O relatório do Departamento de Estado dos EUA sobre a situação
com os direitos humanos no mundo transformou-se na demonstração dos “padrões duplos” da política de Washington nesta área. Tal é a avaliação feita no Ministério das Relações Exteriores da Federação Russa. Nosso observador político Victor Enikeiev constata É possível até mesmo pensar que em Washington possuem um determinado molde, que de acordo com ele escrevem aquelas partes dos seus relatórios que se referem à Rússia. Isso por que todos os anos as acusações contra ela são as mesmas: de se afastar dos princípios democráticos no governo do país, perseguição dos que pensam diferente, limitação da liberdade de expressão, imprensa, e tudo mais. E além do mais também desta vez está presente neste documento o mundialmente conhecido tom de mentor dos lutadores norte-americanos pela democracia. E como foi nos relatórios anteriores, neste existem muitos absurdos, acusações infundadas, erros e manipulações. E quando os autores deste relatório em Washington acusam as autoridades russas de torturar prisioneiros, é óbvio que eles se baseiam na sua própria experiência na prisão iraquiana “Abu Greib” e na base naval dos EUA em Guantánamo (Cuba). Se acreditarmos nos autores deste relatório, então poderemos pensar que hoje a Rússia é certa variante exagerada do Haiti dos anos 60 com seu “Tonton Macoutes” ou El Salvador dos anos 80 com seu esquadrão da morte. E certamente que a terra prometida é os EUA, onde por alguma razão existe a maior população carcerária do mundo, onde existe a gritante e crescente diferença material entre as pessoas, e onde não acabaram de uma vez com os preconceitos raciais. Aliás, também podemos supor que os constantes tiroteios nas escolas, supermercados, nos poços de gasolina – são sintomas do bem- estar e saúde moral da sociedade norte-americana. Lembramos ainda que até hoje os EUA não entraram numa série de acordos sobre os direitos humanos. É preciso falar sobre isso, porém não a partir do principio: em sua terra os negros são linchados. A democracia norte-americana tem praticamente 230 anos, porem pode dizer que ela é perfeita? A democracia russa tem menos de 20 anos. Naturalmente que neste período foi simplesmente impossível se livrar de todos os problemas que herdamos duma sociedade totalitária em que o povo viveu por mais de 70 anos. Sim, na Rússia ocorrem violações dos direitos humanos, porem elas não expressam a natureza do sistema, o que ocorre no país é estupidez de funcionários públicos e corrupção, o que, alias, existe em todos os lugares. E além do mais, é o próprio povo russo quem está mais interessado no fim desses problemas, no cumprimento da democracia e dos direitos humanos. E Moscou está sempre disposto para conversar de forma aberta sobre este problema que considera muito importante e atual. E o lugar mais apropriado para isso é o Conselho da ONU para os Direitos Humanos e não em nenhum Departamento de Estado dos EUA; escreveu Victor Enikeiev.