Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Werlen - From Local To Global TRADUZIDO
Werlen - From Local To Global TRADUZIDO
Benno Werlen
1. Introdução
B. Werlen (*)
Departamento de Geografia, Universidade Friedrich Schiller Jena, L€obdergraben 32, 07743 Jena,
Alemanha
e-mail: benno.werlen@uni-jena.de
4 B. Werlen
6 B. Werlen
espaço, mas também a formas de vida com fronteiras locais e regionais claras, e certamente
não inclui o alcance global das esferas sociais e económicas.
Assim, a lógica da investigação dominante neste campo começa convencionalmente a
partir de constelações espaciais pré-dadas e normalmente também forma a situação
problemática observada empiricamente no mundo biofísico. Portanto – e à primeira vista
de forma absolutamente lógica – as ciências naturais, incluindo as geociências, são vistas
como disciplinas com competências de primeira ordem. Além disso, os problemas de
sustentabilidade têm sido muitas vezes considerados como problemas espaciais que
deveriam ser abordados por estratégias espaciais, ou pelo menos por estratégias territoriais de resolução de prob
Estas visões podem ser entendidas como expressões, ou consequências, da ontologia
espacial, em vez da ontologia espacial pré-moderna na tradição do contentor newtoniano e
do espaço vital de Haeckel. Esta compreensão baseia-se em formas de pensar
geodeterministas altamente problemáticas e até mesmo dramaticamente destrutivas,
especialmente na história europeia no século XIX e na primeira metade do século XX.
Simplesmente não podemos negar que esta lógica de pensar, agir e politizar tem a mesma
base histórica, científica e epistemológica que a geopolítica tradicional praticada pelas
políticas de expansão imperialista europeia e pelas doutrinas nacional-socialistas do sangue
e do solo.
Com a aceitação de toda a acção humana a montante, recipientes ou espaços de
habitação pré-dados implicam duas reduções naturalistas (Werlen e Weingarten 2005, 291).
Dado que apenas factos materiais alargados podem ser localizados em tais espaços, todos
os aspectos do significado são inicialmente negligenciados e reduzidos a um veículo
material de representação do significado. As dimensões sociais evaporam-se e a acção
humana significativa é reduzida ao aspecto biológico do simples comportamento. A
segunda redução naturalista reside na reificação do social. O social torna-se um objeto
natural com as mesmas qualidades das entidades mundiais biomateriais. Entidades do
mundo social são assim tratadas como propriedades biomateriais. Com base nestes tipos
de operações, propriedades biomateriais como raça, sexo, etc. são consideradas como
características sociais, e acredita-se que os discursos racistas, sexistas, etc. derivados
sejam, ou pelo menos implicitamente apresentados como, natural ou mesmo natural-
cientificamente justificado. Devemos superar esta constelação altamente problemática
intelectual, política e eticamente e avançar em direção a uma imaginação geográfica pós-
colonial (Said 1978; Gregory 1993, 2004; Jazeel 2012) ou, melhor ainda, em direção a uma
visão de mundo pós-colonial, levando em conta o novas constelações espaço-temporais,
mundos sócio-culturais significativos e princípios democráticos generalizados.
No geral, o estatuto pré-dado da natureza e do espaço implica padrões normativos que
minam as diferenças culturais e sociais de uma forma afirmativa e democrática. A partir
disso podemos tirar a hipótese de que a perspectiva recipiente/espaço vital também
prejudica a aceitação necessária das políticas ecológicas sugeridas com base nestas
premissas.
Machine Translated by Google
Há muitas evidências de que a ação humana induz a maioria dos problemas ecológicos.
As metodologias e desenhos de investigação científica devem, portanto, adaptar a mesma
lógica: devem partir de práticas sócio-culturais e considerá-las como as causas, ou
melhor, as razões dos problemas ecológicos. O alcance global que as consequências
das práticas humanas têm significa que devemos concentrar-nos em rastrear a
constelação de problemas globais até às ações e rotinas diárias, com as suas múltiplas
diferenciações culturais, que são produzidas e reproduzidas num contexto local específico.
8 B. Werlen
excluídos da pesquisa científica social. Isto pode ser visto como o segundo desafio para a
sociedade natureza e para as interfaces ciência-política. Em suma, as ciências naturais não
têm uma visão diferenciada das causas e razões dos problemas ecológicos induzidos pelo
homem, e as principais abordagens das ciências sociais sofrem em grande parte com uma
quase ausência de conhecimentos biofísicos do mundo no que diz respeito às práticas sociais.
A exclusão de uma construção significativa do mundo sociocultural e da atribuição de
significado sociocultural ao mundo biofísico, por um lado (a perspectiva naturalista), e a
exclusão do ator corporificado como meio de práticas humanas do mundo biofísico, por
outro. por outro lado (a perspectiva culturalista) é constitutiva para a lacuna que deve ser
superada pela investigação ecológica integrada. Contudo, a teoria geral dos sistemas é, até
à data, a abordagem mais proeminente para superar esta lacuna através de um quadro
teórico. Esta abordagem é aplicada nas ciências naturais e sociais, bem como na investigação
ecológica. Integra sistemas biofísicos e socioeconômicos no mesmo nível ontológico. No
entanto, as formas como os factos biofísicos e socioeconómicos existem diferem: os factos
biofísicos podem ser caracterizados como existindo num domínio de materialidade e
determinação (causal), enquanto os factos socioeconómicos residem num domínio de
contextualidade, significado e dependência de trajetória. Os dois não podem ser tratados
como se estivessem integrados num único sistema governado pelos mesmos tipos de
relações funcionais; reconhecer as suas lógicas distintas é um pré-requisito para abordar
com sucesso as realidades socioculturais e os desafios ecológicos, ou os dilemas que a
acção humana produz. Compreender os impactos das interpretações culturais é um pré-
requisito para alcançar o desenvolvimento sustentável para alcançar a sustentabilidade
global.
O estado actual da investigação integrada carece amplamente de uma estratégia
ontologicamente sólida e promissora para a resolução integrada de problemas e de uma
consideração aceitável do poder dos esquemas culturais no que diz respeito às interpretações
das condições naturais de vida. Podemos concluir que enfrentamos quatro pontos fracos – falta de:
10 B. Werlen
5 Da Interdisciplinar à Transdisciplinar
12 B. Werlen
6 Construindo Pontes
locais || Global
Compreensão global
Sociais || Natural
Pesquisa transdisciplinar
Ciência || Diariamente
Integração de diferentes tipos de conhecimento
Políticas ascendentes baseadas em decisões quotidianas
Esportes/diversão//recriação
14 B. Werlen
Desta forma, a iniciativa da IGU espera produzir conhecimentos profundos mas práticos
sobre as formas como todos os povos podem viver de forma mais sustentável na Terra e com
ela, bem como uns com os outros. Inclui conjuntos de ações que estabelecerão iniciativas de
investigação científica e melhorarão a sensibilização do público para as principais questões
da vida humana. Além disso, a iniciativa pretende aumentar o entusiasmo da comunidade
científica pela investigação transdisciplinar.
Referências
Beck, U. (1986). Risikogesellschaft. Auf dem Weg in eine andere Moderne. Frankfurt: Suhrkamp.
Beck, U. (2006). A visão cosmopolita. Cambridge: Polity Press.
Beck, U. (2009). Mundo em risco. Cambridge: Polity Press.
Bourdieu, P. (1977). Esboço de uma teoria da prática. Cambridge: Cambridge University Press.
Brenner, N. (2001). Os limites da escala? Reflexões metodológicas sobre estruturação escalar.
Progresso na Geografia Humana, 25(4), 591–614.
Ga¨bler, K. (2015). Gesellschaftlicher Klimawandel. Eine Sozialgeographie der okologischen €
Transformation (Sozialgeographische Bibliothek, Vol. 17). Estugarda: Franz Steiner Verlag.
Giddens, A. (1984). A constituição da sociedade. Cambridge: Polity Press.
Giddens, A. (2009). A política das mudanças climáticas. Cambridge: Polity Press.
Gregório, D. (1993). Imaginações geográficas. Londres: Blackwell.
Gregório, D. (2004). O presente colonial. Afeganistão, Palestina, Iraque. Londres: Blackwell.
Gregory, D. e Urry, J. (1985). Relações sociais e estruturas espaciais. Londres: Macmillan.
Grober, U. (2010). Die Entdeckung der Nachhaltigkeit. Munique: Kunstmann.
Grunwald, A., & Kopfmüller, J. (2012). Nachhaltigkeit. Frankfurt: CampusVerlag.
Haeckel, E. (1866). Generelle Morphologie der Organismen. Allgemeine Grundzuge der €
€
Haeckel, E. (1878/1879). Gesammelte populare Vortr age aus dem Gebiete der Entwicklungslehre.
Bonn: Strauß.
Machine Translated by Google
Harvey, D. (1989). A condição da pós-modernidade: uma investigação sobre as origens da mudança cultural.
Oxford: Blackwell.
Harvey, D. (2005). Espaços de neoliberalização: Rumo a uma teoria da desigualdade geográfica
desenvolvimento. Estugarda: Steiner Verlag.
Hauff, V. (1987). Unsere gemeinsame Zukunft – Der Brundtland-Bericht der Weltkommission fur€
Umwelt e Entwicklung. Greven: Eggenkamp.
IPCC. (2014). Resumo para formuladores de políticas. Em O. Edenhofer, R. Pichs-Madruga, Y. Sokona,
E. Farahani, S. Kadner, K. Seyboth, A. Adler, I. Baum, S. Brunner, P. Eickemeier,
B. Kriemann, J. Savolainen, S. Schl€omer, C. von Stechow, T. Zwickel e JC Minx (Eds.),
Mudanças climáticas 2014, mitigação das mudanças climáticas. Contribuição do Grupo de Trabalho III para o
quinto relatório de avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (pp. 1–31).
Cambridge/Nova York: Cambridge University Press.
Jaeger, C., Renn, O., Rosa, EA e Webler, T. (2001). Risco, incerteza e ação racional.
Londres: Publicações Earthscan.
Jazeel, T. (2012). Pós-colonialismo: Orientalismo e a imaginação geográfica. Geo-Primário
rafia, 97(1), 4.
Latour, B. (1991). Nous n'avons jamais e´te´ modernes. Ensaio de antropologia simétrica. Paris: La
Descoberto.
Lefebvre, H. (1974). A produção do espaço. Paris: Éd. Antropos
€
Lippuner, R. (2005). Raum, Systeme, Praktiken. Zum Verhaltnis von Alltag, Wissenschaft und
Geografia. Estugarda: Steiner Verlag.
Marston, S. (2000). A construção social da escala. Progresso na Geografia Humana, 24(2),
219–242.
McHale, J. (1969). O Futuro do Futuro. Nova York: George Braziller Inc.
Mittelstrass, J. (2001). Wissen e Grenzen. Estudos Filosóficos. Frankfurt: Suhrkamp.
Newton, I. (1704). Óptica: Ou, tratado de reflexão, refração, inflexões e cores de
luz. Londres: Impresso para Sam. Smith e Benj. Walford, impressores da Royal Society, no
Armas do Príncipe no cemitério da Igreja de São Paulo.
€
Ratzel, F. (1882). Antropogeografia. Grundzuge der Anwendung der Erdkunde auf die
Geschichte. Estugarda: J. Engelhorn.
Ratzel, F. (1901). Der Lebensraum. Um estudo biogeográfico. Tübingen: H. Laupp.
Reid, WV, Chen, D., Goldfarb, E., Hackmann, H., Lee, YT, Mokhele, K., Ostrom, E.,
e outros. (2010). Ciência do sistema terrestre para a sustentabilidade global: Grandes desafios. Ciência, 330
(6006), 916–917.
Rosa, H. (2013). Aceleração social: uma nova teoria da modernidade. Nova York: Universidade de Columbia
Imprensa.
Soziologischen Tagungen (1910). Em M. Weber (Ed.), Gesammelte Aufsatze zur Soziologie und Sozialpolitik
(pp. 431–491). Tübingen: Mohr Siebeck.
Werlen, B. (1993). Sociedade, ação e espaço: uma geografia humana alternativa. Londres:
Routledge.
Machine Translated by Google
16 B. Werlen
Werlen, B. (2005). Andere Zeiten – Andere Ra¨ume? Sobre a geografia da globalização. Em M. Ott
& E. Uhl (Eds.), Denken des Raums em Zeiten der Globalisierung (pp. 57–72). Munster: Lit
Editora.
Werlen, B. (2007). Sozialgeographie allta¨glicher Regionalisierungen. Globalização, Região e
Regionalização. Estugarda: Franz Steiner
Werlen, B. (2010). Gesellschaftliche Raumlichkeit € (Konstruktion geographischer Wirklichkeiten,
Vol. 2). Estugarda: Steiner Verlag.
Werlen, B. (2013). Gesellschaft und Raum: Gesellschaftliche Raumverhaëltnisse. Grundlagen e
€
Geografia. Em P. Meusburger (Ed.), Humanokologie. Ans atze zur Kultur- Uberwindung der Natur-
Dichotomie (pp. 197–216). Estugarda: Steiner.
Werlen, B. e Weingarten, M. (2004). Tun, Handeln, Strukturieren – Gesellschaft, Struktur und €
Raum. Em P. Weingarten (Ed.), Strukturierung von Raum und Landschaft. Konzepte em Okologie und
€
M. Weingarten (Ed.), Estruturação de Raum und Landschaft. Konzepte em Okologie und der Theorie
€
konflikthafte Konstitution der Region: Kultur, Politik, Okonomie (pp. 74–91). Munster:
Westfaëlisches Dampfboot.
Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. (1987). Nosso futuro comum. Oxford:
Imprensa da Universidade de Oxford.