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(SEL-402)
APOSTILA DE LABORATÓRIO
CONTROLADOR CA MONOFÁSICO
2003
vAK1=-vAK2
i1
ii i0
A C
i2 vR R
vs vi v0
vL L
B D
1
primeiro ou terceiro quadrante com correntes e tensões positivas e negativas. Desta
forma, ele é um dispositivo essencialmente para a utilização em aplicações CA.
Os disparos deste semicondutor podem se dar das mesmas formas que aquelas
explanadas para os SCR’s (vide apostila da prática anterior). A forma preferencial de
disparo de um TRIAC, na grande maioria das aplicações, se dá por injeção de corrente
no terminal de porta. Diferentemente do SCR, o TRIAC pode ser disparado com sinais
de corrente/tensão (de porta para T1) positivos ou negativos, de tal forma, que qual-
quer das possibilidades listadas abaixo são permitidas:
a) VT2T1>0; VGT1>0 b) VT2T1>0; VGT1<0 c) VT2T1<0; VGT1>0 d) VT2T1<0; VGT1>0.
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O diagrama esquemático da figura 4 apresenta um controlador CA monofásico
utilizando um TRIAC como dispositivo de controle. O circuito de controle de disparo da
porta do TRIAC deve ter as mesmas características de um circuito de disparo para
SCR’s. Desta forma, os métodos de disparo, bem como o diagrama funcional geral de
um circuito de disparo apresentados nos itens 2 e 3 da apostila anterior também são
válidos para a construção de um circuito de controle de disparo de um controlador CA
com TRIAC. Normalmente, o mesmo circuito utilizado para disparar um TRIAC de um
controlador CA pode ser utilizado para disparar dois SCR’s em antiparalelo conforme a
estrutura apresentada na figura 1.
Carga
Circuito de
Fonte CA
Controle
(Disparo) da
Porta
Esta prática tem como objetivo principal fazer com que o estudante entre em
contacto com as estruturas de controladores CA monofásicos utilizando tanto um TRI-
AC como dispositivo controlador quanto dois SCR’s em antiparalelo. O aluno será ins-
tado a estudar o comportamento do controlador CA, tanto com carga resistiva quanto
com carga indutiva, devendo para tanto relembrar os conceitos teóricos deste contro-
lador estudados na disciplina anterior (SEL401 – Eletrônica de Potência). Nesta práti-
ca, os controladores CA estarão sendo operados no modo Controle de Fase. Serão
utilizados para o controle do disparo dos semicondutores de potência, dois tipos de
circuitos que usam tecnologias diferentes para a construção dos pulsos de disparo: o
primeiro circuito utilizado é um circuito comercial normalmente utilizado para controle
de ventiladores e/ou regulação de iluminação incandescente utilizando tecnologia de
componentes discretos; e o segundo circuito utiliza como base um circuito integrado
dedicado, normalmente utilizado para aplicações mais refinadas, tais como controle de
motores industriais monofásicos e trifásicos, soft-starters, controle de temperatura, etc.
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Desta forma pretende-se que o estudante também complemente seus estudos de cir-
cuitos de disparo iniciados na prática anterior.
α = 1500
α = 1200
α = 900
φ = 600
α = 600
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em controle de fase. O estudante deve rever a teoria correspondente tratada na litera-
tura e disciplina anterior (SEL401). Como pode ser observado na figura 5, o controle
da potência através do controle do ângulo de disparo (controle de fase), é realizado
fornecendo-se à carga uma senóide recortada. Obviamente, portanto, este método de
controle tem implicações na qualidade de energia elétrica através das gerações de
harmônicos. É também objetivo desta prática que o estudante faça um levantamento
desta implicação através da determinação da distorção harmônica gerada por este tipo
de controlador, assim como foi feito para os conversores das práticas anteriores.
Portanto, os objetivos últimos desta prática, em relação ao circuito de potência
do controlador são os de se levantar as características de desempenho de controle de
potência para a carga, as implicações deste controle em relação à fonte CA (qualidade
de energia), bem como as características de desempenho do conversor de potência. A
metodologia empregada para a obtenção destas características é a mesma da primei-
ra prática com a obtenção dos índices de desempenho da carga, da fonte CA e do
conversor, conforme abaixo:
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• Variações das tensões e correntes de pico dos tiristores com o ângulo de
disparo
• Variações das correntes médias e rms dos tiristores com o ângulo de dispa-
ro.
• Variações das perdas de condução dos tiristores e demais elementos do cir-
cuito com o ângulo de disparo.
• Variação da eficiência do controlador (considerando apenas as perdas nos ti-
ristores) e da eficiência global do sistema (considerando-se as demais per-
das) com o ângulo de disparo.
A construção dos valores p.u. (por unidade) deve ser feita utilizando-se os se-
guintes valores de base:
Vbase
Corrente de base - I base =
Z base
ATENÇÃO
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SER DIRETAMENTE MEDIDAS. TENDO ESTA RESPOSTA, O ESTUDANTE (EN-
GENHEIRO) DEVE PROJETAR OS SEUS PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS,
COM VISTAS A OTIMIZAR O TEMPO DESTES COM A FINALIDADE ÚLTIMA DE
ANALISAR E/OU CARACTERIZAR CONCEITUALMENTE TANTO DE FORMA
QUALITATIVA, QUANTO DE FORMA QUANTITATIVA, O PROBLEMA E/OU EQUI-
PAMENTO EM ESTUDO, DENTRO DO PRAZO ESTABELECIDO.
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CONTROLADOR CA MONOFÁSICO COM CARGA RESISTIVA (LÂMPADA)
Para a realização desta prática será utilizado um circuito de um “dimmer” comer-
cial utilizado para regulação de velocidade de ventiladores residenciais, podendo tam-
bém ser utilizado para regulação de intensidade luminosa de lâmpadas de filamento
(lâmpadas incandescentes). O diagrama esquemático deste circuito está apresentado
na figura 6.
Controlador CA
(Dimmer Comercial)
Circuito de Disparo
Sensor de
Corrente
1k
Carga Resistiva
VARIAC 100k (Lâmpada)
DIAC TRIAC
1Ok
(BT134 ou BT137)
220V 220V
v1
v2
v3
C1 C2
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terística estática deste componente é similar ao do TRIAC (vide figura 3). Seu método
de disparo preferencial é por ultrapassagem das tensões de rupturas diretas e rever-
sas (VBO e –VBO). O DIAC é um componente de baixa potência, normalmente utilizado
como dispositivo auxiliar de disparo de tiristores de potência.
Para entender o funcionamento deste circuito de controle de disparo proceda da
seguinte maneira:
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4. CONTROLADOR CA MONOFÁSICO COM CARGA INDUTIVA (LÂMPADA +
REATOR)
Para a realização desta prática será utilizado um circuito de controle de disparo
de Tiristores baseado em um circuito integrado dedicado da Siemens. O controlador
CA será constituído de dois SCR’s em anti-paralelo, ao invés de um TRIAC. O diagra-
ma esquemático do circuito do controlador está apresentado na figura 7.
SENSOR DE LÂMPADA
CORRENTE
TRAFO REATOR
(VARIAC)
SNNUBER
SAÍDA SCR1
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4.1. PARTE A – ANÁLISE DO CIRCUITO DE DISPARO
Conforme pode ser visto na figura 7, o circuito de controle dos disparos dos tiris-
tores é composto de um módulo que constitui o centro nervoso da geração dos pulsos,
baseado no circuito integrado (CI) TCA785, da Siemens. Este CI constitui-se de um
“chip” de 16 pinos, especializado em geração de pulsos de disparo de tiristores, tanto
para SCR’s quanto para TRIAC’s. O modo mais utilizado para este CI, é o modo con-
trole de fase, podendo-se também, com o auxílio de outros circuitos, também operar
no modo controle liga/desliga (on/off). A figura 8 mostra a configuração da pinagem
deste CI, e a figura 9 mostra o diagrama de blocos interno do mesmo, conforme cons-
tam do “datasheet” do fabricante.
11
Figura 9: Diagrama de blocos funcional interno do CI TCA785 da
Siemens.
Como pode ser observado pelo diagrama de blocos interno da figura 9, o CI pro-
cede à geração dos pulsos de disparo com a técnica Schimitt Trigger mostrada es-
quematicamente na figura 10 (ítem 2) da apostila anterior. As principais formas de on-
da produzidas pelo CI são mostradas na figura 10, a seguir. Para conhecimento de
maiores detalhes sobre este CI, o estudante deve reportar-se ao “datasheet” do fabri-
cante, disponibilizado na Internet.
O módulo do TCA785 existente no laboratório pode ser dividido em três sub-
sistemas. O sub-sistema de energização da placa constituído de uma fonte CC regu-
lada em 12V que utiliza o regulador de tensão LM7812 (ver “datasheet” na Internet), o
sub-sistema do próprio circuito do CI TCA785, interconectado conforme a figura 11, e
o sub-sistema do condicionamento do pulso (para adapta-lo ao sinal requerido pelos
transformadores de pulso), constituído do CI LM555 (configurado como multivibrador
astável - ver “datasheet” na Internet) e as portas lógicas constituídas dos CI’s do tipo
C-MOS CD4081(ver “datasheet” na Internet), conforme pode ser visto na figura 12.
12
Figura 10: Formas de onda produzida nos pinos do no CI TCA785.
13
VCC (12V)
0,1µF
S1
16 S2
56k 13 15
VCC S1
S2 14 STriac
6 Inib
STriac 7
10k 1k
12 8
3.1
470k 5
Vcont Sincr RR 9
GND
2,2nF 22k
1
10k
220nF
2X1N4004 100k
TRIMPOT DE
POTENCIÔMETRO DE CONTROLE DA
CONTROLE DO RAMPA
ÂNGULO DE DISPARO
VCC
Striac S2 S1
14
2k2 1 3 P1
2
8 4
2 R 3
5 9 P2
TR Q
7 6
OSCILADOR DIS
6
LM555
CV THR 8 10 Ptriac
5 10k
1 9
TRIMPOT DE
10nF AJUSTE DA
10nF
FREQÜÊNCIA
7
CD4081
14
4.2. PARTE B – ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DO CIRCUITO DO CON-
TROLADOR CA COM CARGA INDUTIVA (REATOR + LÂMPADA).
VCC
18R/
5W
1N4004
1N4004
G1
1k
12V/1W K1
TP 1:1
2k2
E BD135
2k2
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cia (circuito de sinal) do circuito de alta potência através do transformador de pulso,
conforme pode ser visto na figura 13.
Com a carga indutiva (lâmpada + reator) e o sensor de corrente conectado ao
controlador CA, conforme mostrado no diagrama esquemático da figura 7, realizar as
medidas necessárias para se obter os índices de desempenho do controlador, confor-
me os objetivos apresentados no final do ítem 2.
Elabore tabelas com as medidas realizadas, tabelas com os valores dos índices
de desempenho calculados, tanto em valores reais, quanto em p.u. A partir dos valo-
res medidos e/ou calculados, faça os gráficos das variações dos índices de desempe-
nho em função do ângulo de disparo do tiristor.
A partir dos dados obtidos, faça comentários sobre o comportamento do conver-
sor em relação à carga, em relação à fonte de alimentação e em relação ao desempe-
nho e economia do conversor, conforme estabelecido no ítem 2.
Estes dados e comentários deverão ser entregues ao professor no final da práti-
ca.
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Proceda a prática conforme a seguir:
a) A partir dos dados de placa do motor, determine a impedância equivalen-
te nominal do mesmo.
b) Ligue o motor, em série com um sensor de corrente (resistor de 1Ω/15W)
a um auto-transformador (VARIAC).
c) Varie a tensão do VARIAC de 0 a 220V e faça as medidas convenientes,
utilizando-se do multímetro e do osciloscópio a fim de construir uma tabe-
la com a variação da corrente e da impedância do motor com a tensão
aplicada ao mesmo. Estes dados serão utilizados para construir os res-
pectivos gráficos destas variações.
d) Faça a ligação do motor ao controlador CA da figura 7, substituindo a
carga RL (Reator + Lâmpada) pelo motor.
e) Varie o ângulo de disparo do controlador de tal forma a se obter as mes-
mas tensões nos terminais do motor obtidas no ítem c) anterior. Anote
estes ângulos de disparo, os ângulos de condução dos tiristores, os valo-
res da força eletromotriz do motor, e os valores da corrente do mesmo,
com esta variação. Utilize o multímetro e o osciloscópio para estas medi-
das. Faça uma tabela com estes valores para obter os gráficos das varia-
ções dos mesmos com o ângulo de disparo e com a tensão aplicada ao
motor. Calcule a variação da impedância deste motor quando acionado
por este controlador (revise a teoria de controladores CA e retificadores
acionando cargas RL-fem).
f) Compare os resultados dos itens c) e e) e faça comentários pertinentes.
g) Compare as formas de onda obtidas do acionamento do motor pelo con-
trolador CA com as formas de onda da prática do ítem 4.2 (controlador
CA acionando a carga RL passiva). Faça comentários pertinentes.
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