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GRADUAÇÃO

Unicesumar

MATEMÁTICA
PARA
ECONOMISTAS II

Professor Dr. Fernando Pereira Calderaro

Acesse o seu livro também disponível na versão digital.


Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
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Pró-Reitor de Ensino de EAD
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Presidente da Mantenedora
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NEAD - Núcleo de Educação a Distância


Diretoria Executiva
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Coordenador de Conteúdo
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Designer Educacional
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Janaína de Souza Pontes
C397CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Projeto Gráfico
Distância; CALDERARO, Fernando Pereira. Jaime de Marchi Junior
Matemática para Economistas II. Fernando Pereira Calderaro.
José Jhonny Coelho
Maringá-Pr.: Unicesumar, 2019. Arte Capa
184 p. Arthur Cantareli Silva
“Graduação - EaD”. Ilustração Capa
1. Matemática . 2. Economistas . 3. EaD. I. Título.
Bruno Pardinho
ISBN 978-85-459-1803-5 Editoração
CDD - 22 ed. 3.301.543 Robson Yuiti Saito
CIP - NBR 12899 - AACR/2 Qualidade Textual
Felipe Veiga da Fonseca
Ilustração
Marta Sayuri Kakitani

Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário


João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos
com princípios éticos e profissionalismo, não so-
mente para oferecer uma educação de qualidade,
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in-
tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos
em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil:
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba,
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos
consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades
de todos. Para continuar relevante, a instituição
de educação precisa ter pelo menos três virtudes:
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é
promover a educação de qualidade nas diferentes
áreas do conhecimento, formando profissionais
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está
iniciando um processo de transformação, pois quan-
do investimos em nossa formação, seja ela pessoal
ou profissional, nos transformamos e, consequente-
mente, transformamos também a sociedade na qual
estamos inseridos. De que forma o fazemos? Crian-
do oportunidades e/ou estabelecendo mudanças
capazes de alcançar um nível de desenvolvimento
compatível com os desafios que surgem no mundo
contemporâneo.
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógi-
ca e encontram-se integrados à proposta pedagógica,
contribuindo no processo educacional, complemen-
tando sua formação profissional, desenvolvendo com-
petências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos
em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no
mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm
como principal objetivo “provocar uma aproximação
entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o
desenvolvimento da autonomia em busca dos conhe-
cimentos necessários para a sua formação pessoal e
profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita.
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fó-
runs e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe
das discussões. Além disso, lembre-se que existe uma
equipe de professores e tutores que se encontra dis-
ponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em
seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe
trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória
acadêmica.
CURRÍCULO

Professor Dr. Fernando Pereira Calderaro


Possui doutorado em Desenvolvimento de Processos pela Universidade
Estadual de Maringá (2016) com linha de pesquisa em modelagem
matemática de bioprocessos. Mestrado em Desenvolvimento de Processos
pela Universidade Estadual de Maringá (2012) e Graduação em Engenharia
Química pela Universidade Estadual de Maringá (2009). Atuou no setor de
pintura da Faurecia Automotive do Brasil na unidade de Quatro Barras–PR e
no setor de inovação e desenvolvimento da Ajinomoto do Brasil, unidade de
Laranjal Paulista – SP. Atuou como professor e coordenador do curso técnico
de Análise e Produção de Açúcar e Álcool da Escola Técnica de Araçatuba–
SP, e professor do curso de Tecnólogo em Biocombustíveis da Faculdade
Prof. Fernando Amaral de Almeida Prado–FATEC Araçatuba–SP. Atualmente
é professor de cursos de graduação do Centro Universitário de Maringá –
Unicesumar.

Link: <http://lattes.cnpq.br/1761642443360771>.
APRESENTAÇÃO

MATEMÁTICA PARA ECONOMISTAS II

SEJA BEM-VINDO(A)!
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à disciplina de Matemática para Economistas II.
Neste livro, você aprenderá conceitos que complementam o curso de Matemática para
Economistas I.
A primeira unidade do livro se dedica à análise e ao estudo de funções de mais de uma
variável real, que permitem representar melhor o comportamento real de sistemas
econômicos. É possível representar uma função com qualquer número de variáveis, no
entanto, para fazer o gráfico da função, só se consegue representar funções de três va-
riáveis, sendo duas independentes e uma dependente das demais. Quando se elabora
um gráfico de três variáveis, obtém-se uma superfície de resposta, que pode ser escrita
como uma curva de nível, ao fazer uma variável apresentar valor constante. Todas estas
representações de funções de mais de uma variável permitem analisar o comportamen-
to das variáveis envolvidas.
Na Unidade II, você aprenderá a calcular a derivada das funções estudadas na Unidade
I. As regras elementares de derivação são as mesmas aplicadas para funções de uma
variável independente. A diferença é que a derivada é calculada com o nome de deriva-
das parciais, pois é determinada em função de cada variável, uma por vez, mantendo as
demais constantes. Para estas funções, também é válida a regra da cadeia e o cálculo de
máximos e mínimos, podendo ser condicionado ou não. Para máximos e mínimos con-
dicionados utilizaremos o conceito de multiplicadores de Lagrange. Ao final da unidade,
você verá algumas aplicações em economia.
A Unidade III é destinada ao cálculo vetorial, sendo apresentadas as formas dos vetores,
como representá-los e as operações que podem ser feitas com eles. Algumas aplicações,
como cestas de insumos e produtos, são utilizadas para entender melhor o assunto.
Na Unidade IV, você aprenderá a representar as matrizes com a linguagem adequada
e também as operações matemáticas que podem ser realizadas com essas matrizes. O
cálculo do determinante também será apresentado, e as aplicações em economia para
resolver conjunto de equações.
Finalmente, na Unidade V serão apresentadas as equações diferenciais, que são formas
de escrever equações que associam as derivadas com as próprias funções. Esse é um
assunto bem amplo, mas iremos nos ater aos casos mais simples e em relação às ciências
econômicas para que você tenha uma boa noção do assunto, podendo desenvolvê-lo
com maior detalhe em disciplinas específicas.
Em todas as unidades, você terá atividades de estudo que o(a) ajudarão a melhor com-
preender o conteúdo e a praticá-lo. Espero que você tenha um ótimo aproveitamento
na disciplina e que tenha sucesso em sua jornada.
08
SUMÁRIO

UNIDADE I

FUNÇÕES REAIS DE VÁRIAS VARIÁVEIS

13 Introdução

14 Funções de Duas e Três Variáveis

23 Gráficos de Funções de Duas Variáveis

27 Curvas de Nível

29 Limite de Funções de Várias Variáveis

31 Considerações Finais

38 Referências

39 Gabarito

UNIDADE II

DERIVADAS

49 Introdução

50 Derivadas Parciais

55 Regra da Cadeia

57 Máximos e Mínimos

59 Aplicações em Economia

65 Considerações Finais

72 Referências

73 Gabarito
09
SUMÁRIO

UNIDADE III

VETORES

85 Introdução

86 Definições

88 Álgebra de Vetores

92 Comprimento e Produto Interno

95 Aplicações em Economia

98 Considerações Finais

105 Referências

106 Gabarito

UNIDADE IV

MATRIZES

115 Introdução

116 Definições

118 Álgebra Matricial

123 Determinantes

126 Aplicações em Economia

133 Considerações Finais

141 Referências

142 Gabarito
10
SUMÁRIO

UNIDADE V

EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

153 Introdução

154 Equações Diferenciais de Primeira Ordem

157 Equações Separáveis

160 Equações Lineares de Segunda Ordem

162 Aplicações em Economia

167 Considerações Finais

176 Referências

177 Gabarito

183 Conclusão
Prof. Dr. Fernando Pereira Calderaro

FUNÇÕES REAIS DE VÁRIAS

I
UNIDADE
VARIÁVEIS

Objetivos de Aprendizagem
■■ Entender o uso de funções de várias variáveis.
■■ Aprender a interpretar gráficos de funções de duas variáveis.
■■ Aprender a interpretar curvas de nível.
■■ Utilizar a técnica de limites para analisar funções de várias variáveis.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Funções de duas e três variáveis
■■ Gráficos de funções de duas variáveis
■■ Curvas de nível
■■ Limite de funções de várias variáveis
13

INTRODUÇÃO

Olá, caro(a) aluno(a). Seja bem-vindo(a) à primeira unidade do livro de


Matemática para Economistas II. Nesta unidade, vamos estudar as funções de
duas e três variáveis independentes.
Iniciaremos falando da forma destas funções e seu domínio e apresenta-
remos alguns tipos de funções que são comuns aos estudos em Economia. As
análises realizadas nestas funções podem ser estendidas a qualquer outro tipo
de função de mais de uma variável independente.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Na sequência, iremos falar dos gráficos destas funções, apresentando exem-


plos de gráficos de funções de duas variáveis independentes, que dão origem
aos gráficos de três dimensões (3D). Neste tópico, será possível verificar que a
forma gráfica destas funções recebe o nome, muitas vezes, de superfície de res-
posta, permitindo avaliar o comportamento da função que está sendo estudada
em relação às suas variáveis.
Dada a complexidade das superfícies de resposta, será possível trabalhar com
as curvas de nível, que podem ser entendidas como fatias da superfície de res-
posta, e são analisadas quando se considera o valor de z fixo. Esta simplificação
das superfícies de resposta permite avaliar melhor o comportamento das variá-
veis da função em relação uma a outra.
Finalizaremos a unidade falando sobre o cálculo de limites para funções de
duas ou três variáveis independentes, sendo este conceito útil para análise de
continuidade das funções, que permitirão aplicar as regras de derivação.
Alguns exemplos aplicados serão resolvidos durante a unidade para facili-
tar o aprendizado e novos exercícios serão disponibilizados ao final dela para
que você possa adquirir experiência e fixar o conteúdo de maneira mais efetiva.
Você perceberá que muitos conceitos discutidos para as funções de mais de
uma variável independente são extensões dos conceitos estudados para as fun-
ções de uma variável independente.
Bons estudos!

Introdução
14 UNIDADE I

FUNÇÕES DE DUAS E TRÊS VARIÁVEIS

Nesta primeira seção da Unidade I, você relembrará o conceito de função, expan-


dindo para as funções de mais de uma variável independente. Também serão
abordados os conceitos de domínio e algumas das principais funções utilizadas
em Economia. Obviamente, não conseguiríamos trabalhar com todas as funções
possíveis devido ao grande número de possibilidades, no entanto, os exemplos
apresentados são clássicos, e a análise executada nas funções apresentadas é
válida para outros tipos de função.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONCEITOS GERAIS

Inicialmente, vamos lembrar que uma função é a representação matemática de


uma relação entre variáveis. Em Matemática Para Economistas I, você utilizou
as funções de uma variável real, do tipo y = f(x). Essa expressão geral diz que
sua variável y apresenta valores (que podem ser diferentes) para cada valor de
x definido previamente. Neste caso, o y depende apenas de x (uma variável), no
entanto, você pode ter variáveis que dependem de mais de uma variável, como
é o caso de z = f(x,y).
A expressão z = f(x,y) nos diz que os valores da variável z dependerão da
combinação entre os valores recebidos das variáveis x e y. Neste contexto, é impor-
tante relembrar os conceitos de domínio e imagem de uma função.
Consideremos o domínio como o conjunto de valores
possíveis para suas variáveis independentes, e a imagem,
o conjunto de valores possíveis para sua variável depen-
dente. Pensando novamente em uma função do tipo
z = f(x,y), observa-se que os possíveis valores de x e
y fazem parte do domínio da função, e os valores de
z calculado fazem parte da imagem da função.
O conjunto dos números reais (R) é um clássico
domínio para funções de diversas naturezas, se D for
o conjunto de valores que contém o domínio de uma

FUNÇÕES REAIS DE VÁRIAS VARIÁVEIS


15

função, pode-se dizer que um domínio dentro dos números reais é representado
por D ∈ Rn, sendo n o índice que determina a dimensão do domínio.
Se retomamos a expressão z = f(x,y), o conjunto do domínio deve conter
todos os pares ordenados (x, y) que atribuem valor a z, em outras palavras, a
dimensão do domínio é 2, podendo ser expresso por D ∈ R2.
Essa análise pode ser estendida para funções de três variáveis independentes,
por exemplo, w = f(x,y,z), nesse contexto, dizemos que w depende dos valores
combinados de x, y e z, portanto, temos uma variável dependente (w) e três vari-
áveis independentes (x, y e z), o domínio deve, então, conter todas as ternas de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

valores dentro do espaço dos números reais, assim, descreveríamos o domínio


como D ∈ R3, com um domínio que apresenta três dimensões.
Algumas funções apresentam limitações quanto a valores possíveis dentro do
próprio conjunto dos números reais. Por exemplo, lembre-se de que não pode-
mos dividir por zero, não devemos utilizar números negativos dentro de raízes
de índice par (isso só é possível ao trabalhar com números complexos), ou tam-
bém, não devemos calcular o logaritmo de números negativos.
Nos próximos exemplos, exploraremos alguns tipos de funções que podem
ser aplicadas à Economia e que possuem duas ou três variáveis independentes.

ALGUMAS FUNÇÕES COMUNS

Nesta seção, serão apresentados alguns tipos e formatos de funções aplicadas à


Economia, são representações mais usuais e clássicas, não significando que estas
funções não possuam outra forma de representação, no entanto, o significado
de suas variáveis e as análises realizadas podem ser expandidas para qualquer
tipo ou formato de função.

Funções lucro, receita e custo

As funções de lucro, receita e custos apresentam formato semelhante na maioria


das vezes em que a variável dependente está associada de maneira linear (TAN,
2007), com as variáveis independentes, estas funções assumem a forma:

Funções de Duas e Três Variáveis


16 UNIDADE I

F ( x, y ) = ax + by (1)

Sendo que F(x,y) pode representar o lucro, a receita ou o custo, as letras a e b


representam ou os lucros unitários, ou receitas unitárias ou custos unitários, res-
pectivamente. Já as letras x e y representam as variáveis independentes que são
as quantidades de produtos ou serviços que geram os lucros, receitas ou custos.

Exemplo aplicado 1: Função Lucro


Considere que uma empresa comercializa dois modelos de aparelhos de celular, o

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
modelo A rende um lucro de R$450,00 por unidade vendida e o modelo B rende
um lucro de R$380,00 por unidade vendida. A fim de analisar o comportamento
das vendas e o lucro obtido, o gerente da unidade elaborou uma função, e as aná-
lises levaram às seguintes afirmações:
I) O lucro da empresa, ao vender 10 unidades do modelo A, e 7 unidades do
modelo B, é R$6950,00.
II) A função apresenta três variáveis, uma dependente (lucro) e duas variáveis
independentes (quantidade vendida do modelo A e quantidade vendida do
modelo B).
III) A função lucro elaborada apresenta, como domínio, o conjunto de valores
expresso por D pertencente ao espaço R unidimensional.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) II e III, apenas.

Solução:
Inicialmente, você precisa analisar o problema e descobrir como as informações se
relacionam. Observe que você possui dois tipos de produtos (modelo A e modelo
B), ambos apresentam um lucro unitário, como o objetivo do gerente é analisar o
lucro, a função desejada é a função lucro. Então dizemos que o lucro depende das
quantidades vendidas de cada modelo de celular. Se definirmos uma letra x para
cada unidade do modelo A, uma letra y para cada unidade do modelo B e uma
letra L para representar o lucro, a função poderá ser escrita como:
L ( x, y ) = 450 x + 380 y
Definida a função lucro, podemos analisar as afirmações que foram feitas.

FUNÇÕES REAIS DE VÁRIAS VARIÁVEIS


17

Análise da afirmação I:
Para descobrir qual o lucro para a venda de 10 unidades de cada modelo, basta
utilizar a equação encontrada substituindo os valores para cada variável.
L (10,10 ) = 450 ⋅ 10 + 380 ⋅ 7 = 7160 → R$7160, 00

O lucro para a venda de 10 unidades de cada produto é de R$7160,00 e não


R$6950,00 como está na afirmação I, portanto, ela está incorreta.

Análise da afirmação II:


A função lucro apresenta uma variável dependente, que é o lucro, representada pela
letra L, pois seu valor depende do valor de outras variáveis. O valor das variáveis x e y
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

(unidades do modelo A e unidades do modelo B, respectivamente) não depende de


nenhuma outra condição, portanto, são as variáveis independentes. No total, temos,
então, três variáveis como está na afirmação II, portanto, ela está correta.

Análise da afirmação III:


O domínio da função lucro está associado às suas variáveis independentes, como
são duas (x e y), então o domínio D pertence ao espaço dos números reais bidi-
mensional, ou seja, de dimensão dois, neste caso, D ∈ R2. Portanto, a afirmação III
está incorreta.
A resposta para o exercícios é a letra b), pois apenas a afirmação II está correta.
Exemplo aplicado 2: Função custo
Vamos considerar que o custo total de uma empresa seja definido pela quantida-
de de água consumida (m3), de energia elétrica (kWh) e de horas trabalhadas (h).
Sabendo que o custo do m3 da água é de R$7,35, do kWh é de R$0,65 e da hora tra-
balhada, de R$19,00, é possível estabelecer uma função custo que relacione estas
variáveis em análise. Admitindo que x represente a quantidade de água consumi-
da (m3), y a quantidade de energia elétrica consumida (kWh), e z a quantidade de
horas de trabalho utilizadas (h), analise as afirmações a seguir.
I) As três variáveis independentes definidas fazem parte do domínio da função,
e o conjunto que as representa pode ser escrito como D ∈ R3.
II) O custo de produção mensal será de R$25350,18 se forem consumidos 45m3
de água, 2550kWh, e 880h de trabalho.
III) Para que se tenha um custo mensal inferior a R$18000,00, consumindo 45m3
de água e 880h de trabalho, deve-se utilizar até 1460kWh de energia elétrica.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I e III, apenas.

Funções de Duas e Três Variáveis


18 UNIDADE I

Solução:
A função custo é uma relação entre as quantidades de cada variável e seus custos
unitários, se a representarmos pela letra C, a função assume a seguinte forma:
C ( x, y, z ) = 7, 35 x + 0, 65 y + 19 z

Estabelecida a função custo, podemos analisar as afirmações apresentadas.

Análise da afirmação I:
O domínio da função é formado pelo conjunto de valores das variáveis x, y e z, que
são três, portanto, a dimensão do domínio será 3, podendo representar o domínio
por D ∈ R3. Logo, a afirmação I está correta.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Análise da afirmação II:
Para o consumo de 45m3 de água, 2550kWh de energia elétrica e 880h de traba-
lho, podemos calcular o custo total utilizando a função desenvolvida.

C ( x, y, z ) = 7, 35 x + 0, 65 y + 19 z
C ( 45, 2550, 880 ) = 7, 35 ⋅ 45 + 0, 65 ⋅ 2550 + 19 ⋅ 880 = 18708, 25

O custo total mensal para o consumo estabelecido é de R$18708,25. Logo, a afir-


mação II está incorreta.

Análise da afirmação III:


Primeiro, determina-se a quantidade de energia elétrica que daria um custo total
de R$18000,00, pois, assim, esse deveria ser o maior valor de energia consumida
possível.

C ( x, y, z ) = 7, 35 x + 0, 65 y + 19 z
18000 − 17050, 75
18000 = 7, 35 ⋅ 45 + 0, 65 y + 19 ⋅ 880 → y =
0, 65
y = 1460, 38

Para que o custo seja de R$18000,00, o consumo de energia elétrica deveria ser
em torno de 1460,38kWh, portanto, para que o custo não exceda R$18000,00, o
consumo de energia elétrica deveria ser até 1460kWh. Logo, a afirmação III está
correta.
Portanto, a alternativa correta é a letra e).

FUNÇÕES REAIS DE VÁRIAS VARIÁVEIS


19

Função utilidade do consumidor

A função utilidade mede, de modo geral, o grau de satisfação de um consumidor


ao adquirir e consumir um ou mais bens e serviços (MORETTIN et al., 2018).
É comum ela ser expressa pelo produto entre as quantidades de cada bem ou
serviço adquirido, apresentando ou não um expoente associado a cada uma das
variáveis independentes.
U ( x, y ) = x ⋅ y (2)
U ( x, y ) = x n ⋅ y m (3)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Exemplo aplicado 3: função utilidade do consumidor


Se o grau de satisfação de um consumidor pode ser determinado pela relação
entre as quantidades consumidas de dois bens, I e II, sendo que a quantidade do
bem I é representada pela letra x e a quantidade do bem II é representada pela
letra y, sendo definidas pela função:
U ( x, y ) = x ⋅ y

Analise as afirmações a seguir.


I) Para um grau de satisfação de 32, e uma quantidade consumida do bem II
igual ao dobro da consumida do bem I, então x = 4.
II) O domínio desta função representa o conjunto de valores para x e y, e pode-
mos expressar como D ∈ R2.
III) Mantendo o grau de satisfação do item I, se o número de unidades consumi-
das de I for 8, então a quantidade consumida de II deverá ser de 5 unidades.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) II e III, apenas.

Solução:
Como a função é dada, basta analisarmos as afirmações apresentadas.

Funções de Duas e Três Variáveis


20 UNIDADE I

Análise da afirmação I:
Se a quantidade de unidades do bem II (y) é o dobro da quantidade de unidades do
bem I (x), então podemos escrever que y = 2x, como sabemos o valor da função uti-
lidade calculada nestas condições, U(x,y) = 32, podemos substituir na função dada.
32
U ( x, y ) = x ⋅ y → 32 = x ⋅ 2 x → 32 = 2 x 2 → x = =4
2
Logo, a afirmação I está correta.

Análise da afirmação II:


O domínio de qualquer função é representado pelo conjunto de valores possíveis

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
para suas variáveis independentes, neste caso, as variáveis independentes são x e
y, e como são duas, o espaço dos números reais é R2, podendo então escrever D ∈
R2. Logo, a afirmação II está correta.

Análise da afirmação III:


Se desejarmos manter o nível de satisfação do item I, então ele será de 32. Consi-
derando a quantidade consumida do bem I como 8, x = 8, avaliamos pela função
o valor de y.
32
U ( x, y ) = x ⋅ y → 32 = 8 y → y = =4
8

O valor correto de y seria 4 e não 5 como apresentado na afirmação, logo, a afir-


mação III está incorreta.
A resposta certa do exercício é a letra d).

A FUNÇÃO DE COBB-DOUGLAS

A função de Cobb-Douglas, é uma função de produção que relaciona a quanti-


dade produzida de um determinado bem em um dado intervalo de tempo com
os insumos necessários para sua produção (MORETTIN et al., 2018), esses insu-
mos podem representar horas de trabalho, terras disponíveis, capital investido,
dentre outros fatores.
A forma matemática da função é apresentada a seguir.
P = f ( L, K ) = A ⋅ K α ⋅ L1−α (4)

FUNÇÕES REAIS DE VÁRIAS VARIÁVEIS


21

Sendo:
P = Quantidade produzida.
K = Capital empregado.
L = Quantidade de trabalho envolvido.
A = Constante que depende da tecnologia envolvida.
α = Parâmetro que varia de 0 a 1.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A função de Cobb-Douglas foi desenvolvida pelo economista Paul Douglas


(1892–1976) e pelo matemático Charles Cobb (1875–1949), ambos norte-ame-
ricanos, para analisar a repartição da renda entre o capital e o trabalho desen-
volvidos no início do século XX.
Fonte: adaptado de Morettin et al. (2018).

Exemplo aplicado 4: Função de Cobb-Douglas


Para um determinado sistema, foi considerada uma função de produção como
apresentada a seguir.

P ( K , L ) = A ⋅ K 0,2 ⋅ L0,8
Sendo K a quantidade de capital investido (R$) e L a quantidade de trabalho en-
volvido (homens-hora). Analise as afirmações a seguir.
I) Se a produtividade for de 1000 unidades quando o capital investido for de
R$15000,00 e a quantidade de horas empregadas de 300h, o valor de A será
de aproximadamente 3,2.
II) O domínio desta função é formado por todos os possíveis valores de K e L,
se considerarmos que ambos não podem ser negativos, a expressão para o
domínio seria D = {(K,L) ∈ R2/ K ≥ 0 e L ≥ 0}.
III) Admitindo que o parâmetro A seja igual a 3, para um capital investido de
R$20000,00 e o consumo de 250h de trabalho, a produtividade será de apro-
ximadamente 1801 unidades.

Funções de Duas e Três Variáveis


22 UNIDADE I

É correto o que se afirma em:


a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) II e III, apenas.

Solução:
Como a função já foi definida, devemos analisar cada afirmação.

Análise da afirmação I:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Substituindo os valores de produtividade, capital investido e horas trabalhadas,
teremos:
P ( K , L ) = A ⋅ K 0,2 ⋅ L0,8 → 1000 = A ⋅ 150000,2 ⋅ 3000,8
1000
=A = 1, 52
656

Logo, a afirmação I está incorreta.

Análise da afirmação II:


O domínio é formado por todos os possíveis valores de K e L, e como ambos repre-
sentam fatores de produção, como capital investido (R$) e horas trabalhadas (h),
não podem ser negativos, de maneira que o domínio compreenderá todos os nú-
meros reais em R2, sendo que ambos devem ser maiores ou iguais a zero, cabendo
aqui uma ressalva de que, se K ou L forem igual a zero, não haverá produção. Logo,
a expressão para o domínio ficaria:
D = {(K,L) ∈ R2/ K ≥ 0 e L ≥ 0}. Portanto, a afirmação II está correta.
Análise da afirmação III:
Considerando A = 3, K = 20000 e L = 250, podemos determinar a quantidade de
unidades produzidas utilizando a função de produção fornecida.

P ( K , L) = A ⋅ K 0,2 ⋅ L0,8 → P (20000, 250) = 3 ⋅ 200000,2 ⋅ 2500,8


P (20000, 2550) = 1801, 69 ≈ 1801

A produtividade será de aproximadamente 1801 unidades, logo, a afirmação III


está correta.
Portanto, a alternativa certa é a letra e).

FUNÇÕES REAIS DE VÁRIAS VARIÁVEIS


23

Neste primeiro tópico da Unidade I, você viu algumas das principais funções
utilizadas em Economia, que envolvem mais de uma variável independente. A
maneira de resolver qualquer função que tenha mais de uma variável é muito
parecida com as funções de uma variável independente apenas, a diferença está
no fato de que a variável dependente sofre maior número de variações de valor
por estar associada a mais de uma variável independente. Em seguida, você verá
a representação gráfica de algumas funções com duas variáveis independentes.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

GRÁFICOS DE FUNÇÕES DE DUAS VARIÁVEIS

Um gráfico é uma imagem que apresenta os valores obtidos para uma função
de acordo com os valores admitidos para suas variáveis independentes. Por se
tratar de uma figura que pode ser em duas ou três dimensões, conseguimos repre-
sentar graficamente funções de uma variável independente (Matemática para
Economistas I) e de duas variáveis independentes, uma vez que cada variável
dependente das funções também aparecerá no gráfico. Desta maneira, funções
do tipo z = f(x,y) são representadas em gráficos tridimensionais (3D), sendo que
uma dimensão é dada pelos valores calculados de z (valor da função), e as outras
duas dimensões são representadas pelas variáveis independentes x e y.
Por exemplo, se retomarmos a função lucro apresentada no exemplo apli-
cado 1, dada por:

L ( x, y ) = 450 x + 380 y → z = 450 x + 380 y

Podemos utilizar algum software matemático para gerar um gráfico em três


dimensões, neste livro, o software utilizado foi o Matlab®. A Figura 1 é a repre-
sentação gráfica desta função considerando x e y variando de zero a 20.

Gráficos de Funções de Duas Variáveis


24 UNIDADE I

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
L ( x, y ) = 450 x + 380 y → z = 450 x + 380 y

x 104
2

1.5
lucro

0.5

0
20
15 20
10 15
10
5 5
y 0 0 x
Figura 1 – Representação da função lucro em três dimensões
Fonte: o autor.

FUNÇÕES REAIS DE VÁRIAS VARIÁVEIS


25

Observe que a Figura 1 mostra como os valores da função lucro variam com
os valores das variáveis independentes x e y, de maneira que se pode observar
que, para valores baixos de x e y, o lucro é baixo, conforme aumentam os valo-
res de x e y, o lucro também aumenta.
A mesma análise pode ser feita para a função utilidade descrita no exemplo
aplicado 3 e para a função de Cobb-Douglas do exemplo aplicado 4, conside-
rando A = 3.
U ( x, y ) = x ⋅ y → z = x ⋅ y
P ( K , L) = 3 ⋅ K 0,2 ⋅ L0,8 → z = 3 ⋅ K 0,2 ⋅ L0,8
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Os gráficos destas duas funções são apresentados nas Figuras 2 e 3.

100

80

60
utilidade

40

20

0
10
10
5 8
6
4
2
y 0 0 x
Figura 2 – Representação da função utilidade
Fonte: o autor.

Gráficos de Funções de Duas Variáveis


26 UNIDADE I

2500

2000
produtividade

1500

1000

500

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
0
400
300 2
200 1.5
100 1 x 104
0.5
y 0 0 x
Figura 3 – Representação da função de Cobb-Douglas
Fonte: o autor.

Observe que, em ambas as figuras, é possível analisar o comportamento das fun-


ções, observando a variabilidade dos dados de acordo com os valores admitidos
para as variáveis independentes. É notório que os gráficos das funções de uma
variável real são mais fáceis de ter seu comportamento analisado, mas os gráficos
em três dimensões (que dão origem às superfícies de resposta) são bem interes-
santes para avaliar sistemas mais complexos.

As funções podem possuir domínio dentro do conjunto dos números reais de


qualquer dimensão, mas a representação gráfica só é possível em três dimen-
sões devido à nossa visão espacial.

Outra técnica utilizada para analisar graficamente, e de maneira mais simples


as funções de mais de uma variável é a construção de curvas de nível, que será
apresentada no próximo tópico.

FUNÇÕES REAIS DE VÁRIAS VARIÁVEIS


27
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

CURVAS DE NÍVEL

Se você observar as Figuras 1 a 3, o lucro, a utilidade e a produtividade fazem


parte do eixo vertical do gráfico, ou seja, da altura (z), quando se fala em cur-
vas de nível, se fala em cortar horizontalmente um gráfico em três dimensões e
analisar a fatia cortada (SIMON; BLUME, 2008).
Uma função em três dimensões pode ser cortada em diversas fatias, sendo que
cada fatia representa uma condição de z constante, assim, você pode observar o
comportamento da função para variações apenas das variáveis independentes x e y.
As curvas de nível podem ser obtidas também por softwares matemáticos
ou feitas à mão, considerando valores fixos de z e variando-se os valores de x e y.
Na Figura 4, você visualiza um conjunto de curvas de nível para a função de
Cobb-Douglas apresentada no exemplo aplicado 4.

Curvas de Nível
28 UNIDADE I

350
+2e+03 +2.2e+03
+1.6e+03
300
+1.2e+03
+1.8e+03
250
+ 800
+400
200 +1.4e+03
y

150

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
+1e+03
100
+600
50
+200
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
x x 104
Figura 4 – Curvas de nível para a função de produtividade de Cobb-Douglas do exemplo aplicado 4
Fonte: o autor.

Observando a Figura 4, x representa os valores de K, o capital investido (em R$)


e y representa os valores de L (horas empregadas), e cada linha é uma curva de
nível com valor de z (a produtividade) constante. Se tomarmos como exemplo a
linha de 600 unidades produzidas, quando são utilizadas 100 horas de trabalho, a
quantidade de capital investido ficaria pouco acima de 0,4x104, ou seja, R$4000,00.
Em Economia, cada curva de nível para uma função de produtividade que
apresenta valor de produtividade constante, recebe o nome de curvas de isopro-
duto ou isoquantas de produção. Seria possível elaborar estas curvas, ou analisá-las
manualmente se utilizarmos a função de produção, admitirmos um valor cons-
tante para z (a produtividade) e então avaliarmos os valores de K e L. Por exemplo,
consideremos a função de produção do exemplo aplicado 4 com A igual a 3.

P ( K , L ) = 3 ⋅ K 0,2 ⋅ L0,8

FUNÇÕES REAIS DE VÁRIAS VARIÁVEIS


29

Se quisermos analisar o comportamento do capital investido e das horas de


trabalho para a isoquanta de produção de 1000 unidades, substituímos este valor
na função de produção e obtemos a relação entre K e L.

333, 33 333, 33
1000 = 3 ⋅ K 0,2 ⋅ L0,8 → L0,8 = 0 ,2
� K 0 ,2 = 0 ,8
� ou
K L

Para estas condições de produção, 1000 unidades, se fixarmos o capital investido


em R$10000,00, a quantidade de horas necessárias é encontrada pela expressão:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

333, 33 333, 33
L0,8 = = → L = 0,8 52, 83 = 142, 43h
K 0 ,2 100000,2

Ou seja, serão necessárias 142h de trabalho com R$10000,00 de capital investido


para que se tenha uma produção em torno de 1000 unidades.
Essa análise pode ser realizada para qualquer função que tenha uma repre-
sentação gráfica em três dimensões.

LIMITE DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS

A noção de limite e continuidade de funções de várias variáveis é a mesma do


que para funções de uma variável independentes. Os limites permitem deter-
minar o valor da função quando se sabe os valores das variáveis independentes,
além de analisar a continuidade de uma função que ocorre quando essa função
apresenta limites em todo o intervalo analisado.
A representação do limite para funções de duas variáveis independentes se torna:
lim f ( x, y ) = L
( x , y )→( x0 , y0 (

Se a função apresentar três variáveis independentes, então a expressão do limite


se torna:
lim f ( x, y , z ) = L
( x , y , z )→( x0 , y0 , z0 (

Limite de Funções de Várias Variáveis


30 UNIDADE I

Exemplo aplicado 5: Limite de função de duas variáveis


Se uma função é dada pela expressão:
f ( x, y ) = 3, 5 x − 2, 8 y

Determine o limite da função para (x,y) tendendo a (3,4).

Solução:
Como a função não apresenta restrições para o cálculo do limite, podemos subs-
tituir os valores de x e y para determinar o valor da função para estas variáveis.

lim ( 3, 5 x − 2, 8 y ) = 3, 5 ⋅ 3 − 2, 8 ⋅ 4 = −0, 7

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
( x , y ) →( 3 , 4 )

Portanto, o limite da função para (x,y) tendendo a (3,4) é -0,7.


Exemplo aplicado 6: Limite de função de três variáveis
Considerando uma função de três variáveis dada pela expressão:
5
f ( x, y, z ) = 0, 9 x + 12 y 2 +
z
Avalie o limite desta função para (x,y,z) tendendo a (2,3,1).

Solução:
Analisando a função, observa-se que ela não é definida quando z = 0, pois haveria
divisão por zero e não seria possível resolver. No entanto, para os pontos forneci-
dos, basta substituirmos os valores das variáveis na função dada.

 5 5
0, 9 x + 12 y 2 +  = 0, 9 ⋅ 2 + 12 ⋅ 32 + = 114, 8
( x , y , z )→( 2 ,3,1) 
lim
 z 1

Portanto, o limite para (x,y,z) tendendo a (2,3,1) é de 114,8.


Assim encerramos a Unidade I e podemos avançar para as derivadas aplicadas às
funções de duas ou três variáveis.

FUNÇÕES REAIS DE VÁRIAS VARIÁVEIS


31

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta primeira unidade do livro de Matemática para Economistas II, você relem-
brou o conceito de função e pôde ampliá-lo para funções com mais de uma
variável independente, estudando alguns tipos particulares de funções aplica-
das na economia, como as funções lucro, custo, receita, utilidade e de produção
de Cobb-Douglas, analisando o comportamento de cada uma delas.
Os gráficos das funções de mais de uma variável independente foram uti-
lizados para verificar o comportamento da função de acordo com as variações
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

possíveis das variáveis independentes da função. As formas gráficas apresenta-


das possuem três dimensões e são aplicadas para funções com duas variáveis
independentes. Estes gráficos em três dimensões também podem ser chamados
de superfícies de resposta.
Para efeitos mais práticos e para simplificar a apresentação gráfica da função,
foram criadas as curvas de nível, que permitiram analisar as variáveis indepen-
dentes da função, considerando-se um valor fixo para a resposta da função. As
curvas de nível podem ser expressas em um gráfico único, contendo várias cur-
vas de nível, uma para cada valor de z constante.
Por fim, as seções da Unidade I se encerraram com o conceito de limites e
continuidade de funções, que apresenta grande semelhança com os conceitos
de limite para funções de apenas uma variável independente. Não havendo res-
trição quanto ao uso dos valores das variáveis independentes na função, estes
podem ser utilizados para o cálculo do limite, que coincidirá com o valor cal-
culado da própria função.
Os exemplos aplicados foram utilizados para facilitar sua análise dos pro-
blemas mais comuns da Economia, novos exercícios são apresentados ao final
desta unidade para favorecer a fixação do conteúdo e melhorar o aprendizado.
Partiremos para a Unidade II, que tratará das derivadas das funções de mais
de uma variável independente. Até lá.

Considerações Finais
32

1. A receita de uma empresa que presta serviços de manutenção de aparelhos


de ar-condicionado depende das receitas unitárias para a manutenção de dois
modelos de aparelho. A manutenção do modelo A rende R$350,00 e a manu-
tenção do modelo B rende R$280,00.
Considerando que a receita depende apenas desses dois modelos de aparelho
de ar-condicionado que sofrem o serviço de manutenção, analise as afirma-
ções a seguir.
I. A receita para a manutenção de 15 aparelhos de ar-condicionado do mode-
lo A e 22 do modelo B é de R$11410,00.
II. Se a manutenção for feita em 20 aparelhos do modelo A e a receita for de
R$10000,00, a quantidade de aparelhos do modelo B será de 15.
III. Havendo a manutenção de 12 aparelhos de ar-condicionado do modelo A,
para que se tenha uma receita superior a R$13000,00, é necessário fazer a
manutenção em mais de 32 aparelhos do modelo B.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I e III, apenas.
2. Sabendo que uma empresa apresenta um custo fixo de R$1500,00 e um cus-
to unitário para a fabricação do produto A de R$35,00 e para o produto B, de
R$52,00, elabore a função custo total, admitindo que a variável x represente
cada unidade de A produzida e y, cada unidade de B produzida, e analise as
afirmações a seguir.
I. O custo total para a produção de 80 unidades do produto A e 130 unidades
do produto B é de R$9.560,00.
II. Se a produção do produto A for fixada em 150 unidades e considerando que
o custo total não possa exceder R$10.000,00, então a produção de B deve
ser inferior a 91 unidades.
III. O domínio da função é representado pelo conjunto de números reais (x,y),
que pode ser representado por D ∈ R2.
33

É correto o que se afirma em:


a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) II e III, apenas.
3. Um consumidor apresenta a seguinte função de utilidade para o consumo de
dois produtos: A e B, U(x,y) = x2. y, sendo que x representa a quantidade de pro-
dutos do item A e y, a quantidade de produtos do item B. Segundo essa função
de utilidade apresentada, considere V para verdadeiro e F para falso.
( ) Ao consumir 19 unidades do produto A e 10 unidades do produto B, o valor
da função de utilidade fica em 3610.
( ) Para manter o nível de utilidade em 2000 com o consumo de 10 unidades de
A, é necessário consumir 20 unidades de B.
( ) O domínio da função utilidade é em R2, mesmo que a função apresente uma
das variáveis independentes com um expoente diferente de 1.
( ) Para manter um nível de utilidade em 3500 com o consumo de 35 unidades
de B, é necessário consumir 15 unidades de A.
Assinale a sequência correta:
a) V, V, F e V.
b) F, V, F e V.
c) V, V, V e F.
d) F, V, F e F.
e) V, F, V e V.
4. A função de produção para uma empresa é dada pela expressão:

P ( K , L ) = 4 K 0,3 L0,7
Sendo K o capital investido na produção (R$) e L, a mão-de-obra utilizada (h),
analise as afirmações a seguir:
I. A utilização de R$12.000,00 de capital investido e 360h de trabalho rende
uma produtividade de 4.123 unidades, aproximadamente.
34

II. Para que se tenha uma produtividade de 5.000 unidades com um investi-
mento de R$20.000,00, são necessárias, aproximadamente, 381h de traba-
lho.
III. Uma produtividade de 3.000 unidades que consuma 300h de trabalho ne-
cessitará de, aproximadamente, R$15.337,20 de capital investido.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) II e III, apenas.
5. A construção de um gráfico em três dimensões para uma função receita permi-
te encontrar curvas de nível que ocorrem quando o valor da receita se mantém
e apenas os valores das variáveis independentes sofrem modificações. Cada
curva que apresenta o mesmo valor da receita é chamada de isorreceita. Con-
sidere a seguinte função receita em que x representa a quantidade de um pro-
duto A, e y, a quantidade de um produto B:

R ( x, y ) = 45 x + 23 y

Analise as afirmações a seguir:


I. Para a isorreceita de R$3.860,00, a venda de 50 unidades de A e 70 unidades
de B é equivalente à venda de 60,2 unidades de A e 50 unidades de B, admi-
tindo pequenas variações de valor.
II. A venda de 30 unidades de A e 30 unidades de B dá origem a uma isorre-
ceita de R$2.040,00, que é equivalente à venda de 20 unidades de A e 40,3
unidades de B.
III. Na isorreceita de R$4.550,00, a quantidade vendida de B é o dobro da A para
a mesma isorreceita, se a quantidade vendida de A for 60 unidades, a quan-
tidade vendida de B se reduziria em aproximadamente 30%.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) II e III, apenas.
35

Para iniciar nossos estudos separei para vocês um artigo que trata da importância da
simulação de processos produtivos na fase de projetos. O título é "Aplicação da função
Cobb-Douglas para análise da produtividade no setor aéreo: o caso da Gol". A seguir,
vocês verão alguns trechos do artigo, que pode ser lido na íntegra no link que está apon-
tado nas referências desta unidade. Boa leitura.
A teoria da produção tem um papel fundamental tanto na indústria de bens quanto de
serviços como ferramenta de gestão econômica das empresas. Essa função mostra de
que maneira os insumos devem ser combinados para gerar um produto ou serviço da
forma mais eficiente.
No transporte aéreo, estimar a função de produção é importante para a análise da capa-
cidade de produção que, neste trabalho, é descrita por meio do produto RevenuePassen-
ger Kilometer (RPK) obtido pela utilização dos insumos capital (taxa de utilização média
das aeronaves, em horas, multiplicada pelo número médio de aeronaves operacionais
no período) e trabalho (quantidade de funcionários). Trata-se de uma escolha simplifi-
cada de insumos, cabendo destacar que outros insumos podem fazer parte da função,
como combustíveis, por exemplo (Bettini e Oliveira, 2011). Ainda assim, considera-se
que a função de produção obtida permite avaliar o rendimento dos insumos considera-
dos na produção total da empresa, podendo ser tomada como uma ferramenta de apoio
à decisão sobre melhora de produtividade e modernização de sistemas e processos.
Neste artigo, utiliza-se a função Cobb-Douglas, publicada em 1928 (Cobb e Douglas,
1928) para estimar a função produção, que é apresentada da seguinte forma:
Q = AKβ2Lβ3
Onde Q representa o produto, enquanto K e L são os insumos considerados (capital e
trabalho, respectivamente), A é uma constante e β1 e β2 são parâmetros. Aplicando o
logaritmo para ambos os lados da equação e chamando o termo constante de β1,
tem-se:
LnQ = β1 + β2LnK + β3LnL
Esta é uma forma linearizada da função para que se possa aplicar a técnica de regressão
pelo método dos mínimos quadrados ordinários.
Este trabalho tem o objetivo de demonstrar a aplicação da Função Cobb-Douglas ao
transporte aéreo como ferramenta de análise de produtividade do setor, utilizando da-
dos de produção e insumos da empresa Gol Linhas Aéreas no período de 2003 a 2009.
A aplicação da função Cobb-Douglas através de uma regressão utilizando o método dos
mínimos quadrados ordinários mostrou uma boa correlação entre as variáveis RPK (pro-
duto), HVT (capital) e FUN (trabalho) no período anterior à aquisição da Varig.
36

Nos três períodos analisados, os coeficientes mostram nitidamente uma característica


típica do transporte aéreo que é ser capital intensiva, ou seja, o coeficiente da variável
capital é relativamente maior do que o coeficiente da variável trabalho, evidenciando
que a variável capital contribui com um peso maior do que a mão-de-obra na produção
do output.
Um ponto interessante quando comparados os períodos um e dois é o aumento do
coeficiente da variável capital no período dois, sendo que o coeficiente da variável tra-
balho permanece praticamente inalterado. Isto pode ser justificado pelo fato de que
o aumento da frota ocasionado pela aquisição da Varig tenha tornado a função ainda
mais capital intensiva do que já mostrava ser pela redução relativa da contribuição do
insumo trabalho. A redução da correlação entre as variáveis independentes e o produto
(RPK) (de 0,99 no período um para 0,69 no período dois) também evidencia o impacto
da entrada da Varig na empresa Gol.
Por último, a análise do período três, que compreende tanto a fase anterior quanto a
fase posterior à aquisição da Varig, mostra um coeficiente da variável capital próximo
à média dos outros dois períodos, porém o coeficiente da variável trabalho tem o seu
valor reduzido de forma substancial. Isto mostra que quando o período completo é ana-
lisado, a mão-de-obra perde relevância, podendo este fato ser justificado pelo excesso
de mão-de-obra que acompanhou a aquisição da Varig, evidenciando uma queda na
produtividade da empresa.
Pode-se afirmar que os dados obtidos possibilitam uma análise apenas de curto prazo,
considerando-se o período de abrangência, e indicam que a aquisição da Varig pode ter
impactado a função produção da Gol no sentido de torná-la mais dependente da variável
capital e com a variável trabalho perdendo relevância. A quantidade de mão-de-obra efe-
tiva na empresa no período posterior à aquisição da Varig mostra-se excessiva, reduzindo
a produtividade da empresa naquele período.
Considera-se, dessa forma, que o objetivo do trabalho foi atingido, demonstrando que
a aplicação da função de produção Cobb-Douglas mostrou-se adequada para a análise
proposta.
Fonte: adaptado de Kuroda, Kalfas e Eller (2012, on-line).
MATERIAL COMPLEMENTAR

Cálculo de Várias Variáveis


Willian G. McCallum, Deborah Hughes-Hallett, Andrew M. Gleason et al.
EDITORA: Edgard Blucher
SINOPSE: o cálculo é uma das grandes realizações do intelecto
humano. Inspirados por problemas de astronomia, Newton e Leibniz
Desenvolveram as ideias do cálculo há 300 anos. Desde então, cada século
demonstrou o poder do cálculo para iluminar questões matemáticas das
ciências físicas e das ciências sociais e biológicas.
O cálculo foi tão bem-sucedido por causa de seu extraordinário poder de
redução de problemas complicados a regras e procedimentos simples.
Nisto reside o perigo no ensino de Cálculo: é possível ensinar o assunto
como se nada mais fosse que regras e procedimentos - perdendo de vista
tanto a matemática quanto seu valor prático. Com o apoio da National
Science Foundation, os autores se propuseram a criar um novo currículo
de Cálculo que restaurasse essa visão. Este livro é o primeiro estágio nessa
empreitada.

Material Complementar
REFERÊNCIAS

KURODA, E. T.; KALFAS, A. J.; ELLER, R. A. G. Aplicação da função Cobb-Douglas para


análise da produtividade no setor aéreo: o caso da Gol. Journal of Transport Lite-
rature, Manaus, v. 6, n. 2, p. 169-179, abr. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.
br/pdf/jtl/v6n2/v6n2a09.pdf>. Acesso em: 26 set. 2018.
MORETTIN, P. A.; HAZZAN, S.; BUSSAB, W. O. Introdução ao Cálculo para Adminis-
tração, Economia e Contabilidade. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
SIMON, C. P.; BLUME, L. Matemática para Economistas. São Paulo: Bookman, 2008.
TAN, S. T.; Matemática Aplicada à Administração e Economia. 2. ed. São Paulo:
Thomsom Learning, 2007.
39
GABARITO

1. Alternativa E.
Considerando que cada modelo A de ar-condicionado seja representado pela
letra x, e cada modelo B de ar-condicionado seja representado pela letra y. A
função receita pode ser escrita como:

R ( x, y ) = 350 x + 280 y

Análise da afirmação I)
Para a manutenção de 15 ares-condicionados do modelo A e 22 ares-condicio-
nados do modelo B, a receita será de:

R ( x, y ) = 350 x + 280 y → R (15, 22 ) = 350 ⋅ 15 + 280 ⋅ 22 = 11410

A receita será de R$11410,00, logo, a afirmação I está correta.


Análise da afirmação II)
Para uma receita de R$10000,00 e uma manutenção em 20 ares-condicionados
do modelo A, a função receita fica na forma:
3000
R ( x, y ) = 350 x + 280 y → 10000 = 350 ⋅ 20 + 280 y → y = = 10, 71
280
A quantidade de ares-condicionados do modelo B com manutenção seria em
torno de 11, logo, a afirmação II está incorreta.
Análise da afirmação III)
Para uma receita superior a R$13000,00 com a manutenção de 12 ares-condicio-
nados do modelo A, podemos calcular o mínimo necessário de manutenção de
ar-condicionado do modelo B.

8800
R ( x, y ) = 350 x + 280 y → 13000 = 350 ⋅ 12 + 280 y → y = = 31, 43
280
É necessário fazer a manutenção de mais de 32 ares-condicionados do modelo
B. Logo, a afirmação III está correta.
Corretas: I e III, apenas.
GABARITO

2. Alternativa E.
A função custo pode ser definida por:

C ( x, y ) = 35 x + 52 y + 1500

Análise da afirmação I)
Para determinar o custo de produção de 80 unidades de A e 130 unidades de B,
basta substituirmos na função custo.

C ( x, y ) = 35 x + 52 y + 1500 → 10000 = 35(150) + 52 y + 1500


52 y = 10000 − 5250 − 15500
3250
y= = 62, 5
52
Análise da afirmação II)
Se a produção do produto A for fixada em 150 unidades, e considerando que o
custo total não possa exceder R$10000,00, podemos calcular a quantidade de B
que poderá ser produzida.
[10.000-1500-35(150)]
y= = 62,5 → produção inferior a 62.
52

Portanto, a quantidade de B máxima será de 62.


Análise da afirmação III)
Por ser uma função com duas variáveis independentes, o conjunto dos números
reais que representam o domínio pertencem ao espaço bidimensional que pode
ser escrito como D ∈ R2. Logo, a afirmação III está correta.
Corretas: III, apenas.
3. Alternativa C.
Como a função utilidade é fornecida, basta a utilizarmos para fazer a análise das
afirmações.
Análise da afirmação I)
Se forem consumidos 19 unidades do produto A e 10 unidades do produto B, a
utilidade do consumidor será de

U ( x, y ) = x 2 ⋅ y → U (19,10 ) = 192 ⋅ 10 = 3610

Portanto, a afirmação é verdadeira.


Análise da afirmação II)
41
GABARITO

Para uma utilidade de 2000 e um consumo de 10 unidades de A, podemos de-


terminar o consumo de B.
2000
U ( x, y ) = x 2 ⋅ y → 2000 = 102 ⋅ y → y = = 20
100
A afirmação II é verdadeira.
Análise da afirmação III)
A dimensão do domínio depende da quantidade de variáveis independentes
presentes na função, como são duas, então o domínio é em R2.
A afirmação III é verdadeira.
Análise da afirmação IV)
Considerando um nível de utilidade de 3500 e um consumo de 35 unidades do
produto B, podemos calcular a quantidade necessária de A.

3500
U ( x, y ) = x 2 ⋅ y → 3500 = x 2 ⋅ 35 → x = = 10
35

Portanto, a afirmação IV é falsa.


Corretas: V, V, V e F.
4. Alternativa D.
A função de produção é fornecida e pode ser utilizada para analisar as afirma-
ções que se tem.
P ( K , L ) = 4 K 0,3 L0,7
Análise da afirmação I)
O uso de R$12000,00 de capital investido e 360h de trabalho rende uma produ-
tividade dada por:

P (12000, 360 ) = 4 ⋅ 120000,33600,7 = 4123,12

A afirmação I está correta.


Análise da afirmação II)
Para um investimento (K) de R$20000,00 e uma produtividade (P) de 5000 unida-
des, podemos determinar a quantidade de horas de trabalho necessárias.

5000
P ( K , L ) = 4 K 0,3 L0,7 → 5000 = 4 ⋅ 200000,3 ⋅ L0,7 → L = 0,7 = 381, 29 ≈ 381h
78

Logo, a afirmação II está correta.


GABARITO

Análise da afirmação III)


Considerando uma produtividade de 3000 unidades e uma utilização de 300h
de trabalho, podemos calcular a necessidade de capital investido.

3000
P ( K , L ) = 4 K 0,3 L0,7 → 3000 = 4 ⋅ K 0,3 ⋅ 3000,7 → K = 0,3 = 6362,19
216, 79

São necessários R$6362,19, portanto, a afirmação III está incorreta.


Corretas: I e II, apenas.
5. Alternativa A.
Como a função receita é fornecida, podemos analisar cada afirmação substituin-
do os valores na função receita.
Análise da afirmação I)
Para a isorreceita de R$3860,00, analisamos as duas opções de venda, 50 unida-
des de A e 70 unidades de B e, depois, 60 unidades de A com 50 unidades de B.
R ( x, y ) = 45 x + 23 y → R ( 50, 70 ) = 45 ⋅ 50 + 23 ⋅ 70 = 3860

R ( x, y ) = 45 x + 23 y → R ( 60, 50 ) = 45 ⋅ 60, 2 + 23 ⋅ 50 = 3859


Logo, a afirmação I está correta.
Análise da afirmação II)
A venda de 30 unidades de A e 30 unidades de B resulta em:

R ( x, y ) = 45 x + 23 y → R ( 30, 30 ) = 45 ⋅ 30 + 23 ⋅ 30 = 2040

A isorreceita será de R$2040,00.


Para a venda de 20 unidades de A e 40,3 unidades de B, a receita seria de:

R ( x, y ) = 45 x + 23 y → R ( 20, 40, 3 ) = 45 ⋅ 20 + 23 ⋅ 40, 3 = 1826, 9

Logo, não é a mesma isorreceita, a afirmação II está incorreta.


Análise da afirmação III)
Para a isorreceita de R$4550,00 podemos testar a hipótese de que a quantidade
de B (y) é o dobra da A (x), ou seja, y=2x.

4550
R ( x, y ) = 45 x + 23 y → 4550 = 45 x + 23 ⋅ 2 x → x = = 50
91
43
GABARITO

Se x = 50, então y = 100, portanto, a quantidade vendida de B é o dobro da A. Se


a quantidade de A vendida passar a 60 unidades, a isorreceita será de:
1850
R ( x, y ) = 45 x + 23 y → 4550 = 45 ⋅ 60 + 23 ⋅ x → x = = 80, 43
23

Isso representaria uma redução em torno de 20%, e não 30% como diz o enun-
ciado, logo, a afirmação III está incorreta.
Corretas: I, apenas.
ANOTAÇÕES
45
ANOTAÇÕES
Prof. Dr. Fernando Pereira Calderaro

II
UNIDADE
DERIVADAS

Objetivos de Aprendizagem
■■ Entender como determinar as derivadas parciais.
■■ Aplicar a regra da cadeia para resolver derivadas.
■■ Encontrar máximos e mínimos de funções.
■■ Entender algumas aplicações das derivadas em Economia.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Derivadas parciais
■■ Regra da cadeia
■■ Máximos e mínimos
■■ Aplicações em Economia
49

INTRODUÇÃO

Olá, caro(a) aluno(a). Seja bem-vindo(a) à segunda unidade do livro de Matemática


para Economistas II. Nesta unidade, vamos estudar as derivadas aplicadas às fun-
ções de mais de uma variável independente.
Você verá, nesta unidade, o conceito de derivadas parciais utilizado para cal-
cular as derivadas das funções de mais de uma variável. Note que as regras de
derivação aplicadas às funções de uma variável independente são válidas para as
funções de mais de uma variável independente, portanto, é importante que você
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

as revise, pois assim, seu aproveitamento nesta unidade será maior.


Outro conceito importante será a regra da cadeia, que possui a mesma defi-
nição para funções de uma ou mais variáveis independentes, sendo aplicada para
funções compostas, que são descritas como combinações de funções.
Junto aos conceitos de derivadas parciais e regra da cadeia, veremos uma
aplicação muito importante, que é a determinação de máximos e mínimos de
funções utilizando as derivadas iguais à zero. Essa técnica simples é muito útil
para problemas de otimização, quando se quer encontrar a melhor condição
para a função estudada.
Finalizaremos a unidade com algumas aplicações das derivadas e de máxi-
mos e mínimos para a economia, como as funções marginais, que representam
taxas de variação das funções. As técnicas aprendidas na unidade podem ser uti-
lizadas para qualquer tipo de função de mais de uma variável independente, bem
como as análises realizadas para interpretar os resultados encontrados.
Alguns exemplos são apresentados para facilitar a compreensão dos conceitos,
todos são resolvidos em detalhes para que você possa fazer os exercícios pro-
postos no final da unidade, bem como os exercícios das atividades da disciplina.
Espero que você tenha um ótimo aproveitamento, e que consiga entender
com facilidade os conceitos apresentados.

Introdução
50 UNIDADE II

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DERIVADAS PARCIAIS

As derivadas representam as taxas de variação das funções a que se aplicam,


permitindo determinar o comportamento da função de acordo com a mudança
dos valores de suas variáveis independentes. Quando se trabalha com fun-
ções de uma variável independente do tipo y=f(x), obter a derivada é um
processo mais simples e direto, devendo-se aplicar a regra necessária para
tanto. Lembremos que, nesta situação, a derivada é expressa da seguinte forma
(SIMON; BLUME, 2008):

df lim f ( x0 + h) − f ( x0 )
( x0 ) =
dx h→ 0 h

Para funções de mais de uma variável independente, o processo do cálculo da


derivada se tornaria mais complexo para uma análise da variação de todas as
variáveis ao mesmo tempo. Por este motivo, as derivadas de funções de mais de
duas ou três variáveis são calculadas em separado, utilizando o que chamamos
de derivadas parciais.
Segundo Morettin et al. (2018), aplicar a derivada parcial a uma função de
várias variáveis consiste em calcular a taxa de variação em relação a uma das
variáveis da função, mantendo as demais constantes. Para uma função do tipo
z=f(x,y), com duas variáveis independentes, podemos expressar a derivada parcial

DERIVADAS
51

como uma variação primeiro em x, mantendo y constante, e depois variando em


y, mantendo x constante. O símbolo utilizado para expressar as derivadas par-
ciais é o “del” (∂), por definição, as derivadas parciais para x e y de uma função
de duas variáveis independentes seria dada por:
∂f ∆f
( x0 , y0 ) = f x ( x0 , y0 ) = lim
∂x ∆ x→ 0 ∆ x

∂f ∆f
( x0 , y0 ) = f y ( x0 , y0 ) = lim
∂y ∆ y →0 ∆ y
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A expressão 2 indica que a derivada será realizada para variações de x, conside-


rando y uma constante na equação. Já a expressão 3 indica que a derivada será
realizada para variações de y, considerando x constante. As regras de derivação
aplicadas para funções de uma variável independente são válidas para as fun-
ções de mais de uma variável independente.

Exemplo 1: considere uma função potência dada pela expressão f(x,y) = x3 y2 + 7x2
y + 8x, calcule as derivadas parciais para esta expressão.

Solução: como temos uma função com duas variáveis independentes, a derivada
será calculada pela derivada parcial, para tanto, podemos realizar a derivada ini-
cialmente para x, mantendo y constante. Se separarmos a função em três partes,
x3 y2, 7x2y e 8x, calculamos as derivadas individualmente e depois somamos.
∂ 3 2
∂x
( )
x y = 3 x2 y 2


∂x
( )
7 x2 y = 14 xy


(8 x) = 8
∂x
Portanto, a derivada parcial da função dada em relação a x é:
∂f ∂ 3 2
=
∂x ∂x
( )
x y + 7 x2 y + 8 x = 3 x2 y 2 + 14 xy + 8

Derivadas Parciais
52 UNIDADE II

Para derivarmos a função em relação a y, basta considerarmos x constantes.


∂ 3 2
∂y
( )
x y = x3 . 2 y = 2 x3 y


∂y
( )
7 x2 y = 7 x2


(8 x) = 0
∂y

Portanto, a derivada parcial da função dada em relação a y é:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
∂f ∂ 3 2
=
∂y ∂y
(
x y + 7 x2 y + 8 x = 2 x3 y + 7 x2 )
Observe que a análise das derivadas para funções de mais de uma variável deve
ser feita de maneira separada, pois as expressões resultantes são diferentes entre si.

Agora vamos explorar algumas regras de derivação como a regra do produto,


quociente, regra para funções exponenciais, potência e logarítmicas com o exem-
plo 2, a fim de relembrá-las.

Exemplo 2: determine as derivadas parciais em x e y para as funções apresenta-


das quando x = 2 e y = 3.
( )
a) f ( x, y ) = x2 + 3 y ln ( x )

xy
b) f ( x, y ) =
x + y2
c) f ( x, y ) = 3 xe y

Solução:
a) a derivada parcial da função dada em relação a x e y deve ser calculada utili-
zando a regra do produto, se dividirmos a função em duas partes, teremos:
g ( x, y ) = x 2 + 3 y
h( x, y ) = ln( x)
A regra do produto nos diz que:
f ( x , y ) = g ( x , y ) . h ( x , y ) → f '( x , y ) = g '( x , y ) . h ( x , y ) + g ( x , y ) . h '( x , y )

DERIVADAS
53

Para x, a derivada da função é dada por:


∂f 1
∂x
= f x = (2 x )ln ( x) + x2 + 3 y
x
( )
Considerando x = 2 e y = 3, determinamos o valor da derivada parcial.
∂f 1
∂x
( )
(2, 3) = f x (2, 3) = (2 . 2)ln (2) + 22 + 3 . 3 = 2, 773 + 6, 5 = 9, 273
2
Para y, a derivada da função é dada por:
∂f
( )
= f y = 3 . ln ( x ) + x2 + 3 y . 0 = 3 . ln ( x)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

∂y

Considerando x = 2 e y = 3, determinamos o valor da derivada parcial.


∂f
(2, 3) = f y (2, 3) = 3 . ln (2) = 2, 08
∂y
Portanto, fx(2,3) = 9,273 e fy(2,3) = 2,08.
b) o cálculo das derivadas parciais da função apresentada deve ser determinado
pela regra do quociente. Dividindo a equação em duas partes, teremos:

g ( x, y ) = xy
h ( x, y ) = x + y 2

A regra do quociente nos diz que:


g ( x, y ) g ‘ ( x , y ) . h ( x , y ) − g ( x , y ) . h '( x , y )
f ( x, y ) = → f ‘ ( x, y ) =
h ( x, y ) h ( x, y )
2

Para x, a derivada da função é dada por:

∂f
= fx =
( )
y . x + y 2 − xy . (1) xy + y 3 − xy
= =
y3
∂x 2 2 2
x + y2 ( )x + y2 (
x + y2 ) ( )
Considerando x = 2 e y = 3, determinamos o valor da derivada parcial.

∂f 33 27
(2, 3) = f x (2, 3) = 2
= = 0, 223
∂x 121
2 + 32 ( )

Derivadas Parciais
54 UNIDADE II

Para y, a derivada da função é dada por:

∂f
= fy =
( )
x . x + y 2 − xy . (2 y ) x2 + xy 2 − 2 xy 2
= =
x2 − xy 2
∂y 2 2 2
x + y2 ( ) x + y2 (
x + y2 ) ( )
Considerando x = 2 e y = 3, determinamos o valor da derivada parcial.

∂f 22 − 2 . 32 − 14
(2, 3) = f y (2, 3) = 2
= = − 0,116
∂y 121
2 + 32 ( )

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Portanto, fx(2,3) = 0,223 e fy(2,3) = -0,116.
c) a derivada parcial da função dada em relação a x e y deve ser calculada utili-
zando a regra do produto, se dividirmos a função em duas partes, teremos:
g ( x, y ) = 3 x
h ( x, y ) = e y

A regra do produto nos diz que:

f ( x , y ) = g ( x , y ) ⋅ h ( x , y ) → f '( x , y ) = g '( x , y ) ⋅ h ( x , y ) + g ( x , y ) ⋅ h '( x , y )


Para x, a derivada da função é dada por:
∂f
= f x = 3 . e y + 3 x . 0 = 3e y
∂x
Considerando x = 2 e y = 3, determinamos o valor da derivada parcial.
∂f
(2, 3) = f x (2, 3) = 3e3 = 60, 26
∂x
Para y, a derivada da função é dada por:
∂f
= f y = 0 . e y + 3 xe y = 3 xe y
∂y
Considerando x = 2 e y = 3, determinamos o valor da derivada parcial.
∂f
(2, 3) = f y (2, 3) = 3 . 2 . e3 = 120, 51
∂y

Portanto, fx(2,3) = 60,26 e fy(2,3) = 120,51.

DERIVADAS
55

O cálculo diferencial foi descoberto em paralelo por Isaac Newton (entre


1666 e 1669) e por Gottfried Whilhelm Leibniz (1675 e 1676), sendo que Lei-
bniz fez as primeiras publicações sobre o assunto (1971), e Newton apre-
sentou suas descobertas ao mundo em 1705, rendendo muitas discussões
sobre plágio entre ambos. Fato é que esta discussão ainda não teve um fim,
porém, é inegável que ambos contribuíram enormemente para o avanço
dos estudos nas ciências de um modo geral.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: adaptado de Stewart (2013).

No próximo tópico, iremos trabalhar com a regra da cadeia para resolver outros
problemas de derivação de funções de mais de uma variável independente.

REGRA DA CADEIA

A regra da cadeia para funções de várias variáveis tem a mesma funcionali-


dade que a regra da cadeia para funções de uma variável independente, ou seja,
se aplica quando há funções compostas. Lembremos que as funções compos-
tas aparecem quando há uma função dentro da outra. Muitas vezes, ela pode
ser resolvida de maneira direta por substituição, sendo assim, encontra-se uma
nova função em relação a uma variável que, em alguns casos, acaba levando a
função que possui mais de uma variável independente para uma forma em que
aparece apenas uma variável independente.
No entanto, se a substituição for muito custosa, é possível aplicar a regra da
cadeia que o resultado da derivada será o mesmo. Segundo Morettin et al. (2018),
considerando uma função f(x,y), com x(t) e y(t), ou seja, f depende de x e y e ambos
dependem de uma terceira variável t, podemos representar a regra da cadeia por:

Regra da Cadeia
56 UNIDADE II

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dF ∂ f . dx + ∂ f . dy
=
dt ∂ x dt ∂ y dt

Exemplo 3: sejam f(x,y) = 7x-3y+5 com x(t) = 3t e y(t) = 2t+1. Determine a derivada
da função f em relação a t, fazendo substituição direta e aplicando a regra da cadeia.

Solução: por substituição direta, basta trocar x e y na função f(x,y) transforman-


do-a em uma função F(t).
f ( x, y ) = 7 x − 3 y + 5 → F (t ) = 7 . (3t ) − 3. (2t + 1) + 5 = 21t − 6t− 3 + 5

F (t ) = 15t + 2

A derivada da F em relação a t pode ser então determinada.

dF
= 15
dt
Aplicando a regra da cadeia ficamos com:
∂f dx ∂f dy
=7 =3 = −3 =2
∂x dt ∂y dt
dF ∂ f . dx + ∂ f . dy =
= 7 . 3 + (− 3). 2 = 21 − 6 = 15
dt ∂ x dt ∂ y dt

Portanto, a derivada da função f em relação a t é igual a 15.

DERIVADAS
57

A aplicação de funções de mais de uma variável torna a representação mate-


mática do problema mais próxima do real, onde há prevalência de diversos
fatores influenciando o sistema real estudado.

Depois de entendermos como analisar a derivada de funções de mais de uma vari-


ável independente, podemos trabalhar com o conceito de máximos e mínimos, de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

extrema importância para análise de problemas em que se quer otimizar os resultados.

MÁXIMOS E MÍNIMOS

Por otimização, entende-se o processo de encontrar o ponto ótimo, que pode


ser o maior ou o menor possível. Por este motivo, quando se fala em otimização
e análise de funções para encontrar o ponto ótimo, deseja-se saber para quais
valores das variáveis independentes a função assume seu maior ou menor valor.
Esses pontos são chamados de máximos e mínimos de função.
Uma das maneiras de encontrar os pontos de máximo e mínimo é deter-
minando a derivada da função e igualando-a a zero. Para as funções de mais de
uma variável independente, para se encontrar os pontos de máximo e mínimo,
devemos calcular as derivadas parciais da função e igualá-las a zero.
Portanto, para uma função de duas variáveis f(x,y), um ponto (x0,y0) é con-
siderado ponto de máximo ou mínimo se fx(x0, y0) = 0 e fy(x0, y0) = 0.
Sabendo que a função apresenta um ponto de máximo ou de mínimo, é
possível determinar o tipo de ponto realizando o teste da segunda derivada.
Inicialmente, a determinação do determinante das derivadas segundas da fun-
ção calculadas no ponto de análise, D(a,b), permite avaliar se há ou não ponto
de mínimo e máximo. O cálculo do D(a,b) pode ser realizado pela expressão:

Máximos e Mínimos
58 UNIDADE II

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2
D (a , b) = f xx . f yy − f xy

Sendo fxx a derivada segunda em relação a x, fyy a derivada segunda em relação


a y e fxy a derivada em y da derivada de x. Se D(a,b) > 0, então há um ponto de
máximo ou mínimo, se D(a,b) < 0, não há ponto de máximo ou mínimo. Quando
há comprovação da existência de ponto de máximo ou mínimo, a análise da
derivada segunda em relação a x permite avaliar se esse ponto é de máximo ou
mínimo. Quando a derivada segunda da função f em relação a x for menor do
que zero, fxx(x0,y0)<0, e será um ponto de mínimo quando a derivada segunda
da f em relação a x for maior do que zero, fxx(x0,y0)>0.

Exemplo 4: determine o ponto crítico (máximo ou mínimo) da função dada e ana-


lise se será um ponto de máximo ou de mínimo.

f ( x, y ) = x 2 + y 2 − 3 x − 4 y + 5

Solução: para determinar o ponto crítico, calculamos as derivadas parciais da fun-


ção e igualamos a zero.

∂f
= f x = 2 x − 3= 0 → x = 3 / 2
∂x
∂f
= f y = 2 y − 4= 0 → 4 = 2
∂y

DERIVADAS
59

Pela expressão da derivada primeira da função f em relação a x, encontramos que


x = 3/2, e utilizando a derivada primeira da função f em relação a y, encontramos
y = 2, o que dá um ponto crítico (3/2,2). Para saber se esse é um ponto de máximo
ou mínimo, calculamos a derivada segunda da função em relação a x e a y, ou seja,
derivamos a derivada primeira.

f xx = 2
f yy = 2

f xy = 0
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Pelo teste da derivada segunda,


D (3 / 2, 2) = f xx . f yy − f xy2 = 2 . 2 − 02 = 4
Como o teste da segunda derivada resultou em um número positivo, então exis-
tem pontos de máximo e mínimo.
Como a derivada segunda da f em relação a x (fxx) é positiva, o ponto (3/2,2) é um
ponto de mínimo da função apresentada.

O próximo passo será estudar algumas aplicações à Economia, analisando as deri-


vadas de alguns tipos de função e encontrando pontos de máximo e de mínimo.

APLICAÇÕES EM ECONOMIA

Uma das principais aplicações


das derivadas é encontrar as
funções marginais para ana-
lisar o comportamento das
taxas de variação destas fun-
ções, bem como determinar
os pontos de máximo ou
mínimo para estas funções.

Aplicações em Economia
60 UNIDADE II

FUNÇÕES MARGINAIS

As funções marginais representam as taxas de variação da função estudada de


acordo com cada uma de suas variáveis independentes. Essas funções são cal-
culadas pelas derivadas parciais para cada variável e o resultado calculado tem
como significado o quanto a função sofrerá de alteração quando a variável inde-
pendente analisada for alterada em uma unidade. A seguir, veremos algumas
funções marginais mais comuns.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Produtividade marginal

Como a função de produção de Cobb-Douglas depende apenas de duas variá-


veis, capital (K) e trabalho (L), a derivada da função de produção em relação ao
capital é chamada de produtividade marginal do capital, e a derivada da função
de produção em relação ao trabalho é chamada de produtividade marginal do
trabalho (SIMON; BLUME, 2008).

Exemplo 5: considere a função de produção de Cobb-Douglas definida por:

P ( K , L) = 3 K 0,75 L0,25
Para um capital utilizado na produção de R$15000,00 e uma utilização de 450h de
trabalho, determine as produtividades marginais de capital e de trabalho.

Solução: para determinar a produtividade marginal do capital, aplicamos a deri-


vada à função de produção.

∂P
= PK = 3 . 0, 75. K − 0,25 . L0,25 = 2, 25 . K− 0,25 . L0,25
∂K
Substituindo os valores de K = 15000 e L = 450, a produtividade marginal do ca-
pital é dada por:

∂P
(15000, 450) = PK (15000, 450) = 2, 25 . 15000− 0,25 . 4500,25
∂K

PK (15000, 450) = 0, 936

DERIVADAS
61

Para determinar a produtividade marginal do trabalho, aplicamos a derivada à


função de produção.

∂P
= PL = 3 . 0, 25. K 0,75 . L− 0,75 = 0, 75 . K 0, 75 . L− 0, 75
∂L
Substituindo os valores de K = 15000 e L = 450, a produtividade marginal do ca-
pital é dada por:
PL = 0, 75 . 150000,75 . 450− 0,75 = 10, 40
A produtividade marginal do capital indica que, se o capital utilizado passar de
R$15000,00 para R$15001,00, a produtividade aumenta em 0,936 unidades. Já a
produtividade marginal do trabalho indica que, se as horas empregadas de tra-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

balho passarem de 450 para 451, a produtividade aumentará em 10,40 unidades.


Podemos verificar essa análise calculando a produtividade com as condições
apresentadas e depois variando uma unidade para cada variável da função de
produção.
P ( K , L) = 3 K 0,75 L0,25 → P (15000, 450) = 3 . 150000,75 . 4500,25 = 18728, 061
P ( K , L) = 3 K 0,75 L0,25 → P (15001, 450) = 3 . 150010,75 . 4500,25 = 18728, 998
P ( K , L) = 3 K 0,75 L0,25 → P (15000, 451) = 3 . 150000,75 . 4510,25 = 18738, 457
Se fizermos a diferença entre a produtividade calculada com R$15001,00 e
R$15000,00, o valor encontrado será de 0,937, valor praticamente igual ao encon-
trado para a produtividade marginal do capital. Se fizermos a diferença entre a
produtividade calculada com 451h e 450, o valor encontrado será de 10,396, valor
próximo ao encontrado pela produtividade marginal do trabalho.

Função lucro marginal

O lucro marginal é calculado pelas derivadas parciais da função lucro e indica o


impacto no lucro quando uma unidade a mais de cada produto for comercializada.

Exemplo 6: uma empresa comercializa três produtos diferentes classificados


como produto A, produto B e produto C. O lucro unitário de venda do produto A é
de R$150,00, para o produto B é de R$175,00 e para o produto C, de R$205,00. Se
a função lucro é uma relação entre os lucros unitários, determine o lucro marginal
para cada produto, considerando uma venda de 30 unidades de A, 50 unidades
de B e 25 unidades de C.

Aplicações em Economia
62 UNIDADE II

Solução: se considerarmos x a quantidade de produto A, y a quantidade de pro-


duto B e z a quantidade de produto C vendido, a função lucro pode ser escrita
como:

L ( x, y, z ) = 150 x + 175 y + 205 z


O lucro marginal para cada produto pode ser determinado pela derivada parcial
aplicada a cada variável.
Lx = 150
Ly = 175
Lz = 205

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Observe que as derivadas parciais não dependem das quantidades vendidas de
cada produto, indicando que a venda de uma unidade a mais do produto A au-
menta o lucro em R$150,00, a venda de uma unidade a mais do produto B aumen-
ta o lucro em R$175,00 e a venda de uma unidade a mais do produto C aumenta
o lucro em R$205,00.

MÁXIMOS E MÍNIMOS – OTIMIZAÇÃO

A determinação de pontos de máximo e mínimo permite encontrar a melhor


combinação de valores para as variáveis independentes que forneça o maior ou
menor valor para a função analisada.

Exemplo 7: considerando o lucro de uma empresa como uma função da quanti-


dade de itens vendidos de luxo (x) e básicos (y) dado pela expressão.

L ( x, y ) = −0, 003 x2 − 0, 002 y 2 − 0, 01xy + 25 x + 18 y


Determine o ponto de máximo desta função lucro, indicando a quantidade de
itens de luxo e básicos que devem ser vendidos e o lucro obtido.

Solução: o ponto de máximo pode ser encontrado pelas derivadas parciais apli-
cadas à função lucro.
Lx = −0, 006 x − 0, 01 y + 25 = 0
Ly = −0, 004 y − 0, 01x + 18 = 0

DERIVADAS
63

Para encontrar os valores de x e y, precisamos resolver o sistema de equações


dado pelas derivadas parciais.
Podemos isolar y na equação da derivada em x (Lx).
0, 006 x − 25
y= = −0, 6 x + 2500
−0, 01
Substituindo na derivada parcial em y (Ly)
− 0, 004. (− 0, 6 x+ 2500) − 0, 01x+ 18 = 0 → 0, 0024 x − 10− 0, 01x + 18 = 0

− 0, 0076 x+ 8 = 0 → x = 1052, 63
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Substituindo para y

y = − 0, 6 . x + 2500 = − 0, 6 . 1052, 63 + 2500 = 1868, 42


Teríamos então x ≈ 1052 unidades de luxo e y ≈ 1868 unidades básicas. O lucro
encontrado seria calculado por:
L ( x, y ) = −0, 003 x2 − 0, 002 y 2 − 0, 01xy + 25 x + 18 y
L(1052,1868) = − 0, 003 . 10522 − 0, 002 . 18682 − 0, 01. 1052 1868 + 25 . 1052 + 18 . 1868
1052,1868) = − 0, 003 . 10522 − 0, 002 . 18682 − 0, 01. 1052 1868 + 25 . 1052 + 18 . 1868

L (1052,1868) = −3320,11 − 6978, 85 − 19651, 36 + 16300 + 33624

L (1052,1868) = −29950, 32 + 49924 = 19973, 68

O lucro máximo encontrado será de R$19973,68.

OTIMIZAÇÃO CONDICIONADA – MULTIPLICADORES DE LAGRANGE

Quando se deseja realizar uma otimização, mas o sistema estudado apresenta


ao menos uma restrição. A técnica dos multiplicadores de Lagrange pode ser
utilizada. Essa técnica consiste em associar a função que se quer otimizar com a
função da restrição do problema, e quem faz essa associação é o multiplicador
de Lagrange. Considere uma função f(x,y) que apresenta como restrição a
função g(x,y), essas duas funções se tocam em apenas um ponto (x0,y0) e podem
ser associadas da seguinte forma:

Aplicações em Economia
64 UNIDADE II

∇f ( x0 , y0 ) = λ∇g ( x0 , y0 )

Abrindo a expressão 6, ficamos com:


f x ( x, y ) = l g x ( x, y )�

f y ( x, y ) = l g y ( x, y )

g ( x, y ) = c

Ao resolver o sistema obtido, encontra-se os valores de x e y que satisfazem a

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
otimização e respeitam a restrição dada. Todas as expressões apresentadas para
funções de duas variáveis independentes podem ser expandidas para três ou
mais variáveis independentes.

Exemplo 8: considerando a função f(x,y) = x2+y2, sujeito a uma restrição dada por
g(x,y) = x+y - 8 = 0. Determine os pontos de máximo ou mínimo pelo método dos
multiplicadores de Lagrange.

Solução: podemos expressar as duas funções de maneira combinada.

L ( x, y,l ) = x2 + y 2 − l ( x + y − 8)
As derivadas parciais são calculadas e igualadas a zero.
Lx = 2 x − l = 0
Ly = 2 y − l = 0
Ll = x + y − 8 = 0
Da derivada Lx encontramos que x=λ/2, e da derivada Ly encontramos que y=λ/2.
Substituindo estes valores de x e y na derivada Lλ, obtemos:
λ λ
+ − 8=0→λ =8
2 2
Assim, determinamos que x = 4 e y = 4, então o ponto (4,4) é um ponto de máximo
ou mínimo da função.

Com os multiplicadores de Lagrange, encerramos a Unidade II e aprendemos


algumas técnicas muito úteis para analisar funções utilizando as derivadas. O pró-
ximo passo será estudar os vetores, assunto que veremos na Unidade III. Até lá!

DERIVADAS
65

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta segunda unidade do livro de Matemática para Economistas II, você apren-
deu a calcular derivadas de funções de mais de uma variável independente
aplicando a regra das derivadas parciais, que ocorrem com derivação em rela-
ção a uma das variáveis da função, mantendo as demais constantes.
Em seguida, você aprendeu a aplicar a regra da cadeia para determinar a
derivada de funções compostas, e deve ter percebido que a maneira de resolvê-
-la é muito parecida com a regra da cadeia para funções de uma variável apenas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A otimização de funções, ou seja, a determinação de pontos de máximo


e mínimo é muito importante para analisar o comportamento de funções e
determinar sua melhor forma de utilização. Esse processo ajuda a definir uma
condição ideal para o sistema analisado, o que favorece o aumento dos ganhos
para uma empresa ou um indivíduo. A utilização das regras de derivação se apre-
senta como uma maneira prática e relativamente simples de encontrar o ótimo
das funções estudadas.
Depois, você teve contato com algumas funções utilizadas em Economia e
suas aplicações. Vimos que o principal uso das derivadas é determinar as taxas de
variação da função que, no caso de Economia, recebe o nome de funções margi-
nais. Alguns exemplos foram utilizados para facilitar o seu grau de compreensão
dos problemas apresentados. Novos exercícios são apresentados ao final desta
unidade para que você possa treinar mais.
A próxima Unidade III irá tratar de um assunto bem interessante e que
permite analisar alguns tipos de problema efetuando cálculos e representações
vetoriais. Você verá como representar um vetor, como fazer operação entre veto-
res, bem como suas aplicações em Economia.
Espero que a forma utilizada para apresentar o conteúdo a você tenha sido
útil para seu aprendizado e que você tenha muita facilidade em utilizar as regras
estudadas nos exercícios e também em seu dia adia. Até a próxima unidade.

Considerações Finais
66

1. Uma empresa do setor calçadista está analisando seu sistema de produção e


elaborou uma função de produtividade na forma de potência, associando os
maquinários utilizados (x) com as horas trabalhadas (y) de seus funcionários. A
expressão encontrada é apresentada a seguir:
P ( x, y ) = 330 x + 15 y + 20 xy − 1, 5 x2 − 0, 5 y 2
Considerando esta função de produção para P(x,y) dado em pares de calçados
produzidos, analise as afirmações a seguir.
I. Considerando a utilização de 25 máquinas e 415 horas de trabalho, a pro-
dutividade marginal para capital (máquinas) é de 8.555 pares de calçados.
II. A produtividade marginal para as horas trabalhadas será de 100 pares de
calçados, considerando o uso de 25 máquinas e 415 horas de trabalho.
III. Como é possível construir uma curva de nível em três dimensões, podemos
dizer que o domínio da função produtividade está na forma D ∈ R3.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I e III, apenas.
2. A produtividade de uma empresa foi definida como uma função entre o capital
investido na produção (K), em R$, e o trabalho empregado (K), em horas. A re-
lação entre essas variáveis segue o formato da função de Cobb-Douglas como
aqui apresentada.
P ( K , L) = 600 K 0,2 L0,8
A situação atual da empresa consome ao mês R$135.000,00 em capital com um
total de 1.180 horas de trabalho. A produtividade é medida em kg de produto
gerado. Nestas condições, analise as afirmações a seguir.
I. A produtividade marginal do capital nas condições atuais nos diz que, se au-
mentarmos o uso de capital de R$135.000,00 para R$135.001,00, a produção
aumentará em 2,71 kg.
II. A produtividade marginal do trabalho nas condições atuais nos diz que se
aumentarmos as horas trabalhadas de 1.180 horas para 1181 horas, a produ-
ção aumentará em 238,05 kg.
III. Uma redução no capital investido para R$120.000,00 provocará uma queda
de produtividade de aproximadamente 425,33 kg, comparando às condi-
ções atuais.
67

É correto o que se afirma em:


a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) II e III, apenas.
3. A demanda de dois produtos A (x) e B (y) é variável e depende de seus preços.
Se considerarmos o preço (R$) do produto A como p1, e o preço (R$) do produ-
to B como p2, as equações que os representam são p1 = 5500-3x e p2 = 6300-4y.
A função custo da empresa é dada por C = 45000 + 250(x+y).
Sabendo que a função lucro é definida como a diferença entre receita e custo,
L = R – C, analise as afirmações a seguir:
I. Se o preço do produto A for de R$2500,00 e do produto B de R$2300,00, o
lucro da empresa será de R$4.255.000,00.
II. Se o preço de A for aumentado para R$2800,00 e o preço de B reduzir para
R$1900,00, o lucro passará a ser de R$5.225.000,00.
III. Para que se atinja o lucro máximo de R$4.584.531,00, os preços do produto
A e do produto B devem ser de R$2.875,00 e R$3.276,00, respectivamente.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) II e III, apenas.
4. Um monopolista vende seu produto em dois mercados diferentes, precificando
cada um individualmente. O preço do produto no mercado 1 é dado pela função
p1 = 3500-2x, e o preço do produto no mercado 2 é dado pela função p2 = 4000-
3y, sendo que x representa a quantidade vendida no mercado 1 e y, a quantidade
vendida no mercado 2.
Se o custo para produção e venda deste produto nos dois mercados é dado
pela função C(x,y) = 300 + 15(x+y), analise as afirmações a seguir:
I. O lucro marginal do monopolista para a quantidade vendida no mercado 1
quando o preço no mercado 1 for de R$500,00, e no mercado 2, de R$100,00,
será de -R$6.515,00.
68

II. Os preços do item I) geram prejuízo (lucro negativo) ao monopolista, sen-


do que o lucro máximo é encontrado quando o preço no mercado 1 é de
R$1.758,00, e o preço no mercado 2, de R$2.008,00.
III. Se o preço do produto no mercado 2 for fixado em R$1.500,00, a venda de
450 unidades do produto no mercado 1 renderá um lucro de R$1.985.380,00.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) II e III, apenas.
5. Um determinado produto apresenta uma função de produção dada pelo pro-
duto entre seus dois insumos principais utilizados, água (x) e energia elétrica
(y). Essa função apresenta a seguinte forma:
Q ( x, y ) = 2, 5 xy
A quantidade de produto Q(x,y) é dada pela quantidade em unidades produ-
zidas, a água consumida é medida em m3, e a energia, em kWh. O custo do m3
da água é de R$7,25, e do kWh de energia elétrica, de R$0,65. Foi imposta uma
restrição de orçamento para a fabricação do produto de R$600,00. Com base
nas informações apresentadas, analise as afirmações a seguir.
I. Utilizando o método dos multiplicadores de Lagrange, pode-se verificar que
a produtividade máxima ocorre com o consumo de 41m3 de água e 461kWh
de energia elétrica.
II. Ao utilizar as condições ótimas de produção, encontra-se uma produtivida-
de de 47.252 unidades com um gasto de R$596,90.
III. Uma redução na tarifa de água para R$7,00 deslocaria o ponto de máximo
da função produtividade para os valores de 46m3 de água consumida e
427kWh.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) II e III, apenas.
69

Para esta unidade, separei para vocês um artigo que trata da estimativa da elasticidade
preço e renda da demanda residencial, industrial e comercial de energia elétrica no perí-
odo de 2000 a 2015. O título é "Elasticidade preço e renda da demanda por energia elé-
trica nas regiões brasileiras: uma abordagem através de painel dinâmico". A seguir, vocês
verão alguns trechos do artigo, que pode ser lido na íntegra no link que está apontado
nas referências desta unidade. Boa leitura.
A estabilidade econômica alcançada após a implantação do Plano Real em 1994 levou a
economia nacional a retomada do crescimento econômico, através do controle da infla-
ção, do aumento da renda da população, e também pelo aumento na oferta por energia
elétrica. As taxas de expansão da oferta no setor elétrico até a primeira metade da dé-
cada de 90 apresentaram elevados índices, fundamentados principalmente nas dispo-
nibilidades de autofinanciamento por meio de tarifas reais, pelos recursos oriundos do
Governo Federal e o financiamento pelo capital externo (GOMES, 2010). Ademais, com o
fim do monopólio estatal do setor elétrico brasileiro em 1995, foi implantado um novo
modelo institucional, com base na livre competição nos mercados de geração, transmis-
são, distribuição e comercialização de energia elétrica pelo setor privado.
Através dessas mudanças foi criada uma nova política tarifária do setor elétrico nacio-
nal contextualizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), órgão da União
criado para regular e fiscalizar os novos agentes atuantes, além de realizar licitações e
novas concessões e fixar os critérios de reajustes tarifários do setor elétrico. Com a nova
política tarifária ocorreu mudanças na tributação, no padrão tecnológico, clima e nível
de renda, nas tarifas de energia elétrica e um aumento na influência na densidade de de-
manda e equilíbrio econômico-financeiro das empresas de distribuição (GOMES, 2010).
Mesmo com as mudanças nos fatores referentes à oferta de energia elétrico no Brasil,
em 2001 ocorreu uma crise no setor de energia elétrica, marcante pelas condições hi-
drológicas extremamente desfavoráveis verificadas nas regiões Sudeste e Nordeste. O
que obrigou o Governo Federal a criar a Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica
(GCE), com a finalidade de “propor e implementar medidas de natureza emergencial
para compatibilizar a demanda e a oferta de energia elétrica, de forma a evitar inter-
rupções intempestivas ou imprevistas do suprimento de energia elétrica” (CAMARGO,
2005). Implantando o programa de racionamento de energia elétrica, primeiramente
nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste e posteriormente na Região Norte.
Entre os trabalhos que tratam sobre o setor elétrico no âmbito nacional destacam-se
Andrade e Lobão (1997) que através da aplicação de um Vetor Auto Regressivo (VAR)
sob a representação de um modelo de Correção de Erro (VEC) estimou a demanda re-
sidencial de energia elétrica no Brasil no período de 1963/95. Schmidt e Lima (2004)
que estimaram a elasticidade renda e preço da demanda por energia elétrica no Brasil,
nas três classes: residencial, industrial e comercial no período de 2001 a 2005, além de
estimar a previsão de consumo para os próximos cinco anos posteriores ao período de
estudo. Mattos (2004) que analisou a demanda por energia elétrica nos três segmentos
no Estado de Minas Gerais no período de 1970 a 2002. Gomes (2010) que estimou as
70

elasticidades preço e renda da demanda por energia elétrica residencial no Brasil no


período de 1999 a 2006 por meio de painel. Modiano (1984) que estimou a elasticidade
renda e preços da demanda de energia elétrica no Brasil no período de 1963 a 1981
utilizando o método dos mínimos quadrados com correção para correlação serial pelo
método de Corchranne-Orcutt e Siqueira e Hollanda (2005) que calcularam a demanda
setorial por energia elétrica no pós-racionamento de 2001 para o Nordeste brasileiro.
No âmbito internacional destacam-se os trabalhos de Berndt (1978) que fez uma aná-
lise sobre os estudos de Houthakker (1951). Labanderia, Labeaga e Rodriguez (2006)
que estimaram a demanda por energia residencial para a Espanha. Bernstein e Griffin
(2005) que estimaram as diferenças regionais na elasticidade preço da demanda por
energia nos Estados Unidos. Fan e Hyndman (2010) que calcularam a elasticidade preço
da demanda por eletricidade no Sul da Austrália. Reiss e White (2002) que estimularam
a elasticidade preço da demanda residencial por eletricidade no Estado da Califórnia
nos Estados Unidos. Casarin e Delfino (2010) que estimularam a demanda residencial
por eletricidade em Buenos Aires, Filippini e Pachuari (2002) que estimularam as elasti-
cidades por demanda por eletricidade nas residências da India. Holtedahl e Joutz (2004)
que calcularam a demanda residencial por eletricidade em Taiwan e Chaudhry (2010)
que calculou a elasticidade preço e renda da demanda por energia elétrica no Paquistão.
Este trabalho teve como propósito estimar as elasticidades-preço e renda do consumo
de energia elétrica das regiões brasileiras no período de 2000 a 2015, através da uti-
lização de um modelo dinâmico de dados em painel, estimado por meio do método
System-GMM, empregando como variáveis, a saber: o consumo, as tarifas de energia elé-
trica, índices de preço, preço de bens substitutos e a renda das três principais classes de
consumo (residencial, comercial e industrial).
Foram avaliadas as elasticidades preço e renda da demanda para os consumidores resi-
dencial, comercial e industrial. Os resultados da estimação das elasticidades preço e ren-
da da demanda para as classes de consumo analisadas mostraram os sinais esperados.
Entretanto, os valores das elasticidades variaram bastante entre as regiões e as classes
de consumo, contudo, pode-se verificar que a elasticidade-renda da demanda para a
classe de consumo industrial foi a que apresentou os maiores valores em todas as regi-
ões analisadas, quando comparado com as outras classes estudadas. Ademais, a classe
comercial foi a que registrou os maiores valores da elasticidade-preço da demanda em
todas as regiões brasileiras.
Fonte: Dantas, Costa e Silva (2016).
MATERIAL COMPLEMENTAR

Cálculo. Funções de uma e várias variáveis


Pedro A. Morettin, Samuel Hazzan, Wilton de O. Bussab
Editora: Saraiva
Sinopse: em sua terceira edição, a obra cujo conteúdo foi produzido
a partir da junção de dois dos livros mais vendidos da área – Cálculo:
funções de uma variável e Cálculo: funções de várias variáveis -, apresenta
ao leitor um conteúdo revisto e atualizado, com a inclusão de equações
diferenciais e o uso dos aplicativos Excel e Matemática.
Ao longo dos 14 capítulos, os principais tópicos da Matemática são
apresentados, por meio de uma abordagem completa e detalhada, em
que os conceitos mais complexos são construídos a partir das noções
mais básicas. A uma recordação de definições elementares, seguem-
se o estudo de funções simples, derivadas, integrais e funções de duas
ou mais variáveis, chegando a uma introdução à Álgebra Linear. Ideal
tanto para alunos da graduação como para professores, a obra abrange
amplamente os principais assuntos discutidos nos programas de
Matemática nos diferentes cursos superiores.

Material Complementar
72
REFERÊNCIAS

DANTAS, F. C.; COSTA, E. M.; SILVA, J. L. M. Elasticidade preço e renda da demanda


por energia elétrica nas regiões brasileiras: uma abordagem através do painel di-
nâmico. Revista de Economia, Curitiba, v. 43, n. 3, a. 40, set./dez. 2016. Disponível
em: <https://revistas.ufpr.br/economia/article/view/36594/33017>. Acesso em: 27
set. 2018.
MORETTIN, P. A.; HAZZAN, S.; BUSSAB, W.O.; Introdução ao Cálculo para Adminis-
tração, Economia e Contabilidade. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
SIMON, C. P.; BLUME, L. Matemática para Economistas. São Paulo: Bookman, 2008.
STEWART, I.; 17 Equações que Mudaram o Mundo. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.
73
GABARITO

1. Alternativa D.
A função de produção é fornecida na forma:
P ( x, y ) = 330 x + 15 y + 20 xy − 1, 5 x2 − 0, 5 y 2
Podemos analisar as afirmações individualmente.
Análise da afirmação I)
Considerando uma quantidade de máquinas utilizadas de 25 e 415h de trabalho,
a produtividade marginal para o capital pode ser determinada aplicando-se a
derivada parcial em relação a x:
Px = 330 + 20 y − 3 x → Px (25, 415) = 330 + 20 . 415 − 3 . 25 = 8555
A produtividade marginal para o capital será de 8555 pares de calçados, logo, a
afirmação I está correta.
Análise da afirmação II)
A produtividade marginal para o tempo consumido na produção é determinada
pela derivada parcial da função produtividade.
Py = 15 + 20 x − y → Py (25, 415) = 15 + 20 . 25 − 415 = 100

A produtividade marginal para as horas trabalhadas é de 100 pares de calçados,


logo, a afirmação II está correta.
Análise da afirmação III)
O domínio da função é um conjunto de valores possíveis para as variáveis inde-
pendentes da função, como há apenas duas variáveis independentes (x e y), o
domínio da função tem duas dimensões, sendo descrito como D ∈ R2.
Logo, a afirmação III está incorreta.
Corretas: I e II apenas.
2. Alternativa E.
Como a função de produção é dada, basta analisarmos cada afirmação.
P ( K , L) = 6 K 0,2 L0,8
Análise da afirmação I)
A produtividade marginal do capital é determinada pela derivada parcial da fun-
ção produtividade em relação à variável que representa o capital investido.

PK = 600 . 0, 2 . K − 0,8 . L0,8 → PK (135000,1180) = 120 . 135000− 0,8 . 11800,8


PK (135000,1180) = 2, 71kg
GABARITO

Logo, a produtividade marginal do capital será de 2,71 kg, portanto, a afirmação


I está correta.
Análise da afirmação II)
A produtividade marginal do trabalho é determinada pela derivada parcial da
função produtividade em relação à variável que representa o trabalho investido.
PL = 600 . 0, 8 . K 0,2 . L− 0,2 → PL (135000,1180) = 480 . 1350000,2 . 1180− 0,2
PL (135000,1180) = 1238, 60

Logo, a produtividade marginal do trabalho será de 1238,60 kg, portanto, a afir-


mação I está incorreta.
Análise da afirmação III)
Analisemos inicialmente a produção para as condições atuais.

P ( K , L) = 6 K 0,2 L0,8 → P (135000,1180) = 6 . 1350000,2 . 11800,8 = 18269, 37kg

Em seguida, analisamos o problema para uma redução no capital utilizado para


R$120000,00.

P ( K , L) = 6 K 0,2 L0,8 → P (120000,1180) = 6 . 1200000,2 . 11800,8 = 17844, 04kg

A redução na produção será de 18269,37-17844,04 = 425,33kg


Portanto, a afirmação III está correta.
Corretas: I e III, apenas.
3. Alternativa E.
Utilizando as equações de preço de cada produto, podemos determinar a fun-
ção receita, e então subtrair o custo da empresa para que determinemos a fun-
ção lucro.
R ( x, y ) = p1 . x + p2 . y = (5500 − 3 x ). x + (6300 − 4 y ). y

R ( x, y ) = 5500 x − 3 x2 + 6300 y − 4 y 2
O lucro será definido pela diferença entre receita e custo, dado por:
L ( x, y ) = −3 x2 − 4 y 2 + 5500 x + 6300 y − (45000 + 250 x + 250 y )
L ( x, y ) = −3 x2 − 4 y 2 + 5500 x + 6300 y − 45000 − 250 x − 250 y
L ( x, y ) = −3 x2 − 4 y 2 + 5250 x + 6050 y − 45000
75
GABARITO

Análise da afirmação I)
Se o preço do produto A for de R$2500,00, determinamos a quantidade de A que
será vendida.
p1 = 5500 − 3 x → 2500 = 5500 − 3 x → x = 1000 unidades
Se o preço do produto B for de R$2300,00, determinamos a quantidade de B que
será vendida.
p2 = 6300 − 4 y → 2300 = 6300 − 4 y → y = 1000 unidades
Para x = 1000 unidades e y = 1000 unidades, o lucro da empresa será de:
L ( x, y ) = −3 x2 − 4 y 2 + 5250 x + 6050 y − 45000
L (1000,1000) = − 3 . 10002 − 4 . 10002 + 5250 . 1000 + 6050 . 1000 − 45000
L (1000,1000) = −3000000 − 4000000 + 5250000 + 6050000 − 45000
L (1000,1000) = 4255000
O lucro será de R$4.255.000,00.
Portanto, a afirmação está correta.
Análise da afirmação II)
Se o preço do produto A for de R$2800,00, determinamos a quantidade de A que
será vendida.
p1 = 5500 − 3 x → 2800 = 5500 − 3 x → x = 900 unidades
Se o preço do produto B for de R$1900,00, determinamos a quantidade de B que
será vendida.
p2 = 6300 − 4 y → 1900 = 6300 − 4 y→ y = 1100 unidades
Para x = 900 unidades e y = 1100 unidades, o lucro da empresa será de:
L ( x, y ) = −3 x2 − 4 y 2 + 5250 x + 6050 y − 45000
L (900,1100) = − 3 . 9002 − 4 . 11002 + 5250 . 900 + 6050 . 1100 − 45000
L (900,1100) = −2430000 − 4840000 + 4725000 + 6655000 − 45000
L (1000,1000) = 4065000
O lucro será de R$4.065.000,00.
A afirmação II está incorreta.
Análise da afirmação III)
O lucro máximo será encontrado nos pontos em que x e y resultam no valor
máximo da função, e isso pode ser determinado igualando as derivadas parciais
GABARITO

a zero.
Lx = − 6 x + 5250 = 0 → x = 875
Ly = − 8 y + 6050 = 0 → y = 756, 25 ≈ 756

O lucro nestas condições será de:


L (875, 756) = − 3 . 8752 − 4 . 7562 + 5250 . 875 + 6050 . 756 − 45000
L (875, 756) = −2296875 − 2286144 + 4593750 + 4573800 − 45000
L (875, 756) = 4584531
O lucro será de R$4.584.531,00.
Para que se atinja o lucro máximo, os preços dos produtos devem ser de:
p1 = 5500 − 3 x = 5500 − 3 . 875 = 2875
p2 = 6300 − 4 y = 6300 − 4 . 756 = 3276
Portanto, os preços do produto A e do produto B deverão ser de R$2.875,00 e
R$3.276,00, respectivamente.
A afirmação III está correta.
Corretas: I e III, apenas.
4. Alternativa C.
Utilizando as equações de preço de cada produto, podemos determinar a fun-
ção receita, e então subtrair o custo da empresa para que determinemos a fun-
ção lucro.

R ( x, y ) = p1 . x + p2 . y = (3500 − 2 x). x + (4000 − 3 y ). y

R ( x, y ) = 3500 x − 2 x2 + 4000 y − 3 y 2
O lucro será definido pela diferença entre receita e custo, dado por:
L ( x, y ) = 3500 x − 2 x2 + 4000 y − 3 y 2 − (300 + 15( x + y ))

L ( x, y ) = −2 x2 − 3 y 2 + 3500 x + 4000 y − 300 − 15 x − 15 y

L ( x, y ) = −2 x2 − 3 y 2 + 3485 x + 3985 y − 300


Análise da afirmação I)
Se o preço do produto no mercado 1 for de R$500,00, determinamos a quantida-
de que será vendida no mercado 1.
77
GABARITO

p1 = 3500 − 2 x → 500 = 5500 − 2 x → x = 2500 unidades


Se o preço do produto no mercado 2 for de R$100,00, determinamos a quantida-
de que será vendida no mercado 2.

p2 = 4000 − 3 y → 100 = 4000 − 3 y → y = 1300 unidades

A função lucro marginal para a quantidade de produtos vendidos no mercado 1


pode ser determinada pela derivada parcial em relação a x.

Lx = − 4 x + 3485 → Lx (2500) = − 4 . 2500 + 3485 = − 6515

Se o lucro marginal é de -R$6.515,00, então ao vender 2501 unidades no merca-


do 1, o lucro terá uma queda no valor.
A afirmação I está correta.
Análise da afirmação II)
Primeiro determinados os valores de x e y que retornam lucro máximo, para en-
tão calcularmos seus preços.
Lx = − 4 x + 3485 = 0 → x = 871 25 ≈ 871unidades

Ly = − 6 y + 3985 = 0 → y = 664 17 ≈ 664 unidades

O lucro calculado será de:


L ( x, y ) = −2 x2 − 3 y 2 + 3485 x + 3985 y − 300
L (871, 664) = − 2 . 8712 − 3 . 6642 + 3485 . 871 + 3985 . 664 − 300

L (871, 664) = −1.517.282 − 1.322.688 + 3.035.435 + 2.646.040 − 300


L (871, 664) = 2.841.205
O lucro máximo será de R$2.841.205,00, os preços praticados em cada mercado
serão:
p1 = 3500 − 2 x = 3500 − 2 . 871 = 1758
p2 = 4000 − 3 y = 4000 − 3 . 664 = 2008

O preço praticado no mercado 1 deve ser de R$1.758,00, e no mercado 2, de


R$2.008,00.
Logo, a afirmação II está correta.
GABARITO

Análise da afirmação III)


Ao fixar o preço do mercado 2 em R$1500,00, também fixamos sua demanda,
o que leva a função de duas variáveis para uma função de apenas uma variável
independente.

p2 = 4000 − 3 y → 1500 = 4000 − 3 y→ y = 833 33 ≈ 833 unidades

Substituindo o valor de y na função do lucro encontramos:


L ( x, y ) = −2 x2 − 3 y 2 + 3485 x + 3985 y − 300
L ( x,833) = − 2 . x2 − 3 . 8332 + 3485 . x + 3985 . 833 − 300

L ( x ) = − 2 . x2 + 3485 . x + 1237538

Para determinar o lucro obtido com a comercialização de 450 unidades do pro-


duto no mercado 1, basta substituirmos x = 450 na função do lucro.

L ( x ) = − 2 . x2 + 3485 . x + 1237538

L (450) = − 2 . 4502 + 3485 . 450 + 1237538 = 2400788

O lucro obtido será de R$2.400.788,00.


A afirmação III está incorreta.
5. Alternativa D.
Podemos elaborar uma função para a restrição do orçamento em função das
quantidades consumidas de água e energia elétrica.

Cons ( x, y ) = 7, 25 x + 0, 65 y − 600 = 0

Como a função de produção já é conhecida, basta determinarmos a relação en-


tre a função de produção e a restrição.
Análise das afirmações I e II)
Aplicando o método dos multiplicadores de Lagrange:
L ( x, y, l ) = 2, 5 xy − l (7, 25 x + 0, 65 y − 600)
Lx = 2, 5 y − 7, 25λ = 0 → y = 2, 9λ
Ly = 2, 5 x − 0, 65λ = 0 → x = 0, 26λ

Ll = 7, 25 x + 0, 65 y − 600 = 0
79
GABARITO

Substituindo os valores de x e y na derivada Lλ


600
7, 25 . 0, 26λ + 0, 65 . 2, 9λ − 600 = 0 → λ = = 159,15
3, 77

Se λ é igual a 159,15, então x = 41,38 ≈ 41 e y = 461,53 ≈ 461. Portanto, a produti-


vidade máxima ocorre com um consumo de 41m3 de água e 461 kWh de energia,
sendo a produtividade de Q(41,461) = 2,5 • 41 • 461=47252,5. São produzidos,
aproximadamente, 47.252 unidades. O total gasto em R$ será de Cons(41,461) =
7,25∙41+0,65∙461=596,90. Serão consumidos então R$596,90.
Logo, as afirmações I e II estão CORRETAS.
Análise da afirmação III)
Recalculamos o ponto de máximo com a nova tarifa:
Cons ( x, y ) = 7 x + 0, 65 y − 600 = 0
Aplicando o método dos multiplicadores de Lagrange.

L ( x, y, l ) = 2, 5 xy − l (7 x + 0, 65 y − 600)
Lx = 2, 5 y − 7λ = 0 → y = 2, 8λ
Ly = 2, 5 x − 0, 65λ = 0 → x = 0, 26λ
Ll = 7 x + 0, 65 y − 600 = 0
Substituindo os valores de x e y na derivada Lλ
600
7 . 0, 26λ + 0, 65 . 2, 8λ − 600 = 0 → λ = = 164, 8
3, 64

Se λ é igual a 164,8, então x = 42,85 ≈ 42 e y =461,44 ≈ 461. Portanto, a produti-


vidade máxima ocorre com um consumo de 42 m3 de água e 461 kWh de ener-
gia, sendo a produtividade de Q(42,461)=2,5•42•461=48405. São produzidas,
aproximadamente, 48.405 unidades. O total gasto em R$ será de Cons(42,461) =
7,0∙42+0,65∙461=593,65. Serão consumidos então R$593,65.
Logo, a afirmação III está incorreta.
Corretas: I e II, apenas.
ANOTAÇÕES
81
ANOTAÇÕES
Prof. Dr. Fernando Pereira Calderaro

III
UNIDADE
VETORES

Objetivos de Aprendizagem
■■ Entender o conceito de vetor.
■■ Aprender a fazer operações com vetores.
■■ Calcular o comprimento e o produto interno entre vetores.
■■ Entender algumas aplicações dos vetores em Economia.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Definições
■■ Álgebra de vetores
■■ Comprimento e produto interno
■■ Aplicações em Economia
85

INTRODUÇÃO

Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à terceira unidade do livro de Matemática


para Economistas II. Nesta unidade, vamos estudar os vetores, suas manipula-
ções matemáticas e seu significado físico dentro da Economia.
Nesta unidade, trabalharemos com o conceito algébrico dos vetores e não
geométrico. Iremos explorar a representação dos vetores com o uso de suas coor-
denadas (números) e, assim, faremos algumas operações matemáticas com os
vetores.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

As operações estudadas serão soma, subtração e multiplicação por escalar,


que darão origem a outro vetor como resposta, e o produto interno que resulta
em um número, ao invés de um vetor. Todas estas operações serão realizadas
com os valores numéricos das coordenadas que representam cada vetor. É impor-
tante ressaltar que todas as operações apresentadas nesta unidade para vetores
com duas ou três coordenadas são válidas para vetores de n coordenadas, ou seja,
independe da quantidade de coordenadas que o vetor possui.
Você também verá como calcular o módulo ou tamanho de um vetor, sendo
útil para analisar o comprimento que este vetor possua.
Dentre as aplicações dos vetores, podemos destacar seu uso para resolver sis-
temas de equações lineares, pois as equações podem ser representadas de maneira
vetorial, e a combinação linear entre estes vetores (equações) é uma das técnicas
utilizadas para resolver um sistema de equações. Outras aplicações, que são as
apresentadas neste livro, são as representações de cestas de mercadorias e insu-
mos como vetores, para se analisar um Espaço-Mercadoria ou Espaço-Insumo.
Com estas aplicações, é possível estudar o gasto de uma população ou indi-
víduo com certo tipo de produtos, podendo ser analisado o comportamento de
seu consumo de acordo com as variações de preço existentes.
Alguns exemplos são apresentados ao longo da unidade para ajudar na fixa-
ção do conteúdo e algumas atividades são disponibilizadas ao final da unidade
para que você possa consolidar o conhecimento sobre o assunto.
Bons estudos!

Introdução
86 UNIDADE III

DEFINIÇÕES

Vamos iniciar a Unidade III falando sobre


os vetores, elementos da álgebra linear
que ajudam a resolver uma gama enorme
de problemas. O vetor é uma representação
espacial na forma de uma seta. O compri-
mento da seta é chamado de módulo do
vetor, para onde a ponta da seta está apon-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tando é o sentido do vetor e a posição do
corpo do vetor (inclinado, horizontal ou ver-
tical) é sua direção (AXLER, 2016).
Nas Figuras 1 e 2 são apresentados alguns vetores
dispostos em um eixo de coordenadas xy (bidimensional).

4 y
3
2
1
x
0
-6 -4 -2 0 2 4 6 8
-1
-2
-3
-4
Figura 1 – Representação de alguns vetores em um eixo de coordenadas xy
Fonte: adaptado de Simon e Blume (2004).

VETORES
87

y
4
(1, 3)
3
(-2, 2)
2

1 (2, 1)
(4, 0) x
0
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
-1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

-2
(-4, -2)
-3
Figura 2 – Vetores partindo da origem e com as coordenadas da ponta da seta
Fonte: adaptado de Simon e Blume (2004).

Observe que, na Figura 1, os vetores começam em posições diversas e, na Figura


2, os vetores aparecem partindo da origem do sistema de coordenadas. Esta repre-
sentação da Figura 2 facilita os cálculos com vetores, pois permite determinar
com mais facilidade as dimensões do vetor. Na Figura 2, você pode perceber que
há dois números entre parênteses, isso indica que cada vetor pode ser identifi-
cado apenas por dois números, que representam os dois eixos de coordenada,
ou seja, é representado pelo par coordenado (x,y). Isso é válido para um espaço
vetorial bidimensional, no caso, R2.
Quando o espaço vetorial é de três dimensões (R3), sendo representado
pelos eixos x, y e z, então o vetor precisará de três números para ser represen-
tado (a,b,c). A quantidade de elementos que serão utilizados para representar o
vetor depende da dimensão do espaço vetorial em que o vetor esteja.
Vetor em R2 → (x,y)
Vetor em R3 → (x,y,z)
Vetor em R4 → (x,y,z,w)
Vetor em R5 → (x,y,z,w,k)

Definições
88 UNIDADE III

Graficamente, conseguimos representar os vetores até três dimensões, no entanto,


todos os vetores em um espaço vetorial maior do que três existem e podem sofrer
operações matemáticas com escalares e entre si.
Uma das aplicações muito úteis para a matemática é o uso de vetores para
representar e resolver sistemas de equações lineares, pois as operações que
podem ser feitas com vetores são utilizadas para encontrar a solução do sistema
de equações. As operações matemáticas que podem ser realizadas com vetores
serão vistas nas próximas seções.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ÁLGEBRA DE VETORES

As quatro operações fundamentais que são aplicadas a vetores são a soma, a sub-
tração, a multiplicação por um escalar e o produto escalar, também conhecido
como produto interno.
As três primeiras serão vistas nesta seção, o produto interno será visto mais
adiante.

SOMA DE VETORES

A soma entre vetores dá como resultado outro vetor. Algebricamente, ao defi-


nirmos dois vetores por um conjunto de coordenadas em qualquer dimensão,
a soma se realiza termo a termo, devendo-se somar a primeira coordenada do
primeiro vetor com a primeira coordenada do segundo vetor, e assim sucessi-
vamente. De maneira genérica teríamos:
u + v = ( a , b, c ) + ( x , y , z ) = ( a + x , b + y , c + z )
u = (a, b, c )� � e v = ( x, y, z )

A soma de vetores obedece à propriedade comutativa e associativa, de maneira que:


u = (a, b, c )� � e v = ( x, y, z )

VETORES
89
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

u + v = ( a , b, c ) + ( x , y , z ) = ( a + x , b + y , c + z )
u+ v = v + u (comutativa)
u + (v + w) = (u + v) + w (associativa)
Vejamos um exemplo.

Exemplo 1: considere os vetores u = (5,7,8), v = (-2,6,1), w = (0,3,-9), encontre o vetor


resultante das somas apresentadas.
a) u + v
b) u + w
c) v + w
d) v + u
e) (u + v) + w f) u + (v + w)

Solução:
a) u + v = (5, 7, 8) + (−2, 6,1) = (3,13, 9)
b) u + w = (5, 7, 8) + (0, 3, −9) = (5,10, −1)
c) v + w = (−2, 6,1) + (0, 3, −9) = (−2, 9, −8)
d) v + u = (−2, 6,1) + (5, 7, 8) = (3,13, 9)
e) (u + v ) + w = (5 7, 8) + (− 2, 6,1) + (0, 3, − 9) = (3,13, 9) + (0, 3, − 9) = (3,16, 0)
f ) u + (v + w ) = (5, 7, 8) + (− 2, 6,1) + (0, 3, − 9) = (5, 7, 8) + (− 2, 9, − 8) = (3,16, 0)
[ ]

Álgebra de Vetores
90 UNIDADE III

SUBTRAÇÃO DE VETORES

A subtração de vetores é entendida como uma soma entre um vetor “positivo” e


outro “negativo”. Por positivo, entenda-se que o sinal de suas coordenadas não
se modifica, por negativo, entenda-se que o sinal de suas coordenadas é multi-
plicado por (-1), ou seja, considere o vetor u = (a,b,c) e o vetor v = (x,y,z), então:
u − v = u + (−v ) = (a, b, c ) + (−x, − y, −z ) = (a − x, b − y, c − z )
v − u = v + (−u) = ( x, y, z ) + (−a, −b, −c ) = ( x − a, y − b, z − c )

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Observe que a propriedade comutativa na subtração não é válida, pois os veto-
res resultantes são distintos. Vejamos mais um exemplo.

Exemplo 2: considere os vetores u = (1,0,3), v = (2,5,-12), w = (-2,-1,0). Proceda às


operações apresentadas.
a) u – v
b) v – u
c) u – w
d) (u + v) – w
e) u + (v - w)

Solução:
a) u − v = (1, 0, 3) − (2, 5, −12) = (1 − 2, 0 − 5, 3 + 12) = (−1 − 5,15)

b) v − u = (2, 5, −12) − (1, 0, 3) = (2 − 1, 5 − 0, −12 − 3) = (1, 5, −15)

c) u − w = (1, 0, 3) − (−2, −1, 0) = (1 + 2, 0 + 1, 3 − 0) = (3,1, 3)

d) (u + v ) − w = [(1 0, 3) + (2, 5, − 12)]− (− 2, − 1, 0) = (3, 5 − 9) − (− 2, − 1, 0) = (5, 6, − 9)

e) u + (v − w ) = (1, 0, 3) + [(2, 5, − 12) − (− 2, − 1, 0)[ = (1, 0, 3) + (4, 6, − 12) = (5, 6, − 9)

VETORES
91

Os vetores têm origem nos conceitos de quatérnions (que são generalizações


dos números complexos para quatro dimensões) introduzidos por William
Rowan Hamilton em 1843. Em 1890, algumas adaptações foram feitas por Jo-
siah Willard Gibbs e Oliver Heavside para tornar mais prática a notação destes
elementos.
Fonte: adaptado de Menon (2009).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

MULTIPLICAÇÃO POR ESCALAR

A multiplicação por escalar é uma operação matemática em que o vetor é mul-


tiplicado por um número (escalar). Essa operação é muito simples de realizar,
basta multiplicar cada elemento que representa o vetor pelo número que o está
multiplicando. Considere o vetor u = (a,b,c), um vetor v = 2∙u será dado por:
v = 2 . u = 2 . (a, b, c ) = (2 . a. 2 . b, 2. c )

Observe que a multiplicação de um escalar pelo vetor dá origem a outro vetor.

Exemplo 3: dois vetores A = (2,5,8) e B = (3,-2,7) são multiplicados por escalares


e operados entre si, como apresentado nos passos a seguir, encontre o vetor re-
sultante.
1º Multiplicar o vetor A pelo número 5, obtendo o vetor A’
2º Multiplicar o vetor B pelo número (-2), obtendo o vetor B’
3º Somar o vetor A’ com o vetor B’, obtendo o vetor C

Solução: inicialmente, obtemos o vetor A’ e o vetor B’.


A‘ = 5 . (2, 5, 8) = (10, 25, 40)
B ‘ = − 2 . (3,− 2, 7 ) = (− 6, 4, − 14 )

Depois podemos somar os vetores A’ e B’ para obter o vetor C.


C = A‘ + B’ = (10, 25, 40) + (− 6, 4, − 14) = (4, 29, 26)
Portanto, o vetor C é igual a (4,29,26).

Álgebra de Vetores
92 UNIDADE III

A coisa mais indispensável a um homem é reconhecer o uso que deve fazer do


seu próprio conhecimento.
(Platão)

Podemos agora trabalhar com a determinação do módulo (comprimento) de


um vetor e da determinação de seu produto interno.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
COMPRIMENTO E PRODUTO INTERNO

O módulo ou comprimento de um vetor, bem como o produto escalar entre


dois vetores tem, como resultado, um número ao invés de outro vetor. Vejamos
como podem ser calculados.

COMPRIMENTO DE UM VETOR

Considere um vetor genérico u, o módulo (dimensões) deste vetor pode ser repre-
sentado por |u|, e a direção é definida por um ângulo θ que o vetor forma com
a horizontal. Se o vetor u pode ser representado pelas coordenadas em R2 (a,b),
então o módulo do vetor pode ser determinado pela equação a seguir.

u = a 2 + b2

Se o vetor apresentar três coordenadas, seu módulo pode ser determinado de


maneira semelhante ao de duas coordenadas.

u = a 2 + b2 + c 2

VETORES
93
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Exemplo 4: determine o módulo dos vetores apresentados.


a) v = (5,7)
b) u = (4,1)
c) w = (-2,3,0)

Solução: para determinar o módulo dos vetores, basta aplicar a equação:


a) v = a 2 + b2 = 52 + 72 = 8, 60

b) u = a 2 + b2 = 42 + 12 = 4,12

c) w = a 2 + b2 + c2 = 2
(−2) + 32 + 02 = 3, 61
Observe que, se as coordenadas possuírem uma unidade de medida (como cm, por
exemplo), o módulo do vetor também apresentará a mesma unidade de medida.

Comprimento e Produto Interno


94 UNIDADE III

PRODUTO INTERNO

O produto interno ou produto escalar é uma multiplicação que ocorre entre dois
vetores, não devemos confundir o produto interno com a multiplicação por esca-
lar, pois, neste último caso, um número multiplica um vetor.
Na multiplicação entre dois vetores, devemos multiplicar cada termo entre
os dois vetores e somá-los ao final. A representação do produto escalar é a de um
ponto entre os dois vetores que estão sendo multiplicados. Considere os vetores
u = (a,b) e v = (x,y), o produto escalar entre os dois vetores é representado por:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
u . v = (a, b). ( x, y ) = ax + by

O produto interno apresenta algumas propriedades como apresentadas a seguir,


considere os vetores u, v,w e um escalar p. (AXLER, 2016).

u . v = v . u(comutatividade);

u . (v + w ) = u . v + u . w (distributiva )

( pu). v = u . pv = p (u . v );
2
u. u= u

Exemplo 5: sendo os vetores u = (3,5), v = (-2,-7) e w = (5,-1), calcule os vetores


resultantes das operações apresentadas.
a) 3u∙v
b) v∙2w
c) u∙(v+w)
d) (u+v)∙w

Solução:
a) 3u . v = 3(3, 5). (− 2, − 7) = (9,15). (− 2, − 7) = 9 . (− 2) +15 . (− 7)
3u . v = − 18+ (− 105) = − 123

b) v . 2 w = (− 2,− 7). 2 (5,− 1) = (− 2, − 7). (10,− 2 ) = − 2 ⋅ 10+ (− 7) ⋅ (− 2)


v . 2 w = − 20+ 14 = − 6

VETORES
95

c) u . (v + w ) = (3, 5). [(− 2, − 7) + (5, − 1)] = (3, 5). (3,− 8) = 3 ⋅ 3 + 5 ⋅ (− 8)


u . (v + w ) = 9 − 40 = − 31

d) (u + v ). w = [(3, 5) + (− 2, − 7)] . (5,− 1) = (1, − 2). (5,− 1)


(u + v ). w =1 ⋅ 5+ (− 2) ⋅ (− 1) = 5 + 2 = 7

Essas são as principais regras para se representar e operar vetores utilizando suas
coordenadas. Desta maneira, podemos considerar algumas aplicações da repre-
sentação vetorial para a Economia.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

APLICAÇÕES EM ECONOMIA

Simon e Blume (2004) apresentam algumas aplicações dos vetores e dos espaços
vetoriais (conjuntos de vetores) para Economia, sendo os conjuntos orçamentá-
rios no Espaço-Mercadoria e Espaço-Insumo.
O Espaço-Mercadoria é o espaço vetorial que possui uma cesta de merca-
dorias, se considerarmos uma economia que possui n mercadorias, sendo que
xi representa a quantidade de mercadorias i, o vetor que representa essa cesta de
mercadorias é definido por:

x = ( x1 , x2 ,…, xn ) ,� � � para
� xi ≥ 0

Ao definirmos um preço pi para cada mercadoria i, teríamos um custo de aqui-


sição da cesta de mercadorias x de:
p1 x1 + p2 x2 +…+ pn xn = p . x

Observe que o custo de aquisição da cesta de mercadorias é dado pelo produto


escalar (interno) entre o vetor cesta de mercadorias (x) e o vetor preço de mer-
cadorias (p). Se a renda do consumidor é I, ele só pode comprar cestas x que
respeitem a regra:

Aplicações em Economia
96 UNIDADE III

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
p. x≤ I
Todos os valores que respeitam a equação acima fazem parte de um conjunto
numérico que recebe o nome de conjunto orçamentário.
O Espaço-Insumos é contemplado pelo conjunto de vetores insumos, que
podemos representar pela letra y:
y = ( y1 , y2 ,…, yn ) ,� � � para
� yi ≥ 0

Sendo o custo de cada insumo dado por wi, gerando um vetor w, o custo total
de uso dos insumos pode ser representado por:

w1 y1 + w2 y2 +…+ wn yn = w . y

Se o custo for representado pela letra C, então o custo é determinado pelo pro-
duto escalar apresentado.
w. y= C

VETORES
97

Exemplo 6: um consumidor possui uma cesta de mercadoria de produtos de


higiene formada por três produtos, genericamente chamados de A, B e C. O
consumo mensal destes produtos é estimado em 10 unidades de A, 8 unidades
de B e 3 unidades de C, sendo o valor pago pelo consumidor de R$1,85 por
unidade de A, R$2,35 por unidade de B e R$7,80 por unidade de C. Analisando
vetorialmente o problema, escreva os vetores mercadorias (x) e preço (p), faça
a operação devida entre eles e encontre o valor gasto pelo consumidor com
esta cesta de mercadorias.

Solução: o vetor mercadoria é dado pelos valores das quantidades de cada pro-
duto e o vetor preço é dado pelo valor de cada produto, é importante definir a
ordem em que serão escritos os valores dos vetores. Se colocarmos em sequência
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A, B e C, então o primeiro valor nos dois vetores é o que está relacionado com o
produto A, o segundo com o produto B, e o terceiro, com o produto C.
x = (10, 8, 3) p = (1 85; 2, 35; 7, 80)

A operação que calcular o valor gasto pelo consumidor é o produto escalar entre
os dois vetores, dado por:
Gasto = p . x = (1, 85; 2, 35; 7, 80). (10, 8, 3) = 1, 85 . 10 + 2, 35 . 8 + 7, 8 . 3 = 60, 7

Portanto, o gasto do consumidor será de R$60,70, adquirindo estes itens com o


preço estabelecido e nas quantidades apresentadas.

Com este exemplo, encerramos a Unidade III, ao final, você tem alguns exercí-
cios para treinar as técnicas apresentadas na utilização de vetores. Na próxima
unidade, iremos trabalhar com as matrizes e você verá que uma matriz pode ser
representada por um conjunto de vetores. Até lá!

Aplicações em Economia
98 UNIDADE III

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na terceira unidade do livro de Matemática para Economista II, você aprendeu


a representar vetores, bem como realizar operações matemáticas com esses ele-
mentos da álgebra linear.
Os vetores são entidades geométricas que podem ser representadas algebri-
camente por um conjunto de valores (coordenadas) que permitem realizar as
operações matemáticas de soma, subtração, multiplicação por escalar e multi-
plicação entre vetores, que temos como exemplo o produto interno ou escalar.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
As operações de soma, subtração e multiplicação por escalar são realizadas
de maneira que o resultado é outro vetor. Todas essas operações são realizadas
termo a termo entre cada coordenada, relacionando a primeira coordenada do
primeiro vetor com a primeira coordenada do segundo vetor, a segunda coor-
denada do primeiro vetor com a segunda coordenada do segundo vetor e assim
sucessivamente. Já o produto interno ou produto escalar tem como resultado
um número, havendo a multiplicação entre as coordenadas de cada vetor e a
soma de todas elas.
Todas as operações matemáticas podem ser realizadas com vetores de qualquer
dimensão, entre vetores do mesmo espaço vetorial. Se você estiver trabalhando
com vetores em duas dimensões, opere com vetores de duas dimensões, se for
vetor de cinco dimensões, opere com vetores de cinco dimensões.
Algumas das aplicações dos vetores em Economia são as cestas de merca-
dorias e de insumos, que ajudam a avaliar a renda utilizada para a aquisição de
tipos de produtos diferentes, associando-os aos vetores de preço da mercado-
ria e custo do insumo.
Na próxima unidade, iremos trabalhar com as matrizes, que podem ser
entendidas como combinações de vetores linha e coluna. Assim como nos veto-
res, é possível realizar operações matemáticas com as matrizes, seguindo algumas
regras elementares.
Aguardo você. Até lá!

VETORES
99

1. Considere dois vetores com três coordenadas, definidos como A = (2,5,8) e B =


(-2,3,z). Sabe-se que a seguinte combinação entre os vetores 2A+B dá origem
a um terceiro vetor C, cujas coordenadas são (2,13,10). Analisando a operação
efetuada com os vetores, assinale a alternativa que apresenta o valor de z.
a) -2.
b) -6.
c) 0.
d) 3.
e) 7.
2. Sabendo que um vetor genérico u = (a,b,c) e um vetor v = (-2,5,0), analise as
afirmações a seguir.
I. Ao realizar a operação -3u+v, sendo a = -1, b = 10 e c = -3, o vetor resultante
apresentará as seguintes coordenadas (1,-25,9).
II. A operação dos vetores u-5v, considerando a = 0, b = 3 e c = 2, dará como
resultado o vetor com as coordenadas (3,-8,12).
III. Para valores de a = 0, b = 0 e c = 2, a operação 2u-3v resultará em um vetor
com coordenadas (6,-15,4).
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) II e III, apenas.
3. Ao considerar cinco produtos como itens básicos de alimentação, carne, arroz,
feijão, verduras e ovos, sendo a unidade da carne, do arroz e do feijão defini-
da em kg, a unidade de ovos como uma dúzia e a unidade de verduras em
unidades mesmo, é possível analisar a quantidade da renda utilizada por um
consumidor que adquira esses produtos no mês. Se um consumidor compra
5 kg de carne, 7 kg de arroz, 4 kg de feijão, duas dúzias de ovos e 35 unidades
de verduras a um preço médio de R$22,00/kg de carne, R$3,50/kg de arroz,
R$2,90/kg de feijão, R$4,99/dúzia de ovos e R$1,25 por unidade de verdura.
Utilizando a representação vetorial para a cesta de mercadorias e o preço dos
produtos, leia as afirmações a seguir e analise-as:
100

I. Utilizando um vetor mercadorias (x) e um vetor preço (p) para os itens ad-
quiridos ao mês para este consumidor, podemos dizer que a renda compro-
metida com essas compras é de R$199,83.
II. Se o preço de todos os produtos for acrescido em 15%, e a quantidade con-
sumida dobrar, o consumidor irá gastar R$459,90.
III. Se um desconto de 5% for aplicado a todos os preços dos produtos, a renda
comprometida do consumidor seria de R$175,23.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I e III, apenas.
4. Uma empresa consome 1250 kg de matéria-prima, 780 kWh e 240 m3 de água
em um mês de trabalho. Cada kg de matéria-prima custa R$0,85, a energia elé-
trica tem um custo de R$0,67/kWh e a água custa R$7,54/m3. Utilizando vetores
para representar o consumo de insumos e os custos de cada insumo, leia as
afirmações a seguir e analise-as.
I. Um acréscimo de 10% no consumo dos insumos acarretará um aumento no
custo mensal de R$339,47, comparando com as condições do enunciado.
II. Uma redução de 10% no consumo dos insumos acarretará uma redução no
custo mensal de R$295,25, comparando com as condições do enunciado.
III. Considerando um aumento nos preços de 15% e uma redução no consumo
de 5%, haverá um aumento no custo de R$316,38.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I e III, apenas.
101

5. Um casal estabeleceu que, no máximo, 25% de sua renda mensal seria aplicada
na aquisição de alimentos, vestuário e produtos de higiene. Ambos admitiram
que, em média, cada unidade de alimentos adquirida (kg, latas ou unidades)
tem um preço médio de R$5,75, cada unidade de vestuário tem um preço mé-
dio de R$22,30 e cada unidade de produtos de higiene possui um preço médio
de R$2,35. Considerando que se possa representar os alimentos, vestuário e
produtos de higiene como uma cesta de mercadorias de três itens, com seus
respectivos preços unitários, leia as afirmações a seguir e analise-as.
I. Se o consumo mensal for de 80 itens alimentícios, 12 unidades de vestuá-
rio e 30 itens de higiene, a renda mensal do casal deve ser de, no mínimo,
R$3.002,15.
II. Uma renda do casal de R$4.600,00 seria suficiente para adquirir 110 itens
alimentícios, 20 unidades de vestuário e 25 itens de higiene.
III. Se a renda mensal do casal for de R$3500,00, e forem consumidos 65 itens
de alimentos e 32 itens de higiene, então o máximo de itens de vestuário
consumido seria 21.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) II e III, apenas.
102

O artigo aqui apresentado avalia o valor-trabalho em sistemas simples que podem ser
representados por sistemas de equações ou transformados em vetores. O título é "Va-
lores-Trabalho, preços de reprodução e renda da terra". Alguns trechos do artigo são
apresentados, porém, pode ser lido na íntegra no link que está apontado nas referências
desta unidade. Boa leitura.
Este artigo analisa a determinação de valores-trabalho e preços em esquemas econômi-
cos muito simples, com apenas duas linhas de produção ou atividades. A análise pode
ser estendida para a economia com n atividades, mas, nesse caso, seria necessário uti-
lizar álgebra de matrizes. Optou-se por limitar a análise a situações artificialmente sim-
ples, que permitem discutir os principais problemas conceituais, sem necessidade de
usar uma notação matemática menos usual.
O valor-trabalho é o tempo de trabalho socialmente necessário à produção de uma
mercadoria. Por ser um “tempo de trabalho”, considera-se que o valor-trabalho é, evi-
dentemente, uma variável medida em escala cardinal. Isso não significa que seja fácil
medir o valor-trabalho em uma situação concreta como, por exemplo, o valor-trabalho
da produção brasileira de arroz.
A escala de medida que é associada a uma variável não é determinada pelas dificuldades
práticas de mensuração. O PNB do Brasil é uma grandeza cardinal, mas seria ingenuida-
de acreditar que o valor laboriosamente obtido pelo IBGE seja exatamente verdadeiro.
Não é trivial determinar o tempo “socialmente necessário” da definição do valor-trabalho
de uma mercadoria. Mas, nos esquemas analisados neste artigo, admite-se que todos os
trabalhadores são igualmente eficientes (trabalham com a mesma intensidade), fazendo
com que o tempo “socialmente necessário” coincida com o tempo efetivo de trabalho.
Os preços determinados nos esquemas apresentados adiante são apropriadamente de-
nominados de “preços de reprodução” por Possas (1982, p. 89; 1984, p. 78). Nesses es-
quemas, admite-se que a economia em um período reproduz exatamente o que ocorre
no período anterior.
Na próxima seção será analisado um esquema de produção simples de mercadorias,
isto é, uma economia na qual todo o capital é circulante e não há produção conjunta
(nem renda da terra). Cabe assinalar que nos esquemas sraffianos, o capital fixo e o uso
da terra correspondem a casos especiais de produção conjunta. Na produção de mi-
lho, o trator novo usado como insumo aparece como “trator com um ano de uso” nos
“produtos” do processo, e a área de terra aparece tanto entre os insumos como entre os
“produtos”. Assim, o produto é composto por milho, trator e terra.
É comum que artigos sobre a questão da transformação de valores-trabalho em preços
se limitem à produção simples de mercadorias. É o caso, por exemplo, de Gontijo (2009).
Não há dúvida de que a produção conjunta torna a análise mais complicada. Mas, como
veremos adiante, também abre novos horizontes.
103

A determinação de preços e valores-trabalho em esquemas limitados à produção sim-


ples de mercadorias é considerada na segunda seção. Essa é a situação de análise mais
fácil e mais conhecida, porém, é uma etapa importante para preparar o leitor para as
situações mais complicadas estudadas em seguida. Na terceira seção, é analisado um
esquema com produção conjunta, adotando-se o método de determinação dos valo-
res-trabalho descrito em Morishima e Catephores (1980), usando programação linear.
Trata-se de um método que está longe de ser universalmente aceito. Na quarta seção, é
analisada a determinação dos valores-trabalho em uma economia com renda da terra,
um tema que Marx deixou “inacabado” e que nem foi abordado no livro de Morishima
e Catephores.
Em esquemas sem produção conjunta, é possível obter inicialmente os valores-trabalho
e depois transformá-los em preços de reprodução. Verifica-se que, quando há produção
conjunta (o que inclui esquemas com renda da terra), os preços de reprodução são ne-
cessariamente calculados a partir dos coeficientes técnicos do esquema, não fazendo
mais sentido falar de uma “transformação de valores em preços”.
Fonte: adaptado de Hoffmann (2013).
MATERIAL COMPLEMENTAR

Matemática. Para os cursos de Economia, Administração e Ciências Contábeis


Sebastião Medeiros da Silva

Editora: Atlas
Sinopse: na elaboração deste texto de Matemática, os autores
procuraram tornar a obra acessível, deixando muitas vezes, o formalismo
típico do tratamento matemático para facilitar a assimilação da matéria
e tornar úteis e operacionais os conhecimentos assimilados. Em
consequência, é considerado o grau de comunicação entre texto e
aluno, além de tornar mais produtivo o esforço dos docentes da área.
Nesta quarta edição, simplificaram ainda mais a linguagem ao tratar de
questões como funções, limites e continuidade, funções compostas,
derivação. Em compensação, aumentaram em quantidade e qualidade
as aplicações, dando um tratamento mais detalhado sobre os tópicos,
como demanda e oferta de mercado, ponto de equilíbrio, ponto de
nivelamento, receita, custo e lucro totais, chegando mesmo a explorar
modelos matemáticos associados a monopólio e à competição pura. Nos
dois volumes foram inseridos mais de 2000 exercícios, dos quais cerca
de 300 são resolvidos.
105
REFERÊNCIAS

AXLER, S. Pré-Cálculo, uma Preparação para o Cálculo. 2. ed, Rio de Janeiro: LTC,
2016.
HOFFMANN, R. Valores-trabalho, preços de reprodução e renda da terra. Revista de
Economia Política, v. 33, n. 3, São Paulo, 2013. Disponível em: <http://www.scielo.
br/pdf/rep/v33n3/v33n3a02.pdf>. Acesso em: 28 set. 2018.
MENON, M. J. Sobre as origens das definições dos produtos escalar e vetorial. Revis-
ta Brasileira de Ensino de Física, São Paulo, v. 31, n. 2, 2009. Disponível em: <http://
www.scielo.br/pdf/rbef/v31n2/06.pdf>. Acesso em: 28 set. 2018.
SIMON, C. P.; BLUME, L. Matemática para Economistas. São Paulo: Bookman, 2004.
GABARITO

1. Alternativa B.
A operação entre os vetores é dada por:
C = 2 A + B → (2,13,10) = 2 . (2, 5, 8) + (− 2, 3, z ) → (2,13,10)
(2,13,10) = (4,10,16) + (− 2, 3, z ) → (2,13,10) = (2,13,16 + z )

Desta maneira, observamos que 16 + z = 10, que é o terceiro elemento do vetor


resultante, ao resolvermos esta equação, encontramos o valor de z.
16 + z = 10 → z =10 − 16= − 6
Portanto, z = -6.
A letra correta é b).
2. Alternativa D.
Com o vetor genérico u = (a,b,c) e v = (-2,5,0), basta analisarmos as afirmações dadas.
Análise da afirmação I)
A operação que ocorre entre os vetores é -3u + v, considerando a = -1, b = 10 e c
= -3, podemos definir um vetor resultado como w, dado por:

w = −3u + v = −3×(−1,10, −3) + (−2, 5, 0) = (3, −30, 9) + (−2, 5, 0) = (1, −25, 9)

Portanto, a afirmação I está correta.


Análise da afirmação II)
A operação entre os vetores é u-5v, considerando a = 0, b = 3 e c = 2. Isso dá
como resultado o vetor w.

w = u − 5v = (0, 3, 2) − 5×(−2, 5, 0) = (0, 3, 2) − (−10, 25, 0) = (10, −22, 2)

Portanto, a afirmação II está incorreta.


Análise da afirmação III)
Sendo a = 0, b = 0 e c = 2, a operação apresentada para os vetores resultará em
um vetor resposta w.

w = 2u − 3v = 2 ×(0, 0, 2) − 3×(−2, 5, 0) = (0, 0, 4) − (−6,15, 0) = (6, −15, 4)

Portanto, a afirmação III está correta.


Corretas: I e III, apenas.
107
GABARITO

3. Alternativa D.
Considerando a cesta de mercadorias apresentada com os preços, podemos or-
ganizar as informações em dois vetores, x para mercadorias e p para preços, ad-
mitamos uma sequência dada pela carne, arroz, feijão, ovos e verduras:
x = (5, 7, 4, 2, 35) p = (22 3, 5; 2, 9; 4, 99;1,225)
Análise da afirmação I)
O valor gasto pelo consumidor é determinado pelo produto escalar entre os ve-
tores x e p.
Gasto = x . p = (5, 7, 4, 2, 35). (22; 3, 5; 2, 9; 4, 99;1, 25)
Gasto = 110 + 24, 5 + 11, 6 + 9, 98 + 43, 75 = 199, 83
O gasto será de R$199,83 no mês.
Portanto, a afirmação I está correta
Análise da afirmação II)
Se os preços aumentarem em 15%, podemos calcular um novo vetor preço, mul-
tiplicando o anterior por 1,15.
p ‘ = 1,15 . p = 1,15 . (22; 3, 5; 2, 9; 4, 99;1, 25) = (25, 3; 4, 03; 3, 34; 5, 74;11, 44)
O novo gasto poderá ser calculado dobrando as quantidades do vetor mercado-
rias e multiplicando pelo novo vetor preço.
Gasto = 2 x . p' = 2 ⋅ (5, 7, 4, 2, 35). (25, 3; 4, 03; 3, 34; 5, 74;1, 44)
= (10,14, 8, 4, 70). (25, 3; 4, 03; 3, 34; 5, 74;1, 44)
= 253 + 56, 42 + 26, 72 + 22, 96 + 100, 8 = 459, 9
A afirmação II está correta
Análise da afirmação III)
Se aplicarmos um desconto de 5% ao vetor preço, podemos determinar um
novo vetor preço multiplicando o vetor inicial por um escalar que representa o
novo valor, de 0,95, ou seja, os novos preços são 95% do valor inicial. Considere-
mos um novo vetor preço p’.
p ‘ = 0, 95 . p = 0, 95 . (22; 3, 5; 2, 9; 4, 99;1, 25) = (20, 9; 3, 33; 2, 76; 4, 74;11,19)

Gasto = x . p' = (5, 7, 4, 2, 35). (20, 9; 3, 33; 2, 76; 4, 74;1,19)


Gasto = 104, 5 + 23, 31 + 11, 04 + 9, 48 + 41, 65 = 189, 98
O novo gasto seria de R$189,98.
A afirmação III está incorreta.
Corretas: I e II, apenas.
GABARITO

4. Alternativa E.
Podemos escrever dois vetores, um para insumos (y) e outro para os custos (w),
utilizaremos a sequência de massa de matéria-prima, energia elétrica e água.

y = (1250, 780, 240) w = (0 85; 0, 67; 7, 54)

Análise da afirmação I)
Ao aplicarmos 10% de aumento no consumo de insumos, determinamos um
novo vetor insumo e, para comparar os custos, precisamos calcular o custo ini-
cial e o novo custo com o aumento de 10% no consumo. O novo vetor consumo
pode ser chamado de y’.

y ‘ = 1,10 ⋅ (1250, 780, 240) = (1375, 858, 264)

O custo mensal (C) para as condições iniciais é determinado pelo produto esca-
lar entre w e y.

C = (1250, 780, 240). (0, 85; 0, 67; 7, 54) = 1062, 5 + 522, 6 + 1809, 6 = 3394, 7

O custo nas condições iniciais é de R$3.394,70.


O novo custo mensal (C’) para as novas condições é dado pelo produto escalar
entre w e y’.

C ' = (1375, 858, 264). (0, 85; 0, 67; 7, 54) = 1168, 75 + 574, 86 + 1990, 56 = 3734,17

O novo custo é dado por R$3.734,17.


O aumento do custo será de R$3.734,17 – R$3.394,70 = R$339,47
A afirmação I está correta.
Análise da afirmação II)
Ao aplicarmos 10% de redução no consumo de insumos, determinamos um
novo vetor insumo e, para comparar os custos, precisamos calcular o custo ini-
cial e o novo custo com o aumento de 10% no consumo. O novo vetor consumo
pode ser chamado de y’’

y’’= 0, 90 ⋅ (1250, 780, 240) = (1125, 702, 216)

O novo custo mensal (C’’) para as novas condições é dado pelo produto escalar
entre w e y’’.

C '' = (1125, 702, 216). (0, 85; 0, 67; 7, 54) = 956, 25 + 470, 34 + 1628, 64 = 3055, 23
109
GABARITO

O novo custo é dado por R$3.055,23.


A redução do custo será de R$3.394,70 – R$3.055,23= R$339,47
Logo, a afirmação II está incorreta.
Análise da afirmação III)
Ao aumentarmos o preço dos insumos em 15%, determinamos o novo vetor
preço p’ e uma redução no consumo de 5% dará origem ao novo vetor insumos
dado por y’’’.

p ‘ = 1,15 . (0, 85; 0, 67; 7, 54) = (0, 98; 0, 77; 8, 67)

y ‘’’ = 0, 95 . (1250, 780, 240) = (1187, 5; 741; 228)


O novo custo (C’’’) é dado pelo produto escalar entre o novo vetor preço p’ e o
novo vetor insumo y’’’.
C’’’ = (0, 98; 0, 77; 8, 67). (1187, 5; 741; 228) = 1163, 75 + 570, 57 + 1976, 76
C ''' = 3711, 08

Portanto, o novo custo será de R$3.711,08, havendo um aumento de R$3711,08


– R$3394,70 = 316,38, R$316,38.
A afirmação III está correta.
Corretas: I e III, apenas.
5. Alternativa B.
As informações do enunciado permitem elaborar um vetor preço (p) para os pro-
dutos da cesta do casal, considerando a sequência como alimentos, vestuário e
higiene.
p = (5, 75; 22, 3; 2, 35)
Análise da afirmação I)
Considerando o consumo apresentado na afirmação, elaboramos o vetor cesta
de mercadorias (x) dado por:
x = (80,12, 30)
GABARITO

Para verificarmos a renda mínima do casal, devemos lembrar que ambos haviam
acordado que, no máximo, 25% da renda seriam destinadas a essas aquisições,
portanto, podemos calcular o custo mensal (C) desta cesta de mercadorias.
C = x . p = (80,12, 30). (5, 75; 22, 3; 2, 35) = 460 + 267, 6 + 70, 5 = 798,10

O custo mensal seria de R$798,10, se esse valor representa 25% da renda do


casal, então a renda deveria ser de:

798,10
Renda = = 3192, 4
0, 25
A renda deveria ser de, no mínimo, R$3.192,40.
Logo, a afirmação I está incorreta.
Análise da afirmação II)
Com os novos consumos, escrevemos um novo vetor cesta de mercadorias (x’).
x ‘ = (110, 20, 25)
O custo mensal (C’) desta cesta de mercadorias seria de:

C ‘ = x ’ . p = (110, 20, 25). (5, 75; 22, 3; 2, 35) = 632, 5 + 446 + 58, 75 = 1137,225

Sendo o custo mensal de R$1.137,25, a renda mensal do casal deveria ser de no


mínimo:
1137, 25
Renda = = 4549
0, 25

A renda deveria ser de, no mínimo, R$4.549,00.


Portanto, a afirmação II está correta.
Análise da afirmação III)
Neste caso, podemos representar o vetor cesta de mercadorias (x’’) como:

x ‘’ = (65, b, 32)

Se a renda for de R$3500,00, então o gasto mensal (C’’) deveria ser de, no máxi-
mo, 25% deste valor, ou seja:

C ‘’ = 0, 25⋅ 3500 = 875 → R$875, 00


111
GABARITO

Como o custo mensal é dado pelo produto escalar entre o vetor cesta de merca-
dorias (x’’) e o vetor preço (p), podemos encontrar o valor de b.

C ‘’ = x ‘’ . p = (65, b, 32). (5, 75; 22, 3; 2, 35) → 875 = 373, 75 + 22, 3b + 75, 2

875 − 448, 95
875 = 448, 95 + 22, 3b → b = = 19,11
22, 3

A quantidade de itens de vestuário seria de 19,11, como não podemos ter núme-
ros quebrados neste caso, e se deseja respeitar o uso máximo de 25% da renda,
podemos dizer que, no máximo, poderiam ser adquiridos 19 itens de vestuário.
Logo, a afirmação III está incorreta.
Corretas: II, apenas.
Prof. Dr. Fernando Pereira Calderaro

IV
UNIDADE
MATRIZES

Objetivos de Aprendizagem
■■ Entender o conceito de vetor.
■■ Aprender a fazer operações com vetores.
■■ Calcular o comprimento e o produto interno entre vetores.
■■ Entender algumas aplicações dos vetores em Economia.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Definições
■■ Álgebra matricial
■■ Determinantes
■■ Aplicações em Economia
115

INTRODUÇÃO

Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à quarta unidade do livro de Matemática


para Economistas II. Nesta unidade, vamos estudar as matrizes e iniciaremos com
a sua representação, definindo seus elementos e a forma de escrever uma matriz.
Em seguida, estudaremos algumas operações com matrizes, que são seme-
lhantes às desenvolvidas para vetores. As operações elementares são a soma, a
subtração, a multiplicação por escalar e a multiplicação entre matrizes. Destas
operações, a multiplicação entre matrizes é a que requer mais cuidados, pois há
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a necessidade de se observar algumas regras específicas.


Depois de estudarmos as operações entre matrizes, veremos como calcular
o determinante de matrizes 2x2 e 3x3, sendo que esta operação se realiza para
matrizes quadradas. Para o cálculo do determinante, é necessário entender o con-
ceito de diagonal principal e diagonal secundária. Para uma matriz 3x3, iremos
aplicar a regra de Sarrus, que calcula o determinante utilizando a multiplicação
dos elementos das diagonais principais e secundárias.
Finalizaremos a unidade com algumas aplicações das matrizes e determi-
nantes, utilizando a regra de Cramer para resolver sistemas de equações lineares.
Dentre os sistemas estudados, veremos o modelo de mercado, que analisa os pre-
ços e as quantidades de produtos em equilíbrio e o modelo de renda nacional,
que permite analisar o comportamento dos investimentos, o gasto do governo,
a renda e o consumo.
Em cada tópico haverá exemplos para facilitar a fixação do conteúdo com
resolução detalhada e, ao final da unidade, você terá mais atividades para resol-
ver, aumentando sua experiência no assunto abordado.
Na próxima unidade, finalizaremos o livro e o curso estudando as equações
diferenciais, que também são muito úteis para resolver diversos problemas em
Economia.
Bons estudos!

Introdução
116 UNIDADE IV

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DEFINIÇÕES

Uma matriz é um agrupamento retangular de números, como uma tabela de dados


(SIMON; BLUME, 2008). O tamanho de uma matriz é determinado pela quan-
tidade de linhas e de colunas que possui, se dissermos que ela possui k linhas e n
colunas, dissemos que é uma matriz “k por n”, representada por k x n. Portanto,
uma matriz 3x4 é uma matriz com três linhas e quatro colunas. Cada elemento per-
tencente a uma matriz é identificado pelo número da linha e da coluna que ocupa,
geralmente é representado algebricamente por elemento aij, sendo i o número da
linha e j o número da coluna. Se o elemento for identificado por a12, então se trata
do elemento da primeira linha e da segunda coluna, e o elemento a21 é pertencente
à segunda linha e à primeira coluna.
As matrizes são representadas por elementos dentro de uma chave de tama-
nho proporcional à quantidade de linhas e colunas que possua, como apresentado,
a seguir, na matriz 3x3.
 a11 a12 a13 
 
 a21 a22 a23 
 
a a a 
 31 32 33 
Quando o número de linhas e de colunas de uma matriz é igual, dizemos que
temos uma matriz quadrada, portanto, matrizes 2x2, 3x3, 4x4 e assim sucessi-
vamente, são quadradas.

Exemplo 1: analise a matriz 3x2 apresentada a seguir e determine os elementos


a22, a31 e a11. O número -1 está em qual posição na matriz dada?

MATRIZES
117

 7 3
 
−1 5
 
 2 0
 
Solução: para encontrar os elementos da matriz, analisamos as linhas e colunas apre-
sentadas. Esta matriz possui três linhas e duas colunas. O elemento a22 pertence à li-
nha 2 e à coluna 2, sendo o número 5. O elemento a31 pertence à linha 3 e à coluna 1,
sendo o número 2. O elemento a11 pertence à linha 1 e à coluna 1, sendo o número
7. O número -1 está na linha 2 e na coluna 1, sendo representado pelo elemento da
posição a21.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Segundo Axler (2016), as matrizes são utilizadas para representar sistemas de


equações lineares, em que aparecerão apenas os coeficientes das equações, e a
última coluna recebe os valores que estão do lado direito da igualdade das equa-
ções. Por exemplo, considere o sistema de equações a seguir.

2 x + 3 y = 15

 x − 4 y = 10

−x + 2 y = 8

Se tomarmos apenas os coeficientes das equações e os termos independentes


(lado direito da igualdade), o sistema de equações pode ser transformado em
uma matriz, que assume a forma:

2 3 15
 
 1 −4 10
 
−1 2 8 
 

Há mais de 190 anos foi detectada a importância das matrizes, sendo definidas
inicialmente por Cauchy em 1826, recebendo o nome de tableau (tabela). O nome
matriz somente surgiu em 1850 com James Joseph Sylvester, que foi popularizado
por Cayley em 1858 em sua obra Memoir on the Theory of Matrices.
Fonte: adaptado de Só Matemática ([2018], on-line)1.

Agora vamos analisar algumas operações que podem ser realizadas com matrizes.

Definições
118 UNIDADE IV

ÁLGEBRA MATRICIAL

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
As operações matemáticas aplicadas a matrizes são semelhantes às aplicadas a
vetores, sendo adição, subtração, multiplicação por escalar e multiplicação entre
matrizes. Também podemos encontrar a matriz transposta da matriz original.

ADIÇÃO

A soma de matrizes é possível apenas quando ambas possuem o mesmo tama-


nho, ou seja, a mesma quantidade de linhas e colunas, e a soma é feita termo a
termo. Considere as duas matrizes A e B dadas a seguir.
 a11 a12 a13   b11 b12 b13 
   
A =  a21 a22 a23  B = b21 b22 b23 
   
a a32 a33  b b33 
 31  31 b32
Se uma matriz C é dada pela soma entre A e B, então a podemos representar como:

 a11 a12 a13   b11 b12 b13 


   
C = A + B =  a21 a22 a23  + b21 b22 b23 
   
a a32 a33  b31 b32 b33 
 31

 a11 + b11 a12 + b12 a13 + b13 


 
C =  a21 + b21 a22 + b22 a23 + b23 
 
a + b a32 + b32 a33 + b33 
 31 31

MATRIZES
119

Exemplo 2: determine a matriz C dada pela soma entre a matriz A e a matriz B


dada a seguir.
2 −1  5 2
A=   B= 
0 3  −2 0
   

Solução:
2 −1  5 2  7 1
C = A+ B =  + = 
0 3  −2 0 −2 3
     
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

SUBTRAÇÃO

A subtração de matrizes nada mais é do que somar duas matrizes, sendo que a
segunda é dada pelo negativo da matriz original, ou seja, podemos representar
A – B como A + (-B). Aplicar o negativo a uma matriz nada mais é do que alte-
rar o sinal de todos os elementos da matriz. Se uma matriz D for igual a A – B,
sendo A e B dados por:
 a11 a12 a13   b11 b12 b13 
   
A =  a21 a22 a23  B = b21 b22 b23 
   
a a32 a33  b b33 
 31  31 b32

 a11 a12 a13  −b11 −b12 −b13 


   
D = A − B = A + (−B ) =  a21 a22 a23  + −b21 −b22 −b23 
   
a a32 a33  −b31 −b32 −b33 
 31

Exemplo 3: determine as matrizes D e E dadas pela diferença entre as matrizes A e


B dadas a seguir, sendo D = A – B e E = B – A. Considere A e B a seguir.
2 −1  5 2
A=   B= 
0 3  −2 0
   

Álgebra Matricial
120 UNIDADE IV

Exemplo 3: determine as matrizes D e E dadas pela diferença entre as matrizes A e


B dadas a seguir, sendo D = A – B e E = B – A. Considere A e B a seguir.
2 −1  5 2
A=   B= 
0 3  −2 0
   
Solução:

D = A− B =
[ [[ [[ [[
2 −1
0 3

5 2
−2 0
=
2 −1 −5 − 2
0 3
+
2 0 [
−3 −3
D= 

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
 3 
2

E = B− A=
[ [[ [ [ [[
5 2 2 −1

−2 0 0 3
=
5 2
−2 0
+
−2 1
0 −3 [
3 3
E= 
 
−2 −3

Observe que no exemplo 3, fizemos a subtração entre as duas matrizes de duas manei-
ras e obtivemos respostas diferentes, mesmo que os valores absolutos dos números
das matrizes D e E sejam iguais, os sinais diferentes indicam matrizes diferentes.

A matemática não mente. Mente quem faz mau uso dela.


(Albert Einstein)

MULTIPLICAÇÃO POR ESCALAR

A multiplicação de uma matriz por um escalar é executada à maneira dos veto-


res, sendo que o número (escalar) que está multiplicando a matriz é utilizado
para multiplicar todos os elementos da matriz. Se tivermos um escalar r multi-
plicando a matriz A, dando origem a uma matriz R, teríamos

MATRIZES
121

 a11 a12 a13   r × a11 r × a12 r × a13 


   
R = r × A = r ×  a21 a22 a23  =  r × a21 r × a22 r × a23 
   
a a32 a33   r × a31 r × a32 r × a33 
 31

Exemplo 4: encontre a matriz F resultante do produto da matriz A com o escalar


2. A matriz A apresenta os seguintes valores:
2 −1
A=  
0 3 
 
Solução:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

2 −1  4 −2
F = 2× A = 2×  = 
0 3   0 6 
   

Observe que a multiplicação por escalar independe do tamanho da matriz, pois


o escalar irá multiplicar todos os valores da matriz.
A adição e a subtração de matrizes precisam ser realizadas entre matrizes
de mesmo tamanho, veremos, a seguir, que a multiplicação entre matrizes apre-
senta algumas particularidades.

MULTIPLICAÇÃO ENTRE MATRIZES

A multiplicação entre matrizes só pode ser feita entre duas matrizes se o número
de colunas da primeira matriz for igual ao número de linhas da segunda matriz.
Podemos definir o produto de duas matrizes AB, se A for k x m e B for m x n,
a matriz resultante terá as dimensões k x n. Desta maneira, considere as duas
matrizes A e B dadas a seguir.
 b11 
 
A = [ a11 a12 a13 ]� � � � � � � � � � � � � � � � � � � B = b21 
 
b 
 31 

Observe que a matriz A tem dimensões 1 x 3 e a matriz B tem dimensões 3 x 1,


logo, o produto entre A e B dará como resultado uma matriz com dimensões 1
x 1. Portanto, o produto entre as matrizes A e B será:

Álgebra Matricial
122 UNIDADE IV

 b11 
 
AB = A× B = [ a11 a12 � b21  = a11 × b11 + a12 × b21 + a13 × b31
a13 ]×
 
b 
 31 

Exemplo 5: dadas as matrizes A, B e C, determine as matrizes resultantes dos pro-


dutos entre AB e AC.
 4 −1 0 
   
A = [3 2 5]� � � � � � � � � � � � � � B =  �3 � � � � � � � � � � � � � � � � C =  2 5
   
0  7 −9 

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
   
Solução:
Inicialmente precisamos avaliar se o produto entre as matrizes é possível, e isso é
verificado pela quantidade de colunas e linhas das matrizes. O primeiro produto
ocorre entre A e B, a dimensão de A é 1 x 3 e da matriz B é 3 x 1, como o número
de colunas da matriz A é igual ao número de linhas da matriz B, esse produto é
possível. A segunda multiplicação ocorre entre A e C, as dimensões de A são 1 x 3
e de C são 3 x 2, como o número de colunas de A é igual ao número de linhas de
C, então o produto é possível de ser realizado.
 4
 
AB = [3 2 5]×  3 = [12 + 6 + 0] = [18]
 
0
 
−1 0 
 
AC = [3 2 5]×  2 5  = [−3 + 4 + 35 0 + 10 − 45] = [36 −35]
 
 7 −9 
 
Observe que o produto entre A e B resultou em uma matriz 1 x 1, e o produto entre
A e C resultou em uma matriz 1 x 2.

Entendidas algumas das operações que podem ser realizadas com matrizes, pode-
mos estudar as maneiras de calcular o determinante de uma matriz.

MATRIZES
123
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

DETERMINANTES

Os determinantes são definidos para matrizes quadradas (CHIANG;


WAINWRIGHT, 2005), determinando-se um valor numérico (escalar) pelo
produto e soma entre os valores de seus elementos. Antes de calcularmos o
determinante para matrizes 2x2 e 3x3, vamos definir em uma matriz a sua dia-
gonal principal e a diagonal secundária. Considere a matriz A 2x2 dada a seguir.

a a12 
A =  11 
 a21 a22 

A diagonal principal se inicia no elemento a11 e termina no elemento a22, e a dia-
gonal secundária se inicia no elemento a12 e termina no elemento a21. Portanto,
podemos dizer que a diagonal principal começa na primeira linha no elemento
mais à esquerda, e a diagonal secundária se inicia na primeira linha no elemento
mais à direita.

Determinantes
124 UNIDADE IV

11 12 11 12


[
A = 21 22 ] [
A = 21 22 ]
Diagonal Diagonal
principal secundária
Figura 1 - Diagonais de uma matriz 2x2
Fonte: o autor.

Para uma matriz B 3x3 o conceito é o mesmo.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
[
11 12 13
B = 21 22 23
31 32 33 ] [11 12 13
B = 21 22 23
31 32 33 ] [
11 12 13
B = 21 22 23
31 32 33 ]
Diagonal Diagonal
principal secundária
Figura 2 - Diagonais de uma matriz 3x3
Fonte: o autor.

Para uma matriz 3x3, poderíamos até definir um conjunto de diagonais prin-
cipais e diagonais secundárias, e isso seria feito reescrevendo as duas primeiras
colunas da matriz do lado direito da matriz.

[ ]
11 12 13 11 12
21 22 23 21 22
31 32 33 31 32 [ ]
11 12 13 11 12
21 22 23 21 22
31 32 33 31 32
Diagonais Diagonais
principais secundárias
Figura 3 -Diagonais principais e secundárias em uma matriz 3x3
Fonte: o autor.

O determinante de uma matriz é dado pela soma entre o produto dos elementos
da(s) diagonal(is) principal(is) com o produto entre os elementos da(s) diago-
nal(is) secundária(s) com sinal invertido. Ou seja, calculamos o produto entre
os elementos da diagonal principal, calculamos o produto entre os elementos da
diagonal secundária, trocamos o sinal deste produto e então somamos ambos.

MATRIZES
125

O determinante da matriz A 2x2 seria:


DA = a11a22 − a12 a21

O determinante da matriz B 3x3 seria:

DB = b11b22b33 + b12b23b31 + b13b21b32 − (b13b22b31 + b11b23b32 + b12b211b33 )

Esta regra aplicada à matriz 3x3, que calcula o determinante reproduzindo as


duas primeiras colunas da matriz, é chamada de regra de Sarrus.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Exemplo 6: calcule o determinante das matrizes apresentadas.

[ [
1 2 2
 1 5
A=   B = −3 5 1
−2 3
  −2 0 4

Solução:
a) O determinante da matriz A será dado por:

DA = 1× 3 − (5×(−2)) = 3 − (−10) = 13
b) O determinante da matriz B é dado pela aplicação da regra de Sarrus.

DB = (1× 5× 4 + (−3)× 0 × 2 + (−2)×1× 2) +

−(2 × 5×(−2) + 1× 0 ×1 + 4 ×(−3)× 2) = 20 + 0 − 4 − (−20 + 0 − 24)

DB = 16 + 44 = 60

É importante discutirmos algumas propriedades dos determinantes. Uma das


alterações que se pode fazer em uma matriz é trocar suas linhas pelas colunas,
essa operação dá origem a uma matriz chamada de transposta. O determinante
de uma matriz e da sua transposta apresenta o mesmo valor.
Ao multiplicar uma matriz por um escalar, o determinante da nova matriz
gerada também ficará multiplicado por este escalar.

Determinantes
126 UNIDADE IV

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
APLICAÇÕES EM ECONOMIA

Uma das principais aplicações das matrizes em Economia deve-se à solução de


problemas que envolvam o modelo de mercado e de renda nacional. Para enten-
dermos como resolver e aplicar o conceito de matrizes, vamos falar sobre a regra
de Cramer.

REGRA DE CRAMER

A regra de Cramer é utilizada para resolver sistemas de equações lineares, escre-


vendo as equações como uma matriz e então calculando o determinante da matriz
e relacionando com os determinantes parciais desta.
Podemos transcrever um sistema de equações lineares na forma de uma
matriz utilizando apenas os coeficientes (números) que multiplicam as variáveis
do sistema. Por exemplo, considere o sistema de equações apresentado.
5 x1 + 2 x2 = 19

6 x1 − 3 x2 = 12

Para resolvermos o sistema de equações, devemos representá-lo como uma matriz.

MATRIZES
127

Montamos três matrizes, uma contendo os coeficientes das variáveis, nas outras
duas matrizes, substituímos uma das colunas das variáveis pela coluna dos ter-
mos independentes.
5 2  19 2  5 19
M =  M1 =   M2 =  
6 −3 12 −3 6 12
     

Observe que a matriz M­1 foi construída substituindo os coeficientes da variável


x1 pelos termos independentes do sistema de equações. A matriz M2 foi cons-
truída substituindo os coeficientes da variável x2 pelos termos independentes
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

do sistema de equações.
A regra de Cramer se resume a calcular o determinante das três matrizes
D, D1 e D2, e para determinar o valor da variável x1, dividimos o determinante
da matriz M1 (D1) pelo determinante da matriz M (D), e para encontrarmos o
valor da variável x2, dividimos o determinante da matriz M2 (D2) pelo determi-
nante da matriz M (D).
D1 D2
x1 = x2 =
D D

Note que esta operação só é possível se o determinante da matriz M, dos coefi-


cientes das variáveis do sistema de equações for diferente de zero. Para o sistema
apresentado teríamos o seguinte:
D = 5×(−3) − 2 × 6 = −15 − 12 = −27
D1 = 19 ×(−3) − 2 ×12 = −57 − 24 = −81
D2 = 5×12 − 6 ×19 = 60 − 114 = −54

Logo:
−81 −54
x1 = =3 x2 = =2
−27 −27

A solução do sistema de equações é x1 = 3 e x2 = 2.

Aplicações em Economia
128 UNIDADE IV

MODELO DE MERCADO

O modelo de mercado expressa uma relação entre a oferta e a demanda de um


determinado produto, se essas duas expressões de oferta e demanda puderem ser
representadas como retas, então podemos elaborar um sistema de equações lineares
e resolvê-lo pelo método de Cramer. Considere um modelo de mercado de duas
mercadorias, sendo que a demanda e a oferta de cada uma dependa do preço de
ambas, o estudo se baseia em uma condição de equilíbrio, em que as quantidades
ofertadas e a demanda são iguais (CHIANG; WAINWRIGHT, 2005). Podemos

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
representar as funções oferta e demanda para os produtos 1 e 2 como segue:
Qs1 = Qd 1 Qs1 = a0 + a1 P1 + a2 P2 Qd1 = b0 + b1 P1 + b2 P2
Qs 2 = Qd 2 Qs2 = a0 + a1 P1 + a2 P2 Qd 2 = b0 + b1 P1 + b2 P2

Sendo Qs1 e Qs2 as quantidades ofertadas dos produtos 1 e 2, respectivamente, Qd1


e Qd2 são as quantidade demandadas de cada produto, P1 é o preço do produto 1
e P2 é o preço do produto 2. Os coeficientes a, b, α e β pertencem à relação linear
estabelecida para as equações de oferta e demanda. Se as equações de oferta e
demanda forem igualadas para cada produto, obtemos:

a0 + a1 P1 + a2 P2 = b0 + b1 P1 + b2 P2 → a0 + a1 P1 + a2 P2 − b0 + b1 P1 + b2 P2 = 0

(a0 − b0 ) + (a1 − b1 ) P1 + (a2 − b2 ) P2 = 0


α0 + α1 P1 + α2 P2 = β0 + β1 P1 + β2 P2 → α0 + α1 P1 + α2 P2 − β0 + β1 P1 + β2 P2 = 0

(α0 − β0 ) + (α1 − β1 ) P1 + (α2 − β2 ) P2 = 0

Se dois novos parâmetros forem definidos como:

ci = ai − bi γi = αi − βi
As equações para os produtos 1 e 2 seriam, respectivamente:
c0 + c1 P1 + c2 P2 = 0 → c1 P1 + c2 P2 = − c0

γ0 + γ1 P1 + γ2 P2 = 0 → γ1 P1 + γ2 P2 = − γ0

MATRIZES
129

Observe que tendo os valores dos parâmetros c e γ, ficamos com duas equa-
ções lineares com dois parâmetros P1 e P2 e, assim, conseguimos determinar os
preços de equilíbrio para ambos. Para encontrar as quantidades de equilíbrio,
bastaria retornar às equações de demanda e oferta de cada produto.

Exemplo 7: suponha que uma análise de mercado para dois produtos, 1 e 2, apre-
senta o seguinte conjunto de equações para oferta e demanda.
Produto 1:
Qs1 = −3 + 4 P1
Qd1 = 15 − 2 P1 + P2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Produto 2:
Qs2 = −1 + 3 P2
Qd 2 = 12 + P1 − P2

Determine os preços de equilíbrio e as quantidades demandadas e ofertadas no


equilíbrio para os dois produtos.

Solução:
Inicialmente, separamos os parâmetros de cada equação. Para o produto 1, a0 =
-3, a1 = 4, a2 = 0, b0 = 15, b1 = -2 e b2 = 1. Para o produto 2, α0 = -1, α1 = 0, α2 = 3, β0
= 12, β1 = 1, β2 = -1. Determinamos os termos c e γ.
c0 = a0 − b0 = − 3 − 15 → c0 = − 18
c1 = a1 − b1 = 4 − (− 2) → c1= 6
c2 = a2 − b2 = 0 − (1) →c2 = − 1
γ0 = α0 − β0 = −1 − 12 = −13
γ1 = α1 − β1 = 0 − 1 = −1
γ2 = α2 − β2 = 3 − (−1) = 4
Assim escrevemos as equações lineares para os produtos 1 e 2.
c1 P1 + c2 P2 = −c0
g1 P1 + g2 P2 = −g0
6 P1 − 1P2 = 18
−1P1 + 4 P2 = 13

Aplicações em Economia
130 UNIDADE IV

Transformando a equação linear em três matrizes M, M1 e M2 para aplicação da


regra de Cramer, teremos:
 6 −1 18 −1  6 18
M =  M1 =   M2 =  
−1 4  13 4  −1 13
     

Os determinantes D, D1 e D2 são então calculados.

D = 24 − 1 = 23 D1 = 72 + 13 = 85 D2 = 78 + 18 = 96
Como as variáveis das equações lineares são P1 e P2, seus valores calculados pela
regra de Cramer são:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
D1 85
P1 = = = 3, 6959 ≈ 3, 70
D 23
D2 96
P2 = = = 4,1739 ≈ 4,17
D 23

Se os preços são expressos em reais, teremos um preço de R$3,70 para o produto


1 e R$4,17 para o produto 2. Para encontrarmos as quantidades de cada um, re-
tornamos a uma das equações, demanda ou oferta, para cada um dos produtos.
Para o produto 1.

Qs1 = − 3 + 4 P1 = − 3+ 4 . 3, 7 = 11, 8
Para o produto 2.

Qs2 = − 1 + 3 P2 = − 1+ 3 . 4,17 = 11, 5


Portanto, as quantidades dos produtos 1 e 2 para o equilíbrio de mercado seriam
de 11,8 e 11,5, respectivamente. Se ambos forem expressos apenas por números
inteiros, poderíamos considerar então 12 unidades para o produto 1 e 11 unida-
des para o produto 2.

MODELO DE RENDA NACIONAL

O modelo de renda nacional (keynesiano) para um mercado fechado (sem


importações e exportações) pode ser determinado pela relação entre os gastos
do consumidor (C), os investimentos das empresas (I) e os gastos dos governos
(G), sendo a renda nacional (Y) expressa por:

MATRIZES
131

Y =C + I +G

O consumo pode ser expresso como uma função linear da renda disponível na
seguinte forma:
C = a + bY → − bY + C = a

Sendo “a” o consumo autônomo, ou seja, aquele que independe da renda dis-
ponível, e “b”, a propensão marginal a consumir e representa a fração da renda
destinada ao acréscimo de consumo.
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Desta maneira, o sistema de equações, cujas variáveis seriam a renda (Y) e


o consumo (C), ficaria na forma:
Y −C = I +G
−bY + C = a

Observe que este modelo de renda poderia ser expandido para uma região ou
para uma família, por exemplo, excluindo-se, neste último caso, o gasto com o
governo (G) e adotando o investimento (I) como sendo da família.
Exemplo 8: se uma determinada região apresenta um gasto do governo de
R$24.000.000,00 e um investimento de R$15.000.000,00, com uma propensão mar-
ginal a consumir de 50% da renda e um consumo autônomo de R$5.000.000,00,
determine a renda e o consumo de equilíbrio para esta região.

Solução:
Podemos considerar o sistema de equações com os valores divididos por um mi-
lhão, ou seja, o sistema de equações ficaria:
Y − C = 15 + 24 Y − C = 39
−0, 5Y + C = 5 −0, 5Y + C = 5
Transformando a equação linear em três matrizes M, M1 e M2 para aplicação da
regra de Cramer, teremos:
 1 −1 39 −1  1 39
M =  M1 =   M2 =  
−0, 5 1  5 1  −0, 5 5 
     

Aplicações em Economia
132 UNIDADE IV

Os determinantes D, D1 e D2 são, então, calculados.

D = 1 − 0, 5 = 0, 5 D1 = 39 + 5 = 44 D2 = 5 + 19, 5 = 24, 5
Como as variáveis das equações lineares são Y e C, seus valores calculados pela
regra de Cramer são:
D1 44
Y= = = 88
D 0, 5
D2 24, 5
C= = = 49
D 0, 5

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Portanto, no equilíbrio de mercado, a renda seria de R$88.000.000,00, e o consu-
mo ficaria em R$49.000.000,00.

Essas são algumas das aplicações de determinantes e matrizes para a Economia,


de um modo geral, quando se pode escrever um problema como um sistema de
equações lineares, este pode ser resolvido transformando o sistema em matri-
zes e calculando seu determinante.

MATRIZES
133

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na quarta unidade do livro de Matemática para Economistas II, você aprendeu


a escrever, representar e operar matrizes. Uma matriz é um conjunto de valo-
res numéricos descritos como uma tabela, cada valor numérico é um elemento
da matriz.
Você aprendeu, nesta unidade, que é possível operar matrizes, somando e
subtraindo uma de outra, operando cada um de seus elementos. Também é pos-
sível multiplicar cada elemento da matriz por um escalar e multiplicar matrizes.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Todas essas operações apresentam como resultado final outra matriz, sendo que
a multiplicação entre matrizes exige algumas particularidades em relação à quan-
tidade de linhas e colunas das matrizes envolvidas na operação.
O número de colunas da primeira matriz deve ser igual ao número de linhas
da segunda matriz, a resposta obtida é uma matriz que apresenta a mesma
quantidade de linhas da primeira matriz e a mesma quantidade de colunas da
segunda matriz.
Vimos também que se pode calcular o determinante de uma matriz multipli-
cando os elementos da(s) diagonal(is) principal(is), somá-los e então multiplicar
os elementos da(s) diagonal(is) secundária(s), subtraindo-os dos elementos da(s)
diagonal(is) principal(is). O cálculo do determinante dá origem a um número e
essa técnica pode ser utilizada para resolver diversos tipos de problema.
Um dos tipos de problema que podem ser resolvidos com o uso dos determi-
nantes são os sistemas de equações lineares. Dentre estes sistemas de equações,
pudemos destacar o modelo de mercado e o modelo de renda nacional. O modelo
de mercado se destaca por avaliar os preços e as quantidades de produtos de um
mercado em equilíbrio, e o modelo de renda nacional avalia o comportamento
do consumo e da renda de uma população, um país ou indivíduo de acordo com
a quantidade utilizada em investimentos e, no caso de um país, também consi-
deramos os gastos do governo.
Na Unidade V, estudaremos as equações diferenciais. Até lá.

Considerações Finais
134

1. Duas pessoas da mesma família consomem quatro tipos de produtos, como


alimentos, higiene, vestuário e combustível, de maneira que as quantidades
consumidas sejam representadas por duas matrizes 2x2, uma para cada pes-
soa, sendo o item a 11 = kg de alimento, a12 = unidades de itens de higiene, a21 =
unidades de itens de vestuário e, a22 = litros de combustível e ambas definidas
como segue.
20 8  15 7 
P1 =   � P2 =  
 3 45  6 60
   
Considerando o consumo apresentado nas duas matrizes referentes ao mesmo
mês para ambas, analise as afirmações a seguir.
I. Ao somar as duas matrizes, haverá uma nova matriz que possui as quantida-
des totais de cada item consumido para ambas as pessoas, sendo o consu-
mo de combustível de 105 l e o consumo de vestuário, de 9 unidades.
II. Dobrando o consumo da pessoa P1, e mantendo o consumo de P2, a quanti-
dade de itens de limpeza consumida para ambos seria de 25 unidades.
III. Se a pessoa P2 economizar e consumir tudo pela metade, o total de alimen-
tos consumidos para ambas seria de 27,5 kg.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) II e III, apenas.
2. Considere as duas matrizes A e B apresentadas a seguir.
 7 5 2 −1
   
A =  1 0 3 �B =  1 
   
−2 4 2 −1
   
Com base nas operações que podem ser realizadas em matrizes e consideran-
do as matrizes apresentadas, analise as afirmações a seguir.
I. Não é possível multiplicar as duas matrizes, pois elas apresentam tamanhos
diferentes entre si.
II. Ao multiplicar A por B, a matriz resultante terá dimensões 3x1 e o elemento
a21 será igual a -4.
III. O somatório de todos os elementos da matriz resultante da multiplicação
entre as matrizes A e B terá o valor -4.
135

É correto o que se afirma em:


a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) II e III, apenas.
3. Ao analisar o comportamento do preço e da demanda de dois produtos em
um determinado mercado, um economista encontrou as seguintes expressões
para oferta (Qs) e demanda (Qd).
Produto 1:
Qs1 = −2 + 5 P1
Qd1 = 25 − 3 P1 + 2 P2

Produto 2:
Qs2 = −1 + 3 P2
Qd 2 = 10 + 2 P1 − 3 P2
Considerando o comportamento de mercado em equilíbrio, analise as afirma-
ções a seguir.
I. Se o preço do produto P1 for R$2,00 e do produto P2 for de R$3,50, a quanti-
dade demandada do produto 1 será de 26 unidades, e a quantidade oferta-
da de P2 será de 6 unidades.
II. Utilizando matrizes e determinantes para determinação do ponto de equi-
líbrio, encontra-se o valor de 20 unidades ofertadas do produto 1 com um
preço de R$4,50.
III. Ao determinar as condições do equilíbrio de mercado, é obtido o preço de
R$6,20 para o produto 2, o que resulta em uma oferta de, aproximadamen-
te,17 unidades do produto.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I e III, apenas.
136

4. Considere as expressões para a oferta (Qs) e demanda (Qd) de dois produtos


que competem pela preferência do consumidor em um determinado mercado
e que são dadas a seguir.
Produto 1:
Qs1 = −3 + 12 P1
Qd1 = 115 − 8 P1 + 11P2
Produto 2:
Qs2 = −4 + 25 P2
Qd 2 = 100 + 17 P1 − 5 P2
Considerando o comportamento de mercado em equilíbrio, analise as afirma-
ções a seguir.
I. A transformação das equações de oferta e demanda em um sistema de
equações lineares para o preço de cada produto permite encontrar um pre-
ço de equilíbrio de R$15,25 para o produto 1 e de R$7,30 para o produto 2.
II. Nas condições do equilíbrio de mercado estabelecidas utilizando a regra de
Cramer e os determinantes de uma matriz de coeficientes para as equações
lineares obtidas pela demanda e oferta, descobre-se que a quantidade de
produto 1 demandada no equilíbrio é de 133 unidades
III. No equilíbrio de mercado calculado, utilizando um sistema de equações li-
neares e determinantes de matriz de coeficientes, é possível observar que a
quantidade ofertada do produto 2 é de 130 unidades.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I e III, apenas.
137

5. Um país apresenta um gasto do governo de R$350.000.000.000,00 e um inves-


timento em infraestrutura de R$150.000.000.000,00, com uma propensão mar-
ginal ao consumo da população de 25% da renda e um consumo autônomo
de R$5.000.000,00. Utilizando o modelo de renda nacional para representar o
comportamento econômico do país, leia as afirmações a seguir e analise-as.
I. O equilíbrio de mercado aplicado ao modelo de renda nacional permite es-
crevê-lo como um sistema de equações lineares em função da renda Y e do
consumo C do país.
II. A solução do modelo linear obtido para o equilíbrio de mercado aplicado
ao modelo de renda nacional retorna um valor de R$666,7 bilhões para a
renda nacional.
III. O consumo da população do país, calculado considerando o equilíbrio de
mercado, é em torno de R$425,9 bilhões.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) II e III, apenas.
138

O artigo aqui apresentado avalia a relação comercial entre o estado de Minas Gerais e
o resto do mundo, analisando uma matriz inter-regional de insumo-produto. O título é
"As relações setoriais entre Minas Gerais, restante do Brasil e seus 5 principais parceiros
econômicos: Uma abordagem de insumo-produto". Alguns trechos do artigo são apre-
sentados aqui, porém pode ser lido na íntegra no link que está apontado nas referências
desta unidade. Boa leitura.
Neste trabalho, construiu-se e analisou-se uma matriz inter-regional de insumo-produto
contendo os fluxos comerciais correntes de 2003 entre as regiões de Minas Gerais (MG),
Restante do Brasil (RB) e Resto do Mundo (RM). Tal matriz apresentou desagregação
para: 11 setores em MG e RB e para os principais parceiros comerciais brasileiros no RM.
Concluiu-seque, os setores de MG, apesar de apresentarem menores multiplicadores
deprodução, impulsionam mais a indústria nacional que os do RB. No RM, a China au-
feriu o maior multiplicador de produção, foi considerada Setor Chave e seu comércio
interno foi o elo mais influente da economia mundial.
A análise dos setores brasileiros via Insumo-Produto (I-P) é frequente na literatura nacio-
nal. Guilhoto et al. (2002, 2001a), Haddad (1999), Haddad e Hewings (2000) e Crocomo e
Guilhoto (1998) utilizaram este instrumento para analisar as interdependências entre as
macrorregiões brasileiras. Já Guilhotoet al. (2001) e Rodrigues et al. (2005) fazem uso do
I-P no intuito de verificar a evolução estrutural das ligações entre os setores no decorrer do
tempo. Outra possibilidade consiste em selecionar economias regionais específicas, atra-
vés de um sistema inter-regional integrado, a fim de verificar as ligações e transbordamen-
tos existentes entre regiões distintas (DOMINGUES, 2002;DUARTE FILHO;CHIARI, 2002).
No caso deste trabalho, optou-se por usar uma matriz inter-regional de I-P, contendo os
fluxos comerciais entre os setores de Minas Gerais (MG) e do Restante do Brasil (RB), com
fechamento para as exportações, a fim de analisar as relações de comércio entre MG, RB
e o “setor externo” ou Resto do
Mundo (RM), sendo este último composto pelos 5 principais parceiros comerciais do
Brasil (i.e.: EUA, China, Argentina, Alemanha e Japão) mais o grupo dos “demais países”.
Para tanto, os vetores de exportações e importações da matriz inter-regional (MG X
RB) de Souza (2008), referente ao no de 2003, foi desagregada (entre os 5 países men-
cionados mais os “demais países”) e endogeneizada no modelo de insumo-produto
(fechamento para as exportações). Segundo os dados do ALICEweb (2017), os EUA,
China, Argentina, Alemanha e Japão foram responsáveis por quase 50 das exporta-
ções de Minas Gerais (MG) e mais de 40% das exportações do restante do Brasil (RB)
em 2003. Portanto, estes seriam países relevantes ao comércio internacional de ambas
as regiões.
139

Os resultados mostraram que, embora os setores de MG apresentem, em média, menores


multiplicadores de produção que os do RB, eles seriam opções interessantes para impulsio-
nar a indústria nacional (MG+RB) devido ao baixo transbordamento para o RM. Além disso,
o setor Extrativo Mineral, de MG, deteve o maior multiplicador de produção entre os setores
brasileiros. Porém, devido ao transbordamento deste setor para o RM, o setor de Alimentos
e Bebidas de MG causaria maior impacto tanto em MGquanto no RB. No RB, o setor de Me-
tais não Ferrosos obteve o maior multiplicador. Já o setor de Ferro e Aço, do RB, seria o que
causaria maior impacto em MG. No RM, a China auferiu o maior multiplicador de produção,
foi considerada Setor-Chave e seu comércio interno foi o elo mais influente da economia.
O modo como a matriz de insumo-produto é exposta foi proposta na década de 40,
pelo economista russo Wassily Leontief. Trata-se de um instrumento da contabilidade
social que permite conhecer os fluxos dos bens e serviços, produzidos por cada setor
da economia, destinados a servir de insumos a outros setores ou atender a demanda
final (CARVALHEIRO, 1998). Segundo Lafer (1973), as matrizes de insumo-produto fazem
parte de um grupo de instrumentos que auxiliam os governos a atuar sobre a realidade.
O autor argumenta que, utilizando técnicas de programação linear, estas matrizes pos-
sibilitam encontrar os preços e as quantidades a produzir de cada setor da economia,
correspondentes à alocação ótima de recursos, dada a estrutura da demanda final.
Para Guilhoto (2011), as principais aplicações da teoria de insumo-produto referem-se às
análises estruturais e de impacto. A primeira busca entender como a economia funciona e
como os setores e as regiões se relacionam. Já as análises de impacto visam estudar a reação
da economia e dos seus setores a choques resultantes de políticas econômicas e/ou de alte-
rações de comportamento dos agentes econômicos.No caso do presente artigo, buscou-se
identificar as interdependências estruturais entre os setores de Minas Gerais (MG) e do Res-
tante do Brasil (RB) com o mercado externo e verificar o efeito de políticas econômicas sobre
estes. Para tanto, o mercado externo foi desagregado para os 5 principais parceiros econômi-
cos do Brasil mais o grupo dos “demais países” que compõem o este mercado.
O uso de matrizes de insumo-produto contendo os fluxos comerciais entre mais de uma
região é denominado “modelos inter-regionais” e origina-se do trabalho de Isard (1951).
Segundo Montoya (1998), estes modelos possuem diversas vantagens, pois assumem
que há uma função de produção dotipo Leontief específica para cada setor de cada
região e que os coeficientes técnicos dependerão não somente da tecnologia utilizada
e da estrutura de preços relativos, mas, também, da organização atual dos fluxos regio-
nais de abastecimento em cada setor. Como os setores são considerados específicos,as
relações inter-regionais são detalhadas e, dessa forma, os fluxos inter-regionais podem
mensurar os efeitos de transbordamento entre as regiões, causados pela variação da
demanda final de uma delas.
Fonte: Firme (2017).
MATERIAL COMPLEMENTAR

Álgebra linear e suas aplicações


Gilbert Strang

Editora: Cengage Learning


Sinopse: a álgebra linear não trata apenas de matrizes e sistemas lineares.
A sua essência está no estudo dos espaços vetoriais e das transformações
lineares, e também se faz presente nos ramos da matemática, aparecendo
em disciplinas como cálculo, equações diferenciais, matemática discreta,
estatística, análise numérica e outras. Este livro apresenta conceitos e
métodos que são introduzidos a partir de exemplos e posteriormente
desenvolvidos e formalizados. Ao final de cada capítulo, são dadas
algumas aplicações do conteúdo em diversas áreas.
141
REFERÊNCIAS

AXLER, S. Pré-Cálculo, uma Preparação para o Cálculo. 2. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
CHIANG, A.C., WAINWRIGHT, K. Matemática para economistas. 4. Ed. Rio de Janei-
ro: McGraw Hill, 2005.
FIRME, V. A. C. As relações setoriais entre Minas Gerais, restante do Brasil e seus 5 prin-
cipais parceiros econômicos: Uma abordagem de insumo-produto. Revista Brasileira
de Economia, vol. 71, nº 4, Rio de Janeiro, 2017. Disponível em: <http://www.scielo.
br/pdf/rbe/v71n4/0034-7140-rbe-71-04-0413.pdf>. Acesso em: 01 out. 2018.
SIMON, C. P.; BLUME, L. Matemática para Economistas. São Paulo: Bookman, 2008.
GABARITO

1. Alternativa D
A representação matricial para o consumo das duas pessoas é dado por:

20 8  15 7 
P1 =   P2 =  
 3 45  6 60
   

Basta analisarmos cada afirmação.


Análise da afirmação I)
A soma das duas matrizes forneceria o total de cada item consumido para ambas
as pessoas que fazem parte da família. Essa soma pode ser feita pela adição en-
tre as matrizes P1 e P2, uma vez que a soma matricial é realizada termo a termo,
então, somaremos alimento com alimento, vestuário com vestuário, produto de
higiene com produto de higiene e combustível com combustível.
20 8  15 7  35 15 
C = P1 + P2 =  + = 
 3 45  6 60  9 105
     
Desta maneira, o consumo conjunto das duas pessoas seria de 35 kg de alimen-
tos, 15 itens de higiene, 9 unidades de vestuário e 105 l de combustível. Portan-
to, a afirmação I está correta.
Análise da afirmação II)
Dobrando o consumo da pessoa P1, teremos uma matriz com o dobro dos valo-
res dos elementos da matriz P1. Essa matriz dobrada pode ser somada à matriz
P2, como segue.

20 8  15 7   40 16  15 7  55 23 


C ' = 2 P1 + P2 = 2  + = + = 
 3 45  6 60  6 90  6 60 12 150
         
Portanto, o consumo de itens de limpeza, que é o elemento a12, seria de 23 uni-
dades, e não 25 como apresentado na afirmação. Portanto, a afirmação II está
incorreta.
Análise da afirmação III)
Se a pessoa P2 consumir tudo pela metade, teremos uma matriz multiplicada por
½ e, assim, podemos somá-la à matriz P1 original, como segue.

C’’ = P1 + 0, 5 P2 =
[ [ [ [[ [[
20 8
3 45
+ 0, 5
15 7
6 60
=
20 8
3 45
+
7, 5 3, 5
3 30 [
143
GABARITO

27, 5 11, 5
C '' =  
 6 75 

Logo, a quantidade de alimento consumida, que é o elemento a11, seria de
27,5kg, como apresentado na afirmação III. Portanto, a afirmação III está correta.
Corretas: I e III, apenas.
2. Alternativa E.
Considere as matrizes A e B apresentadas.
 7 5 2 −1
   
A =  1 0 3 B= 1 
   
−2 4 2 −1
   
Podemos analisar as afirmações.
Análise da afirmação I)
É possível multiplicar a matriz A por B, pois a dimensão da matriz A é 3x3, e da
dimensão B é 3x1. Portanto, o número de colunas da matriz A é igual ao número
de linhas da matriz B.
Portanto, a afirmação I está incorreta.
Análise da afirmação II)
A multiplicação de A por B dará:

 7 5 2 −1 −7 + 5 − 2 −4


       
A× B =  1 0 3 ×  1  = −1 + 0 − 3  = −4
       
−2 4 2 −1  2 + 4 − 2   4 
       

Portanto, o elemento a21 será igual a -4. Portanto, a afirmação II está CORRETA.
Análise da afirmação III)
Se somarmos todos os elementos da matriz resultante da multiplicação entre as
matrizes A e B, o valor encontrado será -4.
Portanto, a afirmação III está correta.
Corretas: II e III, apenas.
GABARITO

3. Alternativa D.
Considerando o comportamento do mercado, analisamos cada afirmação.
Análise da afirmação I)
Se o preço de P1 for de R$2,00 e de P2 for de R$3,50, a quantidade demandada do
produto P1 será de:

Qd1 = 25 − 3 P1 + 2 P2 → 25 − 3× 2 + 2 × 3, 5 = 25 − 6 + 7 = 26

A quantidade ofertada do produto P2 será de:

Qs2 = − 1 + 3 P2 → − 1+ 3 ⋅ 3, 5= 6

Portanto a afirmação I está correta


Análise da afirmação II)
Para encontrar as quantidades e preços de equilíbrio, precisamos definir os no-
vos parâmetros c e γ
Inicialmente, separamos os parâmetros de cada equação.
Produto 1:
Qs1 = −2 + 5 P1
Qd1 = 25 − 3 P1 + 2 P2
Produto 2:
Qs2 = −1 + 3 P2
Qd 2 = 10 + 2 P1 − 3 P2
Para o produto 1, a0 = -2, a1 = 5, a2 = 0, b0 = 25, b1 = -3 e b2 = 2. Para o produto 2,
α0 = -1, α1 = 0, α2 = 3, β0 = 10, β1 = 2, β2 = -3. Determinamos os termos c e γ.
c0 = a0 − b0 = − 2 − 25 → c0 = − 27
c1 = a1 − b1 = 5 − (− 3)→ c1 = 8
c2 = a2 − b2 = 0 − (2) → c2 = − 2
γ0 = α0 − β0 = −1 − 10 = −11
γ1 = α1 − β1 = 0 − 2 = −2
γ2 = α2 − β2 = 3 − (−3) = 6
145
GABARITO

Assim escrevemos as equações lineares para os produtos 1 e 2.


c1 P1 + c2 P2 = −c0
g1 P1 + g2 P2 = −g0
8 P1 − 2 P2 = 27
−2 P1 + 6 P2 = 11
Transformando a equação linear em três matrizes M, M1 e M2 para aplicação da
regra de Cramer teremos:
 8 −2  27 −2  8 27
M =  M1 =   M2 =  
−2 6  18 6  −2 18 
     

Os determinantes D, D1 e D2 são então calculados.

D = 48 − 4 = 44 D1 = 162 + 36 = 198 D2 = 144 + 54 = 198

Como as variáveis das equações lineares são P1 e P2, seus valores calculados pela
regra de Cramer são:

D1 198
P1 = = = 4, 50
D 44
D2 198
P2 = = = 4, 50
D 44
Com um preço de R$4,50, a quantidade ofertada do produto 1 será de:

Qs1 = −2 + 5 P1 = −2 + 5× 4, 5 = 20, 5 ≈ 20 � unidades

A afirmação II está correta


Análise da afirmação III)
No equilíbrio de mercado, o preço encontrado para o produto 2 é de R$4,50 e
não de R$6,20 como está na afirmação. O preço de R$4,50 resultaria em uma
oferta de produto dada por:

Qs2 = −1 + 3 P2 = −1 + 3× 4, 5 = 12, 5 ≈ 12 � unidades

A afirmação III está incorreta.


Corretas: I e II, apenas.
GABARITO

4. Alternativa B.
Considerando o comportamento do mercado, analisamos cada afirmação.
Análise da afirmação I)
Para encontrar as quantidades e preços de equilíbrio, precisamos definir os no-
vos parâmetros c e γ
Inicialmente, separamos os parâmetros de cada equação.
Produto 1:
Qs1 = −3 + 12 P1
Qd1 = 115 − 8 P1 + 11P2
Produto 2:
Qs2 = −4 + 25 P2
Qd 2 = 100 + 17 P1 − 5 P2
Para o produto 1, a0 = -3, a1 = 12, a2 = 0, b0 = 115, b1 = -8 e b2 = 11. Para o produto
2, α0 = -4, α1 = 0, α2 = 25, β0 = 100, β1 = 17, β2 = -5. Determinamos os termos c e γ.
c0 = a0 − b0 = − 3 − 115→ c0 = − 118
c1 = a1 − b1 = 12 − (− 8) → c1 = 20
c2 = a2 − b2 = 0 − (11) → c2 = − 11
γ0 = α0 − β0 = −4 − 100 = −104
γ1 = α1 − β1 = 0 − 17 = −17
γ2 = α2 − β2 = 25 − (−5) = 30

Assim escrevemos as equações lineares para os produtos 1 e 2.


c1 P1 + c2 P2 = −c0
g1 P1 + g2 P2 = −g0

20 P1 − 11P2 = 118
−17 P1 + 30 P2 = 104
Transformando a equação linear em três matrizes M, M1 e M2 para aplicação da
regra de Cramer, teremos:

 20 −11 118 −11  20 118


M =  M1 =   M2 =  
−17 30  104 30  −17 104
     
147
GABARITO

Os determinantes D, D1 e D2 são então calculados.


D = 600 − 187 = 413 D1 = 3540 + 1144 = 4684
D2 = 2080 + 2006 = 4086
Como as variáveis das equações lineares são P1 e P2, seus valores calculados pela
regra de Cramer são:
D1 4684
P1 = = = 11, 34
D 413
D2 4086
P2 = = = 9, 89
D 413

Portanto, os preços de equilíbrio são R$11,34 para o produto 1 e R$9,89 para o


produto 2.
A afirmação I está incorreta.
Análise da afirmação II)
A demanda de produto 1 é estabelecida pela expressão
Qd1 = 115 − 8 P1 + 11P2 = 115 − 8 ×11, 34 + 11× 9, 89 = 115 − 90, 72 + 108, 79

Qd1 = 133, 07 ≈ 133� unidades � de


� 1

Logo, a afirmação II está correta.


Análise da afirmação III)
Verificamos a quantidade ofertada do produto 2 pela equação.

Qs2 = −4 + 25 P2 = −4 + 25× 9, 89 = 243, 25 ≈ 243� unidades

A afirmação III está incorreta.


Corretas: II apenas.
5. Alternativa D.
Análise da afirmação I)
O modelo de renda nacional pode ser escrito como um sistema de equações
lineares cujas variáveis são a renda (Y) e o consumo (C).
Logo, a afirmação I está correta.
GABARITO

Análise da afirmação II)


Podemos considerar o sistema de equações com os valores divididos por um
bilhão, ou seja, o sistema de equações ficaria:
Y −C = I +G
−bY + C = a
com

Y − C = 150 + 350 Y − C = 500


−0, 25Y + C = 0, 05 −0, 25Y + C = 0, 05
Transformando a equação linear em três matrizes M, M1 e M2 para aplicação da
regra de Cramer, teremos:
 1 −1  500 −1  1 500 
M =  M1 =   M2 =  
−0, 25 1  0, 05 1  −0, 25 0, 05
     
Os determinantes D, D1 e D2 são então calculados.

D = 1 − 0, 25 = 0, 75 D1 = 500 + 0, 05 = 500, 05
D2 = 0, 05 + 125 = 125, 05

Como as variáveis das equações lineares são Y e C, seus valores calculados pela
regra de Cramer são:

D1 500, 05
Y= = = 666, 733
D 0, 75
D2 125, 05
C= = = 500, 2
D 0, 25
Portanto, no equilíbrio de mercado, a renda seria de R$666.733.000.000,00 e o
consumo ficaria em R$500.200.000.000,00. Portanto, a afirmação II está correta.
Análise da afirmação III)
O consumo da população seria de 500,2 bilhões de reais, distante dos 425,9 bi-
lhões de reais apresentado na afirmação.
Logo, a afirmação III está incorreta.
Corretas: I e II, apenas.
149
ANOTAÇÕES
Prof. Dr. Fernando Pereira Calderaro

V
UNIDADE
EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

Objetivos de Aprendizagem
■■ Entender o conceito de equações diferenciais.
■■ Aplicar o método de separação de variáveis.
■■ Iniciar os estudos nas equações de segunda ordem.
■■ Entender algumas aplicações das equações diferenciais em
Economia.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Equações diferenciais de primeira ordem
■■ Equações separáveis
■■ Equações lineares de segunda ordem
■■ Aplicações em Economia
153

INTRODUÇÃO

Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à quinta unidade do livro de Matemática


para Economistas II. Nesta unidade, você aprenderá um pouco sobre as equações
diferenciais, verá algumas maneiras simples de resolver equações diferenciais ordiná-
rias menos complexas e também algumas aplicações destas equações em Economia.
Iniciaremos conceituando as equações diferenciais, que nada mais são do
que equações formadas por uma relação entre a(s) derivada(s) de uma função
e a própria função. As equações cujas funções apresentam apenas uma variá-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

vel independente são chamadas de equações diferenciais ordinárias (EDO), já


as que apresentam mais de uma variável independente são chamadas de equa-
ções diferenciais parciais (EDP).
Resolver uma equação diferencial é um processo de determinação da fun-
ção que faz parte desta equação, pois as equações diferenciais, geralmente, são
utilizadas para representar taxas de variação de uma grandeza com o tempo.
Uma das técnicas empregadas para resolver equações diferenciais ordinárias
lineares ou não-lineares é o método de separação de variáveis, que permite inte-
grar a EDO em ambos os lados das equações diferenciais, obtendo uma família
de funções como solução da EDO. Se houver condições iniciais do problema,
é possível determinar a solução particular da equação em relação ao problema
em estudo.
Em seguida, você aprenderá a resolver equações diferenciais de segunda
ordem quando aparecem derivadas de segunda ordem formando a equação dife-
rencial, e entenderá como encontrar uma solução para a equação resolvendo
uma equação característica de segundo grau.
Ao final da unidade, você verá algumas aplicações das equações diferenciais
em Economia, como análise da taxa de variação de rendimentos e análise do
crescimento populacional. As atividades desta unidade o(a) ajudarão a enten-
der melhor o conteúdo.
Bons estudos!

Introdução
154 UNIDADE V

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE PRIMEIRA ORDEM

As equações diferenciais são relações entre uma função e sua derivada. Tais equa-
ções são comumente escritas para expressar uma taxa de variação com o tempo
de maneira contínua. Seja y(t) uma função qualquer em relação ao tempo, a
equação diferencial que relaciona a função y com sua derivada será:

dy
= k . y (t )
dt

Sendo k uma constante multiplicadora da função y.


Observe que y não é uma variável, mas sim, uma função, a variável do pro-
blema é o tempo. As equações diferenciais mais simples são chamadas de equações
diferenciais ordinárias (EDO), sendo uma expressão que associa a função de
uma variável com sua derivada (SIMON; BLUME, 2008). O objetivo ao resolver
uma equação diferencial é encontrar a função y(t) que satisfaça a relação entre
a derivada e sua função.
Quando se tem uma relação entre uma função de várias variáveis e suas deri-
vadas, temos uma equação diferencial parcial (EDP). Encontrar soluções para as

EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
155

equações diferenciais é um processo complexo que, muitas vezes, envolve diver-


sas etapas de aplicação do cálculo diferencial e integral. Nesta unidade, veremos
alguns tipos de equações diferenciais ordinárias com suas soluções, bem como
algumas aplicações para estas equações.
Alguns exemplos de equações diferenciais ordinárias (EDO) são apresen-
tados a seguir.
dy
a. +7y = 0
dt
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

dy
b. = 2 x3
dx

c. xy '− 3 y = 0

d. y "− 6 y '+ 8 = 0

Observe que y’ é a representação da derivada primeira e y’’ é a representação da


derivada segunda. Quando a equação diferencial é escrita em função apenas da
derivada primeira, dizemos que a equação é de primeira ordem. Se a equação
diferencial for escrita em função da derivada segunda, dizemos que temos uma
equação diferencial de segunda ordem.
Alguns modelos de crescimento populacional são escritos como equações
diferenciais ordinárias, em que a taxa de crescimento da população é uma fun-
ção do tempo. Tais modelos serão vistos nas próximas seções.

Pierre François Verhulst (1804–1849) foi um matemático belga que desen-


volveu um modelo de crescimento exponencial que leva em consideração
fatores que inibem o crescimento (1838), evitando que o modelo estime
apenas um crescimento desordenado da população.
Fonte: adaptado de Tavoni e Oliveira (2013).

Equações Diferenciais de Primeira Ordem


156 UNIDADE V

Segundo Chiang e Wainwright (2005), há, essencialmente, duas formas de apre-


sentar a solução de uma equação diferencial, a solução geral e a solução definida.
Lembre-se, para resolver uma derivada, aplica-se a integração da função, se a
integral for aplicada em um ponto específico, temos uma integral definida, caso
contrário, temos uma integral indefinida, obtendo uma família de funções como
resposta.
Para as equações diferenciais, a ideia é a mesma, uma integração será feita
para que se possa calcular a solução da equação diferencial. Se a integração for
geral, sem um ponto específico, então teremos a solução geral, caso a integra-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ção seja feita em determinadas condições especificadas, teremos uma solução
definida. Os valores da variável e da função utilizados para calcular a integra-
ção são chamados de condições de contorno, permitindo encontrar uma solução
específica para o problema analisado. Se o valor da função conhecido for para a
variável independente igual a “zero”, então temos uma condição inicial.
As funções apresentadas a seguir são soluções de uma equação diferencial:
y (t ) = Ae− at (Solução geral)
y (t ) = y (0) e− at (Solução definida)

Como a primeira função apresenta uma constante A genérica, que pode assumir
qualquer valor, temos uma solução geral. Já a segunda equação apresenta o termo
y(0), que é o valor da função calculado quando a variável t assume o valor “zero”,
então, essa função é uma solução específica, representando uma solução definida.
Quando a função e suas derivadas forem multiplicadas por uma constante,
formando a equação diferencial, dizemos que é uma equação linear, se a equa-
ção é formada por uma derivada de primeiro grau, então temos uma equação
linear de primeira ordem. Dentre as equações desta natureza, podemos desta-
car os dois tipos de equações principais com suas soluções:
a. Equação diferencial: y ' = ay + b

Solução: y (t ) = k ⋅ e at

EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
157

b. Equação diferencial: y ' = ay + b


b at
Solução: y (t ) = − + k . e
a

Sendo a e b constantes.Na próxima seção, você irá aprender a calcular a solução


de equações diferenciais ordinárias utilizando o método de separação de variáveis.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

EQUAÇÕES SEPARÁVEIS

As equações diferenciais separáveis são uma categoria de equações de cálculo


relativamente simples, pois nos permitem dividir a equação em duas partes e inte-
grá-las separadamente, obtendo a função desejada. De maneira geral, se temos
uma EDO com a seguinte forma:

dy
= g ( y ). h (t )
dt

A equação pode ser separada em um termo com y e outro termo com t, de maneira
que os diferenciais dy e dt estejam no numerador da equação.

dy
= h (t ) dt
g ( y)

Depois que a equação foi “separada”, a integral pode ser aplicada a ambos os
lados da equação diferencial.

dy
∫ y g ( y) = ∫t h(t )dt + c

Equações Separáveis
158 UNIDADE V

Exemplo 1: considere a seguinte equação diferencial:


dy
= 7y
dx
Encontre a solução para esta equação.

Solução: separando as variáveis da equação:


dy
= 7 dx
y

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Integrando ambos os lados da equação, teremos:
dy
∫ y
= ∫ 7dx
Aplicando a integração:
ln y + c1 = 7 x + c2

As duas constantes c1 e c2 podem ser unidas em uma só, ficando a equação na forma:
In y = 7 x + c
Para explicitar y, precisamos resolver o ln|y|, portanto, exponenciamos os dois
lados da equação:
y = e 7 x +c

Como temos um módulo de y, o valor de y pode ser positivo ou negativo, logo,


as duas formas da solução da equação diferencial do exercício são:
y = e7 x+c ou y = −e7 x+c

Sempre que for possível identificar esse comportamento nas equações diferen-
ciais ordinárias, pode-se aplicar o método de separação de variáveis e calcular
as integrais de ambos os lados da equação.

EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
159

Quando se conhece uma das condições do problema, como uma condição


inicial, ou seja, o valor da função quando a variável independente assume o valor
“zero”, então podemos determinar uma solução definida ou particular.

Exemplo 2: assumindo a equação diferencial do exemplo 1 com a condição ini-


cial de que y(0) = 3, encontre a solução particular para esta equação diferencial.

Solução: a solução da equação do exemplo 1 já foi determinada, como temos


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

as condições iniciais da EDO, x = 0 e y = 3, podemos determinar o valor da


constante c. Para o cálculo, é melhor utilizar a expressão com ln.

ln y = 7 x + c → ln 3 = 7 . 0 + c → c = 1, 099

Assim, a solução particular da EDO será dada pela função.


y = e7 x+1,099

A economia não trata de coisas ou de objetos materiais tangíveis; trata de


homens, de suas apreciações e das ações que daí deriva.
(Ludwig Von Mises)

Na próxima seção, você aprenderá a resolver equações lineares que envolvem a


derivada segunda da função em análise.

Equações Separáveis
160 UNIDADE V

EQUAÇÕES LINEARES DE SEGUNDA ORDEM

As equações diferenciais ordinárias de segunda ordem apresentam a segunda deri-


vada da função como um dos termos que a compõem. Esse é um caso especial
de equações diferenciais, pois podemos resolvê-la desenvolvendo uma equação
característica de segundo grau, cuja solução pode ser determinada como um
polinômio de grau 2, utilizando a fórmula de Bhaskara (SIMON; BLUME, 2008).
Para uma equação diferencial de segunda ordem que tenha o seguinte formato:
a . y ''+ b . y '+ c . y = 0

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
rt 2 rt
Podemos determinar uma solução considerando y = e , y ' = r . e e y '' = r . e
rt

que, ao serem substituídas na equação diferencial, dão origem a:

( )
a . r 2 . e rt + b . r . e rt + c . e rt → e rt . a . r 2 + b . r + c = 0

Como o termo exponencial nunca se anula, a expressão será uma solução se, e
somente se, r satisfizer a equação.
a . r2 + b . r + c = 0

Esta equação do segundo grau é chamada de equação característica e, para encon-


trar as raízes, aplicamos a equação de Bhaskara.

− b± ∆ − b± b2 − 4. a . c
r= =
2. a 2. a

Lembre-se de que as equações de segundo grau podem apresentar duas raízes


reais e distintas (∆ > 0) , duas raízes reais e iguais (∆ = 0) ou duas raízes com-
plexas (∆ < 0) .
Para o caso de duas raízes reais e distintas, a solução da equação assume a forma:

y (t ) = k1 . e r1t + k2 . e r2t

Quando a equação característica apresenta duas raízes reais e iguais, a solução


da equação assume a forma:
y (t ) = k1 . er1t + k2 . t . er1t

EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
161

Desta maneira, para calcular a solução de equações diferenciais de segunda


ordem, utilizando uma equação característica, basta calcular as raízes desta equa-
ção e substituir na forma adequada da solução, para duas raízes diferentes ou
iguais. Havendo duas condições iniciais do problema, uma para o valor da fun-
ção e outra para o valor da derivada da função determinada no mesmo valor da
variável independente, encontram-se os valores das constantes k1 e k2.

Exemplo 3: encontre a solução particular para o problema de valor inicial dado


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

pela seguinte equação diferencial e suas condições iniciais.


y ''− 3 y '+ 2 y = 0; y (0) = 1e y '(0) = 2

Solução: como temos uma equação diferencial de segunda ordem, escreve-


mos a equação característica de segundo grau, dada por:

r 2 − 3r + 2 = 0

O cálculo das raízes da equação característica é:


2
3± (− 3) − 4 . 1. 2
r= → r1 = 2; r2 = 1
2 . 1

Sendo duas raízes reais e distintas, a solução da equação diferencial fica na forma:
y (t ) = k1 . er1t + k2 . er2t = k1 . e2t + k2 . et

Aplicando as condições iniciais, teremos para y(0) = 1:

y (t ) = k1 . e2t + k2 . et→ 0 = k1 + k2

Utilizando a condição da derivada y’(0) = 2:


y '(t ) = k1 . 2 . e2t + k2 . et → 1 = 2 . k1 + k2

Equações Lineares de Segunda Ordem


162 UNIDADE V

Portanto, temos um sistema de equações pra resolver e encontrar os valores


de k1 e k2.
k1 + k2 = 0 → k1 = k2

1
2 . k1 + k2 = 1 → 2 . k1 + k1 = 1 → k1 =
3
Sendo k1 = k2, ambos terão o valor 1/3, logo, a solução da equação fica na forma:
1 1
y (t ) = . e2t + . et
3 3

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Na seção seguinte, você verá algumas aplicações das equações diferenciais ordi-
nárias em Economia.

APLICAÇÕES EM ECONOMIA

As aplicações das equações diferenciais em Economia


são úteis para calcular as taxas de crescimento ou
diminuição de grandezas econômicas, como a popu-
lação e os rendimentos em aplicações financeiras.
Vejamos alguns exemplos.

TAXA DE VARIAÇÃO DE CAPITAL EM FUNÇÃO DO TEMPO

Se definirmos uma grandeza “q” para representar o valor do capital em um dado


tempo “t”, submetido a uma taxa de juros “i”, podemos escrever a taxa de varia-
ção do capital em função do tempo como uma EDO de primeira ordem:
dq
= i.q
dt

EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
163

Se aplicarmos o método de separação de variáveis e integrarmos em relação a


“q” e “t”, obtemos a expressão:
dq
∫ q
= ∫ i . dt → ln (q ) = i . t + C

q = e i t.eC → q = C . eit

Sendo “c” o capital inicial investido.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Exemplo 4: um investidor recebeu uma proposta de aplicar R$150.000,00 em


um investimento que possua uma taxa de variação do capital em função do
tempo em meses e dada pela expressão:

dq
= 0, 05 . q
dt

Determine o rendimento da aplicação passados 12 meses de investimento.

Solução: se aplicarmos o método de separação de variáveis para calcular a fun-


ção rendimento, sabendo que, para t = 0, q = 150.000, teremos:
dq
∫ q
= ∫ 0, 05 . dt → ln (q ) = 0, 05 . t + C

q = e0,05⋅t ⋅ eC → q = C ⋅ e0,05⋅t
150000 = C ⋅ e0,05⋅0 → C = 150000
Portanto, a solução da equação diferencial é dada por:

q = 150000 . e0,05t

Logo, o rendimento esperado após 12 meses é dado por:

q = 150000 . e0,05.12 = 150000 . 1, 822 = 273300

Espera-se um rendimento de R$273.300,00.

Aplicações em Economia
164 UNIDADE V

TAXA DE CRESCIMENTO POPULACIONAL EM FUNÇÃO DO


TEMPO

Definindo uma grandeza “P” para representar a população presente em um


dado tempo “t” crescendo a uma taxa “k”, podemos escrever a taxa de variação
da população em função do tempo como uma EDO de primeira ordem:

dP
=k.P
dt

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Se aplicarmos o método de separação de variáveis e integrarmos em relação a
“P” e “t”, obtemos a expressão:
dP

P ∫
= k . dt → ln ( P ) = k . t + P0

P = e k.t . e P0 → P = P0 . e k. t

Sendo “P0” a população existente em um dado tempo definido como “zero”.

Exemplo 5: uma equação diferencial ordinária foi elaborada para represen-


tar o crescimento populacional de uma cidade em função do tempo em anos
e expressa por:
dP
= 0, 002 . P
dt
Se a população atual (t = 0) é de 350.000 habitantes, qual seria a estimativa da
população para daqui 25 anos?

EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
165

Solução: se aplicarmos o método de separação de variáveis para calcular a fun-


ção população, sabendo que, para t = 0, P = 350.000, teremos:

dP
∫ P
= ∫ 0, 002 . dt → ln ( P ) = 0, 002 . t + P0

P = e0,002⋅t ⋅ e P0 → P = P0 ⋅ e0,002⋅t
350000 = P0 . e0,002 .0 → P0 = 350000
Portanto, a solução da equação diferencial é dada por:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

P = 350000 . e0,002.t

Logo, a população estimada para daqui a 25 anos será de:

P = 350000 . e0,002. 25 = 350000 . 1, 051 = 367850


Espera-se uma população de 367.850 pessoas.

TAXA DE CRESCIMENTO LOGÍSTICO OU DE VERHULST

A equação diferencial logística expressa a taxa de crescimento da população


tendo como limite a capacidade suportada do local. Se é estabelecida uma vari-
ável “P” para a quantidade de pessoas, “L” o limite populacional aceitável e “k” a
taxa de crescimento populacional, a expressão da taxa de crescimento é dada por:
dP
dt
= k . P . 1−
P
L ( (
Essa equação pode ser separada e as integrais resolvidas por frações parciais. A
solução desta equação assume a forma:
L . P0
P (t ) =
P0 + ( L − P0 ) e − k. t

Aplicações em Economia
166 UNIDADE V

Sendo P0 a quantidade inicial da população em um tempo t considerado como “zero”.

Exemplo 6: a taxa de crescimento populacional de uma ilha no Oceano Pacífico foi


modelada por uma equação diferencial logística, apresentando a seguinte forma:
dP
dt
= 0, 003 . P . 1− (
P
75000 (
Sabe-se que a população atual (t = 0) é de 35.000 habitantes, e que a taxa de cres-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
cimento varia com o tempo dado em anos. Estime a população para, 50 anos.

Solução: a forma da solução da equação logística é dada pela expressão:


L . P0
P (t ) =
P0 + ( L − P0 ) e − k. t

Substituindo os parâmetros conhecidos da equação, teremos a forma parti-


cular da solução:
75000 . 35000 2, 625 . 109
P (t ) = → P (t ) =
35000 + (75000 − 35000) e − 0,003. t 35000 + 40000e − 0,003. t

Substituindo o tempo de 50 anos na função da população, encontramos a


população estimada.
2, 625 . 109 2, 625 . 109
P (t ) = = = 37.808, 79
35000 + 40000e − 0,003. 50 69428, 3

A população estimada para daqui 50 anos é de 37.808 habitantes, aproximadamente.

EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
167

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta quinta e última unidade do livro de Matemática para Economistas II, você
aprendeu mais uma parte da matemática que pode ser aplicada à análise de pro-
blemas em Economia, as equações diferenciais.
As equações diferenciais foram definidas como relações entre as derivadas
de uma função e a própria função, sendo que as variáveis que formam a equação
diferencial são as próprias funções e derivadas. Os tipos mais simples de equa-
ções diferenciais são as ordinárias (EDO), cuja função de origem possui apenas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

uma variável independente, sendo este o foco desta unidade.


Para resolver as EDOs, podemos aplicar o método de separação de variá-
veis a equações lineares ou não-lineares, bastando separar do lado esquerdo da
equação uma variável, e do lado direito da equação, a outra variável, integrando
ambos os lados. Havendo condições iniciais do problema, ou seja, sabendo o
valor da função que faz parte da EDO quando sua variável independente vale
“zero”, podemos determinar uma solução específica para a equação diferencial.
Quando a EDO é formada por uma derivada segunda da função, temos
uma equação diferencial de segunda ordem, e uma das maneiras de resolvê-la é
encontrando a equação característica associada à equação diferencial. Essa equa-
ção característica tem a forma de uma equação polinomial do segundo grau que
pode ser resolvida aplicando o método de Bhaskara. Assim, encontramos a solu-
ção para a equação diferencial.
No final da unidade, você aprendeu algumas aplicações das equações dife-
renciais em Economia, analisando taxas de variação em função do tempo. É
importante lembrar que as aplicações e os usos das equações diferenciais vão
muito além do que foi apresentado nesta quinta unidade. Sinta-se à vontade para
buscar mais informações e ampliar seus conhecimentos.
Assim, terminamos o curso de Matemática para Economistas II, desejo que
você tenha sucesso em sua caminhada.

Considerações Finais
168

1. As equações diferenciais são utilizadas para representar as taxas de variação


em função do tempo de uma determinada grandeza. Quando se tem uma
equação diferencial ordinária que pode ser resolvida por separação de variá-
veis, encontra-se a solução da função. Se a taxa de variação da variável x em
função do tempo é determinada pela expressão:
dx
= 4x
dt
Analise as afirmações a seguir:
I. Pelo método de separação de variáveis, a constante de integração da solu-
ção encontrada para a EDO é igual a 25 se a condição inicial é x(0)=2.
II. Separando as variáveis da EDO e integrando, a constante de integração da
solução é igual a 7 se a condição inicial é x(0)=7.
III. Pelo método de separação de variáveis, a constante de integração da solu-
ção encontrada para a EDO é igual a 1 se a condição conhecida é x(1)=54,6.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) II e III, apenas.

2. Uma determinada grandeza z sofre uma variação com a variável x representa-


da por uma equação diferencial ordinária dada pela expressão:
dz
= 45 x + 8
dx
Sabe-se que o valor da grandeza z é de 120 quando x assume o valor 2. Essa
equação diferencial pode ser resolvida aplicando o método de separação de
variáveis. Sendo assim, analise as afirmações a seguir:
I. A solução da equação diferencial ordinária (EDO) apresentada é uma função
sem a presença de termos exponenciais, cuja constante de integração pode
ser calculada por alguma condição dada do problema.
II. A aplicação do método de separação de variáveis fornece uma solução na
forma de equação de segundo grau, cuja constante de integração assume
o valor -76.
169

III. Ao encontrar a solução da equação diferencial ordinária, para as condições


apresentadas no enunciado, o valor de z será de 230 quando x for igual a 3.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) II e III, apenas.

3. Algumas equações diferenciais são escritas como uma relação entre a função
que se deseja descobrir, a primeira e a segunda derivada. Estas equações são
chamadas de equações diferenciais de segunda ordem. Tais equações podem
ser resolvidas pela determinação da equação característica que a representa.
Considere a EDO de segunda ordem apresentada a seguir.

y ''+ 6 y '− 2 = 0

Sendo y uma função da variável t, y(0) = 8 e y’(0) = 0. Analise as afirmações a


seguir.
I. Ao resolver a equação diferencial de segunda ordem, a solução da EDO
apresentará os termos r1 e r2 (soluções da equação característica) iguais a
5,25 e 1,85.
II. Os parâmetros k1 e k2 da solução particular da EDO de segunda ordem são
determinados utilizando as condições iniciais para a função e sua derivada
apresentando os valores 2,25 e 0,85.
III. Quando t assume o valor 1, a solução da equação diferencial de segunda ordem
apresenta, como resposta, o valor de função (y) de aproximadamente 10,5.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I e III, apenas.
170

4. Um investidor possui duas aplicações e pretende deixá-las render durante alguns


meses. Todos os investimentos disponíveis possuem uma taxa de rendimento
em relação ao tempo (em anos), dado pelas expressões apresentadas a seguir:
dq1
= 0, 07 . q1
dt
dq2
= 0, 055 . q2
dt
O investimento inicial da aplicação 1 é de R$175.000,00, e o investimento ini-
cial da aplicação 2 é de R$225.000,00. Com base nestas informações, analise as
afirmações a seguir.
I. Em 10 anos de investimento, a renda acumulada da aplicação 2 ainda é
maior do que a renda acumulada da aplicação 1.
II. Em 20 anos de investimento, a renda total da aplicação 1 será o dobro da
renda total da aplicação 2.
III. Após 15 anos de investimento, a soma das rendas totais dos investimentos
1 e 2 será superior a R$1.000.000,00.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I e III, apenas.

5. A prefeitura de uma cidade de médio porte contratou uma empresa para fazer
a projeção do crescimento populacional a fim de analisar suas políticas públicas
de saúde, segurança e educação. A população atual é de 475.000 habitantes e
a consultoria estabeleceu uma equação diferencial para a taxa de crescimento
populacional em função do tempo em anos, dada pela seguinte expressão:
dP
= 0, 0015 . P
dt
171

Segundo esta taxa de crescimento, analise as afirmações a seguir.


I. Espera-se que a população da cidade ultrapasse os 500.000 habitantes em 2 anos.
II. A população dobraria em cerca de 15 anos.
III. Em 50 anos, a diferença entre a população estimada e a atual será de 36.995
habitantes.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) II e III, apenas.
172

O artigo aqui apresentado avalia a evolução dos modelos populacionais partindo do


modelo de Malthus. O título é "Malthus e a Evolução dos Modelos". Alguns trechos do
artigo são apresentados e ele pode ser lido na íntegra no link que está apontado nas
referências desta unidade. Boa leitura:
Quando se propõe analisar um fato ou uma situação real cientificamente, isto é, com o
propósito de substituir a visão ingênua desta realidade por uma atitude crítica e mais
abrangente, deve-se procurar uma linguagem adequada que facilite e racionalize o pen-
samento. O objetivo fundamental do uso de matemática é de fato extrair a parte essen-
cial da situação-problema e forma­lizá-la em um contexto abstrato onde o pensamento
possa ser absorvido com uma extraordinária economia de linguagem. Desta forma, a
matemática pode ser vista como um instrumento intelectual capaz de sintetizar ideias
concebidas em situações empíricas que estão quase sempre camufladas num emara-
nhado de variáveis de menor importância.
O método científico passou a ser constituído da mis­tura de audácia especulativa com
a exigente comparação empírica, e as teorias obtidas passaram a compor siste­mas de
afirmações com os quais se pode inferir outras afirmações, quase sempre com ajuda da
matemática ou da lógica.
Nas pesquisas científicas, a matemática passou a funcionar como agente unificador de
um mundo ra­cionalizado, sendo o instrumento indispensável para a formulação das te-
orias fenomenológicas fundamentais, devido, principalmente, ao seu poder de síntese
e de generalização.
O reconhecimento de uma teoria científica passou a ter como condição necessária o
fato de poder ser expressa em uma linguagem matemática. A própria matemática teve
uma evolução substancial, neste século, em decorrência também da falta de estruturas
disponíveis ou adequadas para descrever os fenômenos observados. Por outro lado, o
advento dos computadores digitais favoreceu o desenvolvimento e a aplicação da ma-
temática em quase todos os campos do conhecimento.
Quando se procura refletir sobre uma porção da realidade, na tentativa de explicar, de
entender, ou de agir sobre ela, o processo usual é selecionar no sistema, argumentos ou
parâmetros considerados essenciais e formalizá-los através de um sistema artificial: o
modelo. A definição de modelo matemático pode ser encontrada nas mais distintas for-
mas, dependendo do contexto em que esteja inserido. Chamaremos simplesmente de
Modelo Matemático um conjunto de símbolos e relações matemáticas que representam
de alguma forma o objeto estudado e de Modelagem Matemática o processo dinâ­mico
utilizado para a obtenção e validação de modelos matemáticos. A importância do mo-
delo matemático consiste em se ter uma linguagem concisa que encoraja manipulação
e expressa nossas ideias de maneira clara e sem ambiguidades, além de se ter às mãos
um arsenal enorme de resultados (teoremas) que propiciam o uso de métodos compu-
tacionais para calcular suas soluções numéricas.
173

Nosso objetivo aqui é mostrar, com um exemplo, a correspondência existente entre a


evolução de um mo­delo matemático e a própria evolução da matemática.
O estudo da dinâmica populacional dá uma ideia do processo evolutivo dos modelos
matemáticos. A proposta de utilização de “modelos” para estabelecer o crescimento po-
pulacional começou com o economista inglês Malthus (1798). Seu modelo é baseado
em dois postulados:
1. O alimento é necessário à subsistência do homem;
2. A paixão entre os sexos é necessária e deverá se com­portar, aproximadamente,
como um estado permanente.
Supondo que tais postulados estejam garantidos, Malthus (1798) afirma que “a capa-
cidade de reprodução do homem é superior à capacidade da terra de produzir meios
para sua subsistência. Assim, a população quando não obstaculizada, aumenta a uma
razão geométrica en­quanto que os meios de subsistência aumentam apenas em uma
razão aritmética. Pela lei de nossa natureza, que torna o alimento necessário à vida do
homem, os efeitos destas duas diferentes capacidades devem ser manti­dos iguais”. Se-
gundo Malthus (1798), a miséria seria, na verdade, um fator positivo, que atuou ao longo
de toda a história humana, para equilibrar a desproporção natural entre a multiplicação
do homem e a produção de alimentos.
O Modelo de Malthus propõe um crescimento de vida otimizada, sem fome, guerra,
epidemia ou qualquer catástrofe, onde todos os indivíduos são idênticos, com o mesmo
comportamento. A previsão da população mundial, segundo o modelo malthusiano,
atingia nú­meros astronômicos em pouco tempo o que tornaria a Terra um planeta su-
perlotado e inabitável. Também as previsões drásticas em relação à alimentação esta-
vam equivocadas pois não se supunha o grande salto que ocorreu na produção mundial
de alimentos entre os anos de 1950 a 1998, quando passou de 247 quilos per capita para
312 quilos (REVISTA VEJA, 1999). De qualquer forma, a humanidade que levou milhares
de anos para atingir o primeiro bilhão de pessoas, em menos de dois séculos conta com
6 bilhões.
No modelo de crescimento populacional sem inibi­ção a taxa de crescimento intrínseco (na-
talidade menos mortalidade) r é considerada constante e positiva. Mo­delos mais realísticos
pressupõem que esta taxa seja uma função da população e decrescente com o tempo.
A modelagem matemática para descrever o crescimen­to populacional evoluiu, pas-
sando por várias modifica­ções após Malthus. Um dos modelos mais importante e co-
nhecido é do sociólogo belga P. F. Verhulst (1838 apud MURRAY, 1990) que supõe que
toda população é pre­disposta a sofrer inibições naturais em seu crescimento, devendo
tender a um valor limite constante (capacidade suporte) quando o tempo cresce. É um
modelo de cres­cimento mais significativo, do ponto de vista biológico pois usa, de fato,
os dois postulados de Malthus.
174

Os modelos de Malthus e Verhurst foram formulados para tempo contínuo, onde se su-
põe que os indivíduos se reproduzem a todo instante, o que na realidade poucas popu-
lações biológicas satisfazem. Os modelos discretos podem ser considerados mais realís-
ticos, neste caso, uma vez que contemplam a reprodução dos indivíduos sazonalmente
– tais modelos, em Ecologia, foram intro­duzidos somente a partir de 1975 pelo ecólogo
austríaco Robert M. May que observou a complexa dinâmica do modelo logístico discre-
to sob a luz da teoria do caos, mostrando que uma equação de aparente ingenuidade
pode ter solução sem comportamento previsível (MUR­RAY, 1990).
Fonte: Bassanezi (2014).
MATERIAL COMPLEMENTAR

Equações Diferenciais
Yunus A. Çengel, William J. Palm III

Editora: Bookman
Sinopse: concebido a partir das aulas ministradas pelos autores
ao longo de anos, este livro apresenta os principais tópicos das
equações ordinárias com um grande número de aplicações.
O texto, construído com uma linguagem acessível para os
estudantes de engenharias e ciências exatas de disciplinas
introdutórias, apresenta exemplos e aplicações em campos
como dinâmica newtoniana, transferência de calor, circuitos e
motores elétricos, vibrações mecânicas e suspensão de veículos
e hidráulica.

Material Complementar
REFERÊNCIAS

BASSANEZI, R. C. Malthus e a evolução de modelos. Ciência e Natura. Vol. 36, edição


especial, Santa Maria – RS, 2014.
CHIANG, A. C.; WAINWRIGHT, K. Matemática para economistas. 4. ed., Rio de Janeiro,
McGraw Hill, 2005.
SIMON, C. P.; BLUME, L. Matemática para Economistas. São Paulo: Bookman, 2008.
TAVONI, R.; OLIVEIRA, R. Z. G. Os modelos de crescimento populacional de Malthus e
Verhulst – uma motivação para o ensino de logaritmos e exponenciais. Revista Ele-
trônica Paulista de Matemática – C.Q.D. vol. 2, nº 2, Bauru – SP, 2013.Disponível em:
<http://www2.fc.unesp.br/revistacqd/v2n2/v2n2_art9.pdf>. Acesso em: 25 set. 2018.
177
GABARITO

1. Alternativa E.
A equação diferencial do problema é:
dx
= 4x
dt
Podemos encontrar a solução geral da equação separando variáveis e integran-
do a equação.
dx dx dx
dt
= 4x →
x
= 4 dt → ∫ x
=4 ∫ dt

ln x = 4t + c → x = c.e 4t

Análise da afirmação I)
Se t = 0, o valor de x = 2, então podemos determinar o valor da constante c.
x = c . e 4t → 2 = c . e 4.0 → c = 2
x = 2 . e4t
Logo, a constante da integração é 2, portanto, a afirmação I está incorreta.

Análise da afirmação II)


Se t = 0, o valor de x = 7, então podemos determinar o valor da constante c.
x = c . e 4 t → 7 = c .e 4.0 → c = 7
x = 7 . e4t

Logo, a constante da integração é 7, portanto, a afirmação II está correta.

Análise da afirmação III)


Se t = 1, o valor de x = 54,6, então podemos determinar o valor da constante c.

x = c . e 4t → 54, 6 = c . e 4.1 → c = 1
x = 1. e4t

Logo, a constante da integração é 1, portanto, a afirmação III está correta.


Corretas: II e III, apenas.
GABARITO

2. Alternativa D.
A equação diferencial é dada pela função:
dz
= 45 x + 8
dx

Podemos encontrar a solução geral da função aplicando a separação de vari-


áveis, integrando e então substituir alguma condição dada do problema que,
neste caso, é de z = 120 quando x = 2.
dz
dx
= 45 x + 8 → dz = (45 x + 8) dx → dz = ∫ ∫ (45 x + 8) dx
z = 45 x2 + 8 x + c
Para Z(2) = 120
120 = 45 . 22 + 8 . 2 + c → c = − 76

Logo, a solução é uma função de segundo grau que assume a forma:


z = 45 x2 + 8 x − 76
Análise da afirmação I)
A solução da equação diferencial não possui nenhum termo exponencial e pode
ser encontrada por separação de variáveis, sendo a solução particular determi-
nada utilizando as condições do problema. Logo, a afirmação I está correta.

Análise da afirmação II)


A solução da equação diferencial é uma equação de segundo grau cuja constan-
te de integração vale -76. Logo, a afirmação II está correta.

Análise da afirmação III)


z = 45 x2 + 8 x − 76→ z = 45 . 32 + 8 . 3 − 76= 353

Portanto, o valor de z é igual a 353 quando y for igual a 3, logo, a afirmação III
está incorreta.
Corretas: I e II, apenas.
179
GABARITO

3. Alternativa C.
A equação diferencial de segunda ordem pode ser resolvida pela equação característica.
A função
y ''+ 6 y '− 2 = 0

dá origem à seguinte equação característica.


r 2 + 6r − 2 = 0
Resolvendo a equação de segundo grau.
2
− b± b2 − 4 . a . c − 6± 6 − 4 . 1. (− 2) − 6± 6, 63
r= = =
2. a 2.1 2
r1 = −6, 32; r2 = 0, 32
Como são duas raízes diferentes, a solução da equação diferencial assume a forma:
y (t ) = k1 . er1t + k2 . e r2t y (t ) = k1 . e− 6,32.t + k2 . e0,32.t
Aplicando as condições de y(0) = 8 e y’(0) = 0 determinamos os valores das cons-
tantes k1 e k2.
8 = k1 . e - 6,32.0 + k2 . e0,32.0 → k1 + k2 = 8

y '(t ) = − 6, 32 . k1 . e− 6,32t + 0, 32 . k2 . e0,32t → 0 = − 6, 32 . k1 . e− 6,32.0 + 0, 32 . k2 . e0,32.0


6, 32 . k1
6, 32 . k1 = 0, 32 . k2 → k2 = = 19, 75 . k1
0, 32

Como:
k1 + k2 = 8 → k1 + 19, 75k1 = 8 → k1 = 0, 386

Logo:
k2 = 19, 75 . k1 → k2= 19, 75 . 0, 386 = 7, 624

Desta maneira, a solução da equação diferencial será:

y (t ) = 0, 386 . e − 6,32. t + 7, 624 . e0,32.t

Análise da afirmação I)
As soluções da equação característica (r1 e r2) foram -6,32 e 0,32, logo, a afirma-
ção I está incorreta.
GABARITO

Análise da afirmação II)


Os valores das constantes k1 e k2 obtidos pelas condições iniciais do problema
apresentam os valores 0,386 e 7,624, logo, a afirmação II está INCORRETA.

Análise da afirmação III)


Utilizando a solução da equação diferencial e aplicando para t = 1, a função as-
sume o valor:

y (t ) = 0, 386 . e −6,32.t + 7, 624 . e0,32.t → y (1) = 0, 386 . e− 6,32.1 + 7, 624 . e0,32.1

y (1) = 6, 95 . 10− 4 + 10, 499 = 10, 4999 ≈ 10, 5

Quando t assume o valor 1, a função apresenta o valor 10,5, logo, a afirmação III
está correta.
Corretas: III, apenas.

4. Alternativa D.
Podemos determinar as soluções das equações diferenciais apresentadas por
separação de variáveis.
Para a renda do investimento 1, teremos:

dq1 dq dq1
dt
= 0, 07 . q1 → 1 = 0, 07 . dt →
q1 ∫ q1
= ∫ 0, 07 . dt

ln (q1 ) = 0, 07t + c1 → q1= c1 . e0,07t


Se q1 = 175.000 quando t=0:
175000 = c1 . e0,07.0 → c1 = 175000
Logo, a solução da EDO para o primeiro investimento é dada por:
q1 = 175000 . e0,07t
Para a renda do investimento 2, teremos:

dq2 dq dq2
dt
= 0, 055 . q2 → 2 = 0, 055 . dt =
q2 ∫ q2
= ∫ 0, 055 . dt

ln (q2 ) = 0, 055t + c2 → q2 = c2 . e0,055t


181
GABARITO

Se q2 = 225.000 quando t=0:

225000 = c2 . e0,055.0 → c2 = 225000

Logo, a solução da EDO para o segundo investimento é dada por:

q2 = 225000 . e0,055t

Análise da afirmação I)
Para 10 anos de investimento, podemos determinar a renda acumulada nas duas
situações, basta substituirmos nas soluções encontradas das equações diferenciais.
q1 = 175000 . e0,07t → q1 = 175000 . e0,07.10 = 352406, 72

q2 = 225000 . e0,055t → q2 = 225000 . e0,05510


.
= 389981, 93

A renda acumulada da aplicação 2 será de R$389.981,93 e a renda acumulada da


aplicação 1 será de R$352.406,72, logo, a afirmação I está correta.
Análise da afirmação II)
Com 20 anos de investimento, os rendimentos totais das duas aplicações serão de:
q1 = 175000 . e0,07t → q1 =175000 . e0,07.20 = 709659, 99
q2 = 225000 . e0,055t → q2 = 225000 . e0,055.20 = 675937, 36

O rendimento da aplicação 1 será de R$709.659,99 e o rendimento da aplicação


2 será de R$675.937,36, maior, mas não será o dobro da aplicação 2. Logo a afir-
mação II está incorreta.
Análise da afirmação III)
Em 15 anos de investimento, a renda total em cada investimento será de:
q1 = 175000 . e0,07t → q1 = 175000 . e0,07.15 = 500088, 94

q2 = 225000 . e0,055t → q2 = 225000 . e0,05515


.
= 513423,17

Os rendimentos totais dos investimentos são de R$500.088,94 para o investi-


mento 1 e R$513.423,17 para o investimento 2, totalizando R$1.013.512,11, logo,
a afirmação III está correta.
Corretas: I e III, apenas.
GABARITO

5. Alternativa C.
Primeiro, podemos determinar a solução da equação diferencial apresentada por
separação de variáveis, aplicando a condição de que P = 475.000 quando t = 0 anos.

dP dP dP
dt
= 0, 0015 . P → = 0, 0015 . dt →
P ∫ P
= ∫ 0, 0015 . dt

ln ( P ) = 0, 0015t + C → P = C . e0,0015t → 475000 = C . e0,0015.0


C = 475000
P = 475000 . e0,0015t
Análise da afirmação I)
Depois de 2 anos, a população estimada seria de:
P = 475000 . e0,0015t → P = 475000 . e0,0015.2 = 476427,14 ≈ 476427
Em 2 anos, a população estimada é de 476.427 habitantes, menos de 500.000
habitantes, logo, a afirmação I está incorreta.
Análise da afirmação II)
Em 15 anos, a população estimada será de:

P = 475000 . e0,0015t → P= 475000 . e0,001515


.
= 485808, 64 ≈ 485808

Em 15 anos, a população estimada é de 485.808 habitantes, não sendo o dobro,


logo, a afirmação II está incorreta.
Análise da afirmação III)
Em um período de 50 anos, a população estimada seria de:

P = 475000 . e0,0015t → P= 475000 . e0,0015.50 = 511994, 97 ≈ 511995

A população será de 511.995 habitantes, uma diferença de 511995 – 475000 = 36995


A diferença entre a população em 50 anos e a atual será de 36.995 habitantes,
logo, a afirmação III está correta.
Corretas: III, apenas.
183
CONCLUSÃO

Chegamos ao final do nosso livro de Matemática para Economistas II e fizemos uma


incursão nas funções de mais de uma variável independente, nas derivadas destas
funções, em vetores, matrizes e equações diferenciais.
Você aprendeu a analisar e a trabalhar com as funções de duas ou três variáveis
independentes, a fazer os gráficos das funções de duas variáveis independentes e
analisar as curvas de nível que podem ser originadas por estas funções.
Na Unidade II, fizemos a derivada das funções de mais de uma variável indepen-
dente aplicando as regras de derivação já conhecidas das funções de uma variável
independente e aplicando a regra da cadeia em alguns momentos. Nesta unidade,
também aplicamos os conceitos de máximos e mínimos de funções para cálculos
de otimização e estudamos alguns exemplos aplicados de Economia, como funções
marginais e taxas de variação.
Os vetores foram estudados na Unidade III, as principais operações algébricas, tais
como soma, subtração, produto por escalar e produto interno, nos permitiram fazer
cálculos aplicados das cestas de mercadoria e de insumos.
Na Unidade IV, você fez cálculos com matrizes, aprendendo a representá-las e tam-
bém a realizar operações matemáticas. Tais operações nos permitiram resolver sis-
temas de equações utilizando a representação matricial. As principais aplicações
vistas foram o modelo de mercado para determinação da demanda e o modelo de
renda nacional a fim de analisar renda, investimentos e gastos do governo ou do
consumidor.
Finalizamos com a Unidade V, resolvendo equações diferenciais de primeira e se-
gunda ordem para encontrar as funções que representam as taxas de variação estu-
dadas. Aplicamos o método de separação de variáveis para equações mais simples e
encontramos as soluções tanto gerais quanto particulares de cada função.
Em todas as unidades, você tem atividades para auxiliar o processo de aprendizagem.
Espero que tenha aproveitado ao máximo o curso. Desejo a você muito sucesso!
ANOTAÇÕES

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