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COLATINA
NOVEMBRO/2023
CAMILLY CORRÊA DALLA BERNARDINA MODOLO
HANDELL SCHINAIDER FRANCISCO
COLATINA, ES
NOVEMBRO/2023
CAMILLY CORRÊA DALLA BERNARDINA MODOLO
HANDELL SCHINAIDER FRANCISCO
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Prof. – Centro Universitário Castelo Branco
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Prof. – Centro Universitário Castelo Branco
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Prof. – Centro Universitário Castelo Branco
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 6
2 OBJETIVOS .......................................................................................................... 7
3 DESENVOLVIMENTO ......................................................................................... 7
5 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 23
REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 25
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1. INTRODUÇÃO
No contexto atual, onde a abordagem nos direitos humanos e nas garantias individuais
tem se intensificado, a análise do habeas corpus como uma ferramenta de tutela dos
direitos das mães no ambiente penitenciário se reveste de uma importância ampliada.
À luz das convenções e tratados internacionais que ratificam a inalienabilidade da
dignidade humana e da integridade física, como a Convenção sobre os Direitos
Humanos e a Convenção contra a Tortura, é premente considerado como o habeas
corpus se alinha com tais compromissos e qual papel desempenha na defesa da
gestante em detenção.
2. OBJETIVO
3. DESENVOLVIMENTO
Nesse sentido, cabe destacar que o ambiente prisional deve se ter condições
especiais de tratamento para as mulheres em estado gestacional, em período
puerpério e de amamentação, as quais se encontram em momento singular conforme
normas internacionais e internas. Contudo, as violações aos direitos humanos
presentes em nosso sistema prisional brasileiro são grandes, em especial no caso de
mulheres gestantes e logo puérperas, com o recém-nascido que em seus primeiros
meses de vida são expostos a um espaço que não possui salubridade, sem ventilação,
com um odor insuportável e tomado por animais, como redores e insetos
(CAVALCANTI et al., 2020).
Tal documento teve como eixo o princípio de igualdade e não descriminalização para
sua elaboração. Buscando atender às questões da gestação e os cuidados com os
filhos tal documento elaborou 70 regras que devem ser aplicadas ao encarcerarem
mulheres, considerando a estrutura dos presídios, assistência à saúde, educação,
bem-estar, higiene, etc., dando destaque às questões da gestação e cuidados com os
filhos. O Brasil embora tenha participado na elaboração das Regras de Bangkok, não
criou políticas públicas a fim de efetivar a aplicação das mesmas.
Ainda, leciona que a mulher no período pré-parto execute apenas atividades laborais
condizentes com a condição de gestante, e após o nascimento a licença do trabalho
deve ser garantida durante 120 dias, de maneira que a detenta continue recebendo
seu salário. Prevê ademais, que após esse período a mãe que continua cuidando do
filho dentro da cadeia precisa fazer jus à remuneração e remição de pena, por meio
do trabalho de “cuidadora”, já que em tal período a mulher deve zelar pelo recém-
nascido. Tal disposição foi alocada pelo legislador afim de incentivar os laços
familiares entre mãe e filho (MISTÉRIO DA JUSTIÇA, 2014).
Além disso, a PNAMPE prevê que o tratamento da mulher deve ser o mais
humanizado possível durante todo o período gestacional, parto, puerpério e
aleitamento, de modo que algemas ou qualquer outro meio de contenção são
dispensados (BRASIL, 2014).
“Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando
o agente for: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
...
IV - gestante; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; (Incluído
pela Lei nº 13.257, de 2016)
...”
Todavia a que se observar em consonância com tal dispositivo o art. 318-A do CPP,
o qual traz os pressupostos para a concessão por prisão domiciliar, desde que a presa
não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa e que não tenha
cometido o crime contra seu filho ou dependente. O legislador ademais não excluiu a
aplicação concomitante das medidas alternativas a privação de liberdade, vide art.
318-B do CPP (BRASIL, 1941).
Nesse sentido, quando o agente for imprescindível aos cuidados especiais de pessoa
menor de seis anos de idade ou com deficiência, assim como para gestantes. Nesse
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sentido, cabe citar também o Habeas Corpus (HC) 143.641/SP que deu às detidas
grávidas, puérperas ou mães de crianças de até aos 12 anos de idade o direito à
prisão domiciliar domiciliária, que será abordado de maneira mais profunda em outro
momento (BRITO, 2020).
“Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela
Lei nº 12.403, de 2011).
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo
juiz, para informar e justificar atividades; (Redação dada pela Lei nº 12.403,
de 2011).
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer
distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; (Redação dada
pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela
permanecer distante; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja
conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; (Incluído pela
Lei nº 12.403, de 2011).
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o
investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei
nº 12.403, de 2011).
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza
econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a
prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados
com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser
inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de
reiteração; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento
a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de
resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de
2011).
IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).”
possibilidade do regime aberto em residência particular para a presa, com filho menor
ou com deficiência física ou mental.
Conforme o SEJUS:
“A lei nº 11.942, sancionada em 2009, garante a permanência dessas
crianças em presídios até os sete anos de idade, mas cabe ao poder judiciário
decidir até quando essas crianças devem permanecer em companhia das
mães. Na prática não chegam à essa idade. Em nossa realidade, os bebês
permanecem com as mães no presídio apenas durante os primeiros meses
de vida, não chegando a completar um ano” (SEJUS, 2018).
Em outra perspectiva a que se comentar que o parto destas mulheres em sua maioria
não conta com a família ou com o companheiro, apesar de legislações especiais (Lei
nº 8.080/1990, Lei 11.108/2005) assegurarem o direito a presença de acompanhante
junto à parturiente presa durante todo período de trabalho de parto e pós-parto. Pós-
parto observa-se a interdição ou restrição ao acompanhamento dos filhos por ocasião
de hospitalização (INFOPEN, 2018 p.40).
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O primeiro dispositivo legal que previu a licença maternidade como direito trabalhista
da mulher foi a Lei n. º 5.452, que em seu art. 392 que dispunha empregada gestante
tem direito à licença-maternidade de 120 (cento e vinte) dias, sem prejuízo do
emprego e do salário” (BRASIL, 1943).
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Nesse sentido, observa-se que a nossa legislação ampara a mulher durante o período
gestacional, diante das diversas mudanças que a gestação, parto e a amamentação
acarretam a vida da mulher, em que a mulher realmente precisa de um tempo para
voltar a sua normalidade.
Nesse sentido convém destacar que em nosso sistema carcerário apenas 14% das
unidades femininas possuem as instalações adequadas para as mães presas
exercerem a sua maternidade pelo período que a lei ampara, sendo permitido até dois
anos. Consequentemente, nas instituições penitenciárias que não possuem
instalações de berçário e ou centro de referência materno infantil, as gestantes e mães
com seus bebês recém-nascidos vivem na cela (CAVALCANTI et al., 2020).
Isto posto, nota-se que devemos fazer uma associação entre a licença maternidade e
a situação a qual tratamos neste estudo. As mudanças provocadas pela gravidez
geram diferentes mudanças ao corpo da mulher, que restringem e incapacitam as
mulheres em diversas situações, necessitando assim de um tratamento diferenciado
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dos homens. Assim sendo, há que se falar que a mulher nesta circunstância precisa
de um ambiente seguro e adaptado para amparar condição da gestante.
3.4 DA PRISÃO
Na perspectiva de Foucault ele tenta ver o ponto positivo na prisão, mas sabe que na
maioria das vezes, o encarcerado somente aprimora seus conhecimentos criminais:
“Conhecem-se todos os inconvenientes da prisão, e sabe-se que é perigosa
quando não inútil. E, entretanto, não ‘vemos’ o que pôr em seu lugar. Ela é a
detestável solução, de que não se pode abrir mão” (Foucault, 1975)”.
Em 2018, surgiu uma decisão histórica sobre o tema o qual fixo fonte material sobre
o tema, na qual a Segunda Turma do STF concedeu habeas corpus coletivo para
determinar a substituição da prisão preventiva por domiciliar de gestantes, lactantes e
mães de crianças de até 12 anos ou de pessoas com deficiência, em todo o território
nacional. O HC 143.641/SP foi deferido em 20/02/2018, e a ordem foi concedida por
quatro votos a um, nos termos do voto do relator, ministro Ricardo Lewandowski (STF,
2023).
Segundo o relator, o STF já havia sido discutido a situação degradante nos presídios
brasileiros, pela Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 347.
Ao acusar uma gravíssima deficiência estrutural em nosso sistema prisional, em
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Por conseguinte, observa-se que nosso legislador quis neste artigo estabelecer
prioridade absoluta na proteção das crianças (STF, 2023).
Além disso o Relator citou o Estatuto da primeira infância (Lei 13.257/2016), o ministro
disse que o tema tem se mostrado sensível a realidades das mulheres presas, citando
como exemplo a recente alteração do art. 318 do CPP a qual permite ao juiz converter
a prisão preventiva em domiciliar quando a mulher estiver grávida ou quando for mãe
de filho de até 12 anos incompletos (STF, 2023).
Por fim, a decisão da turma excluiu apenas os casos de crimes praticados por
mulheres mediante violência ou grave ameaça contra seus descendentes ou, ainda
em situações excepcionalíssimas, que deverão ser devidamente fundamentas pelos
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juízes que negarem o benefício. Ficando vencido o ministro Edson Fachin, que
considerou que essa substituição da preventiva pela domiciliar não deve ser
automática. Para Fachin o juiz deveria avaliar com base no caso concreto todas as
alternativas aplicáveis (STF, 2023).
A última decisão da Corte sobre o tema aconteceu em agosto deste ano, foi um agravo
interno no HC nº 229.338/ES. A decisão apontou que a substituição da prisão
domiciliar da mulher mãe ou gestante não se dá de forma automática, sendo no
presente caso uma das circunstâncias excepcionais, pois no caso concreto
demonstra-se que tal medida não se mostra adequada ou suficiente, visto que a ré
além de ostentar um histórico de atos infracionais, exercia o tráfico dentro de sua
residência. Por conseguinte, o Relator ministro Luiz Fux decidiu pelo desprovimento,
visto que a reiteração dos argumentos trazidos pelo agravante na petição inicial da
impetração é insuscetível de modificar a decisão agravada.
Uma decisão famosa do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ocorreu em 2018, em que
a 6ª Turma manteve a prisão domiciliar da advogada Adriana Ancelmo, mulher do ex-
governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral, no HC nº 383.606/RJ. Adriana no período
era mãe de dois jovens, de 11 e 14 anos. O ministro Sebastião Reis, que apresentou
voto vencedor, salientando que a presença materna é fundamental para a
estruturação e regular crescimento psíquico e emocional das crianças. Além disso
Reis citou a decisão do HC nº 143641/SP, em que o STF concedeu a todas as
mulheres grávidas, lactantes ou mães de crianças até 12 anos.
A última decisão do STJ sobre o tema foi o HC nº 862.358/DF, que ocorreu no final de
outubro do ano 2023, foi um agravo regimental interposto contra decisão da
Presidência da Corte Superior, que indeferiu liminarmente o habeas corpus. A defesa
da agravante reiterou os mesmos argumentos expedidos na inicial, destacando que a
apenada é mãe de dois filhos, sendo uma delas criança menor, de 5 (cinco) anos,
fundamentando que isto faria jus à substituição da prisão preventiva por prisão
domiciliar.
O relator ministro Jesuíno Rissato citou na decisão da Segunda Turma do STF que
julgou HC nº 143.641/SP, que determinou a substituição da prisão preventiva pela
domiciliar – sem prejuízo da aplicação concomitante das medidas alternativas
previstas no art. 319 do CPP – de todas as mulheres presas gestantes, puérperas ou
mães de criança e deficientes. Rissato examinando os autos, constatou que não
houve situação excepcional no caso que excluiria a possibilidade de substituição por
prisão domiciliar e salientou que os cuidados maternos às crianças, por ser uma
condição legalmente presumida, dando provimento ao habeas corpus impetrado.
Nesse sentido, vemos que nossa jurisprudência vem seguindo o entendimento que a
prisão sujeita as mulheres a situações degradantes, sendo essas privadas de
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Sabemos que existe uma crise no que diz respeito ao sistema prisional brasileiro,
como a capacidade excedida de pessoas nas celas, o tratamento que os presos
recebem, o que não é diferente com as mulheres em cárcere (JUSBRASIL, 2020).
As leis garantem uma boa qualidade de vida para as gestantes e as crianças, mesmo
no sistema prisional. Segundo a Lei de Execução penal, as penitenciárias femininas
devem ter seção para gestantes e creches que abriguem criança, dos 6 meses aos 7
anos (BRASIL,1994). É também vedado o uso de algemas em mulheres grávidas
durante as consultas médicas, durante o parto e no período puerpério imediato”
(BRASIL, 2017).
O poder público também deve garantir, à gestante e à mulher com filho na primeira
infância que se encontrem sob custódia em unidade de privação de liberdade, um
ambiente que atenda às normas sanitárias e assistenciais do SUS (Sistema Único de
Saúde) para o acolhimento do filho, em articulação com o sistema de ensino
competente, visando ao desenvolvimento integral da criança” (BRASIL, 2016).
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Mas a verdade é que as leis não são aplicadas corretamente na prática, e a realidade
é bem diferente, com partos desumanos, gestantes algemadas, alimentação
desequilibrada, falta de produtos de higiene para a mulher e para as crianças, a
ausência de celas especiais para a genitora permanecer junto a seu filho
(JUSBRASIL, 2020).
Desde 1994 a lei de Lei de Execução penal, nos mostra que um dos quesitos para
admitir o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular é
quando a mulher é condenada gestante (BRASIL, 1994).
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4. RELATO MÉDICO
Em conversa com o Dr. José C. Correa Neto, CRM 18038, ele expôs alguns fatores
que mostram a realidade do cárcere de gestantes e de mães com crianças no Centro
de Detenção Feminino de Colatina.
A vida em um sistema prisional tem seus desafios diários e seus paradigmas. Além
de obstáculos quanto à segurança, se tem ainda, preocupações e alertas quanto a
saúde física e mental dos custodiados.
Há em presídios femininos uma gama de mulheres gestantes. Para se ter mais noção,
todas mulheres ao entrar no sistema são submetidas a testes de gravidez
imediatamente, afim de separá-las das demais encarceradas e também prestar mais
assistência.
Uma vez que essas presas têm confirmada a gravidez, imediatamente vão para um
local separado e bem diferente do comum da cadeia, tendo diferenças como: ar
condicionado, maior espaço, camas separadas, ambiente mais limpo, ambiente
externo com sol disponível por longo período do dia.
Engana-se quem pensa que a situação é controlada e que por ser gestante há
regalias, pois, o ambiente proporciona traumas psicológicos, vários conflitos entre
outras internas que também são gestantes e principalmente a influência hormonal e
psicológica podem trazer estresse e consequências para o futuro da mãe e do filho.
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Dessa forma, as detentas passam nesse local todo período da gestação, período pós-
parto e ainda permanecem com a criança por longo período até decisão judicial sobre
o futuro da detenta e guarda de seu filho. Vemos que a preocupação com a segurança
é estabelecida, tal fato é que mesmo a mulher grávida ainda permanece encarcerada
perante a justiça brasileira. Porém, há várias balanças de riscos e benefícios para
essa situação em específico, pois é notório que não é o melhor ambiente para se ter
e criar um filho, mas também o risco é maior de gerar uma criança sem uma mãe, que
apesar de presa, é um ser humano como todos outros.
A insalubridade para as grávidas e menor pois tem esse espaço separado das
demais, mas ainda não é o suficiente por elas terem muitas limitações de higiene, o
sabão e de péssima qualidade, não tem banho adequado ( tem quantidade de tempo
limitado, uma vez ao dia), não tem produtos de higiene pessoal, o shampoo é pouco,
tem assistência médica, mas não é 24 horas e não tem medicações lá o tempo todo,
o maior impacto seria o psicológico, de estar passando por aquela fase complicada e
estar presa, confinada.
As crianças que ali nasceram permanecem dentro do presídio o tempo todo com a
genitora, tem crianças ali de 4, 5 anos que nunca saíram de dentro da prisão,
aguardando que o juiz decida se autoriza a prisão domiciliar para a mãe ou entrega a
guarda para os avós, tios ou para quem ficar definido. Eles conseguem interagir com
outras crianças que também nasceram lá, porém não tem escola. Lá tem equipe com
técnico de enfermagem e enfermeiro todos os dias, 24 horas, o médico vai 2 vezes na
semana, para atender às demandas total do presídio e fazer os atendimentos
ambulatoriais, acompanhamentos pediátricos e acompanhamento das gestantes.
5. CONCLUSÃO
específico e atendimento diferenciado às mães no cárcere. Por mais que hajam leis
que garantam esse direito. O Estado dita regra, mas não dá o suporte financeiro e
necessário para a execução da mesma.
Nesse sentido, vemos que nossa jurisprudência, vem seguindo o entendimento que a
prisão, sujeita as mulheres às situações degradantes, sendo essas privadas de
cuidados médicos para realização de pré-natal, pós-parto, berçários e creches para
as crianças, mesmo a lei prevendo tais direitos para elas. Sob essa perspectiva, nota-
se que a jurisprudência segue no sentido de excluir os casos previstos, a conversão
prevista no artigo 318 do CPP deve ser concedida, contribuindo assim para o
desenvolvimento saudável da criança.
Destacamos que nosso trabalho, não concorda com a ideia de impunidade das
mulheres presas, alvo deste estudo, já que a prisão domiciliar pode ser conciliada com
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REFERÊNCIAS
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CRETELLA. 2ª Edição. São Paulo: Editora Revistas dos Tribunais, 1999.
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<https://www.folhavitoria.com.br/policia/noticia/06/2015/numero-de-mulheres-presas-bate-recorde-no-
espirito-santo-diz-secretaria-de-justica.