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NORMA ABNT NBR


BRASILEIRA 16938
Primeira edição
18.02.2021

Concreto reforçado com fibras — Controle da


qualidade
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Fiber reinforced concrete — Quality control

ICS 91.100.10 ISBN 978-65-5659-800-0

Número de referência
ABNT NBR 16938:2021
12 páginas

© ABNT 2021
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Sumário Página

Prefácio................................................................................................................................................iv
Introdução.............................................................................................................................................v
1 Escopo.................................................................................................................................1
2 Referências normativas......................................................................................................1
3 Termos e definições............................................................................................................2
4 Simbologia...........................................................................................................................3
5 Critérios para a qualificação do CRF................................................................................4
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5.1 Qualificação das fibras.......................................................................................................4


5.2 Qualificação do compósito................................................................................................4
6 Controle tecnológico do CRF.............................................................................................5
6.1 Ensaios no estado fresco...................................................................................................5
6.2 Ensaios de resistência à compressão..............................................................................5
6.3 Ensaios de resistência à tração.........................................................................................5
Anexo A (normativo) Identificação e tratamento de resultados discrepantes.................................9
A.1 Princípio...............................................................................................................................9
A.2 Ensaio de Grubbs................................................................................................................9
Anexo B (normativo) Determinação do teor de fibra no concreto fresco...................................... 11
B.1 Princípio............................................................................................................................. 11
B.2 Aparelhagem...................................................................................................................... 11
B.2.1 Recipiente de medida do volume.................................................................................... 11
B.2.2 Recipiente de lavagem...................................................................................................... 11
B.2.3 Mesa vibratória.................................................................................................................. 11
B.2.4 Peneiras............................................................................................................................. 11
B.2.5 Ímã...................................................................................................................................... 11
B.2.6 Balança............................................................................................................................... 11
B.3 Amostragem...................................................................................................................... 11
B.3.1 Condições gerais.............................................................................................................. 11
B.3.2 Volume da amostra...........................................................................................................12
B.3.3 Coleta de amostra.............................................................................................................12
B.4 Procedimento....................................................................................................................12
B.5 Cálculos.............................................................................................................................12

Tabelas
Tabela 1 – Lotes para controle tecnológico de estruturas apenas com CRF,
considerando o tipo de elemento......................................................................................6
Tabela 2 – Lotes para controle tecnológico de estruturas com CRF em conjunto com
armaduras, considerando o tipo de elemento..................................................................7
Tabela 3 – Critérios para aceitação do CRF para controles de produção tipos A e B –
Controle de produção.........................................................................................................8
Tabela A.1 – Valores críticos de G......................................................................................................9

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Prefácio

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização. As Normas


Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos
de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE), são
elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas pelas partes interessadas no tema objeto
da normalização.

Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme as regras da ABNT Diretiva 2.


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A ABNT chama a atenção para que, apesar de ter sido solicitada manifestação sobre eventuais direitos
de patentes durante a Consulta Nacional, estes podem ocorrer e devem ser comunicados à ABNT
a qualquer momento (Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996).

Os Documentos Técnicos ABNT, assim como as Normas Internacionais (ISO e IEC), são voluntários
e não incluem requisitos contratuais, legais ou estatutários. Os Documentos Técnicos ABNT não
substituem Leis, Decretos ou Regulamentos, aos quais os usuários devem atender, tendo precedência
sobre qualquer Documento Técnico ABNT.

Ressalta-se que os Documentos Técnicos ABNT podem ser objeto de citação em Regulamentos
Técnicos. Nestes casos, os órgãos responsáveis pelos Regulamentos Técnicos podem determinar
as datas para exigência dos requisitos de quaisquer Documentos Técnicos ABNT.

A ABNT NBR 16938 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados
(ABNT/CB-018), pela Comissão de Estudo de Concreto Reforçado com Fibras (CE-018:300.011).
O Projeto circulou em Consulta Nacional conforme Edital nº 12, de 21.12.2020 a 03.02.2021.

O Escopo em inglês da ABNT NBR 16938 é o seguinte:

Scope
This Standard establishes the procedures for the initial qualification of fiber reinforced concrete and for
technological control during the production of this concrete, including the criteria for its acceptance in
the work.

This Standard applies to fiber reinforced concrete for structures, including or not steel rebars (active
or passive).

This Standard does not apply to the quality control of sprayed fiber reinforced concrete.

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Introdução

As estruturas de concreto reforçado com fibras (CRF) podem ser classificadas em função de sua
moldagem, podendo-se dividi-las em estruturas de concreto moldado no local, pré-moldadas ou de
concreto projetado. Cada um desses sistemas de moldagem tem especificidades, principalmente no
que diz respeito à adição de fibras ao concreto e, também, ao seu controle.

No caso das estruturas moldadas de forma convencional (moldadas no local ou pré-moldadas


utilizando CRF de consistência plástica ou fluida), pode-se dividi-las em dois grupos, conforme a
ABNT NBR 16935, onde são abordadas as duas possibilidades.
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Por sua vez, as fibras utilizadas como reforço estrutural são abordadas nas ABNT NBR 15530,
ABNT NBR 16941 e ABNT NBR 16942.

Este conjunto de documentos normativos foi elaborado considerando as estruturas moldadas no local
e as pré-moldadas.

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Concreto reforçado com fibras — Controle da qualidade

1 Escopo
Esta Norma estabelece os procedimentos para a qualificação inicial do concreto reforçado com
fibras (CRF) e para o controle tecnológico durante a produção deste concreto, incluindo os critérios para
a sua aceitação na obra.
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Esta Norma se aplica ao concreto reforçado com fibras destinado às estruturas, incluindo ou não
armaduras (passivas ou ativas).

Esta Norma não se aplica ao controle da qualidade do concreto projetado reforçado com fibras.

2 Referências normativas
Os documentos a seguir são citados no texto de tal forma que seus conteúdos, totais ou parciais,
constituem requisitos para este Documento. Para referências datadas, aplicam-se somente as edições
citadas. Para referências não datadas, aplicam-se as edições mais recentes do referido documento
(incluindo emendas).

ABNT NBR 5738, Concreto – Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova

ABNT NBR 5739, Concreto – Ensaio de compressão de corpos de prova cilíndricos

ABNT NBR 9062, Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado

ABNT NBR 9833, Concreto fresco – Determinação da massa específica, do rendimento e do teor de
ar pelo método gravimétrico

ABNT NBR 12655, Concreto de cimento Portland – Preparo, controle, recebimento e aceitação –
Procedimento

ABNT NBR 15530, Fibras de aço para concreto – Requisitos e métodos de ensaio

ABNT NBR 15823-2, Concreto auto-adensável – Parte 2: Determinação do espalhamento e do tempo


de escoamento e do índice de estabilidade visual – Método do cone de Abrams

ABNT NBR 16889, Concreto – Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone

ABNT NBR 16940, Concreto reforçado com fibras – Determinação da resistência à tração na flexão
(limite de proporcionalidade e residual) – Método de ensaio

ABNT NBR 16939, Concreto reforçado com fibras – Determinação das resistências à fissuração e
residuais à tração por duplo puncionamento – Método de ensaio

ABNT NBR 16941, Fibras de vidro álcali resistentes (AR) para concreto e argamassa – Requisitos e
métodos de ensaio

ABNT NBR 16942, Fibras poliméricas para concreto – Requisitos e métodos de ensaio

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ABNT NBR NM ISO 3310-1, Peneiras de ensaio – Requisitos técnicos e verificação – Parte 1: Peneiras
de ensaio com tela de tecido metálico (ISO 3310-1, IDT)

ABNT NBR NM ISO 3310-2, Peneiras de ensaio – Requisitos técnicos e verificação – Parte 2: Peneiras
de ensaio de chapa metálica perfurada (ISO 3310-2:1999, IDT)

3 Termos e definições
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os seguintes termos e definições.
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3.1
aceitação do concreto
verificação do atendimento a todos os requisitos especificados para o concreto

3.2
amostra de concreto
volume de concreto retirado do lote, com o objetivo de fornecer informações, mediante a realização de
ensaios sobre a conformidade deste lote, para fins de recebimento e aceitação

3.3
concreto reforçado com fibras
CRF
compósito caracterizado por uma matriz de concreto estrutural com fibras descontínuas

3.4
exemplar
elemento da amostra constituído por dois corpos de prova da mesma betonada, moldados no mesmo
ato, para cada idade de ensaio

3.5
elementos de concreto reforçado com fibras
elementos estruturais elaborados com concreto reforçado com fibras que não possuem qualquer tipo
de armadura

3.6
elementos de concreto reforçado com fibras em conjunto com armaduras
elementos estruturais elaborados com concreto reforçado com fibras e armaduras passivas ou ativas

3.7
limite de proporcionalidade
LOP
valor da força de tração considerada limite de proporcionalidade entre a tensão e a deformação do
concreto reforçado com fibras

3.8
lote de concreto
volume determinado de concreto, elaborado e aplicado sob condições consideradas uniformes (mesma
classe, mesma família, mesmos procedimentos e mesmo equipamento)

3.9
resistência residual à tração
valor da resistência correspondente à força residual pós-fissuração da matriz do concreto reforçado
com fibras

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4 Simbologia
Para os efeitos desta Norma, aplica-se a seguinte simbologia.

CMOD medida da abertura do entalhe

CMOD1 medida de abertura do entalhe de 0,5 mm

CMOD2 medida de abertura do entalhe de 1,5 mm

CMOD3 medida de abertura do entalhe de 2,5 mm


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CMOD4 medida de abertura do entalhe de 3,5 mm

fL resistência à tração na flexão do CRF (limite de proporcionalidade)

fLk resistência característica à tração na flexão do CRF (limite de proporcionalidade)

fLm resistência média à tração na flexão do CRF (limite de proporcionalidade)

fR1 resistência residual à tração na flexão do CRF correspondente ao CMOD1

fR2 resistência residual à tração na flexão do CRF correspondente ao CMOD2

fR3 resistência residual à tração na flexão do CRF correspondente ao CMOD3

fR4 resistência residual à tração na flexão do CRF correspondente ao CMOD4

fR1m resistência residual média à tração na flexão do CRF correspondente ao CMOD1

fR2m resistência residual média à tração na flexão do CRF correspondente ao CMOD2

fR3m resistência residual média à tração na flexão do CRF correspondente ao CMOD3

fR4m resistência residual média à tração na flexão do CRF correspondente ao CMOD4

fR1k resistência residual característica à tração na flexão do CRF correspondente ao CMOD1

fR2k resistência residual característica à tração na flexão do CRF correspondente ao CMOD2

fR3k resistência residual característica à tração na flexão do CRF correspondente ao CMOD3

fR4k resistência residual característica à tração na flexão do CRF correspondente ao CMOD4

fR0,5 resistência residual à tração do CRF no ensaio de duplo puncionamento correspondente


a um deslocamento vertical de 0,5 mm

fR1,5 resistência residual à tração do CRF no ensaio de duplo puncionamento correspondente


a um deslocamento vertical de 1,5 mm

fR2,5 resistência residual à tração do CRF no ensaio de duplo puncionamento correspondente


a um deslocamento vertical de 2,5 mm

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fR3,5 resistência residual à tração do CRF no ensaio de duplo puncionamento correspondente


a um deslocamento vertical de 3,5 mm

fR0,5m resistência residual média à tração do CRF no ensaio de duplo puncionamento correspondente
a um deslocamento vertical de 0,5 mm

fR1,5m resistência residual média à tração do CRF no ensaio de duplo puncionamento correspondente
a um deslocamento vertical de 1,5 mm

fR2,5m resistência residual média à tração do CRF no ensaio de duplo puncionamento correspondente
a um deslocamento vertical de 2,5 mm
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fR3,5m resistência residual média à tração do CRF no ensaio de duplo puncionamento correspondente
a um deslocamento vertical de 3,5 mm

5 Critérios para a qualificação do CRF


5.1 Qualificação das fibras

As fibras a serem utilizadas como reforço estrutural devem ser qualificadas previamente de acordo
com as seguintes normas:

a) fibras de aço: ABNT NBR 15530;

b) fibras de vidro álcali-resistentes (AR): ABNT NBR 16941;

c) fibras poliméricas: ABNT NBR 16942.

No caso do CRF, os ensaios prévios definidos em 5.2 são de especial importância para a escolha das
fibras a serem utilizadas e suas dosagens.

5.2 Qualificação do compósito

A qualificação do CRF deve considerar os seguintes ensaios:

a) tração na flexão: resistências (LOP) e residuais fR1m, fR2m, fR3m e fR4m, conforme a
ABNT NBR 16940;

b) resistência à compressão, conforme a ABNT NBR 5739;

c) duplo puncionamento (opcional): resistências à tração e residuais fR0,5m, fR1,5m, fR2,5m, fR3,5m,
conforme a ABNT NBR 16939.

Nos casos previstos em 5.2-a) e c), devem ser realizados ensaios aos 28 dias em no mínimo
oito corpos de prova, de acordo com os procedimentos estabelecidos nas ABNT NBR 16940 e
ABNT NBR 16939.

Para cada resistência, o método para identificação de valores atípicos (discrepantes), conforme o Anexo A,
pode ser aplicado para eliminar até dois resultados.

As resistências devem ser calculadas como a média aritmética de pelo menos seis corpos de prova,
sendo que o valor do coeficiente de variação de cada série de corpos de prova ensaiados não pode

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ser superior a 25 %. Caso isso ocorra, deve-se repetir o ensaio em uma série de seis corpos de prova,
calculando a média com base em pelo menos 12 corpos de prova das duas séries ensaiadas.

Não pode ocorrer qualquer possível modificação na matriz de concreto ou da fibra (marca, tipo e dosagem)
em relação ao que foi previamente estabelecido, até que se comprove o desempenho da fibra com
base nos ensaios prévios estabelecidos antes do início da execução da estrutura.

Excepcionalmente, a critério do projetista, quando existem informações documentadas referentes


às propriedades de 5.2-a) e b), essas informações podem ser aceitas para a qualificação do material.
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6 Controle tecnológico do CRF


6.1 Ensaios no estado fresco

A avaliação do concreto fresco compreende a verificação da consistência pelo abatimento do tronco


de cone, que deve ser feita conforme a ABNT NBR 16889, ou do espalhamento do concreto, conforme
a ABNT NBR 15823-2, em função do tipo de concreto previamente especificado.

Os ensaios de consistência devem ser realizados em todos os caminhões, no caso de concreto dosado
em central.

Quando as fibras são adicionadas ao concreto na usina, o controle do teor de fibras no concreto fresco,
com os procedimentos indicados no Anexo B, deve ser realizado por amostragem total (todos os caminhões),
conforme a ABNT NBR 12655.

6.2 Ensaios de resistência à compressão

A resistência à compressão do CRF deve ser determinada conforme a ABNT NBR 5739. A formação
de lotes e os critérios de aceitação ou rejeição dos lotes devem seguir os procedimentos da
ABNT NBR 12655.

Para estruturas de CRF pré-moldadas, adicionalmente devem ser consultados os procedimentos da


ABNT NBR 9062.

6.3 Ensaios de resistência à tração

Para o controle da resistência à tração do CRF, devem ser realizados ensaios de tração na flexão, limite
de proporcionalidade (fL) e resistências residuais fR1, fR2, fR3 e fR4, conforme a ABNT NBR 16940.

A critério do projetista, o ensaio de duplo puncionamento, conforme a ABNT NBR 16939, pode ser
utilizado para a determinação da resistência à tração (fissuração) (ft) e das resistências residuais (fR0,5,
fR1,5, fR2,5 e fR3,5) no controle tecnológico do CRF, desde que, na etapa de qualificação do compósito
(ver 5.2), seja estabelecida a correspondência com as resistências determinadas no ensaio de tração
na flexão, conforme a ABNT NBR 16940.

6.3.1 Tipos de controle

Consideram-se dois tipos de controle de resistência à tração do CRF: o controle para aplicações tipo A
e o controle para aplicações tipo B.

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O tipo A deve ser adotado para aplicações com controle básico do CRF, considerando os critérios para
formação de lotes, amostragem e sua aceitação, indicados em 6.3.1.1 a 6.3.1.3.

O tipo B deve ser adotado para aplicações que realizam ensaios preliminares de desempenho de pelo
menos dois elementos estruturais, produzidos para verificar os parâmetros de projeto, e um controle
rigoroso de produção do CRF certificado por terceira parte.

6.3.1.1 Formação de lotes

Os critérios de formação de lotes para as resistências à tração na flexão, LOP e residuais, de estruturas
produzidas apenas com CRF, estão indicados na Tabela 1.
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Tabela 1 – Lotes para controle tecnológico de estruturas apenas com CRF,


considerando o tipo de elemento
Solicitação principal do elemento da estrutura
Identificação Placas com interface
(o mais exigente com o meio elástico Vigas, lajes,
Paredes e Sapatas rígidas,
para cada caso) (pisos, pavimentos, pilares, muros
painéis blocos, estacas
radiers, sapatas de contenção
flexíveis)
Volume de
50 m3 a 50 m3 25 m3 50 m3
concreto
Tempo de
Diário Diário Diário Diário
concretagem
Número de
– 1 1 –
pavimentos
Número de
3 3 3 3
exemplares
a Para volumes inferiores a 25 m3, a amostragem deve ser total (por caminhão).

No caso de placas com interface com o meio elástico e a critério do projetista, o lote pode ser formado
por um volume de concreto de 100 m3 e tempo de concretagem de dois dias, quando for realizada
a determinação do teor de fibras no concreto fresco, com os procedimentos indicados no Anexo B, ou
o controle documentado da adição de fibras na obra.

Os critérios de formação de lotes para as resistências à tração na flexão, LOP e residuais, de estruturas
produzidas com CRF em conjunto com armadura (As ≥ 0,15 % da seção transversal), estão indicados
na Tabela 2.

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Tabela 2 – Lotes para controle tecnológico de estruturas com CRF em conjunto com armaduras,
considerando o tipo de elemento
Solicitação principal do elemento da estrutura
Identificação Placas com interface
(o mais exigente com o meio elástico Vigas, lajes,
Paredes e Sapatas rígidas,
para cada caso) (pisos, pavimentos, pilares, muros
painéis blocos, estacas
radiers, sapatas de contenção
flexíveis)
Volume de
100 m3 a 100 m3 50 m3 100 m3
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concreto
Tempo de
Diário Diário Diário Diário
concretagem
Número de
– 1 1 –
pavimentos
Número de
3 3 3 3
exemplares
a Para volumes inferiores a 25 m3, a amostragem deve ser total (por caminhão).

6.3.1.2 Amostragem

A quantidade mínima de corpos de prova por exemplar para a determinação das resistências LOP e
residuais (fR1, fR2, fR3 e fR4) ou para o controle tecnológico com o ensaio de duplo puncionamento,
deve ser de dois corpos de prova.

Para cada resistência, o método para identificação de valores atípicos (discrepantes), conforme o Anexo A,
pode ser aplicado para eliminar até dois resultados.

6.3.1.3 Critérios para aceitação do CRF

Para os requisitos de projeto especificados em valores característicos (xk), a conformidade dos


resultados médios e individuais dos ensaios de tração na flexão (fL e residuais) e de duplo puncionamento
(ft e residuais) deve ser verificada em função do tipo de controle adotado (tipo A e tipo B), conforme
a Tabela 3.

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Tabela 3 – Critérios para aceitação do CRF para controles de produção tipos A e B –


Controle de produção
Critério 1 Critério 2
Número n
Média de n resultados xj Resultado de cada ensaio
Tipo de controle de resultados
de ensaio x xj
MPa MPa
Tipo A ≥4 ≥ xk + ∆ ≥ xk – ∆/2
6 ≥ xk + 1,87 . σ
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7 ≥ xk + 1,77 . σ
8 ≥ xk + 1,72 . σ
9 ≥ xk + 1,67 . σ
10 ≥ xk + 1,62 . σ
Tipo B ≥ xk – ∆/2
11 ≥ xk + 1,58 . σ
12 ≥ xk + 1,55 . σ
13 ≥ xk + 1,52 . σ
14 ≥ xk + 1,50 . σ
15 ≥ xk + 1,48 . σ
σ é o desvio-padrão;
∆ é igual a 0,5 MPa para fL e igual a 0,35 . x para fR1, fR2, fR3, fR4 (na flexão);
∆ é igual a 0,3 MPa para ft e igual a 0,35 . x para fR0,5, fR1,5, fR2,5, fR3,5 (no duplo puncionamento).

Os lotes de concreto devem ser aceitos, quando o valor médio das resistências obtidas nos ensaios
de tração na flexão (fL e residuais) e de duplo puncionamento (ft e residuais), calculado conforme a Tabela 3,
for satisfeito.

Para os requisitos de projeto especificados em valores médios ( x ), a conformidade deve ser verificada
pela comparação direta dos resultados médios obtidos nos ensaios de tração na flexão (fL e residuais)
e de duplo puncionamento (ft e residuais), com o valor médio especificado em projeto.

Quando um ou mais parâmetros de projeto não forem aceitos, o projetista deve ser consultado.

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Anexo A
(normativo)

Identificação e tratamento de resultados discrepantes

A.1 Princípio
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Este Anexo prevê o tratamento estatístico de conjuntos de resultados de ensaios a partir do ensaio de
Grubbs.

A.2 Ensaio de Grubbs


O ensaio de Grubbs é primeiramente realizado para verificar a existência de um valor discrepante em
cada extremidade do conjunto de dados.

Dado um conjunto de n resultados (gi com i = 1, 2, ..., n) dispostos em ordem crescente, para identificar
se um resultado (maior ou menor) pode ser considerado discrepante, deve ser calculado o valor GC,
utilizando-se a equação a seguir:

(g s − g )
Gc =
s

onde

gs é o resultado suspeito de discrepância;

g é o resultado médio do conjunto de dados;

s é o desvio-padrão do conjunto de dados, que deve ser determinado pela seguinte equação:

n 2
∑ i =1( gi − g )
s=
n −1

O valor de G calculado (GC) é comparado com um valor crítico de G (Gcrít), para um nível de significância
de 5 %. Um resultado é considerado discrepante se GC > Gcrít.

Os valores de Gcrít são apresentados na Tabela A.1.

Tabela A.1 – Valores críticos de G (continua)


n Gcrít n Gcrít n Gcrít
3 1,15 16 2,59 29 2,89
4 1,48 17 2,62 30 2,91
5 1,71 18 2,65 31 2,92

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Tabela A.1 (conclusão)


n Gcrít n Gcrít n Gcrít
6 1,89 19 2,68 32 2,94
7 2,02 20 2,71 33 2,95
8 2,13 21 2,73 34 2,97
9 2,21 22 2,76 35 2,98
10 2,29 23 2,78 36 2,99
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11 2,34 24 2,80 37 3,00


12 2,41 25 2,82 38 3,01
13 2,46 26 2,84 39 3,03
14 2,51 27 2,86 40 3,04
15 2,55 28 2,88 50 3,13

Para verificar a existência de um segundo valor discrepante, remover o primeiro discrepante confirmado
da média do conjunto de dados e repetir o procedimento.

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Anexo B
(normativo)

Determinação do teor de fibra no concreto fresco

B.1 Princípio
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Este Anexo estabelece um procedimento para a determinação do teor de fibra da mistura de concreto
no estado fresco, por meio do método de lavagem. O método se aplica às amostras de concreto
reforçado com fibras descontínuas de aço, poliméricas ou de vidro.

B.2 Aparelhagem

B.2.1 Recipiente de medida do volume


Rígido, de plástico ou de metal não atacável pelos constituintes do concreto fresco, com capacidade
mínima de 6 L. A borda superior deve ser lisa e plana.

B.2.2 Recipiente de lavagem


Recipiente com dimensões adequadas para a acomodação das peneiras durante o apoio no processo
de lavagem, para separação das fibras do concreto.

B.2.3 Mesa vibratória


Equipamento de vibração externa que atenda aos requisitos da ABNT NBR 5738.

B.2.4 Peneiras
Peneiras da série normal ou intermediária, que atendam à ABNT NBR NM-ISO 3310-1 ou à
ABNT NBR NM-ISO 3310-2. A peneira superior deve ter abertura de malha de 4,8 mm e a peneira
inferior deve ter abertura de malha de 0,6 mm.

B.2.5 Ímã
Material com propriedades ferromagnéticas, natural ou artificial (eletroímã).

B.2.6 Balança
Com resolução de no mínimo 1 g, para a pesagem das fibras.

B.3 Amostragem

B.3.1 Condições gerais


As amostras devem ser obtidas aleatoriamente, logo após terem sido completadas a adição e a
homogeneização de todos os componentes do concreto reforçado com fibras.

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B.3.2 Volume da amostra


O volume de amostra deve ser de no mínimo 1,5 vez a quantidade necessária para duas determinações.

B.3.3 Coleta de amostra


A coleta de amostra deve ser realizada durante a operação de descarga, após a retirada dos primeiros
15 % e antes de completar a descarga de 85 % do volume total do caminhão betoneira.

No caso do concreto ser bombeado, a coleta da amostra deve ser realizada no bocal de saída do concreto.
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B.4 Procedimento
O volume do recipiente (V) deve ser determinado por meio da medida da quantidade de água requerida
para o completo preenchimento, conforme procedimento indicado na ABNT NBR 9833.

O concreto deve preencher todo o volume do recipiente e ser colocado em camada única. O adensamento
deve ser realizado exclusivamente por vibrações externas (mesa vibratória ou vibrador de parede). No
caso de concreto autoadensável com fibras, o molde deve ser totalmente preenchido e nivelado sem
adensamento. O tempo de vibração requerido é particular para cada concreto, tipo de vibrador e molde.
A vibração deve ser finalizada quando a superfície do concreto apresentar um aspecto relativamente
liso e praticamente não houver afloramento de bolhas de ar na superfície.

O concreto do recipiente deve ser vertido sobre o conjunto de peneiras e deve ser adicionada água
limpa para lavagem das fibras. O conjunto de peneiras deve ser posicionado de maneira decrescente
em relação ao valor de abertura da malha, em milímetros. As fibras poliméricas e de vidro podem ser
coletadas manualmente. As fibras metálicas podem ser coletadas com o auxílio de um ímã. Repetir
o processo até a completa liberação das fibras.

Após a coleta das fibras, verificar se é necessário complementar a lavagem delas para a remoção de
resíduos do concreto. Já limpas, as fibras devem ser encaminhadas para secagem. As fibras podem
ser secas em estufa a 110 °C ± 5 °C, até massa constante.

O procedimento deve ser repetido para uma segunda determinação retirada da mesma amostra coletada.

NOTA Para fibras poliméricas, o processo de lavagem pode ser realizado com uma betoneira estacionária,
o que facilita a liberação das fibras.

B.5 Cálculos
O teor de fibras deve ser calculado para cada determinação pela seguinte equação:
Mf
Vf =
V
onde

Vf é volume de fibras, expresso em quilogramas por metro cúbico (kg/m3);

Mf é a massa de fibras coletada após secagem e resfriamento, expressa em quilogramas (kg);

V é volume do recipiente, expresso em metros cúbicos (m3).

O teor de fibras deve ser expresso como sendo o resultado médio das duas determinações.

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