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[CIDADE]/[ESTADO]
[NOME], nacionalidade, profissã o, data de nascimento, portador do RG n. XXXXX, inscrito
no CPF n. XXXXXXXX, sem endereço eletrô nico de e-mail, residente e domiciliado na Rua
[endereço], telefone n.XXXXXX, com fulcro nos arts. 42 e 59, ambos da Lei n.
8.213/91, vem perante este juízo, através de seu procurador, cujo instrumento de mandato
segue anexo, com endereço e telefone indicados ao rodapé, propor a presente
AÇÃO CONCESSÓRIA DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ C/C PEDIDO SUBSIDIÁRIO
DE AUXÍLIO DOENÇA
em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, representado pelo
Procurador-Chefe da Procuradoria da circunscriçã o, sito à rua [endereço], com fundamento
nos artigos 109, § 3º, 201 e 202, da Constituiçã o Federal/88, Lei 8.213, de 24 de
julho de 1991, e Decreto 3048, de 06 de maio de 1999, pelos motivos de fato e de direito a
seguir expostos:
1.DAS INFORMAÇÕES DA PARTE AUTORA
2. DA JUSTIÇA GRATUITA
Nos termos dos arts. 98 e 99, do CPC, informa nã o possuir condiçõ es de arcar com as
despesas processuais e honorá rios advocatícios sem prejuízo do pró prio sustento, razã o
pela qual requer o deferimento do benefício da gratuidade de justiça.
3. DOS FATOS
A parte autora é segurada do Regime Geral da Previdência Social, tendo cumprido o
período de carência por meio de contribuiçõ es com o Instituto-réu na qualidade de
contribuinte individual e contribuinte facultativo, conforme có pia do CINS em anexo.
Ocorre que nos ú ltimos meses, dentre diversos sintomas que serã o oportunamente
abordados, a parte autora vem sofrendo com graves dores em todo o corpo, o que vem
impedindo que possa continuar trabalhando e até mesmo realizar atividades simples do
cotidiano. Ao passar por exames médicos, constatou-se que a parte autora é portadora de
FIBROMIALGIA, CID 10: M-79.7, conforme se observa do laudo médico acostado (anexo
1).
O laudo em questã o também aponta incapacidade decorrente de dor crônica, que limita
suas atividades laborais. Aliá s, para que haja clareza, é mister conceituar FIBROMIALGIA,
sendo essa condiçã o definida na literatura médica como, “uma síndrome dolorosa não-
inflamatória, caracterizada por dores musculares difusas, fadiga, distúrbios de sono,
parestesias, edema subjetivo, distúrbios cognitivos e dor em pontos específicos sob
pressão (pontos no corpo com sensibilidade aumentada). (fonte:
https://jus.com.br/artigos/30244/a-fibromialgiaeo-acidente-de-tra balho#targetText=Este
%20trabalho%20tem%20a%20finalidade,se%20transformar%20em%20uma
%20Fibromialgia. Acesso em 01/10/2019).
• Rigidez matinal;
Nã o é de hoje que a parte autora sofre ataques constantes de tais sintomas, submetendo-se
a tratamento à base de medicamentos como CLORIDRATO DE FLUOXETINA, usado no
controle da depressã o, em conjunto com problemas no sono, ansiedade, fadiga e estafa
física e mental, todos esses consequentes de sua condiçã o fibromiá lgica. Também faz uso
do medicamento HEMIFUMARATO DE BISOPROLOL, anti-hipertensivo utilizado no
tratamento de problemas de coraçã o provocados por lesõ es nas coroná rias ou insuficiência
cardíaca, por exemplo. Tais medicamentos estã o acostados no anexo 2 destes autos.
Ora, bem sabemos que tais terminologias sã o específicas da medicina, nã o cabendo aos
operadores do direito tal domínio, por esse motivo é mister a designaçã o de perícia médica
para esclarecimento de tal condiçã o.
Ressalte-se aqui, por ora, o anexo 3, tratando-se de LAUDO MÉ DICO PARA O INSS, onde fica
manifesto que já em 2017 a autora já enfrentava TRANSTORNO DEPRESSIVO
RECORRENTE (CID: F33.0) e ANSIEDADE PAROXÍSTICA EPISÓDICA, também conhecida
como Síndrome do pânico (CID: F41.0). Este laudo médico, datado 04/09/2017,
esclarece que a autora já submetia-se a tratamento que nã o surtia bons resultados,
recomendando seu afastamento das atividades laborais POR TEMPO INDETERMINADO.
O anexo 1, laudo médico datado em 26/04/2019, manifesta que nesses dois anos os
diversos tratamentos a que a autora se submeteu nã o apenas NÃ O SURTIRAM EFEITO, mas
o problema se agravou, sendo hoje portadora da condiçã o de FIBROMIALGIA, CID 10: M-
79.7, que, nã o obstante os sintomas psicoló gicos, se manifesta também de forma física,
acarretando fortes dores que prejudicam a autora em suas atividades mais corriqueiras,
ressaltando que tal laudo também reconheceu o quanto tal condiçã o prejudicava as suas
atividades laborais.
Vejamos, ainda, que os problemas de saú de da autora nã o resumem-se aos apontados até
agora. Sabemos que a velhice traz consigo uma série de vulnerabilidades que nem todos
passam por elas ilesos. É o caso da demandante, a qual, conforme demonstrado no anexo 4,
pag. 2, apresenta FRATURA ACUNHAMENTO NO PLATÔ SUPERIOR DO CORPO
VERTEBRAL T11. Em que pese a laicidade em terminologia médica, recorre-se à essa
literatura para encontrar a definiçã o:
“A coluna consiste em 24 ossos das costas mais o cóccix (sacro). Os ossos das costas
suportam a maior parte do peso do corpo e, portanto, ficam sob muita pressão. Um
osso das costas consiste em uma parte em forma de barril (corpo) na frente, um
orifício para a medula espinhal, e diversas projeções de osso (chamadas processos)
nas costas. Os discos de cartilagem entre cada osso das costas ajudam a amortecer e
proteger os ossos.
Nas fraturas de compressão, há colapso do corpo de um osso das costas, geralmente
devido a pressão excessiva. Essas fraturas ocorrem geralmente no meio ou na parte
inferior das costas. Elas são mais comuns entre pessoas idosas, normalmente
aquelas com osteoporose, a qual enfraquece os ossos. Às vezes, essas fraturas
ocorrem em pessoas que têm câncer que se disseminou para a espinha
enfraquecendo-a (chamado fraturas patológicas). Quando um osso estiver
enfraquecido, as fraturas de compressão podem surgir de força muito pequena,
como eventualmente acontece quando pessoas erguem um objeto, se inclinam para
frente, saem da cama ou tropeçam. Por vezes, a pessoa não se lembra de qualquer
evento que possa ter causado a fratura.” (fonte:
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/les%C3%B5eseenvenenamentos/fraturas/
fraturas-de-compress%C3%A3o-da-coluna> Acesso em 01/10/2019)
Diante de todo o exposto, ante a negativa do INSS em conceder o benefício pleiteado, vemos
clara afronta ao princípio da Dignidade da Pessoa humana, e é justamente por apreço a esse
Princípio, por acreditar que o mesmo ainda nã o se tornou apenas uma letra fria da norma
Constitucional, é que essa requerente tenta resgatar perante o judiciá rio um resquício de
Dignidade que ainda possa ter, para uma condiçã o de vida ao menos minimamente
considerá vel.
Sendo assim, por nã o haver mais qualquer chance de suportar a situaçã o a que passa, tudo
devidamente comprovado pelos documentos anexados, vem diante deste Juízo requerer o
reconhecimento do seu direito ao auxílio-doença ou, de forma subsidiá ria, a aposentadoria
por invalidez.
4. DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
A aposentadoria por invalidez é o benefício previdenciá rio à queles que perderam
completamente a sua capacidade laborativa. Está prevista nos termos do artigo 42 e 43 da
Lei nº 8.213/91, in verbis:
Art. 42 - A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a
carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-
doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de
atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta
condição.-grifei.
(...)
Art. 43 - A aposentadoria por invalidez será devida a partir do dia imediato ao da
cessação do auxílio-doença, ressalvado o disposto nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo.
§ 1º Concluindo a perícia médica inicial pela existência de incapacidade total e
definitiva para o trabalhador (grifou-se),a aposentadoria por invalidez será devida:
(...)
Neste sentido, o artigo 43 do Decreto 3.048/99, in verbis:
Art. 43 - A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida a carência exigida, quando
for o caso, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for
considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação para o exercício de
atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nessa
condição.
Assim, pela leitura dos dispositivos e da narrativa dos fatos delineados, vê-se que a parte
autora padece de mal de natureza incurável, permanente, irreversível e incapacitante,
o que enseja a concessão do benefício APOSENTADORIA POR INVALIDEZ, pois
somente assim o seu direito à subsistência bá sica será devidamente efetivado pelo Estado.
5. DO AUXÍLIO-DOENÇA
Entretanto, em que pese a materialidade dos fatos que demonstram a incapacidade total e
permanente da parte autora, entenda esse juízo tratar-se de incapacidade total e
temporá ria, requer que seja direcionado à parte autora, de forma subsidiá ria, o benefício
auxílio-doença previdenciá rio.
Nessa linha, o art. 59, da Lei n. 8.213/91 estabelece:
Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando
for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu
trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.
Por sua vez, o art. 42, do mesmo diploma (correspondente ao art. 43, do Dec. 3.048/99)
prescreve:
Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a
carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-
doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de
atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer
nesta condição.
§ 1º A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da
condição de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo da Previdência
Social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua
confiança.
E da jurisprudência, colhe-se os seguintes julgados:
PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. FIBROMIALGIA E TRANSTORNO
DEPRESSIVO. INCAPACIDADE LABORAL. TERMO INICIAL. 1. Tratando-se de auxílio-doença ou aposentadoria por
invalidez, o Julgador firma sua convicção, via de regra, por meio da prova pericial. 2. Considerando as conclusões
do perito judicial de que a parte autora, por ser portadora das moléstias fibromialgia e transtorno depressivo,
está total e temporariamente incapacitada para o exercício de suas atividades laborativas habituais, é devido o
benefício de auxílio-doença, até sua efetiva recuperação ou reabilitação para outra atividade. 3. Tendo o perito
judicial apontado a existência da incapacidade laboral desde época anterior ao cancelamento administrativo, o
benefício é devido desde a cessação. (TRF-4 - AC: 32103720104049999 SC 0003210-37.2010.404.9999, Relator:
CELSO KIPPER, Data de Julgamento: 23/02/2011, SEXTA TURMA, Data de Publicação: D.E. 28/02/2011)
Além do requerimento da parte, ora expresso e ao final reiterado, é necessá rio prova
inequívoca dos fatos arrolados na inicial e fundado receio de dano irrepará vel ou de difícil
reparaçã o.
As provas encontram-se consubstanciadas nos documentos anexados aos autos pelo autor,
relativos à condiçã o de sua incapacidade.
O dano de difícil reparaçã o resta obviamente demonstrado e na verdade nã o está apenas no
perigo abstrato, realiza-se no mundo dos fatos a cada dia, na medida em que se avultam as
dificuldades de subsistência para a requerente, que sem nenhum amparo, somente poderá
contar com a ajuda de familiares, pessoas pobres e humildes como ela pró pria, nã o tendo
assim condiçõ es de manter o tratamento, por nã o ter meios suficientes para custear os
medicamentos. E isso poderá lhe acarretar vá rias conseqü ências, tais como o agravamento
de seu estado de saú de, além de poder desencadear outras complicaçõ es ainda mais sérias.
Na presente situaçã o, de fato resta demonstrado o" fumus boni juris "quando da verificaçã o
do quadro clínico da parte autora, uma vez que todos os documentos provam estar
incapacitada ao trabalho. Vejamos que a demandante acostou: (a) có pias de Laudos e
receitas médicas, atestando a sua incapacidade; b) có pia das CTPS; c) có pia do comunicado
de decisã o negativa do INSS; d) Declaraçã o de Hipossuficiência, constatando o seu estado
de miserabilidade.
Assim, requer q V. Exa. conceda em favor da demandante, desde logo, a determinaçã o para
que o INSS proceda à imediata implantaçã o da aposentadoria por invalidez de forma
provisó ria, nos termos que se expô s.
7. DOS PEDIDOS
ii. Os benefícios da Justiça Gratuita, consoante prevê a Lei nº. 1.060/50, por ser pessoa
declaradamente pobre na acepçã o jurídica do termo;
iii. Seja oficiado ao INSS local, requisitando todos os Laudos Médicos Periciais que
instruíram os respectivos pedidos de Auxílio-Doença da requerente que restaram
indeferidos;
iv. Seja o requerido chamado para se manifestar no feito, caso em que, pretendendo,
apresente tempestivamente a resposta processual de estilo, sob pena de sofrer os
efeitos da revelia e confissã o quanto à matéria de fato;
vii. Sejam aplicados, em sendo o caso, os efeitos do § 2.º do artigo 475 do Có digo de
Processo Civil, na redaçã o dada pela lei 10.352/01, que dispensa o reexame
necessá rio em causas cujo valor nã o exceda 60 salá rios mínimos; (esse tópico somente
se for uma ação do juizado especial federal, em que as causas não excedam 60 salários -
RPV - sendo dispensada a remessa necessária).
Protesta comprovar o alegado por meio de toda sorte de meio probató rio em direito
admitidos, com especial realce para a prova testemunhal, pericial e documental.
Dá -se à causa o valor de R$ XXXXXX,XX para efeitos fiscais.
Termos em que pede e espera deferimento.
Local e Data,
NOME DO ADVOGADO E OAB.
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