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A Autoridade do Cristão

TEXTO BÍBLICO BÁSICO

Lc 10.17-20; Mc 16.14-20
17 - E voltaram os setenta com alegria, dizendo:
Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos
sujeitam.
18 - E disse-lhes: Eu via Satanás, como raio, cair do
céu.
19 - Eis que vos dou poder para pisar serpentes e
escorpiões, e toda a força do inimigo, e nada vos
fará dano algum.
20 - Mas, não vos alegreis porque se vos sujeitem
os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os
vossos nomes escritos nos céus.

14 - Finalmente apareceu aos onze, estando eles


assentados juntamente, e lançou-lhes em rosto a
sua incredulidade e dureza de coração, por não
haverem crido nos que o tinham visto já
ressuscitado.
15 - E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o
evangelho a toda criatura.
16 - Quem crer e for batizado será salvo; mas quem
não crer será condenado.
17 - E estes sinais seguirão aos que crerem: Em
meu nome expulsarão os demônios; falarão novas
línguas;
18 - Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma
coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão
as mãos sobre os enfermos, e os curarão.
19 - Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi
recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus.
20 - E eles, tendo partido, pregaram por todas as
partes, cooperando com eles o Senhor, e
confirmando a palavra com os sinais que se
seguiram. Amém.

COMENTÁRIO

Palavra introdutória
A Bíblia está repleta de alusões a batalhas
espirituais, as quais se desdobram em duas frentes:
 os conflitos interiores do cristão contra
a sua natureza carnal (2 Co 4.11);
 o conflito entre a Igreja, o diabo e seu
reino das trevas ( At 26.18).
Por essa razão, Jesus delegou poder e autoridade à
Sua Igreja para lutar e vencer tais embates que
ocorrem no âmbito espiritual (Ef 6.12).

1. GUERRA ESPIRITUAL
O diabo aborrece a imagem de Deus em nós e odeia
até mesmo a natureza humana que possuímos,
com a qual o Filho de Deus foi revestido (Lc 2.40).
Sua principal finalidade é impedir a felicidade
eterna, a qual abomina, porque ele mesmo perdeu
para sempre (2 Pe 2.4).

1.1 Combate real e permanente


Em momento algum, devemos esquecer que
estamos, constantemente, em guerra espiritual (Mt
10.34; Rm 7.18). Paulo destaca esse conflito com
várias palavras: tribulação, angústia, perseguição,
fome, nudez, perigo, espada (Rm 8.35) e com sua
figura predileta: a armadura de Deus (Ef 6.10-20).
1.2. Embates nas regiões celestiais (Ef 6.12)
O relato bíblico de Daniel 10 ilustra essa
oposição ao povo de Deus pelas potestades
malignas nas regiões celestiais. Afirma-se,
nessa passagem, que um principado do
mal, o príncipe da Pérsia, estava
interceptando a mensagem trazida pelo
Anjo ao profeta (uma teofania). Nesse
caso, houve a intervenção do arcanjo
Miguel, o chefe dos exércitos celestiais,
para libertar as regiões celestiais.

1.3. Conflitos na mente humana


Satanás consegue sugerir pensamentos maus à
mente humana a fim de tentá-la para queda moral
(Tt 1.15). Sua principal estratégia é obscurecer o
entendimento do homem, chamando a sua atenção
para aspectos carnais da vida (Rm 1.21; 2 Co 4.4) e
fazendo da fé fonte de lucro (1 Tm 6.5), pela ênfase
dos aspectos materiais (Lc 12.21).
2. DEFININDO O INIMIGO

2.1. Principais nomes


A Bíblia declara que o diabo existe e revela-nos o
que precisamos saber sobre sua natureza. Vários
adjetivos e cognomes são usados para descrevê-lo:
Satanás (Jó 1.6), adversário, diabo (Ef 4.27),
tentador, (1 Ts 3.5), acusador (Ap 12.10),
destruidor, Belzebu (Lc 11.15), maligno (1 Jo 5.19),
pai da mentira (Jo 8.44), serpente, dragão (20.2).
Todos apontam para um caráter perverso e
indigno.
Satanás não é onipresente, onisciente nem
onipresente, Apenas Deus tem estes atributos.
Entretanto, é um poderoso ser espiritual (Ap 13.1-
3). Foi criado antes dos seres humano (Ez 28.13).
Conhece profundamente o homem, suas falhas,
concupiscências, vontades, desejos, habilidades,
manias, problemas emocionais e pontos fracos (Lc
8.12-14; 2 Tm 2.26).

2.2. Intenções malignas


Em virtude de suas disposições hostis, o diabo
promove todo tipo de impiedade, opondo-se a
Deus e aos homens. Nas sagradas Escrituras, ele é
descrito como serpente e dragão (Ap 12.9). Isso
indica que ele é sorrateiro, venenoso, ágil, forte e
com grande poder de destruição (Ap 20.1) e pode,
inclusive, transfigurar-se em anjo de luz (2 Co
11.14).

3. A ESTRUTURA DE COMANDO DO
IMPÉRIO DAS TREVAS
Satanás mostra-se altamente organizado em suas
ações malignas. Existe uma hierarquia infernal. O
diabo comanda espíritos malignos, organizados em
vários grupos: principados e potestades, príncipes
das trevas e hostes espirituais, cada um com sua
perniciosa incumbência.

3.1. Principados e potestades


Os principados são uma ordem de seres angelicais
maléficos que exercem autoridade sobre outros
grupos de demônios (Rm 8.38). As potestades
representam outro nível de hierarquia, também
muito poderoso (Ef 3.10; Cl 1.16). Ambos foram
despojados do seu poder pelo triunfo de Cristo na
cruz (Cl 2.15). Por essa razão, não precisamos
temê-los, pois estamos assegurados de autoridade
pelo nome de Jesus (Lc 10.17; Fp 2.10).
3.2. Hostes espirituais da maldade
As hostes espirituais são exércitos de demônios,
que estão sempre prontos para atacar (1 Pe 5.8).
Essas tropas são enviadas contra pessoas, grupos
ou nações. Presenciamos, hoje, o processo de
devastação da terra, pela assolação provocada por
essas hordas angelicais da maldade, que usam os
homens e seus conglomerados para produzir a
guerra, a miséria, a fome, a corrupção e tantos
outros males (Rm 8.18-39).

4. A AUTORIDADE DO CRISTÃO PARA


VENCER
No juízo final, Satanás e suas hostes serão
aprisionados e, enfim, subjugados ao seu destino
eterno de perdição (Ap 19.1-21). Entretanto,
enquanto aguardamos esse glorioso dia, a graça de
Deus impede a atuação total do poder demoníaco,
a fim de que a Igreja seja vitoriosa sobre as forças
do mal (Lc 10.17,19; Mc 16.17).
Para tal, os cristãos precisam assumir o
compromisso se representar, com autoridade, o
Salvador; assumindo algumas atitudes, a saber:

4.1. Plenitude do Espírito Santo A primeira


atitude para ser um vencedor nas lutas espirituais é
esvaziar-se de si mesmo e encher-se do Espírito
Santo (Ef 5.18). A presença do Espírito Santo de
Deus enche-nos de Sua autoridade, Seu poder e
Sua unção (At 4.7-10; Ef 1.12-14).
Cheios do Espírito Santo, os cristãos conseguem
refrear a tentação e resistir ao tentador, por mais
difícil que seja a sua luta, pois o maior exemplo
nos foi dado (Hb 12.3,4). Além disso, a Bíblia
afirma que não há tentação maior do que a
capacidade divina de a suportar (1 Co 10.13).
Enfim, cheios do Espírito, lutamos e vencemos as
hostes espirituais da maldade (Mc 16.17,18).

4.2. Submissão e sujeição a Deus


A segunda atitude importante para vencer a guerra
espiritual encontra-se em Tiago 4.7, que ensina o
dever da submissão a Deus, o qual coloca Satanás
em fuga. Sujeitar-se a Deus significa deixá-lo na
condição de Senhor da nossa própria vida,
colocando-a a mercê de Deus e não do diabo (Ef
5.8; 1 Ts 5.5).
Quando o cristão suporta as aflições, em submissão
a Deus (Tg 5.11), é alcançado por meio do sacrifício
de Jesus na cruz, pela justificação e pela libertação
do domínio do pecado (Jo 8.36). Entretanto, por
possuir ainda uma natureza carnal, deve o cristão
cuidar para não fazer com que essa liberdade seja
pretexto par para atos pecaminosos (1 Pe 2.16; Gl
5.1).
A sujeição a Deus resulta do novo nascimento
produzido pelo revestimento do Espírito, o qual dá
ao Cristão a autoridade e o poder espiritual para
subjugar a carne, vencer as tentações e o inimigo, e
viver para a glória de Deus.

4.3. A prática da oração e do jejum


(Mt 6.16-18).O jejum, corretamente praticado,
constitui-se em uma arma poderosa, com a qual
podemos adentrar na dimensão espiritual e
derrubar as fortalezas do diabo (Mt17.21). Jesus é o
maior exemplo de que se deve praticar o jejum
para vencer as tentações (Lc 4.12).
A terceira atitude é a prática do jejum. Devemos
jejuar para buscar a santificação e o conhecimento
da vontade do Pai Assim, quando o diabo lançar
suas sementes más, ou disparar alguma seta (Sl
91.5) ou dardos inflamados (Ef 6.16), estaremos
prontos para lutar e vencer as astutas ciladas do
maligno (1 Tm 3.7) Além de jejuar e mortificar a
sua carne, para apurar sua intimidade com Deus, o
cristão precisa vigiar e orar! (1 Pe 4.7).
Lucas 10.17 narra o espírito de exultação e de
surpresa com a qual os setenta discípulos foram
tomados diante da poderosa ação de Deus sobre os
intentos de Satanás. Tais vitórias no campo de
lutas espirituais são confirmações da fé salvadora e
trazem grande edificação à Igreja (Cl 2.7).

4.4. Resistência e perseverança


A quarta atitude é ser perseverante. A perseverança
(Gr. hypomonê, paciência) conduz o cristão à
vitória diante dos desafios espirituais e das
tribulações (Rm 2.7; 5.3). Os mártires cristãos
demonstraram vigorosa resistência nos primeiros e
difíceis séculos da Era Cristã (Mc 13.13; At 14.22).

CONCLUSÃO
É certa a vitória nas batalhas espirituais porque
Jesus Cristo, nosso Salvador, derrotou o diabo e
sua obra de perdição quando triunfou na cruz e na
ressurreição (1 Jo 4.4). Na condição de vencido,
Satanás sabe que sua trajetória está chegando ao
fim. Suas ações são, portanto, gestos
desesperados.
Alicerçado em Seu próprio poder, o Mestre
concedeu autoridade aos discípulos. Se não houver
dúvidas em nossos corações, a vitória nas batalhas
espirituais está garantida. Enquanto estivermos
sob a liderança segura do Espírito Santo, não
seremos meros espectadores da história. Pelo
contrário, Deus nos usará para desbaratar as forças
espirituais da maldade e para quebrar cadeias
espirituais, a fim de possibilitar nossa contínua
santificação e a adesão dos pecadores a Cristo.

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