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INTRODUÇÃO E OU CONTRACAPA

O Tema e o conteúdo deste livro reveste-se de extrema importância, mesmo nos dias de hoje.
Trata-se de um estudo, segundo as escrituras sagradas do Antigo e Novo Testamento, da “pessoa”
mais influente há dois mil anos. Não podemos negar que ele foi um dos lideres mais influentes de
toda História, e que seu legado, fruto da sua obra, permanece vivo ainda hoje: “o amor e a
esperança!”.
O fato de haverem muitas opiniões e pontos de vistas divergentes a respeito da sua pessoa,
constata, que muitos não a compreendem do ponto de vista principal; aquele que reflete os seus
ensinamentos. Sua vida baseou-se em uma forte convicção aliada a uma ousada atitude, de viver o
que falava e ensinava. Por isso, recebeu elogios de seus discípulos, admiradores e até de alguns
inimigos... “nunca ninguém falou como esse homem”, e outra vez, “ele fala como quem tem
autoridade”.
Muito mais do que “mais um livro” sobre Jesus, este é um livro, que vai fazer você repensar
sua visão, atitude, a respeito dele. Se esse humilde trabalho conseguir despertar em você um
profundo desejo de conhecê-lo um pouco mais; se despertar em você, caro leitor, um desejo de
varrer as escrituras sagradas em busca de alimento para o seu espírito, de certo encontrarás descanso
e refrigério para vossa alma; terei cumprido, então, a minha missão, e me darei por satisfeito.
Entretanto, este livro, não terá o efeito esperado “para”, e, “em você”, se o leitor não
aproveitar a gama de passagens, textos, capítulo e versículos, disponibilizados para que você estude
a luz das escrituras sagradas, a luz dos ensinos de Jesus. Portanto, o leitor, necessariamente, deverá
ler, não só o livro, mas também todas as passagens mencionadas ao decorrer do livro.

Alex Oliveira de Souza

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1 QUEM É JESUS? Por PR ALEX

Levanto esta questão, para reflexão de algumas ideias e opiniões a respeito de um tema,
que apesar de antigo, é muito atual e importante: “quem é Jesus? O que representa?”
Mesmo depois de dois mil anos, e já tendo adentrado o fim dos tempos, ou o fim desta
“era”; Muitos não sabem claramente quem é Jesus e o que ele representa para a humanidade.
Certa vez, Ele mesmo, o próprio Senhor Jesus, fez uma indagação que ecoa incrivelmente ainda
hoje. Ele disse para a mulher samaritana no evangelho de João 4.10: “... se tu soubesses „quem‟
te pede...” Em outras palavras, aquela mulher não sabia 'quem' estava ao lado dela.
Pelo simples fato de não sabermos quem Ele é, não lhe damos a devida honra, e perdemos
uma oportunidade inestimável. Portanto, eis a pergunta que foi proferida pelo próprio Senhor
Jesus “aos” seus discípulos, há séculos, e ainda hoje, não cala:
“Quem dizem os homens ser o filho do homem?” (Mateus 16.13)
A pergunta em questão é muito mais profunda do que pensamos. Pode parecer, mas não é
tão simples responder a esta pergunta! Nesta indagação, vejo uma ponta de decepção de Jesus, a
despeito do que os homens daquela época estavam falando acerca dele. Cada um buscava as
suas próprias conclusões, ou as opiniões de outros; alguns, por inveja ou curiosidade, outros por
sinceridade ou necessidade. Fato é que, muito se falava, e pouco se sabia a seu respeito. Até seus
discípulos que já andavam com ele, havia um tempo, certa vez exclamaram: “quem é este, que
até os ventos e o mar lhe obedecem?” (Mateus 8.27). Até aqui tudo bem! Porém, é intrigante o
fato de que hoje, após dois milênios, séculos e gerações, estas questões, ainda pairem no ar.

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A verdade é que, ainda hoje, muito se fala da sua pessoa, porém poucos a compreendem
em profundidade, a luz de suas palavras, ou a luz de seus ensinos, que reflete muito do seu
caráter. Cientistas, psicólogos, humanistas, religiosos (cristãos ou não), ricos ou pobres, negros
ou brancos, muitos dizem: “ele foi um grande profeta”, ou “o maior psicólogo”, ou ainda “o
maior líder”, “um grande homem”, outros: “um homem qualquer”, e para outros ainda, ele não
significa nada. Palavras, opiniões, com as quais muitos podem concordar! O Mundo, as pessoas,
tem conhecido o Jesus dos livros de história ou estória, dos cinemas, das multidões, das
religiões, e até dos “milagres”. Porém, essas são opiniões que refletem apenas o “nosso” ponto
de vista, ou o ponto de vista dos “outros”. São meramente, definições humanas, a respeito de
“quem” ele é.
E de fato, existe muitos pontos de vista e muitas opiniões. Qual delas você é partidário (a)?
da sua? dos outros? Uma das falhas de nós, seres humanos, é acharmos que o nosso ponto de
vista é o mais importante. Entretanto, qual será o ponto de vista de Deus? Das Escrituras
Sagradas? Está pergunta leva-nos a outra pergunta de Jesus, desta vez “para”; ou seja,
diretamente à seus discípulos:
“… e vós, quem dizeis que eu sou?” (Mateus 16.15)

Façamos, antes de tudo, algumas considerações:

A bíblia nos mostra que Deus não vê com bons olhos à pessoa que fala de mais e não faz
nada; mas ao que ouve e pratica, esse Deus dá muito valor (Mateus 23.2-4). Nestas palavras
citadas acima, reside um princípio de Deus: Aquele que fala tem que fazer, e o que ouve tem
que praticar, e aquele que diz ser servo de Deus têm que seguir seus mandamentos!! (Tiago
1.22-25)
O que quero dizer é que o relacionamento do cristão com Deus se baseia na “prática”, e
não somente na teoria. A vida com Deus consiste na “experiência” que o Senhor lhe dá durante a
vida. Muitas vezes, essas “experiências”, não são prazerosas. Contudo, são situações que nos
levam para perto dele, através da fé, perseverança, paciência e esperança (Romanos 5.1-5). Veja
a História de Israel (Deuteronômio 8), veja também a vida de Jó (Jó 42.1-6). Outras vezes, essas
experiências são milagrosas ou transcendentais, ou seja, fogem a compreensão humana.
Pois bem, chegamos a seguinte conclusão: o conhecimento de quem é Jesus não vem de
meras palavras, não vem do raciocínio humano. É muito mais do que uma definição teórica ou
automática. Esse conhecimento vem de uma revelação de Deus ao nosso espírito, e não é obra
do acaso; mas sim, de um relacionamento cultivado dia-a-dia com Ele (Mateus 16-16,17). Foi
neste contexto que o apóstolo Pedro, teve uma das maiores revelações de quem é o Senhor
Jesus, ao ponto de o próprio Senhor ficar admirado! As palavras de Pedro ficaram cristalizadas
como uma relíquia de gerações a gerações e pelo século dos séculos! Disse ele: “Tu és o Cristo,
o filho do Deus vivo.” (Mateus 16.16). Pode não ter impacto pra você, hoje, essas palavras, pois
estamos acostumados com ela, mas temos que analisá-las pelo contexto em que viviam os
envolvidos.

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Tempos depois, em seu primeiro discurso, em defesa da Fé que pregava, o referido
apóstolo, declara com muita ousadia, às autoridades do seu povo, que: “Jesus Cristo...ele é a
pedra fundamental que foi rejeitada... e em nenhum outro há salvação, porque também debaixo
do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (Atos
4.10-12)
Ao falar da pessoa de Jesus Cristo, nós cristãos, cremos que ele não somente é o Messias
de Israel, mas também, de toda a humanidade. Sobre ele profetizou e profetiza as escrituras
sagradas do Antigo testamento, começando pelo livro de Gênesis, passando pelos escritos e os
profetas. “Profetizou e profetiza”, eu disse?! Sim! porque em parte cumpriu-se as escrituras, no
entanto, há outra parte para se cumprir. Sobre isso falarei no próximo capítulo.
Por hora, sabemos, que tudo que Jesus foi e é, tudo o que fez e falou, é muito mais além do
que podemos falar, pensar ou imaginar. Toda definição que sair da nossa boca vai ficar aquém
do que realmente ele é, e significa para a humanidade! Parafraseando um dos discípulos do
Senhor Jesus, Filipe: “venha e veja, veja e sinta, sinta e viva”
A Ele a honra, a glória e o domínio pelo século dos séculos. Amém!!

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2 O MESSIAS Por PR ALEX

A TANAKH, conjunto de escrituras sagradas dos Judeus, e que corresponde ao Antigo


Testamento para os protestantes, apontam, em algumas passagens, para um futuro Rei, o
Messias, cujo reinado seria sinônimo de descanso, paz e justiça para o povo de Deus.
A palavra Messias, no hebraico MASHIACH, significa “Ungido”; e tem no termo
CHRISTOS o seu equivalente no Grego, que significa “Cristo”. Não se trata de “mais um”
ungido, mas de: “O UNGIDO”! Fato que o distingue de “outros” ungidos anteriormente. Este,
seria enviado e capacitado sobrenaturalmente por Deus, para uma tarefa. Alguns escritores
bíblicos, inspirados por Deus, descreveram um pouco, de como seria a vida, a trajetória, a obra,
e até mesmo os nomes pelos quais Ele seria conhecido – esses nomes refletem o caráter e o
modo de agir deste grande Rei.
O profeta que mais escreveu ou falou sobre o Messias, a ponto de ser conhecido como
Profeta Messiânico, foi Isaías; entretanto, outros profetas e homens de Deus escreveram,
também, sobre o Messias. A respeito dos nomes pelo qual esse homem seria conhecido, Isaías
escreve: “... e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte, Pai da Eternidade,
Príncipe da Paz.” (Iaías 9.6); e ainda: “será chamado: EMANUEL, que quer dizer: DEUS
conosco” (Isaías 7).
A necessidade de um Messias, remonta “primordialmente”, ao fato de que, no Éden, o
homem rompeu a sua comunhão com Deus, através de um ato voluntário e rebelde (Gênesis 3).
Uma vez afastado de seu Criador, o homem embruteceu o seu coração e por consequência, ele
se tornou escravo das suas paixões carnais, das concupiscências dos olhos, “preferindo
honrarem mais a criatura, ao invés do criador” (Romanos 1.18-25). Assim, o homem, permitiu o
“mal” entrar neste mundo.
A bíblia revela que a partir de Adão, a natureza pecaminosa foi passada a toda humanidade
(Romanos 5.12). Visto, porém, que Deus amava e valorizava imensamente a sua criação; dele
mesmo veio a solução para resgatá-la. A primeira indicação de “quem” iria resgatar a criação,
está no livro de Gênesis capítulo 3, do verso 14 ao 19. O “descendente” que é ferido no
calcanhar, mas que esmaga a cabeça da serpente, é uma velada referência a esse Resgatador,
indicando assim, que ele deveria vir da descendência da mulher. A expressão “Filho do homem”
que é usada em vários textos bíblicos, inclusive no Novo Testamento, reflete a natureza humana
do Messias.
Ao longo do tempo, as opiniões a respeito do libertador de Israel foram tomando forma;
várias situações foram contribuindo para o imaginário do povo, a respeito de quando, como e
onde o Messias viria. De acordo com a história bíblica, após o Êxodo, quando da conquista de
Canaã e seus povos, tendo encontrado em Davi o apogeu dessas conquistas, Israel muito sofreu

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com a influência cultural e política de nações estrangeiras, mesmo aquelas pequenas ao seu
redor.
Após esse período, Grandes Impérios como o Assírio, Babilônico, Persa, Grego, e por fim
o Romano, respectivamente, conquistaram e impuseram as suas culturas aos povos. Israel fora
conquistado por todos esses impérios, pouco tempo após o reino ser dividido em dois, a saber:
Reino de Israel, ao Norte; e Reino de Judá, ao Sul. Começando pelo Império Assírio, que era
caracterizado pela crueldade com que tratava os povos cativos, este deportou o povo do Norte,
Israel (em 722 a. C), para Assíria, e em seu lugar, trouxe um misto de nações conquistadas. Em
586 a. C foi a vez do povo do Sul, Judá, ser levado cativo pelo Império Babilônico (nessa época
profetizaram Jeremias, Ezequiel, Daniel, Ageu, Zacarias, e outros), tendo voltado do exílio 538
a. C, já sob o senhorio dos Persas. Após, vieram os Gregos, e por fim os Romanos.
A razão de terem sido conquistados inúmeras vezes, está explícita nos escritos dos
profetas: “por que Israel quebrava constantemente e sucessivamente a aliança que havia feito
com o Senhor, e deixava seus caminhos”. E também por que era um local de importância
histórica e estratégica.
A tirania, os altos tributos cobrados, a exploração a que eram submetidos, fez crescer um
sentimento de patriotismo-nacionalismo entre os judeus, que por muitas vezes levantaram
revoltas e insurreições que surtiam algum efeito temporário; porém, na maioria das vezes, eram
reprimidas com muita violência (beirando quase a exterminação), pelos imperadores. A relação
mais turbulenta que os judeus experimentaram foi com o Império Romano, que conquistou a
palestina em 60 A.C, após o Império de Alexandre, o Grande, esfacelar-se nas mãos de seus
generais. Os imperadores romanos exigiam ser adorados como um deus; não só queriam
exportar a sua cultura e política, mas também, impor sua religião pagã; o que era inaceitável
para os judeus. O povo clamava por um libertador. Neste ínterim, a ideia de que a vinda do
Messias estava próxima crescia. Havia essa certeza no coração da nação. No plano de Deus já se
iniciara os “últimos dias”.
Na ótica dos Judeus, o Messias, seria (e é, pois não reconhecem Jesus como Messias,
portanto, ainda aguardam o seu “Messias”) um homem, e que seria uma espécie de Líder
nacional, um libertador político, que após conquistar a liberdade da nação, restauraria a
monarquia em Israel, congregaria todos os judeus dispersos pelas nações e que uniria os povos
em um reino de paz e justiça, com sede em Jerusalém, sob o domínio de YHVH (Iavé). Estão
corretos?! Em partes! Explicaremos a seguir as implicações dessas palavras.
Ao decorrer da história, muitos arrogaram para si o título de Messias (Mt 24.5/ At 5.36-
39 ). É verdade que algumas passagens falavam a respeito de pessoas da época; e de fato
encontramos, ao longo da História de Israel, o cumprimento de “algumas” passagens
messiânicas em alguns homens de Deus e em outros homens ilustres que carregavam
característica semelhante ao Ungido do Senhor. Porém, não todas as características, e não todas
as qualidades profetizadas em todos os textos messiânicos. Porque, embora houvesse o lado
“temporal” ou histórico dessas profecias, contudo, elas apontavam para o futuro, ou seja,

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profetizavam para o Messias que “viria”; por isso, essas passagens, são conhecidas por textos
messiânicas.

EM “QUEM” SE CUMPRE AS PASSAGENS MESSIÂNICAS?


A razão para crermos que alguém é o Messias, reside no fato, e somente neste, dele reunir
em si, todas as passagens, profecias, características e qualidades profetizadas pelos profetas e
homens de Deus no Antigo Testamento. E é exatamente o que acontece ao Senhor Jesus Cristo;
Ele é o Messias, o libertador, o Resgatador, aguardado pelos Judeus e pela humanidade. Os
escritores do Novo Testamento sabiam bem disso, e se esforçaram para relatar tal ocorrência,
tão importante, para os Judeus e para toda a humanidade. Ademais, Jesus disse aos discípulos de
João Batista, quando questionado por este, se Jesus era o que haveria de vir: “E respondendo,
disse-lhes: Ide, e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes: Os cegos veem, e os coxos
andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é
anunciado o evangelho. E bem-aventurado é aquele que não se escandalizar em mim.”
Não obstante a isto, farei uma breve exposição de algumas passagens e profecias e os seus
respectivos cumprimentos:

 Isaías 7.14 -
 Isaías 53, se cumpre na vida e obra de Jesus -


O que alguns ignoram, é que a manifestação e a obra do UNGIDO do Senhor, segundo nos
mostra as escrituras, tem duas fases, e que em cada uma dessas fases, se manifesta
especialmente uma identidade como se fosse dois lados da mesma moeda. Explico:
Essas fases, consistem na “Vinda” e na “Volta”, nessas se manifestavam as duas
identidades pelos quais Jesus Cristo ficou conhecido. Na primeira fase, a “Vinda”,
caracterizava-se, especialmente, uma das identidades: 'O Filho de José'. Enquanto que na
segunda fase, a “Volta”, caracterizava-se, especialmente a outra identidade: 'O Filho de Davi'.
Note que eu disse “especialmente”, e não “exclusivamente”, porque, se trata da mesma pessoa;
porém, alguém ou alguns, poderiam enxergar só uma dessas identidades, e inadvertidamente
ignorar a outra.

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O FILHO DE JOSÉ

Devemos lembrar, sobretudo, que aos olhos de Deus, o Messias, era muito mais que um
simples Libertador político; ele seria um libertador espiritual. Ele seria um modelo a ser seguido
primeiro, no âmbito Espiritual; Ele conduziria o povo de volta aos caminhos de Deus,
denunciaria o abuso por parte de alguns religiosos, que praticavam a religião com intuito de
serem vistos, que interpretavam as escrituras sagradas a fim de colocarem mais cargas em cima
do povo oprimido, livraria os sinceros fiéis dos cambistas, comerciantes da fé, que só estavam
interessados em tirar proveito da fé, explorar os de bom coração. Ele seria, também, um
exemplo no âmbito Moral, um modelo de caráter, de humildade, dedicação, santidade e amor.
Vemos, portanto, que aos olhos de Deus, ele seria muito mais do que os homens pensavam.
Ele é chamado pelo Apóstolo Paulo de o segundo Adão (1 Coríntios 15.45-47). O
primeiro havia falhado; o segundo não falharia (Romanos 5.19), e não somente isto, ele seria o
representante da nova criação, e lhe seria referência, de obediência, respeito, e temor a Deus.
Em Jesus Cristo, e só nele, compreendemos perfeitamente as palavras: “sede santos, porque eu
sou Santo” (Levítico 20.7), pois assim como ele viveu, o Espírito Santo nos capacita a viver
(João 16.33/ Romanos 8.26).
Sobre a sua “Vinda”, o evangelho de Mateus 2.2-7, relata que os magos que vieram do
Oriente, provavelmente da Mesopotâmia, buscavam um que havia nascido: “onde está o recém-
nascido Rei dos Judeus?”, note pela passagem, que eles encontraram um menino que havia
nascido; mas a criança não estava em um palácio, não trajava vestes reais, não tinha berço de
ouro. Como já disse, a vida, a obra e até a morte desse Rei fora profetizada por Isaías. Veja o

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que ele disse em seu livro (Isaías) capítulo 53; Ele pinta um quadro, nada convencional a
respeito do que pensavam as pessoas em relação ao Messias. Quadro este, que diverge da figura
de um líder guerreiro, de uma figura Real, deste que seria o Libertador de Israel.
Mas, qual o motivo de ser assim, você pode perguntar?
Permita-me fazer algumas considerações:
A bíblia relata que o pecado tem como salário a “morte” (Romanos 6.23). Isto quer dizer
que quando uma pessoa pecasse, essa haveria de morrer; era uma questão de causa e efeito!
Deus, porém, no Antigo Testamento, estabeleceu um sistema, temporário, de sacrifícios de
animais, que basicamente, consistia em um animal morrer no lugar do pecador. Por sua
misericórdia, Deus, neste ato, permitia que o culpado ou condenado pelo pecado, fosse
substituído por um animal, um cordeiro novo e sem defeito (Hebreus 7.26,27). Novo, pelo fato
de ser inocente (sem consciência de pecado); Sem defeito, porque representava a perfeição.
Estes eram, basicamente, os requisitos para encobrir os pecados, e o pecador ser livre da
condenação.
O Escritor do livro de Hebreus, relata que o sistema sacrificial do antigo testamento, era
um “Tipo”, ou seja uma, figura, uma representatividade, do que aconteceria no futuro. Em
outras palavras, essa relação de pecador-substituto, apontava para o sacrifício vicário do
Senhor Jesus, que é “o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” ( João 1.29).
A razão de ser assim reside no fato de que na primeira fase do plano de redenção da
criação, na Vinda, o Cristo efetuaria “o sacrifício pelo pecado”, no qual ele mesmo seria a
oferta. Isaías 53.6,7 relata que o Senhor faria recair as iniqüidades de nós todos sobre o “servo
sofredor”, e que este, como cordeiro, seria levado ao matadouro; sofreria, seria humilhado,
tosquiado, mas não abriria a boca, tal como é típico das ovelhas. Em outras palavras, ele seria o
nosso substituto, tal como, realmente, Jesus Cristo o foi (Gálatas 1.3,4).
Em Jesus Cristo, vemos dois princípios, revolucionário para sua época, que ele mesmo
defendeu, e acima de tudo, viveu: “Pra ser exaltado, é necessário se humilhar” (Mateus 23.12)
e o outro: “aquele que quer ser o maior, que seja como o que serve” (Lucas 22.25-28). Dizia
isto, por que esse princípio fazia parte da obra que ele faria; seria humilhado, pra depois ser
exaltado; seria servo, apesar de ser o mestre. Demonstrava, ele, uma humildade, poucas vezes
vista. Assim, Jesus lançava os fundamentos, daquilo que é conhecido, hoje em dia, como
“Liderança Servil”.
Dizer que o Cristo era filho de José, era olhar com desprezo, como alguns olhavam na
época para Jesus (Marcos 15.30/ Mateus 13.55-57), é falar da manjedoura, onde nasceu; é falar
da vida humilde que levou; é falar de sua paixão, de seu sofrimento, dos escárnios, das
bofetadas, da coroa de espinho, dos açoites, da sua morte na cruz. Mas não será assim para
sempre. Longe de ser um acidente de percurso, algo não planejado; a morte do Messias, Jesus
Cristo, já havia sido profetizada, como dito anteriormente (Isaías 53). Fazia parte do plano de
Deus.

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FILHO DE DAVI

As Escrituras Sagradas relata, e os Judeus bem sabiam, que o Messias, o Cristo, viria da
descendência de Davi (2 Samuel 7.12/ Mateus 22.42,43). Analisemos algumas passagens que
falam a respeito do Messias:
 2 Samuel 7.12 – Deus revela a Davi, que “o teu descendente” assumiria o reino. O
escritor sagrado, inspirado por Deus, parece querer indicar não, o próximo, mas um
descendente em especial, o Messias.
 Isaías 7.7 – A Criança, descendente de Davi, traria a “paz sem fim” sobre seu reinado,
que seria firmado mediante o “Juízo e a Justiça”. Essas característica de seu reinado,
seriam para toda a eternidade.
 Isaías 11.1-5 – Essa passagem prefigura bem o reinado do Messias. “do tronco de Jessé,
sairá um rebento”, ou seja da raiz ou da descendência de Jessé, pai de Davi. Note a
característica do reinado deste nos versículos 3,4 e 5.

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Ao falarmos que Jesus Cristo é o descendente de Davi, estamos dizendo que Ele é o
Messias, o Rei, o guerreiro, libertador, resgatador, esperado pelos Judeus e pela humanidade.
Todas as passagens messiânicas encontram nele o seu cumprimento.
Não há como falar do filho de Davi, e somente identificá-lo. Temos que falar, também, de
suas obras.
O apóstolo Paulo, em sua epístola aos Gálatas 4.4,5 escreve: “vindo porém a plenitude do
tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que
estavam sob a lei”. A expressão: “sob a lei”, refere-se a lei de Deus dada a Moisés, e aos
Judeus, que por estarem sob a lei deveriam observá-la. Isto quer dizer que Jesus viera para
buscar os Judeus; porém, o apóstolo João, no evangelho homônimo, declara que: “veio para o
que era seu, mas os seus não o receberam, mas a todos os que o receberam, deu-lhes o poder de
serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome”(João 1.11,12). Os Apóstolos
João e Paulo, concordam com o fato de que o Messias, veio para salvar o seu povo,
primeiramente; mas não exclusivamente. Mas estes, que deveriam abrir-lhe os braços para o
receber, não o receberam; porém, os gentios (não Judeus), que não esperavam; alcançaram a
salvação, em Cristo, porque o receberam. Fato este, que Paulo em sua epístola aos Romanos,
discorre extensivamente. No capítulo, ele declara que quando se completarem o “tempo dos
gentios”, Deus se voltará novamente para o seu povo, que ele não rejeitou.
Mas, por que rejeitaram o Messias que tanto aguardavam?
Como disse anteriormente, a imagem que evoca o Filho de Davi, é de um Rei, tal qual foi
o Rei Davi, um homem guerreiro, um líder nato, as nações e as pessoas tinham temor e tremor
ao falar do Rei Davi. Tal deveria ser a figura do seu “descendente”. Contudo, ao tentarem ver
unicamente esta imagem, naquele que dizia-se ser o Messias, os sacerdotes, escribas e fariseus,
decepcionaram-se (lê-se: escandalizaram-se), e rejeitaram-no. E isto é devido ao fato deles não
terem discernido as duas fases da obra do Messias. Eles não podiam conceber a imagem do
Filho de Davi, nascer, viver, da forma que viveu Jesus Cristo; quebrar paradigmas e padrões,
como o mesmo Jesus quebrou. Outro fator que contribuiu para que rejeitassem-no, foi que Jesus,
abertamente, os criticou, denunciou e condenou-os como hipócritas. Jesus via-os como aqueles
que interpretavam a lei ao seu bel prazer, fazendo pesado o julgo do povo (Mateus 23.13).
Todavia, alguns, já na primeira vinda, como foi o caso de Bar-Timeu, reconheceram Jesus
Cristo, como o filho de Davi, o Messias. Porém, a manifestação das qualidades e características,
do Filho de Davi, estavam reservadas para o fim de todas coisas. As profecias bíblicas mostram-
nos, vários eventos, pelos quais, Jesus disse que saberíamos ser o começo do fim. No capítulo
24 e 25 do evangelho de Mateus, Jesus faz um discurso sobre este tema. Inclui-se neste discurso
profecias que foram para o tempo de Jesus, outras para um futuro próximo à época de Jesus, e
outras ainda, para um futuro distante; o qual, creio eu ser os nossos dias. Vemos o Senhor
falando a respeito de uma vinda (segunda), do Filho do Homem. Na realidade Ele estava falando
de si mesmo, da sua segunda vinda. Em várias passagens dos evangelhos, Ele prometeu que
viria novamente a esta terra, completar a obra que Ele havia começado (João 14.1-3/ Atos 1.11).

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Vemos também, Jesus falando que voltaria como um justo juiz; trazendo, com isto a imagem de
Isaías 11.1-5, que diz especialmente três coisas que o Messias faria: “Julgaria com justiça,
repreenderia com equidade e feriria a terra com a vara de sua boca.”
Portanto, a figura do filho de Davi, só se manifesta plenamente, na sua volta, ou seja, na
consumação da sua obra, quando assim, ele implantará o seu reino de paz, e de justiça
(Apocalipse 21.1-7) . Assim, como disse anteriormente, vemos na “vinda”, especialmente a
identidade: o Filho de José. Na “volta”, porém, a figura do Filho de Davi.
Na sua segunda manifestação, embora seja a mesma pessoa, vemos uma descrição
totalmente diferente do filho de José. Veja a descrição do apóstolo João no livro do apocalipse
1.6-8: “Eis que vem com as nuvens e todo olho verá, até os mesmos que o traspassaram; e
todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém. Eu sou o Alfa e o Ômega, o
princípio e o fim, diz o Senhor, que é e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso.” Magnífica
descrição daquele que antes fora rejeitado, por sua aparência. A expressão “todas as tribos... se
lamentarão sobre ele”, cabe bem neste contexto, pois, os que o “traspassaram” e algumas
“tribos da terra” se lamentarão, porque simplesmente rejeitaram-no. Mas, não para por aí, o
mesmo apóstolo teve uma visão da volta de Jesus Cristo, o Filho de Davi, em apocalipse 19.11-
16: “E vi o céu aberto e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel
e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça. E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a
sua cabeça havia muitos diademas... e seguiam-no os exércitos no céu em cavalos brancos, e
vestidos de linho fino branco e puro. E da sua boca saía uma aguda espada para ferir com ela
as nações; e ele as regerá com vara de ferro... e no manto e na sua coxa tem escrito este nome;
Rei dos reis, e Senhor dos senhores.”
Para não restar dúvida, veja o próprio Jesus, falando no final do livro do Apocalipse
(22.12-17): “e, eis que em breve venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um
segundo a sua obra. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim , o primeiro e o derradeiro...
Eu Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas. Eu sou a raiz e a
geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã. E o Espírito e a esposa dizem: vem. E
quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e que quiser, temo de graça da água da vida.”
A visão que temos agora, na segunda manifestação de Jesus Cristo, não é daquele “pobre”
Messias, que nasceu em uma manjedoura, que viveu em um lar humilde, que sofreu, foi
escarnecido, humilhado, maltratado, esbofeteado, morto na cruz. Mas, sim, aquele que é o
Todo-Poderoso, o princípio e o fim, o grande Juiz, que julga com justiça, que dá o seu
galardão/recompensa a cada um segundo as suas obras. Ele é aquele que fora morto, mas que
está vivo; que venceu, e que detém as chaves da morte e do inferno. Aquele que Resgatou a
humanidade (Apocalipse 1.18).

De fato, as escrituras sagradas indicam um tempo de julgamento ou juízo sobre a terra,


especialmente nos livros de Daniel, Ezequiel, Zacarias e o Apocalipse, os quais descrevem este

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juízo como um tempo de tribulação, tempo de angústia, que viria sobre a terra. Entretanto, ao
fiéis, o Senhor diz: “Aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mateus 24.13).

É no estudo da Teologia, fiel as escrituras sagradas, que o homem se propôs a conhecer


um pouco mais de Deus. Através de um estudo sincero, sem preconceito, fiel as escrituras,
chegaremos a conclusão de que Deus tem seus atributos e características. Quando estudamos
os atributos, qualidades e características que compõe a personalidade de Deus, chegamos a
conclusão que são únicos; não são encontrados em qualquer ser humano.
A doutrina da divindade de Jesus, não se baseia meramente em ensinos de homens; antes,
vem da própria escritura sagrada. Ao estudarmos o novo testamento, observaremos, os
atributos, qualidades, nomes, textos, usados a Deus, no Antigo Testamento, sendo usados, a
Jesus Cristo, no Novo Testamento. Em outras palavras, Jesus tem os mesmos atributos de Deus,
por conseqüência, ele é Deus.
Alguns textos são muito atacados por algumas religiões e seitas que não aceitam Jesus
como Divino, e por isso mudaram os textos originais, para uma versão que lhes convém,
acrescentando, retirando e alterando o sentido do texto. Ora, não devemos modificar as
escrituras para corroborar nossas doutrinas ou as nossas convicções; pelo contrário, devemos
encarar certas dificuldades que nos passa os escritos sagrados, e estudá-los, sem pré-conceito,
para compreendê-los em sua totalidade. Algumas seitas chegam a criar aberrações
doutrinárias e teológicas, estranhas as escrituras.

JEREMIAS 23-5,6
MARCOS 10.47
JOÃO 16.33

O Apóstolo Pedro e o escritor de Hebreus, em seus discursos, proferem trechos do Salmo 2


como cumprimento da vida e obra de Jesus. (At 4.24-28; Hb 1.5)

Isaías - Oséias 6.2; 11.1 – Ezequiel 37

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Uma dessas passagens era Isaías 7.10-16, fala a respeito de um menino que nasceria de uma
virgem, cujo nome seria “Emanuel”, ou seja, Deus conosco. O nascimento desse menino era um
sinal dado por Deus a Acaz. Mateus, no evangelho que leva o seu próprio nome, vê em Jesus
Cristo o cumprimento desta passagem. (Mateus 1.23)

Não há sinais que bastem para aqueles que já estão com o coração fechado, cheios de pré-
conceito; esses já estão com sua opinião “concretizada”, como alguns Fariseus (Mateus 12.39-
40). Jesus não precisou transformar as pedras em pão, como sugerira-lhe o adversário; mas,
antes, disse para João Batista, quando questionado por esse, se Jesus era o que haveria de vir:

“E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide, e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes: Os cegos
veem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são
ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho. E bem-aventurado é aquele que não se
escandalizar em mim.”

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3 DESEJO CONHECÊ-LO Por PR ALEX

Ao estudarmos a Bíblia, veremos Jesus trazendo um novo entendimento, a respeito de


conhecimento de, comunhão com, e adoração a Deus. A forma como vemos ou encaramos cada
uma dessas palavras, faz toda a diferença. Por exemplo: Posso empregar a palavra conhecimento
de várias formas; mas quando se trata de conhecer alguém, há duas formas: (i) O conhecimento
teórico ou conhecimento de ouvir falar; este era o conhecimento do patriarca Jó, antes de passar
pela provação que passou. Agora, existe o conhecimento (ii) de andar lado a lado, de ser íntimo,
uma relação de intimidade; isto não é pra todos.
Da mesma forma, temos a palavra adoração. Posso tomá-la de uma forma genérica, ou de uma
forma (i) totalmente superficial, que diga-se de passagem, é muito comum. Esta é uma adoração
da boca para fora. A pessoa que assim “adora” a Deus, o faz, não pensando em agradá-lo, mas
sim, a si mesmo. Ao contrário desta, a verdadeira adoração (ii), segundo Jesus, é a que não esta
limitada a um lugar especifico, não esta limitada ao exterior, mas sim ao interior de cada um. O
Senhor nos mostra que para adorar a Deus é preciso conhecê-lo e conhecer quem Ele é, e seu
modo de agir.
Analisemos a passagem de Oseias 6.1-3: “Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor”
O profeta não só aconselha o povo de Deus a voltar aos caminhos do Senhor, mas também,
conhecer e prosseguir em conhecer-lhe. É interessante o texto dizer: “prosseguir em conhecer”,
fato que dá a entender que Deus é uma fonte inesgotável, da qual nunca encontraremos o fundo
do poço, ou cujos rios nunca secam. E tem razão o profeta!
Outro fato interessante é que, o profeta, usando uma figura de linguagem, diz: “ele a nós vira
como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra”. A chuva serôdia eram chuvas abundantes
e importantíssimas para o plantio; ela chegava quando a terra estava seca, sedenta. Então ele diz
que, assim como a terra, aguardando com ansiedade essas chuvas, por estarem secas, assim seria
com o povo. E assim seria a todos que tivessem secos, com sede de Deus.

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4 SANTIFICAÇÃO Por PR ALEX

Antes de qualquer definição, precisamos voltar ao Antigo Testamento, para termos um


amplo entendimento do que é Santidade.
O livro do Gênesis, nos mostra a criação do universo, da terra, da natureza, das criaturas.
Depois destas, Deus resolve criar um ser diferente de todos os outros, esse ser foi chamado pelo
apóstolo Paulo de, a “coroa da criação”, o homem; era diferente de todos os outros seres, porque
fora feito em parte do que era da terra (Pó/Barro), e em parte, do que era do céus, do que era
divino, o “fôlego da vida” (Gênesis 2.7), porém, ao contrário do que muitos pensam, não era um
tipo de deus. Quando falo que era feito, em parte, do que é divino, estou querendo dizer que
Deus, a fonte da vida; deu ao homem, algo que lhe tornou possível viver, “o fôlego de vida”,
pois sem isso, o homem, seria apenas um boneco de barro. Então, com o homem, Deus faz uma
aliança, de vida e de obediência. Deus criara o homem para relacionar-se com ele. Se isto é um
axioma, também o é, que o homem nasceu para santidade, pois não há relacionamento ou
comunhão com Deus, sem santidade. Sabemos, porém, que Adão e Eva, quebraram a aliança,
sendo rebeldes a Deus; e a conseqüência desta rebeldia, foi o banimento do Éden e o
rompimento da comunhão com Deus.
Você pode se perguntar: por quê Deus se afastou de Adão e Eva, expulsando-os do
paraíso? Isaías 59.1,2 nos mostra muito bem a resposta para essa indagação: “... nem estão
agravados os meus ouvidos para não poder vos ouvir; mas as vossas iniqüidades fazem
separação, entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para
que não vos ouça”. Vemos, neste versículo, que os nossos pecados e iniqüidades nos separam,
nos afastam de Deus; mas por quê? Simples, por causa da sua “Santidade”.
No capítulo 2, falei um pouco do plano de salvação de Deus, para humanidade. Passava
pelo plano de Deus, encontrar um homem que desejasse conhecê-lo, que tivesse disposto, pela
fé, a fazer com Ele uma aliança (Abraão). E através desse homem, uma aliança com sua
descendência, e através dessa, com um povo (Israel), e desse povo viria aquele que mudaria a
história da criação, o resgatador, o Messias; essa aliança iria passando de pai para filho, e aos
descendentes, na medida que estes obedeciam ao Senhor. Embora Deus tivesse feito uma
promessa a Abraão, Isaque e a Jacó, Êxodo capítulo 2, diz que Israel clamou ao Senhor Deus de
seus pais, e este libertou-os da escravidão no Egito. Estava na hora de cumprir as promessas
feitas aos patriarcas. Entretanto, precisamos saber que Deus não se relaciona com qualquer um.
Nos mostra as Escrituras Sagradas, que Deus só se relaciona com quem tem aliança com Ele, e
foi isso que Deus exigiu do povo de Israel, após serem libertos da escravidão no Egito. Toda
aliança (ou contrato) tem seus termos e condições. Os envolvidos são passíveis de direitos e
deveres. No caso da Aliança de Deus com Israel, os termos e condições, direitos e deveres estão
descritos na Lei de Deus, na Torá ou no Pentateuco (Êxodo 20/ Levítico 20.7/ Deuteronômio
28).
Para compreendermos em que consistia essa aliança, analisemos a Lei de Deus; Ela
continha:
 Leis civis ou Judiciais, ou seja, normas de condutas da sociedade ou Estado, em prol do
bem comum.

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 Lei moral, que refletem os Dez Mandamentos - visavam o bem viver com o próximo.
Estas leis, são chamadas horizontais, visam o relacionamento entre as pessoas e a
sociedade em geral. Ela é universal, ou seja deve se observada por todos os homens.
 Por fim, havia, as leis cerimoniais. Algumas dessas leis, eram, simplesmente,
cerimoniais; outras, no entanto, eram para que o povo cumprissem, para o bom
andamento do culto e da adoração a Deus.
 Haviam as leis dietéticas - que regulavam a alimentação. (NOTA: Deus não é um ser
sádico, que tem prazer em proibir, coibir e maltratar o seu povo. Estas leis serviam para
poupar o povo de doenças típicas de certos alimentos, para que o povo tivesse saúde).

Observando e cumprindo tais leis, o povo de Israel cultivaria um relacionamento saudável


e profundo, não só com as pessoas e a sociedade, mas, principalmente, com Deus. Em suma,
posso recorrer as palavras do aclamado pregador Charles G. Finney, em sua obra “Teologia
Sistemática” (P. 489): “Nada é santidade aquém da plena obediência à lei moral”.
Pois bem, falamos da antiga aliança.

A regeneração/salvação foi comprada, ao preço de Sangue, na cruz do calvário, por nosso


Senhor Jesus Cristo, e está disponível a todo aquele que crê na sua maravilhosa obra de
redenção. No entanto, a Santificação, precisamos buscar e alcançar. Em outras palavras, a
Santificação e conseqüência da regeneração em nós efetuada, ela é o alvo do cristão.
Santidade é proveniente do que é Santificado. Finney, na sua já referida obra (p. 491),
declara: “Santificar é separar para uso santo, consagrar uma coisa a serviço de Deus. Declara
ainda, que o vocábulo usado no Antigo Testamento, em Hebraico (Kaudash), expressa a mesma
coisa, no termo equivalente em Grego (hagiazo), no Novo Testamento, e significa: “consagrar,
dedicar, separar, santificar, purificar, tornar limpo ou puro”. Seguindo, ainda, a linha de
raciocínio do autor, a Santificação “não é um mero sentimento de qualquer tipo. Não é um
desejo, um apetite, uma paixão , uma inclinação, uma emoção, nem na verdade algum tipo ou
grau de sentimento. Não é um estado ou fenômeno da sensibilidade... Os escritores inspirados
com certeza usaram os termos traduzidos por santificação para designar um fenômeno da
vontade ou um estado voluntário da mente”. E por fim, conclui (P. 492): “A Santificação,
portanto, não é nada mais nada menos do que obediência plena à lei moral”.
Ao falar da lei moral, falamos do Amor. O Senhor Jesus, de forma extraordinária e
inigualável, sintetizou/resumiu os dez mandamentos, em apenas dois, a saber: “Amar a Deus
sobre todas as coisas... e amar ao próximo como a ti mesmo”. A novidade fica por conta do
segundo, não sendo este, mais importante que o primeiro. O que Jesus quis dizer é que, a pessoa
que tem suas ações, emoções, sentimentos, pensamentos permeados pelo amor bíblico, cumprirá
espontaneamente os outros mandamentos. Contudo, não é fácil amar no sentido do amor bíblico,
baseado em 1 Coríntios 13! Esse amor, assim como a santificação, deve ser buscado, plantado,
cultivado em nós mesmo, através de um esforço consciente, de corpo, alma e espírito; tendo a
certeza que o Espírito Santo nos ajudará em toda nossa fraqueza (Romanos 8.26).
Existe a santidade de Deus, que é a sua pureza de pensamento, de atos, de visão; enfim,
em todos os sentidos, e ela é infinita ou perfeita. Isto quer dizer, em outras palavras, que Deus
não tem qualquer dificuldade para pensar ou fazer o Bem. Ele é a raiz de toda moralidade . Já os
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homens, levam dentro de si, a natureza pecaminosa; encontramos dificuldade em algum ponto,
pois estamos rodeados de fraquezas, tentações, que às vezes, diante delas, sucumbimos.
As vezes, os pecados de pessoas, cidades e nações são tão grande e intensos, que sobem
até aos céus, como se fosse uma fumaça negra, a ponto de Deus não suportá-los , mesmo no céu,
lugar do seu trono; como foi o caso de Sodoma e Gomorra (Gênesis 19.13). Reparando no
contexto deste episódio, observamos algumas coisas interessantes: (i) Deus avisa a Abraão o que
estava intentando fazer aquelas cidades; para que Abraão ordenasse seus filhos e descendentes, a
que guardassem o caminho, os mandamentos e as leis do Senhor Deus. Para que eles fossem um
exemplo para as gerações vindouras. Um exemplo de Santidade (Gênesis 18.19); (ii) Outro fato
interessante é que, devido a notícia, Abraão põe-se a interceder pelos justos que estavam na
cidade. Vemos, primeiro, a importância de justos e crentes fiéis a Deus. Se houvesse apenas dez
justos, Deus preservaria a cidade, por amor aos dez. Segundo, vemos a fidelidade de Deus, o
qual prometeu que não condenaria os justos com os ímpios.
Podemos, também, tomar o exemplo do povo de Canaã.
O fato em questão mostra que certas pessoas, cidades e nações, simplesmente se recusam
permanecer em rebeldia à Deus e as suas leis (Romanos 1.21-23); que são para o próprio bem da
humanidade.
Entretanto, “devemos” buscar a santificação. O Apostolo Paulo em sua epístola aos
Romanos, declara: “segui a paz com todos e a Santificação, sem a qual, ninguém verá o
Senhor”. O mesmo apóstolo mostra-nos um caminho para a santificação: “andemos no Espírito ,
e não satisfaremos os desejos na carne”.

Alma regenerada se esforçará em não pecar, pois assim fazendo, sabe que agredirá a
Santidade de Deus, prejudicando a comunhão com Ele. Outrossim, quem conhece as escrituras
sagradas, especialmente o novo testamento, sabe que temos a favor o sangue de Jesus Cristo,
vertido na cruz do calvário, o qual nos purificou, e nos purifica de todo pecado. Este sangue nos
habilita, uma vez que nos arrependemos, à comunhão novamente com Deus, porventura
tenhamos cometido alguma falta diante de Dele.
Em suma, o que temos falado até aqui é que, a Pureza e a Santidade de Deus é tão grande,
que o pecado é uma agressão a essa pureza. Por isso, o que se relaciona com ele, o faz pela
santificação, obediência a suas leis.

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