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Escola Dominical da Igreja Evangélica do Seixal

Estudo das Doutrinas Bíblicas Fundamentais

Lição Nº10 – Oração

1. Revisão das últimas lições

A) Doutrinas da Palavra de Deus

→ Doutrina da Autoridade e inerrância da Bíblia: Todas as palavras da Escritura são palavras de Deus pelo que
deve ser crida e obedecida - é a nossa autoridade. A Bíblia é também confiável (verdadeira), livre de erros e
contradições, ou seja, é inerrante

→ Doutrina da Clareza, Necessidade e Suficiência da Bíblia: A Bíblia é clara em mostrar-nos o evangelho para a
nossa salvação; A Bíblia é necessária porque é nela obtemos o conhecimento do evangelho e do plano da salvação;
A Bíblia é suficiente porque contém toda a informação que Deus considerou relevante para nós;

B) Doutrinas de Deus

→ Atributos “incomunicáveis” de Deus


1) Independência: Deus é autoexistente e autossuficiente; não tem necessidade humanos ou da criação;
2) Imutabilidade: Deus não pode mudar seu Ser, perfeições, propósitos ou promessas;
3) Eternidade: Deus sempre existiu, não tem começo nem fim; Deus não tem história;
4) Onipresença: Deus não possui forma e está presente em todos os lugares com todo o seu ser.
5) Unidade: O ser de Deus inclui todos os seus atributos a todo tempo e nunca em oposição.

→ Atributos “comunicáveis” de Deus


→ Atributos que descrevem o ser de Deus – Deus é feito de quê?
6) Espiritualidade – Deus é Espírito (Jo.4:24);
7) Invisibilidade – É impossível ver a Deus, porém, Deus revela-se a nós por meio de coisas visíveis
→ Atributos mentais – Como é o intelecto de Deus?
8) Omnisciência - Deus conhece plenamente a si mesmo e a todas as coisas de forma simples e eterna;
9) Sabedoria – Deus sempre escolhe os melhores alvos e os melhores meios para alcançar esses alvos;
10) Verdade (e Fidelidade) – todo o seu conhecimento e palavras são verdadeiros (nunca está errado);
→ Atributos morais – Como Deus age?
11) Bondade - Deus é o parâmetro definitivo do que é bom. Tudo o que Ele faz é digno de aprovação;
12) Amor - Deus dá-se eternamente aos outros. Deus não somente tem amor, Ele é amor
13) Misericórdia - bondade de Deus para com os angustiados e aflitos
14) Graça - bondade divina para com os que só merecem castigo
15) Paz – Deus em seu ser e ações é separado de toda a confusão e desordem
16) Paciência (longanimidade) - bondade de Deus em suster a ira/punição nos que persistem no erro;
17) Santidade – Separado do pecado e dedicado em buscar a Sua própria honra;
18) Justiça (Retidão) - Seu parecer, julgamento e sua condenação estão isentas de erros;
19) Zelo - Deus busca continuamente proteger a sua honra;
20) Ira - Ele odeia intensamente todo o pecado;
→ Atributos sumários
21) Perfeição: Deus possui todas as qualidades excelentes;
22) Glória: Deus “carrega” o “peso” do brilho da Sua grandeza, reputação, honra, beleza e santidade;
23) Beleza: Deus tem prazer pleno em Si mesmo e em tudo o que reflete o Seu caráter.
→ Atributos de Propósito
24) Vontade: Deus aprova e determina a existência a atividade de tudo o que existe;
25) Liberdade: Deus faz tudo o que deseja;
26) Soberania (omnipotência): Deus é capaz de cumprir, em cumpre, toda a Sua santa vontade.

→ Doutrina da Trindade
1. Deus é três pessoas;
2. Cada pessoa é plenamente Deus;
3. Há um só Deus.

→ Doutrina da Criação
Deus criou o universo, e tudo o que nele existe, do nada; ele era originariamente muito bom; E Deus criou-o para
Sua glória.

→ Doutrina da Providência Divina


Deus está continuamente envolvido com todas as coisas criadas, de tal modo que:
1) Deus mantém a existência e a conservação das propriedades de tudo o que criou (PRESERVAÇÃO);
2) Deus coopera com as coisas criadas em cada ação para elas agirem como agem (COOPERAÇÃO);
3) Deus dirige todas as coisas para cumprirem os seus propósitos (GOVERNO);

2. Doutrina da Oração

PARTE 2: DOUTRINA DE DEUS


10ª Lição Oração

1. O que se entende por “oração”?


2. Por que Deus quer que oremos?
3. O que significa “orar” em nome de Jesus?
4. Devemos orar dirigindo-nos a Jesus e ao Espírito Santo ou só devemos orar ao Deus Pai?
5. Como devemos orar?
6. O que dizer das orações não respondidas?
7. Porquê orar se Deus já sabe o que vai acontecer?
2.1. O que se entende por “oração”?
- Oração é a forma de comunicarmos com Deus;
- Ou seja, a forma como apresentamos a Deus, mediante Jesus Cristo e com a ajuda do Espírito Santo, os nossos
desejos, necessidades, confissão de pecados, intercessões e agradecimentos, louvor e ações de graças.
buscando as coisas que Deus prometeu, ou que são conforme a Sua Palavra, para o bem da igreja, com submissão,
em fé, à vontade de Deus.

2.2. Por que Deus quer que oremos?


- Não é para que Deus saiba as nossas necessidades (Mt.6:8);
- A oração expressa a nossa confiança Nele e, dessa forma, é um meio para aumentarmos a nossa confiança em
Deus;
- Deus agrada-se no facto das suas criaturas confiarem Nele;
- Deus espera que olhemos para Ele em oração, tal como os filhos olham para seus pais esperando a providência
deles. Mt.21:22; Mc.11:24; Tg.1:6-8; 5.14-15;
- A oração leva-nos a ter uma comunhão mais profunda com Deus; Deus tem prazer nisso;
- A oração humilde na dependência de Deus leva-nos a Glorificá-Lo e a reconhecer quem Ele é!

2.3. Como a oração “funciona”?


- Nós oramos e Deus responde (nem que seja, não respondendo logo) – Tg.4:2; Ex.32-9-12, 14;
- Deus age através das nossas orações - 2Cr.7:14; 1Jo.1:9;
- Deus só atende as nossas orações porque o nosso mediador é Jesus (e não pelo que somos ou fazemos) –
1Tm.2:5; Jo.14:6; Hb.10:19;

2.4. O que significa “orar” em nome de Jesus?


- Não é uma simples adição mecânica de palavras como se fossem palavras mágicas;
- Falar com a Sua autorização e autoridade, tendo por base a Sua obra mediadora em nós;
- Falar de acordo com a vontade de Jesus – 1Jo.5:14, 15;
- É confiar que Jesus levará essa oração a Deus como se fosse sua;
- Não há qualquer base bíblica para orarmos a Deus com a mediação de qualquer outro nome. “Há somente um
mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo” (1Tim 2:5; At.4:12).

2.5. Devemos orar dirigindo-nos a Jesus e ao Espírito Santo ou só devemos orar ao Deus Pai?
- A maior parte das orações no NT não são dirigidas a Jesus nem ao Espírito Santo e sim a Deus Pai;
- No AT, como a natureza trinitária ainda não havia sido revelada claramente, não encontramos nenhuma oração
claramente dirigida a Jesus ou ao Espírito Santo;
- No entanto, há indicações de orações dirigidas a Jesus e ao Espírito Santo. Portanto a oração dirigida a Jesus é
admissível e indicada especialmente em áreas do Seu ministério e responsabilidade – At.1:24; At.7:56; 1Co.16:22;
2Cor.12:8;
- Embora não haja registos de orações dirigidas ao Espírito Santo, não há nada que proíba tal oração, já que, tal
como Deus Pai e Deus Filho, O Espírito Santo é plenamente Deus e por isso digno de receber a nossa oração e
poderoso para responder;
- Mas, o Padrão de oração que a Bíblia nos dá é que a oração seja dirigida a Deus Pai, em nome de Jesus, pela ação
e no poder do Espírito Santo – Mt.6:9; Jo.16:23; Ef.5:20;
- Não há qualquer fundamento bíblico para dirigirmos nossas orações a quaisquer criaturas, vivas ou mortas
(2Sm.22:32; 1Rs.8:39; Is 42:8; Mq.7:18-20; Mt.4:10; Lc.4:8; Jo.14:1; At.1:24; Rm.8:26-27; Jo.14:14

2.6. Como devemos orar?


a) Orar de acordo com a vontade de Deus (1Jo.5:14,15)
- Jesus orou assim (Mt.26:39) e ensinou-nos a orar de acordo com a vontade de Deus (Mt.6:10);
- Orar de forma que a Sua vontade revelada, expressa nas Escrituras, seja obedecida, os Seus mandamentos
observados e as Suas promessas cridas e cumpridas – Jo.15:7;
- Nas situações em que não conhecemos a vontade de Deus objetiva para um assunto concreto, devemos orar
de acordo com os princípios gerais que encontramos na bíblia. E se em algum assunto não conhecermos mesmo
qualquer indicação da vontade de Deus, então devemos orar de acordo com as razões do nosso entendimento
e acrescentar “se for essa a Tua vontade”;
- No entanto, acrescentar “se for a Tua vontade” só deve ser feito quando não conhecemos mesmo a vontade
de Deus. Se conhecemos não a devemos utilizar pois pode apenas significar falta de fé;
- Orar por aquilo que traz glória de Deus, que promove o crescimento do Reino de Deus neste mundo e que é
para nosso bem, sustento, proteção, alegria, bem como de nosso próximo.

b) Orar com fé (Mc.11:24)


- Não é uma espécie de pensamento positivo;
- É o contrário de proferir palavras vãs (ou mecanicamente) em que não cremos verdadeiramente;
- É a certeza vinda de Deus de que cremos verdadeiramente em quem oramos e no que Lhe dizemos;
- É a confiança que temos em Deus que Ele vai responder e tem poder para atender à nossa oração;
- Esta fé é uma simples confiança de que Deus existe, que ele nos aceitou plenamente em Cristo e que é poderoso
para nos dar aquilo que pedimos, ou então, nos dar muito mais do que imaginamos (Hb 4:14-16);
- Orar com fé não significa determinar a Deus que cumpra nossos pedidos, ou decretar, como se a oração
tivesse um poder próprio, que estes pedidos aconteçam;

c) Orar em obediência (Sl.66:18)


- O Senhor rejeita as orações dos que rejeitam obedecer-Lhe (1Pe.3:12);
- O Senhor ouve as orações dos justos (Prov.15:29; 1Jo.3:21,22);
- Não quer isto dizer que precisamos de ser pessoas sem pecado para Deus ouvir as nossas orações. Não, quando
nos chegamos perto de Deus por meio da Sua graça, apresentamo-nos limpos no sangue de Jesus. Contudo,
lembremo-nos que santidade e oração andam juntas;
- Ainda que a eficácia de nossas orações dependa exclusivamente dos méritos de Cristo, Deus ensina-nos que
há determinadas atitudes nos que oram que fazem com que ele não atenda estas orações, como contenda entre
irmãos, mundanismo e egoísmo, tratar mal a esposa, pecados ocultos, incredulidade e dúvidas, falta de perdão
a quem nos ofende, hipocrisia, vãs repetições, entre outras coisas (Mt 5:23-24; Tg 4:1-3; 1Pe 3:7; Sl 66:18; Pv
28:13; Is 59:1-2; Tg 1:6-7; Mt 6:14-15; Mt 6:5; Mt 6:7-8).
- Assim, porque a nossa obediência nunca é perfeita, devemos confessar os nossos pecados ao nosso Deus em
oração para perdão dos nossos pecados – Mt.6:12;

d) Orar com humildade (Tg.4:6)


- Deus não se agrada em responder a orações de orgulhosos que tomam a honra para si mesmos em vez de
dá-la a Deus (Parábola do fariseu e do publicano);
- Devemos dirigir-nos a Deus cientes de quem é Deus e o que somos perante Ele;
- É aproximarmo-nos de Deus com base nos merecimentos de Cristo e não nos nossos. Ou seja, é renunciar a
toda a justiça própria e chegarmos esvaziados de nós mesmos diante de Deus, nada tendo para oferecer em
nosso favor a não ser a obra daquele que morreu e ressuscitou por nós.

2.7. O que dizer das orações não respondidas?


- A Bíblia mostra-nos que Deus nem sempre responde imediatamente às nossas orações porque ainda não é o
tempo de Deus. É como se Deus dissesse “espera um pouco mais” e continua a orar - (Ex: Zacarias; Messias);
- A oração pode não ser respondida por não orarmos como convém (Rm.8:26), nem de acordo com a Sua
vontade (Tg.4:3);
- A oração pode não ser respondida porque Deus tem um plano melhor (ex: José – Gén.37:23-36; Gén.50:20);
- Quando Deus não responde às nossas orações devemos continuar a confiar em Deus e na Sua providência –
Rm.8:28; 1Pe.5:7;

2.8. Porquê orar se Deus já sabe o que vai acontecer?


- Deus, de uma maneira que nós não entendemos, determinou que as nossas orações fizessem a diferença;
- As nossas orações não são ilusórias, elas são reais e fazem parte do plano de Deus. Porque Ele, de facto, ouve as
orações do seu povo. Ele age através das orações. A promessa é clara: Ele atende e responderá. E quando O fizer,
misteriosamente, vai ser exatamente como Ele queria, como Ele planejou e determinou;

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