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O Passado Enterrado

Gabriel D. Moraes

Eu dedico este livro a Jules Verne, por me inspirar com seu fantástico livro, 20.000 Léguas
Submarinas, e por criar um gênero simplesmente fantástico. Também dedico este livro aos
Irmãos Duffer, por me inspirar com a sua fantástica série Stranger Things, também dedico
este livro ao elenco de Stranger Things por me inspirar na criação de alguns personagens,
principalmente à Millie Bobby Brown, que foi, definitivamente, o pontapé inicial para essa
história. E ao meu grande amigo, Ronald Mantey.

Nós tentamos chegar no futuro hoje, mas nem sequer conhecemos completamente o nosso
passado.

Prólogo
Um único sonho é mais poderoso do que mil realidades.

- J.R.R. Tolkien

"28 de Junho de 1862. Hoje tive um sonho peculiar, muito, muito peculiar, tão lúcido ao
ponto de parecer mais real do que a realidade, era algo que existia a muito tempo, mas com
a existência enterrada no passado, algo colossal, inimagínavel. Estou escrevendo as duas da
manhã, acabei de acordar, não quero esperar até anoitecer de novo, pois hoje estou
inspirado, mas a inspiração não foi súbita, ela apareceu com um dever, um dever de
mostrar algo que outras pessoas vão denominar de ficção, mas, que eu sei que é realidade.
Tudo começou quando eu estava dormindo e tive uma visão de mim mesmo caindo no
oceano infinito escuro e sombrio. E então, o que Isaac Newton denomina gravidade, deixou
de existir, eu simplesmente cai em uma velocidade absurda quebrando todas as leis da
física conhecida pelo homem, e por algum motivo fui sugado por uma corrente de ar para
uma caverna. E eu me enganei, não era uma simples caverna, era uma entrada escondida de
uma cidade submersa. Assim que entrei e me agarrei em uma rocha para subir, vi um ser
estranho, definitivamente não era um animal nem um humano deformado, era cinza,
grande, tinha uma espécie de cabeça pontuda e se mexia como se não tivesse ossos,
moldava a própria aparência a ponto de nem saber mais o que era. Eu corri e então vi uma
luz azul, radiante, vi uma rua imensa o que parecia ser um tipo de feira comercial, e uma
cidade com céus de vidro, mostrando toda a vida marinha conhecida e desconhecida. E
então o ser que tinha visto anteriormente segurou no meu braço, e eu fiquei paralisado, ele
olhou para mim com seus olhos negros e me disse. "Jules Gabriel Verne, meu soberano o
espera." E então me arrastou para uma sala de um trono de vidro, celeste. A sala possuia
dançarinas para entreter o tal soberano do trono de vidro celeste, e guardas com
armaduras de pedra. Eu não surtei por algum motivo, e por algum motivo eles eram
familiares. Sem nenhum pelo no corpo, com o corpo moldável, e seus olhos negros, eles
eram familiares, mas esquecidos por alguma razão. O ser que me levou ao seu soberano
parecia um tipo de guarda da imensa cidade de vidro celestial, o grande soberano segurou
minha mão e disse: "Jules Gabriel Verne, grande homem da superfície seus feitos de ficção
não são ficção, por esse motivo você nos conhece, sua mente é um lugar inimagínavel assim
como a grande Atlântida é para você, a sua mente é para nós. Lhe trago uma proposta, você
quer se juntar a nós para continuar a grande civilização e moldar o mundo?" Ele segurou na
minha mão, minha mão começou a queimar, no centro dela nasceu uma jóia escura e azul,
com seres dentro. E ele continuou. "Então, aceita a proposta? Se aceitar, você será um dos
nobres, você já é, só não reivindicou as suas terras." Eu olhei para ele, dessa vez com medo,
sua cabeça pontuda e olhos negros me olhavam de um jeito tão calmo, que era intimidador
dizer não. Mas, eu fui ousado o suficiente para recusar a proposta de um aparente soberano
da grande cidade que Platão mencionou. A grande Atlântida do Rei Netuno, seria o
soberano de olhos negros, Netuno? E então respondi a proposta. "Não." E ele olhou meio
torto para mim e respondeu: "Pois bem. A sua mente sempre irá entrar em Atlântida, mas,
você não é mais bem-vindo aqui." Fora ele dizer o nome da cidade, quando vi os guardas me
levando para a água com suas armaduras de pedra e escudo com o brasão de um peixe com
um escudo de cada lado, eu notei algo, eu estava na casa dos deuses, não o Monte Olimpo,
mas sim um império colossal. E então, acordei. E pensei em algo pertubador, será que o
cristianismo está errado e a mitologia romana estava certa? Parece que sim, não devo
contar isso a ninguém, se não, se alguém acreditar e começar a espalhar... O mundo vai
entrar em uma era de caos e mentiras."

- Você acha mesmo que ele vai acreditar nessa merda? - diz Ruslan, no corredor a caminho
do apartamento de Thomas para Kazimir.

- Bom, a gente tem provas concretas. Mas... Aquele cara me dá arrepios. - diz Kazimir.

Ruslan levanta sua mão direita para bater na porta de Thomas, o mesmo abre a porta
sorrindo.

- Vocês são os soviéticos? - pergunta Thomas sorrindo.

- Sim, nós somos. - responde Ruslan.

- Vamos conversar em um lugar mais agradável, que tal a sala de jantar do hotel? - pergunta
Thomas, ainda sorrindo.

- Mas as pessoas--

- As pessoas? Eles são atores, qualquer coisa outro agente cuida deles. - diz Thomas.

Descendo as curtas escadas juntos, eles sentam na mesa do meio, e Thomas começa a
questioná-los.

- Muito bem, aqui estamos, então por obséquio, poderiam me contar qual dos dois mandou
matar Ninel Kulagina em dezembro de 1981? - pergunta Thomas.

- Senhor, isso é confidencial. - responde Ruslan.

- Confidencial? Ha! Vocês realmente acham que são os meus chefes? Almirante Hughes,
esse é o meu chefe, e também o de vocês, eu li o arquivo de vocês na década de 80, quando
vocês foram exilados. Eu ouvi falar que vocês manipulavam os poderes psiquícos de Ninel
com um rádio, aumentando sua frequência, mas, como? - pergunta Thomas.

- Espera aí... O senhor é Thomas Henderson? O comandante de operações especiais? E


agente classe S? - pergunta Kazimir.

Eles estavam indo para o apartamento de Thomas, mas nem sabiam que realmente iam se
encontrar com ele.

- Hora, hora! Pelo menos alguém sabe quem eu sou. E então vão responder a minha
pergunta? - pergunta Thomas, olhando friamente para Ruslan e Kazimir.

- Bom, nós mandavamos ela se concentrar no rádio, geralmente uma hora antes do
experimento, mas, pelo que os meus relatórios indicavam ela estava ficando mais instável a
cada dia, pois não conseguia se concentrar em dois objetos ao mesmo tempo, nesse caso a
colher que davamos para ela dobrar com a mente. E nada mais pesado que isso. - responde
Ruslan.

- Pois bem, eu ouvi uma história engraçada que dizem que quando ela surtou ela enfiou
uma colher no seu ombro esquerdo, e destruiu o espelho falso da sala. Logo em seguida,
você, Ruslan, mandou a KGB matar Ninel, e enquanto isso Kazimir atingido pelos estilhaços,
assistiu a morte de Ninel, e por isso foi acusado como cúmplice. Está fonte está correta? -
pergunta Thomas, rindo.

- Admitir um crime, é crime até onde eu sei. - responde Ruslan.

- Ha! Ha! Admitir um crime de uma nação que não existe mais? Grande coisa! Mas, pelo seu
olhar já sei que a fonte está correta, e então senhores soviéticos, estou interessado pelo que
vocês querem me mostrar! - diz Thomas.

- O senhor já ouviu falar do Projeto Netuno? - pergunta Kazimir com um olhar pensativo
diretamente a Thomas.

- Bem, eu soube que vocês estão tentando destruir a barreira entre a ficção e a realidade de
Platão. - responde Thomas
- Gloriosa Atlântida! - Diz Thomas - Então, fora tentarem achar Atlântida por uma misera
pista, o que vocês vão fazer? - pergunta Thomas.

- Descobrir qual religião está certa, e o grande passado enterrado que o nosso mundo
possui. - diz Kazimir.

- Certo... Então, quem são os membros desse projeto? - pergunta Thomas, rindo.

- Bom, para começar temos um conhecido do governo dos Estados Unidos: Francis Drant,
ex-espião freelancer que se aproveitou das grandes habilidades de espionagem que possuia
para trabalhar para ambos os lados da Guerra Fria. - responde Ruslan.

- Francis Drant? Francis Drant está morto! Ele morreu no Afeganistão, no final da guerra,
em 1989, naquela estranha explosão nuclear. - Thomas se exalta.

Em janeiro de 1989, Francis Drant, um renomado espião freelancer que trabalhou para
ambos os lados na Guerra Fria, encontrou o seu "fim" em uma misteriosa explosão de uma
arma nuclear no final da Guerra da Soviética-Afegã.

- Hermann Eichmann? - pergunta Kazimir.

- Bom, no mínimo vocês sabem da nova identidade dele, mas, não vejo como um cirurgião
com crise de identidade vá nos ajudar. - diz Thomas.

- Simples, temos o passado dele, ele completando a missão entregamos todas as reais
informações sobre o nascimento dele, mas, ainda assim, modificada é claro, vai estar escrito
nos documentos que ele foi um agente da NSA. - diz Ruslan.

- Próximo. - diz Thomas.

- Esse cara aqui é um mistério até para a gente, mas, soube que ele já trabalhou com a gente
a alguns anos atrás. Lembra da expedição na Sibéria de 1995? Ele era o cientista
encarregado dela, depois disso ele foi expulso da NSA, pelo que eu ouvi falar, por ter
brigado com o Almirante Hughes sobre algum objeto achado nessa expedição. Fora isso ele
tem diplomas em História e Física, vai ser útil para pesquisar o bioma da cidade, fauna,
flora e avaliar se a física lá, funciona como a física daqui, fora a experiência dele para
escrever a história de Atlântida. - Diz Kazimir.

- Hm... Hyman LeBarton? - pergunta Thomas, pensativo, mas, confiante.

Hyman LeBarton, um homem de 27 anos que já tinha sido cientista de campo da NSA, ele
era o melhor, até encontrar algo que ninguém deveria ter encontrado.

- Sim, ele mesmo. - responde Ruslan.


- Próximo. - diz Thomas.

- Lembra da Liza Caldwell? - pergunta Ruslan.

- A arqueológa que falsificou o Santo Graal? Ah não, aquela vadia não. - diz Thomas.

Ela não falsificou apenas o Santo Graal, ela conseguiu convencer a Igreja Católica que tinha
o encontrado, ela era famosa na época, todo mundo queria ver o Santo Graal, ou roba-lo
dela, e quando ela desapareceu e o Santo Graal falso também, todo mundo pensou que
tinha sido um assassinato e roubo, mas na verdade foi a equipe do Thomas e ele mesmo.

- Bom, sabemos que ela não está preparada psicologicamente para uma expedição dessas,
mas, ela tem as habilidades necessárias.

- É impressão minha ou todos dessa lista são pessoas que eu capturei? - pergunta Thomas.

- Menos LeBarton e Dupont. - responde Kazimir.

- Dupont está nessa missão? O Jean-Paul Dupont? - Pergunta Thomas, energético.

- Sim. - Responde Kazimir.

- Para quê? Ele é um interrogador! - Thomas se exalta.

- Temos pequenas esperanças que Atlântida ainda tenha habitantes. - diz Kazimir.

- Habitantes? HA HA! Vocês estão de brincadeira comigo?! - grita Thomas.

- Não, como tinhamos dito, é a nossa pequena esperança, e aliás Dupont já foi o embaixador,
lembra? - Pergunta Ruslan.

- Eu lembro, ele lidou com gente do seu tipo. - diz Thomas.

- E então, interessado em ver o laboratório do projeto? - pergunta Kazimir.

- Depende, ele está aqui em Vermont? - pergunta Thomas.

- Sim, sim, ele está aqui, assim como a equipe está nele, e as cobaias. - diz Kazimir.

- Hora, hora, isso vai ser interessante, aposto que o Hughes também está lá, e então o que
estamos esperando? - pergunta Thomas.

Ato I: A História Escondida - Capítulo I: A Conexão dos Extintos


02 de Dezembro de 1999, Laboratório Rorschach, proximidades de Rutland, Vermont.

A grande aposta da NSA, desenterrar o passado que a muito tempo foi enterrado, quebrar
as barreiras entre a ficção e a realidade, descobrir o desconhecido, e a verdade sigilosa que
assombra o passado do mundo a eras. Talvez essa seja a maior aposta do governo dos
Estados Unidos depois do Projeto HAARP, talvez seja a maior aposta de um governo da
história. Atlântida, a cidade descrita por Platão, a grande cidade de um continente perdido
de uma era perdida, tudo enterrado no passado do mundo, como uma mentira, e como uma
história de dúvidas sobre o passado. Laboratório Rorschach, esse laboratório não recebeu o
nome atoa, havia um único teste psicológico para as cobaias do laboratório, o teste de
Hermann Rorschach. A mídia diz que o laboratório é apenas uma estação biológica para
descobrimento de novas espécies ao redor da floresta de Vermont, mas, a verdade mesmo
escondida ainda está lá. E Thomas estava certo, almirante Hughes estava lá, todos estavam,
e estavam preparados para uma viagem interessante e um tanto peculiar.

A primeira parada de Ruslan, Kazimir e Thomas, o Corredor dos Cobaias, um corredor


branco e pertubador, branco é a cor ideal para mostrar o medo, complexidade e o sangue
de quem se opor ao dono do local. O corredor fica no subterrâneo, mas, às vezes do térreo
dá para ouvir os gritos dos cobaias, o que leva a um massacre, já que todos os funcionários
daquele local querem silêncio. E em uma das salas de interrogação dos cobaias, mais
precisamente a penúltima sala do corredor a direita que levava a sala de testes dos poderes
psiquícos dos cobaias soviéticos. Lá estava Dupont botando suas duas mãos no ombro de
um cobaia, tentando negociar com o mesmo, enquanto Ruslan, Kazimir e Thomas assistiam
pela porta que tinha uma parte superior com vidro, quase uma janela, sendo que sempre
fechada.

- Então, o que vai ser, hein? Você vai testar hoje ou não? Estamos 1 dia atrasados, ou é hoje
ou nada. - diz Dupont, calmamente com um olhar fixo ao cobaia.

- Não... por favor, hoje não, me dê mais um dia. - Diz o cobaia quase chorando de dor do
último teste.

- Certo... Sua escolha, agora um aviso sobre a consequência do seu ato indesejável. Lembra
do que acontece se você se recusar? Sua esposa e filha estarão mortas ainda hoje. - diz
Dupont.

- Não! Por favor! Elas não! Eu faço o teste! Eu faço! - grita o cobaia, desesperado.

- O engraçado é que elas estão mortas desde junho e você não fez nada sobre isso. - diz
Dupont.

- Seu filho da puta! - grita o cobaia.

O cobaia levanta a mão direita para Dupont, jogando-o mentalmente na parede.

- Ha! Ha! Agora você mostrou o seu potencial, você continuará vivendo. - diz Dupont, rindo.
- Ei Dupont, acabou o show aí? - grita Thomas.

- Mas é claro, ha ha, mas que bastardo sortudo. - diz Dupont.

Dupont sai da sala para encontrar Thomas e os cientistas russos.

- Olá Ruslan e Kazimir, suponho que estejam aqui para mostrar o projeto ao Thomas, certo?
- pergunta Dupont.

- Aham, eles estão fazendo um teste agora na sala de testes? - pergunta Ruslan.

- Sim, mas eu acho que já acabou vamos dar uma olhada. - responde Dupont.

Ao andarem até o fim do corredor eles notam que o teste ainda não acabou, muito pelo
contrário, ele saiu do controle. E a porta do fim do corredor é arrombada mentalmente.

- Mas que porra?! - grita Thomas.

Um dos cobaias tinha passado do limite do rádio, ele estava sobrecarregado. Thomas
imediatamente saca uma arma de seu terno e aponta para o cobaia da sala de testes.

- Pare agora ou eu atiro! - grita Thomas.

- Você vai atirar? Que diferença faz? Vamos logo seu pedaço de merda, atire. - diz o cobaia.

Thomas atira, o cobaia levanta a mão direita e mentalmente para a bala no ar.

- Merda. - diz Thomas, que começa a atirar repetidamente, até o cartucho acabar.

O cobaia começa a virar a mão direita para o próprio rosto, o sinal que as balas iriam voltar
para Thomas, mas, um cienstista que estava na sala pega um pedaço de vidro do espelho
falso que o cobaia tinha quebrado e degola o mesmo, e as balas caiem no chão.

- Mas que porra foi essa?! - grita Dupont.

- Eu não sei! Ele simplesmente saiu do controle! - grita o cientista.

- Espera, espera, espera, qual era o teste dele? - pergunta Thomas.

- Abrir o cofre mentalmente. Bom, pelo que vocês podem ver ele saiu do controle e jogou o
cofre no Harry ali, esmagando a cabeça dele. - responde o cientista.

- Bom, acontece, só tenha certeza que não vai acontecer novamente, Hughes vai ficar meio
difícil de segurar quando contarmos a ele que um cientista dele foi simplesmente esmagado
por um cofre. E aliás é melhor nos apressarmos, só entrar no corredor da sala onde o que
sobrou do Harry está, e descer as escadas. - diz Dupont.
Era algo que até causava desconforto, era tudo branco, com manchas de sangue, e gritos ao
redor, lembrava muito um manicômio, era pertubador, e essa, era exatamente a ideia do
lugar, o grande início do terror psicológico que os cobaias soviéticos sofriam todo dia.
Descendo as escadas, eles encontram Hughes e Eichmann. Hughes estava com um terno e
um sobretudo preto, como sempre, e Eichmann com um casaco preto de algodão, com uma
camisa azul.

- Hm, loiro, mais ou menos 1,75 m, hm... Você é Hermann Eichmann? - pergunta Thomas.

- Sim, e o acordo continua ativo certo? pergunta Hermann, desconfiado.

- Sim, claro. - responde Thomas.

- Olá senhores, aqui temos provavelmente a maior aposta que um governo já fez na história,
quebrar a barreira entre a ficção e realidade descobrir se Platão estava certo, ou apenas
riscar mais uma teoria do passado. De qualquer forma, hoje começa o Projeto Netuno,
bem-vindo a bordo camaradas. - diz almirante Hughes.

- Certo... Mas, onde está o resto da equipe? - pergunta Dupont.

- Eles estão em salas de interrogatório para você e o Thomas aqui, fazerem as honras. - diz
Hughes.

Duas salas de interrogatório lado a lado, dois interrogadores, dois tipos de pessoas
consideradas extintas no mundo de hoje.

- Eu suponho que você seja Hyman LeBarton, certo? - pergunta Thomas.

- Aham, então, o de sempre? - pergunta Hyman.

- O de sempre? Espera aí... Você é o cara de 1995? - pergunta Thomas.

- Aham, já sei todo o procedimento, então pode cortar a raiz dessa merda, e vamos logo com
esse projeto. - responde Hyman.

- Certo, se essa é a forma que você quer conversar.

Thomas segura na camiseta de Hyman e o joga contra o espelho falso.

- Oh... A merda do jeito antigo, estou amando isso. Espero que o inferno esteja me
esperando. - diz Hyman, rindo.

- Se você acha que o inferno é um lugar, você é muito estúpido. - diz Thomas.

As coisas já estavam ruim entre Thomas e Hyman, mas, ainda conseguiam ser piores com
Dupont e Liza.
- Isso pode ser meio fora do contexto, então... Por quê você falsificou o Santo Graal? -
pergunta Dupont.

- É engraçado como os religiosos caem em qualquer merda desse tipo. - responde Liza,
sorrindo. - Se em um livro antigo mencionar um objeto sagrado, mas, não exatamente como
ele é, por quê não falsificar?

- Eu entendi seu ponto. Bem, nós não permitimos armas de fogo aqui, fora as dos agentes. -
diz Dupont.

Liza tira uma pistola de modelo Makarov da sua calça e a ponta para Dupont.

- Oh, é mesmo? - pergunta Liza, sorrindo.

- Sim, a menos que não queira ninguém machucado pode me entregar essa arma.

- Ha, ha, ha, seu senso de humor é lastímavel.

Dupont rapidamente puxa o pente da Makarov de Liza.

- Agora atire, sua vadia.

Liza destrava a arma, a ponto de Dupont notar que ela já tinha uma bala preparada para
atirar, então ele empurra a mesa de metal pra cima dela, ambos se chocam na parede, e Liza
atira, mas, erra.

- Você perdeu sua mente?! Sua vadia louca!

Liza começa a rir no rosto de Dupont, o mesmo o joga no espelho falso da sala, que racha.

Almirante Hughes abre a porta da sala de Dupont.

- Então, já acabou? - pergunta Hughes.

- Essa vadia louca quase me matou.

- Hm, é mesmo? Eu sei que sou velho, mas, meus ouvidos ainda funcionam, é hora de
introduzir totalmente a equipe ao projeto.

- Certo.

Todos saiem das salas de interrogatório, e são introduzidos ao primeiro passo do projeto.

- É o seguinte: Bowen Schmidt e Lena Schmidt, um casal de aposentados morando perto da


fronteira daqui e Maine, acharam algo interessante em um riacho, uma caverna
subterrânea e um baú, eles pegaram o baú e levaram para um chalé, a moradia deles, sendo
que esse baú tinha um brasão, "um brasão de peixe em cada lado" assim como descrito no
diário de Jules Verne. Talvez o sonho de Jules Verne não tenha sido um sonho afinal de
contas, procuramos em registros de várias eras e em nenhuma delas menciona um brasão
assim, pode ser apenas uma civilização enterrada no passado ou uma total mudança de
crença sobre o passado do mundo e suas religiões. - Diz Ruslan. - E a missão de vocês é o
seguinte: Ir para esse riacho perto da fronteira de Maine, e encontrar essa caverna, pelo
que nós sabemos a caverna era profunda sendo o que eles disseram para nós, e também
segundo eles, eles não exploraram a parte mais profunda da caverna, que é o trabalho de
vocês. - continua Ruslan.

- Uma pergunta, eles ainda estão vivos? O casal de aposentados? - pergunta Hyman.

- Isso é confidencial. - diz Henderson.

- Aham... - debocha Hyman.

- Vocês terão equipamentos de escalada para descer na caverna, caso algum de vocês
morram, vocês nunca existiram. - termina Hughes.

Capítulo II: A Caverna da Aparição


Madrugada de 03 de Dezembro, Maine.

E aqui estamos nós, segundo eles isso aqui é praticamente o lar do passado enterrado, o
lugar onde tem pistas sobre outro lugar, você aí, seja lá quem você for deve estar
imaginando que Atlântida é apenas uma cidade imaginária certa? Errado, nesse dia eu
descobri algo pertubador, algo que não foi feito para ser descoberto, o caminho para
Atlântida. E você também deve estar perguntando quem eu sou, meu nome é Hyman
LeBarton até onde eu sei, mas, tem muita coisa que eu não sei, não vale saber de tudo nos
Estados Unidos, pois se você saber demais...

Eu lembro que estava frio, escuro, nós apenas conseguiamos ver a luz dianteira do gipe
verde-oliva no meio dos caminhos escuros da floresta para o rio, e então por algum raio de
motivo começamos a conversar, acho que foi apenas para passar o tempo, mas me
questiono até hoje se esse foi o objetivo da conversa.

- Então, Hermann, de onde você é? - perguntei.

- Munique. - disse ele, desinterassado.

- Ceeeeeerto... Então alguém tem algum assunto? - perguntei.

- Não - responderam todos.

- Ok... Então acho que vou perguntar de onde vocês são... De onde vocês vieram? -
perguntei, insistindo.

- Bom, eu sou de Nova York, mas os meus pais são franceses. - respondeu Dupont.

- Sou daqui mesmo. - respondeu Liza.

- Podem calar a boca aí atrás? - perguntou o motorista.

- Falta muito? - perguntei.

- Até a caverna sim, dentro da caverna já é outra história. - respondeu.

Eu entendi exatamente o que o motorista quis dizer, no tempo que trabalhei para a NSA eu
vi coisas que simplesmente destruiam tudo o que conhecemos sobre o nosso passado, que
provava que muitas coisas que acreditavamos eram uma farsa, uma grande farsa. Mas em
relação da caverna, era a profundidade da farsa, do segredo, do medo de descobrir algo que
foi feito para não ser descoberto. Após mais 2 minutos de viagem chegamos no riacho.

- Chegamos? - perguntei.

- Aham. - disse o motorista, lentamente.

- Isso aqui não é perto da floresta de Maine, é a floresta do Maine. - comentei.

- É, definitivamente isso aqui é a floresta do Maine. - disse Dupont.

- Eu morava em uma casa perto daqui, essa floresta é uma divisão dos 2 estados. - comentei.

- Certo, certo, certo, não estamos aqui pela floresta e sim pela caverna do riacho da floresta.
E aliás onde está a caverna? - perguntou Thomas.

Era estranho, os grilos não estavam fazendo barulho, as cigarras não estavam cantando, e
os sapos não estavam por perto, e umas pedras na frente do riacho tinham um cheiro
estranho.

- Que porra de cheiro é esse? Mataram alguém aqui? - perguntou Thomas.

- Esta vindo daquelas pedras, peguem os machados de escalada, vamos afastar essas
pedras. - respondi.

Pegamos os machados das nossas mochilas e tiramos as pedras do caminho enquanto


Thomas assistia o processo, e vimos uma luz azul... e névoas na caverna.

- Urr... Está frio pra caralho aqui! Ei que porra é aquela? Névoas? Em uma caverna? -
perguntou Liza.

- Mas que porra... - disse Dupont.


- Onde vocês acham que eles desceram? - perguntou Hermann.

- Bom, eles estavam apenas no rio, e por algum motivo vieram nesse riacho... Acho que
desceram ali, mas não foram nas névoas. - respondeu Dupont.

- Bom, de qualquer jeito temos que descer ali, e depois passar pelas névoas. - avisei.

E então cautelosamente descemos, a descida não tinha nem 3 metros direito, conseguimos
descer sem usar os equipamentos de escalada. E então eu me aproximei da descida e
comecei a olhar para baixo. Estavamos em algum tipo de pico de uma montanha interna,
algo assim, dava para notar que seja lá o que a névoa cobria era profundo, muito profundo.

- Algum de vocês já escalaram ou desceram algo usando rápel? - perguntei.

- Eu já tentei escalar o Monte Everest. - respondeu Hermann.

- A porra do Monte Everest? - perguntou Dupont.

- Aham, aquela montanha não tem fim. - disse Hermann.

- Ao contrário do Hermann aqui, eu nunca escalei uma montanha. - disse Dupont.

- E você Liza? - perguntei.

- Eu tenho cara de quem sobe em montanhas? Não, droga. Eu não gosto de muita altura. -
respondeu Liza.

- Certo... Então acho que vou ser o primeiro a tentar.

Eu preparei o rápel na ponta do pico e comecei a descer e a entrar na névoa. E lá foi onde
uma das coisas mais estranhas da minha vida aconteceu, por algum motivo eu desmaiei, e
acordei em uma espécie de estrada escura e fria no meio de uma floresta também com
névoa, eu acho que era a mesma floresta, mas não era tão perto de Maine.

- Urr... Mas que porra?! - perguntei, respirando mal.

No meu lado direito estava Dupont morto, com 1 tiro no olho, e uma cova, e então assim
que me levantei fui olhar a cova.

- Oh... merda.

Na cova estava Thomas, e tinha uma pá do lado esquerdo de Dupont, ele estava cavando?
Ou eu estava cavando? O que tinha acontecido naquele lugar? Eu não sabia responder
nenhuma das perguntas e acho que ainda nem sei direito. E então da escuridão das névoas
eu ouvi uma voz de um homem.
- Pare! Ei você! Pare! Mãos para cima! - gritou a voz.

Eu levantei as mãos e fiquei olhando diretamente para as névoas sigilosas. E o homem saiu
da névoa, era um policial com um uniforme marrom e camisa social amarelo-queimado, era
um policial rodoviário de Geórgia.

- Identifique-se! - gritou ele.

- Hyman LeBarton! - gritei.

- Hyman LeBarton? Seja lá quem você for, pro chão! - gritou.

- Por quê?! Eu não fiz nada! - gritei.

- Claro, claro, e esses corpos estão do seu lado por acaso. - respondeu ele.

- Qual é o seu nome oficial? - perguntei.

- Bowen Schmidt. - respondeu ele.

- Bowen? --

Eu ouvi um barulho estranho, algo como um trem antigo que transportava carvão vindo da
névoa, e então a névoa começou a desaparecer e o policial começou a correr na estrada. E
eu o vi... Era um trem, um trem antigo, mas, que não precisava de trilhos, o que diabos o
permitia fazer aquilo? Eu não tinha ideia, eu não tinha de nada, de onde eu estava, do que
aconteceu ali e apenas um palpite do que era aquela máquina de ferro com uma luz azul da
cor do oceano vindo na minha direção, e então eu comecei a me levantar.

Esse foi um erro, assim que eu estava começando a me levantar o policial se virou de costas
parcialmente e atirou nas minhas costas. Eu comecei a me rastejar em direção a Dupont, e o
trem estava cada vez mais perto e barulhento e então eu me levantei com dificuldade já na
frente de Dupont, o mesmo se levantou rapidamente e me agarrou pela gola da minha
camisa.

- Por quê você me matou?! - gritou ele.

Dupont me jogou na frente do trem que bem na hora bateu em mim, e então eu acordei. Eu
estava no chão e na caverna novamente, sangrando pelo nariz pela aparente queda que eu
sofri. E então Hermann e Liza me levantaram. Minha cabeça estava doendo.

- Que porra aconteceu? - perguntei.

- Eu não sei, você começou a cair derrepente até que a corda do rápel acabou e você ficou
pendurado, quando descemos aqui a corda rasgou e você caiu no chão. - Respondeu Liza.
- Onde está o Dupont? - perguntei.

- Tem um problema, ele caiu na névoa, a da esquerda, e ela é mais densa. - respondeu
Hermann.

E então olhei para a esquerda e vi Dupont caído e inconsciente. E olhei novamente para
frente vi algo brilhoso, algum tipo de animal cheio de teias de aranha em cima. E então
botei a mão esquerda no ombro direito de Hermann e o afastei, o animal parecia uma
mistura de lobo, touro e rinoceronte, era algo monstruoso e ainda estava vivo. Eu me
aproximei rapidamente e o toquei com minha mão direita, e então a minha mão começou a
queimar como se estivesse forjando uma joia dentro dela, começou a cair carvão do fundo
da minha mão. E após isso pelo que eu ouvi a névoa desapareceu para todos.

- Que porra é essa?! - gritou Liza, sacando sua pistola e apontando para o animal que eu
encontrara.

- Ei! Ei! Baixa essa merda! - gritei.

- Hm... Talvez esse animal seja um habitante de Atlântida afinal de contas. - diz Hermann.

- Esse animal? Nem barbatanas ele tem. - respondi.

- Vamos fazer um acordo: Não mencionem esse "animal" para a NSA, ok? - perguntei.

- Ok. - responderam.

E então rapidamente eu saquei a minha pistola e atirei na casa do animal.

- O quê?! Puta que pariu! Que merda é essa Hyman?! - gritou Hermann.

- Vocês concordaram. Não reclamem. - Respondi, calmamente. - Como podemos ver na


minha esquerda está o corpo de Dupont. E na minha frente um baú qual é o mais valioso? -
perguntei.

- Abre logo a baú. - respondeu Liza.

- Arrr... Eu vou ajudar o Dupont. - respondeu Hermann.

E então subi os três degrais naturais e abri o baú. E vi algo que mudou totalmente o curso
da história antiga... O mapa de Atlântida.

- Oh... Não... Não... Não cara... Que merda... NÃO PORRA! - gritei.

- O que tem no baú?! - perguntou Liza, energética.

- Um passado enterrado, inteiramente enterrado... O mapa de Atlântida. - respondi.


E então Dupont acordou.

- O QUÊ?! - gritou ele.

- Espera, espera, espera, eu ouvi certo?! A PORRA DO MAPA DE ATLÂNTIDA?! - gritou


Hermann.

- Meus amigos, temos mais trabalho à fazer.

Capítulo III: Direto do Mar


07 de Dezembro, Oceano Atlântico do Norte, sudeste de Saint-Pierre e Miquelon.

Nos treinaram até o dia 5 de dezembro, nós treinamos na maioria do tempo o mergulho e
nos deram curtas aulas sobre linguagens anciãs. E lá estavamos vagando na localização que
segundo algumas fontes a mais ou menos 370 anos atrás, Christopher Jones viu a grande
cidade submersa de Atlântida enquanto estava a bordo do Mayflower, segundo outras
fontes ainda mais duvidosas Jones mergulhou no oceano em busca da cidade no mesmo
segundo em que a avistou.

Mas, não estavamos em buscas de fontes duvidosas estavamos em busca de desenterrar o


concreto do passado enterrado, de descobrir o que foi feito para não ser descoberto, de
quebrar a barreira entre a ficção e a realidade. Era o que a gente nos perguntava, e
principalmente se toda essa história de Atlântida e etc forem uma farsa, provavelmente
seriamos executados depois da expedição.

Já era o nosso 2° dia a bordo daquele navio pesqueiro, olhando para o submarino sigiloso
na água e sendo treinados. Na questão da localização de Atlântida foi uma surpresa, pois
não era uma simples cidade, era a porra de um império gigantesco que ia dá França até San
Francisco, e no sul ele ia até a Argentina, nesse mapa estava escrito algo que eu não
consegui entender e nem os tradutores tentando traduzir conseguiram entender, era uma
língua estranha, semelhante a dos egípcios. E então às 9 da manhã acharam um corpo de
um mergulhador antigo, bom, pelo menos parecia um mergulhador, mas também parecia
outra coisa... eles o acharam enquanto o navio estava pescando. Ah, e só pra constar, a parte
estranha daquele traje de mergulhador antigo, é que ele era metálico, tipo metálico da cor
cinza.

O corpo estava velho, e fedendo, fedendo muito.

- Isso é... Isso é um mergulhador? - perguntou Thomas.

- É, definitivamente estamos no caminho certo. - respondi.

Almirante Hughes ficou observando o corpo do mergulhador metálico e começou a falar:


- Hyman está certo. Chegamos. Atlântida está logo abaixo de nós. - disse Hughes.

- O QUÊ?! - Gritou Liza.

- Vão para o submarino, e olhem por si mesmos. - diz Hughes.

Nós entramos no submarino e lá estavam as fotos do máximo que os mergulhadores


conseguiram explorar do fundo do oceano. Uma estrutura gigantesca que parecia ser feita
de vidro, com o brasão que todos nós procuravamos.

- Meu deus. - diz Dupont.

- Meeeeeeeeeeeeeerda. - diz Liza.

- O grande passado enterrado. - comentei.

- É, eu acho que não vou falar nada, só apreciar. - diz Hermann.

- Então, se os mergulhadores apenas conseguiram descer até esse ponto, como vocês
acham que vamos conseguir descer mais a fundo? - perguntei.

- Lembra dos trajes de mergulho especiais que eu mencionei nas aulas? Pois bem. - Diz
Hughes. - Aliás, está na hora de vocês botarem eles. - termina Hughes.

Nós vestimos os trajes que parecem com os dos astronautas, sendo que claro, são de
mergulho. E subimos em cima do submarino com Thomas, enquanto o almirante Hughes
permanece na sala de rádio onde estão as fotos, para nos guiar. Eu acho que aquele projeto
foi um dos únicos em que um almirante participou tão diretamente. E então Thomas chama
outros agentes.

- Vocês estão prontos? - perguntou Thomas olhando para a gente.

- Sim. - respondemos.

- Ótimo, apenas não diga "capitão".

E então os agentes e Thomas nos chutam na frente, nos derrubando na água pesada.

- É o seguinte, a gravidade estão contra vocês, então vamos fazer um teste que pode dar
muito certo ou pode ser fatal. - avisa Hughes, pelo rádio.

- Espera! Quais são as nossas chances? - pergunto.

- Primeira chance: Vocês voltam pra superfície como se o oceano fosse o Mar Morto.
Segunda chance: O traje vai tentar fazer as duas coisas ao mesmo tempo, e os seus ossos
quebram e atravessam seus orgãos, os matando instantaneamente. Terceira chance: Os
seus trajes se alinham com a gravidade da água e vocês caiem como se tivessem pulado de
um arranha-céu. - responde Hughes.

- Espera a segunda-- Nós começamos cair, quebrando todas as leis de Isaac Newton.

Eu me lembro dessa queda, com certeza mesmo caindo de um prédio a queda não seria tão
violenta como essa.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!! - gritamos.

E então eu vi, a grande cidade de vidro, quase tão azul quanto um diamante, a joia dos
oceanos, Atlântida. A sua luminosidade era tão grande que só de olhar os olhos brilhavam
também, mas valia a pena, por sua vasta beleza e sua fauna e flora diversas, era
simplesmente colossal uma cidade como ninguém tinha visto antes, a grande cidade
Atlântida, o lugar onde existe a quebra de barreiras entre a ficção e a realidade, a melhor
coisa já criada nesse mundo.

Eu também me lembro que existia uma grande esfera de vidro protegendo a cidade e
mostrando a luminosidade azul magnífica que a cidade possuia. Aquele lugar era
definitivamente o "céu na Terra" e algo a mais do que isso.

O momento de colisão entre os meus companheiros e eu no vidro valeu a pena, para


explorar a beleza de Atlântida, eu cai com tanta força que o vidro da esfera simplesmente
quebrou quando eu passei por lá, deixando alguns cortes no meu braço esquerdo, mas,
nada para se preocupar.

Naquele momento em que quase batemos nas rochas do fundo do oceano, Hughes desligou
o sistema de gravidade artificial dos trajes, e nós fomos literalmente sugados pelas
correntes de ar marítimas de Atlântida e entramos no mesmo ponto em que Jules Verne
descreveu em seu diário. Um lugar que mais tarde nomeamos de "A Entrada do Oceano".

Assim que entramos em Atlântida notamos que não tinha água dentro da cidade, apenas
fora, e tiramos logo nosso capacetes.

- Ah... Não cara... HA! HA! A GENTE CONSEGUIU! - gritei.

- UHU! - gritou Liza.

- Nossa cara, isso não é possível, ha... Estamos na porra do paraíso. - diz Dupont.

- Oh meu deus. - diz Hermann, de boca aberta.

O Paraíso existia, e se chamava Atlântida. Tão vasta e maravilhosa, a grande cidade de uma
civilização enterrada pelo passado nas profundezas do esquecimento, estava de volta. O
Paraíso estava de volta.
Assim que entramos, vimos o grande brasão de Atlântida, do mesmo jeito que Jules Verne
descreveu: "Um peixe com 2 escudos em cada lado", nesse caso esquerda e direita. Podia
não ser o melhor brasão da história, mais eu chuto que foi o primeiro. E na esquerda tinha
uma entrada para o céu azul, a grande cidade de Atlântida, e na direita uma espécie de
arsenal bélico. Mas, as aparências sempre atraem mais, então fomos direto para a esquerda,
explorar a grande cidade.

- Eu ainda... Nossa... É lindo. - diz Liza.

- De fato, realmente de fato. - responde Dupont.

- Nós precisamos dar uma olhada em cada lugar dessa cidade! - diz Liza, energética.

- É, nós sabemos. Mas, olha o tamanho dessa cidade, vai demorar um bom tempo pra
explorar apenas essa área comercial e de moradias, temos que ver o arsenal e a sala do
trono. - Respondo.

- Sim, sim. - diz Liza, ainda energética.

Liza saiu passando a sua mão esquerda na parede com escrituras antigas à nossa esquerda.

- Hm... Parece Árabe. - diz Liza.

- É... Que estranho. - comentei.

- Então, como eles vão saber que estamos vivos? - pergunta Hermann.

- Quem? A NSA? - perguntei.

- Sim. Como eles sabem que estamos vivos? - Hermann perguntou novamente.

- Vou falar algo meio óbvio, mas vamos lá. Quem vocês acham que desligou o sistema de
controle de gravidade dos nossos traje quando quase batemos nas rochas marítimas? -
pergunta Dupont.

- Aaaaaaah... Entendo, eu acho. - diz Hermann.

Nós começamos a descer em uma rua de pedra, com casas escuras ao redor, a rua parecia
não ter um fim, e as casas seguir um padrão peculiar.

- Hm, essas casas lembram as casas do meu país. - comenta Hermann.

- Alemanha? - pergunta Liza.

- Aham, que estranho, a arquitetura é idêntica. - responde Hermann.

- Talvez Atlântida seja a sede cultural como todo mundo sempre quis. - comentei.
- Ha! Ha! É, ha, ha, isso seria interessante... Ha-ha. - riu Dupont.

E então continuamos andando em linha reta, Atlântida tinha apenas aquela rua
aparentemente. Com umas bancadas de feira, casas com arquitetura semelhante as antigas
casas alemãs e uma longa estrada de pedra, até acharmos uma entrada pra outra área da
cidade.

- Aquilo ali é uma esquina? - pergunto.

- É, finalmente. - responde Hermann.

E então vamos para a esquina a direita, e vemos uma praça colossal, com uma estátua de
uma figura peculiar.

- Que porra é essa? - pergunta Liza.

Uma grande estátua de uma criatura com uma cabeça pontuda, com um corpo robusto em
uma posição que nenhum humano jamais conseguria fazer, a menos que quebrasse a
coluna.

- Ok, agora eu estou com medo dessa porra. - diz Liza.

- Os habitantes de Atlântida eram assim? - perguntei. - Eles definitivamente não são daqui.

- Ei, ei, nada de teoria da conspiração agora. Talvez eles foram uma espécie, que agora já
está extinta, tipo os dinossauros. - diz Dupont.

- Ah, é? Que tipo de catástrofe mataria todos os habitantes da porra de um império


marítimo desse tamanho, sem causar um dano à esse grande céu azul de vidro e nem a
cidade em si? - pergunto.

- Err... Olhem para cima. - diz Hermann.

E então quando nos viramos a esquerda, lá está a "surpresa", uma grande rachadura no
imenso céu azul de vidro.

- PUTA QUE PARIU! - grita Liza. - OLHA O TAMANHO DESSA PORRA!

- Oh meu deus... Estamos ferrados. - diz Dupont.

- Isso já estava aqui quando chegamos? - pergunto.

- Eu não sei, só sei que agora está bem "estampado" onde está. - respondeu Hermann.

- Vamos continuar. - avisei.

- Continuar? Na cidade? - pergunta Liza.


- Não, não, definitivamente não. Estou falando de continuarmos indo a frente ver se
achamos a saída dessa cidade. - respondi.

- A saída? É só voltar. - diz Dupont.

- Claro, claro, e se essa grande rachadura deixar de ser uma rachadura, a gente morre do
impacto das salas a direita. - respondi.

- Certo. Vamos continuar. - diz Dupont.

E então após 20 minutos, continuando andando em linha reta e observando ao redor


encontramos uma espécie de túnel com um portal de ferro.

- Aaaaaaaaaaah. E então quem quer arrombar? - perguntei.

- Mas já está aberto. - Responde Dupont, empurrando o portão com a mão direita.

- Isso foi meio que decepcionante, mas tudo bem, vamos continuar. - comentei.

E então descobrimos que não se tratava apenas de um túnel, e sim vários túneis que nos
levava a algum lugar. Estavamos muito curiosos, é claro, mas também cansados. Atlântida
podia esperar? Não, não podia. Mas na época não sabiamos.

- Aaaaaaaaaaah, qual é o tamanho desse túnel? - perguntou Hermann.

- Quer continuar indo direto? Tem o túnel da esquerda, que deve levar a outro túnel. -
perguntei.

- Aaaaah, isso vai demorar demais, vamos descansar. - diz Hermann.

- Concordo, Atlântida pode esperar. - diz Liza.

- É... Por quê não? - Falo. - E você, Dupont, o que você acha? - perguntei.

- Pra mim tanto faz. Não estou cansado. - respondeu Dupont.

- Certo, então vamos dormir ou algo assim.

Nós tiramos os nossos trajes com cautela, com o medo de que talvez Atlântida não fosse
muito saudável para os humanos, mas pelo visto ela era. E então todos deitam nas paredes
curvas do túnel de pedra, mais precisamente eu e liza na parede direita, e Dupont e
Hermann na esquerda. No mínimo ninguém roncava.

08 de Dezembro, 2 da manhã, Atlântida, Oceano Atlântico do Norte.

É pelo visto, não dá para "dormir que nem um bebê" enquanto se estava tão curioso quanto
eu. Eu estava no lugar onde a quebra da barreira entre a ficção e a realidade existia, eu
simplesmente não podia dormir normalmente, o curioso é que quando eu acordei, Dupont
ainda estava acordado, então decidimos fazer uma fogueira.

- Aaaaaaaaaaah.

- Bom dia.

- Bom dia? Que horas são?

- 2 da manhã.

- Espera, você não dormiu?

- Não.

- Está frio, vamos fazer uma fogueira.

- Eu não estou com frio.

- Os treinamentos da NSA são tão duros assim?

- Nah, você também foi treinado lá.

- E não me lembro de nada, só do mais atual.

- Você suportou a porra da Sibéria e não consegue suportar um túnel submarítimo?

- As pessoas envelhecem.

- Isso foi a 4 anos atrás. Aaaah, faz logo a fogueira.

Então com alguns gravetos que eu tinha na mochila, sim eu já me preparava para algo
assim, e com duas pedras, eu fiz fogo.

- Olha só para isso, eu sou o primeiro homem a fazer fogo na água.

- Err, não.

- Não?

- Os bizantinos foram os primeiros.

- Nossa, cara. Eles tocavam fogo nos inimigos.

- Mas, se pegava na água e não terminava de queimar, só depois de um bom tempo, pode
ser considerado uma fogueira.

- Fogo de batalha é uma fogueira agora?


- Você entendeu.

- Aaaaah, acho que vou voltar a dormir, você deveria dormir também.

- É, estou começando a ficar com sono.

7:50 da manhã.

Nós acordamos com gritos, todos nós, os gritos do Hermann, vindo dos túneis.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! - gritou Hermann.

- Hermann?! - gritei.

- Me ajudem! - Gritou Hermann.

Nós começamos a correr em direção ao túnel da esquerda, e viramos novamente aparece


outro túnel na esquerda, e vamos por ele, e lá encontramos algo meio pertubador pro assim
se dizer: A parte de cima do dedo do meio do Hermann, sangrando.

- Mas que porra... - diz Liza

- Vamos continuar. - avisei.

E lá está Hermann sendo puxado por algo e se segurando no chão no outro túnel a
esquerda. E então o ser solta ele.

- AAAAAAAAAAAAAAAAH - gritou Hermann - MEUS DEDOS!!!

- Ah, merda. Parem o sangramento vou dar procurar por essa merda que puxou o Hermann.

E então após andar alguns metros, eu vejo na minha frente o que puxou o Hyman... Outro
ser de lendas e de origem duvidosa... o próprio Kraken. Sua pele era escura, ele era gigante,
talvez até maior do que a cidade, e era familiar. E então enquanto eu estava parado olhando
para aquela aberração gigante, Dupont, Liza e Hermann chegam atrás de mim.

- Isso é o... - diz Dupont.

O Kraken gritou tão alto que os meus ouvidos começam a sangrar, e finalmente tinha um
túnel a direita, então começamos a correr freneticamente, Hermann ignora completa a dor
de ter perdido um dedo na mão direita, e corre com a gente o máximo que pode.

O túnel parece não ter fim, e os gritos do Kraken só aumenta, assim como o barulho de
destruição atrás da gente, não dava mais pra voltar à cidade, estavamos completamente em
um caminho que podia levar a porra do inferno, mas continuamos.

E então o túnel começou a ficar cada vez mais escuro, e escuro. Até que o chão do túnel
acaba e caimos em um lugar misterioso e escuro.

- Ah! - suspirou Hermann. - Onde estão vocês? Tem alguém aí?

- Aaaaaaah, é, eu estou aqui. - respondi.

- Eu também. - responde Dupont.

- Liza, você está aí? - perguntei.

- Aham. - respondeu Liza.

- Então, alguém tem algum isqueiro algo assim? - Perguntei.

- Eu, eu tenho. - respondeu Liza.

Liza acende o isqueiro e nós descobrimos que estamos em uma espécie de cemitério um
grande cemitério. Cheio de tumbas e nomes parecidos com os antigos nomes romanos e
gregos.

Capítulo IV: Onde os Mortos Descansam...


O lugar era de arrepiar para quem tinha medo de aparições, eu já tinha visto algumas coisas
bem ferradas mesmo no tempo que eu trabalhava para a NSA, principalmente a da NSA,
quando eu vi o Kraken, me deu uma sensação de que eu tinha visto um fantasma do
passado, mas não do passado de Atlântida e sim do meu. Isso era algo estranho? Estranho é
pouco, era totalmente bizarro.

E o mais estranho ainda, é que o Jules Verne nunca mencionou que Atlântida possuia o
Kraken, acho que era algo de ser esperar que o rei dos mares Netuno, possuiria. A grande
arma devastadora de Atlântida, acho que o Kraken era para eles como a bomba atômica de
Hiroshima era para nós em 1945.

Imagino que eventos como esse que eu passei na minha estadia em Atlântida irião trazer
TEPT, mas pelo contrário, trouxe a loucura, e não a loucura não chegou cemitério, chegou
um pouco depois do cemitério, mas a paranoia já é outra história...

- Tantas tumbas... - comentou Hermann.

- É. - Concordo.

- Ah, merda... Eu não quero morrer. - diz Hermann.

- E quem quer? - perguntou Dupont.

- Eu prefiro morrer sangrando do que ser espremida por tentáculos de um polvo gigante. -
respondeu Liza.

- Justo. - comentei.

- Vamos ver os nomes das tumbas. - sugeri., olhando ao redor.

O que nós viamos era apenas tumbas, tumbas, e mais tumbas empilhadas umas em cima
das outras, definitivamente não era um cemitério nobre, nem de aristocratas, era um
cemitério plebeus, pelo visto Atlântida criou todo o consenso sobre a cultura medieval, e
isso me assustava pra caralho.

O mais estranho daquele cemitério, é que as tumbas estavam bem conservadas assim como
todo o resto do que tinhamos visto de Atlântida. Parece que alguém tinha passado por lá
"recentemente".

Os nomes mais comuns das tumbas eram: Augustus, Tiberius, Octavio, e Alexandre. Pelo
visto os romanos se inspiraram nos Atlântidos, ou há uma conexão muito estranha entre as
duas civilizações, parece que isso era algo que confirmava o que eu descobri durante a
minha expedição na missão de 1995 na Sibéria.

- Então, alguém quer falar sobre alguma coisa? Sei lá, política?

- Cala a porra da boca Hyman, acabei de perder a porra de um dedo e você fica perguntando
se alguém quer falar sobre algum assunto.

- Cala a boca você, aliás porquê diabos você estava andando sozinho nos túneis
desconhecidos e escuros? Hm? Hein? Não vai responder?

- Ao contrário de você, eu estou bem curioso.

- Ah, é? Surpresa pra você capitão óbvio, todos nós estamos curiosos, e todos nós vimos o
custo da sua curiosidade naqueles túneis, então cala a porra da sua boca, e siga as minhas
ordens. Isso aqui nunca foi uma democracia, e nunca será.

- Quanto mais tempo vocês dois ficarem discutindo aí, mais tempo estamos perdendo. - Diz
Dupont, olhando para mim e o Hermann.

- Ei pessoal, eu acho que encontrei alguma coisa. - diz Liza.

E então quando nos aproximamos de Liza, achamos outro sinal de que uma civilização
realmente esteve em Atlântida, e não foi a muito tempo que eles saíram, se é que eles
saíram. Uma marreta de pedra, uma pedra meio amarelo queimado.

Definitivamente, aquela marreta seria útil, afinal ficar perdido em uma cidade de pedra e
vidro não é muito interessante e bom para a sanidade, mas para a paranoia... Então, eu
decidi pegar a marreta. O interessante é que ela não parecia nem um pouco com o material
que tinhamos achado até agora, se bem que não tinhamos achado nenhum arsenal até
aquele momento.

- Aaah. - a marreta até que era bem pesada, mais do que eu esperava, mas valia à pena
carrega-la.

E lá estava eu, arrastando uma marreta no chão com a mão direita, sempre seguindo à
frente, pois ir para trás nunca é uma boa ideia. A marreta começou a bater em alguns
crânios do chão, e quebra-los é claro. O barulho de crânios quebrando, e a paranoia
constante, uma combinação simplesmente maravilhosa. Estavamos perto do inferno,
definitivamente.

Para a minha curiosidade de testar a marreta, depois de andarmos por um bom tempo, e
ela destruir alguns crânios que estavam no chão, o caminho finalmente chegou ao fim, mas
havia uma grande parede nele, cheio de símbolos estranhos, círculos com pontos, círculo
dentro de outro círculo e por aí vai, sempre envolvia círculos. O motivo? Eu descobri bem
depois e é algo que me deixa pertubado até hoje, eu nunca, definitivamente nunca, deveria
ter desenterrado o passado.

Eu peguei a marreta com as duas mãos, e antes de alguém comentar ou avisar sobre alguma
coisa, lá estava eu quebrando a parede com símbolos. Definitivamente ela poderia servir
para estudo, mas estavamos ocupados demais tentando não ficar perdidos, e aí que
começou uma história de erros, loucura, paranoia e morte.

Capítulo V: Paralelo
08 de Dezembro, 17:37, Atlântida, Oceano Atlântico do Norte

Eu estava cansado, muito cansado, todos nós estavamos. Passamos o dia todo quebrando
aquela parede com símbolos estranhos, definitivamente foi um grande erro para a história
e a ciência, mas não podiamos ficar naquele cemitério mórbido, ele era muito frio. Mas, se
eu podesse voltar no tempo eu definitivamente teria ficado naquele cemitério.
Provavelmente o nosso maior erro desde que pisamos em Atlântida foi encontrar aquelas
pontes, que mais tarde nós a nomearíamos de "Pontes Paralelas".

Foi lá, onde todos os problemas que já citei dessa jornada começaram, os verdadeiros
portões do inferno submarítimo.

Assim que eu quebrei a última parte da parede dos símbolos estranhos, eu e o resto da
equipe ficamos observando ao redor o quão calmo aquele lugar era, tinha 2 "postos de
sentinelas" naturais no lugar, onde provavelmente alguma espécie de arqueiros ficavam,
dependendo da idade da cidade.
Como todos os curiosos em um lugar alto, fomos para as pontas da ponte, e olhamos para
baixo, tinha mais duas pontes além daquelas que estavamos, imagino que você esteja se
perguntando "Mas por quê se chamam Pontes Paralelas?", se você não entendeu, você vai
descobrir depois, assim como eu descobri, da pior forma possível.

Já estava "tarde", pois todos nós estavamos cansados de ficar trocando de lugar sobre quem
pega a marreta e destroi um material riquissímo em história e ciência. Então nós nos
dividimos em um grupo de 2.

- Aaaaaaah, estou cansado.

- Eu também. - diz Dupont.

- É, vamos descansar. - concordou Liza.

- A curiosidade pode esperar. - diz Hermann.

- "A Curiosidade pode esperar" eu lembro muito bem o que aconteceu da última vez que
você disse isso. Temos comida para quantos dias?

- Vá se foder. - diz Hermann olhando para mim.

- 10 dias. - diz Liza depois de checar a própria mochila.

- Todo mundo tem 10 dias? confiram.

Quando Hermann checa sua mochila Liza nota algo estranho.

- Ei! Ei Hermann! O que é isso aí? - perguntou Liza.

- O quê? - perguntou ele.

- Isso é uma arma? - Pergunta Liza, sobre as peças desmontadas de alguma coisa na mochila
de Hermann.

- O quê? Todo mundo trouxe uma arma. - diz Hermann.

E então, curioso eu estico o pescoço e olho para a mochila do Hermann.

- É, todos nós deveriamos trazer PISTOLAS ou REVÓLVERES e não a porra de uma


espingarda.

- Hã? O Hermann trouxe a porra de uma espingarda? - perguntou Dupont.

- É a porra de uma Remington Police. Vai atirar na gente com isso, é?

- Não, mas talvez teremos atirar em alguma coisa, tipo a porra do Kraken que arrancou os
meus dedos. - respondeu ele.

- Se você atirar em mim com essa espingarda, eu juro que só vou morrer quando tiver
terminado de destruir seu crânio com as balas da minha pistola. - falei, olhando para o
Hermann, com um olhar fixo, pareciamos que iamos acabar brigando, mas não brigamos,
pelo menos não naquela noite.

Depois disso finalmente dividimos os grupos e fomos dormir.

Eu fiquei com Liza, no posto da esquerda, e o Hermann e o Dupont ficaram no da direita,


mas pelo visto algumas pessoas simplesmente não queriam dormir e sim continuar
deixando a curiosidade fluir, provavelmente isso foi um dos pilares da destruição sobre
essa expedição, mas eu fui um dos que dormiram, mas eu tive um sonho muito peculiar
sobre algo do passado, algo que eu preferia ter esquecido.

Eu estava muito cansado encostado na parede do posto olhando para o outro posto e
pensando quanto tempo isso iria durar, e então avisei a Liza que ia dormir.

- Aaaaaah, eu estou muito cansado, acho que vou dormir, vai ficar de olho ou vai dormir
também?

- Vou ficar de olho, se me der sono, eu durmo. - respondeu ela.

- Ok.

28 de Novembro de 1995, manhã, Lago Baikal, Sibéria, Rússia.

O primeiro pilar para o desenterro do passado estava no Lago Baikal, fico pensando até
hoje como ninguém nunca tinha pensado em mergulhar no lago mais antigo do mundo, mas
depois eu entendi porquê ninguém nunca tinha mergulhado antes.

Eu me lembro de cada detalhe, cada. Eu estava saindo de uma base militar soviética com
uma unidade especial e secreta, eu nunca soube o nome deles mas eu os chamo de
"Mascarados do Ferro" o nome já explica muito bem o que eles usavam no rosto, máscaras
de gás feitas de ferro, era bizarro, por quê alguém usaria aquilo? Nunca descobri, e nem
quero descobrir. Mas, eu presumo que aquela unidade nem existe mais, pelo menos nunca
ouvi falar deles depois daquela expedição, porquê eles não existiam mais depois daquela
expedição.

Eu entrei em um gipe militar preto com 4 mascarados do ferro, eles usavam uniformes
parecidos com o dos oficiais de guerra, e então fomos à caminho do Lago Baikal, sem
pressa, acho que isso foi a primeira missão em cooperação dos Estados Unidos e a Rússia
depois da Guerra Fria, mas também foi a missão que quase causou uma Guerra Nuclear no
mundo, por sorte as testemunhas deixaram de exister, mas aquele ato eu tenho certeza que
ficou marcado para a história da ciência e da própria história, pois naquela expedição eu
destrui tudo o que nós humanos sabemos sobre o nosso passado antigo, não o
pré-histórico, mas sim o antigo.

- Então, Hyman LeBarton, você sabe quem nós somos? - um mascarado do ferro me
perguntou isso se não me engano, em russo claro, na época eu sabia russo.

- Não. Mas decidi chama-los de "Mascarados do Ferro". (em russo)

- Ha-ha! Ouviu isso Dmitri? - ele perguntou ao motorista.

- Depois dessa, eu aposto que ele também acha que o meu nome é Dmitri. - disse o
motorista.

- Ha-ha! - eles riram.

Após 2 horas passando por neve e mais neve, chegamos o mais próximo possível do Lago
Baikal, e então descemos do gipe, e começamos a caminhar em direção ao meio do lago.
Diferente dos mascarados eu estava usando uma blusa de tecido quente, pois não sei como
eles não sentiam frio, acho que estavam acostumados, ou eram alguma espécie de humanos
modificados geneticamente, vai saber.

- Então, Dr. LeBarton o que você vai fazer aqui? - perguntou o mesmo russo que tinha me
perguntado no gipe se eu sabia quem eles eram.

- Doutor? - perguntei.

- Você não é um doutor? - perguntou ele.

- Não tenho doutorado. Sou apenas um cientista de campo.

- Voltando a minha pergunta anterior, o que você veio fazer aqui? - perguntou ele.

- Seus superiores não lhe contaram? - perguntei.

- Não. - respondeu ele.

- Não? Nada mesmo? - perguntei.

- Bom, sabemos que você é americano e veio examinar o lago, agora com qual objetivo? -
perguntou ele.

- Isso é confidencial.

E então chegamos no meio do lago e assim como o satélite tinha detectado, o objeto estava
lá, eu peguei o meu machado de escalada e comecei a quebrar o meio do lago.
Eles continuaram me olhando torto, enquanto eu estava tentando quebrar o gelo do lago,
mas não fizeram nada, mas o que eu fiz... era melhor eu não ter feito. Eu enfiei minha mão
esquerda na água gelada do lago e peguei algo que muitas pessoas questionariam se
realmente estava lá, e até eu questionei, se o que eu tinha encontrado era realmente real,
ou eu estava ficando louco. O que era? Acredite ou não, um elmo de um oficial romano, sim,
eu sei, era impossível os romanos terem chegado na Sibéria, eles não aguentariam o frio, e
aliás, o que eles estavam fazendo lá? Mas de qualquer forma, eles tinham chega na Sibéria, e
isso não estava registrado em nenhum documento. Provavelmente você pensa que o que eu
encontrei lá foi apenas um elmo de um oficial romano? Mas não, lembra que eu disse que o
Kraken me era familiar? Então...

Do nada, do exatamente nada, um terremoto começou, o chão de gelo que estávamos


pisando desabou, e caímos nas águas geladas do Lago Baikal, eu nunca senti tanto frio na
minha vida como naquele minuto, o gelo perfurou meu corpo e o frio a minha alma, e então
na minha frente estava o maior animal do mundo, não um Godzilla mas ainda algo muito
grande, o Kraken, no mínimo o Godzilla não era real. O Kraken era escuro, gigantesco, com
uma cabeça do tamanho das montanhas perto do lago, e tentáculos de um comprimento
que nem a NASA sabe, era totalmente colossal e mortal, e estava na minha frente, pronto
para me matar, eu surtei, comecei a mexer meus braços e minhas pernas e fui para trás com
vecelodidade, e saquei a minha arma, e comecei a atirar nele, as balas nem chegaram nele
pois não eram feitas para serem usadas na água de um lago congelado, o gelo estava caindo
sobre minha cabeça, eu tinha que nadar para trás e quebrar outra parte do gelo do lago, eu
mesmo.

E fui o que eu fiz, nadei para trás com toda a velocidade que eu tive, e durante a minha
busca por gelo vi os corpos dos soviéticos afundarem, e o barulho dos tentáculos do Kraken
atravessarem a água do lago em minha busca. E então achei uma parte do gelo do lago não
danificada, peguei o meu machado de escalada e comecei a quebra-lo, e após quebra-lo subi
novamente para a superfície, e comecei a correr para o gelo, e na minha visão lá estava o
russo que eu tanto conversava no caminho para o lago, na frente do gipe vendo tudo aquilo,
aposto que ele correu mais rápido do que eu nadei, nós eramos os únicos sobreviventes do
ataque do Kraken, definitivamente.

Eu cheguei perto dele e disse:

- Espere aqui.

- O quê?! Pra onde você vai? - perguntou ele.

- Pegar o elmo, o que você acha que eu vou fazer? Mergulhar e tentar achar os corpos dos
seus companheiros? Não, eu não vou mergulhar.
E então comecei a correr de volta para o local do ataque, o meio do lago, engraçado como
não tropecei naquele gelo escorregadio, olhe para baixo na ponta do gelo, e vi na água o
elmo flutuando, e nenhum sinal do Kraken, peguei o elmo e voltei correndo para falar com
o russo. E então ele cometeu um erro que custou a vida dele, ele tomou o elmo de mim.

- Isso é pertencente ao governo russo. - disse ele ao tomar o elmo de mim.

- Você quer começar uma guerra nuclear? - perguntei, olhando fixamente para ele.

- Pare com suas ameças, imediatamente! Isso é pertencente ao--

Eu saquei minha pistola e dei 4 tiros no torso dele, ele caiu no chão sangrando, e eu peguei
com o elmo com a mão esquerda, e com a mão direita, guardei a minha pistola e peguei o
meu rádio, e comuniquei a NSA que a missão estava cumprida.

- A missão está cumprida.

- Houve algum incidente? Você descobriu alguma coisa? - perguntou Hughes, que na época
não era almirante, ele era o chefe de operação, e por coincidência da operação que eu
estava envolvido.

- Nah, nada de mais, alguns soldados de uma unidade especial mortos, um animal
desconhecido agressivo nos atacou. E eu descobri um objeto que destrói toda a história
antiga como conhecemos e a ciência das teorias do passado. Precisamos conversar.

Depois disso eu peguei um avião para Montreal, ao chegar em Montreal peguei um carro
para Rutland, e fui para o Laboratório Rorschach, na época o laboratório não tinha cobaias
soviéticas, acho que só botaram cobaias soviéticas naquele laboratório depois da minha
saída, e o laboratório na época era um observatório chamado Observatório Seagan, ele
possuia um andar secreto para estudos da NASA e a NSA, onde o almirante Clarke iniciava
operações e onde o chefe de operações James Hughes comandava as mesmas.

Eu peguei o elevador e fui para aquela sala escura, o último andar, o andar secreto, a sala de
operações, com o elmo na mão. Chegando lá, vi Hughes me esperando de braços cruzados e
pelo olhar dele ele se interessou bastante pelo elmo romano que estava na minhão
esquerda.

- Isso... Isso é um elmo romano? - perguntou ele.

- Aham, quer ver mais de perto? - perguntei.

- Claro. - Respondeu ele.

Eu segurando o elmo bati na cara dele inúmeras vezes e fui avançado até chegar na
parede, eu soltei o elmo, e o comecei a soca-lo com as duas mãos, toda vez com uma
segurando o seu colarinho e com a outra batendo-o. As pessoas que estavam observando o
mapa múndi e as transmissões dos satélites ficaram olhando tudo aquilo, eu realmente
estava batendo em um velho, mas aquele velho merecia muito mais que aquilo. Claro, que
era só questão de tempo que alguns agentes paracem a briga à força, e foi exatamente isso
que aconteceu, 2 agentes me seguraram.

- Você perdeu a sua mente?! Sua consciência?! - gritou Hughes, sangrando pela boca.

- Ah, então fui eu que perdi a minha mente? Hm, então eu acho que testar uma arma
geofisíca em um local de uma operação da mesma agência não é loucura eu presumo.

- Nós não tivemos escolha. - disse ele.

- Não? Não tiveram?! Vá se fuder Hughes, eu devia ter te matado e não te espancado, acho
que o seu treinamento militar não te salvou dessa vez, não é mesmo? Eu acho que eu, um
cientista de campo da NSA luto mais que um veterano da Segunda Guerra Mundial.

- Quer caçar neo-nazistas agora? Vá se fuder Hyman. Nós te avisamos que uma hora ou
outra iríamos testar o Projeto HAARP. - disse Hughes batendo com a mão direita na mesa
de central de comando.

- Sim, você avisou, mas não falou que isso seria mortal para mim.

- Você agrediu um chefe de operação, você está muito fudido Hyman, o almirante decidirá o
que fazer com você, você tem que ter muita sorte para ser fuzilado depois disso. - diz
Hughes tentando me intimidar.

- Ah é? O inferno deve ser melhor que isso.

Isso provavelmente foi uma das coisas mais estranhas da minha expedição em Atlântida, o
mais estranho ainda é que o sonho foi tão igual com a realidade que pareceu mais uma
espécie de flashback do que um sonho. Aposto que eu se cantar "Mr. Sandman" de Patt
Ballard ele não iria me responder o que diabos foi isso. Talvez o Neil Gaiman explique.

09 de Dezembro de 1999, 04:23, Atlântida, Oceano Atlântico do Norte.

Eu acordei com os gritos do Hermann, Liza estava espancando ele com uma chave inglesa,
quando os vi, após ir lá correndo é claro e com uma pistola na mão. Ele estava sendo
espancado no outro lado da ponte. Assim que eu cheguei perto de Liza abaixei minha arma
e com a minha mão direita segurei a mão direita de Liza que ia bater mais uma vez com a
chave de fenda no rosto do Hermann, Liza não estava batendo com tanta força pois pelo
que eu vi ela não queria matar o Hermann, na verdade queria sim, mas sabia que se
matasse ele, ela seria a próxima a morrer.
- Que porra está acontecendo aqui?! - gritei.

- Esse filho da puta tentou me estuprar! - gritou Liza.

- Te estuprar? Hermann, explique que porra foi essa, agora.

- Eu não entendo! Nós transamos uma vez aqui mesmo na ponte, ela mesmo me chamou,
ela até parecia que estava brilhando de tão clara que a minha escolha seria se ela me
chamasse para isso, e então dessa vez eu fui chamar ela, ela não quis, então segurei o pulso
dela e ela pegou uma chave de fenda da mochila dela e começou a me bater! Essa vadia
quebrou o meu maxilar! - gritou Hermann.

- Brilhando? Ela estava te chamando? - perguntei.

- Sim. - respondeu Hermann.

- Merda... Eu estava certo.

- O quê?! - perguntou Liza.

- Atlântida, quem comanda Atlântida? - perguntei.

- Eu não tenho a menor ideia. - respondeu Liza.

- Muito menos eu, não ligava pra essa porra até chegar nela, e ainda me arrependo disso! -
responde Hermann.

- Netuno, Netuno comanda Atlântida. - respondi para eles. - O nome Netuno significa
alguma coisa para vocês? - perguntei.

- Não. - essa foi a resposta dos dois.

- Mitologia romana.

- Espera, você acha que...? - pergunta Liza.

- Talvez. Talvez todas as religiões são apenas uma grande mentira, feitas para confortar a
civilização sobre a morte, para tentar conter o desespero das pessoas e criar falsas
esperanças.

- Não, não! Deus existe! Jesus existe! O diabo existe! - grita Hermann.

- Você é católico Hermann? - perguntei.

- Sim. - responde ele.

- É engraçado como alguém que matou tantas pessoas ainda é católico. Você realmente está
querendo uma entrada especial no temido inferno? Se existir, eu garanto que você já tem
seu lugar reservado lá.

- Eu? Eu matei pessoas? Você está louco ou o quê?! - gritou ele.

- O nome Francis Drant significa alguma coisa para você? - perguntei.

- Não. - respondeu ele.

- Essa é a sua resposta, Francis?

- O quê...? - perguntou ele, com uma cara de desconfiado da porra, parece que naquele
momento a mente dele abriu mais que um buraco negro, mas também se fechou mais que
uma fenda temporária.

- Pronto! Aqui está! Essa é a porra do seu nome: Francis Drant! E todo mundo aqui sabe
disso, então você não parar com essa porra de moleza eu juro que te mato.

- Mentiroso! Mentiroso da porra! Não tem nenhuma chance de vocês saberem o meu nome!
Vocês nem trabalham para a porra da NSA! - gritou ele.

- Você está certo, nós não trabalhamos para a NSA, estamos aqui por conta própria é claro,
o submarino e os trajes que nos trouxeram aqui foram feitos por nós mesmos, não é?

- Vá se fuder Hyman! Seu mentiroso da porra! - ele gritou e se levantou.

É engraçado como ele ignorava a dor, mesmo com a porra do maxilar quebrado ele se
levantou e me empurrou para a parede, na ponta da ponte, ele começou a me socar no rosto
com toda a força que lhe restava.

Então o agarrei pela camisa e comecei a socalo e também comecei a falar algumas verdades.

- Seu nome é Francis Drant, você gostando disso ou não, você é americano, você nasceu na
cidade de Nova York em 1957 e teve a porra do plano mais genial do mundo: ser um espião
freelancer durante uma guerra ideológica, a porra da Guerra Fria. Satisfeito?!

- SEU MENTIROSO DA PORRA! - é naquele momento ele realmente começou a me socar na


barriga com toda a força que possuía.

Então eu cansado de receber socos, e também cansado demais para perguntar cada detalhe
sobre o que aconteceu na tentativa de estupro, avancei com toda a força e velocidade que
eu tinha e me joguei com o Hermann da primeira ponte das Pontes Paralelas.

Bom, o que aconteceu daí e diante é até engraçado, nós simplesmente não caímos, não pera,
caímos maaaaaaaaaas não caímos no fim das pontes digamos assim, nós caímos em outra
sala, como caímos na outra sala? Eu elaborei uma teoria para isso alguns dias depois,
mesmo em uma sala nova eu e o Hermann continuamos à brigar, e mesmo assim em outra
sala totalmente diferente conseguíamos ouvir tudo o que estava acontecendo nas pontes.

Eu ouvi Liza correndo para acordar Dupont, que mesmo com todo o barulho dos
xingamentos do Hermann, da briga, e dos gritos do Hermann, ele não tinha acordado ainda.

- Dupont! Dupont! DUPONT! - gritou Liza.

- Hã...? O que é Liza? - perguntou ele.

- Eu... Ah merda, é uma história curta mas não tenho tempo para te falar, bom o negócio é
que o Hyman e o Hermann começaram a brigar e o Hyman se jogou com o Hermann das
pontes. - diz Liza.

- O QUÊ?! - grita Dupont.

- Mas, eles estão vivos, eu acho, porquê eles não caíram no fim das pontes, eles sumiram
durante a queda. - explica Liza.

- Sumiram? Merda... Sabia que essa cidade ia ficar mais estranha a cada minuto, vamos até
ponte. - diz Dupont.

Ao chegarem lá Dupont fez... uma coisa que eu meio que fico rindo quando eu penso sobre
essa coisa, mas também estavamos em momento sério, mas bem, foi engraçado, no mínimo
eu acho. Dupont fez umas perguntas a Liza, antes de pular das pontes.

- Liza, você tem um namorado? - pergunta ele.

- Hã? Não! Droga, eles mataram ele quando me levaram pra NSA, mas que porra de
pergunta é essa Dupont? - pergunta Liza.

- Você tem amigos? - continua ele.

- Não. - responde Liza.

- Algum familiar vivo? - ele continua...

- Não. - responde Liza.

- Ótimo. - termina ele.

Bom, você já deve ter feito a imagem na sua cabeça sobre o que aconteceu, sim Dupont
empurrou Liza das pontes, e viu que ela realmente sumiu, e logo em seguida ele pulou
também, o fato engraçado é que nessa sala descobrimos que não estavamos sozinhos em
Atlântida, mas também no outro lado do mundo digamos que tinha algumas coisas
interessantes que iriam acontecer no mesmo dia.

09 de Dezembro, 12:35, San Francisco, Condado de Marin, Califórnia, Estados Unidos.

Massacre da Cafeteria de San Francisco


Agentes envolvidos: Thomas L. Henderson, Douglas Abrams, Isaac Ozimov e Philip J. Duck.

Local: Cafeteria Santa Paz, proximidades de Golden Gate.

Armas: 5 pistolas modelo Colt. 45 automáticas, uma espingarda modelo Remington 870
(Não promovida pela agência)

Bom, todos nós sabíamos que aquela expedição Hyman iria causar problemas no mundo se
a cidade fosse verídica, e ela é, e os problemas também. No dia 08 de dezembro de 1999,
graças ao movimento de um objeto desconhecido em Atlântida, um terremoto aconteceu
em Nogales, México, o mesmo matou 5 mil pessoas, e destruiu diversas construções e
moradias da cidade. Graças a esse evento um plano para atrair a atenção da mídia para o
oeste e não para o sul dos Estados Unidos foi elaborado, o almirante Hughes aprovou o
plano e hoje o botamos em prática.

9 da manhã chegamos com um furgão da GMC da cor preta com portas vermelhas na frente
da cafeteria, e conversamos um pouco sobre a nossa preparação para começar a executar o
plano.

- Ei Douglas, você está preparado? Parece meio nervoso. - comenta Isaac.

- É... Primeiro trabalho em público. - responde Douglas.

- Ah, eu entendo. - diz Isaac.

- E você Philip? Você está pronto? Parece meio cansado. - comenta Isaac.

- Eu bebi um pouco antes de ir dormir, ontem. Mas eu tô bem. - responde Philip na ressaca.

- Ele está entusiasmado! - comento em voz alta.

- Ha-ha! - todos riram, menos o Philip.

- Vá se fuder, Thomas. Quando vamos começar essa merda? Vocês tem ideia do quanto isso
é pertubador? - pergunta Philip.

- É o seguinte: eu vou descer do furgão, já que estou mais perto da "saída" da van, como
vocês podem ver eu vou sair pela porta direita, e então assim que eu der o primeiro tiro
com a minha pistola em algum civil, vocês saem do furgão. Entenderam? - pergunto.
- Aham. - respondem eles.

Eu saí da van pela porta direita e uma civil me "abordou" assim que eu cheguei na entrada
da parte ao ar-livre.

- Nossa! Você parece o Agente Smith de Matrix! - grita a adolescente, energética por algum
motivo, presumo que a cafeína realmente estava forte.

E então eu levanto os meus óculos com a minha mão esquerda e sorrio para ela.

- Eu realmente me pareço com ele? - pergunto.

- Sim! - grita ela.

- Ótimo. - termino.

E então novamente eu boto meus óculos e com a minha mão direita rapidamente tiro a
minha pistola do meu terno, e atiro na testa da civil.

A partir desse momento o massacre começa, os outros 3 integrantes, Isaac, Philip e o


Douglas saem do furgão pelas portas de trás, Isaac e Philip estavam armados cada um com
uma pistola assim como eu, já Douglas também estava com a mesma pistola, sendo que
carregava duas delas, eles começaram a atirar nos civis da sala ao ar-livre, o lugar não era
muito grande, depois das 4 mesas ao ar-livre apenas tinha o balcão do dono da cafeteria, o
Mark Nolan, fora o balcão apenas tinha mais 4 mesas no lado de dentro com 9 clientes.

Pelo que eu vi pelo vidro o dono da loja, o Mark, surtou pegou a escopeta Remington 870
dele debaixo do seu balcão e se trancou no banheiro a sua esquerda.

Após ver isso eu chutei a porta da entrada, e entrei atirando no pessoal das mesas da
direita, Isaac e o resto ficaram atirando no pessoal das mesas da esquerda, obviamente.

Douglas se encostou do lado direito da porta do banheiro e bateu com a sua pistola na mão
direita na porta, duas vezes, e então o Mark atirou com sua escopeta. Douglas apontou sua
pistola da mão direita no trinco da porta e atirou, e a porta começou a abrir lentamente, e o
Mark atirou novamente na mesma direção, sempre na direção de sua frente, enquanto
estava sentado no sanitário. Eu então aproveitei que o Douglas estava destraindo o Mark e
botei o cano da minha pistola na parede e fiquei passando até chegar na direção da cabeça
do Mark, eu olhei para o Douglas, e ele olhou de volta para mim e acenou a cabeça, eu então
atirei, e o Mark morreu.

Então, eu entrei no banheiro e peguei a escopeta do Mark, e comentei algo que eu


persoalmente achei engraçado.

-Afinal de contas quem vende café não morre cagando café, que decepcionante, acabou com
as minhas esperanças.

- Ha-ha! - Douglas foi o único que riu.

É, eu sei, minhas piadas são péssimas, mas isso não tem nada haver com a missão. Após
essa piada horrível, nós saímos da cafeteria, e para nossa "surpresa", tinha uma viatura
policial estacionada do lado do nosso furgão, com 2 policiais apontando pistolas para a
gente.

- Baixem as armas! - gritou um deles.

- Você quer um tiroteio ou dinheiro?! - gritei.

- Vá se fuder bandido de merda! - gritou ele.

- Isso foi apenas um massacre, não um roubo. Se bem que não tem muita diferença hoje em
dia. Senhores policiais, vocês poderiam por gentileza abaixar as suas armas? - perguntei.

- Abrir fogo! - grita o policial.

- Merda.

Um tiroteio, nós pegamos cobertura do lado do furgão.

- Douglas vá atire neles! - lidero.

Douglas sai da cobertura do furgão e começa a atirar com suas duas pistolas nos policiais,
ele apenas acerta no qual eu estava conversando, o outro entra na cobertura da viatura e
não é acertado pela rajada de tiros das pistolas do Douglas. Douglas então volta para a
cobertura.

- Henderson, por quê você não usa essa espingarda?! - pergunta Isaac.

- Nós temos que economizar balas, porquê não é nada garantido que esse massacre seja o
único que iremos fazer. Philip! Distraia o último policial enquanto nós entramos no furgão,
quando o seu pente acabar entre rapidamente por trás, você entendeu?! - perguntei.

- Sim, senhor! - grita Philip.

Ele então, sai da cobertura e começa a atirar na viatura, enquanto eu e o resto da equipe
entramos no furgão.

O pente da pistola do Philip acaba e ele é puxado para dentro do furgão por Isaac e então
eles se abaixam e eu também. Dessa vez eu dirigi, pelo que eu vi pelo retrovisor o policial
tentou chamar reforços, mas a agência é mais rápida, e corta a comunicação do rádio dele, e
então fomos pela Golden Gate para Petaluma, é lá onde eu estou escrevendo esse relatório,
agora mesmo. Vamos para aquela fazenda no Texas esperar por novas ordens.

Isso é tudo. Thomas L. Henderson.

Capítulo VI: O Outro Lado


09 de Dezembro, 06:47, Atlântida, Oceano Atlântico do Norte.

Como eu tive acesso ao relatório do Henderson? Eu explico isso depois, agora é hora de
falar sobre o que aconteceu no outro lado, na outra sala.

Liza e Dupont apareceraram do nada na sala e apartaram a briga, nós então ouvimos várias
tosses vindo de uma entrada redonda, que estava meio óbvio que estava faltando uma
porta ali, e era o lugar que a luz da sala não batia, o mais estranho ainda? A luz não era do
oceano, era de outra coisa. Eu então olhei para todos e pelo visto eu tinha sido o escolhido
pela mente deles, eu passei pela entrada circular e vi que não estávamos sozinhos, tinha um
homem tossindo, ele tinha uma grande barba e seu cabelo também estava grande, pelo
visto ele estava lá a mais tempo que a gente.

- Áaaagua... Eu preciso de água. - sussurrou ele.

- Eu lhe dou água, mas você vai falar para mim quem é você depois de tomar água, ok? -
perguntei.

- Ceeerto. - diz ele.

Eu dou a minha garrafa cantina para ele e ele bebe toda a água dela, sorte que eu tinha mais
água na minha mochila.

- Aaaaaah, obrigado. - diz ele.

- Agora me diga quem é você.

Nessa hora o resto da equipe também entram pela entrada, e veem que do lado dele tem
um abismo.

- Puta merda! Hyman quem é esse cara? E porquê diabos ele está do lado de um abismo?! -
pergunta Liza.

- Eu ia perguntar isso pra ele agora mesmo.

- Então, diga-nos quem é você.

- Meu nome é Hank, Hank Glennmore, e eu sou um dos mergulhadores que a NSA mandou
aqui para investigar se existia algum sinal da existência de Atlântida. E eu sei quem são
vocês, vocês são os caras que encontraram o mapa desse inferno. - diz ele.

- Espera... Como você veio parar aqui? Os outros mergulhadores voltaram.

- Os filhos da puta nem tentaram me salvar, eu fui sugado por uma espécie de correnteza
marítima até esse inferno. - responde ele.

- Você viu uma espécie de esfera de vidro ao redor de Atlântida quando foi puxado? -
perguntei.

- Sim, entrei aqui por ela, e aposto que vocês também entraram aqui por ela.

- Espera, faz 2 dias que você está aqui? - perguntei.

- Não, espera... Ah merda, eu me confundi. - diz ele.

- Se confundiu? Como assim? Outros mergulhadores vieram para Atlântida? - perguntei.

- Err, sim. Eu não lembro se foi dia 8 ou 7, mas eu vim aqui com mais dois mergulhadores
procurando os seus corpos. Já que não encontramos os seus corpos, começamos a voltar
para o submarino, e então como eu disse, eu fui sugado por uma corrente marítima. - diz
ele.

- Espera, espera. Foi uma corrente ou uma correnteza? - pergunta Dupont, suspeitando
dele.

- Eu não sei, não foi nenhuma nem outra, só sei que algo "invisível" me puxou para
Atlântida usando a água do oceano é claro. - diz ele.

- Merda, se você vai ficar conosco precisamos achar mais comida, só temos comida para
mais 9 dias.

- Você tem alguma ideia do que é aquela luz? - Dupont aponta para a sala que estávamos.

- Não. - responde ele.

- Espera, nenhuma? Como você veio parar aqui? - pergunta Liza.

- Da mesma forma que vocês eu acho. Eu estava procurando por comida na cidade, que tem
casas bem parecidas com aquelas casas alemãs antigas --

- Eu disse!

- O quê? Ah... Vocês já estiveram na cidade? - pergunta ele.

- Aham. - diz Liza.


- Bem, continuando... Eu ouvi barulhos estranhos, barulhos de algo grande pisando no chão,
não era um animal, era algo como a gente. Eu então me escondi do lado de uma casa de
esquina e dei uma olhada para ver o que era... Acredite ou não eu vi alguma espécie de
soldados com armaduras de pedra patrulhando na área. - diz Hank.

- Soldados? Usando armaduras de pedra?! - perguntei.

- Sim. - confirmou ele.

- Merda. Jules Verne estava certo, agora não há mais dúvidas, nós estamos na grande cidade
do rei Netuno.

- Jules Verne? O que o Jules Verne tem com isso?! - pergunta Hank.

- Pelo que sabemos Jules Verne teve um sonho em que ele veio para cá, nesse sonho ele
descreveu uma sala do trono com soldados de pedra, da cor amarelo-queimado, e no
escudo deles tinha um brasão de um peixe com 1 escudo de cada lado. Os soldados que
você viu, tinham escudos? - perguntei.

- Sim! São exatamente como você os descreveu. - diz Hank.

- Vocês sabem o que isso significa? - pergunta Dupont.

- Que pode ter mais gente ainda aqui em Atlântida? - perguntei.

- Sim, e que ainda existe um governo por aqui, e isso é um problema. - diz Dupont.

- Que ironia, um agente governamental falando mal do governo. Enfim, é melhor irmos logo
ao local onde começa essa luz, e sabermos se Swan* foi realmente o inventor da lâmpada
incandescente.

(N.T.) Joseph Wilson Swan (1828-1914) foi o criador da lâmpada incandescente.

Capítulo VII: Viagem ao Centro da Loucura


6:54

O local que emitia luz foi um grande surpresa para todos nós, uma biblioteca, com uma
janela suspeita, um buraco na parede na verdade, mas, o que é estranho em uma biblioteca?
Nada, nada, só uma coisa... OS LIVROS DA BIBLIOTECA ERAM DA IDADE MÉDIA ATÉ O
SÉCULO 19! Nós ficamos olhando para aqueles títulos de livros famosos, provavelmente o
livro mais famoso daquela estante de livros era A Origem das Espécies de Charles Darwin, e
nós ficamos andando cautelosamente e até parados sem respirar muito, porquê estavamos
ouvindo barulhos do lado de cima da escada que estavamos escondidos do lado da entrada.
E então descobrimos um fato interessante... O barulho que estávamos ouvindo estava sendo
causado por um habitante de Atlântida, e a coisa mais ferrada de todas? Ele falava a nossa
língua.

- Não! Não! Não! Isso está errado! Carambolas! - grita a voz.

- Carambolas? Ha-ha. - sussurra Hermann.

Eu aceno para Hermann calar a boca.

- Hã? - o habitante, graças ao Hermann, notou que a gente estava lá.

E então em vez de sair correndo que nem loucos, como o Scooby Doo e sua turma, nós
sacamos nossas pistolas, e ficamos esperando o habitante descer pelas escadas para nós
atirarmos nele, mas ele agiu primeiro que a gente jogou uma estante de livros em cima da
gente, por sorte eu me abaixei mais rápido e a estante não pegou em mim.

Então eu tive a "brilhante" ideia de subir as escadas e começar a atirar com a minha pistola
onde supostamente aquele habitante estava, e quando eu parei de atirar vi que não tinha
ninguém ali. Sim, naquele momento não tinha, maaaaaaaaaaaaaaas do nada, tipo do nada
mesmo, um ser acinzentado sem olhos , com braços finos e com grandes globos oculares, eu
simplesmente fico paralisado olhando para ele e em menos de 1 segundo ele bota a mão
dele a 1 centímetro do meu peito e pelo que eu notei ele usou poderes mentais e me jogou
sem me tocar na parede onde a estante bateu antes de cair em cima do resto da equipe. Eu
acabo caindo em cima da estante, que a equipe estava embaixo, e ele começa a descer as
escadas, e eu simplesmente surto.

- Você aí, se acalme! - grita o habitante.

- Sai daqui você! Alienígina!

- Alienígina? Ha-ha! Eu sou tão humano quanto você. Eu apenas não sou um
"homo-sapiens". - diz ele.

- Vá se fuder! Você não é humano, porra!

- Ha-ha, "Vá se fuder!"? Essa é nova para mim. É melhor você se acalmar, diminuir o tom de
voz e baixar o palavriado. - diz ele, calmamente.

Eu então, saio de cima da estante e tento pegar o revólver do Dupont.

- O quê?! Você vai atirar em mim?! Ha-ha! - ri ele.

Sem sucesso na minha tentativa, eu surto mais ainda e grito e saio correndo e pulo pela
janela. E vejo uma grande esfera de vidro na minha queda que é mais intensa do que a
queda que me permitiu entrar em Atlântida, eu boto as minhas mãos e braço na frente do
meu rosto para me proteger, mas mesmo assim, algum pedaço de vidro fez um pequeno
corte na minha testa. Após a quebra de vidro, eu volto ao oceano, pelo visto da mesma
forma que eu fui parar naquela biblioteca, e então assim que eu me viro pra direita noto
que eu não estou exatamente no oceano, e sim na grande rachadura que eu tinha visto na
cidade, que imediatamente quebra após eu me virar para a direita, eu então começo a cair
freneticamente na cidade, e quando eu quase caio no chão, eu apareço em outro lugar,
dessa vez de volta para as Pontes Paralelas e com uma onda descendo atrás de mim, eu fico
gritando e continuo a cair freneticamente, novamente. E então eu apareço de novo na
frente da esfera de vidro da biblioteca sendo que do outro lado, e então novamente eu a
quebro com o meu corpo, eu pisco meus olhos e estou novamente em cima da estante, e
noto que o meu braço quebrou.

A minha equipe ainda estava incosciente, e então usando sua telecínese o habitante de
Atlântida me joga na sala de cima, perto de onde ele estava gritando, e me paralisa na
mesma, de braços e pernas abertas como o Homem Vitruviano. Ele bota a própria mão
direita em direção ao meu braço direito que tinha quebrado, e levanta a mão rapidamente,
o meu braço se "regenera" e fica normal de novo, e então eu caio em cima da mesa de
estudos dele.

- Saia dai! - grita ele.

Então eu saio e fico de frente à frente com ele.

- O que você é? - pergunto.

- Um habitante de Atlântida. - responde ele.

- Qual é o seu nome?

- Meu nome é Vholemor, mais conhecido como "O Mago Vholemor". - responde ele.

- Você é um mago? Mas você tem A Origem das Espécies na sua estante.

- Eu leio livros tipo ele apenas para rir. Darwin não sabe sobre a origem das espécies, e nem
os cristãos. - diz ele.

- E você sabe? - pergunto, curioso.

- Sim, eu sei. Mas não vou lhe dizer. - diz ele.

- Por quê não?

- O mundo não está preparado para isso. Eu sei que a humanidade não merece prevalecer,
mas sabendo a verdade, o passado seria o responsável pela destruição do futuro, e isso
seria muito trágico. - diz ele.
- Você tinha dito que era tão humano quanto eu... Você é o elo perdido? - pergunto.

- Não, não! Nós, habitantes de Atlântida, somos o início de tudo, todas as espécies do
planeta Terra, nós somos os mais antigos, nós moldamos o planeta Terra, nós mesmos, e
plantamos evidências falsas e criamos religiões para pessoas como você, depois da grande
guerra, apenas para enterrar o passado, porquê a verdade não é bonita, se a verdade fosse
boa a mentira não existiria. - diz ele.

- Eu acho que vocês não criaram uma religião...

- Não? Qual? - pergunta ele.

- A Mitologia Romana, que pelo que eu vi até agora não me parece mais uma mitologia, e
sim uma verdade complexa.

- Aaaaaaaah... Vênus, não foi? - pergunta ele.

- Sabe aquele loiro do grupo em que eu estou? - pergunto.

- Sim. - diz ele.

- Ele disse que tinha transado com uma mulher brilhosa em um lugar que eu prefiro
chamar de Pontes Paralelas, e eu suspeitei de Vênus.

- Por quê? Há tantas mitologias no mundo, por quê você pensar logo na Mitologia Romana?
- pergunta ele.

- Você sabe alguma coisa sobre os romanos na Sibéria?

- Espera, como? Como você sabe disso? - pergunta ele, curioso.

- Eu vi por mim mesmo, um elmo de um oficial romano na Sibéria. Era impossível eles
chegarem à Sibéria naquela época, quem os levou Vholemor? Você? Seu povo?

- O elmo que você achou foi de um oficial conhecido como Octavio, o Grande. Ele era
respeitado por muitos no império romano, inclusive o imperador da época, mas ele
começou a suspeitar sobre Atlântida, e então iniciamos uma jornada religiosa para leva-lo
para Sibérica e mata-lo. Essa é a fraqueza dos fiéis, eles sempre acreditam no que
escolheram acreditar até o fim de suas vidas. - responde ele.

- Nossa...

- Você viu os meus anéis? - pergunta ele.

E então eu olho para os anéis da mão esquerda dele, ele também tem 5 dedos e em 4 desses
dedos estão 4 anéis, com uma espécie de vórtice, buraco negro, não sei o que era aquilo.
Mas eu fiquei fascinado, nós humanos queremos descobrir alieníginas mas nem sequer
conhecemos nosso próprio passado direito e todas as raças que já pisaram nesse mundo, e
eu estava olhando para uma pessoa da raça que iniciou tudo neste planeta, era assustador,
mas fantástico ao mesmo tempo, eu estava fascinado e com medo.

- O que são esses vórtices? - pergunto.

- As formas astrais dos seus companheiros. - responde ele.

- Sério?

- Não. - diz ele.

- Então, o que são esses vórtices?

- Vórtices. - diz ele.

- Você está mentindo para mim? - pergunto.

- Talvez, talvez. Como eu disse: você ainda não está pronto para saber da verdade, mas,
para não lhe deixar sem nada, vou lhe contar um fato interessante. - diz ele.

- Certo.

- Atlântida não é uma cidade. - diz ele.

- O QUÊ?!

- Atlântida é uma máquina, a máquina do impossível, a máquina do tempo. Atlântida é uma


máquina do tempo ambulante, nem eu que vivo nela a milhões de anos ainda não entendo
como de uma cidade ela virou uma máquina do tempo ambulante. - diz ele.

- Você tem algum relógio? Ou bussóla? - pergunta ele.

- Sim, eu tenho.

- Pegue eles, e olhe para eles aqui, nesta sala. - instrui ele.

Naquele momento a coisa mais assustadora da minha vida aconteceu, o relógio e a bussóla
estavam sobre constante mudança, mudando a cada segundo, para uma diferente direção e
para uma nova hora, a cada segundo. Isso definitivamente era o centro da loucura. Onde
tudo começou, as alucinações, os pesadelos, tudo, e quem sabe até a cidade. Eu sentia isso.
Porquê eu estava no berço da humanidade.

- Isso... isso é uma completa loucura!

- Quer que eu acorde os seus amigos? - pergunta ele.


- Espera! Eu tenho duas perguntas para fazer.

- Faça. - diz ele.

- Tem mais pessoas Atlântida?

- Sim. - responde ele.

- Atlântida é o lar dos deuses? E eles estão vivos?

- Agora são três perguntas, mas, novamente, sim e alguns. - diz ele.

- Ah, e só um aviso antes de eu acordar os seus amigos. - continua ele.

- O quê?

- Não traga Netuno de volta. E tente encontrar Tiberius, o Décimo. - termina ele.

- Espera! Quem é Tiberius, o Décimo?!

- Até onde eu sei, eu posso ser ele tanto quanto você pode ser ele, eu realmente não sei, não
tenho a menor ideia. - diz ele.

Ele então se vira na direção da minha equipe, e fecha a mão direita e a abre, enquanto eu
estou olhando para eles, e eles acordam, quando eu virei minha visão novamente para ele,
ele não estava mais lá, ele simplesmente desapareceu. Eu me pergunto até hoje se ele era
real ou não. Sendo real ou não, ele tinha telecínese, era curandeiro, estudioso, curioso pra
caralho, e o mais importante... ele sabia a verdade sobre a sociedade.

- Hã...? Que porra foi essa? - pergunta Hermann, com dor de cabeça. - Aaaah, merda, minha
cabeça está me matando.

- Seria bom se ela te matasse logo... - diz Liza, também com dor de cabeça.

- Dupont, você está acordado? - perguntei.

- Sim, mas minha cabeça está doendo para caralho. - respondeu ele.

- E você Hank? - ele não responde. - Hank?!

Quando Dupont virou ele para a nossa visão, ele estava com os olhos totalmente brancos,
isso poderia significar duas coisas: Ou ele estava completamente cego, ou ele estava
viajando em modo astral. E pelo visto era a segunda coisa.

- Aaaaaaaah! - ele respira muito alto.

- Hank!
- Merda... Merda... Eu vi coisas muito MUITO estranhas. - diz ele.

- Tipo o quê? - pergunta Liza.

- Eu... Eu não sei, tinha um ser humanoide, ele era... azul acinzentado, algo assim, tinha uma
cabeça fina como se tivesse uma faca apontada para cima depois de sua testa, ele era
grande... tinha uns dois metros eu acho, e ele estava rindo em um trono de vidro, enquanto
outro ser também humanoide e parecido com ele estava sendo queimado vivo na frente
dele. E ele continuava rindo, como se isso fosse a melhor coisa do mundo. - diz Hank.

- Trono de vidro? Merda... Você teve uma viagem astral, que nem o Jules Verne... Mas será
que ele ser estava rindo atualmente? Ou você viajou no tempo? - perguntei.

- Se eu viajei no tempo? Estamos em uma cidade antiga, e isso foi um sonho, só isso. -
responde Hank.

- Err, eu tenho que contar algo muito MUITO fudido para vocês.

- O quê? - pergunta Dupont.

- Quando vocês foram nocauteados pela aquela estante ali, eu meio em que... bem... eu vi o
ser que jogou a estante em vocês, e então eu surtei, e pulei por esse buraco, e...
acidentalmente quebrei aquela grande rachadura que nós vimos na cidade--

- O QUÊ?! - grita Dupont. - VOCÊ SIMPLESMENTE PULOU POR ESSE BURACO E CAIU NA
GRANDE RACHADURA?!

- Sim.

- ENTÃO... ONDE A GENTE ESTÁ?! - pergunta Dupont.

- Err, e tem outra coisa também... Atlântida não é uma cidade--

- O QUÊ?! PUTA QUE PARIU! ONDE DIABOS A GENTE ESTÁ ENTÃO?! - grita Liza.

- Nós estamos em uma máquina do tempo ambulante... No mínimo foi o que o Vholemor me
disse.

- Vholemor? Quem é esse? - pergunta Hermann.

- O ser que jogou a estante na gente, na verdade ele era amigável, mas estava com muita
raiva MESMO, por ter falhado na tentativa de alguma coisa, acho que foi um feitiço, algo
assim.

- Esse Vholemor era um mago? - pergunta Hank.


- Aham, direto de Nárnia.

- Ha-ha, vá se fuder, se tem um mago aqui... imagina o que tem no trono de vidro. - diz
Dupont.

- Segundo Hank, um louco risonho. Eu vou dar uma olhada no livro que ele estava lendo,
peguem as nossas armas, enquanto isso.

Então, novamente eu subi as escadas e fui dar uma olhada no livro em que ele estava lendo,
e para a minha "surpresa" estava em uma língua que eu não entendia... mas, para a minha
REAL surpresa... do lado do feitiço escrito em uma língua estranho, estava escrito na minha
língua o que ele fazia.

- "Feitiço da Fenda Real: Qualquer um que mencionar esse feitiço corretamente, sem
suspirar, conjura uma fenda invisível que leva o conjurador ao castelo real do imperador
Netuno." Acho que achei a nossa saída.

- Deixe-me ver. - diz Dupont, que se aproxima de mim e dá uma olhada na página em que eu
estava.

- Temos que ler esse feitiço? Só isso? - pergunta ele.

- Aham. Ei vocês! Aqui agora! - todos se aproximam de mim e do Dupont.

- Eu falerei o feitiço. "Nostremir Octavos Onopenegror Netunus Et Nepeter".

Novamente "do nada", nós aparecemos em outro lugar, dessa vez era um castelo gigantesco
com paredes escuras e armaduras à mostra, mas não eram armaduras de pedra, e sim de
ferro, um ferro escuro que depois eu descobri que se chamava "Ferro-negro", uma espécie
de ferro vindo do fundo do oceano. E tinha quadros da época da Revolução Industrial e da
Renascença que sempre mostravam um homem bem-vestido sozinho, sem uma rainha, eu
presumo, e os homens dos quadros eram homens diferentes, no mínimo era o que
aperantava, mas eu estava enganado.

E então nos levantamos do tapete vermelho com linhas douradas, um tapete inglês eu
suponho. As armaduras de ferro-negro eram armaduras leves, todas do mesmo tamanho,
pelo visto para apenas um homem... Netuno. Eu ainda continuava assustado pelo fato que
Vholemor disse para eu não trazer Netuno de volta, provavelmente ele me avisou para não
traze-lo de volta a vida, e Hank o tinha visto.

- Ei Hermann! Você se lembra de quando você transou nas Pontes Paralelas?

- Tentou estuprar, você quis dizer. - diz Liza.

- Sim, eu lembro. Liza estava brilhando. - responde Hermann.


- Vholemor me disse a verdade, você não transou com a Liza --

- O quê?! Então... O QUE EU FIZ?! - pergunta ele, desesperado.

- Eu estava certo, você transou com a Vênus.

- Vênus? - pergunta Hermann.

- Sim, eu estava falando sobre a Mitologia Romana, lembra? Vênus é a deusa da Beleza e do
Amor. Pois é cara, você transou uma deusa, mas isso não muda o fato que você tentou
estuprar a Liza, nós somos uma equipe e para continuarmos uma equipe você precisa
aceitar algo.

- O quê? - perguntou ele, tremendo e olhando fixamente para mim, enquanto todos olhavam
para ele.

- Você vai aceitar a sua antiga identidade de volta, e vai botar na sua estúpida cabeça de
uma vez por todas, que você é Francis Drant o espião freelancer da Guerra Fria, o homem
que viu uma explosão nuclear imaginária, ou não, talvez ela tenha sido real afinal de contas,
eu não consigo mais o mundo, mas apenas aceite a sua antiga identidade de volta e enterre
Hermann Eichmann aquele alemão escroto do caralho. Então, Drant, o que me diz? -
perguntei, olhando fixamente para ele.

- E seu me recusar? - pergunta ele.

- Nós o matamos aqui mesmo. Ah, e pare de ser tão religioso e abra a sua mente, estamos na
porra do berço do mundo.

- Certo... Eu aceito sua proposta. - diz Drant.

- Agora vamos ver esses quadros, são muito familiares.

Os quadros estavam em ordem cronológica, o primeiro quando eu vi o nome na parte do


baixo do mesmo não acreditei. "Papa Alexandre IV" o polêmico Rodrigo Bórgia, naquela
hora minha cabeça simplesmente explodiu, como um castelo de milhões de anos possuiria
uma pintura do Rodrigo Bórgia? COMO? É, eu sei, isso também me veio na cabeça, e isso faz
parte da minha teoria.

- Rodrigo Bórgia?! Mas como?! - pergunta Dupont.

- Rodrigo Bórgia? Tá escrito "Papa Alexandre IV, não "Rodrigo Bórgia". - diz Liza.

- Quando Rodrigo Bórgia virou o pape ele mudou de nome.

- Sério? - pergunta Hank.


- "Sério?"? Ok, quantos de vocês estudaram história?

- Cara, eu sou um mergulhador. - diz Hank.

- Bom, eu sou uma arqueológa, mas eu estudei mais a história antiga mesmo. - diz Liza.

- E ainda assim não conhece a Mitologia Romana.

- Ha-ha. - Dupont foi o único que riu.

- Ok, agora vamos ver o segundo de perto.

Nesse eu também não acreditei no que vi, quem estava na pintura? Rosbepierre, a porra do
Rosbepierre. Existia duas possibilidades naquele momento: ou Netuno admirava eles e já
tinha ido no mínimo 3 vezes na superfície ou ele... era eles...

- Rosbepierre? Bem diferente do Bórgia. - diz Dupont.

- É. Que estranho. - concordei com Dupont.

- E o terceiro? - pergunta Liza.

- Vamos dar uma olhada nele agora.

Ok, agora esse foi o mais inacreditável de todos os 3 quadros, e não era uma pintura, era
uma foto, mas de quem? Ninguém menos, ninguém mais do que Charles Darwin. Minha
mente já tinha explodido duas vezes, apenas nos 2 quadros, agora naquele terceiro...
aconteceu uma explosão na minha mente, eu simplesmente deixei de acreditar na
humanidade, apartir daquele momento.

- Ok... Agora realmente aconteceu uma explosão nuclear na minha mente.

- Darwin?! Mas que porra?! - grita Dupont.

- Ei Hyman, segunda explosão nuclear da história das nossas cabeças, na minha. - diz Liza.

- Darwin? Quem é esse? - diz Hank.

Todo mundo olhou pro Hank nessa hora.

- Você não conhece o Charles Darwin? Você mora em uma caverna submarina desde o
século 19? - perguntei.

- Isso foi uma piada porquê eu sou um mergulhador? - perguntou Hank.

- Err... sim.
- Nossa, que bosta. - diz Hank.

Eu pensei em dizer "Não é mais bosta que o seu conhecimento.", mas fiquei calado e fomos
para a sala à direita dos quadros, assim que entramos vimos que era uma sala de jantar,
tinha alguns quadros nela, das mesmas pessoas, sendo que pinturas diferentes e outra foto
do Darwin, dessa vez ele não estava de chapéu na foto. O estranho da sala de jantar não era
os quadros, e sim a mesa de jantar. "Por quê?" você pensa, bem, a mesa estava coberta por
uma gosma preta, eu acho que era tinta de algum povo, a gosma escorria até o chão. E então
sentamos nas cadeiras de jantar, e o Hank fez uma piada.

- Ei, vocês acham que essa gosma é do Netuno também? - perguntou ele.

O que aconteceu foi uma crise de risos do caramba.

- PUTA QUE PARIU! HA-HA!

- DROGA, CARA! EU TÔ SENTADO NISSO! FALA ISSO NÃO! HA-HA! - grita Dupont.

- QUE MERDA CARA! HA-HA! AGORA EU PERDI MINHA FOME! - grita Liza.

- NÃO CARA! HA-HA! EU NÃO QUERO NEM PENSAR NISSO! - grita Drant.

Enquanto riamos e batíamos na mesa, olhei para os quadros e notei que a face do
Rosbepierre estava descendo, a pintura estava molhada, e então pequenos pingos d´água
caíram debaixo da pintura dele, e então eu lembrei de uma ação irreversível que eu tinha
cometido, a quebra da grande rachadura, Liza deu uma rápida olhada e continuou rindo
mas quando o seu sorriso diminua e seus lábios se fechavam, a água do oceano bateu as
portas do lado direito da mesa de jantar que estávamos.

Nós fomos jogados da mesa... com a mesa e todos os móveis da sala, inclusive as pinturas e
a fotografia. Nós fomos jogados para a esquerda obviamente, e para a nossa alegria outra
entrada pela esquerda, e não uma parede, mas quando passamos pela porta... sim, tinha
uma parede, e nós a quebramos com toda a força do impulso da água, e começamos a cair
em uma altura que aparentava ser infinita e vimos novamente a grande esfera de vidro. A
queda estava diferente e mais violenta, pois mudávamos de gravidade todo segundo, e a
queda parecia que ia nos esfolar vivos ali mesmo, antes de chegarmos a grande esfera de
vidro.

Mas pelas graças de algum deus ou deusa romana, nós não fomos esfolados vivos durante a
queda, mas o impacto causado pelos nossos corpos na grande esfera de vidro foi tão grande
que nós apagamos, e eu tive um sonho bem interessante durante o meu tempo incosciente,
eu ainda acho que foi uma viagem astral.

Ato II: Sonhos do Fim - Capítulo I: Pesadelo Nuclear


26 de Abril de 1986, Usina Nuclear de Chernobil, Pripyat, RSS da Ucrânia, União Soviética.

É, pois é, a minha viagem astral foi logo para a madrugada mais temida de toda a União
Soviética, a madrugada de 26 de abril de 1986, conhecida por ser o horário em que
começou a porra do maior acidente nuclear da história dos anos 80, o acidente nuclear da
Usina Nuclear de Chernobil. No mínimo essa viagem valeu a pena por um motivo, eu
descobri o que realmente causou logo após que eu acordei lá.

Eu acordei em um corredor branco com uma parede com uma janela de vidro que se
extendia do começo do corredor até o fim, elas eram escuras, e tinham uma visão para o
reator 4, sim, o reator onde tudo começou.

Quando eu olhei para a direita, vi um agente americano conversando com Hughes, esse
agente era ninguém menos que Isaac Ozimov, um dos agentes da equipe do Henderson,
provavelmente o membro mais antigo da equipe do Henderson, perdendo é claro, apenas
pro Henderson.

"Está feito." disse ele, falando no telefone, presumo que ele estava com Hughes, intrigas
assim são a cara do Hughes.

Ele passou por mim, eu me afastei, mas ele não fez nada, como se apenas fosse um fantasma
ou algo do tipo. E então olhei para o meu relógio de bolso e vi que era exatamente 1 e 23 da
manhã, o exato minuto onde a porra toda começa. Então eu olhei que no fim do corredor,
para a esquerda, tinha uma escada onde o agente desceu, então eu desci também, e decidi
seguir ele. Assim que sai e vi os operadores trabalhando no reator 4 e o Isaac saindo, segui
o Isaac que entrou em um gipe militar que era mais rápido do que os normais, e naquele
momento eu meio que caguei nas calças mentalmente, porquê lembrei que 1 e 23 da manhã
era o exato momento onde a porra toda começa, então saí correndo freneticamente atrás
do gipe do Isaac, no meio da noite, na estrada escura, eu não estava vendo nada.

E então na medida que eu corria e o meu suor descia, eu olhei para trás e finalmente vi luz,
vi fogo, vi uma explosão, vi derretimento, e isso tudo apenas no reator 4.

E continuei a correr, sendo que dessa vez mais freneticamente do que quando eu estava
correndo atrás do gipe do Isaac. E então vi algo cinza, no meio da estrada, era uma grande
rocha, eu me escondi atrás dela, acho que naquele momento eu meio em que me conformei,
não importa o quanto eu corresse atrás do gipe ou corresse em linha reta, de nenhuma
maneira eu iria escapar das explosões.

E então as múltiplas explosões começam e o reflexo dos meus olhos deixam de ser apenas
escuridão, e acendem com a chama nuclear de um erro de uma nação. O fogo perfura minha
pela e a tosta enquanto eu observo a ação gritando, segurando na pedra, eu senti meus
ossos derretendo no infinito e além da dor humana.
Queimando até a minha sádica morte causada pelo fogo nuclear, eu refleti sobre a Guerra
Fria e todas as outras guerras, se a guerra real na verdade era a guerra de intrigas, a
competição, as mentiras, as sabotagens, e também pensei que quando o mundo acabar não
será por um grande meteoro, ou por uma grande sequência de desastres naturais, ou
mesmo um julgamento final, e sim um fim causado por nós mesmos, pelas nossas próprias
criações, pelos nossos próprios descendentes.

Então depois de um tempo da minha reflexão queimando até virar cinzas, Liza me acordou
desse pesadelo nuclear que foi a realidade.

Capítulo II: O Favorito dos Humanos


10 de Dezembro de 1999, 13:17, Atlântida, Oceano Atlântico do Norte.

1 dia, nós apagamos por 1 dia, 1 dia e algumas horas. Liza me acordou e eu fiz algo
deselegante, espera é sério que eu tô falando "deselegante"? Nossa, eu acho que eu mudei
depois dessa expedição. O que eu fiz foi quando ela me acordou, eu meio que vomitei toda a
água que eu tinha bebido durante a queda, e o impulso.

- Porra Hyman! Que merda! - grita Liza.

- Ah, você está vivo. - diz Drant.

- Grande ânimo.

- Ha-ha. - Dupont e Hank riem.

- Mas que porra...?

Quando eu olhei para o meu lado direito, antes de se levantar, vi grandes portões de
ferro-negro, e um buraco no meio deles, acho que era a fechadura, os portões tinham uns 5
metros de altura e 4 metros de largura.

- Vocês acham que isso é uma espécie de botão? - perguntei.

- Não, já tentei apertar. - responde Hank.

- Francis, me dê sua espingarda.

- ESPERA! ESPERA! O Drant tem uma espingarda? A maioria de vocês tem pistolas ou
revólveres, eu não tenho nada, e ele tem a porra de uma espingarda?! - pergunta Hank.

- É, pois é, minha reação foi algo do tipo quando eu descobri. E falando em pistolas, quem
pegou a minha daquela estante? - perguntei.
- Err... ninguém. - responde Dupont.

- Ninguém?! Então, eu tô desarmado que nem o Hank?

- Aham. - diz Liza - Desculpa aí, mas eu prefiro continuar com a minha pistola já que tem
uma pessoa aqui que não bate muito bem da cabeça e eu sei que alguma hora a nossa
sanidade vai começar a diminuir.

- A sanidade tem limites, mas a insanidade não. - eu olho para Liza. - Você está certa.

- Então... Francis me dê sua espingarda, eu tive uma ideia interessante.

Francis me dá a sua espingarda, mas não muito confiante. Eu então boto o cano da
espingarda no círculo que suspostamente era um botão ou uma fechadura e atiro nele, o
impacto foi tão grande que me jogou para trás.

- PUTA MERDA! - grita Dupont.

- Eu vou tentar mais uma vez.

- Você está louco?! - grita Drant.

- Talvez, mas eu quero sobreviver.

Eu novamente boto o cano da espingarda do Francis no círculo e atiro, novamente o


impacto é gigantesco e eu sou jogando para trás, mas os portões abrem para o favorito dos
humanos, um arsenal bélico gigantesco.

Gigantesco é pouco, era imenso. Composto por várias armaduras de pedra, escudos de
pedra, espadas de pedra, armaduras leves de ferro-negro e só, mas a quantidade de cada
um...

Indo direto, podíamos ver um penhasco, dobrando para a esquerda ou direita um arsenal
imenso com várias armaduras e armas brancas, e um set de armadura de ferro-negro com
algo atrás no elmo no corredor da esquerda.

- Puta... que... pariu. - diz Liza, olhando os seus arredores.

- Esse é o Céu? - pergunta Hank.

- Nunca achei que você gostasse de armas, Hank.

- Tá brincando? Eu já fui da marinha. - diz Hank.

- O que você acha desse lugar Dupont? - perguntei.

- Mais uma prova que o governo daqui ainda está de pé, mais um problema para a gente. -
responde Dupont.

- Mas olha a quantidade de armas, Dupont! - diz Hank.

- Eu sei que tem muitas armas, mas aposto que você não vai sair andando por aí em uma
cidade submersa antiga com uma espada de pedra nas costas. E nem pense nas armaduras,
só imagine o peso delas. - diz Dupont.

- Isso é verdade.

- Eu vou dar uma olhada no penhasco. - diz Liza.

- Beleza. Eu vou dar uma olhada no corredor da esquerda.

- E eu vou dar uma olhada no corredor da direita. - diz Hank.

- Eu vou com o Hyman. - diz Dupont.

- Ei Francis, a sua espingarda.

Eu entreguei a espingarda novamente para ele, mas o mais estranho? Quando eu a peguei
para abrir os portões, ela já estava montada, Francis estava preparado para algo.

O corredor da esquerda tinha várias armaduras de ferro-negro, mas uma me interessou


muito, um set completo virado de frente para a parede com um na parte de trás do elmo,
pelo que eu lembro interessou Dupont também.

- Você acha que esse set pertenceu a algum soldado? - pergunta Dupont.

- Eu acho que não, parece que está faltando alguma peça nele, ou algo assim.

Quando eu olhei para o expositor de armaduras à minha esquerda, eu vi uma espécie de


rolha fina de metal, eu a peguei e a enfiei na parte de trás do elmo, um dos meus maiores
erros nessa expedição.

Não aconteceu nada, e então eu segurei na rolha e a girei em círculos, e então o elmo se
levantou, ficou reto para a parede e não olhando para baixo. O set então se virou para mim,
e naquele momento eu descobri algo muito pertubador, os robôs já existiam a séculos, e
não era um simples robô, ele possuia inteligência artificial.

E ele se virou e me pegou pelo pescoço.

- PORRA! - gritei.

Ele me jogou em um expositor de armaduras, que se quebrou quando recebeu a pancada.


Dupont rapidamente sacou a sua arma e atirou na parte direita do elmo do robô, o que não
causou nem um arranhão ao elmo, o robô, o pegou pela camisa e o jogou pro meu lado.
Enquanto isso no penhasco eu ouvi Liza gritando e um tiro de espingarda.

Hank veio correndo do corredor da direita para ver o que era, e quando viu o robô, ele deu
um soco em uma vitrine de vidro e pegou um escudo de pedra, e avançou para a frente do
robô, o mesmo o deu um soco tão grande com a mão direita que Hank voou até o corredor
direito de volta.

Liza veio correndo do penhasco com uma espingarda na mão e atirou no torso do robô, o
mesmo foi jogado pelo impacto do tiro no chão, Liza subiu em cima dele e atirou no seu
elmo.

Esse provavelmente foi o maior ato de bravura dessa expedição, o dela e o do Hank.

- Isso... Eu tenho muita certeza que na época de Atlântida não existia programação, então
aquilo só podia ser... inteligência artificial.

- Programado ou não essa porra era a merda de um robô! - diz Hank.

- Obrigado. Mas, não me diga, Sherlock. Claro que era um robô agora quem o construiu?

- Talvez aquele mago da biblioteca. - diz Liza, ainda em cima do robô.

- Talvez, talvez. Isso está ficando mais interessante a cada minuto.

- Liza, onde está o Francis? - pergunta Dupont.

A Cratera de Nogales
Meu nome é Donald Green Martin, eu nasci no dia 25 de julho de 1946 em Rockville,
Maryland. Meu pai lutou na Segunda Guerra Mundial e sobreviveu, mas 2 meses antes do
meu nascimento ele entrou em uma briga de bar e foi esfaqueado até a morte com uma
garrafa de cerveja quebrada. Minha família me odeia, por eu ter sobrevivido ao acidente de
carro que matou a minha filha, Kaeleigh, esse evento praticamente destruiu a minha
família. Eu não sei porquê estou dizendo isso para você, seja lá quem for você, isso
provavelmente é o meu testamento, porquê se você está lendo isso, eu estou morto.

Bom, vou ser direto, no dia 8 de dezembro, começou um terremoto em Nogales, no México,
aparentemente sem razão alguma, eu estou escrevendo isso na noite de 9 de dezembro,
porquê hoje, meu caro amigo ou amiga, ou cidadãos de um futuro não existente, eu fui para
Nogales, e descobri uma coisa bem pertubadora, o suficiente para deduzir que alguma
sociedade secreta está agindo em algum lugar do mundo ou que o Hughes voltou a fazer
aquelas operações ultra-secretas que podem causar uma Guerra Nuclear.
09 de Dezembro, 14:57, San Antonio, Nogales, Sonora, México.

San Antonio, a rodovia que ficava do lado da imensa cratera de Nogales, o mais estranho é
que o terremoto aconteceu em Nogales, mas a cratera apareceu do lado de uma rodovia, já
fora da área urbana de Nogales, isso foi muito estranho, mas eu descobri algo que eu
deduzo ser o motivo da aparição dessa cratera, mas também é uma teoria muito insana,
mas é o melhor que tenho para a janta.

Eu estava no meu velho carro, modelo dos anos 80, estava quente pra caramba, uns 40° por
aí, e o mais estranho é que o quanto mais eu me aproximava de chegar perto de onde
estava a cratera menos pessoas eu via, "O governo mexicano está paralizando a impreensa
nessa rodovia." você deve pensar, mas não, tinha muita pouca gente mesmo, eu via 20
pessoas por KM naquela rodovia, e o número de quantas pessoas eu via por quilômetros
começou a diminuir até a chegar zero.

Eu aproveitei que eu já tinha sido um agente do FBI, e botei o meu casaco do FBI e levei a
minha carteira de identificação, e eu vou ser sincero, eu amo o azul desse casaco, ok, isso
não é uma informação muito útil, mas essa é a porra do meu testamento, ou algo assim.

E então após uns quilômetros eu finalmente tive uma visão da cratera e vi um posto da
guarda nacional... dos Estados Unidos, é pois é, no México. Para a minha felicidade, tinha
apenas um guarda, e lá estava ele sentado em uma cadeira de metal dobrável, como se não
tivesse nada atrás dele, qualquer um com uma arma entraria naquela cratera se quisesse.
Mas ninguém quer entrar em uma cratera não é mesmo?

O guarda era jovem, e estava lendo um jornal, o USA Today, se eu não me engano, quando
ele me viu chegando com uma bolsa de viagem perto dele, ele se levantou e soltou o jornal,
que acabou caindo no chão.

"Olá senhor, me desculpe, mas, isso aqui é uma área restrita." - disse ele, com as mãos no
cinto.

"Senhor? Eu? Meu casamento está em ruínas, ha-ha! Eu não sei quanto tempo eu vou
continuar sendo um senhor, mas obrigado mesmo assim." - é, eu disse isso pra ele.

"O senhor tem quer sair dessa área, ou mostrar uma carteira de identificação de alguma
agência governamental nacional."

"Ah, é? Se os meus olhos ainda estão funcionando corretamente, eu posso garantir que isso
aqui é um posto da guarda nacional dos Estados Unidos, e não do México. E aliás aqui está a
minha carteira." - eu mostrei a minha carteira de identificação para ele, com a mão
esquerda.

Ele se aproximou.
"Mas senhor, aqui diz que essa carteira expira no dia 31 de dezembro de 1995." - disse ele,
e sim, eu escrevi que a carteira expirava dia 31 de dezembro de 1995 na carteira, é lógico.

Mas, quando ele olhava mais de perto eu soltei a minha bolsa de viagem que estava na
minha mão direita, e com a mesma mão peguei a minha pistola glock 9mm, e atirei no
pescoço dele.

Ele botou as duas mãos no pescoço, agora elas estavam encharcadas de sangue, ele me
olhou de um jeito, que os olhos dele falavam "Por quê?", então ele caiu no chão e continuou
lá com as duas mãos no pescoço, tentando sobreviver.

Eu então andei mais um pouco para frente e vi a matéria do jornal de hoje, "Onde Está O
Diretor da NSA?", ha-ha, Hughes... Hughes... Foi a partir daí que eu comecei a montar a
teoria que a cratera foi causada por mais um dessas operações do Hughes.

Enfim, gaurdei a minha pistola, e peguei a minha bolsa de viagem, e fui até a ponta da
cratera, e então tirei da bolsa um equipamento de escalagem, e fiz rapel até o fim da cratera
marrom, e então me soltei da corda e fui dar uma olhada no chão da cratera.

Tinha lama, muita lama no chão, como se tivesse ocorrido um vazamento de água ali
mesmo, e não tinha chovido nenhuma vez nessa semana, eu então me abaixei e botei uma
luva na minha mão esquerda, e a enfie na lama, e senti algo, um obojeto afiado, pontudo, e
quando eu puxei esse objeto com a minha mão esquerda e o ajudei a levantar com a minha
outra mão, eu vi que era uma espada. E no cabo da espada tinha uma jóia azul escura, que
refletia para uma civilização marítima antiga, aquela cratera não tinha sido causada pela
natureza e sim por aquela espada, e quando eu aproximei meu olho direita para ver a jóia
mais de perto, é aí que as coisas começaram a ficar loucas.

Do nada, eu apareci em uma sala escura, com paredes pretas, escorrendo uma gosma preta
delas, e uma criatura com um manto escuro e braços finos e cinzas, na frente de uma mesa
de pedra, também escura, a criatura estava com uma adaga na mão e ela então a enfiou no
próprio olho direito, e começou a gritar tão alto que os meus tímpanos era uma lembraça
de um passado esquecido.

Ela então tirou a adaga do olho, e o olho ficou na adaga, ela então tirou o próprio olho da
adaga e o botou na espada que eu encontrei, o olho preto começou a se cristalizar e virar
azul escuro, com um reflexo de uma civilização submarítima avançada.

A criatura virou-se para mim, e disse:

"Pequena criança da superfície, tema Atlântida, tema Netuno, tema Vholemor."

E então eu acordei com a minha cara na lama, e utilizei o rapel para sair da cratera, guardei
o meu equipamento de escalagem na minha bolsa de viagem, e quando eu fui sair, para a
minha surpresa, eu descobri que 2 guardas trabalhavam naquele posto e não 1, e ele estava
lamentando a morte do amigo, e por algum motivo a espada estava em uma bainha no meu
cinto, não tinha a bainha quando eu a encontrei.

Eu pensei em tirar a espada da bainha e apunhalar o guarda com ela, mas notei que isso
seria brutal de mais, então cautelosamente soltei novamente a minha bolsa de viagem, e
saquei a minha pistola glock 9mm, cheguei perto do guarda, enquanto ele estava abaixado
chorando no amigo morto e atirei na cabeça dele.

Então, eu voltei para casa e cá estou eu, escrevendo um relatório que também é um
testamento sobre algo totalmente novo e desconhecido no meu próprio porão, seja lá quem
descobrir isso, só presumo uma coisa, você já sabe sobre a cidade ou você é apenas meu
filho ou minha esposa.

Capítulo III: A Toca do Lobo


10 de Dezembro de 1999, 13:23, Atlântida, Oceano Atlântico do Norte.

- Você o matou?

- Ele... ele... - diz Liza, nervosa.

- Aquele filho da puta tentou te estuprar de novo?! - pergunta Hank.

- Ele... ele surtou, ele tentou me estuprar, mas eu... eu consegui pegar a espingarda dele e...
ah, merda, tudo aconteceu tão rápido. - responde Liza.

- Resumindo: Francis está morto.

- Obrigado, Capitão Óbvio. - diz Dupont.

- De nada. Será que alguém aqui gostava dele? - perguntei.

- Não. - responderam tudos.

- Ótimo, então vamos continuar.

- Espera Liza, você disse que pegou a espingarda dele, certo? Então, teoricamente a mochila
dele ainda está lá no penhasco, certo? - pergunta Dupont.

- Certo. - responde Liza.

- Ei Hank, você tem uma nova mochila, vá lá pegar.

Hank foi, mas, demorou mais de um minuto para voltar e eu comecei a ficar preocupado.
- Hank! Você está aí?! - gritei.

- Sim! E eu encontrei uma coisa incrível! Venham pra cá! - gritou ele.

Quando eu e o resto da equipe corremos até o penhasco não acreditamos no que viamos,
Hank esticava a mão esquerda para frente e ela desaparecia, ele tinha uma fenda, uma das
mesmas que o Vholemor tinha mencionado para mim.

- Nós vamos pular nisso? - pergunta Liza.

- Aham, já pulamos uma vez, então por quê não?

Para mostrar a Liza que a fenda era segura, eu corri e pulei primeiro nela, e encontrei o
lugar mais incrível da minha vida, enquanto os outros pulavam na fenda também e
apareciam atrás de mim, todos nós ficamos observando a sala do trono, "A Toca do Lobo".

A grande sala do trono que Jules Verne mencionou no seu diário, sendo que com bem
menos soldados de pedra e dançarinas exóticas, pois ninguém estava lá, nem o próprio
Netuno estava lá, rindo de um habitante sendo queimado na sua frente. Mas, eu estava lá,
eu estava sentado no trono, rindo, como se fosse a minha última coisa a fazer antes de
morrer, meu último desejo. Meu desejo de morte.

Eu não entendia, o que estava acontecendo, é como se a realidade que um dia eu conheci
começou a se distorcer na minha frente. Eu nem tinha chega a 5 metros de distância do
trono, mas ao mesmo tempo eu estava lá rindo enquanto todo mundo estava admirando a
paisagem marítima que era proporcionada pela sala ser toda de vidro, e eu estava
observando a mim mesmo, rindo naquele trono de vidro, não sei do quê, nunca soube.

A sala era gigantesca, atrás do trono de vidro tinha uma parede vidro imensa com visão a
vida marinha e a fauna marítima, no lado direito tinha uma grande estátua de um
humanóide, de cabeça pontuda, olhos pequenos e expostos, e uma grande altura, podia ser
apenas o tamanho da estátua, você deve pensar, mas não, era a representação perfeita do
grande soberano de Atlântida, Netuno, ou eu mesmo, eu não sei.

- Oh, meu deus. - diz Hank. - É exatamente como eu vi no meu sonho. - ele aponta para a
estátua de Netuno.

- O cara dessa estátua? - pergunta Liza.

- Sim! É ele! O cara que estava rindo no trono! - diz Hank.

- Netuno...

- É... Netuno... Hyman por quê você está olhando para o trono? Olha essa estátua, cara. - diz
Hank.
- Isso pode parecer loucura, mas, eu já sentei naquele trono? - perguntei.

- Não que eu saiba... - responde Hank.

- Você o quê? Hyman o que você está vendo? - pergunta Dupont.

- Eu estou lá, não estou? - perguntei, com um olhar fixo para o trono de vidro.

- Hyman, você está bem? - pergunta Liza.

- Se eu estou bem? Ha... Ha... Sim... claro... Eu estou me sentindo estranho.

- Hyman, cara, você está estranho. Que porra tá acontecendo com você? - pergunta Hank,
olhando para mim.

- Eu não sei... Realidade? - a loucura já tinha me pegado, era tarde demais.

Então eu desmaiei.

30 de Dezembro de 1995, Varsóvia, Mazóvia, Polônia.

Por alguma razão, eu estava na Polônia, em um corredor marrom, bem clássico no centro
administrativo da cidade, meu terno também era marrom, eu estava bem vestido, o terno
tinha até um colete, e um colete a prova de balas atrás dele... Por algum motivo, também.

Minha visão... eu não estava vendo, em "1° pessoa" digamos assim e sim em "3° pessoa"
como se eu fosse um fantasma observando a si mesmo. Eu continuei andando e no final de
corredor tinha uma porta também marrom, eu a abri, e vi uma varanda branca clássica,
muito antiga, e um homem estava sentado em uma poltrona confortável, pelo visto, e eu
sentei na poltrona a frente dele.

Ele então se levantou, e eu me levantei também, nós enconstamos os nossos cotovelos na


varanda e ficamos observando a cidade. O homem então olhou para mim, ele também
estava bem vestido, a mesma coisa que eu, mas a diferença era que o seu terno era cinza, e
ele tinha uma grande barba marrom.

- Você é o Hyman LeBarton, certo? - perguntou ele.

- Sim. E presumo que você seja Kazimir Kazakov. - Como assim? Eu não disse isso! EU NÃO
DISSE! EU TINHA PERDIDO O CONTROLE DO MEU PRÓPRIO CORPO? OU EU PERDI ATÉ
HOJE? EU NÃO SEI!

- Então, você aprova? - perguntou esse cara que provavelmente era um russo... eu não sei.

- Não. Não enquanto eu continuar sendo o embaixador americano. - Espera, eu era o


embaixador americano? EU?!
- Vamos sentar. - disse ele.

Então, nós sentamos nas poltronas.

- Eu sei, eu sei que esse projeto é imoral, mas precisamos saber a origem da telecínese. -
disse ele.

- Elas são crianças, CRI-AN-ÇAS.

- Nem todos eles. - disse ele.

- "Eles"? - nesse momento eu acho que consegui assumir por um curto período o meu
corpo.

- "Eles?". Você não é Hyman LeBarton!

O homem se levanta e atira na minha barriga com um revólver de calibre curto, pelo visto
aquela era a única bala dele.

- O quê?... - pergunta ele, ao ver que eu sobrevivi ao tiro.

- Talvez eu não seja o Hyman LeBarton que você está procurando, mas eu estou no corpo
dele, eu sou ele, tanto o quanto ele sou eu, e meu amigo... é hora de você morrer.

Eu então avancei rapidamente e o empurrei para a parede branca, e comecei a


estrangula-lo.

- SEU... FILHO... DA PUTA! - gritou ele, perdendo o fôlego.

- VOCÊ... QUER... INICIAR... A PORRA... DE UMA... GUERRA NUCLEAR?! - gritou ele.

- A humanidade não merece prevalecer. - isso provavelmente foi a frase mais fria que eu
disse na minha vida, e eu ainda estava olhando fixamente para ele, realmente parendo um
psicopata.

Então, eu acordei, de um passado questionável e um futuro não existente.

10 de Dezembro de 1999, horário desconhecido, Atlântida, Oceano Atlântico do Norte.

Eu respirei profundamente quando acordei.

- Hyman! Você está vivo! - diz Liza.

- O quê?... - eu estava confuso, na verdade, ainda estou.

- Achei que você tinha morrido, cara. - diz Dupont.


- Eu também achei. E... ei Hyman! Olha isso! - Hank estica a mão e ela desaparece, a mesma
fenda, a mesma ação.

- Espera... Ainda estamos aqui? - perguntei.

- Hã? Claro! Quando você veio ver o que o Hank ia fazer você desmaiou por uns 5 minutos. -
diz Liza.

É, pois é, eu enlouqueci de vez e alucinei tudo aquilo ou... eu viajei entre dimensões? Eu
sinceramente não sei. Isso é... tão surreal, que agora a definição de surreal virou
"realístico". Dupont então extende a mão para me puxar, eu agarro a mão dele, e é claro, ele
me puxa, e eu fico de pé novamente.

- Hyman você também teve algum sonho? - pergunta Hank.

- Algo assim.

- Sobre Atlântida? - novamente, Hank pergunta.

- Não, algo muito mais imoral que o berço do mundo.

- Quer falar sobre? - perguntou ele.

- Não.

Então nós atravessamos a fenda, e paramos em uma rua, pelo visto tinhamos voltado para a
cidade, sim tinhamos para a cidade, mas não para aquela parte que está inundada
exatamente agora, e sim na parte do QGM de Atlântida, não sabe o que é um QGM? Que
pena. Você irá descobrir depois.

- Mas... COMO?! - grita Liza. - A cidade não estava inundada?! Hyman você mentiu para nós?!

- Não. Muito pelo contrário, eu acho que isso aqui é outra parte da cidade.

- Como assim? - pergunta Dupont.

- Lembra que quando entramos tinha duas direções? E fomos para a esquerda e fomos
parar no centro comercial da cidade, ou algo assim?

- Aaaaaaaaaaah. Agora eu lembrei. - diz Liza.

- O Hank pode confirmar, não é Hank?

- Na verdade não, eu não entrei por essa entrada que vocês mencionaram. - diz Hank.

E então ouvimos barulhos de passos pesados na rua ao lado.


- Espera aí... Foi aqui! - diz Hank.

- Que você viu os soldados de pedra? - perguntei.

- Sim! - afirma ele.

- Aquilo lá na frente é um jardim? - pergunta Dupont.

- Pode ter sido um harém, mas parece um jardim, vamos dar um olhada, e andem
cautelosamente, se o Hank estiver certo, estamos muito fudidos.

E então avançamos para o jardim. O lugar é totalmente surreal, o lago e os riachos tinham
águas desproporcionais que quebravam todas as leis de Isaac Newton, plantas estranhas,
verdes, que se mexiam mais que o normal, e tinha um líquido vermelho saindo das pontas
delas, eram plantas carnívoras do fundo do oceano, o lugar era cercado por uma grade de
ferro-negro, e tinha uma espécie de prédio na frente dele, o local de onde vinha os passos
pesados.

- Caramba! Esse lugar é lindo! - diz Liza.

- Não vá pra esse jardim. Ele parece muito vivo. - diz Dupont.

- É impressão minha ou a frequência dos passos pesados estão aumentando? - diz Hank.

Infelizmente, não era impressão do Hank.

- Não é sua impressão.

E então advinha o que dá de cara com a gente naquela cerca de ferro-negro? Um robô, do
mesmo modelo do que eu tinha visto no arsenal, e então ele faz um barulho de sirene, tão
alto que os meus ouvidos começam a sangrar, e enquanto eu e a equipe estamos com as
mãos nos ouvidos olhando para baixo, assim que olhamos para a frente vemos que nesse
meio-tempo chegou um monte de robôs do mesmo tipo que ele.

Eles estão começam a quebrar a cerca e a alguns começam a pula-la.

- PORRA! PEGUEM SUAS ARMAS! - gritei, o engraçado é que eu era o único que não estava
armado naquele lugar.

Eles começam a correr na nossa direção, é bizarro, e os que caem começam a se rastejar até
chegar na gente, a maioria de nós estávamos atirando freneticamente neles, mas, parados, e
isso foi um erro, Hank foi puxado pelo pé por um robô que então o jogou no lago e o
começou a afogar.

Eu aproveitei que a espingarda do Hank, estava no chão e a peguei e também comecei a


atirar neles, sendo que eu comecei a falar para recuarem.

- RECUEM! - gritei.

Eram tantos que eu nem conseguia contar, todos sem face, sem olhos, mas com visão, e um
desejo do morte do caralho.

Então por alguma razão, eu decidi parar de recuar e tentar salvar o Hank, eu mesmo, e
então eu sai correndo com a espingarda e pulei no lago, das casas, da rua, do prédio,
estavam saindo de todos os lugares. A agonia que eu senti quando pulei naquele lago para
salvar o Hank não foi pequena, os robôs me agarraram, me espancaram com suas mãos de
ferro, e eu também bati neles, coronhadas era o que não faltava, e principalmente botar o
cano da escopeta para fora do lago e atirar, não importa aonde eu apontasse eu sempre
acertava, então eu segurei no braço direito de Hank e o puxei.

Liza não aguenta mais esperar e sai atirando em todos os robôs que tem na sua frente para
me ajudar, na minha tentativa de salvamento, Dupont acaba por obter a opção de seguir
Liza e sair atirando em todos os robôs, também para me ajudar. E enquanto eu saia com
Hank no meu braço, 4 robôs com armaduras de pedra apareceram, e imediatamente os
robôs pararam de nos atacar, e todo mundo ficou em silêncio e parado a tensão reinou no
ar.

- Homens e mulher da superfície, eu presumo. "Homo sapiens" não é mesmo? - diz um


deles.

- Quem é você? - perguntei.

- Octavio, o Grande. - respondeu ele.

- Octavio, o Grande, está morto.

- Personificações de grandes guerreiros dos milênios, então. - diz outro deles.

- Ah, então vocês realmente são inteligências artificiais? Diferente desses robôs? -
perguntou Dupont.

- Eles também são inteligências artificiais, mas, são devotos a nossa causa, Atlântida nunca
irá cair. - diz um deles.

- Acho que com o Nazismo foi quase a mesma coisa.

- "Nazismo"? - pergunta um deles, curioso.

- Aham. Quem é o líder de vocês? - perguntei.


- Tiberius, o Décimo. - responde um deles.

- A personificação dele ou?...

- Ele mesmo. - responde um deles. - Então é o seguinte, entendemos sobre armas de fogo,
uma hora ou outro as suas balas irão acabar, então ou vocês serão espancados até a morte
por um exército de ferro-negro ou vocês se rendem aqui mesmo, e vamos para aquele
grande prédio ali. - ele aponta para o grande prédio que eu tinha visto assim que entrei
naquele jardim.

- Nós aceitamos com uma condição. Vocês irão responder nossas perguntas sobre
Atlântida.

- Ha-ha. Feito. Só um lembrete, nem todos vocês vão sair vivos daquele prédio, a grande
prisão de Marte.

Nós realmente estávamos fudidos. Principalmente quando entramos naquele prédio, que
descobrimos que a prisão ficava na parte de baixo as celas eram feitas de ferro-negro
também, e descobri mais tarde que o único jeito de sair dali era vencendo algumas
competições sádicas.

Adeus Queridos
Membros
Pessoas envolvidas: Thomas L. Henderson, Isaac Ozimov, Philip J. Duck e o Douglas Abrams.

Arma utilizada: Espingarda Remington 870.

Local: Proximidades de Lampasas, Texas, Estados Unidos.

Data e horário: Entre 22:10 e 22:15 de 11 de Dezembro de 1999.

O massacre de Santa Paz foi um sucesso, despistamos a polícia com facilidade, e como eu
disse no relatório anterior, nós viemos pro Texas. Atualmente, estou no Texas, em Houston,
mas o fato ocorrido como podem ver lá em cima, ocorrou nas proximidades de Lampasas,
na fazenda concedida à nós. Alguns desentendimentos entre mim e a equipe ocorreram,
enquanto a equipe estava jogando Copas, e apostando, eu considerei isso um ato não
profissional, e reclamei com eles. Alguns deles estavam fumando, pelo menos a maioria
deixou as pistolas na bancada da cozinha em que estavam jogando, em vez de se matarem.

"Sério isso? Fumando e apostando? Profissional pra caralho, hein." - Abordei eles assim.

"Cara, tempo livre, nós sabemos que isso não é profissional, mas só Deus sabe o quando vão
nos chamar de novo." - disse Philip.
"Pelo menos as nossas pistolas estão nas bancadas, não vamos se matar ha-ha." - disse
Douglas, realmente, agindo como um novato.

"Falando nisso, Thomas você pode botar a minha pistola na bancada, também? Não quero
matar ninguém ha-ha, e falando em armas, acho melhor tirar aquela espingarda da
bancada, ela é tentativa demais ha-ha." - disse Isaac.

E então eu fui na bancada atrás do Douglas, e peguei a espingarda, e a levantei um pouco, e


a destravei. Bem na hora que eu destravei, Douglas se levantou, para trás e ficou olhando
para mim, e todo mundo parou de rir e fumar, e começaram a me olhar em silêncio,
enquanto eu estava de costas, eles já notaram o que eu ia fazer, mas ficaram sem resposta.

Eu me virei rapidamente, já com a espingarda nas duas mãos é claro, e atirei no torso do
Douglas, ele foi jogado pelo impulso, caiu na mesa, e a derrubou.

3 minutos antes do tiroteio.

3 minutos antes do tiroteio, eu estava no sotão da casa da fazenda, estava falando no rádio
com o almirante Hughes.

"O quê?! Porquê diabos você quer matar a sua própria equipe?!" - gritou ele.

"Eu estou entediado, cansado e limitado. Eles estão limitando a crueldade dos meus
serviços. Afinal de contas, como vamos atrair a atenção da mídia para o oeste em vez do sul,
sem sermos cruéis?" - perguntei a ele.

"Certo, certo, você pode matar eles, mas não deixe rastros, e eu tenho umas ideias dos
próximos locais que você vai atacar." - disse ele.

"Ok, desligando."

Esse foi o motivo da morte deles, eles realmente estavam me limitando, não há nada fora
isso que eu podia fazer. Voltando ao tiroteio...

Eu ainda consegui carregar a espingarda enquanto Isaac e Philip ficaram sem resposta à
minhas ações, então Philip abriu os olhos para a realidade e botou a mão na bancada da
cozinha em que estavam suas pistolas, a da esquerda da mesa, na tentativa de me matar, ele
falhou, por quê? Porquê quando ele botou a mão na bancada eu atirei com a espingarda na
parte esquerda de seu rosto, e o seu cérebro começou a cair, ele caiu no chão sangrando
como um porco.

Quando eu me virei em direção ao Isaac, bem, ele respondeu às minhas ações mais rápidas
do que os outros, porquê eu esqueci do pequeno fato que... ele ainda estava com sua pistola,
e então ele atirou de raspão no meu ombro esquerdo, eu atirei de volta com a espingarda,
na mão direita dele, a mão em que ele estava com a pistola, a mão dele foi destruída na hora
do impacto, e ele caiu no chão.

Então ele começou a se rastejar, com o que sobrou da mão direita até o cotovelo direito,
pegou a pistola com a mão esquerda e começou a atirar em mim, se rastejando para trás.
Ele acertou também de raspão no lado direito da minha cabeça, foi aí que eu notei que ele
realmente tinha a capacidade de me matar, e cai pra trás no sofá velho que estava atrás de
mim.

Ele continuou a atirar, sendo que claro, dessa vez no sofá, então eu botei a espingarda na
direção dele por cima do sofá, eu estava de costas e sentado naquele chão velho de madeira,
e então eu atirei, sendo que obviamente eu não acertei, mas que chegou bem perto dele,
então à medida que ele atirava no sofá, eu comecei a observar a minha direita o sangue da
cabeça do Philip, escorrendo bem perto do sofá, e um pingo de sangue da minha cabeça
caiu no chão, então eu notei que eu se ficasse ali atirando sem ver, e esperando a bala de
algum de nós dois acabar primeiro, eu iria terminar que nem Philip, então eu me levantei.

Para a minha conveniência, as balas da pistola dele acabaram, bem na hora que eu me
levantei, ele ainda estava lá, apertando o gatilho e rastejando para trás, então eu pisei no
sangue da cabeça do Philip e foi me aproximando até ele.

"Por quê?" - perguntou ele.

"Por quê?! Seu filho da puta." - continuou ele.

"POR QUÊ?! VOCÊ VAI ME CONTAR OU NÃO? FILHO DA PUTA!" - gritou ele.

E então eu cheguei perto dele, e recarreguei a espingarda para o próximo tiro, o cartucho
do tiro anterior caiu bem perto da orelha direita dele.

"Por quê? Porquê vocês me entediavam, e eu estava cansando de vocês, sem contar que
vocês limitaram a minha crueldade, algo que realmente não se faz."

"O QUÊ?! EU FIZ ISSO PELO DOUGLAS! O GAROTO ERA UM NOVATO AINDA!" - gritou ele.

"Ah é? Advinha, ele não importa mais, você não importa mais."

Então, eu atirei no rosto do Isaac, soltei a espingarda ali mesmo, fui na bancada da cozinha
e peguei as duas pistolas do Douglas, e as botei no meu coldre, voltei para onde o Isaac
estava, e peguei o isqueiro do bolso dele, afinal ele era o cara que mais fumava da equipe, e
eu e o Douglas eramos os únicos que não fumavam, o acendi e o joguei na sala ao lado, e
então mesmo sem a parte de cima do meu terno, sai da casa, e andei até a saída de terra, e
entrei no furgão e fui até Houston, onde estou escrevendo esse relatório atualmente, onde
vou ficar até receber novas ordens.
Capítulo IV: QGM
12 de Dezembro, horário desconhecido, Prisão de Marte, Quartel-General Militar de
Atlântida, Atlântida, Oceano Atlântico de Marte.

Loucura. O que você sabe sobre a loucura? Você é louco? Tão louco quanto eu? Duvido. A
minha realidade está distorcida, e tudo começou lá, na Prisão de Marte, Tiberius, O Décimo,
tinha acabado de chegar de sua viagem e queria me ver, pelo menos foi isso que ele me
disse.

As condições de vida dos prisoneiros daquela prisão eram precárias, eles nos davam
comida o suficiente para não nos desnutrirmos, apenas isso, as outras necessidades básicas
da vida de um ser humano eram problema nosso. Se bem que eu não sei o que mais
significa "ser humano". Por milênios mudamos de religião, até achar a "certa", o grande
cristianismo, e para a minha surpresa, realmente para a minha surpresa, era apenas outra
mentira, uma grande história épica, vinda de um livro de contos do folclore israelense, mas
a verdade? Quem quer saber da verdade? É tudo apenas uma ilusão, uma ilusão de
felicidade, de segurança e principalmente, fé. A sociedade não estava pronta para a
verdade, suponho que esse seja o real motivo do passado enterrado, das palavras míudas
modificadas, e das páginas antigas editadas ao longo dos séculos.

- Quem é Marte? - perguntou Liza, na cela do meio entre a minha e a do Dupont.

- Deus da Guerra da Mitologia Romana.

- Meeerda. - diz ela.

- Se tem uma guerra acontecendo aqui, eu tenho más notícias para a gente, ou a gente vai
ser alistado a força ou eles vão nos usar como cobaias ou algo assim. - diz Dupont.

- Merda. É verdade.

- Não tem nenhuma chance de escaparmos desse lugar. - diz Liza.

- Vocês tem alguma ideia de quando vão trazer o Hank de volta? - pergunta Dupont.

- Nenhuma. Eu acho que nem vão traze-lo mais, provavelmente ele está morto.

- Merda, nós precisamos ajuda-lo! - diz Liza.

- Liza, todos nós sabemos que você gosta dele e etc, mas morrer não é uma opção, é uma
escolha obrigatória.

- É engraçado como a realidade muda. 4 dias atrás estávamos chegando no paraíso


submarítimo e agora descobrimos que ele é o inferno. - diz Dupont.
- Tipos diferentes de demônios, um tipo diferente de inferno, o inferno verdadeiro.

- Porra, quanto tempo a gente vai ficar aqui? - pergunta Liza.

- Eu não tenho ideia.

- Vocês acham que temos alguma chance de escapar? - pergunta Dupont.

- Ha-ha, olha o tamanho da porra do exército deles, você acha que damos conta daquilo? -
perguntei.

- Pois é, Dupont. E eu já tinha dito o que eu achava, não temos nenhuma chance. - diz Liza.

- Bom, se conhecessemos o quartel-general militar completo, até que daria para a gente
escapar, mas, esquece. - diz Dupont.

Nós esperamos muito tempo, eu não sei quanto tempo, pois não estava com o meu relógio
de bolso, mais eu diria que umas 4 horas, todos nós estavamos sentados na lama das nossas
celas e enconstados na parede, alguns batendo a cabeça levemente, como eu, e fechando os
olhos, tentando imaginar uma realidade em que não estávamos naquele inferno. E então
ouvimos um barulho de uma parede se mexendo. E nos levantamos e seguramos nas grades
das celas para ver o que era, realmente, era uma parede, se mexendo e tinha um um ser de
armadura de ferro assim como os robôs segurando o Hank, os olhos do Hank estavam
parecendo um escuro vazio, e então o ser da armadura de ferro abriu a minha cela, Hank
entrou nela e botou as suas mãos no meu pescoço e me levou até a parede, me sufocando,
até eu desmaiar, e então eu vi uma espécie de sonho, que dizem que não é um.

Horário desconhecido, Local Desconhecido.

Era uma sala branca, de interrogatório eu acho, parecidas com as do Laboratório


Rorschach, bem parecidas mesmo. E eu estava algemado, esperando por alguém
aparentemente, e então um homem abriu a porta e entrou na sala, aquele homem era
Thomas L. Henderson.

Ele então sentou na cadeira a minha frente.

- Você sabe porquê seu rosto está se despedaçando em pequenos pedaços? - perguntou ele.

Eu então botei a minha mão esquerda no lado esquerdo do meu rosto, e não tinha nada, era
um lugar vazio escuro, como o espaço sem planetas e estrelas, apenas um infinito e além de
repetição, solidão e mistério, loucura talvez. Mas era o meu rosto, o meu rosto estava oco,
totalmente oco, era apenas uma ilusão de um espaço vazio que a minha mente estava
naquele momento, mais aberta que o próprio espaço. Minha mente era um mistério para
mim mesmo, e provavelmente ainda é, ainda não processei direito os fatos que me à aquele
lugar, como um demônio cai no inferno?

- Pergunte a minha mente.

- Ela também não sabe. - disse ele.

- O que eu sou?

- Um homem com um passado questionável e um futuro não existente. - diz ele.

- Que tipo de sonho é esse?

- Alguns o chamam de profecia, e outros de loucura, eu o chamo de bomba-relógio. - diz ele.

- Quem é você?

- Thomas L. Henderson. - diz ele.

- Mentiroso. Quem é você?

- Você. - diz ele.

- Pare de mentir, fale logo a verdade.

- Tiberius, o Décimo, soube que você está me procurando no vasto desconhecido.

- No "vasto desconhecido"? - perguntei.

- Espaço sideral, não é esse o limite do homo sapiens? - perguntou ele.

- Não, se não eu não estaria aqui.

- E onde você está? - perguntou ele.

- No inferno.

- Algo do tipo. - disse ele. - Mas, Atlântida já teve seus dias de glória, mas um certo incidente
enterrou esses dias de glória no passado.

- Você conhece o Netuno? - perguntei.

- Ha-ha, se eu conheço o Netuno? O desgraçado praticamente me degolou, e assumiu o


trono de Atlântida. - respondeu ele.

- Onde ele está? - perguntei.

- Eu estou procurando ele a mais de 1 milhão de anos, você acha que eu tenho alguma ideia
de onde aquele bastardo se escondeu? - diz ele.
- No castelo dele eu encontrei alguns quadros--

- Quadros? Pinturas? Fotografias? - perguntou ele.

- Sim. Mas, como você conhece a fotografia? - perguntei.

- Nós... meio em que não envelhecemos como vocês, nós nunca envelhecemos depois de
chegar a idade adulta. - diz ele. - Resumindo, nós já pisamos na superfície em diversas eras,
houve um tempo em que vocês, homo sapiens, adoravam e idolatravam os deuses certos,
esse tempo se foi, e agora vocês vivem em constante medo. Vamos ser sinceros, depois da
nossa saída, o mundo virou uma bomba-relógio. - respondeu ele.

- E quanto aos outros deuses e deusas da Mitologia Romana? - perguntei.

- "Mitologia", eles estão mortos, a maioria. - responde ele.

- Presumo que não posso fazer mais perguntas.

- Quem você acha que botou esse pensamento na sua cabeça? - pergunta ele.

Eu acordei, e aparentemente, Dupont e Liza estavam inconscientes, e o ser da armadura de


ferro que estava me observando na frente da minha cela era o Tiberius, e atrás do Tiberius
tinha outra cela, nessa cela estava Hank, Hank estava pendurado em uma corda grossa.

- Você... você é o Tiberius.

- É mesmo é? Eu tenho muitas faces, eu diria que Tiberius é apenas uma delas. - diz ele.

- E eu suponho que essa face seja a face que iniciou tudo, tire o seu elmo e me mostre-a.

Então ele tirou o elmo e eu vi a face verdadeira dele, ele era cinza, tinha olhos negros, mas
sua cabeça não era pontuda como a de Netuno.

- Vamos, cadê o seu pulo de susto? Eu estou desapontado. - diz ele.

- Eu já vi coisas piores.

- Ah é? Tipo o quê? - perguntou ele.

- Vholemor.

- O QUÊ?! O Vholemor está vivo?! - grita ele.

- Tão vivo quanto eu e você.

- O que ele disse para você? - perguntou ele.


- Algumas verdades, ele disse que Atlântida é uma máquina do tempo ambulante, e que
existem fendas por Atlântida, ele também me disse para te encontrar e evitar acordar
Netuno, algo assim.

- "Acordar Netuno"?! Netuno está vivo?! - gritou ele.

- Eu suponho que sim, mas pelo jeito que ele falou, no mínimo ele está aqui.

- Ele está aqui?! Merda, se ele encontrou as espadas gêmeas... PORRA! - gritou ele.

- As espadas gêmeas?

- Vholemor criou as espadas gêmeas, uma para o Netuno e outro para o Marte, para
matarem Vulcano. - diz ele.

- Matar o Vulcano? Que história é essa?

- Uma história de milhões de anos atrás. - responde ele.

- Mais uma pergunta: Tem alguma chance de mim e dos meus companheiros saírem daqui?
- perguntei.

- Claro, claro, cuidado com os gêmeos, eles são meio sádicos, mas se você e os seus amigos
ali vencerem as competições deles, vocês saem daqui. - diz ele. - Agora se me der licença, eu
tenho que ir em busca de Netuno, adeus Hyman LeBarton.

- ESPERA! - gritei.

- O quê? - perguntou ele.

- Onde fica a sala do trono? - perguntei.

- Hã? A sala do trono nem existe mais. - responde ele.

- O quê?... Mas eu a vi, o Hank, o cara enforcado ali, viu Netuno rindo no trono, e quando eu
a vi, eu me vi sentado no trono dele, rindo também.

- Hã? Isso... isso não é possível, merda, você não pode ser ele... Não, você é o Netuno, mas se
você for, eu espero que você morra bem dolorosamente nas mãos de pedra dos Irmãos
Octavos.

No dia seguinte...

No corredor escuro das celas, existia uma espécie de auto-falante de pedra que escorria
água , como se fosse um cano e um auto-falante ao mesmo tempo, nesse auto-falante os
Irmãos Octavos falavam sobre as competições que iriam haver, todas estavam normais,
nada de extremo, exceto uma, nela um de nós tinha que vestir uma armadura de
ferro-negro ou de pedra, e tentar desviar de tiros de escopeta de outra pessoa nossa
equipe, e só ganhava depois de um matar o outro.

Nós estavamos conversando "normalmente", mesmo sabendo sobre o fato que um de nós
iria morrer naquele dia, brutalmente. Antes deles acordarem, eu fiquei observando o corpo
de Hank, eles tiraram a camisa dele, o torso dele estava à mostra, o problema era que ele
estava se decompondo rápido demais, tão rápido que em uma noite ele se decompeu de
uma forma que apenas um corpo de uma semana de "idade" faria, por dentro ele estava
ficando azul, dava para ver isso pelo buraco na barriga dele, perto da perna dele, e sua pele
estava ficando cinza, e seus olhos continuavam a escurecer mais e mais ainda, ele ficava
cada vez mais magro, e parecia que crescia à cada hora. O que fizeram com ele? Eu não
tenho a mínima ideia até hoje, mas o resultado daquilo... não foi muito bonito.

- MAS QUE PORRA?! - gritou Liza.

- PORRA! ELES MATARAM O HANK! HYMAN VOCÊ AINDA ESTÁ AÍ?! - gritou Dupont.

- Sim, eu estou, faz 4 horas que estou admirando a paisagem.

- Mas a visão da sua cela... você apenas ver a cela do Hank.

- Eu sei.

- Merda, cara... O que está acontecendo com você? - perguntou Dupont.

- Nada não, apenas recebi uma notícia maravilhosa de que hoje, um de nós três vai morrer.

- O QUÊ?! - gritou Liza.

- Lembra daqueles robôs de armaduras de pedra? Pois bem, eles aparentemente são os
Irmãos Octavos, os que lideram esse lugar. E eu me encontrei com Tiberius, o Décimo.

- Quem é Tiberius, o Décimo? - perguntou Dupont.

- Um cara que o Vholemor disse para eu encontrar.

- E você só está dizendo isso para a gente agora?! - pergunta Liza.

- Eu não achei que fosse tão importante, mas pelo que eu vi, o Tiberius é um cara muito,
muito, poderoso, mas ele teme Netuno.

- Tem alguma notícia sobre o paradeiro dele? - perguntou Dupont.

- De Netuno? Não tenho nem uma ideia. Já do Tiberius, bem, ele foi procurar o Netuno,
então não tenho uma ideia da localização exata dele, mas tenho de sua ação.
- E que história é essa que algum de nós três vai morrer hoje? - perguntou Liza.

- Pelo que eu vi naquele auto-falante--

- Aquela porra ali é uma auto-falante?! Eu achei que era um cano. - diz Liza.

- Vocês viram o corpo do Hank, certo? - perguntei.

- Sim. - disseram eles.

- Ele está ficando azul por dentro, e cinza por fora, eu acho que ele está virando um deles,
como se fosse uma espécie de doença pós-morte, então se morrermos, acho que temos uma
chance de virar esses habitantes.

- O QUÊ?! - grita os dois.

- É... pois é, eu sei, é meio pertubador saber que algum de nós três vai morrer hoje, mas,
antes eu vou dizer pra vocês quais são as competições. A primeira é tiro ao alvo, com um
revólver de ferro-negro, onde pegamos o revólver e eles jogam uns elmos de pedra no ar, e
atiramos neles. A segunda competição já é mais perigosa, nós lutamos corpo a corpo com
um robô de ferro-negro. A terceira competição é a mais complicada, um de nós veste uma
armadura de ferro-negro ou de pedra, e o outro fica com uma espingarda tentando acertar
quem está de armadura, a competição só termina quando um de nós morrermos na terceira
competição.

- Merda, cara. - diz Liza. - Isso é pertubador, esses caras são psicopatas.

- Eles são robôs com inteligência artificial, e estão entediados, eles são mais que psicopatas.
- diz Dupont.

- Acho que já já vão vir nos buscar, desejo sorte a todos vocês, mas eu quero sair vivo daqui.

- Eu também, mas eu tenho uma família para cuidar e passar o natal. - diz Dupont.

- E eu tenho apenas 27 anos, eu não estou pronta para morrer, eu quero explorar o mundo.
- diz Liza.

- Você tem 27 anos? Eu também.

- Sério? Você parece mais velho. - diz Liza.

- Ha-ha. E você Dupont, quantos anos você tem? - perguntei.

- 49.

- QUÊ?! Nossa cara, onde é que você faz plástica? - perguntei.


- Ha-ha, é engraçado como contornamos problemas. - diz Dupont.

- É a melhor coisa que a gente pode fazer agora.

- Definitivamente. - concorda Liza.

Nós começamos a ouvir passos, robôs de ferro-negro estavam descendo as escadas de


pedra, para nos convocar à primeira competição, era apenas tiro ao alvo, foi bem tranquila,
mesmo com a tensão no ar. Eles nos tiraram das celas e nos levaram a uma espécie de
varanda, que lembrava muito as construções da Grécia Antiga.

E lá estavam os Irmãos Octavos, apenas sentados em um banco de pedra, bem largo, que se
extendia de uma ponta da varanda até a outra, acho que foi em Atlântida que surgiu os
gladiadores, sendo que os de lá eram os gladiadores do mar.

Um robô, trouxe uma prateleira de escudos, e o outro segurou um deles, e chegou mais um
e entregou o revólver de ferro-negro para Liza, e então o robô jogou o primeiro escudo, ela
acerta, sem tanta precisão, e então jogam mais um, ela erra dessa vez, mais outro, ela acerta
mas o escudo não se quebra totalmente, e mais outro e dessa vez ela erra novamente.

Agora era a minha vez, eles me entregaram o revólver de ferro-negro, que se parecia muito
com os revólveres que se usava na metade do século 19, o robô joga o primeiro escudo, eu
erro, joga o segundo, eu também erro, dessa vez eu boto as minhas duas mãos no revólver,
e quando ele joga o escudo eu acerto o ele, mas só destrói metade do escudo, ele joga mais
um, e dessa vez eu errei.

Você provavelmente deve estar pensando, "Agora é a hora da luta!", não amigo, essa não é a
hora da luta, é uma hora da distorção, do medo, e dos fatos questionáveis, meu ponto de
vista, nessa história. A partir do momento em que eu acordei com Dupont gritando no meu
ouvido como se algo muito ruim tivesse acontecido foi o momento que eu comecei a
entender essa história, eu entendi que essa história é questionável, e muito provavelmente
nem aconteceu do jeito que eu penso, porquê não existia um padrão de história em
Atlântida.

Eu estava caído no chão, imóvel, Dupont estava gritando no meu ouvido e a armadura de
ferro-negro que eu estava equipado estava queimando, as chamas do inferno, estavam na
minha direita, os gritos de guerra na minha frente, e a falta de conhecimento em todo lugar,
a falta da verdade.

- Vamos Hyman! VAMOS! - gritava ele, mas eu continuava imóvel, eu não queria levantar, eu
apenas queria que alguém como você apenas aparecesse lá e atirasse na minha cabeça.

- Vamos, vamos! Você não pode morrer seu filho da puta! - ele continuava gritando, como se
fosse fazer alguma diferença. Aaaaaah... A esperança é uma piada, uma piada bem ruim por
sinal.

- Vamos Hyman! Você não pode morrer! Porra! Apenas levante! - e ele continuava, e
continuava, sempre com a mesma merda, isso não fazia sentido, gritar com o meu corpo
morto era uma cura para o câncer? Era o elixir da vida? Era a Ambrósia que todos nós
queríamos encontrar? Que porra era aquela?

Oh... Eu vou lhe contar o que era aquilo, aquilo era o desespero da raça humana em atingir
os seus objetivos, de tentar manter o seu plano de futuro intacto, de tentar destruir as
frustações criadas pelo fracasso do mesmo, aquilo ali era a esperança. Mas já que eu estava
cansado de ficar ouvindo o Dupont gritando na minha frente enquanto uma armadura de
ferro-negro estava tostando o lado direito do meu rosto.

Eu me levantei suspirando, e já me enconstei na parede de pedra à minha direita, e


finalmente a resposta do meu corpo à parte do meu rosto que estava queimada chegou.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!!!! - eu gritava tão alto que acho que até dá


superfície dava para ouvir, e então eu botava a minha mão esquerda naquele elmo que
cobria todo o meu rosto, e tentava tirar com toda a força que eu tinha.

Finalmente, depois de quase quebrar os meus dedos da minha mão esquerda, eu tirei o
elmo, e para a minha surpresa, o elmo tinha queimado muito mais do que eu pensava, meu
olho direito nem existia mais, e eu continuava gritando, como se eu tivesse sentido a dor
dele explodindo, e então eu parei de gritar, porquê notei que se eu continuasse gritando ali,
eu iria gritar para a sempre, porquê a dor sempre iria reinar naquela parte do meu rosto a
partir daquele momento, eu comecei a ignorar completamente a dor. Então eu comecei a
tirar a minha armadura de ferro-negro freneticamente, ela era desmontável, o que ajudou
muito.

- Porra, cara! Seu rosto tá todo fudido! - gritou Dupont.

- O quê... o quê aconteceu?

- Ah... merda, umas coisas bem fudidas mesmo.

- Como o quê?

- Liza está morta. - respondeu ele.

- Não... PORRA! Não, não, não... porra, não.

- Você não se lembra? - perguntou ele.

- Do quê?
- Merda, você não se lembra mesmo. - diz ele.

- O que aconteceu? - perguntei.

- Na segunda prova, a que tinhamos que lutar contra um robô, todo mundo morreu, então
aqueles Irmãos Octavos fizeram algo diferente do normal, eles botaram você e Liza para
lutarem até a morte, Liza com uma espingarda, e você com essa armadura que você acabou
de tirar, e depois dessa luta, quem sobrevivesse ira lutar corpo a corpo contra eu, que
estava com uma armadura de pedra na hora. Então, você desviou dos tiros de espingarda
da Liza, derrubou ela no chão e começou a espanca-la no rosto, até ficar apenas o cérebro
dela no chão, e o resto do corpo. - diz ele.

- Meeerda.

- Então, mandaram você se encostar na varanda e esperar, eu fiz isso também sendo que na
parte direita da varanda, e não eles não me mandaram fazer isso, eu apenas fiz por fazer. E
então, o mesmo robô que nos entregou aqueles revólveres foi lá dentro e pegou 4 rifles e
entregou pros 4 irmãos. E então, quando eles apontavam os rifles para você, você pegou
uma espécie de granada antiga pra caralho, que estava na parte de trás da armadura, eu
suponho que eles te deram a armadura de alguém importante, e isso foi erro, você estalou
os dedos e quando eles atiraram você jogou a granada e... bem... o resto você já sabe. -
termina ele.

Merdas acontecem, mas não uma merda como essa, isso era inaceitável, se bem o passado
era mais inaceitável ainda, mas eu estava e ainda estou pouco me fudendo para o passado
depois de tudo isso, como o passado pode ser responsável pela destruição do futuro? Você
vai ver.

Capítulo V: A Grande Rachadura


Outubro de 1989, proximidades de Rutland, Vermont.

Eu não lembro qual foi o dia exato, mas essa foi a noite do assassinato e o meu encontro
com aquele animal estranho do lago perto da minha casa, eu ainda acredito que aquele
animal estranho de certa forma tinha uma conexão com Atlântida, vai ver era só porquê ele
estava saindo da água, seria só isso se ele não fosse exatamente igual com o ser que eu
encontrei naquele caverna perto do Maine.

Eu estava me preparando para ir caçar, eu já tinha até pegado o rifle do meu pai, enquanto
ele estava assistindo uma fita VHS de... eu não lembro, eu acho que era uma de Dr.
Fantástico, enfim, eu dei um acenei e disse "Tchau." e ele nem olhou para mim, certo, certo,
eu entendo, era um filme do Kubrick, não é mesmo? Qualidade hipnotizante e etc...
Ele estava na cena do filme, quando aquele general cowboy, que eu esqueci o nome, cai com
uma bomba atômica em um campo, e explode tudo, eu me sentia o general, e a bomba era o
passado, enquanto eu estava em Atlântida.

Ele estava tão hipnotizado que parecia que estava escrito 3 regras atrás da cabeça dele.

"1. Não me atrapalhe."

"2. Não me atrapalhe."

"3. Vá se fuder, você está me atrapalhando."

Basicamente as três regras da sala onde ele estava, que filho da puta, eu ainda me pergunto
se alguém foi ao enterro dele.

E então eu abri aquela porta de vidro, e me adentrei naquela floresta negra americana, eu
estava andando calmamente com o rifle dele, não tinha sequer um coelho na floresta
naquela noite, nem nada, tinha menos do que nada, em questão de animais. Mas, quando eu
me aproximei do lago, eu já senti que estava sendo observado, e então um animal horrendo
saiu do mar, como eu disse muito anteriormente, uma mistura de loubo, leão e rinoceronte,
sendo que esse era azul, ele estava brilhando, e gritando gritos silenciosos de dor.

Ele me olhou com a vastidão dos seus olhos cegos, era como se ele tivesse me reconhecido,
como se eu fosse o escolhido de alguma coisa ou algum tipo de velho amigo, de qualquer
era um animal, não era? Eu estava com medo o suficiente para não entrar no lago e vê-lo de
perto, mesmo sendo uma espécie desconhecida, o medo influenciou minha decisão de
atirar nele, e foi o que eu fiz, mas... ele sumiu, eu tremi por uns segundos como se tivesse
tido uma convulsão, mas depois eu voltei ao normal, e quando eu voltei para a minha casa,
para a minha surpresa meus pais estavam mortos, e o meu irmão também.

Foi naquele dia que o assassinato completo da minha inocência aconteceu, esse dia também
foi o dia que eu conheci a NSA, eles estavam vigiando a minha casa por algum motivo, e
então algum agente deu um chute do lado do meu joelho, eu dobrei a minha perna, ele
pegou o rifle do meu pai e o jogou no chão, e quando ele foi tentar enfiar uma seringa no
meu pescoço, eu dei uma cotovelada na barriga dele, e correi pro meu quarto e me
tranquei.

Para a minha sorte, eu tinha esquecido a minha faca de caça, eu ouvi conversando com
alguém na frente do meu quarto, provavelmente outro agente, eu estava sentado e
enconstado na parede branca do meu quarto, o branco de Vermont é engraçado, enfim, eu
estava chorando, "Por quê?", você pode perguntar. Eu não sei também, era apenas o meu
padrão, como uma máquina de fábrica, mas eu era como uma máquina danificada, com o
padrão quebrado pelos limites da excentricidade e pensamentos acima do seu tempo,
porquê eu sabia, de uma forma ou de outra, eu sabia que o fim do mundo estava próximo,
não valia a pena continuar vivo para ver a destruição do lar de bilhões de ser humanos,
então eu me levantei, suspirei, e avancei para a minha porta, aquele agente não esperava
que eu faria isso, por isso que consegui enfiar a minha faca de caça na garganta dele, ele
caiu no chão, e eu vi a minha mão direita ensanguentada, por algum motivo, eu gostei
daquilo, era menos uma merda no mundo, ótimo, só faltava alguns bilhões. "Por quê você
odeia tanto a sociedade?", porquê a sociedade me desapontou, a sociedade não aguentou a
verdade, a sociedade foi previsível.

O outro homem com quem o agente estava conversando ficou olhando fixamente para mim,
e eu fixamente para ele, todos nós parados, olhando um para o outro, pensando em quem
iria morrer primeiro.

Esse homem era ninguém menos, ninguém mais, que Thomas L. Henderson, sim, eu sei, ele
parece aparenta ser bem mais jovem do que a idade que ele tem. Ele então sorriu para mim,
eu continuei tremendo e suspirando olhando para ele, então ele rapidamente sacou uma
pistola, à apontou para a minha cabeça, e atirou.

Esse... esse é o vasto desconhecido da minha mente, eu não sei o que aconteceu depois, eu
não lembro como minha vida acabou nos anos 80, e eu não sei como eu sobrevivi aquilo, é
tudo questão de um passado enterrado, toda vez... a mentira vira a verdade, e depois de um
tempo vira um fato, sobre uma grande farsa e é assim que funciona os pilares da sociedade
e da minha mente, esse é o motivo de eu odiar tanto a sociedade, tanto quanto a minha
mente.

13 de Dezembro de 1999? Eu não sei, eu perdi as datas. Obiviamente, horário


desconhecido. Atlântida, Oceano... Ah, não vamos começar com isso de novo!

Eu não sei quando, só sei onde, ok, não sei exatamente o local em que estávamos, só sei que
estávamos dentro de Atlântida, era uma espécie de corredor, que ia se fechando a cada
passo que dávamos, parecia que só um de nós iria passar por ali, se fossemos na mesma
hora, então eu deixei Dupont ir na frente, e então atravessamos o corredor, e descemos pro
chão, e vemos que tem uma grande rachadura que leva pra uma caverna subterrânea. E
então por algum motivo eu comecei a perguntar algo bem aleatório.

- Você acredita em antagonismo?

- Não. Por quê você está me perguntando isso? - respondeu Dupont.

- Porquê eu acho que sou o antagonista da minha própria vida.

- Quem se importa? - perguntou ele.

- Esse é o Dupont que eu conheço!


- Escuta aqui Hyman, você realmente fudeu tudo, matou a Liza, explodiu o único local que
tinha habitantes para descobrirmos informações e você provavelmente levou os habitantes
de Atlântida à extinção, então com toda a gentileza que eu tenho, que dizer uma coisa, uma
coisa bem simples. Vá se foder, Hyman. - disse ele.

O pior de tudo? Ele estava certo, eu realmente fudi tudo, e destrui o único rastro de
civilização que Atlântida possuia, fora matar os habitantes da mesma, realmente esse foi
muito fudido.

- Então, nós vamos descer isso? - perguntou ele.

- Sim, por quê não?

- Você se esqueceu estamos sem equipamento né? - perguntou ele.

- Merda, eu me esqueci.

O fim do arco-íris, pelo visto não era um baú cheio de ouro, era uma rachadura suicida,
perto de uma parede que aparentava ser de vidro. Lá nos cometamos um erro também, nós
esquecemos do Kraken, e os seus movimentos que causavam terremotos.

E foi exatamente isso que aconteceu, um terremoto, Dupont estava observando o tamanho
da rachadura quando o terremoto acontenceu, ele imediatamente caiu lá, e umas pedras
caíram do teto rochoso do corredor, e esmagaram ele, eu cai para atrás, e fiquei suspirando.

Eu estava sem comida, sem equipamento e desarmado, a melhor combinação para causar
uma morte em uma cidade anciã que parece mais um labirinto infinito, e que porventura
não é nem uma cidade. E pior ainda, eu estava sozinho. E então continuei parado no chão,
dessa vez parei de suspirar, olhando aquelas rochas entupindo a rachadura que Dupont
estava, algo totalmente fudido.

Então eu continuei a andar no corredor, sua parede parecia ser feita de algum tipo de vidro,
ela estava arranhada, realmente alguma coisa aconteceu ali, naquele vasto desconhecido da
profundidade do vidro, e o seu outro lado. Um fato engraçado, eu não estava sozinho, ele
estava me vigiando, ele estava de volta, e assim que andei mais um pouco o vi parado ali,
olhando para mim com seus grandes globos oculares.

- Hyman... Hyman... a quanto tempo, velho amigo. - disse ele.

- Olá Vholemor.

- Como vai sua busca? - perguntou ele.

- Eu temo que nós temos um pequeno probleminha.


- Ah é? Qual? - perguntou ele.

- Na verdade mais de um. Minha equipe está morta e isso dificulta a minha busca por ele, e
tem uma grande chance que ele esteja morto.

- Hm, interessante. Porquê eu descobri que estou olhando para ele nesse exato momento. -
disse ele.

- Sério? Até você? - perguntei.

- Por quê a frase "Duas mentes, um corpo." te assusta tanto? - perguntou ele. - A verdade é
dolorosa eu sei, mas deve ser descoberta à todo custo.

- Vá se fuder, Vholemor.

- "Vá se fuder", isso de novo Hyman? - perguntou ele.

- Nós estamos na porra do final do século 20, e você vem com essa merda pra cima de mim?

- Ah, ah, ah, você tem amnésia? Se bem que suspeito que sim. Mas, enfim, lembra que eu te
contei que Atlântida era uma máquina do tempo ambulante, então? Tem uma grande
possibilidade que lá em cima atualmente não seja o ano de 1999. - disse ele - Ah, e Hyman,
eu descobri uma coisa sobre a superfície, seu trabalho aqui está tendo consequências lá.

- Ah é?

- É. - responde ele.

- Novamente, adeus Hyman, minha pesquisa continua. - termina ele.

Ele desaparece, de novo, e para a minha surpresa outro ser interessante aparece, Tiberius,
o Décimo, minha vontade de espancar esse filho da puta até a morte era enorme, era só o
que me faltava, eu tinha um doppelgänger.

- Eu pensei que você estava morto.

- Meu corpo quando você me viu, sim, mas o corpo do Hank, não. - ele olha para o meu
rosto. - Hm, pelo visto o meu rosto não foi o único que adorou aquela explosão maravilhosa,
já pensou em virar o Guy Fowkes II? Relembrem, relembrem, do 5 de novembro. Ha-ha,
pena que não estamos em novembro, não é mesmo, Hyman?

- Vá se fuder.

- Eu acho que você já disse isso para o coitado do Vholemor. "Coitado" ha-ha, aquele cara é
um sociopata de primeira, não caia nas mentiras dele. - diz ele.
- Agora, Hyman, é hora de você conhecer um solitário amigo meu, chamam ele de muitas
coisas, mas eu, eu o chamo de Sonho. - continua ele.

- Eu tenho escolha?

- Sim, na verdade sim, você tem uma escolha, olhe para trás.

Quando eu olho para trás vejo um imenso maelstrom atrás de mim, ha, parecia que eu
estava no Triângulo das Bermudas naquele momento, e então eu olho novamente para ele e
ele me dá as minhas escolhas.

- Ou você pula aí para o conhecer o meu querido amigo, ou eu te mato aqui mesmo, apenas
não pergunte o porquê, você nunca entenderia. - diz ele.

- Eu tenho uma teoria, mas eu quero se foda. Vamos, o que você está esperando? Hm?
Vamos, me mate. Termine essa expedição que morreu à dias.

E então, da manga de sua armadura de ferro-negro saí uma faca do mesmo material, e ele
me esfaqueia, três vezes, me segura pela gola da minha camisa, e me joga naquele
redemoinho, diretamente para a Terra dos Sonhos, o lar de Morfeu.

Eu cai no vasto desconhecido do universo, na Terra dos Sonhos, mas antes, eu cai no vidro
que bloqueava as dimensões, definitivamente aquele vidro não era um vidro comum, mas
continuava sendo um vidro, mesmo sendo um portal interdimensional. E enquanto eu
estava caído naquele vidro, eu vi, eu vi o Sonho, o famoso Morfeu, ele tinha uma pele cinza,
olhos negros, cabelos negros e tinha o rosto mais parecido com o dos humanos do que
qualquer habitante de Atlântida, sendo que a casa dele não era Atlântida era o mundo dele,
a sua dimensão, a Terra dos Sonhos. E então o vidro se quebrou e eu cai perto de uma
árvore sem folhas, uma árvore morta, em um local escuro onde a neblina reinava e o frio
dominava, enquanto uma grande lua branca pairava sobre o céu negro, e o meu nariz
sangrava pela queda, ele apareceu, das sombras mórbidas da noite, do cinza dos sonhos, ele
estava lá, do lado da árvore, me observando como se eu fosse um intruso e um convidado
ao mesmo tempo.

Então ele se ajoelhou, e extendeu sua mão esquerda para mim, e me ajudou a levantar, um
de seus olhos negros brilhava na lua, como se tivesse uma espécie de conexão mística lá ou
vai ver era científica, eu não sei, aquele lugar era uma loucura.

- Hm... certamente você é Hyman LeBarton, um homem da superfície com um passado


questionável e... hm... um futuro não existente. Um homem peculiar porventura. - diz ele.

- Esse é o inferno?

- Não, o Submundo não existe mais, você está na Terra dos Sonhos, uma terra feita da
imaginação. - responde ele.

- Como assim?

- Digamos que a vida é um sonho lúcido de uma consciência abstrata, aqui também é assim.
- responde ele.

- A vida é um pesadelo, com certeza, mas se eu não me engano o deus dos pesadelos é outra
pessoa, ou eu estou enganado? - perguntei.

E aliás, você deve estar se perguntando porquê eu não fiquei surpreso ou me assustei
quando vi ele, bem, ele parecia o cara mais humano de toda a civilização anciã, sem contar
que eu já tinha visto umas merdas bem fudidas mesmo antes de encontrar ele.

- Ícelo? Meu irmão? Ele morreu na guerra, foi tentar transformar a guerra em uma guerra
psicológica e não deu muito certo para ele depois que Vulcano descobriu o seu plano. -
respondeu ele.

- Vulcano? Todos mencionam ele, o que aconteceu nessa guerra? - perguntei.

- Eu não quero falar sobre isso. - respondeu ele.

- Certo, e quanto aos seus outros irmãos?

- Todos mortos também, eles participaram do plano do Ícelo e acabaram como ele, e eu
ainda tinha avisado para eles que seria uma má ideia. - respondeu ele.

- Então, agora você é totalmente o deus dos sonhos, não é?

- Sim, eu sou. - respondeu ele.

Então eu olhei um pouco mais para frente, e notei que tinha uma espécie de castelo negro e
uma pequena vila antes dele.

- Aquele castelo é seu?

- Sim, ele é meu.

- Por quê ele é um castelo medieval? Eu achei que a Terra dos Sonhos seria um lugar bem
mais ancião.

- Um sonho lúcido, lembra-se?

- Ah, é.

- Então me diga, caro amigo, o que o trouxe para a Terra dos Sonhos, e por quê você tem
esses cortes na sua barriga?
É, pois é, eu estava tão fascinado com o mundo dos sonhos que tinha esquecido que tinha
sido esfaqueado 3 vezes, ok, fascinado é pouco, eu estava "alienado" digamos assim,
totalmente obcecado e com uma sede insaciável de conhecimento.

- Tiberius, o Décimo me esfaqueou e me jogou aqui.

- Você se esfaqueou?

- Por quê todo mundo diz que eu sou Tiberius? Droga, cara, eu não sou aquele merda do
caralho.

- Não gosto do seu linguajar, mas eu entendo ele, a sociedade atual e etc. Enfim, temos que
dar uma passada na vila tenho que ver o meu conselheiro, Maskr.

- Marskr? Quem é esse?

- Um duende.

- QUÊ?! Duendes existem?!

- Eu já lhe disse, esse lugar é um sonho lúcido de uma consciência abstrata, a minha
consciência.

14/12/1999
Diário de Donald G. Martin, 14/12/1999

Hoje aconteceu outro terremoto, dessa vez não foi uma cratera que ficou em um deserto, e
sim uma grande rachadura, uma rachadura tão profunda que se você pular da porra do
Grand Canyon você ainda não tem a profundidade daquela grande rachadura que apareceu
no Novo México, hoje de manhã. A grande rachadura que estou falando apareceu nas
proximidades de Mesilla, ontem de madrugada eu peguei um avião em Tucson, e fui para El
Paso, de El Paso aluguei um carro e fui para Mesilla, e de Messila fui para a grande
rachadura na estrada de Canam Hwy, a grande rachadura estava bem do lado dessa
estrada, eu liguei para Hughes, que ligou para o vice-diretor da NSA, que eu ainda não
conheci ele, segundo o Hughes eu nunca vou conhece-lo, mas, tanto faz. Ele conseguiu fazer
umas ligações e tirou a impreensa do lugar, assim como bloqueou a estrada por umas duas
horas, apenas para eu dar uma investigada lá.

Cheguei lá com o meu equipamento de escalada, na porra da hora do almoço, o sol estava
de matar, era o verdadeiro inferno na Terra, e na terra, literalmente. Enfim decidi criar um
diário porquê assim seria bem mais fácil do que criar uma espécie de testamento, do que
em um relatório, é claro. Então é o seguinte, família, se vocês estão lendo isso, só digo uma
coisa, vocês não merecem nada, quero que tudo vá para a minha sobrinha Charlie, ela sabe
o que fazer da vida, diferente de vocês, seus imprestáveis do caralho.

Lá não estava tão quente quanto Nogales, porquê no mínimo estava ventando, mas o vento
era abafado, então quase a mesma bosta, eu analisei a espada que eu encontrei, e procurei
em alguns livros se existia alguma espada como aquela, uma espada que te dava visões de
algo muito, muito estranho, e não encontrei nada, fora espadas de livros de fantasias ou
jogos de RPG, acho que o mais próximo de uma espada daquela seria a Excalibur do rei
Artur, se é que aquele cara realmente existiu, provavelmente não.

Bom, já que isso é um diário... eu acho que eu posso falar o que eu comi no almoço, como se
alguém se importasse com isso, ha-ha, bem eu fui em um restaurante mexicano chamado de
"Tacos do Sr. Rodriguez", os tacos de lá são sensacionais, enfim, vamos logo ao assunto,
porquê eu aposto que quem está lendo isso está pouco se fudendo para o que eu comi na
hora do almoço.

Cheguei lá por volta das 12:49, e não tinha absolutamente nem um sinal de vida na região,
nem pessoas, nem animais, nem objetos, apenas eu, a estrada e a grande rachadura no chão.

Fora o equipamento de escalada, eu estava levando uma bainha, porquê né, nunca se sabe,
se teria outra espada, sendo que para a minha sorte, tinha, tinha outra espada naquela
grande rachadura e ela era igual à espada que eu tinha pegado antes. Então, eu fui andando
normalmente, pisando naquela terra que sujava as minhas botas marrons, eu me senti na
ponta da rachadura e olhei para baixo, só se via o escuro, olhando para baixo naquela
ponta, praticamente aquela ponta era um penhasco, então eu tirei o rapel da minha bolsa
de viagem, e fui descendo, e descendo parecia que a profundidade daquele penhasco era
infinita, e então descendo na profundidade em busca do inferno, ou algo do tipo, eu
desmaiei.

Então, eu acordei na coisa mais surreal de todos os tempos à pisar na realidade humana, se
é que aquilo eram humanos, vai ver eu estava tendo uma visão interplanetária, ou eu tinha
descobrido o teleporte e viagem no tempo, algo assim.

Em um segundo, eu estava descendo uma profundidade infinita, no outro eu estava em uma


espécie de deserto gigantesco, com o solo quebrando aos muitos segundos por hora, no
meu lado direito, tinha um exército de homens feitos de pedra vindo na minha direção, ou
algo assim, e alguns de metal, e outros de metal bem grandes, e do meu lado esquerdo tinha
um exército com homens com armaduras pegando fogo, algo assim, mas não era fogo
inimigo, era fogo proposital, deles mesmo, os líderes, pelo menos, os caras da frente do
exército, que estavam até na frente da 1° infantaria, um deles era um homem
aparentemente bem musculoso, com uma armadura escura, diferente dos outros e com
uma espada, que de longe não deu para ver direito, mas parecia a espada que eu tinha
encontrado antes, o homem ao seu lado estava usando uma armadura de metal, que cobria
seu rosto, se é que aquilo era um homem mesmo, se é que aquilo era um humano mesmo,
ele estava com uma espada aparentemente igual ao do cara à sua direita, e todos eles
estavam vindo na minha direção.

Pelo visto, sim, eu estava em um campo de batalha imenso, com dois exércitos de tamanhos
inimagínaveis, vindo na minha direção, prontos para me atropelar com seus cavalos, ou me
decaptarem com suas espadas, de um jeito ou de outro eu ia morrer. Então eu fiz a coisa
mais "sã" possível, tirei a minha pistola da minha bolsa, botei o cano dela na minha boca, e...
bem, eu atirei. Bom, eu não conheço você, seja lá quem está lendo isso, talvez eu conheça...
tanto faz, só sei que você não vai acreditar nessa história, e para ela ficar mais surreal
ainda, eu não morri, e sim estava de volta no rapel, pendurado nele, com uma espada na
minha bainha, e para a minha "surpresa", a espada era idêntica à espada que eu tinha
pegado anteriormente.

Depois que eu saí daquela rachadura e estava novamente no chão, antes de eu entrar no
meu carro alugado eu falei com Hughes por um rádio que ele tinha me mandado enquanto
eu estava hospedado em uma pousada em Nogales.

"Você estava certo, eu encontrei outra espada."

"Ah é? Você vai vim para Vermont? Ou eu vou ter que ir para Rockville?"

"Vai ser melhor você vim para Rockville, já gastei muito dinheiro com essas viagens
investigativas."

"Certo. Mas, eu posso outra pessoa?"

"Henderson? Nem pensar, aquele filho da puta me assusta. Ele é a porra de um psicopata."

"Um psicopata útil. Certo, certo, eu vou pessoalmente para Rockville, mande um abraço
para a Nora por mim."

"Bom, você vai poder fazer isso pessoalmente quando for para Rockville."

"Ah, mande logo um adiantado, ha-ha. Tchau Martin."

"Tchau Hughes."

Bom, depois dessa ligação, eu tenho muita certeza que aquele filho da puta vai tentar me
matar, então hoje mesmo vou tentar arranjar uma viagem para ir para Nova York, vou
tentar convencer o meu sobrinho à bancar o meu projeto sobre pesquisa histórica, e
científica para descobrir de onde diabos essas espadas viram, e do que elas são feitas.

Capítulo VI: Sonhos Lúcidos


Terra dos Sonhos, horário desconhecido.

Você provavelmente deve estar achando que eu enlouqueci de vez, talvez eu tenha
enlouquecido mas eu definitivamente acho que mesmo louco eu não conseguiria imaginar
um lugar tão exótico quanto a terra dos sonhos, realmente aquele lugar era o resultado dos
sonhos de Morfeu, um sonho lúcido sobre uma Europa alternativa e sombria que sempre
estava de noite.

Aquilo não era mais apenas ciência, envolvia um mundo místico agora, eu literalmente
estava pisando no lar de um deus, e por incrível que pareça o lar de um deus é a coisa mais
exótica que você pode encontrar na sua vida, não, espera um pouco, você não pode, mas
eles podem te encontrar, eu acho, é, se eles existem mesmo, eles podem te encontrar, mas
se eles nunca existiram, eu estou mais louco do que pensava.

A Terra dos Sonhos, o lar de Morfeu, e de sua cidade gótica que com árvores mortas,
lembrando a Europa oriental mais do que a cidade de Atlântida lembrava, e para deixar as
coisas mais insanas, seus servos eram duendes, pessoas loucas, ou uma espécie de
espectros fantasmagóricos que ficavam vagando naquele vasto desconhecido noturno.

Então, já que eu vi que faltava pouco, decidi que aquele momento era o momento certo para
eu cantar uma música bem interessante para o Morfeu.

- Mr. Sandman, bring me a dream, bung bung bung bung. Make him the cutest that i´ve ever
seen, bung bung bung bung--

- Ah não, essa música não, é pior do que eu me lembrava.

- Você acha mesmo que eu ia perder essa chance?

- Para um homem com um rosto tostado e recém esfaqueado, eu achava que você só ia
pensar nisso depois, e aliás o Marskr, é um alquimista também, ele vai fazer algo para lhe
curar.

Certo, eu concordo, cantar aquela música naquele momento foi algo bem estúpido, mas eu
realmente não iria perder essa chance. Nós seguimos a estrada de terra, em meio à uma vila
gótica e medieval, dos vidros amarelados, luzes amarelas tinham reflexo na noite do luar
branco, assim como os seus traços escuros que impediam à sua perfeição, o lugar era
interessante, mas tinha uma cara de devastado, eu descobri depois o porquê e fiquei bem
surpreso.

Em meio à aquelas casas negras e luzes amareladas, nós andamos na terra, até Morfeu
parar em frente à uma casa com uma porta de madeira, a casa de Masrkr, o Alquimista, eu
realmente estava ansioso para encontrar um anão, mas quando ele abriu a porta, vi que se
tratava de nada mais, nada menos que um anão barbudo, um anão até que bem velho, ele
tinha uma barba branca, nariz vermelho, sombrancelhas grossas e era calvo, ele usava uma
roupa com um tecido vermelho que lembrava as roupas dos nobres do final do século 18 e
usava um óculos redondo.

Morfeu começou a olhar para a prateleira de poções do Marskr, ele estava observando o
seu progresso, quantas poções ele possuía depois de um mês de produção e caça de
ingredientes, ele sabia que faltava alguma coisa, alguma poção, e Marskr parecia bem
preocupado com isso.

- 39 poções, 15 para uso médico, 7 para uso bélico, 12 para uso artesanal e 5 para limpeza,
hm... Onde está a dos rituais, Marskr? - perguntou ele.

- Desculpe-me meu senhor, eu... eu tive dificuldades em arranjar o último ingrediente dela. -
diz Marskr, botando o óculos novamente no rosto, porquê o mesmo caira enquanto
abaixava a cabeça algumas vezes.

- O sangue das bruxas? A caçada não foi bem nesse mês? - perguntou ele.

- Não, meu senhor. As três... elas estão de volta. - responde o Marskr.

- No mesmo lugar? Naquela cabana perto da Ponte Como Crianças? - perguntou ele.

- Ponte Como Crianças? Que tipo de nome é esse? - perguntei.

- A humilhação de um troll é responsável pelo nascimento desse apelido. - responde ele.

- A humilhação de um troll? Sua me--

- Shh... Não fale o que não deve, Hyman. - disse ele.

- Hyman, por gentileza você pode matar essas bruxas? - perguntou ele.

- Com que arma? - perguntei.

- Lá fora eu lhe dou os equipamentos necessários. - ele se vira para o Marskr, após me botar
pra fora da casa do mesmo. - E Marskr, dessa vez você escapou, mas não pense que isso vai
acontecer de novo.

- Sim, meu senhor. Obrigado, meu senhor. - diz o Marskr, é, de fora dava para ouvir tudo,
mas pra nossa sorte não tinha ninguém naquela rua fora a gente, a rua estava totalmente
deserta com o seu chão de pedra.

Então o Morfeu saiu da casa do alquimista, e veio com a minha pistola na mão e a me
entregou.

- Essa... essa é a minha pistola?


- De quando você entrou em Atlântida? Sim, é ela mesmo.

- Como?

- Vholemor está procurando por Tiberius aqui, decidi ajuda-lo na sua busca e pedi uns
favores em troca.

- Mas... você tinha visto o Tiberius, não?

- O quê? Não.

- Ele que me jogou aqui.

- Maldição! Esse bastardo ainda está lá! Você, você vai para a casa das bruxas, eu tenho que
falar com o Vholemor. Mate todas elas, com a sua pistola não deve ser muito difícil. Ah, e
toma isso, para você não se perder. - diz ele.

Então, ele me entrega um objeto que parece uma bussóla mecanizada de algum livro do
gênero steampunk, essa bussóla apontava para que direção eu tinha que ir, praticamente
era um GPS, não uma bussóla.

- Este, meu caro amigo, é o Pequeno Edward, uma bussóla mecanizada que te leva para o
seu destino. Apenas diga para onde quer ir. - diz ele.

- Cabana das Três Bruxas, proximidades da Ponte Como Crianças.

Incrivelmente à direção da bussóla não mudou em nada, é, pelo visto eu teria que ir pro
norte de um jeito ou de outro.

Quando eu segui mais a frente, notei que ele tinha esquecido do elixir de cura do Marskr,
assim como eu também tinha esquecido, um péssimo erro infelizmente. Como Atlântida a
cidade da Terra dos Sonhos era repetitiva, mesmas construções, casas de um vilarejo
medieval, e algumas tavernas, e um chão de pedra. Durante a minha caminhada até a ponte
eu não vi, sequer, um habitante, nenhum sinal de vida mesmo, apenas luzes amarelas nas
janelas das casas e tavernas, e as janelas estavam fechadas, todas elas. Eu apenas ouvia o
barulho do vento gelado percorrendo meu corpo e a atmosfera ao meu redor.

Eu estava perto da ponte, e continuava pensando no que Tiberius tinha me dito, os


habitantes de Atlântida, os deuses, eles estavam entre nós, todo esse tempo, como ninguém
percebeu isso antes? Eles foram as grandes personalidades que definiram séculos, eles
foram responsáveis pelo estado atual do mundo e de seu começo, e provavelmente serão
responsáveis pelo seu fim, pelo menos era o que eu pensava na época. Esse pensamento me
levou à algumas decisões intrigantes, e verdades além do conhecimento humano.

Minha mente não conseguia processar o fato que, uma hora eu estava no berço do mundo, e
na outra eu tinha feito uma viagem interdimensional para o sonho lúcido de um deus, e
mesmo assim eu não estava surpreso, é como se eu já tivesse visto aquele lugar antes,
aquele lugar e seus habitantes, em um passado muito, mas muito distante mesmo.

Quando eu finalmente tinha a ponte à minha vista, uma carruagem parou na minha frente, e
um homem com um olho metálico que se vestia como um habitante do velho-oeste, virou
seu rosto para mim, o seu rosto danificado, de apenas um olho, e como eu disse
anteriormente, esse olho era metálico, era um olho dourado, o seu chapéu era grande e
preto, e suas roupas eram cinzas, ele tinha uma gravata vermelha bagunçada, e uma camisa
verde-limão xadrez, e usava umas luvas velhas sem dedos.

- Olá, eu acho que nunca te vi por essas bandas antes. - disse ele com uma voz o tanto
quanto pertubadora.

- Quem é você?

- Bom, meu nome é Elliot, alguns me chamam de "O Viajante Misterioso" só porquê eu
observo essas bandas e sou responsável por carregar corpos e nobres e porquê eu não
moro no vilarejo.

- Qual é o nome do vilarejo?

- O senhor não sabe?

- Não, eu não sei. Eu realmente não sei.

- Bruxelas.

- BRUXELAS?!

- Sim. Um jogo bem psicológico acontece por essas bandas, senhor.

- Hm...

Ele apenas disse, que eu estava em Bruxelas, isso foi o suficiente para a minha mente virar
um buraco negro, o suficiente para eu começar a duvidar das verdades das palavras
pronunciadas por Morfeu.

- Um homem torto anda em milharal torto, o que ele encontra? - perguntou ele, com uma
voz realmente sinistra.

- O Diabo? - perguntei.

- Algo assim.

E então ele continuou a andar com suas carruagens naquela estrada dominada por névoas,
em caminho do desconhecido. Depois disso eu novamente virei meu rosto em direção à
ponte em cima do riacho, era a ponte certa, a única ponte da região, a ponte por cima do
riacho silencioso que me dava calafrios. Eu comecei a refletir sobre o que aquele homem
tinha me dito, o Elliot, afinal, talvez aquilo tudo que ele disse tenha sido uma metáfora. Um
aviso escondido, talvez ele estava tentando me avisar secretamente que aquele troll da
ponte tentaria me matar, ou que ele era perigoso demais para eu enfrenta-lo. Tudo isso foi
o que eu pensei naquele momento, eu estava errado.

De repente, eu comecei a ouvir um barulho vindo daquela floresta de árvores mortas, não
era um barulho de corvos, era um barulho de uma respiração falhando, então eu corri para
ver o que era, o barulho de raspiração forçada estava vindo da parte direita da floresta,
depois de passar por algumas árvores mortas e arbustos, eu achei um pedaço do passado,
um pedaço enterrado em outra dimensão, mas que pertencia à nossa.

Eu vi um daqueles robôs grandes de ferro-negro, e descobri que... bem, eles não eram
robôs, ele estava usando toda a sua grande armadura de ferro-negro, mas ela estava
danificada e do lado do seu pescoço cinza tinha tubos lotados de águas, cada vez que ele
respirava mais água entrava em seu pescoço, a parte de trás desses tubos estavam jogados
no riacho, sua única fonte de respiração, e ele tinha exatamente a mesma aparência do
corpo do Hank quando ele começou a se decompor.

Eu me aproximei dele, e me ajoelhei na terra, e fiquei o observando, ele praticamente


estava em um estado vegetal, mas ainda conseguia respirar, sua boca estava sem pele
mostrando seus dentes negros e suas gengivas azuis. Ele não tinha olhos, parecia que os
tinha sido arrancados por alguém muito forte em uma batalha do passado. Sua armadura
estava um pouco enfurrajada, estava velha, e sem muito esforço poderia ser totalmente
destruída.

Do seu lado tinha uma adaga, provavelmente ela tinha sido usada para cortar os seus tubos
de respiração, e aliás, ela também era feita de ferro-negro, e então eu a peguei, e continuei à
olhar para o seu rosto mórbido e morto, e novamente refleti sobre a metáfora do Elliot, e
tive uma ideia interessante.

Durante a minha vida, eu não matei muitas pessoas, talvez apenas umas 30, 30 corpos, isso
é um número bem grande, você deve pensar, mas para alguém que trabalha na NSA, não é
um número tão grande assim, eu me destacava pelas minhas habilidades científicas e não
as minhas habilidades mortíferas, mas mesmo assim, eu sabia como matar uma pessoa
tranquiliamente, então eu fiz algo que talvez seja meio óbvio para algumas pessoas, eu
cortei o pescoço daquele soldado de Atlântida e retirei sua cabeça, guardei a adaga no meu
bolso esquerdo e fiquei segurando sua cabeça com a minha mão direita.

E então eu andei um pouco, tipo, bem pouco mesmo, eu notei que o silêncio já estava
ficando estranho até demais, então eu vi a cabana que o Marskr tinha mencionado, e então
eu joguei a cabeça cinza no campo aberto em direção à cabana, e então eu vi muita pólvora
e tiros de armas antigas, a face do antigo soldado de Atlântida já não existia mais, Morfeu
queria me matar.

Pelo menos, eu já estava confortável ao saber que os anciões desse mundo não tinham
criado a Inteligência Artificial à milhões de anos atrás, mas por outro lado eu estava em
uma dimensão onde cada ser existente queria me matar, e então decidi ir para o castelo de
Morfeu, e voltei para a estrada perto da ponte, e novamente Elliot chegou perto de mim
com sua carruagem.

Ele virou o seu rosto para mim.

- Ah, parece que o coelho saiu da toca afinal de contas, não é mesmo? - perguntou ele, nossa,
aquele cara me dava arrepios.

- Você sabia, não é?!

- Não, eu não sabia, era apenas uma possibilidade, uma GRANDE possibilidade. - diz ele.

- Que porra de lugar é esse?

- Um lugar que devidamente recebeu o que merecia, a peste, e outras doenças. - respondeu
ele.

- A Peste Negra?

- Sim, a Peste Negra. Para a minha felicidade eu não tenho uma família, mas para os que
tinham... bem... não sobrou muita gente. - respondeu ele.

- Isso foi bom para você, não é? Para você... para o seu trabalho... para o seu dinheiro.

- O senhor acha que eu sou um bastardo sem coração?! - perguntou ele.

- Sendo sincero, Elliot, sim, eu acho que você é um bastardo sem coração. Mas um coração
puro não serve para nada hoje em dia. Então, por gentileza você poderia me levar ao
castelo do senhor Morfeu? - perguntei.

- Você não terminara os serviços requesitados por ele?

- E ser morto por vários atiradores?

- As bruxas são tão reais quanto aqueles atiradores. Seja lá qual for o seu nome, andarilho,
eu aconselho que você termine o contrato antes de ir para o castelo do meu senhor.

- O seu senhor que se foda. Eu presumo que você tenha permissão e obrigação de me levar
para qualquer lugar que eu quiser, já que sou convidado da porra do seu senhor.

- O senhor está certo, nessa segunda parte. - ele olha para o chão, depois volta o seu olhar
para mim. - Suba.

Então, eu entrei na carruagem, que era estranha, corpos e nobres eram carregados ali, mas
nenhum fedor residia aquela carruagem. E eu ainda fico imaginando corpos sendo levados
naquela carruagem vermelha-escarlate.

O tempo que eu passei naquela carruagem serviu como reflexão sobre os acontecimentos
daquela época, o berço do mundo, a verdadeira religião, o passado enterrado, a morte dos
meus companheiros de expedição, e uma dúvida bem severa: será que a NSA já sabia sobre
Atlântida? Será que tudo isso foi um teste psicológico ou algo assim? Também pensei, se
eles tinham inúmeros arquivos sobre o assunto. Também fiquei imaginando o que eles
estavam fazendo em resposta aos acontecimentos de Atlântida que Vholemor mencionou,
mas acabei não chegando em lugar nenhum.

Enquanto isso, Elliot estava tagarelando algumas coias.

- Dá tá tá dá tá tá. - tagarelava ele, olhando para a estrada e balançando a cabeçava.

Se zumbis existissem, eu diria que Elliot era um deles. Talvez eles existam, depois de toda a
merda que eu vi até o Superman pode existir.

Quanto mais nos aproximavamos do castelo gótico de Morfeu, o céu esquerecia, era como
se a lua estivesse lá mas apenas como se ela tivesse sido evaporada, ou algo assim. Morfeu
não tinha guardas, afinal, em um sonho lúcido você não precisa de guardas, não é mesmo?
Ah, e outra coisa que eu comecei a me questionar: esse sonho lúcido é meu, ou de Morfeu?

Sem guardas, e sem servos, mas mesmo assim o portão se abriu para mim e para Elliot
entrarmos, droga, esse cara lembrava o Drácula, talvez eu seja o segundo Jonathan Harker*,
afinal. Mas, de qualquer forma, eu não foi lá para vender uma propriedade na Inglaterra.

Sem poeira, sem servos, sem guardas, sem sinal de vida, apenas uma construção gótica, um
homem de um necróterio improvisado, e um homem que possuia um desejo de vingança, e
é claro um ser de origem questionável. Mas que merda de lugar e momento.

- Você vai confronta-lo? - perguntou Elliot.

- Algo assim, se eu morrer, te vejo no Submundo, ou algo assim, se não, queime o corpo de
Morfeu.

- Eu estarei esperando aqui fora.

Duas escadas, dois lados, duas opções, um lugar. Eu subi pela esquerda da minha esquerda
e entrei no castelo, seus corredores eram vazios e feitos de pedra, celas por toda parte,
celas sem ossos, mas preparadas para um grande evento. O mais provável era o massacre
do que restou da população do vilarejo. Morfeu não estava naqueles corredores, então eu
subi uma escada de pedra novamente, do lado direito dessa vez, não aquelas da entrada, e
sim uma das de dentro. E naquela grande sala aberta não havia nada, mas em uma sala à
frente da mesma... eu ouvia barulhos de algo eletrizante, então decidi ir olhar o que era,
mas antes é claro, saquei a minha pistola.

Quando me aproximei rapidamente, e não cautelosamente, vi Morfeu olhando para


planetas distintos, perto de uma esfera azul com raios elétricos em sua volta.

Ele então vira sua cabeça na minha direção.

- Hyman. - diz ele.

- O que é isso?

- Tentativas de civilização. - responde ele.

- Como assim?

- Deuses, você acha que o planeta Terra foi o primeiro planeta à ser habitado por nós? -
pergunta ele.

- Nós?

- Não se faça de estúpido, Tiberius. Eu estou cansado disso. - respondeu ele, me chamando
de Tiberius novamente.

- Eu não sou o Tiberius! - gritei.

Então, eu botei o cano da minha pistola na testa dele, logo acima de seu nariz.

- Ha! Olhe para você, Hyman. Patético, simplesmente patético! Você está ameaçando um
deus com uma pistola? - zombou ele.

- Os deuses que se fodam.

Como você já deve está imaginando, é, eu atirei na cabeça dele. Mas, ao contrário do mais
provável, que seria ele apenas cair no chão, ou não acontecer nada, nós estávamos de volta
em Atlântida, e eu descobri algo bem peculiar, aquele ser não era Morfeu, e sim o Tiberius.

Atlântida, meados de 13 à 18 de dezembro de 1999, horário desconhecido.

Nós estavamos de volta às Pontes Paralelas, nós estávamos suspirando e olhando um para
o outro, praticamente imóveis, em estado vegetal, nossos cérebros não conseguia processar
o que estava acontecendo. Tiberius estava na sua forma humana, semelhante à mim, os
seus cabelos também eram lisos, mas eram castanho-claro, diferente do meu, eu presumo
que você não está nem aí para os detalhes da aparência do Tiberius, isso é bem prevísivel
na verdade.

- Ha... É, pelo visto os habitantes de Atlântida são realmente metamorfos. Agora uma
dimensão... QUAL É A PORRA DO SEU PROBLEMA, TIBERIUS?! - gritei.

- O QUE É A PORRA DO MEU PROBLEMA?! VOCÊ É A PORRA DO MEU PROBLEMA! - gritou


ele.

- Por quê diabos você não consegue digerir essa frase?! - perguntou ele.

- Que frase?!

- Duas mentes, um corpo. - respondeu ele.

Ok, nessa hora ele realmente me deu calafrios.

- Duas... mentes?

- Aaaaaaaaaah. É sério que essa ideia é selvagem demais para você, homo sapiens? -
perguntou ele.

Imagine a Supernova de Kepler*, essa é a minha mente agora e naquele momento.

- Eu... eu estou louco?

- Bem, as vezes quando eu saio e me materializo, você enlouquece.

- Ha... então você notou que eu estou falando com um pensamento que se materializou? SEU
FILHO DA PUTA!

Eu me joguei em cima dele, e caímos da ponte, em vez de irmos parar novamente perto do
laboratório do Vholemor, ele desapareceu, ele simplesmente deixou de existir, do meu lado.
Dessa vez eu acordei em um cemitério lotado de mausóleus, e eu estava sem luz, até aquele
momento... eu estava oficiamente no Cemitério dos Nobres.

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* Jonathan Harker é um dos protagonistas de um dos livros de terror mais aclamado de


todos os tempos: Drácula.

Capítulo VII: O Cemitério dos Nobres


Atlântida, meados de 13 à 18 de outubro, e o resto você já sabe.
Como eu disse anteriormente, esse cemitério é diferente do que eu encontrei à alguns dias
atrás, ele não tinha pilhas de ossos como o anterior, e nem uma arma para se pegar, não
tinha túmulos de soldados, e sim mausóleus, muitos mausóleus e umas tumbas priorizadas
e semelhantes em o que parecia ser a linhagem dos imperadores de Atlântida. Claro que eu
só fui notar depois, porquê estava totalmente escuro, e do nada, ha, é engraçado como
coisas "do nada" acontecem nessa cidade, bom, voltando, do nada uma luz verde se
acendeu na frente de um dos mausóleus. Não era luz, era uma espécie de fogo verde, eu me
aproximei dele e assim que começou à olhar profundamente para o nascimento das
chamas, era como se eu tivesse visto um homem, ou a história dele.

O fogo estava vindo de uma bacia de bronze com escrituras antigas, e para à minha sorte,
do seu lado tinha uma lamparina com detalhes góticos, não, eu não estou falando que eu
tenho sorte por ter achado algo gótico, apenas pela lamparina. Então, eu a peguei e por
algum motivo quando eu a passei no fogo, ela acendeu diretamente, sem combustível nem
nada.

E uma voz leve e melódica surgiu no ar.

- Aaaaaaaaaaaaa haaaaaaaaaaaaa ahaaaaaaaaaaaa.

- O quê?! - perguntei, olhando aos redores.

- O temido homem da superfície.

- Com sua máquina destruidora ele faz aliados.

- Assim como o seu nascimento, a humanidade nasceu.

- Temido, temido, homem da superfície.

- Traga suas máquinas.

- Lidere e destrua o seu futuro.

- E tudo, e tudo é culpa.

- De um simples ser.

A voz começa a susurrar.

- O passado. O passado. O PA-SSA-DO.

E desaparece no ar, seja lá de onde tinha vindo.

- Mas que porra?...


Eu fiquei girando, olhando os meus arredores em busca da localização da voz, e nada
encontrei. O fogo da minha lamparina, saiu voando dela, literalmente, como se fosse uma
pessoa ou algo assim, só sei que era algum de vida. Merda, eu estava fudido para caralho.
Eu estava com uma parte do rosto tostado em uma sala escura e desconhecida, a
combinação perfeita para morrer, eu apenas estava esperando aparecer algum ser e
arrancar essa parte queimada do meu rosto e me deixar sangrando no chão, até a morte.
Mas, algo bem diferente aconteceu, apareceu uma luz cinza no mausóleu atrás da bacia de
bronze, e iluminou apenas aquela parte do lugar. Então, eu a segui.

Chegando perto dos portões do mausóleu, eu apenas os empurrei e eles caíram, eles
estavam muito enfurrajados, no meio do mausóleu tinha uma espécie de poço, eu me
aproximei dele e olhei para baixo... aaaaaaaah, outro redemoinho, igual ao anterior. Sem
muitas escolhas, eu sentei na beira do poço, e pulei, ele parecia se alargar à medida que
mais fundo eu chegava. Um grande erro para ser sincero.

O Fim da
Operação
Hoje, hoje foi diferente, mais complexo e complicado, com direito à milagres. Funcionou, o
plano funcionou. Se alguém está lendo isso em uma data distante de 15/12/1999, eu lhe
explicarei algumas coisas sobre o plano, e sua execução completa, assim como a razão de eu
ter feito isso.

Primeiro de tudo: Eventos passados

Se você está lendo os meus relatórios em ordem cronológica, você lembra do terremoto de
Nogales, no México. Nós atraímos a atenção da mídia para o oeste, para tira-la do sul,
fazendo uma massacre em uma cafeteria nas proximidades da Golden Gate, em São
Francisco. O plano foi um sucesso, nós escapamos por ela, e depois de umas ligações,
estavamos declarados como mortos pela polícia de São Francisco. No dia seguinte do
primeiro terremoto, 2 guardas foram achados mortos em frente ao nosso posto da Guarda
Nacional no México, um deles levou um tiro no pescoço, e sangrou até a morte, o outro foi
apunhalado pelas costas com uma espada. Sem testemunhas, suspeito que o assassino
tenha conexões com alguma de nossas agências.

Depois de sair do Texas, eu dei uma passada em Columbus, na Geórgia, lá eu encontrei o


Agente Phoenix, e disse para ele se livar da espingarda de São Francisco, e das duas pistolas
Colt. 45, ele disse para eu ir para Miami, falar com o Sea. Então, eu fui para Miami, e
encontrei o agente Sea, em um bar abandonado perto dos quíosques de South Beach, ele me
informou que Hughes queria que outro massacre acontecesse, mas, um tão grande que iria
finalmente terminar essa operação, eu sugeri A Torre de Júpter, a sede do conglomerado
Indústrias Green, ele informou à Hughes, a minha decisão, e bem, o resto eu vou contar
para vocês.

Segundo: Local

O primeiro terremoto tinha sido em Nogales, no sul, e eu e minha equipe atraímos a


atenção da mídia para lá. Já no segundo terremoto, antes na verdade, eu massacrei a minha
equipe no Texas, isso atraiu a atenção da mídia para lá, e o segundo terremoto foi lá
também, nós precivamos de algo forte e icônico, algo que todo mundo realmente conhece,
sendo morador do país ou não. Então eu pensei nas Indústrias Green, na sede dela, por quê
não fazer um massacre no terceiro maior prédio do mundo? Bom, eu pensei nas Torres
Gêmeas, mas seria algo muito extremo, e eu não poderia fazer o serviço sozinho, então
escolhi a sede das Industrias Green. E meu amigo, essa madrugada foi a escolha perfeita.
Por quê? Bem, Gregory Green, o CEO, estava lá com uma sombra do meu passado... Donald
Green Martin. E para a minha sorte, a sede desse conglomerado era composto por apenas 1
prédio, como eu disse anteriormente, o segundo maior do mundo. Mas, lá eu ouvi falar
que iam de mudar de sede, que estavam construindo uma em Baltimore, com três prédios.

Terceiro: Plano, e execução do mesmo

Bom, o plano era simples, eu mesmo o montei, mas prefiro falar como ele era e ao mesmo
tempo falar como foi a execução, então, bem, preparem seus olhos.

Agentes envolvidos: Thomas L. Henderson, Sea.

Local: A Torre de Júpter, Manhattan, Nova York

Armas usadas: Duas pistolas modelo Colt M1911, submetralhadora MP5, explosivo TNT
modificado.

Madrugada de 15 de dezembro de 1995. O clima estava muito estranho, a neve


simplesmente tinha saído de Manhattan naquela noite, no dia inteiro, a chuva dominava, e
de noite, os céus ficavam abertos e as nuvens desapareciam. A previsão do tempo estava
louca, e os meteorologistas estavam sendo demitidos, a previsão estava imprevísivel em
todo o país naquele dia, eu não sei porquê, para quem acredita em destino, eu diria que o
que aconteceu hoje estava escrito no destino. Eu cheguei lá por volta das 2:00 da manhã,
estava ventando muito, eu estava usando uma camisal social preta, calça social preta, e
sapatos italianos, também pretos, e é claro, uma bolsa de viagem, e luvas de couro pretas. É,
eu sei, parecia que eu estava vestido para um enterro, mas não, eu falei com Hughes, ele
conseguiu falar com o vice-diretor que arranjou um disfarce para mim, um executivo
milionário de 34 anos chamado Ryan Bennett com uma reunião marcada para 2:10 no
último andar do prédio, o 97° andar.
O porteiro abriu a porta de vidro para eu entrar, a recepcionista ruiva levantou seu rosto e
ajeitou seu óculos, enquanto eu me aproximava da mesma.

- Bem-vindo à sede das Indústrias Green, senhor. - diz ela.

- Obrigado. - respondi.

- Qual é o seu nome? O senhor tem uma reunião marcada aqui? - perguntou ela.

- Meu nome é Ryan Bennett, e sim, eu tenho uma reunião marcada aqui, uma reunião com o
diretor executivo Gregory Green.

- Oh. No momento ele está em uma reunião particular. - diz ela.

- Certo, eu irei esperar na sala de espera.

"Na sala de espera", tinha 3 salas de espera naquele lugar, e elas estavam quase vazias,
definitivamente a sede era um lugar muito exclusivo. E era 3 salas de espera, apenas na
entrada da FRENTE, nós outros lados tinham mais, e eram maiores ainda. Bom, de todas
essas salas de espera, eu decidi ficar na da entrada mesmo, onde tinha a recepcionista.
Então, eu sentei em uma poltrona de couro preta, e fiquei esperando a minha vez.

E então da sala direita à que eu estava, surgiu um homem, Ernest van Houten, o diretor
financeiro, ele era holandês, não americano, mas é claro que ele falava inglês. Ele se
aproximou de mim, ficou na minha frente, e extendeu sua mão direita para mim. Eu me
levantei e a apertei.

- Ernest van Houten, diretor financeiro. - disse ele, dando um sorriso.

- Ryan Bennett, executivo.

- Eu ouvi falar sobre você, Ryan. Eu soube que você trabalhou na Sony, é verdade? -
perguntou ele.

- Sim, eu trabalhei na Sony. Mas, sabe como é, eu queria voltar para o ocidente, depois da
morte da minha noiva no Japão, eu meio em que fiquei traumatizado na questão de ficar
onde mataram a minha noiva.

- Me perdoe por perguntar, mas, do que ela morreu? - perguntou ele.

- Assassinada.

- Oh, meus pêsames. - disse ele.

Até esse ponto, você pode notar que a identidade que criaram para mim tinha várias
informações para até as mais complexas perguntas de minha origem, e ascensão.
No fundo da conversa, uma linda mulher de cabelos loiros estava bebendo água em um
copo plástico, Ernest se vira para ela e acena para ela vir para onde estavamos. Ela joga o
copo plástico em uma pequena lata de lixo de metal, e se aproxima dele.

- Ah, o senhor deve ser Ryan Bennett, estou correta? - perguntou ela.

O engraçado é que todos que eu tinha visto até agora, sem contar o porteiro, usavam
óculos, acho que alguma hora ou outra alguém ia começar a ficar cego depois de ver tantos
números de renda e gastos, principalmente depois que eles compraram a General Motors.

- Essa informação está mais que correta, senhorita.

- O que tem na sua bolsa, Bennett? - perguntou ele.

- Ah, você sabe, alguns arquivos e propostas que eu passei a noite toda preparando para
apresentar ao Gregory.

- A noite toda? Pfft. São duas da manhã. - diz ele.

- Ha-ha. Pois é.

- Desculpe-me, por me intrometer, mas, qual é a profissão senhorita? - perguntei.

- Secretária do diretor executivo, Gregory Green. - respondeu ela.

- Ele está em uma reunião particular no momento, certo?

- Certo. - respondeu ela.

- Novamente, me desculpe por me intrometer, mas, com quem?

- É um familiar dele. Provavelmente, você não o conhece, o nome dele é Donald Green
Martin, ele é o tio do Gregory. - respondeu ela.

Ok, ok, nesse momento eu não consegui processar direito o que ela tinha falado, fora ouvir
o nome "Donald Green Martin", ele estava de volta, mesmo depois de uma aposentadoria
antecipada no FBI como cortesia da NSA, ele estava de volta, eu sei, eu sei, é algo muito
arriscado de se dizer, ele apenas poderia estar conversando com o seu sobrinho, poderia
ser apenas isso, mas depois de uma conversa com Hughes, eu descobri que não foi só isso.

Após processar o que ela realmente tinha me dito, eu notei que tinha que me apressar de
um jeito ou de outro, afinal depois de 5 minutos aquelas pessoas estariam mortas, foi o que
eu pensei, então eu me levantei.

- Eu... eu vou lá pra cima.


Então, eu entrei no elevador do lado da minha poltrona e Claire entrou depois de mim,
estava na cara que ela queria alguma coisa comigo, e esse meu palpite estava certo. Então,
eu apertei o botão para irmos para o andar 23.

- Eu sei, que faz pouco tempo que a gente se conhece, mas, você parece um cara legal, quer
sair um dia desses? - perguntou ela.

Dava para ver pelo seus olhos, que ela estava nervosa, e eu estava olhando para a contagem
de andares, 07, 12... Eu estava me aproximando do meu destino, então resolvi fazer algo
rápido. Botei a minha mão esquerda sobre a parede atrás dela no elevador, e a beijei, ela
botou suas belas mãos no rosto... talvez ela realmente tenha mexido com a minha mente,
mas isso não muda a questão da minha lealdade, mas eu definitivamente preferia que ela
tivesse ficado lá embaixo e não tivesse sofrido o que sofreu. Quando ela menos esperava, eu
peguei a minha pistola da minha bolsa, ela não ouviu o barulho do zíper, e eu atirei na
barriga dela.

Ela olhou para mim, com um olhar de medo e decepção, então eu botei o cano da minha
pistola na boca dela, e atirei, ela morreu instantaneamente. Então, eu peguei o meu
Walkman WM-DD9, botei os meus fones de ouvido nos meus ouvidos, e liguei ele, a partir
daí eu comecei a ouvir à Quiet Life da banda Japan. É, eu sei, esses detalhes são irrelevantes,
mas estou tentando ser o mais detalhista possível, até com o mais inútil dos detalhes.

Andar 23.

Boys, now the times are changing, the going could get rough

As portas do elevador se abriram, e eu vi um homem de meia-idade, quase calvo, de terno e


barba raspada, ele estava bebendo água em copo plástico, quando ele se virou para mim eu
atirei nele, a bala atravessou o seu copo e acertou o seu pulmão esquerdo. Na sua frente
tinha uma sala que tinha umas bancadas pequenas, provavelmente a sala de preparação da
hora do almoço.

Boys, would that ever cross your mind?

Ele quase caiu no chão abrindo a porta.

Boys, are you contemplating moving out somewhere?

Se segurando nas bancadas, ele tenta se levantar para começar a correr novamente, mas eu
o acerto bem no seu pulmão direito, bom, se aquele cara era um fumante eu acho que eu fiz
a minha parte.

Boys, will you ever find time?


Eu abro a porta à minha frente, e me viro para a direita para ver o que tinha lá, tinha uma
sala de computadores, com apenas um computador ligado, pois é, apenas uma futura vítima
estava lá. Ela estava embaixo das mesas dos computadores, roendo suas unhas, ela tinha
mijado na própria saia lápis, e estava tremendo, e olhando para os meus sapatos italianos.

Here we are stranded

O seu batom vermelho já estava borrado de tanto ser tocado por suas mãos nervosas, eu
me aproximo lentamente dela, mas ela não consegue sair do lugar, ela apenas fica
paralisada e tremendo, olhando para mim como se eu fosse o Diabo ou algo assim.

Somehow it seems the same beware

Eu me abaixei e olhei diretamente para os seus olhos azuis.

- Qual é o seu nome, senhorita? - perguntei.

Here comes the quiet life again

- Me... meu... meu nome é Chelsea. - disse ela.

Boys, now the country´s only miles away from here.

- Chelsea? Bom, espero que você tenha um bom enterro.

- O qu--

Eu atirei bem no meio da testa dela, e ela ficou lá, esguichando sangue no tapete cinza
embaixo da mesa dos computadores. Uma péssima morte, mas uma morte necessária.

Boys, do you recognize the signs?

Eu apertei no botão do andar 47.

Boys, when these driving hands push against the tracks

Boys, it´s too late to wonder why

Dessa vez eu peguei a outra pistola da minha bolsa de viagem, uma pistola no andar 23,
duas pistolas no andar 47, uma MP5 no andar 79, e novamente, duas pistolas no andar 97.

Novamente, as portas se abriram, e um homem bem vestido apareceu na minha frente, ele
suspirou rapidamente e ficou com suas pernas bambas e olhos arregalados, ele sabia que se
fosse correr iria morrer, e que se fosse ficar parado também iria morrer, então ele cometeu
um erro muito estúpido.

- Meu... meu chefe está no andar 97! - gritou ele.


Here we are stranded

- Hm... engraçado, não lembro de ter perguntado isso. Meu único objetivo aqui é matar
pessoas como você.

Então, eu atirei na perna direita dele, e ele caiu no chão gritando com uma dor
inimaginável, ele grita como fosse uma mãe em um parto. Então, eu o finalizo com um tiro
na cabeça.

Somehow it seems beware

A sala onde eu estava tinha vários cúbiculos de contadores, um jovem também bem vestido
sai do seu cúbiculo para procurar à origem do disparo, quando ele chegou onde eu estou e
viu o corpo morto do seu colega de trabalho, ele fez a coisa mais estúpida que podia ter
feito naquele momento: dar uma de herói. Ele foi para cima de mim com bravura, e acabou
caindo no chão como uma mosca morta. 3 disparos, 1 andar. Eu entrei na sala dos cúbiculos
logo depois da morte do jovem, aparentemente ela estava vazia, apenas aparentemente.

Tinha câmeras em todo o lugar, e obviamente essas câmeras estavam gravando o meu
rosto, então eu pensei: Câmeras e mais câmeras, o último lugar para eles se esconderem
seria a sala das câmeras. E eu estava certo.

Here comes the quiet life again

Eu andei mais um pouco através dos cúbiculos e achei uma porta isolada que
provavelmente não levava à um corredor, então eu a chutei e ela abriu... naquela pequena
sala que provavelmente um claustrófobico cometeria suicídio por não aguentar a "pressão",
tinha um asiático que parecia ser um apenas um contador e 2 americanos.

- Ei você, você é americano? - perguntei, apontando a arma para ele.

- Não, meu senhor. Eu sou do Japão. - disse ele, tremendo.

Now as you turn to leave, never looking back

Ele era jovem.

- O intercâmbio deu resultados, não? - perguntei novamente.

- Sim... sim. - respondeu ele.

- Huh... bom, eu nunca aprendi japônes direito, então eu vou tentar me esforçar aqui.
Sayonara!

Eu atirei na cabeça dele, um dos outros dois caiu para trás e ficou olhando para o corpo do
asiático.

Will you think of me?

- E vocês? São de algum país diferente, ou são americanos mesmo?

- Somos americanos. - disse o da direita, também tremendo.

- Decepcionante.

Eu matei os dois, novamente, tiros na cabeça

If you ever, could it ever stop?

Era estranho, a sede do maior conglomerado americano de todos os tempos estar vazio
daquele jeito, suspeito de atividades de outras agências, é melhor ficarmos de olho para
supostos traidores. 8 vítimas até aquele momento, talvez o planejamento não tenha sido
tão bom afinal, de qualquer jeito eu descobri que o maior número de vítimas não seria
gerado do jeito que eu esperava.

Oh, the quiet life

Oh, the quiet life

Então, eu voltei para o elevador que me levara para o andar 47, e apertei no botão para ele
ir para o andar 79. Como você pode ter visto no New York Times, tinha uma surpresa para
mim no meu caminho para o andar 79. Bom, se você não lê o The New York Times, suponho
que vou ter que te falar o que aconteceu após eu entrar naquele elevador. Você acha que a
segurança do local não iria responder? Pois é, eu também estava estranhando a demora,
mas até que os planos deles não eram tão ruins assim, eles só não contavam com o fato que
o atirador era um agente altamente treinado e qualificado para à atividade.

Here we are stranded

Dentro do elevador, eu guardei as minhas duas pistolas na minha bolsa de viagem, e da


mesma peguei uma MP5 totalmente carregada com apenas um pente. A ideia era que a MP5
fosse usada no andar 79 e 97. "Por quê esses andares eram tão especiais?" você deve estar
se perguntando, simples, o andar 79 era o andar dos engenheiros, 1 corredor e várias salas,
apenas entrar em cada uma e fazer o serviço, fácil. Já o andar 97 era o andar onde o diretor
executivo da empresa, Gregory Green, ficava, mas é claro que eu não iria para um andar
apenas para matar uma pessoa. Hoje era um dia diferente para ele, ele tinha uma reunião
com múltiplos economistas, executivos e jornalistas em uma só noite, a oportunidade
perfeita para assustar à economia do país e causar um grande medo na mesma, acredite em
mim, isso foi mais produtivo do que matar um presidente.
Somehow it seems the same beware

A contagem dos andares do elevador me contagiava, ha, grande piada, mas ela realmente
me contagiava, me enchia de ansiedade, e o meu instinto dizia que não seria tão simples
assim. De repente, o elevador parou violentamente e eu cai para trás, sua luz ficou piscando
e sua porta ficou semi aberta.

"Saia daí com as mãos para cima!" gritava os seguranças.

A resposta tinha chegado como se o universo inteiro tivesse conspirado para que ela
chegasse o mais rápido possível.

Here comes the quiet life again

Não, eu não vou escrever aqui quantas vezes essa fita foi repetida enquanto eu fazia o meu
trabalho.

"Senhor, saia daí agora!" continuava um deles.

Eu errei em um adjetivo antes, as portas do elevador não estavam semi abertas, estavam
quase fechadas como as paredes, mas com uma pequena brecha para uma bala passar
tranquilamente, mas uma bala não significa a visão deles. Então, eu me levantei e abri o
alçapão do elevador e subi no elevador. Sea estava olhando para baixo por onde o elevador
supostamente devia ter aberto suas portas no andar 79, então eu olhei para ele, e ele
extendeu sua mão direita para mão e eu a segurei e ele me puxou.

No corredor dos engenheiros havia um banco azul, e nesse banco havia um saco do Burger
King, Sea enfiou sua mão lá dentro e puxou uma granada de lá e a entregou para mim.

"Isso realmente vai ser necessário?" perguntou ele.

"A bala ou a granada?" perguntei.

"A bala." respondeu ele.

"Kuster injetou a dose necessária em você?" perguntei.

"Sim, e eu estou pronto." respondeu ele.

"Bom, agora só espere um pouco". respondi.

Eu botei a minha MP5 no chão, e a granada no meu bolso, então eu tirei uma pistola da
minha bolsa, e à apontei para o lado direito da cabeça do Sea, um pouco acima da orelha.

"Pronto?" perguntei.
"Sim." respondeu ele.

Então eu apertei o gatilho, e ele caiu no chão inconsciente e começou à sangrar. Depois
disso, avancei no corredor e dobrei à esquerda onde tinha uma escada para o andar 78,
desci rapidamente e vi a quantidade de seguranças apontando pistolas ao elevador, tinha
no mínimo 10, então eles começaram à atirar no elevador. Eu aproveitei e tirei o pino da
granada e à joguei neles, ela caiu perto de um jovem segurança e saiu rolando até ter a sua
atenção, e quando ele olhou pra baixo... bem, digamos que algo nada de bonito de se ver
aconteceu, fora o sangue nas paredes destruídas e os orgãos destruídos jogados no chão do
corredor do andar 78, o elevador caiu junto com o chão que estava na sua frente.

E então começou a minha cansativa jornada nas escadas de subir do andar 79 até o andar
97.

Pelo pequeno retângulo de vidro na porta no fim das escadas, eu vi a sala de reunião, suas
paredes eram feitas de vidro e os executivos, economistas e jornalistas, todos eles estavam
do lado de fora da sala de reunião, dentro da sala havia 2 homens, o diretor executivo,
Gregory Green, e um ex-agente do FBI com quem já trabalhamos, Donald Green Martin, nós
o chamavamos de "A Sombra do Leste", ele encontrava qualquer um sem ser percebido, ele
seguia qualquer um até o inferno, mas ninguém o via.

Eles estavam discutindo pelo que vi, havia 2 seguranças armados com duas espingardas
enfrente às portas do elevador, pelo visto eles não tinham recebido as últimas notícias
sobre os andares inferiores. Soltei a minha bolsa de viagem ali mesmo, e destravei a MP5.
Então, eu chutei a porta, um dos seguranças virou seus olhos rapidamente para a minha
direção e foi lá onde as balas foram parar.

O outro segurança virou seus olhos para mim logo em seguida dos meus disparos, ele
apontou sua espingarda para mim e eu atirei nas duas mãos deles, e então me virei para a
direita onde estava os economistas, executivos e jornalistas, eles estavam apavorados,
alguns até mijaram no chão e outros estavam ofegantes como se fossem ter um ataque
cardíaco ali mesmo.

Alguns se ajoelharam, e outros aceitaram, de qualquer suas mortes eram inevitáveis, eu


apertei o gatilho por 10 segundos, 10 segundos brutais, o sangue deles jorravam na parede
de madeira, os seus rostos de cadáveres ficaram deformados, assim como os seus orgãos
perfurados. Mas, para a minha surpresa, alguns foram espertos e se esconderam atrás dos
outros e não foram alvejados pelas balas da minha MP5, eles estavam cobertos de sangue e
tremendo com a mão na cabeça, e então eu vi uma oportunidade disso, a oportunidade de
usar os explosivos.

Então, fui para a porta para entrar na sala de reuniões, e quando fui abrir a mesma, o
segurança que eu tinha atirado nas mãos atirou com um revólver no meu ombro esquerdo,
então lentamente eu virei o meu pescoço para o lado, e novamente ele puxou o gatilho,
sendo que ele não estava enxergando muito bem, provavelmente com a visão embaçada, e
acabou errando o tiro, aproveitei essa oportunidade, e rapidamente me abaixei e tirei o
revólver de suas mãos, com sua púpila fixa em meu rosto, eu botei o cano do revólver em
sua testa e apertei o gatilho.

Me levantei e me virei para trás e chutei a porta da sala de reunião, Donald levantou
rapidamente do outro lado da mesa em que estava abaixado e atirou quase que de raspão
no meu pescoço, me abaixei rapidamente e peguei cobertura atrás da mesa.

- Donald, é você?! - gritei.

- Henderson?! Mas que porra... essa é a nova missão da porra da NSA?! - gritou ele.

- Bom, tem que surgir novas operações, não é mesmo? - perguntei.

- Você é a porra de um psicopata! - gritou ele.

Ele se levantou e começo a atirar. Depois de 6 tiros, ele notou que não ia me acertar
daquela distância, e se ele se abaixasse e atirasse nas minhas pernas, eu iria avançar de
qualquer jeito.

Então, ele começou à se aproximar de mim e apontou sua pistola para a minha cabeça, com
um movimento rápido e arriscado me levantei e dei uma coronhada que quebrou seus
óculos e fez um corte no seu rosto, segurei-o pela camisa e o empurrei para a parede e
fiquei dando coronhadas na cara dele, então ele me deu um soco bem no nariz, coloquei o
cano do revólver em sua barriga e dei 2 tiros, novamente o segurei pela gola de sua camisa,
o enconstei na parede vidro e o chutei com toda a minha força, o vidro quebrou e ele caiu
do prédio.

Eu virei meu pescoço para Gregory, ele estava ofegante e enconstado na parede, sem
querer acreditar na morte do tio, eu o segurei pela sua gravata e o joguei na parede vidro, e
ele caiu em cima dos corpos dos economistas, rapidamente surtou e novamente se
enconstou na parede, 4 pessoas, a oportunidade perfeita para à explosão no terraço,
principalmente pelo fato que tinha uma claraboia lá em cima. Então, eu voltei para à porta
das escadas e peguei a bolsa de viagem, e apontei o revólver para os 4 sobreviventes e disse
para eles entrarem na porta do lado direito do elevador, onde tinha as escadas que nos
levaria para o terraço.

Você sabe como é, é como se fosse um assalto, aquela parte em que o assaltante mascarado
aponta uma arma para quem trabalha no banco e bota eles no fundo, mas eles não
explodem eles. O terraço estava no modo do que se esperar de um terraço, frio e lotado de
ventos rápidos e gelados.

- O que você vai fazer conosco? - pergunta a economista.

Eu olhei para ela e disse:

- Com vocês? Bom, nada, vocês apenas vão ficar em cima dessa claraboia.

- O quê?! - perguntou Gregory.

- Qual é, Gregory? Eu tenho certeza que a claraboia aguenta vocês, apenas relaxem.

Eu passei andando por cima da claraboia, que estava exatamente em cima da sala de
reuniões do Gregory para dar confiança à eles, antes de ir até o outro lado, fiquei no meio
dela e dei de ombros, eles se aproximaram e também ficaram em cima do claraboia, então
eu fui para o outro lado. Abri a bolsa de viagem, e joguei o revólver para à economista, ela o
segurou com suas duas pequenas mãos, e olhei para mim enquanto eu tirava uma pistola da
bolsa de viagem.

Sim, após ela olhar para mim ela apontou o revólver para mim.

- Pare, ou eu atiro! - gritou ela.

Então, eu me virei para ela.

- Solta essa bolsa e essa pistola! - continuou.

- Ha... quer a bolsa? Tome-a!

Eu joguei a bolsa para ela, e ela à segurou com seu braço esquerdo, então ela apertou o
gatilho mirando em mim, as balas do revólver tinham acabado. Então, ele voltou a ficar
ofegante. E então ela botou a bolsa no seu braço direito e abriu o zíper dela, quando ela viu
que era uma bomba que estava na bolsa, ela se preparou para gritar e joga-la no ar.

Mas, ela demorou demais, enquanto isso eu simplesmente pulei do telhado com uma
pistola na mão esquerda, meu Walkman caiu na minha queda, era uma edição de
aniversário de 10 anos... extremamente rara, sabe. Então, com a minha mão direita tirei da
minha camisa social, o detonador, e é claro o acionei, eu não vi o que aconteceu em cima de
mim fora os estilhaços de vidros me acompanhando na minha longa viagem de mais de 300
metros até o chão, para você ter uma ideia do que são quase 400 metros de queda, a Golden
Gate tem 200 metros.

Soltei o detonador no ar, e assistindo a minha cabeça se aproximando da polícia que estava
na entrada do prédio, apontei minha pistola para baixo e fiquei atirando repetidas vezes
com a esperança que alguma bala acertasse na cabeça dos 2 policiais que estavam lá
embaixo. Provavelmente por trabalho de vocês, eles não estavam atirando em mim, até que
fiquei em uma faixa de 70 metros pro chão, aí um dos policiais que estava armado com uma
espingarda ficou atirando para cima, as balas quase pegaram em mim, e quanto eu estava a
17 metros do chão, já tinha aceitado a minha morte há muito tempo. Mas, não, se eu fosse
religoso diria que algo milagroso tinha acabado de acontecer, mas temo que isso seja
resultado de alguns dos nossos projetos, por algum motivo uma corda preta de uma
material desconhecido surgiu segurando meu pé e me impedindo da morte, mesmo com
uma corda segurando meu pé a velocidade da minha queda teria me arrancado ao meio,
não teria? Pois é, essa foi a parte mais estranha, eu fiquei lá pendurado de cabeça para
baixo olhando para 2 policiais que me queriam morto à qualquer custo. Pelo visto
decepcionei eles.

Estou escrevendo isso em uma máquina de datilografar na delegácia de polícia de Lower


East Side, Phoenix já tomou as providências, Sea está vivo, um motorista virá me pegar às 5
da manhã, e os policiais irão esquecer o meu rosto, assim como quem estava naquele
prédio, a partir de hoje, uma nova era para economia nasce e a Segunda Operação
Northwoods* acaba. Podem me esperar em Rorschach.

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* Operação Northwoods foi uma operação americana ultra-secreta que tinha planos
elaborados pelas patentes militares mais altas do Estados Unidos, que visava assassinar
pessoas inocentes e praticar atos de terrorismo em cidades americanas com o objetivo de
enganar a opnião pública americana.

Capítulo VIII: Inferno Submarítimo


Pfft, Atlântida é claro.

24 horas acordado, você tem ideia do que é isso? Não espera, você tem ideia do que é andar
24 horas em linha reta como a porra de um zumbi em um túnel gigantesco, você tem?
Provavelmente não. Você sabe quantos minutos são 24 horas? 1440 minutos, você tem
ideia do que é isso? 86400 segundos. Eu contei cada segundo mentalmente, andando que
nem a porra de um vegetal em linha reta como se fosse encontrar o baú de ouro no fim do
Arco-íris.

Mais de 24 horas acordado e sem comer, apenas andando em linha reta. E sim, é o mesmo
túnel de antes, o túnel onde Dupont foi esmagado. Nesse caso, o redemoinho no cemitério
dos nobres não serviu para porra nenhuma, apenas para me trazer para o mesmo lugar.

Eu já estava pensando em morrer... mas ao andar mais um pouco eu vi uma luz, azul e
natural com a sombra d´água, comecei a correr como zumbi que levou um tiro na perna,
mas corri. O fim do túnel era circular, e tinha uma visão de uma piscina natural de águas
cristalinas em uma espécie de abismo aquático.

Em sua frente tinha pilares de pedras, e o teto rochoso estava tremendo e barulhos de
batidas eram constantes, alguém estava entrando em Atlântida, foi o que pensei. E então
quando eu fui me aproximar da piscina natural, um homem pulou em cima de mim, me
derrubando no chão, e quando eu olhei sua face...

- DUPONT?! - gritei.

- Merda... Hyman você está parecendo um zumbi! - afirmou ele.

Ele saiu de cima de mim, e eu levantei.

- Como?! - perguntei.

- Bom, as rochas que caíram não me esmagaram e sim ficaram perfeitamente presas
naquele buraco onde eu estava, se eu não tivesse me abaixado elas teriam esmagado minha
cabeça. E então eu entrei na caverna e vi um habitante de Atlântida em uma túnica--

- Túnica?! Ele não tinha olhos?! - perguntei.

- Ele tinha sim, e eles eram as coisas mais escuras que eu já vi na vida. Ele era esbelto, e me
indicou um caminho, esse caminho, o caminho para cá, apenas apontando com o dedo. -
respondeu ele.

É... era o Tiberius mesmo, ele nunca me disse o que realmente estava fazendo lá, ainda me
pergunto sobre isso até hoje.

Você já deve estar imaginando que esse encontro de 2 companheiros de expedição está
mais falso que Matrix, eu também notei isso na hora, mas a realidade bateu às portas mais
cedo do que eu imaginava.

Dupont começou a me olhar de um jeito estranho, torto, e obcecado, movendo a cabeça


lentamente de um lado para o outro.

- Nesse tempo, que eu fiquei sozinho, eu estive pensando e refletindo sobre a nossa
amizada inexistente, e como você fudeu tudo, então, Hyman, decidi que deixar você vivo
não é uma boa ideia. - disse ele.

Eu avisei. Depois que ele falou isso, ele avançou pra cima de mim e me derrubou no chão e
começou à me socar na cara.

- QUAL É A PORRA DO SEU PROBLEMA?! VOCÊ TÁ LOUCO, PORRA?! - gritei.


Peguei uma pedra do chão e bati na cabeça dele, ele caiu para o meu lado, e se levantou, eu
aproveitei e fiz o mesmo.

- Eu vou arrancar toda essa porra queimada da sua cara, desgraçado. - disse ele.

É, até que isso pareceu uma piada de duplo-sentido... provavelmente foi, mas enfim isso ia
doer pra caralho. Ele avançou e eu avancei também. Nós acabamos caindo na beirada do
abismo. Ele se levantou e me empurrou para à coluna de pedra enquanto me socava no
rosto e na barriga.

Dei uma joelhada no saco dele, e o derrubei com um chute em suas pernas e um soco no
ouvido. Ele tentou se levantar, novamente, então eu o segurei pelos braços e o joguei na
beirada, ele rolou no chão até ela, então eu aproveitei e peguei a mesma pedra que já tinha
usado e novamente bati na cara dele, apenas lembro do barulho do maxilar dele
quebrando.

Eu lembro da parte esquerda do seu maxilar caindo lentamente, conhece a pintura "O
Grito" do Munch? Pronto, ficou algo parecido. Peguei-o pelos ombros e o joguei no abismo.

Quebrado, machucado e sangrando, grande combinação, não? É, pois é, eu realmente estava


muito fudido, vou resumir tudo em uma linda frase: eu estava morrendo. Não por causa do
sangramento, e sim pela minha fome, sem contar às inúmeras doenças que eu tinha pegado
em um lugar tão úmido quanto aquele, mas que nunca fizeram efeito, era o que eu estava
esperando. Morrer encostado em uma colina por uma doença ou fome, estava até pensando
em pular para o abismo, mas decidi apenas me sentar e me enconstar na coluna que estava
na subida do abismo do lado do abismo, e foi exatamente isso que eu fiz.

Encostado na coluna, e já conformado sobre à minha morte, decidi refletir um pouco sobre
o objetivo da NSA em Atlântida. Uma simples descoberta como um baú pode mudar
totalmente a história do mundo e revelar segredos obscuros sobre as nossas origens, físicos
ou não, às vezes esses baús não estão bem trancados. Quanto aos objetivos da NSA, eu só
tive e tenho um palpite, mais uma descoberta catastrófica para ser escondida em um
arquivo em uma sala com múltiplos deles, mais uma pista sobre o nosso passado à ser
escondida.

Pfft, e olha que inicialmente eu achei que estava fazendo um favor ao mundo, sei lá. Um ato
de heroísmo, sabe? As vezes penso que se tivessemos terminado essa missão, sem nenhum
membro morrer ou algo do tipo, talvez tinha uma pequena possibilidade de saírmos vivos
de lá e eles não nos executarem depois da descoberta, porquê seríamos inúteis à eles, pelo
menos é assim que o mundo funciona, sim, era muito improvável, mas mesmo assim pensei
nessa possibilidade. Eu a usaria para revelar esse segredo ao mundo, para ser tipo um
James Bamford* da vida.
Mas, você sabe como é a vida, não é? Exatamente, impresível. Lembra dos barulhos no teto
rochoso daquela parte de Atlântida? Então...

Agentes da NSA fizeram um buraco no teto rochoso e entraram com rápeis. Eles estavam
equipados com metralhadoras e roupas semelhantes às do SAS. Logo quando vi eles
descendo e examinando a área, tirei minha pistola do meu bolso, e deixei minhas mãos
jogadas no chão mórbido.

Eram 3 agentes, e todos eles estavam com máscaras de gás.

- Confirmado, o alvo está aqui. - disse o líder deles.

Nesse momento, tirei a minha mão do chão e comecei à apontar minha pistola para ele.

- Sr. LeBarton, baixe essa arma. - dizia ele.

- Por quê? Para você atirar em mim? - perguntei.

- Se eu quisesse atirar em você, eu já teria atirado. - respondeu ele, todo confiante.

- A menos que você seja um covarde. Ou talvez você seja apenas bom de boca e mau de
mira.

- Não brinque com fogo, Sr. LeBarton. - disse ele.

- Ha! Nós estamos à mais de mil metros de profundidade no oceano, e você me fala de
fogo?! - perguntei.

- Senhor, temos que pegá-lo agora, Kuster disse que o quer na superfície o mais rápido
possível. - disse o agente do lado do seu líder.

- Muito bem, Sr. LeBarton, nós teremos que--

Um barulho estrondoso, começou na parede à nossa esquerda, como se algo tivesse se


movendo dentro delas e quebrando todas as suas rochas internas sem a menor dificuldade,
era algo colossal, era o Kraken.

Enquanto os três ficavam olhando para a parede temendo o eminente confronto com algo
tão colossal que até um exército seria esmagado se tentasse combatê-lo, eu aproveitei essa
oportunidade e atirei no torso do líder. Mas, teve um problema: a bala ficou presa em seu
colete, ele se virou rapidamente para mim e quando ele levantou a sua metralhadora
mirando no meu rosto, o Kraken voltou, rochas voaram, barreiras de som foram destruídas,
o Cerberus da vida real tinha voltado para o seu lar, o inferno submarítimo, Atlântida.

Com um de seus vários tentáculos, ele veio em linha reta em minha direção, estripando os
dois agentes e jogando o líder dos mesmos em minha direção, causando minha queda no
profundo e sem fim, abismo.

A partir desse momento, eu estava oficialmente morto.

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* V. James Bamford (1949-) é um jornalista e autor americano, conhecido por ter revelado a
existência da Agência de Segurança Nacional NSA em 1982, em seu livro The Puzzle Palace.

Capítulo IX: Realidades


A realidade é aquilo que, quando você para de acreditar, não desaparece.

- Philip K. Dick

Não pense que eu estou vivo depois da pancada, só porquê vou falar alguns acontecimentos
que se passam depois dela, porquê suas fontes de realidade são tão duvidosas que nem eu
tenho certeza se eu realmente sobrevivi à aquela pancada.

Os eventos que aconteceram comigo, principalmente os que eu vou contar agora são os
mais duvidosos depois dessa pancada, então estou te avisando, seja lá quem você for, até eu
tenho minhas dúvidas sobre os acontecimentos desses eventos.

Coisas distintas aconteceram, histórias diferentes, lugares diferentes, tempos diferentes, e


talvez, segundo Tiberius, realidades diferentes. Foram 5 histórias no total, por isso voi
dividi-las para não acabar fazendo merda.

01| Liza
26 de março de 1989, Mansão Bennett, proximidades de Blacksburg, Virgínia.

Você já deve estar se perguntando como eu voltei 10 anos no passado, boa pergunta. Mas
de qualquer forma, eu tive uma espécie de visão, sonho, algo assim, que eu era um
segurança de um orfanato, não qualquer orfanato, e sim o orfanato de Joe Bennett, o
investidor bilionário da Wall Street, a Mansão Bennett Para Crianças Caridosas. Pelo visto
eu tinha me transformado em um tal de Ethan Clarke, um guarda abusivo do orfanato, e
advinha quem estava naquele orfanato... sim, você já sabe quem.

De repente, após a pancada, eu não estava com dor de cabeça nem nada e sim na frente de
uma mansão renascentista com grandes colunas brancas e um portão negro de ferro com o
brasão da família Clarke. Eu estava na frente do portão e no meio de dois carros dos anos
40, verdadeiros clássicos. Meu uniforme parecia uma mistura do uniforme de um oficial
britânico da Segunda Guerra Mundial com um uniforme nazista.
Decidi abrir o portão, até que ele era pesado, mas passei sem muitas dificuldades, com as
portas abertas entrei e vi que o lugar tinha várias escadas para diferentes direções e partes
da mansão, assim como a porta enfrente à entrada que era de uma sala de palestras, bem,
no mínimo aparentava ser.

Virei à esquerda e falei com a recepcionista sobre um assunto não tão importante, mas
mesmo assim curioso sobre o meu novo corpo dos anos 80. Então eu me encostei em sua
bancada.

- Err, essa pergunta pode parecer estranha mas... Por quê eu tenho esse bigode de
mexicano? - perguntei.

- Não faço a miníma ideia. - respondeu ela, uma mulher de meia-idade de cabelos negros.

- Certo... é que ele é meio estranho, sabe? - comentei.

- Olhe pelo lado bom: pelo menos você não tem a peruca do Trump. - disse ela.

- Bom, meus cabelos não são mágicos como o dele. - respondi.

- Ok, agora essa pergunta vai parecer realmente estranha, muito estranha mas... Qual é o
meu nome? - perguntei.

- Andou bebendo de novo, Sr. Clark? - perguntou ela.

- Clark? Meu nome é Clark? - perguntei.

- Vejo que sua ressaca está forte, mas já que você está disposto à trabalhar... E não, seu
nome não é Clark. Seu nome é Ethan Clark, e caso sua ressaca esteja mais forte ainda, sua
tarefa de hoje é ir à sala 4 subindo as escadas marrons à minha esquerda. - respondeu ela.

Eu realmente não gostava daquele bigode.

Então, subi as escadas à esquerda dela, o orfanato parecia vazio e silencioso até demais,
então eu a vi, a sala 4 tinha um número 4 de ouro em cima de sua porta, e quando eu a
abri... lá estava Liza, mais jovem, mas com o mesmo rosto, sentada em uma cadeira de ferro
em uma mesa de metal, ela estava vestindo uma camisa de força e olhando de modo
agressivo para mim.

Fechei a porta, e sentei na cadeira em sua frente.

- Liza? - perguntei.

- Não venha com essa merda, seu desgraçado! - gritou ela.

- Que porra está acontecendo com esse lugar? Não parece um orfanato qualquer.
- O quê? Ha... você bebeu muito, não foi, Ethan? Ha... olha para você, você está mais patético
do que eu me lembrava. Já faz 2 semanas desde a última vez, não é? - perguntou ela.

- Que última vez? Do que você está falando? - perguntei.

- Estupros? Surras? Que porra aconteceu com você, Ethan?

Nessa hora, vi que o passado de Liza era bem mais problemático do que eu pensava, mas
ainda assim não tinha as respostas que eu queria.

- Eu estuprei você? - perguntei.

- Ha... você tem alzheimer? - Puta que pariu, Ethan! Seu desgraçado! SIM! Você me
estuprou! E algum dia eu vou arrancar a porra do seu pau por causa disso! - gritou ela.

- Por quê diabos eu faria isso?

- PORQUÊ VOCÊ É A PORRA DE UM MANÍACO DOENTIO! - ela levantou da cadeira.

- Não, não... eu nunca lhe estuprei.

Então, eu olhei para o calendário que estava na parede branca. "26/03/1989" o vermelho
marcou bem, então eu surtei.

- QUE PORRA ESTÁ NESSE CALENDÁRIO?! - gritei.

- 26 de março de 1989? Agora você está cego... maravilha. - respondeu ela.

- Quer saber? Foda-se tudo isso.

Também levantei da cadeira e dei um tapa que à derrubou no chão.

- Agora eu vejo a sua verdadeira face novamente. - disse ela.

- VÁ SE FUDER! - gritei.

Eu comecei a pisar na cabeça dela com toda a minha força com o meu pé direito, apenas
queria que aquilo acabasse, mas por algum motivo eu achei que a melhor solução seria
apagar o problema de vez.

O crânio dela quebrou, um barulho semelhante à quebra do maxilar do Dupont, mas bem
mais alto, e por algum motivo eu estava satisfeito com isso, eu estava um sádico do caralho.
Então, eu acordei novamente.

02| A Torre de Júpter


Madrugada de 15 de dezembro de 1999, Torre de Júpter, Manhattan, Nova Iorque.
É, é isso mesmo, eu pulei uma década, e uns quilomêtros também.

Manhattan, o coração de Nova Iorque, o lar da Wall Street, e o lar da Torre de Júpter, a
grandiosa sede do conglomerado Green Industries. Mas, não, eu ainda não estava na torre, e
sim em um beco, pois é, eu acordei encostado em uma parede de um beco, isso poderia ter
sido o destino de várias coisas, mas tentei não pensar nisso, pois na minha frente estava um
homem de cabelos dourados, segurando o meu casaco e me encostando na parede.

- Hyman, isso pode soar estranho, mas, estamos na pele de outros homens, e esses homens
são investigadores do FBI, e é exatamente isso que viemos fazer aqui, investigar um certo
crime cometido pelo nosso querido amigo, Henderson, naquele prédio gigantesco ali. -
disse ele.

- Tiberius? - perguntei.

- Não, Tyler Durden, a primeira regra do clube é: espera eu terminar de falar. Você está na
pele do detetive Charles DeWitt, e eu estou na pele do detetive Sheldon Smith. Agora vamos
para lá. - respondeu ele.

- Espera.

- O quê? - perguntou ele.

- Sheldon? Sério cara? Sheldon? - perguntei.

- Vá se fuder. - disse ele.

E então, quando ele me soltou e eu fui para o meio da rua, vi o tamanho da Torre de Júpter,
ela era gigantesca pra caralho. A rua estava lotada de policiais e agentes do FBI, viaturas e
furgões, fora a multidão observando tudo aquilo. A fita amarela de "Não ultrapasse" estava
por toda parte, então Tiberius passou por baixo dela e eu o segui.

Nós fomos ao plaza do prédio, onde tinha um corpo totalmente destruído no chão. Crânio
quebrado, ossos fora do corpo, uma poça de sangue, praticamente uma sopa, esse foi o
destino de Donald Green Martin.

- O que temos aqui? - perguntou Tiberius.

- Distintivos, por favor. - disse o policial, com um bloco de notas.

Tiberius mostrou o distintivo de Sheldon Smith, e logo em seguida eu mostrei o do Charles


DeWitt.

- FBI, huh? Bom, essa sopa humana que vocês estão vendo é o que sobrou do Donald Green
Martin. - disse ele.
- Qual era o emprego dele? - perguntei.

- O quê? Você nunca ouviu falar da sombra do leste? Pfft, aposto que você é um novato.
Então, garoto, Donald era um agente do FBI, ERA, em 1995 ele se demitiu para cuidar de
sua família, mas antes, ele era o melhor rastreador que o FBI tinha. - disse ele.

- Ah, é? - perguntei.

- É. - afirmou ele.

- Então, me diga, como uma lenda dessas virou uma porra dessas? - perguntei.

- Como você pode imaginar: algum cara louco o jogou do último andar deste prédio. -
respondeu ele.

- Quantos andares esse lugar tem? - perguntou Tiberius.

- 97. - respondeu o policial.

- Porra é quase um World Trade Center. - comentou Tiberius.

- Nah, o World Trade Center trapacea, eles contam os andares de ambas as torres. -
comentei.

Então, um homem calvo de sobretudo cinza, se aproximou da gente.

- Sheldon? - perguntou ele.

- Sim. - respondeu Tiberius.

- Charlie, não é?

- Charles. Ou DeWitt, se preferir. - respondi.

- Eu prefiro chama-lo pelo seu primeiro nome mesmo, Charles. Bom, de qualquer forma
tenho uma coisa para vocês verem.

Ele nos levou até o lado direito do prédio, onde tinha uma corda nos últimos andares, e
estilhaços de vidros no chão, então eu olhei para cima, parecia que o último andar iria cair,
ou algo assim. Sem contar, que tinha alguns pedaços do terraço no chão.

- O que aconteceu aqui? - perguntou Tiberius.

- Acredite ou não: um cara pulou do terraço, e acionou um detonador que explodiu o


terraço durante sua queda, e na sua eminente queda para à morte, apareceu uma corda
milagrosamente nos últimos andares e o salvou. - disse o calvo.
- Nem fudendo. Mesmo que alguma corda segurasse ele nos últimos andares, pela
velocidade de sua queda ela teria o rasgado ao meio. - afirmei.

- É, essa é a parte estranha. - comentou ele.

- Quantos corpos a gente achou até agora? - perguntei.

- 8 corpos, mas não fomos para o último andar ainda. Ah, e eu tenho uma tarefa para vocês:
vão para a delegacia de Lower East Side, e procurem umas pistas. - respondeu ele.

- Podemos dar uma olhada lá dentro primeiro? - perguntou Tiberius.

- Bom, vocês podem ver o primeiro corpo, ele está no elevador à esquerda. - respondeu o
calvo.

Então, nós entramos na Torre de Júpter, o lugar tinha mais de 3 salas de espera e recepções,
o primeiro elevador à esquerda, estava cercado de policiais, e um deles nos parou
levantando sua mão.

Tiberius e eu mostramos nossos distintivos à ele, e ele se afastou e também mandou os


outros policiais se afastarem e nós ficamos de frente ao elevador.

Havia uma bela jovem nele, loira, olhos azuis, batom vermelho e bem vestida, tirando o fato
de que ela estava sentada em uma poça de sangue e era um cadáver. Ela tinha levado 2
tiros, um na barriga e outro na garganta.

- Henderson? - susurrei.

- Sim. - respondeu Tiberius.

- Então, vamos para a delegacia? - perguntou ele.

- Aham, vamos.

03:50, Kenmare St.

O carro de Sheldon Smith era um chevrolet impala 1967, fiquei surpreso com ele, um
grande clássico. Nós ficamos a ida inteira calados, eu estava observando a cidade pela
janela do carro e o Tiberius estava prestando atenção nas ruas, mesmo que elas estavam
vazias para a busca do suspeito do massacre, Henderson. "Mas, espera aí. O calvo tinha dito
que ele ficou pendurado em uma corda, não é? Então, como ele não foi preso" a questão é
que, ele foi, mas nem meia-hora se passou direito e ele já não estava mais na delegacia.

Para matar o silêncio de vez, Tiberius ligou o rádio, e bem na hora estava passando Africa
do Toto. E por mais que isso pareça estranho para um ser de mais de 1 bilhão de anos,
Tiberius começou a cantar ela.

- It´s gonna take a lot to drag me away from you!

- Mas o quê...

- There´s nothing that a hundred men or more could ever do!

- Meu deus.

- I bless the rains down in Africa!

- Gonna take some time to do the things we never had!

- Acho que eu vou pular do carro, beleza?

- O quê? Não posso mais cantar uma música?

- Você tem 1 bilhão de anos, logicamente. Eu nunca esperaria que alguém de 1 bilhão de
anos cantasse Africa.

- Nostalgia.

- Você é tão velho que pode falar que Mozart é nostalgia.

- É nostalgia para você?

- Eu nasci em 72, o que você acha?

- Espera, espera, agora é a melhor parte.

- I bless the rains down in Africa!

- I bless the rains down in Africa!

- I bless the rains down in Africa!

- Meu Deus...

- I bless the rains down in Africa!

- I bless the rains down in Africa!

- Gonna take some time to do the things we never had!

- Aaaaah, melhor música dos anos 80. - disse ele.

- Ei, depois de ver você dançando em um carro em movimento no meio de um volante, notei
uma coisa.

- O quê? - perguntou ele.

- Você se parece comigo. Tipo, uma versão minha loira e com cabelos mais longos, e uma
barba. - respondi.

- Nah. Eu pareço mais um Kurt Cobain sem depressão

- HA-HA!

Humor negro é a melhor coisa do mundo, não é mesmo? Bem, quando terminamos a nossa
conversa já vimos que já estávamos na rua da delegacia, Tiberius parou o carro e saímos, e
fomos para a delegacia.

Falando em coisas dos anos 80, a delegacia era pura anos 80, nem sequer tinha
computadores lá, apenas vários faxes e máquinas de datilografia, as mesas dos detetives
eram todas coladas, formando praticamente uma cruz de mesas, o engraçado era que as
celas eram do lado das mesas, realmente, um lugar bem pequeno.

Só tinha 2 policiais e 2 detetives na delegacia, um policial estava encostado na entrada, o


outro estava estacionando sua viatura para entrar, e os detetives estavam conversando, um
irlandês de meia-idade e um careca de óculos. Nós nos aproximamos deles, e decidimos
observar sua conversa, para depois falar com eles.

- O filme do Michael Jackson faz sentido, não é? - perguntou o irlandês.

- Por quê diabos você está me perguntando isso? - perguntou o careca.

- Só pra passar o tempo mesmo. - respondeu o irlandês.

- De qual filme você tá falando? Aquele dos anos 80? O Moonwalker? - perguntou o careca.

- Aham.

- Nem fudendo que aquilo faz sentido. - respondeu o careca.

- Mas tem as melhores músicas dele e--

- Até a minha bunda faz mais sentido do que aquilo. - disse o careca.

Tiberius se aproximou dos meus ouvidos.

- O engraçado é que a bunda dele é deformada por causa de um tiro que ele levou. - disse
ele.

- Você vê a bunda das outras pessoas agora? - perguntei.


- Err...

- Puta merda! Você é um maníaco! Nunca soube que minha personalidade tinha um lado
tarado da porra como esse! - comentei.

- Você se surpreenderia com a quantidade de coisas obscuras em sua mente. - disse ele.

- Ah não, não quero nem saber o que diabos tem lá.

Então, o irlandês e o careca se aproximaram da gente.

- Sheldon Smith e Charles DeWitt, estou correto? - perguntou ele.

- Sim. - respondeu Tiberius.

- Ah... bem, agora o caso é de vocês. - disse o irlandês.

- O Massacre de Júpter? - perguntou Tiberius.

- Sim, claro. - respondeu o irlandês.

- Divirtam-se. - disse ele.

Depois disso, ele entregou uma pasta à Tiberius enquanto eu e o careca ficamos se
observando.

- Alguma pista? - perguntei, e virei a cabeça para o irlandês.

- Sim, as imagens das câmeras estão aí, o nome das armas que o atirador usou, o número
das vítimas e seus nomes, incluindo um relatório detalhado sobre o que aconteceu no
último andar. - disse o irlandês.

Ele mentiu descaradamente na nossa cara, nem o FBI tinha examinado completamente o
último andar ainda, e tinha mais vítimas para serem descobertas. Então, deduzi que foi ele
que deixou Henderson sair da delegacia, e ele trabalhava para a NSA.

- Sheldon, me dê essa pasta.

Peguei a pasta e tirei um estilete do meu casaco e abri ela.

- Senhor, não era necessário fazer um corte na pasta. - disse o irlandês.

- Espere.

Tirei uma foto das câmeras que mostrava o henderson, da pasta, e entreguei a pasta para
Tiberius, dei uma olhada na foto, e depois mostrei à ele, e então voltei à olhar para o
irlandês.
- Sabe qual é a parte engraçada, irlandês? - perguntei.

- Meu nome é Buck. - disse ele.

- Foda-se, quem se importa com a porra do seu nome? Porquê eu não me importo, eu estou
cagando para o seu nome e para você. Você cometeu um erro, sabe qual? Você disse que
tem um relatório nessa pasta que o Sheldon está segurando, um relatório detalhado sobre
tudo o que aconteceu no último andar, e também disse que tinha o nome de TODAS as
vítimas do massacre, sendo que nem o FBI identificou todas elas. - respondi. - Então, como
vai as coisas em Vermont? - perguntei.

Ele suspirou.

- Basicamente você chegou no fim do arco-íris. - disse Tiberius.

Então, rapidamente eu o degolei com o meu estilete, o seu sangue molhou a pasta e
ensopou Tiberius, quando o careca foi tirar sua arma de seu coldre em sua cintura, Tiberius
soltou a pasta e pulou em cima dele, e começou a socar ele, e logo após, estrangulá-lo,
enquanto eu observava o irlandês agonizando até a morte naquele chão sujo.

- Vamos sair daqui. - disse Tiberius.

Então, nós saímos. As ruas estavam vazias, e os 2 policiais que estavam na delegacia,
simplesmente tinham sumido, então nós entramos no carro do Sheldon, e Tiberius disse
qual seria o nosso próximo destino.

- Onde nós vamos agora? - perguntei.

- Forest Hills no Queens. - respondeu Tiberius.

- Queens? Por quê vamos lá? - perguntei.

- O Henderson tem uma casa lá. - respondeu ele.

- Você só me diz isso agora? O que mais você sabe que eu não sei? - perguntei.

- Algumas informações, mas não quero compartilha-las agora. - respondeu ele.

- Por quê não? - perguntei.

- Porquê você mesmo disse que não queria saber o que tinha no lado obscuro de sua mente.
- respondeu ele.

Então, fomos para Forest Hills.

5:04, Forest Hills, Queens, Nova Iorque.


A casa de Henderson era moderna, ok, moderna não era a melhor palavra para descrevê-la,
mas rústica era a pior. Sua casa tinha um andar, a parte de baixo apenas possuia uma
garagem e escadas para o 1° andar, tinha uma janela bem grande no 1° andar que dava
visão para toda a rua. A casa era preta e possuía janelas brancas, a porta da garagem e as
outras portas também eram brancas, e o telhado também era.

Não, nós não chegamos às 5 horas da manhã, nós ficamos observando a casa, e a rua, caso o
Henderson aparecesse, mas ele não apareceu, então decidimos sair do carro e entrar na
casa para investiga-la.

A rua, assim como as outras, estava completamente vazia, sem sinal de vida, nem os
barulhos de pessoas em outras casas você ouvia naquele. Tiberius se aproximou da porta e
deu um chute nela, ela foi arrombada na hora, tinha uma escada em sua frente e uma porta
à sua direita, nós passamos pela porta e entramos na garagem.

- Marcas de pneu. - comentou Tiberius. - Ele saiu com pressa.

- Não acho isso. Provavelmente é armação, estamos falando da NSA aqui. - comentei.

Então, nós começamos a andar ao redor da garagem e não viamos nada, apenas uma
estante de ferramentas vermelha. Eu estava pensando sobre uma dúvida, se as marcas de
pneu foram feitas antes ou depois do massacre, e elas podiam ser tão verdadeiras quanto
falsas, afinal estamos falando da NSA aqui, como eu comentei na garagem.

Olhamos um para o outro com rostos de decepcionados e saímos da garagem, e então


subimos as escadas, até que ela não era muito grande, ao abrir a porta branca do fim da
escada, fomos aprensentados à um mundo de arquivos, arquivos, arquivos, pastas, pastas,
documentos e documentos, muitas coisas mesmo, tudo isso em várias gavetas jogadas no
chão.

- Caralho... O que você acha que ele tava procurando? - perguntei.

- Eu não tenho ideia. Talvez ele tenha deduzido que uma houra ou outra, alguém iria
aparecer aqui, talvez alguém específico, ou não, não sei. - respondeu Tiberius.

- Eu vou dar uma olhada nessa pilha de pastas. - avisei.

Pastas, pastas e mais pastas, e documentos, e mais documentos ainda. Assinaturas,


pseudônimos, compras, nenhum relatório ou algo parecido. O engraçado é que nenhum
docoumento o mencionava, apenas seus pseudônimos, até eu encontrar um certo
documento que... bem... mudou minha perspectiva sobre Tiberius e sobre os lugares mais
sombrios da minha mente, os lugares que guardavam o meu passado.

Qual foi o documento que eu achei? Uma carteira de motorista, e sim, o nome do Henderson
estava nela, mas, qual era o problema? Bem... "Thomas LeBarton Henderson", ok, ele
poderia ter o meu sobrenome, mas não ser meu parente, certo? Certo, tirando o fato que
"Henderson" significa "Filho de Henry", e o nome do meu pai era Henry... É, você já deve ter
notado o quão fudida a realidade era, e já pode imaginar muito bem a minha reação.

Eu me virei para trás, onde o Tiberius estava procurando arquivos úteis e me aproximei
dele.

- Você sabia disso? - perguntei.

- O quê? - perguntou ele.

Botei a carteira de motorista do Henderson bem na cara dele.

- Você mesmo disse que não queria saber o que estava nos lugares mais sombrios da sua
mente. - respondeu ele.

- Você sabia? - perguntei novamente.

- Err... sim. - respondeu ele.

Eu surtei, após a resposta dele, solteia a carteira de motorista do Henderson, e avancei


brutalmente na direção de Tiberius, o segurei e quebrei a janela segurando ele, o vidro da
janela quebrou em milhões de estilhaços enquanto caímos para à eminente dor do solo.

- Aaaaaaaaah.... porra! - disse Tiberius - Você está louco?

- Aaaaaaaaaah, eu sei que está doendo pra caralho, pulamos de um primeiro andar, mas
convenhamos, você mereceu. Na verdade, você merece muito mais do que isso. - respondi.

Nós nos levantamos quebrados, e nos encostamos na parede da frente da casa do


Henderson.

- Quantos informações e anos você escondeu de mim? - perguntei.

- Anos, nem tanto. Informações, já são outra história. - respondeu ele.

- Sua cabeça está sangrando. - comentei.

- A sua também. - disse ele.

- Nós precisamos ir à um hospital. - alertei.

- Espera, olha! - disse ele.

Quando eu me virei para trás, lá estava ele, Henderson tinha acabado de sair de seu carro,
um sedan prata, ele estava se aproximando da gente, mas, sem nenhuma arma nem nada.
Ele estava com um olhar de curioso, mas tranquilo ao mesmo tempo, como se tudo isso
tivesse ocorrido como planejado.

Me levantei e tirei uma pistola do meu saco, e quando ele foi entrar em sua casa, atirei na
cabeça dele, ele passou direto por mim, como se eu fosse um fantasma... e advinha... eu olhei
para o meu lado esquerdo e lá estava o meu corpo e o corpo do Tiberius em uma poça de
sangue no chão frio da rua.

- Essa é a vida pós-morte? - perguntei.

- Não. Charles DeWitt morreu, mas, Hyman LeBarton, não. - respondeu Tiberius.

Desmaiei por algum motivo depois que ele falou isso.

03| Monsieur
11:49, 10 de maio de 1940, Torre Eiffel, Paris, França.

59 anos no passado, 10 de maio de 1940, uma data bem lembrada pelos franceses, não é?
Na minha opnião, foi nessa data que a Segunda Guerra Mundial realmente começou, o dia
em que os nazistas invadiram a França, pelo menos é isso que aconteceu na vida real, nesse
sonho, bem, digamos que isso aconteceu também, mas, aconteceu de um modo mais rápido
e eficaz.

Eu estava dormindo em um daqueles carros antigos, um carro sem teto de cor verde-limão,
e eu tinha um motorista, ele tinha acabado de parar o carro enfrente à Torre Eiffel. Minha
cabeça estava encostada no meu ombro quando acordei, me vi vestido com um terno de
alfaiataria de alta qualidade, e eu também estava usando luvas de couro pretas, o motorista
virou sua cabeça lentamente para trás.

- Monsieur LeBarton, nós chegamos. - disse ele.

- Ah, ótimo. - respondi.

Sai do carro pelo lado direito, e fiquei observando a rua enquanto fechava a porta do carro,
ela estava completamente vazia, sem nenhum sinal de vida, talvez até mais vazia do que a
rua de Forest Hills.

Dobrei à direita e subi uma escada, que dobrava à esquerda, lá tinha um elevador e um
guarda.

- Monsieur LeBarton? - perguntou ele.

- Err, sim. - respondi.


- Monsieur Smith o espera. Ele está no último andar. - disse ele.

Pelo que eu me lembro, na Torre Eiffel, na vida real, ela tem uns 3 andares, sendo que
estamos falando de um sonho, assim que entrei no elevador, vi que o mesmo só possuia um
botão, e ele era feito de bronze e era bem maior do que os botões normais de elevadores, e
então eu o pressionei com minha mão, e depois de alguns minutos, cheguei no topo da
torre, e, enquanto eu estava no elevador fiquei observando a cidade, que porventura
também estava totalmente vazia.

Quando as portas do elevador se abriram, me virei para trás e lá estava ele, Tiberius estava
sentado em uma mesa marrom que tinha 2 pratos, uma quiche lorraine de presunto para
mim, uma comida típica francesa, e Tiberius estava comendo um profiterole, uma
sobremesa típica francesa.

Ele parou de comer e olhou para mim.

- Bem- vindo à França! - disse ele.

- Eu já tinha deduzido que você era o Morfeu, mas agora está confirmado. Nós viajamos em
sonhos! E agora estamos na porra da França! - gritei.

- Dimensões, não sonhos. - disse ele.

- São sonhos! - gritei.

- Chame do que quiser, mas a viagem interdimensional é algo bem divertido de se fazer
enquanto se está inconsciente. - disse ele.

- Você é louco. - afirmei.

- Olha quem fala. - disse ele.

- É melhor você comer alguma coisa, talvez essa viagem fique um pouco mais interessante
mais tarde. - continuou ele.

Então, eu sentei na cadeira em sua frente, e com suas mãos ele empurrou o prato com a
quiche lorraine para mim, os talheres já estavam prontos, então decidi comê-la. A tensão na
mesa estava interessante, eu queria matá-lo, mas ele era eu, e eu era ele, desvantagens de
ser um louco.

Descobri que quiche lorraine era um prato bem gostoso, mas o profiterole do Tiberius
parecia melhor. Eu continuava pensando na data que eu estava. 10 de maio, grande dia, o
começo real da Segunda Guerra Mundial.

- O que estamos fazendo na França no começo da Segunda Guerra Mundial? - perguntei.


- Pelo que eu saiba a Segunda Guerra Mundial começou em 1 de setembro de 1939. - disse
ele.

- Estou falando do começo real, da invasão dos nazistas na França. - acrescentei.

- Ah, sim, sim, de certa forma vai acontecer. E você vai observá-la daqui. - disse ele.

- Como assim? - perguntei.

- Digamos que a invasão será diferente. - respondeu ele.

- Por quê? - perguntei.

- Porquê eu quero lhe provar que realidades alternativas existem. - respondeu ele.

- Resumindo: você quer provar pra si mesmo. - comentei.

- Algo assim. - disse ele.

Ele tirou um relógio de bolso de seu terno marrom, olhou rapidamente para ele, e depois o
guardou e começou à olhar para mim.

- É hora do show, se levante. - disse ele.

Continuei sentado, até que lá no fundo, atrás de Tiberius, vi algo caindo e então uma grande
explosão começou, uma explosão de forma de cogumelo, os vidros da Torre Eiffel
quebraram, eu me levantei e fiquei observando aquela tempestade de areia causada pela
explosão vindo na minha direção, mas por algum motivo sua velocidade era lenta, mas sua
destruição era devastadora.

- A PORRA DE UMA BOMBA ATÔMICA NAZISTA?! - gritei.

- Isso prova o suficiente? - perguntou ele.

- VOCÊ ESTÁ LOUCO! - gritei.

- Blá blá blá, não temos tempo para enrolação, me siga, vamos pegar às escadas e ir para o
telhado. - disse ele.

Ele se levantou da cadeira e se limpou com um lenço.

- Para quê? - perguntei.

- Quero te mostrar uma coisa. - disse ele.

Então, nós subimos a escada metálica que estava do meu lado esquerdo, seu formato me
lembrava uma concha de caracol, seus degrais estavam enfurrajando, e em pouco tempo
chegamos, realmente, no topo da torre, no seu terraço.

Vi naquele momento que a explosão se aproximava com violência, desordem e caos,


destruindo tudo o que via pela frente, pelo menos não estava matando pessoas, eu acho. O
tamanho do cogumelo estava maior que o de Nagasaki, meus ouvidos estavam sangrando
por causa do grande barulho da explosão, e então Tiberius se aproximou da varanda, e
subiu em cima da mesma, se equilibrando.

- Você vai pular?! - perguntei.

- Sim, meu ponto já está feito, aliás, já que você considera tudo isso vários sonhos, digamos
que você irá acordar em outro, já já. - disse ele.

- Essa, Hyman, não é a minha queda, é a sua queda. - terminou ele.

Ele simplesmente se soltou como se estivesse boiando em uma piscina e caiu para trás, e a
explosão começou a chegar mais perto. A cada segundo ela estava mais perto, eu estava
certo de que aquele era o meu fim. Então, também subi na varanda de costas, e caí para
trás.

04| A Garota
17 de Julho de 2011, Montauk, Condado de Suffolk, Nova York.

Os guardas estavam me segurando pelos braços, eu estava atordoado, tinha acabado de


acordar, lembro que estava em um corredor tão branco quanto os corredores do
Laboratório Rorschach, o mesmo lance psicológico, a mesma merda. Depois de andar e ser
levado por um tempo, eles pararam, viraram à minha direita, onde tinha uma sala, onde os
gritos dos outros cobaias não eram tão altos assim, e eles abriram a porta e me jogaram lá.

Eu estava com uma camisa com mangas longas brancas, calça branca, e botas de borracha
brancas, não tinha ideia do que estava acontecendo, a sala também era toda branca, o lance
de tudo ser branco acaba incomodando algumas pessoas à ponto de suas mentes ficarem
insanas, era algo totalmente obsessivo, nesse dia, eu conheci o homem por trás de tudo
isso, um cirurgião sociopata e egocêntrico, Dr. Kuster, e é claro, ele trabalhava para a NSA,
não necessariamente para ela, mas sim, para o seu vice-diretor.

Você deve estar pensando em que local eu estou, e pelo nome lá em cima acho que já dou
dicas de mais sobre Montauk, Projeto Montauk e conspirações, Preston B. Nichols, estava
certo, mas ele não sabia de tudo, loucos também eram usados nesses testes, mas, a parte
que ele estava mais certo, definitivamente, era a parte de viagem do tempo, como eu sei
disso? Porquê eu viajei no tempo, lá em Atlântida, mas, uma máquina do tempo criada pelo
homo sapiens era algo mais absurdo. Mas, era a verdade.
Não viajei no tempo no meu sonho, mas sim, na vida real. Digamos que foi em Vermont, e
eu estava de volta em Montauk, mas eu vou falar sobre isso mais tarde.

Eu deitei no chão, que também era branco, puta merda, todo o lugar era, fiquei olhando
para o teto por umas 4 horas, sem resposta, enquanto a câmera do local me observava, eu
olhei para o calendário só uma vez, e lá estava marcado em vermelho, "17 de julho de
2011", isso já foi o suficiente para eu saber que eu não tinha acordado ainda.

Até que os guardas abriram a porta, e eu me levantei parcialmente para olhar o que era, e
então, eles jogaram uma menina dentro da sala, ela tinha um cabelo raspado, estava
sangrando pelo nariz e tinha sido espancada, pois seu olho estava roxo e suas pernas
também, e ela estava usando um avental de hospital. Quando ela me viu, ela se aproximou
de mim e começou a olhar para mim, para ter certeza de uma coisa.

- Papai? - perguntou ela.

- O quê? Papai? - perguntei.

- Oh, a amnésia deve estar forte novamente, eu suponho. - disse ela.

- Amnésia? O que aconteceu comigo? E o que aconteceu com você? Qual é o seu nome? -
perguntei.

- Katy Caldwell LeBarton, papai.

- Caldwell? - perguntei. - Qual é o nome da sua mãe?

- Liza Caldwell, desculpa papai, mas ela já está morta, há um bom tempo. - disse ela. - Mas
eu estou muito feliz em vê-lo, novamente.

Liza estava morta até nos meus sonhos.

- E o que eles fizeram à você?

- "Lembre-se do Laboratório Rorschach."

- O quê?

- Foi o que eles me disseram para lhe dizer, caso perguntasse isso, para mim não faz o
menor sentido, e para você?

- Eu não tenho certeza.

- Aqui tem crianças soviéticas?

- Não que eu saiba.


- Que tipos de cobaias tem aqui?

- Crianças e pessoas loucas.

- Huh, já imagino qual deles eu sou.

- Eu não quero que o senhor enlouqueça de novo.

- O quê? O que aconteceu da última vez que eu enlouqueci?

- O senhor bateu na mamãe.

- Oh... por acaso você tem alguma lembrança?

- Do quê, papai?

- De você, eu, e sua mãe juntos.

- Ah, eu tenho essa foto de 2001.

Ela se levantou e tirou o calendário da parede, atrás dele tinha uma foto de família, ela a
pegou e botou o calendário de volta no lugar, e veio até mim com ela e me entregou-a.

Na foto, estava eu, Liza, e um bebê, Katy, estavamos na Times Square, em Nova Iorque, uma
viagem, pelo visto, estavamos com roupas de frio, então presumi que foi uma foto do
começo dos anos 2000 ou do final de 1999. Sim, eu tinha esquecido do que ela tinha
acabado de me dizer.

- Essa foto... é de uma viagem?

- Sim, quando fomos para Nova Iorque, quando eu tinha 1 ano.

- E quando foi isso?

- No começo de 2001.

- Você tem 12 anos?

- Sim, eu nasci em 7 de março de 2000.

- Ah, então, presumo que essa foto que você me mostrou, foi do dia do seu aniversário,
estou certo?

- Sim. Não me lembro como foi ele, mas provavelmente foi o melhor.

- Por quê foi o melhor?

- Porquê eu estava em um lugar diferente, apenas com os familiares que eu amava. Sem
amigas, nem tias do outro lado do país.

- Ha-ha, pois é, tias do outro lado do país são chatas.

- E como!

É, eu acreditei que ela era a minha filha, e eu estava certo. Como confirmei isso? Explico
depois, mas realmente, se fosse mentira, meu único motivo de viver teria desaparecido
para sempre.

Nós conversamos por horas, ela me contou sobre tudo o que tinha acontecido nos últimos
12 anos, ela me disse que viajamos ao mundo inteiro, e que eu tinha virado o presidente da
Universidade de Vermont, ela também me contou que quando Liza morreu, um dedo
apareceu na nossa casa, um dedo igualzinho ao meu, e que após esse acontecimento a NSA
bateu na porta da nossa casa e nos levou para Montauk.

Suponho que nessa realidade, o Labolatório Rorschach nunca existiu, e o projeto Montauk
continuou à ativa todos esses anos.

Após horas de conversa, um guarda apareceu e abriu a porta da nossa sala e nos levou para
uma espécie de sala de alimentação dos cobaias. E então, fomos para a grandiosa fila dos
cobaias, todos eles estavam que nem a minha filha, machucados, com cabelos raspados e
aventais de hospitais, os cozinheiros apenas entregavam carnes cruas para eles e para nós,
suponho que não eram cozinheiros afinal de contas. Eu e Katy sentamos em uma mesa
onde não tinha ninguém.

- Você come aqui todo dia? - perguntei.

- Err, não nos dão comida todo dia. - respondeu ela.

- Ah. Entendo.

O grande bife que Katy estava comendo era muito maior que suas pequenas mãos.
Enquanto ela comia seu bife, eu fiquei observando as pessoas ao nosso redor, homens,
mulheres, crianças e velhos. O governo não tinha piedade de ninguém, essa é a forma de
fazer um governo duradouro aos meus olhos, não que eu goste dessa afirmação, mas olhe
ao seu redor, olhe os Estados Unidos, olhe o meu país, olhe a quantidade de conspirações
necessárias para fazer um país de braço forte e de boca afiada. Olhe a grande mentira.

- O que você acha das pessoas daqui? - perguntei.

- Eu não sei. Eles apenas parecem pessoas comuns, pessoas com as vidas totalmente
normais, mas que acabaram descobrindo que não eram tão normais assim, e acho que o
governo acabou sabendo disso. - respondeu ela.
- Garota esperta. Você está mais do que certa, Katy.

- Obrigado, eu acho.

- E agora o que você acha daqueles meninos ali? - perguntei.

- O quê, papai?!

- Ha-ha, estou apenas brincando.

E estavamos de volta para a nossa sala branca.

- Aaaah... eu acho que não consigo imaginar meninos à minha distância. Todos com
características diferentes em uma sala branca. - disse ela.

- São todos pessoas com cabelos raspados em uma sala branca, Katy. - comentei.

- Ha-ha, pois é, ha. - disse ela.

- Eu acho que já é tarde. - comentei. - Devemos dormir.

É, pois é, nós brincamos de imaginação enquanto comíamos bifes crus. Você acha isso
estúpido? Então, suponho que você aguenta ver sua filha machucada comendo comida ruim
em uma sala branca. Acho que você não tem ideia do quão depressivo isso é.

Eu acordei no dia seguinte sozinho, sem sinal da Katy, até parecia que ela tinha sido apenas
uma invenção da minha mente. Os pratos tinham sumido, e o calendário também, e o meu
cabelo estava raspado. É, eu sei, realmente parecia que eu estava louco, tão louco que eu
poderia ficar que nem o Michael Myers, apenas observando um prédio do governo por 15
anos, sem comer nem falar.

Eu estava no chão, olhando para o local da sala onde supostamente Katy, deveria estar, e
então, dois guardas rapidamente abriram a porta e me levantaram, e começaram a me tirar
para fora da sala e me levar para um corredor, eu reagi violentamente, bom, do único jeito
que eu consegui, fiquei me sacudindo, me balançando, e gritando algo como "PORRA!" "ME
SOLTEM!", é, a mesma coisa que qualquer pessoa gritaria, então eles me jogaram em outra
sala.

Era uma sala diferente, tinha uma maca cirúrgica de metal e correntes ao seu redor, mesas
de metal com equipamentos cirúrgicos, e novamente, paredes brancas. Um homem estava
lá, um cirurgião, que tinha um cabelo parecido com o do Carl Sagan, estilo anos 70 mesmo,
ele era velho, não tão velho, mas era velho. E ele estava lá, olhando para mim, como se
estivesse me avaliando mentalmente ou algo assim.

Ele se aproximou de mim, olhou para baixo e para cima, e disse:


- Presumo que o senhor seja o senhor LeBarton, estou correto? - perguntou ele.

- Onde está a minha filha? - perguntei, tentando ser calmo.

- Ah, Katy? Não pense que você esteja enlouquecendo tanto assim, ela é real. Mas, ela está
fazendo um testes agora, assim como o teste que irei fazer em você agora. Então, por favor,
deite na maca. - disse ele.

- Onde está a minha filha? - continuei.

- Senhor LeBarton, por favor, apenas deite na--

Dei um soco nele com a minha mão direita e ele acabou caindo no seu armário de remédios.

- ONDE ESTÁ A MINHA FILHA?! - gritei.

Ele levantou a cabeça e olhou para mim.

- À cada soco, que o senhor me dá, é uma pancada na sua filha. Continue batendo em mim
que quando você voltar para a sua sala, você verá um corpo irreconhecível, um corpo
devastado, sem testa, sangrando em uma poça no seu chão, com os pés quebrados e braços
atrofiados, e esse corpo será o de sua filha. - disse ele.

Me acalmei fisicamente, mas minha mente estava pertubada, só de pensar naquela imagem
que ele disse, na imagem do corpo da minha filha daquele jeito. Eu apenas tinha passado
horas com ela, mas, ela era a minha filha, e eu tinha que salvá-la.

Então, ele me deitou na maca, e pegou as correntes do chão, e me amarrou na maca com
elas e às trancou com um cadeado. Fiquei respirando e olhando para o teto, apenas isso, até
que ele me disse para olhar para ele.

- Ei, senhor LeBarton, olhe para mim, eu tenho que lhe explicar uma coisa. - disse ele,
calmamente.

Eu levantei minha cabeça levemente e olhei para ele.

- O quê? - perguntei.

- Eu vou fazer uma lobotomia em você. Você sabe o que é uma lobotomia? - perguntou ele.

- Eu acho que é algum tipo de cirurgia. - respondi.

- Exato, eu irei enfiar um picador de gelo por cima do seu olho, e irei bater com um martelo
nele, até o picador chegar no seu lobo frontal. Você me entendeu? - perguntou ele.

Nesse momento, controlei os meus suspiros, porquê se não eu iria surtar.


- Entendi. - respondi.

Então, ele levantou a parte da maca que estava atrás da minha cabeça e à apoiou nela, e
botou o picador de gelo por cima do meu olho direito e começou as marteladas.

- Você quer conversar sobre alguma cois? - perguntou ele.

1° martelada.

- Urr, sim. - respondi.

- O seu nome é apenas: Hyman LeBarton, ou tem algum sobrenome à mais nele? -
perguntou ele.

2° martelada.

- URRRR, err. Aaaah. Não, não. Meu nome é apenas Hyman LeBarton mesmo. - respondi.

3° martelada.

- Jura? Eu achei que tinha um "Tiberius, o Décimo" no meio, mas tudo bem. - disse ele.

Filho da puta... ele estava em todo lugar, ele estava em todos eles. O que ele queria me
mostrar? Bom, por mais bizarro que isso pareça, responderei à essa pergunta depois. Ha,
isso tá parecendo um seriado policial dos anos 80. E no próximo episódio da aventura de
um louco quase egocêntrico.

Eu comecei à olhar friamente para ele, as dores das marteladas tinham sumido, e a visão
embaçada também, tinha sobrado apenas um olhar sem emoção e sem reação, para um
homem tão frio quanto o próprio olhar.

Quando ele estava se preparando para à 4° martelada, os mesmos guardas que tinham me
levado até aquela sala, abriram a porta e entraram segurando a minha filha, e ela estava
agindo quase exatamente como eu estava, quando fui levado pelos mesmos guardas, ela
estava se sacudindo e se balançando, mas não estava xingando eles.

Os guardas à soltaram no chão, e ela ficou olhando para mim, e eu para ela, o cirurgião
também estava olhando para ela, e nesse curto período de tempo, os guardas novamente
vieram pela porta, sendo que dessa vez com uma mesa de metal e depois de uns segundos,
duas cadeiras.

O cirurgião tirou o picador de gelo do meu olho, e destrancou o cadeado, e apontou com seu
dedo para uma cadeira da mesa. Eu sentei na cadeira da direita e minha filha sentou na
cadeira da esquerda.
Ficamos olhando um para o outro, tensos, mas de certa forma, tranquilos, pois sabíamos
que ambos estávamos vivos, ela realmente ficou muito feliz ao saber que eu estava vivo,
talvez tão feliz quanto eu fiquei ao saber que ainda não tinham feito nada contra ela em
relação aos meus socos no cirurgião. Ela estava muito feliz, mas não demonstrou, porquê a
tensão reinava no ar.

Então, o cirurgião se aproximou dos ouvidos de Katy.

- Você sabe o que é uma lobotomia, Katy? - perguntou ele.

- Err, sim. É uma cirurgia que você tira o lobo frontal de uma pessoa louca. - respondeu ela,
cuidadosa e tensa.

- E o que você acha que você veio fazer aqui? - perguntou ele.

- Não... isso não. NÃO! - gritei.

Ela levantou sua pequena mão direita, e suas púpilas dilataram e sua íris começou a
sangrar. As púpilas se dilatavam e voltavam ao normal em um ciclo viciante.

E então, meu maxilar quebrou.

- AAAAAAAAAAAAAAAH! - gritei.

- O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO?! - gritou o cirurgião.

Os guardas à seguraram, mas ela continuou com sua mão direita levantada.

- Me desculpe, papai. - disse ela.

Todo o meu crânio começou à quebrar, parecia um carro sendo reduzido à um bloco de
sucata em um lixão. E eu continuei gritando, mesmo sabendo que ela estava fazendo o
"certo" na vista dela, mas realmente, era o melhor que ela poderia fazer naquela situação,
matar os guardas e o cirurigão demoraria demais, ela tinha que me acordar.

- AAAAAAAAAAAAAAAAH! - continuei.

E então eu desmaiei, ou não, talvez eu tenha morrido nesse sonho, que nem o Charles
DeWitt.

05| Sr. Caldwell


18 de Agosto de 2000, Burlington, Vermont.

Até parece que me matar virou uma tarefa difícil para o universo. De qualquer forma, eu
estava de volta em outro sonho, dessa vez no começo do século 20, e estava de volta na
minha cidade. Não estava no meu quarto na universidade, e sim em minha nova casa. Uma
nova casa, com novos moradores.

E eu estava deitado em um sofá, com você-já-sabe-quem, seus cabelos dourados estavam


em minhas mãos, ela estava vestindo uma camisa do Queen e um short curto de academia
da Adidas, agora eu era o Sr. Caldwell. Ela estava em um sono profundo, vi que minha única
opção era se levantar ou apenas ficar lá, dormindo em um sofá com uma mulher que por
algum motivo eu amava naquele momento, então me levantei.

Comecei a contemplar os meus arredores. As paredes da casa possuiam retratos de mim, de


Liza e da viagem que Katy tanto falou em Montauk. Entrei na cozinha do lado da sala em
que eu estava, ela era uma cozinha bem básica, mas eu sentia que ela iria melhorar com o
tempo, e para variar ela possuia paredes feitas de cerâmica branca, e lá no balcão negro da
cozinha tinha uma cópia de O Médico e O Monstro de Robert Louis Stevenson.

E então, me aproximei do balcão e fiquei observando aquele exemplar da velha história de


um homem com múltiplas personalidades. Era quase o meu caso com Tiberius, sendo que
eu não era um Dr. Jekyll da vida e nem um narrador com insônia como vi em Clube da Luta,
porquê ao contrário de Tyler Durden e Mr. Hyde, Tiberius era real. E esse, esse era o
problema real de toda a história.

Após observar bem o exemplar, comecei à ouvir um choro de um bebê. E fui me


aproximando do curto corredor à minha direita ao entrar nele vi uma parede de madeira,
um quarto à direita e um quarto à esquerda, o choro estava vindo do quarto à esquerda,
então eu entrei nele.

Seu choro não era irritante, era melódico, parecia até um sinal divino. Ou um sinal mental
de que nem tudo está perdido, afinal de contas. Em seu berço branco e coberta de lençóis
rosas, estava Katy. Ela estava de volta para mim.

Me aproximei dela, e seu choro parou, alisei sua touca e sua testa, enquanto ela voltava a
dormir. E então, ela fechou os seus pequenos olhos e deu um leve sorriso, papai estava de
volta.

Notei que isso estava virando uma utopia, e utopias são falsas, sempre tem uma falha, e eu
sentia a falha, Tiberius era a falha, e eu sentia sua presença devastadora.

Então, decidi sair de casa. E então, fiquei parado na frente da minha casa, apenas mexendo
a cabeça e observando a vizinhança. Minha casa ficava no fim de uma rua, ela era
literalmente o fim da rua. E essa rua estava vazia, muito vazia, mais vazia do que Paris e
Forest Hills.

As luzes alaranjadas dos postes paraivam sobre o chão mórbido do fim da rua, e ao seu
redor apenas a escuridão reinava. E da escuridão, um homem velho bem vestido surgiu,
esse mesmo homem entrou na área iluminada alaranjada. Esse homem era ninguém menos
que Tiberius.

Ele estava andando com uma bengala preta, e se aproximava lentamente cada vez mais, de
mim.

- Um homem torto anda em um milharal torto, o que ele encontra? - perguntou ele.

Elliot, o Viajante Misterioso, pensei. Era ele, Tiberius era Elliot, provavelmente o único
homem são da Terra dos Sonhos. Pelo visto ele conseguia "interpretar" dois "personagens"
em um mesmo sonho.

- O diabo? - perguntei.

- Imagine que esses postes são o milharal torto, e que você é o homem torto, o que você vê?
- perguntou ele.

- Eu mesmo. - respondi.

- Exatamente. - disse ele.

Então, ele começou à aumentar a velocidade que andava com sua bengala e que se
aproximava de mim. Eu estava cansado desse enrolação, e pelo fato de que por causa dele
eu não estava vivendo em uma utopia naquele exato momento. Ele chegou na calçada, e
quando estava subindo as escadas para a minha varanda eu o empurrei por escada à baixo.
Mesmo que elas fossem pequenas.

- AAAAAAAAAAH! Você derruba velhinhos agora, Hyman?! - gritou ele.

E então, rapidamente entrei na minha casa, e voltei para a cozinha, me abaixei na frente da
pia, e abri as portas do estoque de detergentes, e lá estava o cano da pia, um cano de ferro
que estava se enferrujando, e então, eu o peguei.

Voltei para à varanda, onde em frente da mesma estava Tiberius gritando de dor pelos seus
ossos de velho quebrados, e fui descendo rapidamente as curtas escadas para o chão.

- Ei! O que você vai--

Bati com o cano de ferro na cada de Tiberius, e novamente desmaiei após uma grande
pancada.

06| A Estrela Morta


16 de Dezembro de 1999, Atlântida, Oceano Atlântico do Norte.
De volta para o inferno submarítimo.

Descobri mais tarde em arquivos, que o dia em que o Kraken atacou, foi o dia 16 de
dezembro. Assim como a exploração de Atlântida por outros cientistas da NSA, a parte
engraçada é que esses cientistas não voltaram.

Eu estava de volta em Atlântida, em uma descida, Atlântida nunca tinha sido tão escura
quanto aquele momento, homens de roupas de anti-radiação laranjas estavam descendo na
cidade, e eu estava encostado em um daqueles pilares, as parades estavam ficando cada vez
mais escuras, como se fosse um organismo morrendo.

A tinta do Kraken estava espalhada por todo o local, e na minha frente estava Tiberius, que
também estava com uma daquelas roupas laranjas, e eu também estava com uma delas, e
uma lanterna na mão, assim como todo mundo.

Eu fiquei olhando para Tiberius, que agora era um homem que possuía um cabelo curto e
escuro. Praticamente o "Homem Americano".

- Quem é você agora? - perguntei.

- Agora eu sou o Jack, e você é o Clyde. - respondeu ele. - E lá embaixo temos o Carl, Stewie,
e o Dylan.

- É melhor continuarmos logo, senão eles vão começar à suspeitar. - disse ele.

Levantei a minha lanterna até o lado do meu ouvido e fui descendo com Tiberius. E acabei
notando que a descida que eu estava não era a mesma descida que eu estava por perto
quando o Kraken atacou. Era uma área totalmente nova para mim, e por algum motivo
estranho, parecia nova para Tiberius, que morou mais de 1 bilhão de anos naquela cidade.

Ele estava na minha frente, e eu não via sua expressão, mas mesmo assim, eu tinha uma
sensação de que para ele a área era nova. O que é mais estranho do que achar uma parte
nova em sua moradia por 1 bilhão de anos? Talvez achar um buraco de minhoca dentro
dela.

- Isso me lembra daquela caverna na Sibéria. - comentou Stewie.

"Que diabos de caverna da Sibéria?", pensei. Parece que a NSA já não confiava em mim à
alguns anos. Talvez isso nem foi ideia do Hughes, afinal de contas não era apenas ele que
controlava a NSA, ainda tinha o vice-diretor que eu nunca tinha conhecido. Mas, conheci
depois, e acredite em mim, esse cara é mais misterioso que a própria NSA.

- Eu acho que o Hyman LeBarton estava lá, não é? - perguntei.

- Ha, é. Eu ainda não entendo como um cara de 17 anos se tornou um cientista de campo, e
com 23 descobriu algo como o Kraken. Ha, ou ele era sortudo demais ou alguém o ajudou
até demais. Ou talvez ele apenas chupava o Hughes. - respondeu Stewie.

Todos riram, até eu ri. Que filho da puta.

O final da descida foi enigmático, pois descobrimos que a descida, não se tratava de uma
descida normal, e sim da descida do teto de Atlântida, e ficamos naquele penhasco, olhando
para à quantidade de água abaixo de nós e o que sobrou da parte da cidade.

- Meu Deus! - disse Carl. - Como... como diabos a gente tá no teto de uma cidade
submarítima?!

- Eu não tenho ideia. - respondeu Dylan.

- Isso é completamente fudido. Nem parece que a construção dessa cidade é linear. -
comentou Tiberius.

- E você, Clyde, o que você acha disso? - perguntou Carl.

- Eu não sei. Sério, cara, eu não tenho a menor ideia do que diabos aconteceu aqui para a
construção ser assim. - respondi.

- Hã? Você não leu os relatórios do Dupont? - perguntou Carl.

Aquele filho da puta. Nós tinhamos feito um acordo à dias: não iriamos revelar merdas
assim para à NSA. Mas pelo visto, o cuzão revelou tudo. Filho da puta. E eu fiquei lá,
olhando para o fim do penhasco, o fim do abismo, o interessante é que não tinha nenhum
redemoinho lá ou algo assim.

- Não. - respondi, calmamente.

Carl pareceu decepcionado.

- Nós vamos pular? - perguntou Tiberius.

- Não, cara. Você tá louco?! - perguntou Stewie.

E então um redemoinho começou a se formar, lá nas profundezas da cidade. E nós ficamos


o observando até o final de sua formação.

- E agora? Vamos pular? - perguntou Tiberius.

- Cara, se pularmos lá, dessa altura, a gente vira panqueca. - respondeu Dylan.

- Bom, acho que vocês precisam de um bom exemplo, afinal. - disse Tiberius.

E então ele caiu no redemoinho, levou cerca de uns 15 segundos para ele cair lá, o
redemoinho era maior do que pensávamos, Tiberius parecia uma mosca comparado à
largura do grande redemoinho. Carl, Dylan e Stewie, também olharam ele cair, e quando ele
chegou lá, viraram suas cabeças na minha direção. Eu era o próximo.

Sem mais, nem menos, eu também pulei. A queda foi violenta, talvez mais violenta do que
as outras quedas que tive em Atlântida, porquê eu sentia que aquele redemoinho estava me
puxando, ele estava me puxando para o inferno submarítimo, para a gema dentro do ovo.

O redemoinho me levou para o subterrâneo da cidade, que por sinal também estava lotado
de água. Quando cheguei lá, vi que Tiberius estava olhando para uma espécie de portão
antigo que ficava embaixo de nós, e então ele se virou para mim.

- Isso é um problema. - disse ele. - Eu não me lembro desse portão. Eu moro aqui por mais
de 1 bilhão de anos, e eu não me lembro da porra desse portão.

- O que você acha que tem aí dentro? - perguntei.

- Talvez as espadas de Netuno, talvez nada. - respondeu ele.

- Que espadas? - perguntei.

- Isso é uma história para outro dia. - respondeu ele.

E então, Carl, Dylan e Stewie cairam no meu lado. Eles ficaram meio atordoados, mas
depois voltaram ao normal. E olharam para baixo, eu e Tiberius ficamos olhando para eles,
até que eles se aproximaram da gente, e juntos, nos ficamos olhando para aquele portão. O
portão lembrava um escudo redondo, até tinha o brasão do peixe e dos escudos, mas
continuava sendo um portão.

Cansei de esperar, porquê nem a ousadia de Tiberius agia naquele momento e então
empurrei o portão com a minha mão direita. Nadamos até atravessar ele, e notamos que
era uma espécie de caverna e subimos, ainda dentro da caverna do portão, e finalmente
tinhamos achado um lugar sem água.

Quando subimos, notamos que tinha algo muito estranho à nossa frente, algo tão brilhoso
quanto uma própria estrela. Era escuro, e gelatinoso, mas no seu meio tinha uma luz
vermelha radiante.

Nós desligamos nossas lanternas e botamos nossos braços na frente dos nossos olhos,
porquê aquela iluminação poderia deixar qualquer um, cego em pouco tempo, eu acho.

- Que porra é essa? - perguntou Carl.

- Talvez a Arca Perdida. - respondeu Stewie.


- A Arca Perdida já teria nos matado. - comentou Tiberius.

Tirei o meu braço do meu rosto, e comecei à me aproximar daquele estranho objeto
hexagonal, a iluminação aumentava à cada passo que eu dava. Era como se a "estrela"
sentisse dor à cada passo que eu dava, eu estava invadindo sua privacidade.

- VOCÊ ESTÁ LOUCO?! SAIA DAÍ! - gritou Carl.

- Espera. - respondi.

Extendi minha mão direito para perto da "estrela". E comecei à ouvir um barulho de algo se
mexendo dentro da mesma. Eu ouvi passos de alguém atrás de mim se afastando. E então,
em cima da "estrela", algo começou à perfura-la, e então uma mão escura surgiu, toda
gelatinosa, era grande, mas era uma mão humana. Minhas púpilas se dilataram.

E então eu desmaiei.

Ato 3: O Paradoxo de Realidades


Capítulo I: O Sentido do Fim
"As vezes a resposta apropriada para a realidade é se tornar insano."

- Philip K. Dick

Meados de 16 de dezembro para 24 de dezembro de 1999, local desconhecido.

Pelo visto "oficialmente morto" significa muito menos do que "extraoficialmente vivo". Os
sonhos finalmente tinham acabado, alguns deles foram até reveladores, e outros me
fizeram questionar se eu realmente vi tudo em Atlântida. Mas, agora é a hora de contar a
parte da história, onde eu eu conheci o Sr. Lynch, o misterioso vice-diretor da NSA, e como
eu dei "fim" nessa história toda.

Eu estava vivo e atordoado em um helicóptero, não atordoado atordoado, e sim muito


atordoado mesmo. Minha visão estava totalmente embaçada, e eu estava olhando para o
teto metálico do helicóptero, minha cabeça estava doendo muito, parecia que tinham
acabado de me tirar de Atlântida.

No meu lado direito tinha um rádio, e o sangue da minha cabeça, o lado direito do meu
rosto e da minha cabeça estava cheio de curativos e ligaduras, suponho que o lado
queimado do meu rosto tinha sido o lado mais danificado pela pancada do Kraken. A
sensação de ter um lado do rosto queimado novamente era horrível, pois nos meu sonhos
meu rosto não estava tostado como na realidade.
Tiberius não estava no helicóptero, eu estava sozinho com o piloto, pelo menos era o que
parecia. Eu, ele, sangue e um rádio. E então, ele ligou o rádio e bem na hora ia começar o
cover do Midge Ure de The Man Who Sold the World do David Bowie.

We passed up the stair

E então, o piloto ligou o helicóptero.

We spoke of was and when

Estávamos prontos para partir, mas então...

Although I wasn´t there

Um homem entrou no helicóptero.

He said i was his friend

Ele era esbelto e velho.

Which came as some surprise

Ele tinha um cabelo curto e branco, e sua barba era completa e branca também.

I spoke into his eyes

E ele usava um sobretudo preto que nem o Hughes, mas ele era mais magro que o Hughes.

I thought you died alone.

Ele olhou de relance para mim e depois se aproximou do piloto.

A long long time ago.

E então eu apaguei.

Oh no, not me

Mas continuei ouvindo o rádio, ou talvez nem tinha continuado ouvindo ele, talvez a música
tinha ficado preso na minha cabeça.

I never lost control

Eu costumava ouvir MUITO Midge Ure na época do colégio, lá pro meio dos anos 80, eu
ouvia bastante The Clash também, mas pra mim, Midge Ure era o melhor músico da época,
eu ouvia as músicas dele todos os dias.

You're face to face


E então, eu acordei em uma sala que porventura TAMBÉM ERA BRANCA, e eu estava
algemado à uma cadeira dobrável em uma mesa metálica em frente ao mesmo homem que
estava comigo no helicóptero.

With the man who sold the world

É engraçado, porquê a letra da música combinou muito com o ritmo em que eu via as
coisas. Principalmente na parte que diz que eu estava cara à cara com o homem que vendeu
o mundo.

Seus olhos eram cinza como sua frieza.

- Sr. LeBarton, você sabe quem eu sou? - perguntou ele.

- Você é o homem que vendeu o mundo. - respondi.

- Ha-ha... Anda ouvindo muito David Bowie? - perguntou ele.

- Não, prefiro o cover do Midge Ure. - respondi.

- Eu também. - disse ele. - Então, você não tem ideia de quem eu sou?

- Não. - respondi.

- Meu sobrenome é Lynch. Então, suponho que você pôda me chamar de Sr. Lynch. Você
sabe qual é a minha profissão? - perguntou ele.

- Não. - respondi.

- Eu sou o vice-diretor da NSA. - disse ele.

- Você sabe que eu li o diário do Dupont, não é?

- Eu achei que era relatórios.

- Não, era um diário. E ele fala sobre coisas bem estranhas que aconteceram com vocês em
Atlântida. Seres humanoides cinzentos, robôs de pedra, robôs metálicos, arsenal, pinturas
de figuras icônicas de diversos séculos, destruição do teto de Atlântida e início de uma
grande rachadura. Várias coisas mesmo.

Eu continuei à olhar para ele, e ficar respirando, sem dizer uma palavra.

- O diário também me disse que você matou a Liza Caldwell. E que a Liza Caldwell matou o
Hermann Eichmann, e que o Orson Johnson, um mergulhador da minha agência, morreu
nas mãos daqueles robôs. Tudo isso está correto?

- Eu achava que o nome dele era Hank. Ele estava nos vigiando não estava?
- Estava.

- Então, as informações do diário estão corretas? - perguntou ele.

- Sim, estão.

- Ótimo. Sr. LeBarton, eu tenho um trabalho para você.

- Que tipo de trabalho?

- Não é bem um trabalho, é mais ou menos uma tarefa. Eu quero que você invada o
Laboratório Rorschach no dia 24 de dezembro, pegue todos os arquivos que você encontrar
lá e leve eles para Boston, e entregue eles para Luke Tremblay, para ele publicá-los. Nos
arquivos tem relatórios do que os mergulhadores encontraram em Atlântida, o diário de
Dupont, todas as operações de espionagens americanas do século 20, incluindo os vários
danos sigilosos que causamos em todos os países do mundo.

- VOCÊ ESTÁ LOUCO?! Você pelo menos sabe o quanto de dano que isso fará ao mundo?!

- Sr. LeBarton, eu já lutei nas guerras que mais causaram dano ao mundo. Eu estava na
Segunda Guerra Mundial, na Guerra da Coréia e no começo da Guerra do Vietnã.

- No Vietnã? Qual foi o dano catastrófico da Guerra do Vietnã?

- Mostrar que os Estados Unidos cede à pressão.

- E onde você estava na Segunda Guerra Mundial?

- Na Batalha de Dunquerque e no Dia D.

- Na Batalha de Dunquerque? Nós americanos não estávamos lá.

- E quem disse que eu sou americano? Eu sou britânico-americano. Conheci Hughes no Dia
D.

- Voltando ao mais importante, qual é o seu objetivo com tudo isso?

- Hughes já foi um homem sábio, um homem inteligente, e sagaz. Mas, hoje em dia é apenas
um velho gordo estúpido, eu não sei o quê aconteceu com ele para ele ficar daquele jeito,
ele simplesmente jogou a NSA na merda e aprovou a porra desse Projeto Netuno. Mas, eu vi
uma oportunidade nesse projeto, se Ruslan e Kazimir estivessem certos, nós teríamos a
arma mais mortífera do mundo: a verdade.

- Você sabe que isso irá causar a Terceira Guerra Mundial, não sabe?

- Claro que eu sei, e essa é a ideia. Durante os anos 80, Hughes começou a ficar do jeito que
eu disse, então eu fundei uma agência de inteligência particular, e advinha: a sede dela não
é os Estados Unidos. Eu não preciso desse país mais. Essa vai ser uma guerra mundial
diferente, pois com tantas verdades reveladas, os Estados Unidos não terá aliados, e a
guerra durará pouco, pois todo mundo estará contra ele.

- Você vai destruir Estados Unidos. Literalmente destruir os Estados Unidos.

- Não, eu não vou. Você que vai.

- Merda.

- Ah, e eu também sei sobre Tiberius. E pelo que eu sei, ele provavelmente aprovará as suas
ações.

- Ele é a porra de um sociopata.

- Eu sei. E sociopatas são úteis nos dias de hoje. Olhe para o seu irmão por exemplo.

- Meu irmão é a porra de um psicopata não um sociopata.

- Não tem muita diferença para ser sincero. E eu tenho uma recompensa para você, quando
você terminar a tarefa.

- Ah é? Qual?

- A cabeça de Hughes e do seu irmão.

- Espera aí, você quer que eu concorde em matar mais de 200 milhões de pessoas? É isso
mesmo?

- Eu não quero que você concorde, eu sei que você vai concordar é diferente.

- Claro que você quer.

- Claro que eu quero. E eu estou sendo generoso aqui, e então, você irá aceitar, Hyman?

Pensei tudo, tudo o que meu país já fez, publicamente e secretamente, refleti sobre suas
misteriosas e devastadoras ações, pensei em sua população que está indo em direção ao fim
dos tempos. Pensei nas grandes inutilidades que existem no mundo hoje em dia. E também
notei que essa é a natureza do ser humano afinal. Destruição, apenas destruição. Destruição
traz tudo. Então, por quê não?

- Sim.

- Memento mori, Sr. LeBarton.

Depois de ele dizer essas palavras eu desmaiei. Mas, desmaiei sabendo do meu destino, pois
sabia do significado dessas palavras. "Lembre de que você vai morrer."

Madrugada de 24 de dezembro de 1999, Brookdale Hospital, Burlington, Vermont.

Eu acordei com a máquina dos meus batimentos cardíacos na minha cara, a linha verde dos
meus batimentos estava normal, mas eu esperava algo mais interessante, algo como
"Acorde Hyman.".

Coloquei minha mão direita no meu rosto, e ele estava normal, sem curativos nem
ligadores, e por algum motivo que eu não quero nem saber como fizeram isso, meu olho
estava de volta, provavelmente um olho de outra pessoa, doações de olhos? Ha, o mundo é
um lar de segredos.

Na minha frente havia uma porta e um saco plástico no chão com roupas, tirei os tubos das
minhas veias, e levantei, meu avental não tinha uma goto de sangue sequer, peguei o saco
plástico e o levantei, e vi as roupas que estavam lá: uma jaqueta de couro preta, uma camisa
do Queen, calça jeans, e um tênis preto sem cadarços.

Então, tirei meu avental e vesti a roupa do saco plástico. Ela era confortável, e do meu
tamanho, exatamente do meu tamanho, provavelmente uma cortesia do Lynch feita
especialmente para mim.

Sendo que eu notei que essa jaqueta tinha um detalhe especial, havia um revólver calibre
32 nela. Eu estava louco para usá-la em alguém, pois eu estava muito, mas MUITO puto
mesmo.

Enquanto corria nos corredores do hospital e descia suas escadas, notei que minha barba já
estava crescendo, o que indicou que eu estava naquele hospital à dias. As escadas eram
curtas, o hospital era pequeno, e era logo o Brookdale Hospital, o hospital do lado do meu
trabalho.

Quando desci correndo pro térreo, todos os pacientes esperando por sua vez e
recepcionistas ficaram olhando para mim, sai rapidamente pelas portas automáticas que se
abriram ao meu piso, e do lado de fora, vi que um homem de terno preto, e gravata preta,
estava do lado de um carro vermelho sem teto, e é claro: esse homem trabalhava para o
Lynch.

Desci os degraus do hospital, e cheguei na frente dele.

- Olá, Sr. LeBarton, você terá que vir comigo, o levarei para o seu quarto. - disse ele.

Então, eu tirei o revólver da minha jaqueta e o botei na cabeça dele, e o destravei, é claro.

- QUE DIA É HOJE?! - gritei.


- Sexta-feira. - respondeu ele.

- Ha-ha... não. QUE DIA É HOJE?! - continuei.

- 24 de dezembro de 1999. E eu acho que nem preciso dizer que você acabou de sair do
Brookdale Hospital, um hospital do lado de sua universidade, não é mesmo? - perguntou
ele. - Então, vamos?

- Vá se fuder.

Apertei o gatilho, mas... advinha...

- Sr. LeBarton, as balas estão no outro bolso da jaqueta. E então vamos? - perguntou ele.

Suspirei, guardei o revólver na jaqueta, e entrei no carro.

- Você é real? - perguntei.

- Relaxe, eu não sou ele. - respondeu ele.

Ele botou o seu pé no freio, e fomos até a Universidade de Vermont, que praticamente
ficava do lado da rua do hospital, eu era o professor de física da universidade e tinha um
alojamento na mesma.

A cidade inteira estava com decoração de natal, postes, paredes, casas, lojas, prédios, tudo.
Mas, para a minha felicidade, tinha decoração de natal em tudo, menos na universidade.

Ele entrou no campus da universidade com o carro, e nós vimos que nenhum estudante lá à
essa hora, e então ele foi para direita e achou o beco do meu alojamento. O chão do beco
tinha muita neve, e até que ele era relativamente grande, 6 metros de comprimento. Ele me
deixou lá, e saiu da universidade com o seu carro.

Lar, merda, lar. Entrei pela porta com o número dourado "8" em sua frente, e subi as
minhas escadas de madeira, o meu alojamento era bem grande comparando aos outros
quartos dos professores, mesmo com toda as merdas que a NSA fez na minha vida, arranjar
esse alojamento e emprego para mim não foi uma delas.

O meu alojamento, praticamente, era uma sala-quarto, assim que você entrava nele você via
colunas brancas, uma mesa de vidro e 2 sofás pretos dentro dela, e do lado esquerdo disso
minha cama, e do lado direito, uma televisão, e na frente uma grande janela de vidro, e do
lado direito da minha cama, uma porta para o banheiro. Um quarto bem caro para um
professor, não? Caro, caro até demais. Mas, como você deve imaginar: a NSA pagava muito
bem, mesmo com a minha saída, eles continuavam me pagando, mas não me pagando um
salário normal, e sim um salário de silêncio, para eu não mencionar nada à qualquer
pessoa. E eu ainda me pergunto porquê simplesmente não apertaram o gatilho na minha
cabeçava em vez de pagar a porra de um salário.

Foi lá que tudo começo, eu lembro que foi no começo de dezembro, eu tinha tido um
encontro com uma veterinária, e nós acabamos transando no meu quarto, o nome dela era
Myriam, acordei no dia seguinte com ela na minha cama, e um homem batendo na minha
porta, fui ver o que era, e advinha... sim, não era apenas um homem, era a porra de um
esquadrão inteiro da NSA, eles mataram Myriam e me deixaram inconsciente com uma bala
de borracha. O estranho é que eu não me importei tanto assim com a morte da Myriam,
porquê eu ainda acredito que se tivessem levado ela para a NSA provavelmente ela teria
virado uma daqueles cobaias e teria sido bem pior. Ou talvez eu apenas esteja ficando mais
frio do que penso.

Um fato engraçado, que você provavelmente notou, que desde que eu acordei no hospital,
Tiberius não tinha aparecido ainda. Fiquei contemplando os meus arredores enquanto
estava no meu alojamento, com a esperança de que algum segundo, Tiberius apareceria.
Mas desisti de esperar.

- TIBERIUS! - gritei. - ONDE ESTÁ VOCÊ?! VAMOS! APAREÇA! VAMOS SEU FILHO DA PUTA!
VAAAAAAAMOS! APAREÇA, PORRA!

Eu estava gritando na frente da mesa de vidro, ela estava nas minhas costas, e Tiberius
apareceu lá, atrás de mim.

- Olá. - disse ele.

- Você falou com o Lynch, não foi? - perguntei.

- O que você acha? Claro que eu falei com ele. E aliás temos um assunto bem importante
para fazer agora, eu até trouxe um carro e o estacionei do lado da universidade. -
respondeu ele.

Com o tempo que passei no carro, e fiquei contemplando aos redores no meu alojamento,
eu notei que pensamentos me vieram a cabeça, possibilidades, para ser mais preciso, mas,
eu comecei a deduzir que talvez essas possibilidades não fossem possibilidades, e sim
informações do lado obscuro da minha mente. Informações que nem eu mesmo queria
saber, mas que eram extremamente necessárias e úteis naquele momento.

- Você sabia do diário do Dupont? - perguntei.

- Ele falou do diário? - perguntou ele.

- Sim, ele falou do diário. - respondi. - Só uma pergunta: Vocês estão trabalhando juntos,
não estão? Que porra de plano? Isso provavelmente é uma coisa da sua cabeça.
- Na nossa conversa, ambos concordamos que alguma tragédia irá acontecer em território
americano, essa tragédia será em breve, eu e ele sabemos que ela está à todo vapor. E que
provavelmente essa tragédia causará um grande colapso no mundo e iniciará uma nova
ordem mundial. - respondeu ele.

- E esse plano inclui matar mais de 200 milhões de pessoas? - perguntei.

- Sim. E aliás, existe uma chance de morrermos no processo. Então, é melhor nos
apressarmos. - respondeu ele.

- E a minha filha? Como vamos salvá-la? - perguntei.

- Não vamos, essa é a questão. - respondeu ele.

Suspirei.

- Agora me veio um pensamento bem intrigante na minha cabeça. - comentei.

- Qual? - perguntou ele.

- Dupont está vivo? - perguntei.

Ele olhou para um lado e para outro e para baixo, suspirou. E de pois olhou para mim
novamente.

- Sim--

Derrubei-o na mesa de vidro, os seus milhares estilhaços cortaram um pouco do meu


tapete. A aparência de Sheldon Smith, não foi tão danificada, mas garanto que Tiberius se
machucou.

- VOCÊ ESTÁ LOUCO?! - gritou ele.

- Olha quem fala. - respondi.

Dessa vez ele não estava com um casaco nem nada, ele estava praticamente com a roupa
que eu estava usando, sendo que sua jaqueta era marrom, e sua camisa era dos Rolling
Stones, não do Queen. Então, segurei-o por sua jaqueta e o joguei na minha parede, bem
perto da janela. E fui me aproximando dele.

- O quê? O QUE VOCÊ VAI FAZER?! HUH? VAI SE JOGAR COMIGO DE NOVO POR UMA
JANELA? VAI MATAR HYMAN LEBARTON? HUH? DEWITT JÁ ESTÁ MORTO, LEMBRE-SE
DISSO! VOCÊ NÃO TERÁ--

Novamente, segurei-o pela jaqueta e o joguei pela janela. Então, os milhares de estilhaço e
ele cairam na neve. Quando ele caiu, fui correndo pelas escadas para sair do meu
alojamento, e vê como ele tava. Se ele estava morto, ou quase morto. Mas, ele estava vivo,
vivo até demais. Mas, sua cabeça estava sangrando.

- Ooooh... satisfeito, agora? - perguntou ele.

Depois dele ter falado isso, eu ouvi passos na neve, e levantei a minha cabeça. Era um
homem robusto de meia-idade, com um sobretudo preto, com sua companheira, uma
mulher de também meia-idade, bem vestida, e elegante.

Ele olhou de relance para a janela quebrada e depois virou seu rosto para mim.

- Parece que a queda foi feia, não? - perguntou ele.

- É, mas não foi tão feia assim, eu ainda estou vivo não estou? Ha. - respondi.

- Isso é sangue na sua cabeça? - perguntou ele.

Coloquei minha mão direita atrás da minha cabeça, e novamente à botei na minha frente, e
vi que ela estava toda ensaguentada. Será que realmente foi Tiberius que foi derrubado?
Isso pode parecer loucura, mas... depois de eu acordar, eu acho que eu não estava mais
louco, eu acho que apenas a minha realidade estava se distorcendo.

- Jesus! Vamos chamar uma ambulância! - disse a mulher.

Sabe a parte engraçada que eu não falei antes sobre o homem de meia-idade? Ele era
igualzinho ao motorista que tinha me levado para à universidade. Então, abaixei minha
mão e comecei à olhar para ele.

- Você já deu uma boa olhada nessa janela? - perguntei.

Ele levantou sua cabeça para cima, para dar uma boa olhada na janela, e antes de ele se
virar para mim, ele começou a falar o que achava.

- Cara, a altura é até que bem alta, mesmo com a neve amortecendo sua queda, eu acho
que--

"Boom", essa é a expressão correta? Antes mesmo de ele se virar para mim eu já tinha
carregado o meu revólver com uma bala. Então, quando ele se virou atirei bem na bochecha
dele. Lembra que eu disse que o revólver era calibre 32? Então, o estrago não foi muito
grande, mas, é claro, foi o suficiente para mata-ló.

A mulher começou a ficar ofegante, olhando para o corpo na sua frente e para mim, ela
achava que seria a próxima.

- Diga para Lynch, que, eu vou fazer a minha parte do acordo, mas eu não quero pessoas me
espionando. Não importa quem ele mandar, essa pessoa, sempre acabará que nem esse
corpo na sua frente, com uma bela bala alojada no meio da sua cabeça.

Guardei meu revólver na minha jaqueta, e passei pela mulher, quando passei por ela, vi que
Tiberius estava falando a verdade, realmente tinha um carro do lado da universidade, mais
precisamente do lado do meu alojamento. E então, ele apareceu do meu lado, e encostou
seu braço no meu ombro.

- Que porra está acontecendo? - perguntou ele.

- Quem realmente foi jogado da janela? - perguntei.

- Eu. Eu fui jogado da janela. Mas, o ferimento estava em você. - respondeu ele.

E então, ele me parou e me virou para ele. E segurou na minha jaqueta com suas duas mãos.

- Hyman, você precisa me dizer, QUE PORRA ESTÁ ACONTECENDO?! - gritou ele.

- EU NÃO SEI! - gritei. - Talvez nós dois estamos virando apenas um. EU NÃO SEI, PORRA!

- Merda. Sua mente, sua mente... aliás, seu corpo, não está com duas mentes, ele não está
"segurando" duas mentes, ele está FUNDINDO A PORRA DAS NOSSAS MENTES, CARALHO! -
gritou ele.

Ele suspirou.

- Ah, que se foda. Puta que pariu. Vamos... vamos apenas fazer o que o Lynch disse, depois
disso eu acho que eu tenho uma ideia do que fazer. - disse ele.

- E que ideia é essa? - perguntei.

- Depois, depois eu digo, apenas entre no carro. Você vai dirigir. - respondeu ele.

Então, entramos no carro. Era o mesmo carro de Sheldon Smith, aliás, provavelmente ERA,
o carro do Sheldon Smith, um chevrolet impala 1967.

- Para onde vamos? - perguntei, no volante.

- Para a--

- Casa do Dupont. Nós vamos pegar o Dupont? Porra... eu sabia disso? - perguntei.

- Talvez enquanto você estava inconsciente, o seu subconsciente ouviu eu falando com o
Lynch. Seu baú de segredos está se abrindo. É melhor eu te avisar logo: se controle, porquê
tem muita merda pesada na sua mente, não surte. - respondeu ele.

- Ok, eu acho que eu vou tentar. O Dupont mora aqui não é? - perguntei.
- Pelo visto você não lembra de tudo. Dupont mora em Bangor. - respondeu Tiberius.

- No Maine? - perguntei.

- Aham. - respondeu ele.

Proximidades de Edgerly PI, Maine.

Já estávamos perto de Bangor. E eu estava cansado do silêncio do Tiberius, queria saber


sobre o que porra estava acontecendo. Tipo, de quem era aquela mão que vimos em
Atlântida? Como diabos Dupont sobreviveu? E, o que realmente aconteceu na Sibéria?
Essas perguntas estavam me matando mentalmente. Então, decidi perguntar logo à ele.

- Eu posso perguntar algumas perguntas à você? - perguntei.

- Não está vendo que eu estou dirigindo? - respondeu ele.

- Ah, é? Pelo que eu me lembre você cantou Africa dirigindo na maior cidade dos Estados
Unidos, e agora estamos em um estado que não tem sequer uma metrópole. Então, você vai
falar. - disse eu.

- Ok, ok. Pergunta logo. - disse ele.

- De quem era aquela mão que vimos em Atlântida? - perguntei.

- Essa... essa é uma história complicada. Tipo, muito complicada mesmo. Estamos falando
do primeiro habitante dessa galáxia. - respondeu ele.

"Estamos falando do primeiro habitante dessa galáxia.", você tem ideia do peso dessa frase?
Nós, não achamos um novo planeta com uma civilização alienígina, algo que já iria chocar o
mundo drasticamente, nós achamos algo muito maior do que isso. Sinceramente, é
impossível, é impossível saber o tamanho do choque de uma civilização ao encontrar o
primeiro ser dessa galáxia, claro, ele não era o criador do universo nem nada, mas era o
primeiro, o primeiro de mais de trilhões.

- O quê...? VOCÊ ESTÁ ME DIZENDO QUE AQUELA PORRA ERA O PRIMEIRO HABITANTE
DA VIA LÁCTEA?! - gritei.

- Não surte no carro. Puta que pariu. Eu lhe avisei. - disse ele. - O nome dele é Amadeus,
mais conhecido como Caos, o primeiro deus primordial.

- Mas... mas Caos é o primeiro deus primordial do universo, e não o primeiro ser da Via
Láctea. - comentei.

- Eu falei que ele era o primeiro ser da Via Láctea para você surtar menos, porquê, meu caro
amigo, estamos falando do primeiro ser pensante de todo o universo. Estamos falando do
primeiro, do primeiro. Estamos falando do próprio universo em si. - disse ele.

- Netuno sabia disso? Netuno sabia que Amadeus estava em Atlântida? - perguntei.

- Aaaaah... é, acho que já é era de eu te contar uma coisa. Só me prometa, que, você não vai
me jogar do carro, beleza? - perguntou ele.

- Ok.

- Netuno é o meu pseudônimo. Netuno é o pseudônimo de todas as linhagens de


imperadores de Atlântida, os dez Tiberius. E eu sou o último, por assim se dizer. -
respondeu ele.

Suspirei.

- O quê... mas... mas que porra... Você está me dizendo que minha busca, toda a minha busca
em Atlântida por um ser chamado Netuno, um rei louco, foi em vão? - perguntei.

- Não totalmente. Vholemor, o Alquimista e Mago Ancião, que porventura foi o conselheiro
de todos os imperadores de Atlântida, me avisou que um dia minha personalidade iria se
despedaçar, e que eu iria enlouquecer, e que esse evento iria bagunçar totalmente todas as
linhas temporais, de todos os universos. E que para eu parar com a minha insanidade e o
meu reino de terror, eu teria que encontrar o portador da outra metade da minha
personalidade. E esse portador, é você. Mas, ele não me contou nada sobre minha
personalidade se juntar com a sua, em vez da minha. - respondeu ele.

- Então, você está me dizendo que eu sou parte de um erro de uma Profecia Atlântica de
bilhões de anos? - perguntei.

- Esse é o problema. Vholemor também era um profeta, mas eu nunca vi ele errar sequer
uma vez em suas profecias, mas dessa vez ele errou. E eu temo que o universo esteja
próximo de um grande paradoxo, um paradoxo de realidades. - respondeu ele.

- Por quê? - perguntei.

- Por sua causa. Seria necessário uma viagem no tempo para consertar tudo isso. Mas, as
magias antigas estão esquecidas a muito tempo, provavelmente extintas desde o
nascimento do Caos. - respondeu ele.

- Então, tudo isso é magia? Não tem um lado científico, nem nada? - perguntei.

- Ha-ha. Não. Magia é uma criação da ciência, magia sempre fez parte da ciência, magia faz
parte da criação da ciência sobre moldar realidades. E se o próprio, Caos, acordou e um
paradoxo se aproxima, significa que temos que voltar no tempo. Não sei pra quando, mas
temos que voltar. - respondeu ele. - Agora, próxima pergunta?

- Eu ainda lembro sobre o que aqueles mergulhadores disseram. A expedição na Sibéria foi
real? - perguntei.

- Foi armada, mas o que você descobriu, bem, essa é uma parte que ninguém esperava. -
respondeu ele.

- O pilar do mundo são as conspirações, não é mesmo? Então, como diabos Dupont
sobreviveu? - perguntei.

- Enquanto você estava inconsciente, eu observei tudo, Dupont não bateu a cabeça nas
rochas do abismo, porquê o abismo era bem mais profundo do que aperantava, mas a NSA
achou ele. - respondeu ele. - Mas, Atlântida desapareceu novamente. Mas, é claro, isso não
impediu Atlântida de pegar umas informações valiosas.

- Entendo.

Ainda de madrugada, Bangor, Maine.

Fatos ou mentiras? Fatos são mentiras que existem à séculos. A mentira começa como uma
mentira, e depois ela vira uma verdade, e com o decorrer dos séculos um "fato histórico". E
essa, essa era a questão. Ele estava mentindo? Não sei. Claro que eu não sei. Moldar
realidades? Sério isso? É, eu acho que a nossa origem é bem mais fudida do que eu pensava,
afinal.

Eu estava dormindo no carro quando Tiberius me acordou, estávamos na frente da casa do


Dupont, sua vizinhança era similar à minha utopia, tirando a parte que a casa dele não
ficava no final da rua como a minha. As luzes amareladas do interior da casa de Dupont
refletiam sobre suas paredes de vidro em sua grama obscura.

Tiberius também estava observando as luzes da casa, e então ele se virou para mim.

- Quem vai entrar? - perguntou ele.

- Eu. Eu entro. - respondi, botando as balas do meu casaco no pequeno revólver.

Então, eu sai do carro na rua mórbida, e me aproximei da porta de Dupont e encostei meu
ouvido nela. Eu escutava a voz dos filhos de Dupont, eles estavam Jingle Bells, porra, por
quê todo mundo canta essa porra? Eu sinceramente não vejo graça. Os filhos do Dupont,
pelas suas vozes, realmente não eram adolescentes ou algo do tipo, e sim crianças, tipo,
crianças mesmo, entre 5-7 anos.

Virei o meu olhar para Tiberius, e ele acenou para eu entrar na casa. Me afastei da porta,
suspirei, e me preparei, contei "1 2 e 3" mentalmente, e avancei violetamente com os meus
braços na porta e a arrombei. Meu avanço foi tão forte, que, se eu parasse eu iria ficar
atordoado, sendo que, para a minha sorte, Dupont tinha se levantado rapidamente quando
eu tinha arrombado sua porta, e, bem, você já deve ter imaginado o que aconteceu. Sim, eu
levei Dupont junto comigo no meu avanço e acabei por quebrar a porta de vidro dos fundos
com o corpo dele, e caímos na sua grama escura.

Sem querer ser racista nem nada, mas, Dupont tinha ficado bem difícil de ser notado no
escuro... é... ok, foda-se. Eu me levantei, e ele se levantou também, então fiquei apontando
meu revólver para ele.

- HYMAN?! - gritou ele.

- Aham, de volta da porra do inferno, Lúcifer é frio demais para mim. - respondi.

- Mas... sua cara estava totalmente destruída, você estava morto, QUE PORRA ACONTECEU?
- gritou ele.

- Eu cansei de ser o Duas-Caras e o Batman me ajudou. - respondi.

- De quem você tá falando? - perguntou ele.

- DO LYNCH! PORRA! CLARO QUE EU TÔ FALANDO DO LYNCH! E VOCÊ?! HUH?! COMO


VOCÊ SOBREVIVEU?! - gritei.

- Quem é Lynch? De que porra você tá falando? Eu acordei em um hospital e o Hughes e o


Henderson estavam lá. Mas, nada de Lynch. E advinha: eu fui demitido. - respondeu ele.

- Ah é? - perguntei.

- É. - respondeu ele.

- Legal, muito legal, legal pra caralho mesmo, e eu vi uma explosão nuclear, perdi a minha
filha, matei pessoas, fudi uma expedição, enlouqueci, E AQUI ESTOU EU! PORRA! EU TÔ
RECLAMANDO?! NÃO! PORRA! - gritei.

- Você invade a minha casa, no meio das vésperas de Natal, para me vir com essa merda? -
perguntou ele.

A mulher dele, e o seus filhos, estavam na porta observando toda aquela discussão. E ele
olhou para eles enquanto perguntava isso.

- Você não tem ideia, do quanto eu te odeio, e da minha capacidade de matar você e a sua
família, aqui, e agora mesmo, mas sabe por quê eu não vou fazer isso? Porquê você pode ser
de alguma utilidade para mim nesse exato momento, e se você disser não... eu espanco seus
filhos até a morte, estupro sua mulher na sua frente, atiro na garganta dela, depois
esquartejo seus filhos e faço um cachecol de braços infantis para a porra do meu pescoço.
Aposto que eles são aconchegantes. - respondi.

- Papai, eu posso virar um cachecol? - perguntou o pequeno filho dele.

- Nas mãos desse homem? Claro. - respondeu ele. - Mas, eu não deixarei isso acontecer.
Então, Hyman, o que você quer?

- Eu e Tiberius, fizemos acordo com o Lynch, e esse acordo é de que, podemos viver,
contanto que invadimos o Laboratório Rorschach e roubamos todos os arquivos da NSA, e
depois, bem, nós viajamos para Boston e entregamos para um tal de Luke Tremblay um
editor de algum jornal de lá, para ele pública-los. - respondi.

- Hah, você está louco? VOCÊ QUER PUBLICAR A PORRA DOS ARQUIVOS DA NSA?! Você
sabe que isso irá causar a Terceira Guerra Mundial, não é? - perguntou ele.

- Essa é a ideia. - respondi. - E como brinde: teremos a cabeça de Hughes e do Henderson


depois do serviço.

Ele suspirou e olhou para os seus filhos, e virou o seu rosto para mim novamente.

- Ok, Hyman. Eu vou com você, mas eu quero proteção para os meus filhos se a guerra
realmente acontecer. - disse ele.

- Ótimo. Vamos encontrar Tiberius lá fora.

Guardei o meu revólver no meu bolso, e ele, com sua camisa social amassada e azul,
abraçou sua esposa e filhos, e entrou dentro de casa, eu sai pela saída de madeira dos
fundos da casa dele, e andei lentamente até chegar na luz do poste. E vi que Tiberius estava
encostado na porta do carro me esperando.

No mesmo momento que vi Tiberius, Dupont saiu pela porta da frente de sua casa, ainda
vestindo a sua camisa social e botando uma jaqueta jeans. Então, ele se aproximou do
Tiberius. E Tiberius sorriu.

- Esse é o Tiberius? - perguntou Dupont, sem mexer a cabeça.

- Sim. É ele. - respondi.

Ele extendeu sua mão para Tiberius.

- Eu acho que você já me viu antes, Dupont. Mas, tanto faz, eu não vou apertar sua mão
mesmo. - Tiberius disse isso e entrou no carro.

- Que amigo amigável. - comentou Dupont.


- Eu estou surpreso como ele não te degolou. - comentei. - Então, vamos?

- Vamos. - respondeu Dupont.

Eu fui no banco do motorista como sempre, e Dupont sentou lá trás.

- Para o laboratório agora? - perguntou Tiberius.

- Não, quero explicar uma coisa para vocês primeiro. - respondi.

- Ah, é? Onde? - perguntou ele.

- Universidade do Maine. - respondi.

- A universidade do Stephen King? - perguntou Tiberius.

- Sim, a porra da universidade do Stephen King. Eu tenho um amigo lá, o nome dele é Alex
Connor, acho que posso usar a sala dele. - respondi.

Dupont olhou em seu relógio.

- Vai dar 5 horas. - disse ele.

- Ótimo, 19 horas para a porra da Terceira Guerra Mundial. - comentei.

6:03, Universidade do Maine.

Nós chegamos lá às 5 e pouco da manhã, mas a universidade só abria de 6 da manhã, então


esperamos uma hora. O clima estava estranho, assim como em Vermont, não estava
nevando no Maine, quando liguei o rádio enquanto estava passando pelas ruas de Bangor,
eu ouvi que os metereologistas estavam falando sobre isso. Eles botaram um nome
engraçado para esse fênomeno, não lembro o nome dele agora, mas lembro que era
engraçado. Enfim, quando descemos do carro o sol já estava lá em cima, e tinha alguns
alunos andando pelo campus, e uns policiais também, o que era estranho pra caralho, então
decidi procurar Alex por lá.

No caminho um policial com um grande nariz nos abordou.

- Ei, isso é a cena de um crime! - disse ele.

- Err, nós não sabíamos disso, na verdade, nós estamos procurando um professor. -
respondi.

- Quais são os seus nomes? - perguntou ele.

- Eu sou o Hyman LeBarton, este é o... Dupont, é, eu só sei o sobrenome dele, e este é o
Tiberius. - respondi.
- Tiberius? Apenas Tiberius? - perguntou ele.

- Aham. - respondeu Tiberius.

- Qual é o resto do seu nome, sr. Dupont? - perguntou o policial.

- Jean-Paul Dupont. - respondeu ele.

- Espera.... O QUÊ? O EX-EMBAIXADOR JEAN-PAUL DUPONT?! - perguntou o policial.

- Err, sim. - respondeu Dupont.

- Ha-ha, nossa. EU SOU SEU FÃ! Eu amei o trabalho que você fez com o Reagan! Bom, já com
o Bush e o Clinton você deu uma decaída... mas com o Reagan... UAU, você era muito bom. -
disse o policial.

- Bom, obrigado, eu acho. - respondeu Dupont.

- Tenha um bom dia senhores. - disse ele.

Então, nós nos aproximamos mais um pouco e na nossa esquerda, vimos o corpo que estava
cercado pela fita amarela de "Cena do crime", e sua cabeça estava totalmente destruída,
mas suas roupas me eram familiar...

Após eu notar a familiaridade, me aproximei do mesmo policial, que tinha se afastado da


gente, e fui perguntar à ele sobre quem era a vítima.

- Err, desculpe me intrometer sr. policial, mas, quem é a vítima? - perguntei.

- Alex Connor, o professor de física daqui. - respondeu ele.

- Ah. Certo. - comentei.

- Ele era o professor que vocês estavam procurando? - perguntou o policial.

- Não, não. Adeus, policial. - respondi.

Porra Lynch. O cara ainda estava me espiando, bem, acho que não dá para dizer não para o
homem que vendeu o mundo, afinal. Então, mesmo sem a permissão do Alex, entrei no
cojunto de salas da universidade, e é claro, entrei em sua sala. Cadeiras, e mais cadeiras em
sua sala, e um grande quadro. Grande o suficiente para eu mostrar a minha teoria.

- Sentem-se.

Eles se sentaram, e então, eu peguei o giz do quadro, e comecei a escrever a minha teoria.

Terminei de escrever depois de alguns minutos e fui apresentá-la.


- Isso é uma teoria que tem perguntas diretas para você, Tiberius. - avisei.

- Ok - respondeu ele. - Pode perguntar.

Suspirei.

- De acordo com a minha teoria: Caos começou a existir, desde sempre, desde o tempo, e o
tempo foi criador por? Exato, Saturno, Saturno criou o tempo e as trevas primordiais, mas
com sem o Caos, nada existe, então os 2 começaram a coexistir ao mesmo tempo por algum
motivo. Caos com o passar do tempo deixou de ser matéria e começou a ser... bem...
digamos... presença. Saturno teve um filho, Júpiter, o deus do universo e deus dos deuses,
Júpter criou o céu e o universo, criou a vastidão do infinito a partir de nada. E bom, o resto
da história vocês provavelmente já sabem, bom, pelo menos o Tiberius eu sei que sabe.
Plutão criou o império de Atlântida, mas por algum motivo esse império virou um reino foi
isso? - perguntei.

- É, depois que Plutão deu o império de Atlântida para Tiberius I, os dias de Atlântida
estavam contados, e digamos que enquanto eu estava sendo o imperador uma guerra
começou que dividiu Atlântida em 3 partes. Uma da América até a Europa. Outra da Europa
até a África. E outra da África até a Oceania. O terceiro reino foi responsável pelos começos
dos tsunamis e vulcões no mundo. - respondeu ele.

- Entendi. Bem, e então com o passar do tempo, provavelmente depois dessa guerra, os
deuses, bom, a maioria deles estavam mortos, ou inativos, então, nós, humanos, começamos
a criar outras religiões com base na original, e então surgiu o cristiniasmo. O Deus dos
cristãos, é Saturno, e o Jesus deles é Júpiter, e a porra do Satã deles é o Caos, estou certo? -
perguntei.

- Sim. Você está certo, certo até demais. - respondeu ele.

- Ah, então basicamente, o Tiberius é de uma linhagem de imperadores atlântes, é isso? -


perguntou Dupont.

- Basicamente, sim. - respondeu Tiberius.

- Prove.

Tiberius se transformou em... bem... sua forma original, aquela porra cinza gigante, e olhou
para Dupont, Dupont estava do seu lado, e caiu no chão entre as cadeiras e se afastou um
pouco.

- QUE PORRA VOCÊ É?! - gritou ele.

- Ah, não.... essa porra de novo não, essa é a merda forma original dele, Dupont, simples
assim. Então, não me venha com essas merdas de surtos de novo, porquê eu já tô cansado
dessa porra, se você surtar de novo com algo tão "simples", eu atiro na porra da sua cara. -
avisei.

Tiberius voltou para a forma de Sheldon Smith.

- Ok, ok, então para onde vamos agora? - perguntou Dupont.

Sentei no chão e cruzei as pernas.

- Primeiro eu tenho que contar um plano para vocês, venham para cá. - respondi.

Então eles se aproximaram e sentaram no chão também.

- O plano é o seguinte, nós vamos no Laboratório Rorschach, não vamos? - perguntei.

- Aham. - respondeu Tiberius.

- Então, Tiberius, o Laboratório Rorschach tem... hm... máquinas do tempo e de viagens


interdimensionais? - perguntei.

- Hm, pelo visto você está se lembrando. Bom, sim, sendo que é apenas uma máquina para
as duas coisas, e ela está meia velha, pra você ter uma ideia: ela já foi usada no Projeto
Montauk. - respondeu ele.

- Então... bem... eu quero resgatar a minha filha.

- O QUÊ?! EU DISSE QUE A MÁQUINA ESTAVA VELHA! - gritou ele. - Talvez ela nem
funcione mais, e se funcionar podemos ficar perdidos no espaço e tempo.

- Nós estamos falando da minha filha aqui. Eu vou salvá-la, de um jeito, ou de outro. - avisei.

- Sua escolha, se der merda, lembre-se, eu te avisei. - disse Tiberius.

- Espera, que porra de máquinas são essas? Eu nunca vi nenhuma. - disse Dupont.

- Ha, então talvez você não fosse um oficial superior como pensava, talvez você era apenas a
porra de um novato. - respondi e levantei.

Finalmente era a hora dos 13 episódios de Cosmos do Carl Sagan fazerem efeito.

Capítulo II: Coexistência


"Controle é uma ilusão."

- Elliot Alderson
Manhã de 24 de dezembro, Laboratório Rorschach, proximidades de Rutland, Vermont.

- Você tem certeza? - perguntei.

- Eu já lhe disse Hyman, eu nem sei de que porra o Tiberius está falando. Eu nunca ouvi
falar sobre manter os equipamentos usados em Montauk no Laboratório Rorschach. Mas,
se funcionar, boa sorte. Apenas tente não morrer. - respondeu Lynch.

Então eu desliguei o celular do Dupont. Nós já estávamos na estrada que adentrava à


floresta, estávamos bem próximos do Laboratório Rorschach, então quando eu devolvi o
celular do Dupont para ele, eu olhei para direita e lá estava o laboratório. Tiberius parou o
carro e então descemos dele.

Olhei ao redor e o lugar estava completamente vazio, não tinha nem sequer agentes
embaixo das árvores da floresta nos observando. Tiberius olhou de relance e entrou pelas
portas automáticas do laboratório, eu e Dupont seguimos ele até a recepção e notamos que
o local também estava completamente vazio.

Sem sinal de confronto nem nada, todos os móveis e objetos estavam em perfeitas
condições, e não havia nem sequer uma gota de sangue naquele tapete azul. E pelo visto,
nenhum buraco de bala na porra da águia-que-está-em-todo-lugar.

- É estranho voltar para cá depois de Atlântida. - comentou Dupont.

- É mesmo, Sherlock? - perguntou Tiberius.

- Só eu que notei que esse lugar está limpo e arrumado até demais à ponto disso armar
suspeitas para um massacre que provavelmente ocorreu bem aqui? - perguntei.

- Não Hyman, nós temos olhos também. - respondeu Tiberius.

No lado direito e esquerdo do meio da bancada da recepção tinha um corredor, então


decidi que Tiberius e Dupont iriam pelo corredor da direita e eu o da esquerda para
procurar por agentes.

- Isso tá estranho pra caralho. Vamos fazer o seguinte: vocês vão pelo corredor da direita e
eu pelo da esquerda para a gente procurar os agentes desse lugar.

- E os arquivos? - perguntou Tiberius.

- Você realmente acha que os arquivos que a gente quer estão no térreo? - perguntei.

Então, nós fomos nos corredores e não encontramos nada, apenas vários escritórios de
diversos agentes com computadores desligados e arquivos "inúteis", então eu notei que
ambos corredores nós levavam para um elevador, e então eu andei até ele.
Quando cheguei lá encontrei Dupont e Tiberius me esperando na frente do elevador. E nós
entramos no elevador em silêncio. E Tiberius apertou no último botão do elevador, o botão
do 5° andar subterrâneo, o andar dos cobaias.

- Sério? Nenhum comentário sarcástico? - perguntei.

- Estou sem ideias. - respondeu Tiberius.

Se não me engano a sala do Hughes ficava no 4° andar, é, pois é, os cobaias eram mais
importantes que a porra do diretor para o governo.

- Vocês acham que ainda tem cobaias lá? - perguntou Dupont.

- Não vejo motivo para eles ficarem aqui já que quem prendia eles nessa porra nem está
aqui. - respondeu Tiberius.

- Não. Acho que você não entende. Esses cobaias são mais importantes do que os agentes
que estavam aqui. - disse Dupont.

- Ha. - Tiberius riu rapidamente após o comentário de Dupont. E exatamente após a risada
dele, as portas do elevador se abriram.

O corredor estava devastado. As portas das salas dos cobaias estavam no chão e a porta
para a sala de testes estavam arrombada. Mas, do mesmo jeito que o térreo, sem corpos.

Começamos a andar pisando nas portas e olhando por dentro das salas dos cobaias, e elas
estavam totalmente vazias. Continuamos andando até entrar na sala de testes, o estranho, é
que lá, não havia danos, pelo menos nenhum dano aparente, nem sequer um arranhão, fora
a sua entrada.

Por dentro da sala de testes havia uma mesa de metal no meio e duas cadeiras, e do na sua
frente uma sala de controle com vidros à prova de balas, naquela sala havia 3 portas, sua
entrada, e uma para à esquerda e outra para à direita. As dos lados na verdade não eram
apenas uma porta, eram duas, mas você entendeu o ponto. As portas da direita nos levava
para mais salas de interrogatórios, inclusive foi lá que fui interrogado por Henderson.

- Para onde vamos? - perguntei.

- Lynch não te disse em que sala ficava a máquina? - perguntou Tiberius.

- Não. - respondi.

- Fica depois da porta esquerda. - respondeu ele.

Então, nós passamos pela porta. Assim que ela se abriu vi a vastidão da sala, não era uma
simples sala, era a porra de um depósito lotado de caixas. Esse depósito tinha pelo menos
500 metros de distância da entrada até o final, e logo do nosso lado direito estava a única
máquina que nós queríamos encontrar. Ela realmente aparentava ser velha, e ela também
parecia com um gerador, perto dela havia um painel, e desse painel nós poderíamos
controlar a máquina.

No seu lado esquerdo havia um propulsor e no seu lado direito uma espécie de entrada
metálica, e eu fiquei pensado "Será que eu vou ter que entrar nessa troço?". Mas, para a
minha sorte, eu não entrei na máquina. Tiberius foi imediatamente para o painel assim que
entramos na sala, então, eu e Dupont o seguimos e eu fiquei na frente do propulsor, o
observando, e Dupont foi observar a entrada metálica.

- Se eu fosse você eu saíria da frente desse propulsor, Hyman. - comentou Tiberius.

- O que diabos vocês vão fazer com essa máquina? - perguntou Dupont.

- Resgatar a minha filha. - respondi.

- Essa é a máquina que vocês estavam falando? A do tempo e de viagens interdimensionais?


- perguntou ele. - Vocês estão loucos?! Vocês sabem que isso pode causar um paradoxo, não
sabem?

- Quando falamos isso para você na universidade você não nos questionou. - respondi.

- Eu não sabia que vocês realmente estavam falando sobre máquinas reais de viagem no
tempo e de viagens interdimensionais. - disse ele.

- Bom, essa lata-velha pode nos fazer viajar no tempo e entre dimensões. - disse Tiberius -
Sendo que existe um fato engraçado sobre ele que muitos escritores de ficção científica não
usaram: ela faz as duas coisas ao mesmo tempo. Hyman, nos vamos para o seu 2011
alternativo. Agora saia da porra da frente do propulsor.

Me aproximei de Tiberius e ele bateu no painel, o propulsor começou a girar, e a entrada


metálica começou a se esquentar tanto que Dupont deu um pulo para trás e mexeu as mãos
e se aproximou da gente. O propulsor estava criando uma espécie de raio azul e rosa, sendo
que o rosa era apenas a circunferência do raio, e quando esse raio foi lançado para fora da
máquina e acabou criando um portal, o rosa desapareceu.

O portal girava lentamente e Dupont se assustou.

- QUE PORRA É ESSA?! - gritava ele.

- O nosso próprio buraco de minhoca. - respondi.

Suspirei e comecei a me aproximar do portal, com a minha mão direita, o atravessei


lentamente.

- Que estranho. Ele parece mais denso que os de Atlântida, sem contar que ele não é nem
invisível. - comentei.

- Lynch me disse que isso foi para que os cientistas pudessem ver onde o portal estava, pois
outros experimentos poderiam, meio em que... intervir no portal sem querer. - disse
Tiberius.

E então, eu atravessei pelo portal por completo, e lá estava eu, de volta ao corredor branco
que mudou a minha perspectiva de realidade. Logo após eu atravessá-lo, Tiberius e Dupont
vieram atrás de mim.

Tirei o revólver da minha jaqueta e o entreguei à Tiberius, e ele o destravou.

- Em qual das salas ela está? - perguntou Dupont.

- Acho que nessa. - apontei para à porta da sala à nossa esquerda, a porta mais próxima da
gente.

Então, me aproximei do vidro retangular da porta, e encostei meus olhos nele e comecei a
olhar, e lá estava ela, ela e o seu calendário.

- Ela está aqui. - comentei. - Se afastem.

- Espera, o que você vai fazer? - perguntou Tiberius.

E então eu chutei a porta e ela arrombou.

Minha filha se levantou parcialmente de relance, e olhou para mim, seus pés estavam
perfurados, eles tinham uma espécie de pregos. E notei na hora que ela não podia andar, e a
peguei pelos braços. Quando eu fui sair da sala, um guarda apareceu e Tiberius atirou na
cabeça dele, e algo muito estranho aconteceu, o portal, que praticamente estava na parede
ao nosso lado, foi para o fim do corredor onde o guarda tinha acabado de morrer.

- Mas que porra...? - perguntou Tiberius.

E então mais guardas começaram a aparecer por onde o primeiro guarda morreu, mas
parecia que eles não notavam que um portal estava lá, eram pelo menos 5 guardas
apontando revólveres para à gente. E sem contar que Tiberius continuou apontando o meu
revólver para eles, e é claro, quase como sempre, a tensão reinava no ar.

- Eu me lembro de você, você é Hyman LeBarton, certo? - falou o velho guarda da frente que
parecia comandar eles.
- Sim. - respondi.

- Você esteve aqui alguns dias atrás, eu me lembro. - disse ele.

- Eu me lembro também. - comentei.

- Mas você tinha morrido, como você está aqui agora...? - perguntou ele.

- Essa não é a questão, a questão é: você vai me deixar passar ou não? - perguntei.

- Senhor... eu sinto muito, mas, eu não vou puder deixar você passar. - respondeu ele ao
destravar o seu revólver.

A primeira rajada de balas veio com violência, mas, minha filha, à tempo, levantou sua mão
e às parou no ar. E os guardas continuaram à atirar, e Tiberius começou à atirar neles, mas
algumas de suas balas ficavam presas na proteção de Katy.

Foi nesse momento que as coisas realmente ficaram estranhas pra caralho, o mundo ao
meu redor começou a piscar e avançar e voltar no tempo como se fosse uma luz com
defeito. Uma hora eu estava no meio de um tiroteio e na outra eu estava em um campo
aberto de plantações de trigo com o corredor que eu estava, destruído. E então fui
avançado com a minha filha, em meio dessas distintas realidades.

E então as piscadas começaram a ficar mais rápidas e eu aumentei a velocidade dos meu
passos

- Vamos! VAMOS! - gritei.

Tentei aumentar mais ainda a velocidade dos meus passos, mas a tentativa parecia inútil.
Eu estava praticamente à 3 metros do portal, eu já tinha atravessado às balas dos guardas
pelo meio das piscadas interdimensionias, mas... ela desapareceu e as piscadas acabaram. E
lá estava eu, Tiberius e Dupont, de volta ao depósito subterrâneo do Laboratório
Rorschach.

- NÃO! NÃO! NÃO PORRA! - gritei. - ERA A NOSSA ÚNICA CHANCE! PUTA QUE PARIU! NÓS
TINHAMOS QUE SALVÁ-LA, PORRA! POR QUÊ CARALHOS VOCÊ NÃO TROUXE A PORRA DE
UMA PISTOLA, DUPONT?!

- EI, EI! Você perdeu a filha, dessa vez, mas talvez tenha outra máquina dessas por aí. E por
quê você está tão puto com isso, foi você que concordou matar mais de 200 milhões de
pessoas! - respondeu ele.

Dei um soco muito forte na cara de Dupont depois que ele disse isso. Tão forte, que ele caiu
no chão, e quando fui me aproximar para chutar ele, Tiberius me segurou.
- SEU FILHO DA PUTA! SEU PEDAÇO DE MERDA! FOI TUDO A PORRA DA SUA CULPA! -
gritei.

- AH É?! NO MÍNIMO NÃO FUI EM QUE CONCORDEI NO COMEÇO EM MATAR 200 MILHÕES
DE PESSOAS TRANQUILAMENTE! EU TENHO CERTEZA QUE ESSAS 200 MILHÕES DE
PESSOAS VALEM MAIS QUE A PORRA DA SUA FILHA! - gritou ele, no chão.

- VOCÊ NÃO ENTENDE! - gritei, e então tentei me acalmar. - A humanidade não merece
prevalecer, mas minha filha merece.

Depois de eu falar essa frase Tiberius me soltou.

- Sabe qual é a parte fudida, Dupont? Hyman está certo. - disse ele. - Agora é o seguinte,
Hyman, tem uma parte que Dupont também pode estar certo, pode existir várias máquinas
dessas ao redor do mundo. Mas, veremos isso depois, agora vamos logo pegar a porra dos
arquivos e sair daqui.

Dupont levantou e todos nós fomos vasculhar os arquivos que estavam no depósito, tudo
estava lá, o diário do Dupont continha a maioria das coisas necessárias para assustar o
mundo, e é claro, a opnião dos cientistas da NSA e as classificações da mesma para que o
que estava acontecendo em Atlântida, sem contar o estudo da mitologia romana e etc.
Pegamos tudo isso em caixas e saímos do laboratório, e lá fora notamos uma coisa bem
interessante, já estava de noite, provavelmente viajar no tempo leva horas, e então botamos
as caixas no carro e a nossa viagem para Boston começou.

Manhã de Natal, Boston, Massachusetts.

A famosa manhã de Natal não tinha neve, por algum motivo. E graças ao transito de Boston
chegamos na casa de Luke Tremblay depois de mais de 3 horas de viagem. Sua costa ficava
perto da baía de Boston, então podíamos ver um rio, não lembro o nome dele, acho que era
Charles, ou algo assim.

E quando estávamos entrando em Boston, Lynch me ligou e me deu o endereço para a casa
do Tremblay, e me falou que ele era o editor do The Boston Globe.

Fui o primeiro a descer do carro, e quando desci fiquei olhando os meus arredores, a casa
de Tremblay era diferente das outras casas da rua, ela era mais moderna, mais sofisticada.
A casa de Tremblay era cinza, tinha uma garagem preta, e janelas com cortinas modernas
também pretas, e é claro, uma porta preta, a cor de sua casa me lembrava a cor do
amanhecer com ar fresco de uma noite chuvosa.

Tiberius e Dupont desceram do carro e me seguiram naquele chão de entrada sofisticado e


cinza no meio de uma grama mais verde do que a do seu vizinho, e quando eles se
aproximaram de mim, eu bati naquela porta com um grande número "82" de prata.
E Tremblay, quase que imediatamente, abriu a porta, como se ele já estivesse do outro lado
dela.

- Err, Hyman, Tiberius e Dupont? - perguntou ele.

- Sim. - respondi.

- Cadê os arquivos? - perguntou ele.

- Eles estão no carro. - respondeu Tiberius.

- Hm. Tragam eles para cá.

Ele disse isso e entrou novamente dentro de sua casa, enquanto pegávamos os arquivos, e
ele deixou a porta aberta para entrarmos. Não lembro exatamente o número de caixas que
levamos, mas foram mais de 10, eu acho. Entramos na casa com arquivos e olhamos ao
redor no corredor da entrada e vimos que ele estava no seu quarto, nesse caso, no corredor
à direita, seu corredor tinha vários retratos e era bem grande, nesses retratos tinha fotos
dele com prêmios, amigos e etc, e então começamos à ir e voltar com os arquivos até que
não restou nenhum arquivo no carro, e nós o fechamos e fomos de vez para o quarto de
Tremblay.

Quando chegamos lá ele estava sentado em sua cadeira giratória perto do seu computador,
do lado de sua cadeira havia sua cama e do outro, outra cadeira giratória, eu e Dupont
sentamos na cama, e Tiberius foi para a outra cadeira.

- O Lynch me disse que vocês tinham uma carga bem pesada, o que tem nos arquivos? -
perguntou Tremblay.

- Informações sobre umas operações da NSA, o nome de cada agente, a verdade sobre suas
contróversias, e uma expedição em especial que pode simplesmente levar o mundo à um
colapso religioso. - respondi.

- Ha... o que vocês acharam? Deus? - perguntou ele.

- Algo maior que isso. - respondi.

- Hm... parece interessante, já que Lynch me disse que a NSA vai ser destruída quando esses
arquivos forem vazados e ele também me disse que os Estados Unidos iria ser destruído
por causa deles, essa porra é tão séria assim? - perguntou ele.

- Você não tem ideia. - respondeu Tiberius.

- Ok, ok. Então, acho que vocês já estão prontos para fazer os seus depoimentos. Então, qual
de vocês é o Tiberius? - perguntou Tremblay.
- Eu. Eu sou o Tiberius. - respondeu Tiberius.

Nós passamos praticamente duas horas lá, 1 hora para cada depoimento, Tiberius falou
sobre os arquivos antigos, Projeto Montauk e etc. Já eu, falei sobre a expedição em
Atlântida, o diário do Dupont, e o massacre cometido por Henderson na Torre de Júpter.

- Caralho. Essa merda é bem mais pesada do que eu pensava, é, realmente o mundo inteiro
vai entrar em colapso por causa disso e todos os países vão se voltar contra o nosso
querido governo. - disse Tremblay.

- Agora é a vez do Dupont. - avisei.

- Dupont? Quem é Dupont? - perguntou Tremblay.

- Você tem alzheimer? - perguntei. - Dupont era o cara que tava sentado do meu lado bem
aqui na sua cama.

- Do que você está falando Hyman? - perguntou Tremblay - Não tinha ninguém aí.

Ele tinha desaparecido, desaparecido tão bem quanto a população de Hiroshima em 1945.

- Ninguém? Eu, Tiberius e Dupont, nós 3 viemos pra porra do seu quarto. - respondi.

- Do que você está falando? Nós viemos aqui sozinhos. - disse Tiberius.

- Ha-ha... não vou cair nas suas mentiras, Tiberius, eu vou procurar por ele lá fora.

Antes de eu sair da casa do Tremblay, dei uma boa olhada nos seus corredores, e todas as
portas estavam trancadas. Então, decidi me aproximar do carro, pra dar uma olhada dele.
Geralmente quando ficamos muito tempo sentados nos bancos de um carro, nosso corpo
deixa uma marca amassada neles, não é? Então, os bancos da frente, que era onde eu e
Tiberius estávamos, estavam amassados, mas o de trás, só estavam amassados no lado
direito e esquerdo, os lados onde estavam os arquivos, mas o meio, onde Dupont estava,
não estava amassado...

E então Tiberius saiu da casa e me encontrou perto do carro, e acabou me chamando pra
conversar por cima da grama mais verde da cidade.

Fui me aproximando dele e comecei à questioná-lo.

- Que porra é essa? Cadê o Dupont? - perguntei.

- Eu suponho que você já viu pelas marcas dos bancos do carro. - respondeu ele.

- Você está mentindo para mim. Ele estava bem aqui, ele estava com a gente, ele estava do
meu lado na cama do Tremblay. Nós até buscamos ele ontem de madrugada na casa dele no
Maine.

- Maine? Nós não fomos para o Maine, de que porra você está falando, Hyman? Nós fomos
para Maryland, você disse que tinha negócios pendentes lá e matou uma família na minha
frente. - disse ele.

- Não, não, não. Nós fomos até a casa dele, você não se lembra? Como você não se lembra do
Dupont? Ele era um dos membros da expedição em Atlântida. - perguntei.

- Hyman, você foi naquela expedição sozinho, não tinha mais ninguém lá, de que porra você
está falando?! - perguntou ele.

- Meu Deus, você está enlouquecendo... você pelo menos lembra do Herman Eichmann? Do
Francis Drant? - perguntei.

- Francis Drant? Francis Drant morreu em 1989, que porra você tem haver com ele? -
perguntou ele.

- Não... você está mentindo... VOCÊ ESTÁ MENTINDO! SEU PEDAÇO DE MERDA! CADÊ O
DUPONT?! - gritei.

Ele não me respondeu. Então, com uma fúria incontrolável eu corri até ele e dei um soco no
rosto dele. Mas foi aí, que a surpresa realmente apareceu, os meus arredores viraram um
corredor de vidro, e o seu fim, onde estava Tiberius foi quebrado e abriu um espaço para
uma vastidão escura, o resto do vidro do corredor começou a raxar, então eu olhei para
trás, e para a minha surpresa, o outro lado do corredor era o Lago Baikal, na Sibéria. E
então, fui andando até à Sibéria, e quando sai do corredor e olhei para trás, ele não estava
lá. E quando olhei para frente novamente, uma versão mais jovem de mim, vestindo os
trajes dos cientistas de campo da NSA e coberto de neve estava olhando para mim.

- Ele estava mentindo? - perguntei à uma certa distância.

- Não. Sua mente guarda bem os seus segredos obscuros, Hyman. Mas, por algum motivo
ela deixou você descobrir a verdade. - disse ele.

- Então eu estava sozinho? Naquele tempo todo em Atlântida eu estava sozinho? -


perguntei.

- Ele aparecia algumas vezes para você não era? Ele e Vholemor. - perguntou ele.

- Vholemor... eu não ouço esse nome já faz um tempo...

- Certamente, pois esse nome não é mais importante agora. Faça o que Lynch disse, é a
única maneira do mundo saber a verdade. O colapso será imenso, mas valera à pena. -
continuou ele.
- E o que a NSA escondeu aqui? - perguntei.

- Eu não sei. - respondeu ele. - Cabe à você, descobrir isso.

- Eu não tenho tempo para isso. Meu país vai explodir.

- Certamente, mas você não será uma de suas próprias vítimas. Você viverá Hyman. -
respondeu ele.

- Quem é você?

- Digamos que eu sou o seu subconsciente, no mínimo por enquanto. - respondeu ele.

- Eu preciso de mais informações.

- Ainda não, você não está pronto.

- EU PRECISO! EU PRECISO SABER DE TUDO!

- Acredite em mim, é melhor você não saber. - respondeu ele.

- SEU FILHO DA PUTA! - gritei.

Corri para cima dele e pulei nele, e fiquei socando ele por cima do chão gelado do Lago
Baikal.

- VOCÊ NÃO ENTENDE NÉ?! - gritou ele.

Ele me empurrou para o lado, e eu sai de cima dele. E então, ele sacou uma pistola, a mesma
pistola que eu tinha usado para matar aqueles oficiais russos naquele mesmo dia.

E então, eu me aproximei dele, e botei o cano da pistola na minha testa.

- O que te impede? - perguntei.

- Tem muito mais verdade por trás disso, mas nós precisamos trabalhar juntos, então,
concordo com você, sem mais mentiras. - respondeu ele.

- Eu disse informações e não mentiras. - respondi.

- Apenas acorde, Hyman.

Após ele dizer isso, ele apertou o gatilho, e lá estava eu de volta à Boston. Quando eu voltei
para Boston, eu estava com o punho na bochecha, observando a vizinhança pela janela
fechada do carro. E Tiberius estava dirigindo. Finalmente, era a hora da parte final do
plano.
Capítulo 3: O Fim do Começo
"Nunca se comprometa, nem mesmo na face do Armagedon."

- Rorschach.

20:10, Burlington, Vermont.

O plano de Lynch tinha começado à fazer efeito. Ele tinha ligado para mim enquanto eu
estava voltando para Burlington, ele disse que Henderson e Hughes iam se encontrar no
restaurante chinês Coelho de Vermont, e então Tiberius parou o carro perto de uma loja de
televisões no mesmo quarteirão do restaurante, e lá, nós vimos o primeiro efeito do plano
do Lynch.

O jornal de Vermont, ou talvez todos os jornais americanos estavam falando sobre aquilo.
Era 20:10 nos Estados Unidos, então era umas 11 horas, por aí, no Japão, e para a surpresa
do mundo, o jornal de Tóquio da hora do almoço publicou uma parte das informações que
estavam nos arquivos que eu e Tiberius tinhamos entregado à Tremblay. Os arquivos que
foram publicados lá, foram os arquivos do Projeto Montauk, e o mundo ficou enojado com
os Estados Unidos pelo seu uso de crianças como cobaias em experimentos tão "nefastos",
digamos assim. A ONU exigiu resposta direta do presidente Bill Clinton, que estava se
preparando naquele exato momento para uma conferência. E logo após essa notícia
escandalosa pra caralho, soltaram outra notícia, que Luke Tremblay tinha sido assassinado
por um patriota chamado Caleb Hawking, enquanto ele estava fazendo o seu discurso sobre
o assunto em Boston, já que o jornal responsável pela publicação dos arquivos tinham
revelado que Luke Tremblay foi sua fonte.

- Esse foi previsível, claro que ele iria morrer. - comentei.

- É, isso foi previsível até demais. Mas, com certeza ele entregou os arquivos para vários
jornalistas ao longo do mundo. - respondeu Tiberius.

- Como caralhos ele fez isso em 12 horas? - perguntei.

- Lembre-se: Lynch é a porra do patrão dele. Aquela porra pode fazer tudo. - respondeu
Tiberius.

Depois disso, nós atravessamos o quarteirão pela rua ao nosso sudoeste e fomos para a rua
do restaurante.

- Então, eu vou ficar aqui fora com o carro e você vai entrar e matar eles, é isso? - perguntou
Tiberius.

- Aham, mas antes traga o carro para cá. - respondi.


- Beleza.

Eu esperei até ele trazer o carro para a frente do restaurante, enquanto eu ficava encostado
na parede do lado da entrada dos funcionários. Quando ele chegou, e parou o carro ali
mesmo, ele saiu do carro e ficou encostado no outro lado dele, enquanto eu entrava
imediatamente no restaurante pela entrada dos funcionários. Ah, esqueci de te contar um
detalhe importante: na mesma ligação em que o Lynch me avisou que eles estariam nesse
restaurante, ele também me avisou que me conseguiu um emprego de garçom lá, para eu
matar eles vestido de garçom, é, é só isso mesmo.

Assim que entrei pela entrada do garçom, notei que ela tinha me levado para cozinha,
resumindo, era praticamente uma porta do lado de fora para a cozinha do restaurante.
Tinha alguns asiáticos trabalhando lá, bom, a maioria era asiático, acho que eram uma
família, pois eu já tinha ouvido que o dono daquele restaurante trabalhava com sua família
inteira. Bem, de qualquer forma, assim que eu entrei na cozinha um homem se aproximou
de mim, perguntando quem eu era.

- Quem é você? - perguntou ele.

- Você conhece o Lynch? - perguntei.

- Ah, então o senhor é o Hyman LeBarton? - perguntou ele.

- Não, eu sou o Batman.

- Hm, por favor, me siga, sr. LeBarton.

Nós não demos nem 20 passos, e ele já tinha parado, logo na frente dos banheiros dos
funcionários, então ele passou por uma porta à esquerda da porta do banheiro, e voltou
depois de uns 15 segundos com uma roupa de garçom, e apontou para a porta do banheiro,
eu peguei as roupas que estavam na mão dele e entrei no banheiro. Lá, eu troquei de roupa,
e pus a roupa de garçom, sai do banheiro segurando minhas roupas normais e sai do
restaurante pela mesma porta que entrei, e enquanto Tiberius estava encostado no outro
lado do carro, ele tinha deixado a janela de motorista aberta, então eu joguei minhas roupas
lá dentro e voltei para o restaurante. Ah, um fato interessante sobre aquela noite, diferente
das outras noites que estavam com um clima meio, estranho, digamos assim, essa noite
estava nevando.

Quando eu entrei novamente, vi uma bandeja em cima de um dos balcões da cozinha, cheia
de taças com coca-cola, então eu a peguei com a minha mão direita, e fiquei andando "estilo
garçom", sabe? Assim, que realmente, entrei no restaurante com a bandeja e sai servindo as
taças para as pessoas das mesas, vi que na mesa logo atrás do vidro da entrada do
restaurante, estava Henderson e Hughes, Hughes estava de costas para o vidro e estava
tentando cortar um bife, enquanto Henderson estava comendo perfeitamente, e ambos
estavam de ternos.

Fui me aproximando cautelosamente deles, e tive sorte já que Hughes estava concentrado
no bife e não estava olhando para frente. E foi aí que eu tirei o meu revólver do bolso de
trás da minha calça com a minha mão esquerda, mas, teve um problema: uma mulher viu o
revólver, e começou a gritar histericamente. E Hughes acabou levantando sua cabeça e
olhando para mim, e então, já que eu não tinha muito tempo para uma estratégia ou algo
assim, atirei no pescoço de Hughes, bem onde estava o pano para ele não se sujar, esse
pano acabou ficando vermelho, Hughes botou a sua mão no seu pescoço e notou que bem,
sua vida já tinha terminado, e tinha mesmo porquê no mesmo segundo ele caiu para trás
com a cadeira. Já Henderson, foi se virar tirando a sua pistola do bolso do seu terno, mas eu
botei o meu revólver no seu ouvido e atirei, e quando ele ia caindo para o lado direito junto
com cadeira... por algum motivo, notei que um tiro pelo ouvido não era o suficiente para
ele, e guardei o meu revólver e peguei o corpo dele pelos meus braços e sai dali.

Assim que sai do restaurante, lá estava Tiberius, brigando com um cara, até que ele deu um
soco tão forte no cara que ele caiu na neve e Tiberius ficou chutando ele. Eu me aproximei
um pouco dos dois e vi que o homem que Tiberius estava espancando tinha um bigode e
um cabelo curto e preto, e por mais que comum essa combinação seja, ele me parecia
familiar.

- Quem é esse cara? - perguntei.

- Apenas um bêbado que me deu um soco. - respondeu ele, ainda chutando o cara no chão.

Ignorei isso naquele momento, e me aproximei do porta-malas do carro e botei o corpo do


Henderson lá e o fechei.

- Vamos sair daqui ou não? Eu acabei de matar duas pessoas, sabe? - perguntei.

- Ok, ok. Acho que esse cara já foi chutado o suficiente. - respondeu ele, parando de chutar e
indo para o lado do motorista enquanto eu ia para o lado do bêbado no chão para entrar no
carro.

- Onde estão as minhas roupas? - perguntei.

- No banco de trás. - respondeu ele.

Então, eu fui para o banco de trás por dentro do carro para me vestir lá mesmo, e Tiberius
começou a dirigir.

- Para onde vamos? - perguntei.


- Vamos para Keeler Bay, em South Hero. - respondeu ele.

- Vamos fazer o quê lá? - perguntei.

- Comemorar. - respondeu ele.

- Com o quê? - perguntei.

- Dá pra parar de fazer perguntas? Com Jack Daniel's é claro. - respondeu ele.

Keeler Bay, South Hero, Grand Isle, Vermont.

Nós tinhamos chegado em South Hero há uns 5 minutos e já estávamos bebendo garrafas
de Jack Daniel's, na minha opnião, o melhor whiskey do mundo. Eu apenas não entendia
muito bem o que estávamos comemorando, pois tinhamos acabando de selar o destino do
nosso país, mas acho que no fundo os Estados Unidos mereceu. Estavamos encostados em
cima do porta-malas do carro, praticamente bebendo whiskey em cima da porra de um
corpo morto, novas experiências eu suponho.

Naquela noite ficamos observandos os vagalumes da baía, e ouvindo os vários grilos da


região, nossa parte no plano de Lynch finalmente tinha acabado, mas, aquilo não era o
suficiente.

- É isso? Acabou? - perguntei.

- É, eu também estou achando isso entediante pra caralho. Mas, eu tive uma ideia. -
respondeu Tiberius.

- Qual? - perguntei.

- Que tal irmos para Boston de manhã, para ver o caos que vai acontecer quando aqueles
arquivos forem publicados. - respondeu ele.

- Ha-ha, aaaaaaaaah, vai ser engraçado pra caralho.

- E o que vamos fazer com o corpo do Henderson, afinal? - perguntou Tiberius.

- Talvez se livrar dele, ou não... não sei. - respondi.

- É meio bizarro beber em cima do corpo do seu irmão morto, mas beleza. - respondeu ele.

Manhã, 26 de dezembro, Storrow Dr, Boston, Massachusetts.

Acredite ou não, de 4 da manhã, isso mesmo, de 4 da manhã Tiberius me acordou para ir


para Boston, bom, eu já estava dormindo dentro do carro mesmo, mas... 4 da manhã? Sério?
Bom, de qualquer forma, eram 7 da manhã quando estávamos na Storrow Drive perto da
casa do Tremblay, o engarrafamento era grande pra caralho, porquê estava acontecendo
um protesto ali, várias pessoas queriam invadir a prefeitura, mas para isso, teriam que
andar à pé até lá. Eu ouvi uns motoristas conversando perto do nosso carro e deu para
entender como Tremblay tinha publicado os arquivos nos Estados Unidos. Foi uma
sequência de publicação em vários jornais matinais. Primeiramente no de Washington D.C.
e logo depois no de Nova York, e assim foi a sequência, foi assim até todos os estados terem
pelo menos um jornal que tenha publicado partes dos arquivos da NSA e o meu depoimento
e do Tiberius.

O protesto estava tão violento, que mesmo ainda não tendo chegado na prefeitura, naquele
momento, a polícia já estava confrontado os protestantes. Tiberius riu disso, e eu ri
também, era praticamente entretenimento. Você deve estar pensando algo tipo "Você rir de
protestos violentos?", o que eu tenho à perder com isso? Huh? É, pois é, nada.

Tiberius tocou no meu ombro, e eu virei minha cabeça para ele, e ele falou:

- Você realmente quer assistir essa porra daqui? - perguntou ele.

- O que você tem em mente? - perguntei.

- Essa porra vai ficar parada até de noite, pega as garrafas do porta-luvas. - respondeu ele.

- Espera, tem garrafas de Jack Daniel's na porra do porta-luvas? - perguntei.

- Aham, agora pega elas e vamos sair daqui. Quero ver esse protesto mais de perto. -
respondeu ele.

E foi o que eu fiz. Eu abri o porta-luvas e peguei uma garrafa com uma mão e abri a porta do
carro com a outra. E é claro, assim que eu abri a porta, com a outra mão eu peguei a outra
garrafa, sai do carro e fechei a porta com um chute. E então, eu e Tiberius começamos a
andar no meio daqueles carros e eu entreguei a garrafa dele para ele, e começamos à beber
ali mesmo, assistindo o confronto da polícia entre os protestantes. Foi até engraçado
quando um dos carros que estavam bem pertos de onde estava rolando o confronto,
acelerou e atropelou algumas pessoas, enquanto ambos manifestantes e policiais batiam no
carro.

Vi de relance, um homem do protesto segurando uma placa com a foto do Luke Tremblay
escrito "Novo Messias". Já outro com uma placa do mesmo tipo com a mesma foto sendo
que estava escrito "Falso Profeta" na placa dele. Pois é, protestantes com ideologias
diferentes mas com objetivos semelhantes brigando com a polícia. O negócio estava tão
fudido assim mesmo.

Até que um dos protestantes jogou uma pedra que bateu de relance no rosto de Tiberius, aí
ele se aproximou de um carro e bateu nele com a garrafa do Jack Daniel's e foi para o lado
da avenida que estava acontecendo o protesto e enfiou ela na garganta do cara que tinha
feito aquilo. E eu fiquei observando tudo aquilo ali, pensando: eu descobri o berço do
mundo, viajei em realidades, vi uma bomba atômica explodir e fui pro futuro para estar
nessa porra?

E então, soltei a garrafa, e atravessei para o outro lado da avenida, e toquei no ombro do
Tiberius no meio do confronto, ele olhou para mim enquanto socava um cara, e eu sinalizei
com a mão direita para ele vim para onde eu tava. Ele veio, e nós voltamos para o outro
lado da avenida.

- Eu descobri o berço do mundo, viajei em realidades, vi uma bomba atõmica explodir e fui
para o futuro para ver essa porra? - perguntei.

- E garantiu a morte de mais de 200 milhões de pessoas. - respondeu ele.

- Sério que você tá me lembrando disso? - perguntei.

- Ok, ok. Eu paro. - respondeu ele. - Mas, falando em visões, a primeira visão que você teve
foi aquela de um rei cinza rindo em um trono de ferro, não foi? Ela é clássica demais.

- Err, não. Para a falar a verdade: a primeira visão que eu tive foi quando eu fui na caverna
que eu achei o mapa de Atlântida. - respondi.

- Espera aí, você teve uma visão lá? - perguntou ele.

- Aham. Eu lembro que quando eu tava fazendo rapel para descer na caverna, eu tive uma
visão em que eu estava na estrada com o corpo morto do Henderson em um buraco e o
corpo de Tiberius na terra do lado de uma floresta, e então um policial apareceu e disse
para eu me render e etc, e então eu ouvi um barulho de um trem e eu fui fugir e ele atirou
em mim. E quando eu fui me rastejando para fora da estrada onde estava o corpo do
Dupont, Dupont se levantou e me jogou na estrada, e o trem acabou me acertando. -
respondi.

Ele começou à rir.

- Ha-ha... seu gênio da porra... nós podemos usar essa visão para evitar tudo isso, como
diabos você não me disse isso antes? - perguntou ele.

- Espera aí, você está me falando que a gente pode voltar no tempo para quando rolou
aquela visão e evitar tudo isso? - perguntei.

- Aham. Já que agora você sabe que não tinha ninguém com você naquela caverna, você
pode rasgar o mapa e falar que não achou nada lá. - respondeu ele.

- Ha... nossa. - respondi.


- Vamos para o carro, agora. - disse ele.

Tarde, Green Mountain National Forest, proximidades de Manchester, Vermont.

Nós passamos o dia inteiro procurando aquela maldita estrada. Passamos boa parte da
tarde procurando ela na floresta de White Mountain, e antes de irmos para lá, estávamos
procurando na floresta de Balsam Lake. Até que notamos que a resposta estaria na única
floresta de Vermont, a floresta de Green Mountain, perto de Manchester.

Quando estávamos passando pela estrada de Green Mountain, eu estava pensando no que
Tiberius tinha dito, nós literalmente iríamos voltar no tempo reencenando uma visão
estranha que eu tive. No caminho até a floresta de Balsam Lake eu perguntei para ele se não
era mais simples apenas voltar para a caverna que ficava em White Mountain em New
Hampshire, mas ele disse que não, tinhamos que reencenar no LOCAL em que eu estava
durante a visão. E foi isso que fomos fazer lá.

O mundo estava a beira da porra de uma guerra total, da tão temida Terceira Guerra
Mundial, e lá estava eu e Tiberius, prontos para reencenar a porra de uma visão. O
engraçado é que eu pude ver bem de perto os danos causados pela sequência de
publicações do Tremblay. A sequência foi chamada de "A Grande Nação", e não, não pense
que foi um jornalista ou um cidadão qualquer deu esse nome à ela, essa porra estava no
próprio testamento do Tremblay. Que, aliás, só tinha esse desejo. Pelo que eu tinha visto
nas televisões, Washington não tinha protestos tão grandes daquele jeito desde os
protestos contra à Guerra do Vietnã.

Tiberius estava até ansioso para reencenar a minha visão, já eu, sabia que iria ser
atropelado pela porra de um trem para a viagem no tempo ser feita. Ah, e aliás, Tiberius
tinha me dito que assim que reencenassemos o corpo de Henderson, do Dupont, e o que eu
fiz na visão, o policial imediatamente apareceria, e é claro, o trem viria logo atrás dele.

Mas, tinha um problema nisso tudo, eu teria que imaginar o corpo de Dupont no chão da
floresta, até que Tiberius me falou que talvez aquele corpo nunca foi nem do Dupont, então
assim que chegamos lá eu tive que descrever ele.

Paramos o carro no meio da estrada, e do nosso lado esquerdo havia a floresta Green
Mountain, e do direito, Manchester, que ficava perto dali. E então, saimos dele, e eu fui
pegar o corpo de Dupont no porta malas, e quando eu abri ele, tinha uma pá no porta-malas
também, e o corpo do Henderson estava fedendo pra caralho.

Então, eu levei o corpo do Henderson para o lado direito da estrada, onde estava a floresta,
e o soltei ali mesmo na terra. E logo atrás de mim, vinha Tiberius com a pá, quando ele
chegou na minha frente, ele a entregou para mim. E então, eu comecei a cavar um buraco.
- Nossa, é tão difícil de acreditar assim que tudo isso vai acabar agora? - perguntou ele.

- Não fale assim, lembre-se dos filmes clichês. - respondi.

- Ha-ha. Aaaaaah, acho que agora completei o ritual dos filmes clichês. - disse ele.

- Legal, agora vai aparecer a porra do Godzilla nessa estrada. - respondi, ainda cavando o
buraco.

- Quem sabe aparece até o Michael Myers. - disse ele.

- Pfft, não é nem halloween. - respondi.

- Ei... como é que vamos fazer o Dupont? Eu vou ter que imaginá-lo? - perguntei.

- Não, não. Eu me transformo nele, você só precisa descrevê-lo. - respondeu ele.

- Pode ser agora?

- Claro.

- Ok, ok. Ele tem mais ou menos 1 metro e 80. Ele é negro. Ele tem cabelo, mas não é tanto
assim, sabe? O cabelo dele é... bom... é pequeno, digamos assim.

- Típico cabelo de afro-americano? - perguntou Tiberius.

- Eu tô tentando não ser rascista aqui. - respondi. - Bom, de qualquer forma, ele não é
musculoso, mas também não é magro nem gordo. Quando eu conheci ele, ele tinha um
bigode fino, mas, da última vez que eu o vi, ele estava de barba raspada.

- Ele tem um nariz normal, nem fino, e nem aqueles narizes de batatas. E... seus olhos eram
castanho-escuro, e seus dentes eram brancos, brancos normais, não daqueles de modelos
que eram bonitas mas agora estão drogadas.

- Entendi. - respondeu ele. - Hm, acho que isso já é o suficiente. Se vira e continua cavando
que eu vou tentar me transformar nele.

Eu me virei, e mais ou menos depois de 5 segundos, eu me virei para ele de novo, e


praticamente a porra do Dupont estava do meu lado.

- É tipo isso? - perguntou ele.

- Aham, ele era exatamente assim. - respondi. - Mas... você não tem a roupa que ele estava
usando durante a minha visão.

- Roupas não são um detalhe tão importante assim. - respondeu ele.


- Que estranho, porquê o Henderson tá igualzinho como ele tava na minha visão. -
comentei.

Então, ele deitou no chão, do lado da cova do Henderson.

- Err... a cova tem que ser profunda como na minha visão ou ela pode ser rasa mesmo? -
perguntei.

- Ela tem que ser exatamente como era na sua visão. - respondeu ele.

- Aaaaaah, ok.

Continuei cavando por uns 8 minutos, por aí. E quando vi que a cava já estava profunda o
suficiente, eu segurei a mão de Tiberius, e o puxei até a cova, e então eu o soltei, e ele caiu
nela. A partir daí, eu me aliviei, pois sabia que o meu trabalho já estava quase pronto, já
estava bem no finalzinho. Então, de acordo com a minha visão, eu acordei deitado no meio
da estrada, então foi isso que eu fiz, fui no meio da estrada, e deitei.

Fiquei com a cara no asfalto por uns 2 minutos, e nada acontecia. Eu fiquei olhando para o
Tiberius nesses 2 minutos, e ele não mexia um músculo. Tudo estava igualzinho ao meu
sonho, tirando alguns detalhes como o carro e a roupa do Tiberius. E, bem, quando um lado
do meu rosto já estava ficando marcado pelo asfalto, eu me levantei. E fui olhar o fim da
estrada, vê se alguém ou alguma coisa aparecia, e então Tiberius levantou de relance.

- Ei! Que você tá fazendo? - perguntou ele.

- O cara ainda não apareceu. - respondi.

- O policial? - perguntou ele.

- Aham. Sem contar que ainda tá de tarde, nem noite é ainda. - respondi. - E nem sequer tem
neblina nessa estrada.

E então, quando eu forcei um pouco mais a minha vista, vi algo se aproximando lá no fim da
estrada, era uma van. E então, eu notei na hora, que aquilo não se tratava de um policial, é
claro. Se tratava da porra de uma van da NSA. Que estava com vindo com sede de vingança
pelos arquivos de A Grande Nação.

- MERDA! MERDA! - gritei.

- O que foi? - perguntou Tiberius.

- ESSA PORRA NÃO É UMA VIATURA POLICIAL! É A PORRA DE UMA VAN DA NSA! - gritei.

Ele levantou na hora, quase que instantaneamente, e se aproximou de mim para olhar se eu
estava falando a verdade, e se realmente era uma van da NSA, e advinha...

- MERDA! PORRA! É realmente a porra de uma van da NSA! VAMOS SAIR DAQUI AGORA! -
gritou ele, saindo da estrada e quase entrando na floresta, acenando para um seguir ele.

- EI! EI! AINDA PODEMOS FAZER ESSA MERDA! SÓ PRECISAMOS MATAR ELES! EI! AINDA
TEMOS UMA CHANCE DE CONSERTAR TUDO! - gritei, me aproximando dele.

- Você não entende, Hyman?! Essa chance morreu. - respondeu ele. - Então, eu tô dando o
fora daqui.

Quando ele se virou, para começar a correr de novo, eu tirei o revólver da minha jaqueta e
atirei no joelho dele... é, eu estava meio puto na hora... E então ele se virou para mim
novamente.

- QUE PORRA É ESSA?! - gritou ele.

- Nós não vamos correr dessa merda. - respondi. - Então, eu posso provar a minha teoria?

- QUE TEORIA?! QUE PORRA VOCÊ TÁ FALANDO?! - gritou ele.

- Eu posso prová-la ou não? - perguntei, calmamente.

Ele olhou novamente para o fim da estrada, e viu que a van estava se aproximando cada vez
mais à cada segundo que se passava naquele momento.

- Ah, foda-se! SIM, HYMAN! VOCÊ PODE PROVAR A PORRA DA SUA TEORIA! - gritou ele.

- Ótimo.

E então eu atirei no olho esquerdo dele. Todo mundo estava morto naquela porra,
Henderson, Hughes, Tiberius, o tal do Martin que os documentos mencionavam, e o resto
nem sequer existia ou estava em outra realidade. E então, eu finalmente notei, que aquela
era a porra da minha hora. E olhei para trás pela última vez, e vi a van se aproximando,
dessa vez ela não estava tão longe, talvez uns 100 metros, ou menos que isso. Então, botei a
o revólver um pouco acima da minha orelha e apertei o gatilho.

Você acha que eu morri? Não, amigo. Nós podemos dizer que eu cai no limbo. Não o limbo
das histórias de terror ou algo assim. Eu voltei para a minha mente. E que lugar poderia
fuder minha mente mais do que a Sibéria? Exatamente, nenhum lugar. E lá estava eu, de
volta para a porra do Lago Baikal, onde toda essa merda começou. Eu estava com o meu na
superfície congelada do Lago Baikal, onde o Kraken residia muito antes de eu encontrar
Atlântida, ou talvez ele residia Atlântida antes... provavelmente ele foi para a Sibéria depois
de Atlântida e voltou antes de eu voltar. Enfim, quando me levantei lá estava ele, não o eu
mais jovem, e sim o Tiberius na forma de Sheldon Smith, o famoso Kurt Cobain sem
depressão. E então, eu fui me aproximando dele.

- Nós estamos quites agora? - perguntou ele.

- Só porquê estamos mortos? - perguntei.

- Bom, é o que você queria não? Desde o começo. Desde que Liza morreu e você
enlouqueceu, não é? - perguntou ele.

- Só uma pergunta: eu realmente foi o presidente da Universidade de Vermont? - perguntei.

- Sim. Você foi. Mas, você renunciou, depois da morte de Liza e o desaparecimento de Katy. -
respondeu ele.

- As vezes eu me pergunto como você sabe disso tudo. Mas, enfim, a Katy que eu encontrei
em Montauk era a Katy dessa realidade? - perguntei.

- Sim. Mas, pelo longo tempo em outra realidade, ela meio em que teve as memórias
manipuladas pela própria realidade, fora as manipulações da NSA. - respondeu ele.

- Aaaaah... agora que eu parei para pensar, você foi o único amigo que eu tive. - comentei.

- Sério? Isso é depressivo. Eu fui amigo dos 2 Roosevelts. - respondeu Tiberius.

- Legal para você, imortal. - respondi.

- Hm, parece que eu não sou tão imortal assim afinal, não é mesmo? Belo tiro.

- Convenhamos você mereceu. - respondi.

- Hm... não, mas, bem... isso já acabou, não é mesmo? Então, que tal um aperto de mão? -
perguntou ele.

Então, me aproximei mais ainda dele, e ele extendeu sua mão direita para mim, e eu apertei
a mão dele, ele sorriu, e eu rapidamente, tirei o meu revólver da minha jaquete e atirei na
na barriga dele e ele caiu na superfície gelada do Lago Baikal com a mão na barriga.

- QUAL É A PORRA DO SEU PRO--

Quando ele foi terminar de gritar, atirei mais duas vezes no rosto dele. Agora, sim, ele
realmente estava "morto". Então, dessa vez, não botei o cano do revólver um pouco encima
do meu ouvido, e sim botei ele por dentro da minha boca, e apertei o gatilho.

Epílogo Parte I
"Os pequenos detalhes são sempre os mais importantes."
- Sherlock Holmes.

5 de Janeiro de 2000, Rockville, Maryland.

O detetive Arthur Conway estava sem seu uniforme. Ele estava dirigindo sua viatura pelas
estradas de neve do janeiro de Maryland. Arthur estava usando uma camisa preta de
mangas cumpridas, uma calça jeans, e um tênis all-star preto, ele estava relaxado e tenso ao
mesmo tempo, pois sabia que a guerra total que estava acontecendo, cedo ou mais tarde
iria chegar em Maryland e iria matá-lo. Por isso ele não estava de uniforme, ele sabia que a
polícia de Maryland iria ser destruída pelos seus diversos inimigos de guerra.

Arthur era um detetive "jovem" por assim se dizer. Ele tinha 43 anos, mas já era o melhor
detetive da costa leste dos Estados Unidos. Arthur tinha acabado de chegar de uma viagem
à Seattle, onde foi ver o seu pai, que estava morrendo de câncer, ele disse para ele para se
matar logo, porquê nada viria de bom dessa grande guerra. Dessa vez o seu país não era o
"mocinho", e sim um inimigo mundial.

Enquanto ele estava em seu caminho para à cena do crime, que era nada mais nada menos
que a casa do ex-agente do FBI Donald Green Martin, e então, ele ligou o rádio para escutar
as novas notícias sobre as batalhas do nordeste.

[Começo da transmissão de rádio]

- Você soube dessa, Clint?

- Do quê?

- As tropas canadenses já tomaram Vermont e o Maine.

- Sempre soube que uma hora ou outra aqueles filhos da puta iriam nos trair.

- Pois é, Clint. Então, cidadãos de Maryland, fiquem longe de Vermont e Maine, e


possivelmente de Massachussetts, e é claro, Nova Hampshire. E talvez quem sabe, em breve
eles entrem em Nova York... mas acho que isso já teria passado dos limites. Enfim, de volta
para as notícias globais!

- Roma sofreu uma explosão nuclear! - gritou Clint.

- Pois é, Clint. E ainda não se sabe quem foi o responsável pelo ataque devastador.

[Fim da transmissão de rádio]

- Ha, eles praticamente destruiram o mundo pré-medieval. - comentou Arthur.

Após o seu comentário, Arthur parou a sua viatura, no meio de outras duas viaturas, na
frente da casa em que estava a cena do crime. Ele saiu rapidamente da sua viatura, e fechou
a porta com força. E logo após, ele entrou na casa, que era como todas as outras casas
daquela rua de Rockville, totalmente "familiar".

E logo na sua frente, estava Bullock, o comissário de polícia de Rockville.

- Bem-vindo de volta Sherlock Holmes.

- Obrigado, comissário Gordon.

- Ha, sério? Comissário Gordon? Eu nem tenho bigode.

- Mas tem uma barba. Barbas tem bigodes, pelo que eu saiba pelo menos.

- Mesmo assim, eu não uso óculos.

- Ah... quem se importa, afinal?

- Ha-ha, o bom e velho Arthur. Então, como foi em Seattle?

Os dois estavam conversando enquanto Arthur dava uma olhada na cena do crime, mãe e
filho mortos no próprio carpete da casa. Aquele sangue nunca iria sair dele.

- Aaaah... nada de mais, apenas enforcaram o prefeito em um poste porquê tinha rumores
que ele estava cooperando com a NSA.

- Porra... sério?

- Aham.

- E como está o seu pai?

- Ele está morto.

- Oh... hm... err... como ele morreu?

- Alguém matou ele, provavelmente algum daqueles anarquistas.

- Anarquistas?

- Eu acabei de lhe dizer que enforcaram o prefeito em um poste. Como você acha que está a
situação por lá? Claro que está uma anarquia total.

- Imagina a cara dos comunistas.

- Ha-ha... pois é... Então o que aconteceu aqui?

- Rachel, a mulher no chão, era a mãe de Brandon, Brandon é esse adolescente do lado dela,
o legista disse que eles estão mortos há mais ou menos 10 ou 11 dias.

- 10 ou 11 dias? E só notaram agora que eles estão mortos?

- Sim. Aparentemente o nosso principal suspeito é Buck Higgins. Um agente da NSA


super-patriota.

- Hm... mas por quê ele?

- Bom, as balas que estão em Rachel e Brandon, são balas 9mm, que também são as balas da
pistola de Buck Higgins, um homem com o crachá da NSA que foi encontrado com uma bala
na cabeça e uma pistola na sua mão à 500 metros daqui. Precisa de mais?

- Estranho. Muito estranho. Mas dá mesmo pra investigar isso? No meio de uma guerra e
tropas inimigas se aproximando cada vez mais daqui?

- Bom, vamos dar 5 dias para você achar alguma coisa à mais, mas, para mim e para todos
os outros policiais envolvidos no caso, foi o Buck.

Os corpos estavam no tarpete do corredor, Arthur os observava como um mistério, já,


Bullock, os via como um caso solucionado. Ambos estavam à apenas 7 metros da entrada da
casa, do lado direito deles tinha uma estante de livros, e duas poltronas, nada de mais, do
lado esquerdo deles, a mesa de jantar, e como anteriormente, nada de mais. Mas, à direita
dos corpos tinha uma porta que levava ao porão. O mesmo porão que Donald Green Martin
usou para guardar os seus relatórios e diário.

- Tinha mais alguém morava aqui?

- Ha-ha, essa é a parte interessante... tinha sim, mas ele já está morto.

- Quem era ele?

- Ninguém menos que a "Sombra do Leste", o próprio Donald Green Martin.

- Aquele cara que morreu na Torre de Júpter?

- Ele mesmo.

- Hm... agora estou pensativo. Tem algum lugar da casa que você e os outros policiais não
entraram?

- Sim, tem. Tá vendo aquela porta à direita dos corpos? Parece que ela é a porta do porão, e
ela está trancada, então estamos procurando as chaves.

- Não temos para isso.


Arthur afastou Bullock rapidamente, e foi para à frente da porta, e deu dois chutes fortes,
no 2° chute, ela foi arrombada.

- PORRA ARTHUR! Poderia ter pistas nela!

- A menos que o assassino tenha se esfregado nela, eu acho que não.

E então, Arthur desceu as escadas para o porão, e se aproximou de um bancada, onde


estava o diário de Donald Green Martin. Ele deu uma olhada de relance nele, não o
suficiente para ver a parte que ele tem uma visão. Após isso, Arthur bota o diário na mesma
caixa que o viu e vê um relatório, dessa vez ele ler sobre a visão de Donald, a sua segunda
visão, a visão de uma batalha. Arthur dar um sorriso, e acha que Donald era um usuário de
drogas, e então ele nota que embaixo do relatório de Donald, tinha um baú, ele então, solta
o relatório e abre o baú, onde estão as duas peculiares espadas que Donald tinha achado no
segundo terremoto. Ele bota uma de suas mãos em uma das espadas, e de repente...

- Olá minha criança da superfície...

Epílogo Parte II
"Não se amaldiçoa um amaldiçoado."

- Hyman LeBarton.

07 de Agosto de 2004, Paris, França.

Eu estava de volta dos "mortos". Pelo visto eu estava ficando mais parecido com o Tiberius
do que eu pensava. Um simples tiro na cabeça não bastava. E dessa vez eu estava de volta à
cidade das luzes, a mesma cidade que eu vi queimar anteriormente.

Lembro que eu estava em uma cama branca, vestindo uma camisa social branca, gravata
preta, calça social preta, e sapatos sociais pretos, a roupa do homem moderno. E eu tinha
até um relógio de prata no meu pulso direito. Para variar o quarto que eu estava era
totalmente branco, tirando a televisão, que era preta e usava uma tecnologia chamada LED
que foi criada no tempo em que eu estava apagado.

Me levantei da cama após dar uma boa olhada no quarto, e fiquei olhando a minha
parede/janela do meu lado esquerdo, ela tinha visão para uma rua bem movimentada e
outro prédio. Essa simples visão confirmou um dos meus maiores medos, Tiberius tinha
total controle da viagem interdimensional, ele podia viajar mesmo sem usar a máquina da
NSA. Os atlantes realmente estavam na nossa frente, mas nem existiam mais.

Pensei em chamá-lo, mas para quê? Para jogá-lo daquela janela? Para assistir ele virando
sopa no impacto no chão? Não, eu tive uma ideia bem melhor, uma ideia que surgiu na
minha cabeça quando eu olhei de relance o calendário que estava pregado na parede à
minha frente, e essa ideia foi mudando cada vez mais à medida que eu me aproximava
daquele calendário.

"07/07/2004", 5 anos no futuro. Eu tinha dormido por 5 anos, pelo menos era o que eu
pensava até um homem bater na porta. Quando eu ouvi as batidas, eu botei as mãos nos
meus bolsos, procurando por uma arma, e então foi na cômoda do meu lado direito,
procurar por uma arma, e acabei não achando nada.

Sem escolhas, decidi abrir a porta, e acabei descobrindo que não era só um homem, era um
grupo de 4 homens carecas, todos vestidos de preto, com roupas militares e coletes. Eles
entraram imediatamente assim que eu abri aquela porta. O aparente líder deles ficou
observando o lado de fora da janela, e se virou para mim.

- Você é Hyman LeBarton, certo? - perguntou ele.

- Sim. - respondi. - Agora posso perguntar o que estamos fazendo no ano de 2004?

- Ha-ha, muito engraçado, sr. LeBarton. - disse ele. - Agora, vamos, não temos tempo a
perder, temos que encontrar Cosmo agora mesmo.

- Cosmo? - perguntei.

- Cosmo Ross? Dr. Cosmo Ross? - perguntou ele.

- Quem é esse? - perguntei.

- Hã? Como assim? O senhor planejou isso com o Lynch faz meses. - respondeu ele.

- Lynch? O que Lynch está fazendo aqui? E aliás, que lugar é esse? - perguntei.

- Paris? O senhor está bem, sr. LeBarton? - perguntou ele.

- Acho que eu estou com um pouco de amnésia, refresque a minha memória. Quem é Cosmo
Ross? - perguntei.

- Bom... ele é--

O telefone encima da cômoda começou a tocar.

- Hm, talvez seja ele, acho melhor o senhor atender.

- Claro, na melhor das hipóteses ele explode na minha cabeça.

E então eu peguei o telefone, que era um daqueles de discar.

- Alô?
- Aaaaah... ha-ha, sentiu a minha falta, irmãozinho?

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