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concreto avaliadas. De maneira geral, os valores previstos subestimam os resultados


experimentais, sugerindo uma estimava em torno de 30% inferior, independentemente do teor
de substituição do agregado natural por reciclado. Na maioria dos casos, o aumento no teor de
fibras incorporadas promoveu um aumento no erro percentual entre os resultados modelados e
experimentais.
Considerando a escassez de documentos disponíveis na literatura que fornecessem os
parâmetros de entrada necessários para estimativa do módulo de elasticidade do CRRFA, a
baixa amostragem encontrada impede que maiores conclusões sobre a viabilidade de aplicação
do modelo na previsão do módulo de elasticidade sejam feitas. Ainda que o banco de dados
avaliado indique que o modelo não é adequado (independente da faixa de resistência,
quantidade de agregado reciclado ou teor de fibras), é pertinente a realização de mais estudos
que investiguem a aplicação do mesmo na estimativa dessa propriedade do CRRFA.

5.5 PREVISÃO DA RESISTÊNCIA À TRAÇÃO


A redução da resistência à tração do concreto devido ao agregado reciclado foi
reportada por diversos autores (AFROUGHSABET et al., 2017; CHABOKI et al., 2019;
MEESALA, 2019; RAMESH et al., 2018; SU, 2020; TOGHROLI et al., 2020). Na Tabela 5.5
são apresentados os dados de entrada, os valores previstos e experimentais bem como o erro
percentual (Δ).

Tabela 5.5 - Dados de entrada, resultados estimados e valores experimentais extraídos da literatura para
resistência à tração
fct,sp (MPa)
Documento f´c (MPa) Parc (%) Vf (%)
est. exp. Δ (%)
49,8 50 1,00 7,0 7,2 -3,65%
49,8 50 1,00 7,0 7,3 -4,94%
Nazarimoufrad et al. (2016)
49,8 100 1,00 6,9 7,6 -9,76%
49,8 100 1,00 6,9 7,5 -8,89%
84,7 50 0,00 4,6 4,9 -5,09%
84,7 50 0,00 4,6 5,4 -15,86%
84,7 100 0,00 4,6 4,5 1,82%
84,7 100 0,00 4,6 5,1 -11,89%
Afroughsabet et al. (2017)
84,7 50 1,00 8,1 7,0 12,80%
84,7 50 1,00 8,1 8,1 -1,11%
84,7 100 1,00 8,0 7,0 13,13%
84,7 100 1,00 8,0 7,8 2,51%
39,9 50 0,00 3,2 4,3 -34,32%
39,9 50 1,00 6,6 5,9 10,01%
Chaboki et al. (2018)
39,9 100 0,00 3,1 4,0 -29,43%
39,9 100 1,00 6,5 4,1 37,20%
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Tabela 5.5 - Dados de entrada, resultados estimados e valores experimentais extraídos da literatura para
resistência à tração (continuação)
Fct,sp (MPa)
Documento f´c (MPa) Parc (%) Vf (%)
est. exp. Δ (%)
37,4 50 0,00 3,1 4,3 -39,79%
37,4 50 1,00 6,5 6,1 5,50%
Chaboki et al. (2019)
37,4 100 0,00 3,0 4,0 -33,82%
37,4 100 1,00 6,4 4,1 36,20%
32,14 50 0,00 2,8 2,8 1,45%
Meesala et al. (2019)
32,14 50 0,75 5,6 4,0 28,98%
45,6 40 0,00 3,4 2,7 20,09%
45,6 40 0,50 5,4 3,2 41,72%
45,6 40 1,00 6,8 3,5 49,35%
45,6 70 0,00 3,4 2,5 25,31%
Su 2020 45,6 70 0,50 5,4 2,9 45,85%
45,6 70 1,00 6,8 3,2 52,51%
45,6 100 0,00 3,3 2,2 33,61%
45,6 100 0,50 5,4 2,7 49,83%
45,6 100 1,00 6,8 3,1 54,38%
24 10 0,00 2,5 2,3 7,17%
24 10 1,00 5,9 2,7 54,37%
24 25 0,00 2,5 2,0 18,33%
24 25 1,00 5,9 2,5 56,81%
Toghroli et al. (2020)
24 50 0,00 2,4 1,7 28,94%
24 50 1,00 5,9 2,0 65,84%
24 100 0,00 2,4 0,9 62,48%
24 100 1,00 5,8 1,1 81,05%
57,4 100 0,00 3,8 3,6 4,35%
Ali et al. (2021) 57,4 100 0,50 5,8 4,3 25,63%
57,4 100 1,00 7,2 4,5 37,25%
42,6 30 1,00 6,7 6,6 1,28%
42,6 50 0,00 3,3 4,2 -26,88%
Gao et al. (2021) 42,6 50 0,50 5,3 6,8 -28,75%
42,6 50 1,00 6,7 6,9 -3,50%
42,6 100 1,00 6,6 6,2 6,72%

No caso da resistência à compressão, não há influência claramente estabelecida entre


esta propriedade e a incorporação de fibras. Por outro lado, há consenso que a presença de fibras
de aço aumenta a resistência à tração do concreto. Dessa forma, o modelo proposto por Ramesh
et al. (2018), Equação (5.3) leva em conta, além do percentual de agregado reciclado, a
contribuição das fibras de aço. Diferentemente das propriedades mecânicas avaliadas
anteriormente (resistência à compressão e módulo de elasticidade), no caso da resistência à
tração os valores estimados tendem a superestimar os valores experimentais (Figura 5.6).
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Figura 5.6 – Resistência à tração: valores estimados e experimentais para concretos reciclados reforçados
com fibras de aço

Na Tabela 5.6 são apresentadas média, mediana e desvio padrão da diferença


percentual entre os valores de resistência à tração estimados e experimentais do CRRFA,
agrupados por faixa de resistência do concreto de referência, quantidade de agregado reciclado
e volume de fibras na mistura.

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