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CAPÍTULO 1

PARTE 1:
ARTEFATO AMALDIÇOADO

Esta história é sobre um misterioso livro vermelho carmim, uma antiga enciclopédia que guarda os segredos mais obscuros do
que nós chamamos de realidade.
Ano de 1929, uma década no entanto conturbada. Os Estados Unidos se tornaram uma das maiores potências do mundo -
prosperidade essa que não durou muito por conta da quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque.
Localizado ao longo da costa do Atlântico, no sudoeste da África, o deserto da Namíbia é um dos mais secos do mundo, e
também, o início de nossa história. Sua paisagem – formada por dunas de areia, montanhas escarpadas e planícies de
cascalho – se estende por cerca de 81 mil quilômetros quadrados, e no meio de tanta areia há uma anosa construção.
— Encontramos senhor! — Disse um jovem rapaz alto e moreno de cabelos encaracolados e com uma barba malfeita.
Cerca de 12 veículos pesados estacionam próximos à uma construção antiga enterrada na areia. De dentro do veículo
principal sai um homem de cabelos grisalhos e olhos castanhos, ele possui uma pequena barbicha e seu rosto é marcado pela
idade.
— Bom trabalho, Sr. Wallace. — O homem de idade com cabelos curtos e grisalhos coloca a mão no ombro do jovem,
dando-lhe um pequeno sorriso de felicidade.
— Gostaria de começar a expedição senhor? — Disse o jovem claramente empolgado com seu trabalho, o simples fato de
terem encontrado o que procuravam por tanto tempo o animava.
— Sim, eu gostaria. Mas antes, peça para que os outros contactem a base o mais rápido possível, não sabemos o que pode
haver dentro deste lugar.
— Sim senhor! — O rapaz em passos apertados segue para os outros veículos. — Ouviram o Sr. McLaren! Façam um
relatório da missão e contatem os superiores! imediatamente!
A expedição começou e não durou muito para se tornar notícia. Jornais foram impressos, fofocas foram criadas e debates
feitos, tudo sobre esta antiga construção encontrada na Namíbia. O que os pesquisadores e arqueólogos responsáveis pela
expedição encontraram nunca foi divulgado. Contudo, teorias e conspirações foram criadas, pessoas falavam que os
responsáveis pela expedição encontraram tumbas, múmias, relíquias valiosas, já outros, conspiram sobre alienígenas,
sacrifícios feitos a um Deus antigo e até mesmo uma antiga civilização ainda não conhecida.

09/01/2022
Rio de Janeiro, Brasil
Dentro de uma sala escurecida com suas janelas fechadas há um rapaz alto e forte com cabelos longos e castanhos, um
rosto quadrado, uma pele morena e olhos que assim como seus cabelos também eram castanhos. Ele se senta em uma
cadeira olhando diretamente para um computador enquanto dá uma breve arrumada em suas roupas pretas que eram
folgadas e deixavam quase todo o pescoço e início de seu tórax a mostra, que eram enfeitados por colares, sendo em
destaque um colar com um pêndulo azul amarrado. O rapaz coloca a mão próxima a boca e dá uma pequena tossida, se
preparando para começar a falar.
— Iniciando o relatório do Projeto Carmim. Eu me chamo Drake Wallace, minha nacionalidade é canadense e eu sou agente
do Departamento Federal da Polícia Criminal. Bom... Alguns anos atrás um artefato de suma importância para nós acabou
desaparecendo de sua contenção, após algumas investigações, foi descoberto que as aparições mais recentes deste artefato
foi nos Estado Unidos. Contudo, outros relatos mostram que o artefato também foi avistado aqui no Brasil. A maior pista que
temos até então é que o artefato está em posse de algum funcionário ou do próprio dono da empresa "Edgar 's
Entertainment". Até mesmo pra mim o conteúdo do artefato é desconhecido mas, tenho uma hipótese, depois de saber que
algumas pessoas estão desaparecendo talvez o artefato esteja sendo usado para...
— Ow! Drake! — Uma voz feminina e meio rouca interrompe a gravação do rapaz, praticamente gritando seu nome.
O rapaz, claramente incomodado, suspira de maneira pesada, segurando o aparelho que o gravará.
— Drake desligando — Desligando a câmera e se levantando de sua cadeira, o rapaz anda em direção a porta da sala,
abrindo-a com certa força. — Beatrice! Eu estava terminando um relatório para organização! — Beatrice é uma mulher em sua
maturidade completa, ela possui 45 anos e já é mãe de família, é difícil ser menos, rude? Pensou o garoto bem irritado com a
situação.
— Ah... — Diz a mulher de idade que agora fica envergonhada por sua ação imprudente e escandalosa. — Se liga, a Júlia
está chamando você, o circo vai sair hoje a noite e você precisa entrar no trem logo antes que né, de ruim e você perca
parada lá que tu tá procurando.
— Se liga? Parada lá? Tá falando do livro? — Mesmo sendo de certa forma jovem por ter 22 anos, Drake teve que
recentemente aprender o português brasileiro, então gírias que são comuns podem acabar confundindo um pouco sua cabeça
e é exatamente isso que está acontecendo agora.
— Isso! — A mulher abre um sorriso alegre em seu rosto por Drake ter entendido o que ela queria dizer.
— Certo certo... Bem, estamos esperando o que? — O rapaz abre uma leve sorriso.
— Tamo esperando você Drake! Venha, vamos logo — Beatrice se vira e começa andar pelo corredor do departamento de
polícia com um sorriso estampado em seu rosto esperando que Drake a seguisse. Beatrice era uma mulher alta e robusta com
cabelos castanhos que desciam até seu ombro, um rosto levemente redondo, que assim como sua pele parda, é marcado pela
idade , olhos também castanhos. Ela vestia um tópico uniforme policial com um pequeno crachá ao lado de seu busto dizendo
Silva. — Uma coisa que eu aprendi com a Beatrice é que não importa qual seja a situação, ela consegue ser mais barulhenta
que uma sirene, haha — pensou o Drake enquanto a seguia e apenas observava ela comprimentar cada ser vivo que
encontrava pela frente.
— Então Drake, como vai as namoradinhas? — Beatrice olhava para trás com um sorriso em seu rosto.
— Profissionalismo Beatrice! — Por mais que gostasse de conversar com Beatrice, o rapaz sentia vergonha de falar de sua
vida pessoal em público.
— Haha — A mulher dá uma breve risada e então para de caminhar, de frente para uma porta ela se vira para o Drake e dá
passagem para ele passar. — Chegamos! Menor, é melhor tu não provocar a Júlia tá bom? Ela tá de mal humor hoje e com
certeza quer matar um.
— Ok, não vou sair batendo na porta gritando o nome dela bem alto pra todo mundo ouvir como uma certa alguém! Haha —
O rapaz encara a mais velha dando uma risada enquanto a provocava.
— Qual foi? Tá de zoação com a minha cara? — Beatrice facilmente responde a provocação de Drake que apenas ignora e
bate na porta.
— Sra. Júlia, posso entrar? É o Agente Drake falando.
— Entra! — Uma voz feminina levemente grossa responde Drake em um alto tom para que ele pudesse escutá-la do lado de
fora da sala.
— Como se fala mesmo..? Ahn... Lembrei! Me marca um 10 Beatrice — O jovem rapaz dá um sorriso e abre a porta,
entrando na sala, e logo fechando-a do lado de dentro.

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