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ECIT Professora Neir Alves Porto

Disciplina: Língua Portuguesa


Prof.ª Valdinete de Queiroz Ribeiro
Aluno(a):________________________________________________________

Avaliação
1ª nota/4º Bimestre

1. Leia o texto abaixo e responda:

Nunca é tarde, sempre é tarde

Conseguiu aprontar-se, mas não teve tempo de guardar o material de maquiagem


espalhado sobre a penteadeira. Olhou-se no espelho. Nem bonita, nem feia. Secretária.
Sou uma secretária, pensou, procurando conscientizar-se. Não devo ser, no
trabalho, nem bonita, nem feia. Devo me pintar, vestir-me bem, mas sem exagero.
Beleza mesmo é pra fim de semana. Nem bonita, nem feia, disse consigo mesma.
Concluiu que não havia tempo nem para o café. Cruzou a sala e o hall em disparada, na
direção da porta da saída, ao mesmo tempo em que gritava para a mãe envolvida pelos
vapores da cozinha, eu como alguma coisa lá mesmo. Sempre tem alguma bolachinha
disponível. Café nunca falta. A mãe reclamou mais uma vez. Você acaba doente, Su.
Assim não pode. Assim não. Su, enlouquecida pela pressa, nada ouviu. Poucas vezes
ouvia o que a mãe lhe dizia. Louca de pressa, ia sair, avançou a mão para a maçaneta da
porta e assustouse. A campainha tocou naquele exato momento. Quem haveria de ser
àquela hora? A campainha era insistente.
Algum dedo nervoso apertava-a sem tréguas. A campainha. Su acordou
finalmente com o tilintar vibrante do despertador Westclox e se deu conta de que sequer
havia levantado.
Raios. Tudo por fazer. Mesmo que acordasse em tempo, tinha sempre que
correr, correr. [...]

FIORANI, Silvio. In: LADEIRA, Julieta de Godoy (Org). Contos brasileiros


contemporâneos. São Paulo: Moderna: 1994, p. 79. (Fragmento).

A personagem se assustou devido:


A) ao toque da campainha.
B) à possibilidade de ficar muito doente.
C) à reclamação da mãe.
D) ao atraso para o trabalho.
E) à percepção de que sequer havia levantado.

2. Leia o texto abaixo e responda:

A melhor amiga do homem


Diogo Schelp

Devemos muito à vaca. Mas há quem a veja como inimiga. A vaca, aqui referida
como a parte pelo todo bovino, é acusada de contribuir para a degradação do ambiente e
para o aquecimento global. Cientistas atribuem ao 1,4 bilhão de cabeças de gado
existentes no mundo quase metade das emissões de metano, um dos gases causadores
do efeito estufa. Acusam-se as chifrudas de beber água demais e ocupar um espaço
precioso para a agricultura.
O truísmo inconveniente é que homem e vaca são unha e carne. [...] Imaginar o
mundo sem vacas é como desejar um planeta livre dos homens – uma ideia, aliás, vista
com simpatia por ambientalistas menos esperançosos quanto à nossa espécie. “Alterar
radicalmente o papel dos bovinos no nosso cotidiano, subtraindolhes a importância
econômica, pode levá-los à extinção e colocar em jogo um recurso que está na base da
construção da humanidade e, por que não, de seu futuro”, diz o veterinário José
Fernando Garcia, da Universidade Estadual Paulista em Araçatuba. [...]
A vaca tem um papel econômico crucial até onde é considerada animal sagrado.
Na Índia, metade da energia doméstica vem da queima de esterco. O líder indiano
Mahatma Gandhi (1869-1948), que, como todo hindu, não comia carne bovina,
escreveu: “A mãe vaca, depois de morta, é tão útil quanto viva”. Nos Estados Unidos, as
bases da superpotência foram estabelecidas quando a conquista do Oeste foi dada por
encerrada, em 1890, fazendo surgir nas Grandes Planícies americanas o maior rebanho
bovino do mundo de então. “Esse estoque permitiu que a carne se tornasse, no século
seguinte, uma fonte de proteína para as massas, principalmente na forma de
hambúrguer”, escreveu Florian Werner. [...] Comer um bom bife é uma aspiração
natural e cultural. Ou seja, nem que a vaca tussa a humanidade deixará de ser onívora.

(Revista Veja. p. 90-91, 17 jun. 2009. Fragmento.)

No trecho “...subtraindo-lhes a importância...”, o pronome destacado retoma o termo


A) homens.
B) ambientalistas.
C) cientistas.
D) bovinos.
E) rebanhos.

3. Leia o texto abaixo e responda:

A importância da leitura como identidade social

[...] Um dos nossos objetivos é incentivar a leitura de textos escritos, não apenas
daqueles legitimados pelos acadêmicos como “boa leitura”, mas os escolhidos
livremente. Pela análise dos números da última Bienal do Livro realizada em São Paulo,
constata-se que “ler não é problema”, pois, segundo o Correio Braziliense de 25 de
agosto de 2010, cerca de 740 mil pessoas visitaram os stands que apresentaram mais de
2.200.000 títulos. Mas, perguntamo-nos: os livros expostos e os leitores que lá
compareceram se encaixam em qual tipo de leitor? Podemos afirmar que todos os livros
foram escritos para um leitor ideal, reflexivo, que dialogará com os textos?
Muitos livros vendidos na Bienal têm como foco a primeira e a segunda visão de
leitura, seus autores enxergam o texto como um fim em si mesmo, apresentando ideias
prontas, ou primando pelo seu trabalho como um objeto de arte, em que o domínio da
língua é a base para a leitura.
Assim, cabe-nos refletir inicialmente sobre como transformar um leitor comum
em leitor ideal, um cidadão pleno em relação a sua identidade. A construção da
identidade social é um fenômeno que se produz em referência aos outros, a
aceitabilidade que temos e a credibilidade que conquistamos por meio da negociação
direta com as pessoas. A leitura é a ferramenta que assegurará não apenas a constituição
da identidade, como também tornará esse processo contínuo.
Para tornar isso factível podemos, como educadores, adotar estratégias de
incentivo, apoiando-nos em textos como as tirinhas e as histórias em quadrinhos, até
chegar a leituras mais complexas, como um romance de Saramago, Machado de Assis
ou textos científicos. Construir em sala de aula relações intertextuais entre gêneros e
autores também é uma estratégia válida.
A família também tem papel importante no incentivo à leitura, mas como
incentivar filhos a ler, se os pais não são leitores? Cabe à família não apenas tornar a
leitura acessível, mas pensar no ato de ler como um processo. Discutimos à mesa
questões políticas, a trama da novela, por que não trazermos para nosso cotidiano
discussões sobre os livros que lemos?

KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Disponível em: . Acesso em: 13 nov.
2011. Fragmento.

Nesse texto, a ideia defendida pelo autor está expressa no trecho:


A) “Um dos nossos objetivos é incentivar a leitura de textos escritos,...”
B) “Muitos livros vendidos na Bienal têm como foco a primeira e a segunda visão de
leitura,...”
C) “Assim, cabe-nos refletir inicialmente sobre como transformar um leitor comum em
leitor ideal,...”
D) “A leitura é a ferramenta que assegurará [...] a constituição da identidade,...”
E) “Cabe à família não apenas tornar a leitura acessível, mas pensar no ato de ler como
um processo.”

4. Leia o texto abaixo e responda:

Horóscopo – o canal certo


Data estelar: Marte ingressa no signo de Touro;
Lua é quarto crescente no signo de Virgem.

Enquanto isso, aqui na Terra a grande confusão de nossos dias não se resolve
com dinheiro, mas pelo estabelecimento de bons relacionamentos, privilegiando a
cooperação mútua e colaboração. Há mais vida à disposição, vida mais abundante, mas
acontece que esta só se manifesta de forma harmoniosa circulando através de grupos de
pessoas e não individualmente. Quanto mais as pessoas se isolam e tentam distinguir-se
umas das outras, separando-se e distanciando-se, mais destrutiva seria para elas essa
vida mais abundante, mais confusas se tornam suas experiências também. O
estabelecimento de laços de cooperação fornece o canal adequado para essa vida mais
abundante, expressando-se como bem-estar, felicidade e prosperidade.
(Correio Braziliense, 31/maio/2009)
A ideia defendida nesse texto é que:
A) a felicidade e a prosperidade são consequências.
B) as pessoas não devem isolar-se.
C) o dinheiro não resolve todos os problemas.
D) o isolamento torna as experiências confusas.
E) os laços de cooperação dão mais harmonia à vida.

5. Leia o texto abaixo e responda:


Educação ambiental: uma alternativa?

A educação ambiental é uma alternativa que parece não ter efeito. Isso acontece
porque muita gente entende educação ambiental como verdismo, simplesmente passear
em parques, visitar animais, promover e/ou participar de campanhas de separação de
lixo. Mas isso é muito superficial. Isso é uma forma de separar a natureza em sua
dimensão natural da sua dimensão interna. É como separar o mundo externo do mundo
da sua própria casa, ou da instituição da escola. Então, educação ambiental é
ressensibilização, tomada de consciência existencial, de como podem ser criados modos
de ser, modos de vida, onde o cultivo das emoções positivas, dos valores, da vida
simples, do que a nossa tradição herdou.
Essas tradições eram sustentáveis em termos de alimentação, de medicação
natural. Por exemplo, o que os índios nos legaram. Só que tomamos um rumo chamado
progresso que nos levou a essa situação de crise.

Disponível em: Acesso em: 22 dez. 2011. Fragmento.

Qual é o trecho que apresenta a informação principal desse texto?


A) “Essas tradições eram sustentáveis em termos de alimentação, de medicação
natural.”
B) “... é uma forma de separar a natureza em sua dimensão natural...”
C) “É como separar o mundo externo do mundo da sua própria casa,...”
D) “... muita gente entende educação ambiental como verdismo,...”
E) “... educação ambiental é ressensibilização, tomada de consciência existencial,...”

6. Leia o texto abaixo e responda:

Folhas secas

Eu estava dando uma aula de Matemática e todos os alunos acompanhavam


atentamente.
Todos?
Quase. Carolina equilibrava o apontador na ponta da régua, Lucas recolhia as
borrachas dos vizinhos e construía um prédio, Renata conferia as canetas e os lápis do
seu estojo vermelhíssimo e Hélder olhava para o pátio.
O pátio? O que acontecia no pátio?
Após o recreio, dona Natália varria calmamente as folhas secas e amontoava e
guardava tudo dentro de um enorme saco plástico azul. Terminando o varre-varre, dona
Natália amarrou a boca do saco plástico e estacionou aquele bafuá de folhas secas perto
do portão.
Hélder observava atentamente. E eu observava a observação de Hélder – sem
descuidar da minha aula de Matemática. De repente, Hélder foi arregalando os olhos e
franzindo a testa.
Qual o motivo do espanto?
Hélder percebeu alguma coisa no meio das folhas movendo-se
desesperadamente, com aflição, sufoco, falta de ar. Hélder buscava interpretações para a
cena, analisava as possibilidades, mas o perfil do passarinho já se delineava na
transparência azul do plástico.
Um pássaro novo caiu do ninho e foi confundido com as folhas secas e foi
varrido e agora lutava pela liberdade.
– Ele tá preso!
O grito de Hélder interrompeu o final da multiplicação de 15 por 127. Todos os
alunos olharam para o pátio. E todos nós concordamos, sem palavras: o bico do
passarinho tentava romper aquela estranha pele azul. Hélder saiu da sala e nós fomos
atrás. E antes que eu pudesse pronunciar a primeira sílaba da palavra “calma”, o saco
plástico simplesmente explodiu, as folhas voaram e as crianças pularam de alegria.
Alguns alunos dizem que havia dois passarinhos presos. Outros viram três
passarinhos voando felizes e agradecidos. Lucas diz que era um beija-flor. Renata
insiste que era uma cigarra. Eu, sinceramente, só vi folhas secas voando.
Para concluir esta inesquecível aula de Matemática, pegamos vassouras, pás e
sacos plásticos e fomos varrer novamente o pátio.

(Acesso em: 14 fev. 2012. MARQUES, Francisco.


Disponívelhttp://revistaescola.abril.com.br/fundamenta1/folhassecas634210.shtml)

O elemento gerador da narrativa é o fato de:


A) Carolina equilibrar o apontador com a régua.
B) Dona Natália varrer as folhas do pátio da escola.
C) Hélder se espantar com algo se mexendo dentro do saco plástico.
D) Lucas recolher as borrachas dos amigos para construir um castelo.
E) Renata conferir as canetas e os lápis de seu estojo.

7. Leia o texto abaixo e responda:

O que está acontecendo com a natureza?

Terremotos, inundações, tsunamis ocorrem com grande frequência, em todas as


partes do planeta, como nunca foi registrado nessa mesma intensidade. Os cientistas têm
se empenhado em buscar outros fatores, mas a resposta está diante dos olhos de todos –
é o homem quem está contribuindo, e muito, para todo esse cenário de tragédias,
ceifando, ao longo dos anos, centenas de milhares de vítimas. Ou seja, o homem pode
ser a vítima e também o causador de tantas tragédias que estão se alastrando com muita
velocidade.
[...] O homem, de uma forma geral, é o grande culpado de todo o desequilíbrio
ecológico, desde o aquecimento global, até a negligência de um prefeito que
simplesmente decidiu não limpar as galerias, o que contribuiu, e muito, para a tragédia.
Quem responderá por isso? E até quando isso acontecerá?

Semanal Brasília em Dia. 10 a 16 abr. 2010. Ano 14. Nº 68. p. 28. Fragmento.
*Adaptado: Reforma Ortográfica.

De acordo com esse texto, as tragédias naturais são causadas, de forma geral, pelo
A) planeta.
B) desequilíbrio ecológico.
C) aquecimento global.
D) homem.
E) prefeito negligente.

8. Leia o texto abaixo e responda:


Cinco minutos
Capítulo 5
Assim ficamos muito tempo imóveis, ela, com a fronte apoiada sobre o meu
peito, eu, sob a impressão triste de suas palavras.
Por fim ergueu a cabeça; e, recobrando a sua serenidade, disse-me com um tom
doce e melancólico:
– Não pensas que melhor é esquecer do que amar assim?
– Não! Amar, sentir-se amado é sempre [...] um grande consolo para a desgraça.
O que é triste, o que é cruel, não é essa viuvez da alma separada de sua irmã, não; aí há
um sentimento que vive, apesar da morte, apesar do tempo. É, sim, esse vácuo do
coração que não tem uma afeição no mundo e que passa como um estranho por entre os
prazeres que o cercam.
– Que santo amor, meu Deus! Era assim que eu sonhava ser amada! ...
– E me pedias que te esquecesse!...
– Não! não! Ama-me; quero que me ames ao menos...
– Não me fugirás mais?
– Não. [...]

ALENCAR, José de. Cinco minutos. Rio de Janeiro: Aguilar, 1987. Fragmento.

Nesse texto, a linguagem usada é


A) arcaica.
B) culta.
C) popular.
D) regional.
E) técnica.

9. Leia o texto abaixo:

Não se perca na rede


(Trecho)

A internet é o maior arquivo público do mundo. De futebol a física nuclear, de


cinema a biologia, de religião a sexo, sempre há centenas de sites sobre qualquer
assunto. Mas essa avalanche de informações pode atrapalhar. Como chegar ao que se
quer sem perder tempo? É para isso que foram criados os sistemas de busca.
Porta de entrada na rede para boa parte dos usuários, eles são um filão tão bom
que já existem às centenas também. Qual deles escolher? Depende do seu objetivo de
busca. Há vários tipos. Alguns são genéricos, feito para uso no mundo todo (Google,
por exemplo). Use esse site para pesquisar temas universais. Outros são nacionais ou
estrangeiros com versões específicas para o Brasil (cadê, yahoo, e altavista). São ideias
para achar páginas “com.br”.
Paulo D’ Amaro

O artigo foi escrito por Paulo D'Amaro. Ele misturou informações e análises do fato. O
período que apresenta uma opinião do autor é:
A) “ ... essa avalanche de informações pode atrapalhar.”
B) “ ... foram criados sistemas de busca.”
C) “ ... sempre há centenas de sites sobre qualquer assunto.”
D) “A internet é o maior arquivo público do mundo.”
E) “Há vários tipos.”
10. Leia o texto abaixo e responda.

O Berço da filosofia e da democracia

Atenas pode-se orgulhar de ter sido o berço da filosofia, conhecimento que


superou os mitos na tentativa de se explicar o mundo. Nas ruas da capital grega,
circularam pensadores como Sócrates, Platão e Aristóteles, filósofos cujas ideias
tornaram-se baluartes para a sociedade ocidental, apesar dos milhares de anos que nos
separam deles. Além disso, foi lá que se viveu uma experiência até então inédita de
democracia, sistema político defendido hoje nos quatro cantos do planeta.
Atenas viu nascer a democracia, o primeiro regime político a pregar a igualdade
de direito entre todos os homens, independentemente da classe social. Mesmo que ele
não tenha funcionado a pleno vapor na Antiga Grécia, foi lá que o sistema nasceu e
dessa experiência partiram as ideias e modelos subsequentes. Sem a ousadia ateniense
de pregar e defender valores até então nunca cogitados, provavelmente, o rumo da
Humanidade teria sido diferente.

Revista Grécia – Terra dos Deuses – Editora Escala – nº 04 – p.14 e 15. *Adaptado:
Reforma Ortográfica. Fragmento.

No fragmento “Além disso, foi lá que se viveu uma experiência até então inédita de
democracia”, a expressão destacada tem um valor semântico de
A) comparação.
B) acréscimo.
C) consequência.
D) oposição.
E) proporção.

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