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https://youtu.be/MDLdqvHSbG8
História
Antecedentes
No contexto da Reconquista cristã da Península Ibérica, os domínios de Vimaranes
foram outorgados, em fins do século IX, a um cavaleiro de suposta origem castelhana,
de nome Diogo Fernandes, que nelas veio a estabelecer-se.
O castelo medieval
A povoação de Vimaranes distribuía-se, na época, em dois núcleos: um no topo do
então chamado Monte Largo, e outro, no sopé dessa elevação, onde o mosteiro foi
fundado. Era vulnerável na época, além das possíveis incursões de forças
Muçulmanas, oriundas da fronteira ao Sul de Coimbra, às incursões de Normandos,
oriundos do mar do Norte em embarcações rápidas e ágeis, que assolavam as costas e
o curso navegável dos rios na época.
Visando a defesa do núcleo monacal, a benfeitora principiou, no topo do Monte
Largo, um castelo para o recolhimento das gentes em caso de necessidade. É bem
conhecido historiograficamente o trecho da carta de doação desse castelo aos
religiosos, lavrada em Dezembro de 958, do qual consta essa decisão. Acredita-se que
a estrutura então erguida, sob a invocação de São Mamede, fosse bastante simples,
composta por uma torre possívelmente envolta por uma cerca.
Dentro dos muros dessa cerca terá resistido D. Afonso Henriques (1112-1185), em
1127, ao assédio das forças do rei Afonso VII de Leão e Castela, evento que levou Egas
Moniz a garantir aquele soberano a vassalagem de seu amo, libertando a vila do
cerco. No vizinho campo de São Mamede, o castelo foi testemunha do embate entre
as forças de D. Afonso Henriques e as de D. Teresa (24 de junho de 1128) que, com a
vitória das armas do primeiro, deu origem à nacionalidade portuguesa.
Entre o final do século XII e o início do XIII, D. Sancho I (1185-1211) circuitou a parte
alta da vila a cavalo, a fim de lhe assinalar um termo, sendo provável que se tivesse
iniciado o amuralhamento da vila a partir de então. Em meados do século XIII, sob o
reinado de D. Afonso III (1248-1279), iniciou-se o traçado definitivo da cerca da vila,
unificando a vila do Castelo (parte alta) à vila de Santa Maria (parte baixa). Estas obras
estariam concluídas ao tempo de D. Dinis (1279-1325), em data anterior a 1322,
quando a vila, cujo alcaide era Mem Rodrigues de Vasconcelos, suportou vitoriosa o
assédio das tropas do infante D. Afonso. Em seu interior, entretanto, manteve-se o
antigo muro da parte alta, demolido por volta de 1420.
Quando da crise de 1383-1385, tendo o seu alcaide, Aires Gomes da Silva, mantido o
partido de Castela, a vila foi novamente cercada (Junho de 1385), agora pelas forças
leais a D. João I (1385-1433), que a conquistaram. Este soberano unificou a jurisdição
das duas comunidades (alta e baixa), incorporando-as a um único concelho, doravante
denominado como Guimarães (1389). A cerca de Guimarães compreendia, neste
período, um perímetro de cerca de dois quilômetros, sendo reforçada por oito torres
e rasgada por oito portas.
O portão principal, a oeste, é defendido por dois torrões, estando outros dois a
defender a porta da traição, a leste.
A Torre de Menagem, ao centro da praça de armas, apresenta planta quadrangular,
com poucas aberturas assinalando os pavimentos, ligados internamente por escada
de madeira e de pedra. Um adarve largo e contínuo permite a circulação e a
observação no topo da torre, coroada por ameias pentagonais pontiagudas.
Curiosidades
De acordo com a tradição, aqui nasceu o primeiro rei de Portugal, D. Afonso
Henriques (1112-85). A pia onde se afirma ter sido baptizado encontra-se na capela
românica da Igreja de São Miguel da Oliveira, no setor Oeste do castelo.