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AO JUÍZO DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL CÍVEL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE

[CIDADE]/[ESTADO]
[NOME], nacionalidade, profissã o, data de nascimento, portador do RG n. XXXXX, inscrito
no CPF n. XXXXXXXX, sem endereço eletrô nico de e-mail, residente e domiciliado na Rua
[endereço], telefone n.XXXXXX, com fulcro nos arts. 42 e 59, ambos da Lei n.
8.213/91, vem perante este juízo, através de seu procurador, cujo instrumento de mandato
segue anexo, com endereço e telefone indicados ao rodapé, propor a presente
AÇÃO CONCESSÓRIA DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ C/C PEDIDO SUBSIDIÁRIO
DE AUXÍLIO DOENÇA
em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, representado pelo
Procurador-Chefe da Procuradoria da circunscriçã o, sito à rua [endereço], com fundamento
nos artigos 109, § 3º, 201 e 202, da Constituiçã o Federal/88, Lei 8.213, de 24 de
julho de 1991, e Decreto 3048, de 06 de maio de 1999, pelos motivos de fato e de direito a
seguir expostos:
1.DAS INFORMAÇÕES DA PARTE AUTORA
2. DA JUSTIÇA GRATUITA
Nos termos dos arts. 98 e 99, do CPC, informa nã o possuir condiçõ es de arcar com as
despesas processuais e honorá rios advocatícios sem prejuízo do pró prio sustento, razã o
pela qual requer o deferimento do benefício da gratuidade de justiça.
3. DOS FATOS
A parte autora é segurada do Regime Geral da Previdência Social, tendo cumprido o
período de carência por meio de contribuiçõ es com o Instituto-réu na qualidade de
contribuinte individual e contribuinte facultativo, conforme có pia do CINS em anexo.
Ocorre que nos ú ltimos meses, dentre diversos sintomas que serã o oportunamente
abordados, a parte autora vem sofrendo com graves dores em todo o corpo, o que vem
impedindo que possa continuar trabalhando e até mesmo realizar atividades simples do
cotidiano. Ao passar por exames médicos, constatou-se que a parte autora é portadora de
FIBROMIALGIA, CID 10: M-79.7, conforme se observa do laudo médico acostado (anexo
1).
O laudo em questã o também aponta incapacidade decorrente de dor crônica, que limita
suas atividades laborais. Aliá s, para que haja clareza, é mister conceituar FIBROMIALGIA,
sendo essa condiçã o definida na literatura médica como, “uma síndrome dolorosa não-
inflamatória, caracterizada por dores musculares difusas, fadiga, distúrbios de sono,
parestesias, edema subjetivo, distúrbios cognitivos e dor em pontos específicos sob
pressão (pontos no corpo com sensibilidade aumentada). (fonte:
https://jus.com.br/artigos/30244/a-fibromialgiaeo-acidente-de-tra balho#targetText=Este
%20trabalho%20tem%20a%20finalidade,se%20transformar%20em%20uma
%20Fibromialgia. Acesso em 01/10/2019).

Os sintomas dessa condiçã o sã o assim explanados:


“A Fibromialgia é um estado de saúde complexo e heterogêneo no qual há um
distúrbio no processamento da dor por mais de 3 (três) meses associado a outras
características secundárias, tais como:
• Fadiga;

• Problemas no sono (dificuldade pra dormir, agitação e acordar regularmente, ou


seja, um sono não reparador);

• Rigidez matinal;

• Parestesias/Discinesia (Como formigamento ou dormência nos dedos);

• Problemas de concentração e memória;

• Sensação de edema (inchaço).”

Nã o é de hoje que a parte autora sofre ataques constantes de tais sintomas, submetendo-se
a tratamento à base de medicamentos como CLORIDRATO DE FLUOXETINA, usado no
controle da depressã o, em conjunto com problemas no sono, ansiedade, fadiga e estafa
física e mental, todos esses consequentes de sua condiçã o fibromiá lgica. Também faz uso
do medicamento HEMIFUMARATO DE BISOPROLOL, anti-hipertensivo utilizado no
tratamento de problemas de coraçã o provocados por lesõ es nas coroná rias ou insuficiência
cardíaca, por exemplo. Tais medicamentos estã o acostados no anexo 2 destes autos.
Ora, bem sabemos que tais terminologias sã o específicas da medicina, nã o cabendo aos
operadores do direito tal domínio, por esse motivo é mister a designaçã o de perícia médica
para esclarecimento de tal condiçã o.
Ressalte-se aqui, por ora, o anexo 3, tratando-se de LAUDO MÉ DICO PARA O INSS, onde fica
manifesto que já em 2017 a autora já enfrentava TRANSTORNO DEPRESSIVO
RECORRENTE (CID: F33.0) e ANSIEDADE PAROXÍSTICA EPISÓDICA, também conhecida
como Síndrome do pânico (CID: F41.0). Este laudo médico, datado 04/09/2017,
esclarece que a autora já submetia-se a tratamento que nã o surtia bons resultados,
recomendando seu afastamento das atividades laborais POR TEMPO INDETERMINADO.
O anexo 1, laudo médico datado em 26/04/2019, manifesta que nesses dois anos os
diversos tratamentos a que a autora se submeteu nã o apenas NÃ O SURTIRAM EFEITO, mas
o problema se agravou, sendo hoje portadora da condiçã o de FIBROMIALGIA, CID 10: M-
79.7, que, nã o obstante os sintomas psicoló gicos, se manifesta também de forma física,
acarretando fortes dores que prejudicam a autora em suas atividades mais corriqueiras,
ressaltando que tal laudo também reconheceu o quanto tal condiçã o prejudicava as suas
atividades laborais.
Vejamos, ainda, que os problemas de saú de da autora nã o resumem-se aos apontados até
agora. Sabemos que a velhice traz consigo uma série de vulnerabilidades que nem todos
passam por elas ilesos. É o caso da demandante, a qual, conforme demonstrado no anexo 4,
pag. 2, apresenta FRATURA ACUNHAMENTO NO PLATÔ SUPERIOR DO CORPO
VERTEBRAL T11. Em que pese a laicidade em terminologia médica, recorre-se à essa
literatura para encontrar a definiçã o:
“A coluna consiste em 24 ossos das costas mais o cóccix (sacro). Os ossos das costas
suportam a maior parte do peso do corpo e, portanto, ficam sob muita pressão. Um
osso das costas consiste em uma parte em forma de barril (corpo) na frente, um
orifício para a medula espinhal, e diversas projeções de osso (chamadas processos)
nas costas. Os discos de cartilagem entre cada osso das costas ajudam a amortecer e
proteger os ossos.
Nas fraturas de compressão, há colapso do corpo de um osso das costas, geralmente
devido a pressão excessiva. Essas fraturas ocorrem geralmente no meio ou na parte
inferior das costas. Elas são mais comuns entre pessoas idosas, normalmente
aquelas com osteoporose, a qual enfraquece os ossos. Às vezes, essas fraturas
ocorrem em pessoas que têm câncer que se disseminou para a espinha
enfraquecendo-a (chamado fraturas patológicas). Quando um osso estiver
enfraquecido, as fraturas de compressão podem surgir de força muito pequena,
como eventualmente acontece quando pessoas erguem um objeto, se inclinam para
frente, saem da cama ou tropeçam. Por vezes, a pessoa não se lembra de qualquer
evento que possa ter causado a fratura.” (fonte:
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/les%C3%B5eseenvenenamentos/fraturas/
fraturas-de-compress%C3%A3o-da-coluna> Acesso em 01/10/2019)

A autora também é portadora de LABIAÇÕES OSTEOFITÁRIAS MARGINAIS, conhecida


popularmente como BICO DE PAPAGAIO, caracterizado como “uma patologia que afeta
principalmente pessoas com mais de 50 anos provocando forte dor nas costas”.(fonte:
https://drauziovarella.uol.com.br/doencasesintomas/bico-de-papagaio-osteofitose/> Acesso
em 01/10/2019.)
Ademais, “com o avanço da idade sã o observados a desidrataçã o e o ressecamento do disco
intervertebral, particularmente o nú cleo pulposo. Essas alteraçõ es começam na segunda ou
na terceira década da vida e tornam-se importantes na meia-idade e em indivíduos idosos”
(fonte: https://www.itcvertebral.com.br/degeneracao-discal/> Acesso em 02/10/2019). Tal é
a definiçã o de DEGENERAÇÃO DISCAL (Osteocondrose Intervertebral), que vitimiza a
autora segundo manifesto no laudo em questã o (anexo 4, fl. 2).
Como se observa, a demandante enfrenta há vá rios anos um conjunto de enfermidades que
acometem nã o apenas o seu estado psicoló gico, mas também o seu estado físico, causando
limitaçõ es sociais e laborais. É latente que a mesma nã o ostenta a mínima condiçã o de
trabalhar, segundo ressaltado por médicos diferentes, de diferentes especialidades, em
diferentes momentos (Dra. Priscila Raquel Salomã o, psiquiatra, laudo de 04/09/17 – anexo
3 e Dr. Daniel Rodrigues de Oliveira, Neurocirurgiã o, laudo de 26/04/19, anexo 1).
A impossibilidade da autora de trabalhar, diante de tamanhas dores e condiçã o psicoló gica,
a sujeita a uma lamentá vel situaçã o financeira. A pequena renda auferida por seu nú cleo
familiar é insuficiente para os gastos com remédios, exames médicos, alimentaçã o,
moradia, vestuá rio e demais gastos essenciais a subsistência de qualquer pessoa.
Aliá s, diante de tal situaçã o, a autora requereu o auxílio-doença por diversas vezes no
â mbito administrativo, o qual todos foram indeferidos, segundo consta pá gina 14 do
Extrato previdenciá rio CNIS e Carta de Comunicado de decisã o em anexo. O primeiro
requerimento foi feito em 04/09/17, sob o NB XXXXXXX, conforme Comunicado de Decisã o
anexo, e ú ltimo requerimento ocorreu em 04/06/19, NB XXXXXXX, e todos foram
indeferidos por nã o ter sido constatada, segundo perícia médica do INSS, a incapacidade
para o trabalho.
Ora, convenhamos que as perícias realizadas pelo INSS sã o alvos de reiterados
questionamentos, uma vez que nã o sã o realizadas por médicos da á rea de patologia do
requerente e demora, em média, 10 minutos cada perícia. Temos que concluir, portanto,
que um laudo pericial realizado nesta condiçã o em exame de 10 minutos nã o pode ser crivo
de confiabilidade, mormente a capacidade do emérito profissional.
Ademais, é simpló rio afirmar a capacidade laborativa de uma senhora de 57 anos de idade,
com baixa escolaridade, sem nenhum registro formal de emprego na CTPS (em anexo)
justamente porque passou uma vida inteira trabalhando como autô noma (e mesmo assim
jamais deixou de contribuir, veja Extrato de Contribuiçã o Previdenciá ria em anexo). Nã o é
crível que tal pessoa, com todos os problemas de saú de aqui elencados, esteja apta a
retornar ao mercado de trabalho e competir com pessoas obviamente mais jovens e
melhores preparadas/experientes ou, mesmo que retornasse à sua atividade precípua,
competindo como autô noma com outros 24 milhõ es de trabalhadores informais no país.
(fonte: FONTE: IBGE, 06/2019)
Nesse sentido, o STJ tem firmado o entendimento de que a concessã o da aposentadoria por
invalidez deve considerar, além dos elementos previstos no art. 42 da Lei n. 8.213/91,
os aspectos socioeconô micos, profissionais e culturais do segurado, senã o vejamos:
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. REEXAME DOS REQUISITOS PARA CONCESSÃO DO
BENEFÍCIO. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. SÚMULA 7/STJ. CONSIDERAÇÃO DOS
ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS, PROFISSIONAIS E CULTURAIS DO SEGURADO. DESNECESSIDADE DE
VINCULAÇÃO DO MAGISTRADO À PROVA PERICIAL. I - A inversão do julgado, na espécie, demandaria o reexame
do conjunto fático-probatório dos autos, razão pela qual incide o enunciado da Súmula 7/STJ. III - Esta Corte
Superior firmou entendimento no sentido de que a concessão da aposentadoria por invalidez deve considerar,
além dos elementos previstos no art. 42 da Lei n. 8.213/91, os aspectos socioeconômicos, profissionais e
culturais do segurado, ainda que o laudo pericial apenas tenha concluído pela sua incapacidade parcial para o
trabalho. (AgRg no AREsp 574.421/SP, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 14/11/2014). III -
Agravo regimental improvido."(AgRg no AREsp 35.668/SP, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado
em 05/02/2015, DJe 20/02/2015.)

Diante de todo o exposto, ante a negativa do INSS em conceder o benefício pleiteado, vemos
clara afronta ao princípio da Dignidade da Pessoa humana, e é justamente por apreço a esse
Princípio, por acreditar que o mesmo ainda nã o se tornou apenas uma letra fria da norma
Constitucional, é que essa requerente tenta resgatar perante o judiciá rio um resquício de
Dignidade que ainda possa ter, para uma condiçã o de vida ao menos minimamente
considerá vel.
Sendo assim, por nã o haver mais qualquer chance de suportar a situaçã o a que passa, tudo
devidamente comprovado pelos documentos anexados, vem diante deste Juízo requerer o
reconhecimento do seu direito ao auxílio-doença ou, de forma subsidiá ria, a aposentadoria
por invalidez.
4. DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
A aposentadoria por invalidez é o benefício previdenciá rio à queles que perderam
completamente a sua capacidade laborativa. Está prevista nos termos do artigo 42 e 43 da
Lei nº 8.213/91, in verbis:
Art. 42 - A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a
carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-
doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de
atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta
condição.-grifei.
(...)
Art. 43 - A aposentadoria por invalidez será devida a partir do dia imediato ao da
cessação do auxílio-doença, ressalvado o disposto nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo.
§ 1º Concluindo a perícia médica inicial pela existência de incapacidade total e
definitiva para o trabalhador (grifou-se),a aposentadoria por invalidez será devida:
(...)
Neste sentido, o artigo 43 do Decreto 3.048/99, in verbis:
Art. 43 - A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida a carência exigida, quando
for o caso, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for
considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação para o exercício de
atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nessa
condição.
Assim, pela leitura dos dispositivos e da narrativa dos fatos delineados, vê-se que a parte
autora padece de mal de natureza incurável, permanente, irreversível e incapacitante,
o que enseja a concessão do benefício APOSENTADORIA POR INVALIDEZ, pois
somente assim o seu direito à subsistência bá sica será devidamente efetivado pelo Estado.
5. DO AUXÍLIO-DOENÇA
Entretanto, em que pese a materialidade dos fatos que demonstram a incapacidade total e
permanente da parte autora, entenda esse juízo tratar-se de incapacidade total e
temporá ria, requer que seja direcionado à parte autora, de forma subsidiá ria, o benefício
auxílio-doença previdenciá rio.
Nessa linha, o art. 59, da Lei n. 8.213/91 estabelece:
Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando
for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu
trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.
Por sua vez, o art. 42, do mesmo diploma (correspondente ao art. 43, do Dec. 3.048/99)
prescreve:
Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a
carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-
doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de
atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer
nesta condição.
§ 1º A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da
condição de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo da Previdência
Social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua
confiança.
E da jurisprudência, colhe-se os seguintes julgados:
PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. FIBROMIALGIA E TRANSTORNO
DEPRESSIVO. INCAPACIDADE LABORAL. TERMO INICIAL. 1. Tratando-se de auxílio-doença ou aposentadoria por
invalidez, o Julgador firma sua convicção, via de regra, por meio da prova pericial. 2. Considerando as conclusões
do perito judicial de que a parte autora, por ser portadora das moléstias fibromialgia e transtorno depressivo,
está total e temporariamente incapacitada para o exercício de suas atividades laborativas habituais, é devido o
benefício de auxílio-doença, até sua efetiva recuperação ou reabilitação para outra atividade. 3. Tendo o perito
judicial apontado a existência da incapacidade laboral desde época anterior ao cancelamento administrativo, o
benefício é devido desde a cessação. (TRF-4 - AC: 32103720104049999 SC 0003210-37.2010.404.9999, Relator:
CELSO KIPPER, Data de Julgamento: 23/02/2011, SEXTA TURMA, Data de Publicação: D.E. 28/02/2011)

APELAÇÃO CÍVEL - INFORTUNÍSTICA - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - FIBROMIALGIA, EPICONDILITE E


SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO - PROVA PERICIAL CONSIDERANDO AS LESÕES DEFINITIVA E PARCIALMENTE
INCAPACITANTES - LIVRE CONVENCIMENTO DO MAGISTRADO - ANÁLISE DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO -
NEXO DE CAUSALIDADE COMPROVADO - APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO IN DUBIO PRO MISERO - BENEFÍCIO DEVIDO
- CORREÇÃO MONETÁRIA - JUROS DE MORA DE 1% AO MÊS CONTADOS DA CITAÇÃO VÁLIDA - VERBA DE
CARÁTER ALIMENTAR - RECURSO DESPROVIDO. " Atestando o perito a incapacidade permanente e, se
aquilatadas as condições pessoais do trabalhador, ficar demonstrada a dificuldade para reinserção no mercado
de trabalho, a ponto de comprometer sua subsistência, a aposentadoria por invalidez deve ser concedida,
atendendo-se também aos fins sociais da legislação de regência, pontuada do laudo judicial. "(AC n. , de
Curitibanos, Rel. Des. Sônia Maria Schmitz, DJ 31/10/2006). (TJ-SC - AC: 427595 SC 2009.042759-5, Relator: Cid
Goulart, Data de Julgamento: 09/11/2010, Segunda Câmara de Direito Público, Data de Publicação: Apelação Cível
n. , de Criciúma)

Conclui-se, portanto, que a demandante satisfaz as condiçõ es legais e constitucionalmente


exigidas para a obtençã o do benefício aposentadoria por invalidez, ou, de forma
subsidiá ria, o restabelecimento/concessã o de auxílio-doença.

6. DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA


Nã o é de hoje a preocupaçã o do Estado Democrá tico de Direito em promover uma maior
celeridade na prestaçã o jurisdicional, a fim de impedir que a morosidade da marcha
processual prejudique em demasia os jurisdicionados.
Desde logo, registre-se a natureza alimentar da pretensã o da parte autora, a qual, com base
na comprovaçã o dos pressupostos dos arts. 294 e 300 do CPC, entende-se ser
possível a obtençã o de provimento favorá vel já em primeira instâ ncia, por meio de pedido
de tutela de urgência.
Sobre tal aspecto vale trazer à postulaçã o o entendimento do i. jurista pá trio Câ ndido
Rangel Dinamarco, in verbis:
“É muito antiga a preocupação pela presteza da tutela que o processo para a oferecer a quem tem razão. O
interdicta do direito romano clássico, medidas provisórias cuja concessão se apoiava no mero pressuposto de
serem verdadeiras as alegações de que as pedia, já eram meios de oferecer proteção a provável titular de um
direito lesado, em breve tempo e sem as complicações de um procedimento regular. No direito moderno, a
realidade dos pleitos judiciais e a angustia das longas esperas são fatores de desprestígio do Poder Judiciário (como
se a culpa fosse só sua) e de sofrimento pessoas dos que necessitam da tutela jurisdicional”.

Além do requerimento da parte, ora expresso e ao final reiterado, é necessá rio prova
inequívoca dos fatos arrolados na inicial e fundado receio de dano irrepará vel ou de difícil
reparaçã o.
As provas encontram-se consubstanciadas nos documentos anexados aos autos pelo autor,
relativos à condiçã o de sua incapacidade.
O dano de difícil reparaçã o resta obviamente demonstrado e na verdade nã o está apenas no
perigo abstrato, realiza-se no mundo dos fatos a cada dia, na medida em que se avultam as
dificuldades de subsistência para a requerente, que sem nenhum amparo, somente poderá
contar com a ajuda de familiares, pessoas pobres e humildes como ela pró pria, nã o tendo
assim condiçõ es de manter o tratamento, por nã o ter meios suficientes para custear os
medicamentos. E isso poderá lhe acarretar vá rias conseqü ências, tais como o agravamento
de seu estado de saú de, além de poder desencadear outras complicaçõ es ainda mais sérias.
Na presente situaçã o, de fato resta demonstrado o" fumus boni juris "quando da verificaçã o
do quadro clínico da parte autora, uma vez que todos os documentos provam estar
incapacitada ao trabalho. Vejamos que a demandante acostou: (a) có pias de Laudos e
receitas médicas, atestando a sua incapacidade; b) có pia das CTPS; c) có pia do comunicado
de decisã o negativa do INSS; d) Declaraçã o de Hipossuficiência, constatando o seu estado
de miserabilidade.
Assim, requer q V. Exa. conceda em favor da demandante, desde logo, a determinaçã o para
que o INSS proceda à imediata implantaçã o da aposentadoria por invalidez de forma
provisó ria, nos termos que se expô s.
7. DOS PEDIDOS

i. Presentes o fumus boni juris e o periculum in mora, REQUER a CONCESSÃO DA


TUTELA ANTECIPADA, sem a oitiva da parte adversa, reconhecendo a
verossimilhança das alegações aqui expostas fundamentadas por toda a
documentação em anexo, para determinar ao INSS a concessão imediata do
Auxílio aposentadoria por invalidez, devendo ser efetuados os devidos cálculos
previdenciários para a determinação do quantum debeatur.

ii. Os benefícios da Justiça Gratuita, consoante prevê a Lei nº. 1.060/50, por ser pessoa
declaradamente pobre na acepçã o jurídica do termo;

iii. Seja oficiado ao INSS local, requisitando todos os Laudos Médicos Periciais que
instruíram os respectivos pedidos de Auxílio-Doença da requerente que restaram
indeferidos;

iv. Seja o requerido chamado para se manifestar no feito, caso em que, pretendendo,
apresente tempestivamente a resposta processual de estilo, sob pena de sofrer os
efeitos da revelia e confissã o quanto à matéria de fato;

v. A total procedência dos pedidos deduzidos na presente demanda, com a


condenação do INSS à concessão em definitivo do benefício aposentadoria por
invalidez, com o devido pagamento dos créditos devidos e não pagos desde a
data do primeiro requerimento administrativo para concessão do benefício,
qual seja [data do requerimento], somando o valor de R$ xxxx,xxx (memorial de
cálculo anexo);

vi. Que, subsidiariamente, em sendo constatada a incapacidade laborativa


temporária da parte autora, que seja concedido/estabelecido o benefício
auxílio-doença n. NB xxxxxxxx, condenando o INSS ao pagamento dos valores em
atraso até a data de sua efetiva implantação, bem como ao pagamento das custas
e despesas processuais;

vii. Sejam aplicados, em sendo o caso, os efeitos do § 2.º do artigo 475 do Có digo de
Processo Civil, na redaçã o dada pela lei 10.352/01, que dispensa o reexame
necessá rio em causas cujo valor nã o exceda 60 salá rios mínimos; (esse tópico somente
se for uma ação do juizado especial federal, em que as causas não excedam 60 salários -
RPV - sendo dispensada a remessa necessária).
Protesta comprovar o alegado por meio de toda sorte de meio probató rio em direito
admitidos, com especial realce para a prova testemunhal, pericial e documental.
Dá -se à causa o valor de R$ XXXXXX,XX para efeitos fiscais.
Termos em que pede e espera deferimento.
Local e Data,
NOME DO ADVOGADO E OAB.

VER TAMBÉM:
Açã o de concessã o de aposentadoria por invalidez com pedido subsidiá rio de auxílio-
doença (MODELO)
Benefício assistencial BPC/Loas suspenso: pedido de restabelecimento (MODELO)
Cumprimento de sentença contra o INSS - implantaçã o de benefício e pagamento dos
atrasados (MODELO)
Planejamento previdenciá rio para aposentadoria - Modelo de relató rio
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Como solucionar o problema (ARTIGO)
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