que o resultado é outro vetor. Todas essas operações são realizadas
termo a termo entre cada coordenada, relacionando a primeira coordenada do
primeiro vetor com a primeira coordenada do segundo vetor, a segunda coor-
denada do primeiro vetor com a segunda coordenada do segundo vetor e assim
sucessivamente. Já o produto interno ou produto escalar tem como resultado
um número, havendo a multiplicação entre as coordenadas de cada vetor e a
soma de todas elas.
Todas as operações matemáticas podem ser realizadas com vetores de qualquer
dimensão, entre vetores do mesmo espaço vetorial. Se você estiver trabalhando
com vetores em duas dimensões, opere com vetores de duas dimensões, se for
vetor de cinco dimensões, opere com vetores de cinco dimensões.
Algumas das aplicações dos vetores em Economia são as cestas de merca-
dorias e de insumos, que ajudam a avaliar a renda utilizada para a aquisição de
tipos de produtos diferentes, associando-os aos vetores de preço da mercado-
ria e custo do insumo.
Na próxima unidade, iremos trabalhar com as matrizes, que podem ser
entendidas como combinações de vetores linha e coluna. Assim como nos veto-
res, é possível realizar operações matemáticas com as matrizes, seguindo algumas
regras elementares.
Aguardo você. Até lá!
VETORES
99
I. Utilizando um vetor mercadorias (x) e um vetor preço (p) para os itens ad-
quiridos ao mês para este consumidor, podemos dizer que a renda compro-
metida com essas compras é de R$199,83.
II. Se o preço de todos os produtos for acrescido em 15%, e a quantidade con-
sumida dobrar, o consumidor irá gastar R$459,90.
III. Se um desconto de 5% for aplicado a todos os preços dos produtos, a renda
comprometida do consumidor seria de R$175,23.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I e III, apenas.
4. Uma empresa consome 1250 kg de matéria-prima, 780 kWh e 240 m3 de água
em um mês de trabalho. Cada kg de matéria-prima custa R$0,85, a energia elé-
trica tem um custo de R$0,67/kWh e a água custa R$7,54/m3. Utilizando vetores
para representar o consumo de insumos e os custos de cada insumo, leia as
afirmações a seguir e analise-as.
I. Um acréscimo de 10% no consumo dos insumos acarretará um aumento no
custo mensal de R$339,47, comparando com as condições do enunciado.
II. Uma redução de 10% no consumo dos insumos acarretará uma redução no
custo mensal de R$295,25, comparando com as condições do enunciado.
III. Considerando um aumento nos preços de 15% e uma redução no consumo
de 5%, haverá um aumento no custo de R$316,38.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I e III, apenas.
101
5. Um casal estabeleceu que, no máximo, 25% de sua renda mensal seria aplicada
na aquisição de alimentos, vestuário e produtos de higiene. Ambos admitiram
que, em média, cada unidade de alimentos adquirida (kg, latas ou unidades)
tem um preço médio de R$5,75, cada unidade de vestuário tem um preço mé-
dio de R$22,30 e cada unidade de produtos de higiene possui um preço médio
de R$2,35. Considerando que se possa representar os alimentos, vestuário e
produtos de higiene como uma cesta de mercadorias de três itens, com seus
respectivos preços unitários, leia as afirmações a seguir e analise-as.
I. Se o consumo mensal for de 80 itens alimentícios, 12 unidades de vestuá-
rio e 30 itens de higiene, a renda mensal do casal deve ser de, no mínimo,
R$3.002,15.
II. Uma renda do casal de R$4.600,00 seria suficiente para adquirir 110 itens
alimentícios, 20 unidades de vestuário e 25 itens de higiene.
III. Se a renda mensal do casal for de R$3500,00, e forem consumidos 65 itens
de alimentos e 32 itens de higiene, então o máximo de itens de vestuário
consumido seria 21.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) II e III, apenas.
102
O artigo aqui apresentado avalia o valor-trabalho em sistemas simples que podem ser
representados por sistemas de equações ou transformados em vetores. O título é "Va-
lores-Trabalho, preços de reprodução e renda da terra". Alguns trechos do artigo são
apresentados, porém, pode ser lido na íntegra no link que está apontado nas referências
desta unidade. Boa leitura.
Este artigo analisa a determinação de valores-trabalho e preços em esquemas econômi-
cos muito simples, com apenas duas linhas de produção ou atividades. A análise pode
ser estendida para a economia com n atividades, mas, nesse caso, seria necessário uti-
lizar álgebra de matrizes. Optou-se por limitar a análise a situações artificialmente sim-
ples, que permitem discutir os principais problemas conceituais, sem necessidade de
usar uma notação matemática menos usual.
O valor-trabalho é o tempo de trabalho socialmente necessário à produção de uma
mercadoria. Por ser um “tempo de trabalho”, considera-se que o valor-trabalho é, evi-
dentemente, uma variável medida em escala cardinal. Isso não significa que seja fácil
medir o valor-trabalho em uma situação concreta como, por exemplo, o valor-trabalho
da produção brasileira de arroz.
A escala de medida que é associada a uma variável não é determinada pelas dificuldades
práticas de mensuração. O PNB do Brasil é uma grandeza cardinal, mas seria ingenuida-
de acreditar que o valor laboriosamente obtido pelo IBGE seja exatamente verdadeiro.
Não é trivial determinar o tempo “socialmente necessário” da definição do valor-trabalho
de uma mercadoria. Mas, nos esquemas analisados neste artigo, admite-se que todos os
trabalhadores são igualmente eficientes (trabalham com a mesma intensidade), fazendo
com que o tempo “socialmente necessário” coincida com o tempo efetivo de trabalho.
Os preços determinados nos esquemas apresentados adiante são apropriadamente de-
nominados de “preços de reprodução” por Possas (1982, p. 89; 1984, p. 78). Nesses es-
quemas, admite-se que a economia em um período reproduz exatamente o que ocorre
no período anterior.
Na próxima seção será analisado um esquema de produção simples de mercadorias,
isto é, uma economia na qual todo o capital é circulante e não há produção conjunta
(nem renda da terra). Cabe assinalar que nos esquemas sraffianos, o capital fixo e o uso
da terra correspondem a casos especiais de produção conjunta. Na produção de mi-
lho, o trator novo usado como insumo aparece como “trator com um ano de uso” nos
“produtos” do processo, e a área de terra aparece tanto entre os insumos como entre os
“produtos”. Assim, o produto é composto por milho, trator e terra.
É comum que artigos sobre a questão da transformação de valores-trabalho em preços
se limitem à produção simples de mercadorias. É o caso, por exemplo, de Gontijo (2009).
Não há dúvida de que a produção conjunta torna a análise mais complicada. Mas, como
veremos adiante, também abre novos horizontes.
103
Editora: Atlas
Sinopse: na elaboração deste texto de Matemática, os autores
procuraram tornar a obra acessível, deixando muitas vezes, o formalismo
típico do tratamento matemático para facilitar a assimilação da matéria
e tornar úteis e operacionais os conhecimentos assimilados. Em
consequência, é considerado o grau de comunicação entre texto e
aluno, além de tornar mais produtivo o esforço dos docentes da área.
Nesta quarta edição, simplificaram ainda mais a linguagem ao tratar de
questões como funções, limites e continuidade, funções compostas,
derivação. Em compensação, aumentaram em quantidade e qualidade
as aplicações, dando um tratamento mais detalhado sobre os tópicos,
como demanda e oferta de mercado, ponto de equilíbrio, ponto de
nivelamento, receita, custo e lucro totais, chegando mesmo a explorar
modelos matemáticos associados a monopólio e à competição pura. Nos
dois volumes foram inseridos mais de 2000 exercícios, dos quais cerca
de 300 são resolvidos.
105
REFERÊNCIAS
AXLER, S. Pré-Cálculo, uma Preparação para o Cálculo. 2. ed, Rio de Janeiro: LTC,
2016.
HOFFMANN, R. Valores-trabalho, preços de reprodução e renda da terra. Revista de
Economia Política, v. 33, n. 3, São Paulo, 2013. Disponível em: <http://www.scielo.
br/pdf/rep/v33n3/v33n3a02.pdf>. Acesso em: 28 set. 2018.
MENON, M. J. Sobre as origens das definições dos produtos escalar e vetorial. Revis-
ta Brasileira de Ensino de Física, São Paulo, v. 31, n. 2, 2009. Disponível em: <http://
www.scielo.br/pdf/rbef/v31n2/06.pdf>. Acesso em: 28 set. 2018.
SIMON, C. P.; BLUME, L. Matemática para Economistas. São Paulo: Bookman, 2004.
GABARITO
1. Alternativa B.
A operação entre os vetores é dada por:
C = 2 A + B → (2,13,10) = 2 . (2, 5, 8) + (− 2, 3, z ) → (2,13,10)
(2,13,10) = (4,10,16) + (− 2, 3, z ) → (2,13,10) = (2,13,16 + z )
3. Alternativa D.
Considerando a cesta de mercadorias apresentada com os preços, podemos or-
ganizar as informações em dois vetores, x para mercadorias e p para preços, ad-
mitamos uma sequência dada pela carne, arroz, feijão, ovos e verduras:
x = (5, 7, 4, 2, 35) p = (22 3, 5; 2, 9; 4, 99;1,225)
Análise da afirmação I)
O valor gasto pelo consumidor é determinado pelo produto escalar entre os ve-
tores x e p.
Gasto = x . p = (5, 7, 4, 2, 35). (22; 3, 5; 2, 9; 4, 99;1, 25)
Gasto = 110 + 24, 5 + 11, 6 + 9, 98 + 43, 75 = 199, 83
O gasto será de R$199,83 no mês.
Portanto, a afirmação I está correta
Análise da afirmação II)
Se os preços aumentarem em 15%, podemos calcular um novo vetor preço, mul-
tiplicando o anterior por 1,15.
p ‘ = 1,15 . p = 1,15 . (22; 3, 5; 2, 9; 4, 99;1, 25) = (25, 3; 4, 03; 3, 34; 5, 74;11, 44)
O novo gasto poderá ser calculado dobrando as quantidades do vetor mercado-
rias e multiplicando pelo novo vetor preço.
Gasto = 2 x . p' = 2 ⋅ (5, 7, 4, 2, 35). (25, 3; 4, 03; 3, 34; 5, 74;1, 44)
= (10,14, 8, 4, 70). (25, 3; 4, 03; 3, 34; 5, 74;1, 44)
= 253 + 56, 42 + 26, 72 + 22, 96 + 100, 8 = 459, 9
A afirmação II está correta
Análise da afirmação III)
Se aplicarmos um desconto de 5% ao vetor preço, podemos determinar um
novo vetor preço multiplicando o vetor inicial por um escalar que representa o
novo valor, de 0,95, ou seja, os novos preços são 95% do valor inicial. Considere-
mos um novo vetor preço p’.
p ‘ = 0, 95 . p = 0, 95 . (22; 3, 5; 2, 9; 4, 99;1, 25) = (20, 9; 3, 33; 2, 76; 4, 74;11,19)
4. Alternativa E.
Podemos escrever dois vetores, um para insumos (y) e outro para os custos (w),
utilizaremos a sequência de massa de matéria-prima, energia elétrica e água.
Análise da afirmação I)
Ao aplicarmos 10% de aumento no consumo de insumos, determinamos um
novo vetor insumo e, para comparar os custos, precisamos calcular o custo ini-
cial e o novo custo com o aumento de 10% no consumo. O novo vetor consumo
pode ser chamado de y’.
O custo mensal (C) para as condições iniciais é determinado pelo produto esca-
lar entre w e y.
C = (1250, 780, 240). (0, 85; 0, 67; 7, 54) = 1062, 5 + 522, 6 + 1809, 6 = 3394, 7
C ' = (1375, 858, 264). (0, 85; 0, 67; 7, 54) = 1168, 75 + 574, 86 + 1990, 56 = 3734,17
O novo custo mensal (C’’) para as novas condições é dado pelo produto escalar
entre w e y’’.
C '' = (1125, 702, 216). (0, 85; 0, 67; 7, 54) = 956, 25 + 470, 34 + 1628, 64 = 3055, 23
109
GABARITO
Para verificarmos a renda mínima do casal, devemos lembrar que ambos haviam
acordado que, no máximo, 25% da renda seriam destinadas a essas aquisições,
portanto, podemos calcular o custo mensal (C) desta cesta de mercadorias.
C = x . p = (80,12, 30). (5, 75; 22, 3; 2, 35) = 460 + 267, 6 + 70, 5 = 798,10
798,10
Renda = = 3192, 4
0, 25
A renda deveria ser de, no mínimo, R$3.192,40.
Logo, a afirmação I está incorreta.
Análise da afirmação II)
Com os novos consumos, escrevemos um novo vetor cesta de mercadorias (x’).
x ‘ = (110, 20, 25)
O custo mensal (C’) desta cesta de mercadorias seria de:
C ‘ = x ’ . p = (110, 20, 25). (5, 75; 22, 3; 2, 35) = 632, 5 + 446 + 58, 75 = 1137,225
x ‘’ = (65, b, 32)
Se a renda for de R$3500,00, então o gasto mensal (C’’) deveria ser de, no máxi-
mo, 25% deste valor, ou seja:
Como o custo mensal é dado pelo produto escalar entre o vetor cesta de merca-
dorias (x’’) e o vetor preço (p), podemos encontrar o valor de b.
C ‘’ = x ‘’ . p = (65, b, 32). (5, 75; 22, 3; 2, 35) → 875 = 373, 75 + 22, 3b + 75, 2
875 − 448, 95
875 = 448, 95 + 22, 3b → b = = 19,11
22, 3
A quantidade de itens de vestuário seria de 19,11, como não podemos ter núme-
ros quebrados neste caso, e se deseja respeitar o uso máximo de 25% da renda,
podemos dizer que, no máximo, poderiam ser adquiridos 19 itens de vestuário.
Logo, a afirmação III está incorreta.
Corretas: II, apenas.
Prof. Dr. Fernando Pereira Calderaro
IV
UNIDADE
MATRIZES
Objetivos de Aprendizagem
■■ Entender o conceito de vetor.
■■ Aprender a fazer operações com vetores.
■■ Calcular o comprimento e o produto interno entre vetores.
■■ Entender algumas aplicações dos vetores em Economia.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Definições
■■ Álgebra matricial
■■ Determinantes
■■ Aplicações em Economia
115
INTRODUÇÃO
Introdução
116 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DEFINIÇÕES
MATRIZES
117
7 3
−1 5
2 0
Solução: para encontrar os elementos da matriz, analisamos as linhas e colunas apre-
sentadas. Esta matriz possui três linhas e duas colunas. O elemento a22 pertence à li-
nha 2 e à coluna 2, sendo o número 5. O elemento a31 pertence à linha 3 e à coluna 1,
sendo o número 2. O elemento a11 pertence à linha 1 e à coluna 1, sendo o número
7. O número -1 está na linha 2 e na coluna 1, sendo representado pelo elemento da
posição a21.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2 x + 3 y = 15
x − 4 y = 10
−x + 2 y = 8
2 3 15
1 −4 10
−1 2 8
Há mais de 190 anos foi detectada a importância das matrizes, sendo definidas
inicialmente por Cauchy em 1826, recebendo o nome de tableau (tabela). O nome
matriz somente surgiu em 1850 com James Joseph Sylvester, que foi popularizado
por Cayley em 1858 em sua obra Memoir on the Theory of Matrices.
Fonte: adaptado de Só Matemática ([2018], on-line)1.
Agora vamos analisar algumas operações que podem ser realizadas com matrizes.
Definições
118 UNIDADE IV
ÁLGEBRA MATRICIAL
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
As operações matemáticas aplicadas a matrizes são semelhantes às aplicadas a
vetores, sendo adição, subtração, multiplicação por escalar e multiplicação entre
matrizes. Também podemos encontrar a matriz transposta da matriz original.
ADIÇÃO
MATRIZES
119
Solução:
2 −1 5 2 7 1
C = A+ B = + =
0 3 −2 0 −2 3
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
SUBTRAÇÃO
A subtração de matrizes nada mais é do que somar duas matrizes, sendo que a
segunda é dada pelo negativo da matriz original, ou seja, podemos representar
A – B como A + (-B). Aplicar o negativo a uma matriz nada mais é do que alte-
rar o sinal de todos os elementos da matriz. Se uma matriz D for igual a A – B,
sendo A e B dados por:
a11 a12 a13 b11 b12 b13
A = a21 a22 a23 B = b21 b22 b23
a a32 a33 b b33
31 31 b32
Álgebra Matricial
120 UNIDADE IV
D = A− B =
[ [[ [[ [[
2 −1
0 3
−
5 2
−2 0
=
2 −1 −5 − 2
0 3
+
2 0 [
−3 −3
D=
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
3
2
E = B− A=
[ [[ [ [ [[
5 2 2 −1
−
−2 0 0 3
=
5 2
−2 0
+
−2 1
0 −3 [
3 3
E=
−2 −3
Observe que no exemplo 3, fizemos a subtração entre as duas matrizes de duas manei-
ras e obtivemos respostas diferentes, mesmo que os valores absolutos dos números
das matrizes D e E sejam iguais, os sinais diferentes indicam matrizes diferentes.
MATRIZES
121
2 −1 4 −2
F = 2× A = 2× =
0 3 0 6
A multiplicação entre matrizes só pode ser feita entre duas matrizes se o número
de colunas da primeira matriz for igual ao número de linhas da segunda matriz.
Podemos definir o produto de duas matrizes AB, se A for k x m e B for m x n,
a matriz resultante terá as dimensões k x n. Desta maneira, considere as duas
matrizes A e B dadas a seguir.
b11
A = [ a11 a12 a13 ]� � � � � � � � � � � � � � � � � � � B = b21
b
31
Álgebra Matricial
122 UNIDADE IV
b11
AB = A× B = [ a11 a12 � b21 = a11 × b11 + a12 × b21 + a13 × b31
a13 ]×
b
31
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Solução:
Inicialmente precisamos avaliar se o produto entre as matrizes é possível, e isso é
verificado pela quantidade de colunas e linhas das matrizes. O primeiro produto
ocorre entre A e B, a dimensão de A é 1 x 3 e da matriz B é 3 x 1, como o número
de colunas da matriz A é igual ao número de linhas da matriz B, esse produto é
possível. A segunda multiplicação ocorre entre A e C, as dimensões de A são 1 x 3
e de C são 3 x 2, como o número de colunas de A é igual ao número de linhas de
C, então o produto é possível de ser realizado.
4
AB = [3 2 5]× 3 = [12 + 6 + 0] = [18]
0
−1 0
AC = [3 2 5]× 2 5 = [−3 + 4 + 35 0 + 10 − 45] = [36 −35]
7 −9
Observe que o produto entre A e B resultou em uma matriz 1 x 1, e o produto entre
A e C resultou em uma matriz 1 x 2.
Entendidas algumas das operações que podem ser realizadas com matrizes, pode-
mos estudar as maneiras de calcular o determinante de uma matriz.
MATRIZES
123
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DETERMINANTES
a a12
A = 11
a21 a22
A diagonal principal se inicia no elemento a11 e termina no elemento a22, e a dia-
gonal secundária se inicia no elemento a12 e termina no elemento a21. Portanto,
podemos dizer que a diagonal principal começa na primeira linha no elemento
mais à esquerda, e a diagonal secundária se inicia na primeira linha no elemento
mais à direita.
Determinantes
124 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
[
11 12 13
B = 21 22 23
31 32 33 ] [11 12 13
B = 21 22 23
31 32 33 ] [
11 12 13
B = 21 22 23
31 32 33 ]
Diagonal Diagonal
principal secundária
Figura 2 - Diagonais de uma matriz 3x3
Fonte: o autor.
Para uma matriz 3x3, poderíamos até definir um conjunto de diagonais prin-
cipais e diagonais secundárias, e isso seria feito reescrevendo as duas primeiras
colunas da matriz do lado direito da matriz.
[ ]
11 12 13 11 12
21 22 23 21 22
31 32 33 31 32 [ ]
11 12 13 11 12
21 22 23 21 22
31 32 33 31 32
Diagonais Diagonais
principais secundárias
Figura 3 -Diagonais principais e secundárias em uma matriz 3x3
Fonte: o autor.
O determinante de uma matriz é dado pela soma entre o produto dos elementos
da(s) diagonal(is) principal(is) com o produto entre os elementos da(s) diago-
nal(is) secundária(s) com sinal invertido. Ou seja, calculamos o produto entre
os elementos da diagonal principal, calculamos o produto entre os elementos da
diagonal secundária, trocamos o sinal deste produto e então somamos ambos.
MATRIZES
125
[ [
1 2 2
1 5
A= B = −3 5 1
−2 3
−2 0 4
Solução:
a) O determinante da matriz A será dado por:
DA = 1× 3 − (5×(−2)) = 3 − (−10) = 13
b) O determinante da matriz B é dado pela aplicação da regra de Sarrus.
DB = 16 + 44 = 60
Determinantes
126 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
APLICAÇÕES EM ECONOMIA
REGRA DE CRAMER
MATRIZES
127
Montamos três matrizes, uma contendo os coeficientes das variáveis, nas outras
duas matrizes, substituímos uma das colunas das variáveis pela coluna dos ter-
mos independentes.
5 2 19 2 5 19
M = M1 = M2 =
6 −3 12 −3 6 12
do sistema de equações.
A regra de Cramer se resume a calcular o determinante das três matrizes
D, D1 e D2, e para determinar o valor da variável x1, dividimos o determinante
da matriz M1 (D1) pelo determinante da matriz M (D), e para encontrarmos o
valor da variável x2, dividimos o determinante da matriz M2 (D2) pelo determi-
nante da matriz M (D).
D1 D2
x1 = x2 =
D D
Logo:
−81 −54
x1 = =3 x2 = =2
−27 −27
Aplicações em Economia
128 UNIDADE IV
MODELO DE MERCADO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
representar as funções oferta e demanda para os produtos 1 e 2 como segue:
Qs1 = Qd 1 Qs1 = a0 + a1 P1 + a2 P2 Qd1 = b0 + b1 P1 + b2 P2
Qs 2 = Qd 2 Qs2 = a0 + a1 P1 + a2 P2 Qd 2 = b0 + b1 P1 + b2 P2
a0 + a1 P1 + a2 P2 = b0 + b1 P1 + b2 P2 → a0 + a1 P1 + a2 P2 − b0 + b1 P1 + b2 P2 = 0
ci = ai − bi γi = αi − βi
As equações para os produtos 1 e 2 seriam, respectivamente:
c0 + c1 P1 + c2 P2 = 0 → c1 P1 + c2 P2 = − c0
γ0 + γ1 P1 + γ2 P2 = 0 → γ1 P1 + γ2 P2 = − γ0
MATRIZES
129
Observe que tendo os valores dos parâmetros c e γ, ficamos com duas equa-
ções lineares com dois parâmetros P1 e P2 e, assim, conseguimos determinar os
preços de equilíbrio para ambos. Para encontrar as quantidades de equilíbrio,
bastaria retornar às equações de demanda e oferta de cada produto.
Exemplo 7: suponha que uma análise de mercado para dois produtos, 1 e 2, apre-
senta o seguinte conjunto de equações para oferta e demanda.
Produto 1:
Qs1 = −3 + 4 P1
Qd1 = 15 − 2 P1 + P2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Produto 2:
Qs2 = −1 + 3 P2
Qd 2 = 12 + P1 − P2
Solução:
Inicialmente, separamos os parâmetros de cada equação. Para o produto 1, a0 =
-3, a1 = 4, a2 = 0, b0 = 15, b1 = -2 e b2 = 1. Para o produto 2, α0 = -1, α1 = 0, α2 = 3, β0
= 12, β1 = 1, β2 = -1. Determinamos os termos c e γ.
c0 = a0 − b0 = − 3 − 15 → c0 = − 18
c1 = a1 − b1 = 4 − (− 2) → c1= 6
c2 = a2 − b2 = 0 − (1) →c2 = − 1
γ0 = α0 − β0 = −1 − 12 = −13
γ1 = α1 − β1 = 0 − 1 = −1
γ2 = α2 − β2 = 3 − (−1) = 4
Assim escrevemos as equações lineares para os produtos 1 e 2.
c1 P1 + c2 P2 = −c0
g1 P1 + g2 P2 = −g0
6 P1 − 1P2 = 18
−1P1 + 4 P2 = 13
Aplicações em Economia
130 UNIDADE IV
D = 24 − 1 = 23 D1 = 72 + 13 = 85 D2 = 78 + 18 = 96
Como as variáveis das equações lineares são P1 e P2, seus valores calculados pela
regra de Cramer são:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
D1 85
P1 = = = 3, 6959 ≈ 3, 70
D 23
D2 96
P2 = = = 4,1739 ≈ 4,17
D 23
Qs1 = − 3 + 4 P1 = − 3+ 4 . 3, 7 = 11, 8
Para o produto 2.
MATRIZES
131
Y =C + I +G
O consumo pode ser expresso como uma função linear da renda disponível na
seguinte forma:
C = a + bY → − bY + C = a
Sendo “a” o consumo autônomo, ou seja, aquele que independe da renda dis-
ponível, e “b”, a propensão marginal a consumir e representa a fração da renda
destinada ao acréscimo de consumo.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Observe que este modelo de renda poderia ser expandido para uma região ou
para uma família, por exemplo, excluindo-se, neste último caso, o gasto com o
governo (G) e adotando o investimento (I) como sendo da família.
Exemplo 8: se uma determinada região apresenta um gasto do governo de
R$24.000.000,00 e um investimento de R$15.000.000,00, com uma propensão mar-
ginal a consumir de 50% da renda e um consumo autônomo de R$5.000.000,00,
determine a renda e o consumo de equilíbrio para esta região.
Solução:
Podemos considerar o sistema de equações com os valores divididos por um mi-
lhão, ou seja, o sistema de equações ficaria:
Y − C = 15 + 24 Y − C = 39
−0, 5Y + C = 5 −0, 5Y + C = 5
Transformando a equação linear em três matrizes M, M1 e M2 para aplicação da
regra de Cramer, teremos:
1 −1 39 −1 1 39
M = M1 = M2 =
−0, 5 1 5 1 −0, 5 5
Aplicações em Economia
132 UNIDADE IV
D = 1 − 0, 5 = 0, 5 D1 = 39 + 5 = 44 D2 = 5 + 19, 5 = 24, 5
Como as variáveis das equações lineares são Y e C, seus valores calculados pela
regra de Cramer são:
D1 44
Y= = = 88
D 0, 5
D2 24, 5
C= = = 49
D 0, 5
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Portanto, no equilíbrio de mercado, a renda seria de R$88.000.000,00, e o consu-
mo ficaria em R$49.000.000,00.
MATRIZES
133
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todas essas operações apresentam como resultado final outra matriz, sendo que
a multiplicação entre matrizes exige algumas particularidades em relação à quan-
tidade de linhas e colunas das matrizes envolvidas na operação.
O número de colunas da primeira matriz deve ser igual ao número de linhas
da segunda matriz, a resposta obtida é uma matriz que apresenta a mesma
quantidade de linhas da primeira matriz e a mesma quantidade de colunas da
segunda matriz.
Vimos também que se pode calcular o determinante de uma matriz multipli-
cando os elementos da(s) diagonal(is) principal(is), somá-los e então multiplicar
os elementos da(s) diagonal(is) secundária(s), subtraindo-os dos elementos da(s)
diagonal(is) principal(is). O cálculo do determinante dá origem a um número e
essa técnica pode ser utilizada para resolver diversos tipos de problema.
Um dos tipos de problema que podem ser resolvidos com o uso dos determi-
nantes são os sistemas de equações lineares. Dentre estes sistemas de equações,
pudemos destacar o modelo de mercado e o modelo de renda nacional. O modelo
de mercado se destaca por avaliar os preços e as quantidades de produtos de um
mercado em equilíbrio, e o modelo de renda nacional avalia o comportamento
do consumo e da renda de uma população, um país ou indivíduo de acordo com
a quantidade utilizada em investimentos e, no caso de um país, também consi-
deramos os gastos do governo.
Na Unidade V, estudaremos as equações diferenciais. Até lá.
Considerações Finais
134
Produto 2:
Qs2 = −1 + 3 P2
Qd 2 = 10 + 2 P1 − 3 P2
Considerando o comportamento de mercado em equilíbrio, analise as afirma-
ções a seguir.
I. Se o preço do produto P1 for R$2,00 e do produto P2 for de R$3,50, a quanti-
dade demandada do produto 1 será de 26 unidades, e a quantidade oferta-
da de P2 será de 6 unidades.
II. Utilizando matrizes e determinantes para determinação do ponto de equi-
líbrio, encontra-se o valor de 20 unidades ofertadas do produto 1 com um
preço de R$4,50.
III. Ao determinar as condições do equilíbrio de mercado, é obtido o preço de
R$6,20 para o produto 2, o que resulta em uma oferta de, aproximadamen-
te,17 unidades do produto.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I e III, apenas.
136
O artigo aqui apresentado avalia a relação comercial entre o estado de Minas Gerais e
o resto do mundo, analisando uma matriz inter-regional de insumo-produto. O título é
"As relações setoriais entre Minas Gerais, restante do Brasil e seus 5 principais parceiros
econômicos: Uma abordagem de insumo-produto". Alguns trechos do artigo são apre-
sentados aqui, porém pode ser lido na íntegra no link que está apontado nas referências
desta unidade. Boa leitura.
Neste trabalho, construiu-se e analisou-se uma matriz inter-regional de insumo-produto
contendo os fluxos comerciais correntes de 2003 entre as regiões de Minas Gerais (MG),
Restante do Brasil (RB) e Resto do Mundo (RM). Tal matriz apresentou desagregação
para: 11 setores em MG e RB e para os principais parceiros comerciais brasileiros no RM.
Concluiu-seque, os setores de MG, apesar de apresentarem menores multiplicadores
deprodução, impulsionam mais a indústria nacional que os do RB. No RM, a China au-
feriu o maior multiplicador de produção, foi considerada Setor Chave e seu comércio
interno foi o elo mais influente da economia mundial.
A análise dos setores brasileiros via Insumo-Produto (I-P) é frequente na literatura nacio-
nal. Guilhoto et al. (2002, 2001a), Haddad (1999), Haddad e Hewings (2000) e Crocomo e
Guilhoto (1998) utilizaram este instrumento para analisar as interdependências entre as
macrorregiões brasileiras. Já Guilhotoet al. (2001) e Rodrigues et al. (2005) fazem uso do
I-P no intuito de verificar a evolução estrutural das ligações entre os setores no decorrer do
tempo. Outra possibilidade consiste em selecionar economias regionais específicas, atra-
vés de um sistema inter-regional integrado, a fim de verificar as ligações e transbordamen-
tos existentes entre regiões distintas (DOMINGUES, 2002;DUARTE FILHO;CHIARI, 2002).
No caso deste trabalho, optou-se por usar uma matriz inter-regional de I-P, contendo os
fluxos comerciais entre os setores de Minas Gerais (MG) e do Restante do Brasil (RB), com
fechamento para as exportações, a fim de analisar as relações de comércio entre MG, RB
e o “setor externo” ou Resto do
Mundo (RM), sendo este último composto pelos 5 principais parceiros comerciais do
Brasil (i.e.: EUA, China, Argentina, Alemanha e Japão) mais o grupo dos “demais países”.
Para tanto, os vetores de exportações e importações da matriz inter-regional (MG X
RB) de Souza (2008), referente ao no de 2003, foi desagregada (entre os 5 países men-
cionados mais os “demais países”) e endogeneizada no modelo de insumo-produto
(fechamento para as exportações). Segundo os dados do ALICEweb (2017), os EUA,
China, Argentina, Alemanha e Japão foram responsáveis por quase 50 das exporta-
ções de Minas Gerais (MG) e mais de 40% das exportações do restante do Brasil (RB)
em 2003. Portanto, estes seriam países relevantes ao comércio internacional de ambas
as regiões.
139
AXLER, S. Pré-Cálculo, uma Preparação para o Cálculo. 2. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
CHIANG, A.C., WAINWRIGHT, K. Matemática para economistas. 4. Ed. Rio de Janei-
ro: McGraw Hill, 2005.
FIRME, V. A. C. As relações setoriais entre Minas Gerais, restante do Brasil e seus 5 prin-
cipais parceiros econômicos: Uma abordagem de insumo-produto. Revista Brasileira
de Economia, vol. 71, nº 4, Rio de Janeiro, 2017. Disponível em: <http://www.scielo.
br/pdf/rbe/v71n4/0034-7140-rbe-71-04-0413.pdf>. Acesso em: 01 out. 2018.
SIMON, C. P.; BLUME, L. Matemática para Economistas. São Paulo: Bookman, 2008.
GABARITO
1. Alternativa D
A representação matricial para o consumo das duas pessoas é dado por:
20 8 15 7
P1 = P2 =
3 45 6 60
C’’ = P1 + 0, 5 P2 =
[ [ [ [[ [[
20 8
3 45
+ 0, 5
15 7
6 60
=
20 8
3 45
+
7, 5 3, 5
3 30 [
143
GABARITO
27, 5 11, 5
C '' =
6 75
Logo, a quantidade de alimento consumida, que é o elemento a11, seria de
27,5kg, como apresentado na afirmação III. Portanto, a afirmação III está correta.
Corretas: I e III, apenas.
2. Alternativa E.
Considere as matrizes A e B apresentadas.
7 5 2 −1
A = 1 0 3 B= 1
−2 4 2 −1
Podemos analisar as afirmações.
Análise da afirmação I)
É possível multiplicar a matriz A por B, pois a dimensão da matriz A é 3x3, e da
dimensão B é 3x1. Portanto, o número de colunas da matriz A é igual ao número
de linhas da matriz B.
Portanto, a afirmação I está incorreta.
Análise da afirmação II)
A multiplicação de A por B dará:
Portanto, o elemento a21 será igual a -4. Portanto, a afirmação II está CORRETA.
Análise da afirmação III)
Se somarmos todos os elementos da matriz resultante da multiplicação entre as
matrizes A e B, o valor encontrado será -4.
Portanto, a afirmação III está correta.
Corretas: II e III, apenas.
GABARITO
3. Alternativa D.
Considerando o comportamento do mercado, analisamos cada afirmação.
Análise da afirmação I)
Se o preço de P1 for de R$2,00 e de P2 for de R$3,50, a quantidade demandada do
produto P1 será de:
Qd1 = 25 − 3 P1 + 2 P2 → 25 − 3× 2 + 2 × 3, 5 = 25 − 6 + 7 = 26
Qs2 = − 1 + 3 P2 → − 1+ 3 ⋅ 3, 5= 6
Como as variáveis das equações lineares são P1 e P2, seus valores calculados pela
regra de Cramer são:
D1 198
P1 = = = 4, 50
D 44
D2 198
P2 = = = 4, 50
D 44
Com um preço de R$4,50, a quantidade ofertada do produto 1 será de:
4. Alternativa B.
Considerando o comportamento do mercado, analisamos cada afirmação.
Análise da afirmação I)
Para encontrar as quantidades e preços de equilíbrio, precisamos definir os no-
vos parâmetros c e γ
Inicialmente, separamos os parâmetros de cada equação.
Produto 1:
Qs1 = −3 + 12 P1
Qd1 = 115 − 8 P1 + 11P2
Produto 2:
Qs2 = −4 + 25 P2
Qd 2 = 100 + 17 P1 − 5 P2
Para o produto 1, a0 = -3, a1 = 12, a2 = 0, b0 = 115, b1 = -8 e b2 = 11. Para o produto
2, α0 = -4, α1 = 0, α2 = 25, β0 = 100, β1 = 17, β2 = -5. Determinamos os termos c e γ.
c0 = a0 − b0 = − 3 − 115→ c0 = − 118
c1 = a1 − b1 = 12 − (− 8) → c1 = 20
c2 = a2 − b2 = 0 − (11) → c2 = − 11
γ0 = α0 − β0 = −4 − 100 = −104
γ1 = α1 − β1 = 0 − 17 = −17
γ2 = α2 − β2 = 25 − (−5) = 30
20 P1 − 11P2 = 118
−17 P1 + 30 P2 = 104
Transformando a equação linear em três matrizes M, M1 e M2 para aplicação da
regra de Cramer, teremos:
D = 1 − 0, 25 = 0, 75 D1 = 500 + 0, 05 = 500, 05
D2 = 0, 05 + 125 = 125, 05
Como as variáveis das equações lineares são Y e C, seus valores calculados pela
regra de Cramer são:
D1 500, 05
Y= = = 666, 733
D 0, 75
D2 125, 05
C= = = 500, 2
D 0, 25
Portanto, no equilíbrio de mercado, a renda seria de R$666.733.000.000,00 e o
consumo ficaria em R$500.200.000.000,00. Portanto, a afirmação II está correta.
Análise da afirmação III)
O consumo da população seria de 500,2 bilhões de reais, distante dos 425,9 bi-
lhões de reais apresentado na afirmação.
Logo, a afirmação III está incorreta.
Corretas: I e II, apenas.
149
ANOTAÇÕES
Prof. Dr. Fernando Pereira Calderaro
V
UNIDADE
EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Entender o conceito de equações diferenciais.
■■ Aplicar o método de separação de variáveis.
■■ Iniciar os estudos nas equações de segunda ordem.
■■ Entender algumas aplicações das equações diferenciais em
Economia.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Equações diferenciais de primeira ordem
■■ Equações separáveis
■■ Equações lineares de segunda ordem
■■ Aplicações em Economia
153
INTRODUÇÃO
Introdução
154 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE PRIMEIRA ORDEM
As equações diferenciais são relações entre uma função e sua derivada. Tais equa-
ções são comumente escritas para expressar uma taxa de variação com o tempo
de maneira contínua. Seja y(t) uma função qualquer em relação ao tempo, a
equação diferencial que relaciona a função y com sua derivada será:
dy
= k . y (t )
dt
EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
155
dy
b. = 2 x3
dx
c. xy '− 3 y = 0
d. y "− 6 y '+ 8 = 0
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ção seja feita em determinadas condições especificadas, teremos uma solução
definida. Os valores da variável e da função utilizados para calcular a integra-
ção são chamados de condições de contorno, permitindo encontrar uma solução
específica para o problema analisado. Se o valor da função conhecido for para a
variável independente igual a “zero”, então temos uma condição inicial.
As funções apresentadas a seguir são soluções de uma equação diferencial:
y (t ) = Ae− at (Solução geral)
y (t ) = y (0) e− at (Solução definida)
Como a primeira função apresenta uma constante A genérica, que pode assumir
qualquer valor, temos uma solução geral. Já a segunda equação apresenta o termo
y(0), que é o valor da função calculado quando a variável t assume o valor “zero”,
então, essa função é uma solução específica, representando uma solução definida.
Quando a função e suas derivadas forem multiplicadas por uma constante,
formando a equação diferencial, dizemos que é uma equação linear, se a equa-
ção é formada por uma derivada de primeiro grau, então temos uma equação
linear de primeira ordem. Dentre as equações desta natureza, podemos desta-
car os dois tipos de equações principais com suas soluções:
a. Equação diferencial: y ' = ay + b
Solução: y (t ) = k ⋅ e at
EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
157
EQUAÇÕES SEPARÁVEIS
dy
= g ( y ). h (t )
dt
A equação pode ser separada em um termo com y e outro termo com t, de maneira
que os diferenciais dy e dt estejam no numerador da equação.
dy
= h (t ) dt
g ( y)
Depois que a equação foi “separada”, a integral pode ser aplicada a ambos os
lados da equação diferencial.
dy
∫ y g ( y) = ∫t h(t )dt + c
Equações Separáveis
158 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Integrando ambos os lados da equação, teremos:
dy
∫ y
= ∫ 7dx
Aplicando a integração:
ln y + c1 = 7 x + c2
As duas constantes c1 e c2 podem ser unidas em uma só, ficando a equação na forma:
In y = 7 x + c
Para explicitar y, precisamos resolver o ln|y|, portanto, exponenciamos os dois
lados da equação:
y = e 7 x +c
Sempre que for possível identificar esse comportamento nas equações diferen-
ciais ordinárias, pode-se aplicar o método de separação de variáveis e calcular
as integrais de ambos os lados da equação.
EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
159
ln y = 7 x + c → ln 3 = 7 . 0 + c → c = 1, 099
Equações Separáveis
160 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
rt 2 rt
Podemos determinar uma solução considerando y = e , y ' = r . e e y '' = r . e
rt
( )
a . r 2 . e rt + b . r . e rt + c . e rt → e rt . a . r 2 + b . r + c = 0
Como o termo exponencial nunca se anula, a expressão será uma solução se, e
somente se, r satisfizer a equação.
a . r2 + b . r + c = 0
− b± ∆ − b± b2 − 4. a . c
r= =
2. a 2. a
y (t ) = k1 . e r1t + k2 . e r2t
EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
161
r 2 − 3r + 2 = 0
Sendo duas raízes reais e distintas, a solução da equação diferencial fica na forma:
y (t ) = k1 . er1t + k2 . er2t = k1 . e2t + k2 . et
y (t ) = k1 . e2t + k2 . et→ 0 = k1 + k2
1
2 . k1 + k2 = 1 → 2 . k1 + k1 = 1 → k1 =
3
Sendo k1 = k2, ambos terão o valor 1/3, logo, a solução da equação fica na forma:
1 1
y (t ) = . e2t + . et
3 3
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Na seção seguinte, você verá algumas aplicações das equações diferenciais ordi-
nárias em Economia.
APLICAÇÕES EM ECONOMIA
EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
163
q = e i t.eC → q = C . eit
dq
= 0, 05 . q
dt
q = e0,05⋅t ⋅ eC → q = C ⋅ e0,05⋅t
150000 = C ⋅ e0,05⋅0 → C = 150000
Portanto, a solução da equação diferencial é dada por:
q = 150000 . e0,05t
Aplicações em Economia
164 UNIDADE V
dP
=k.P
dt
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Se aplicarmos o método de separação de variáveis e integrarmos em relação a
“P” e “t”, obtemos a expressão:
dP
∫
P ∫
= k . dt → ln ( P ) = k . t + P0
P = e k.t . e P0 → P = P0 . e k. t
EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
165
dP
∫ P
= ∫ 0, 002 . dt → ln ( P ) = 0, 002 . t + P0
P = e0,002⋅t ⋅ e P0 → P = P0 ⋅ e0,002⋅t
350000 = P0 . e0,002 .0 → P0 = 350000
Portanto, a solução da equação diferencial é dada por:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
P = 350000 . e0,002.t
Aplicações em Economia
166 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
cimento varia com o tempo dado em anos. Estime a população para, 50 anos.
EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
167
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta quinta e última unidade do livro de Matemática para Economistas II, você
aprendeu mais uma parte da matemática que pode ser aplicada à análise de pro-
blemas em Economia, as equações diferenciais.
As equações diferenciais foram definidas como relações entre as derivadas
de uma função e a própria função, sendo que as variáveis que formam a equação
diferencial são as próprias funções e derivadas. Os tipos mais simples de equa-
ções diferenciais são as ordinárias (EDO), cuja função de origem possui apenas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Considerações Finais
168
3. Algumas equações diferenciais são escritas como uma relação entre a função
que se deseja descobrir, a primeira e a segunda derivada. Estas equações são
chamadas de equações diferenciais de segunda ordem. Tais equações podem
ser resolvidas pela determinação da equação característica que a representa.
Considere a EDO de segunda ordem apresentada a seguir.
y ''+ 6 y '− 2 = 0
5. A prefeitura de uma cidade de médio porte contratou uma empresa para fazer
a projeção do crescimento populacional a fim de analisar suas políticas públicas
de saúde, segurança e educação. A população atual é de 475.000 habitantes e
a consultoria estabeleceu uma equação diferencial para a taxa de crescimento
populacional em função do tempo em anos, dada pela seguinte expressão:
dP
= 0, 0015 . P
dt
171
Os modelos de Malthus e Verhurst foram formulados para tempo contínuo, onde se su-
põe que os indivíduos se reproduzem a todo instante, o que na realidade poucas popu-
lações biológicas satisfazem. Os modelos discretos podem ser considerados mais realís-
ticos, neste caso, uma vez que contemplam a reprodução dos indivíduos sazonalmente
– tais modelos, em Ecologia, foram introduzidos somente a partir de 1975 pelo ecólogo
austríaco Robert M. May que observou a complexa dinâmica do modelo logístico discre-
to sob a luz da teoria do caos, mostrando que uma equação de aparente ingenuidade
pode ter solução sem comportamento previsível (MURRAY, 1990).
Fonte: Bassanezi (2014).
MATERIAL COMPLEMENTAR
Equações Diferenciais
Yunus A. Çengel, William J. Palm III
Editora: Bookman
Sinopse: concebido a partir das aulas ministradas pelos autores
ao longo de anos, este livro apresenta os principais tópicos das
equações ordinárias com um grande número de aplicações.
O texto, construído com uma linguagem acessível para os
estudantes de engenharias e ciências exatas de disciplinas
introdutórias, apresenta exemplos e aplicações em campos
como dinâmica newtoniana, transferência de calor, circuitos e
motores elétricos, vibrações mecânicas e suspensão de veículos
e hidráulica.
Material Complementar
REFERÊNCIAS
1. Alternativa E.
A equação diferencial do problema é:
dx
= 4x
dt
Podemos encontrar a solução geral da equação separando variáveis e integran-
do a equação.
dx dx dx
dt
= 4x →
x
= 4 dt → ∫ x
=4 ∫ dt
ln x = 4t + c → x = c.e 4t
Análise da afirmação I)
Se t = 0, o valor de x = 2, então podemos determinar o valor da constante c.
x = c . e 4t → 2 = c . e 4.0 → c = 2
x = 2 . e4t
Logo, a constante da integração é 2, portanto, a afirmação I está incorreta.
x = c . e 4t → 54, 6 = c . e 4.1 → c = 1
x = 1. e4t
2. Alternativa D.
A equação diferencial é dada pela função:
dz
= 45 x + 8
dx
Portanto, o valor de z é igual a 353 quando y for igual a 3, logo, a afirmação III
está incorreta.
Corretas: I e II, apenas.
179
GABARITO
3. Alternativa C.
A equação diferencial de segunda ordem pode ser resolvida pela equação característica.
A função
y ''+ 6 y '− 2 = 0
Como:
k1 + k2 = 8 → k1 + 19, 75k1 = 8 → k1 = 0, 386
Logo:
k2 = 19, 75 . k1 → k2= 19, 75 . 0, 386 = 7, 624
Análise da afirmação I)
As soluções da equação característica (r1 e r2) foram -6,32 e 0,32, logo, a afirma-
ção I está incorreta.
GABARITO
Quando t assume o valor 1, a função apresenta o valor 10,5, logo, a afirmação III
está correta.
Corretas: III, apenas.
4. Alternativa D.
Podemos determinar as soluções das equações diferenciais apresentadas por
separação de variáveis.
Para a renda do investimento 1, teremos:
dq1 dq dq1
dt
= 0, 07 . q1 → 1 = 0, 07 . dt →
q1 ∫ q1
= ∫ 0, 07 . dt
dq2 dq dq2
dt
= 0, 055 . q2 → 2 = 0, 055 . dt =
q2 ∫ q2
= ∫ 0, 055 . dt
q2 = 225000 . e0,055t
Análise da afirmação I)
Para 10 anos de investimento, podemos determinar a renda acumulada nas duas
situações, basta substituirmos nas soluções encontradas das equações diferenciais.
q1 = 175000 . e0,07t → q1 = 175000 . e0,07.10 = 352406, 72
5. Alternativa C.
Primeiro, podemos determinar a solução da equação diferencial apresentada por
separação de variáveis, aplicando a condição de que P = 475.000 quando t = 0 anos.
dP dP dP
dt
= 0, 0015 . P → = 0, 0015 . dt →
P ∫ P
= ∫ 0, 0015 . dt