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OBSERVAÇÃO
IPDJ_2016_V1.0
MANUAL DE CURSO DE TREINADORES DE DESPORTO //
GRAU I
Índice
INSTITUTO DO DESPORTO DE PORTUGAL //
PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO DE TREINADORES
CONCLUSÕES 22
AUTOAVALIAÇÃO 22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 23
GLOSSÁRIO 24
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OBSERVAÇÃO COMO FERRAMENTA
DO PROCESSO DE TREINO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
1. OBSERVAÇÃO COMO FERRAMENTA DO PROCESSO lisando as atitudes, os comportamentos e os resultados
DE TREINO alcançados
1.1 Identificar e descrever os métodos instrucionais em 2.5 Organizar o registo de toda a informação da unidade
treino desportivo de treino e da competição pertinente para a monitori-
1.2 Identificar e descrever os elementos básicos para a zação da atividade desportiva do praticante
avaliação da execução das habilidades desportivas 3. OBSERVAÇÃO E AVALIAÇÃO DA TÁTICA
elementares 3.1 Identificar e descrever os elementos básicos para a
1.3 Adotar modelos de intervenção que promovam avaliação da execução das habilidades desportivas
atitudes e comportamentos proativos por parte dos elementares (tática) OBSERVAÇÃO E
ANÁLISE DAS
praticantes 3.2 Dirigir os praticantes na sessão de treino, asseguran- HABILIDADES
DESPORTIVAS
2. OBSERVAÇÃO E AVALIAÇÃO DA TÉCNICA do o exercício das competências de ensino funda-
2.1 Identificar e descrever os elementos básicos para a mentais da tática (observação e correção).
avaliação da execução das habilidades desportivas 3.3 Avaliar o treino dos praticantes, analisando as atitu-
elementares (técnicas) des, os comportamentos e os resultados alcançados
2.2 Dirigir os praticantes na sessão de treino, asseguran- 3.4 Avaliar os praticantes e a equipa em competição, anali-
do o exercício das competências de ensino funda- sando as atitudes, os comportamentos e os resultados
mentais da técnica (observação e correção) alcançados
2.3 Avaliar o treino dos praticantes, analisando as atitu- 3.5 Organizar o registo de toda a informação da unidade
des, os comportamentos e os resultados alcançados de treino e da competição pertinente para a monitori-
2.4 Avaliar os praticantes e a equipa em competição, ana- zação da atividade desportiva do praticante
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PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO DE TREINADORES
1. OBSERVAÇÃO COMO
FERRAMENTA DO
PROCESSO DE TREINO
1.1 O processo de treino e a observação
A observação é cada vez mais utilizada no desporto. O objetivo da sua
utilização não é apenas o diagnóstico das condutas motoras, mas também
a identificação e a avaliação da técnica e respetivos parâmetros de controlo,
tendo em vista a compreensão e a modificação do comportamento-alvo em
situação ou no processo de ação e desenvolvimento.
A observação está associada a todas as tarefas humanas e no desporto
assume caraterísticas particulares face aos objetivos e ao contexto (técnico
e/ou tático) onde se desenrola a ação. Aparece tanto associada à intervenção
(pedagógica, comportamental) do técnico, como do praticante, revelando-
-se, para ambos, uma competência particular. São inúmeras as metodologias
de ensino e treino que referem a sua importância, quer enquanto instru-
mento utilizado para maximizar os processos de aprendizagem, quer pela
objetividade que introduz à otimização do desempenho desportivo.
É do senso comum que nem todo o conhecimento de que dispomos
é adequado ou suficiente para este tipo de desempenho ou perícia. Como
nenhuma observação pode ser considerada perfeita, devido às distorções
introduzidas pelos erros dos próprios observadores e dos procedimentos em
causa, o erro é uma componente relevante a ter em conta em todos os mo-
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OBSERVAÇÃO COMO FERRAMENTA
DO PROCESSO DE TREINO
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1.2
Reatividade
Representa a alteração na conduta do sujeito quando este se sente observado.
Expectância
É o desvio do registo derivado pelo próprio observador que consiste no efeito que tem sobre este, fruto do conhe-
cimento das hipóteses da investigação, dos resultados obtidos em outros trabalhos similares, entre outros.
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OBSERVAÇÃO COMO FERRAMENTA
DO PROCESSO DE TREINO
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OBSERVAÇÃO COMO FERRAMENTA
DO PROCESSO DE TREINO
OBSERVAÇÃO E
O sistema de categorias pode ser representado Os “formatos de campo” são úteis por constituírem
como uma espécie de recipientes de registo do uma alternativa mais “flexível” como instrumento.
observador, com base num conhecimento empíri- A maioria dos âmbitos avaliativos requer que se
co prévio da realidade, permitindo cotar, de forma contemplem vários níveis de resposta, simulta-
unidimensional, os traços relevantes da conduta neamente, porque não é possível o cumprimento
observada. Quando existe um modelo de referên- da mútua exclusividade das categorias, salvo se
cia, os itens tendem a identificar os desvios ou construa uma diversidade de subcategorias obser-
erros. Não só se identifica a individualidade de cada vacionais, que podem favorecer o aparecimento
uma das categorias, como a estrutura do conjunto do erro de registo.
em forma de sistema. Este sistema de categorias
apresenta uma estrutura fechada e assente em dois
requisitos importantes para construção das catego- A elaboração de forma-
rias: i) critério de exaustividade; ii) critério de mútua
exclusividade. Exaustividade porque o sistema deve tos de campo, muito
valorizar toda a informação crítica de uma dada reali-
dade. Exclusividade porque o que se classifica numa
utilizados em Ciências
categoria não pode ser integrado noutra. A mensu-
ração baseia-se num registo de frequências simples.
do Comportamento,
A crítica é que a estrutura unidimensional do sistema
desvaloriza a coocorrência dos níveis de resposta que
implica os seguintes
ocorrem em simultâneo num dado evento. passos:
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+
uma das situações (Anguera et al., 2000) que desejamos investigar.
categorias ii) critério base. Em termos de ocorrência, os dados podem ser sequen-
ciais ou concorrentes e, quanto ao critério base, podem designar-se
evento e tempo.
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OBSERVAÇÃO COMO FERRAMENTA
DO PROCESSO DE TREINO
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OBSERVAÇÃO E AVALIAÇÃO DA TÉCNICA
2. OBSERVAÇÃO E
AVALIAÇÃO DA TÉCNICA
2.1 Análise da habilidade técnica
As observações são distintas de modalidade para modalidade, sendo ajus-
tadas ao contexto em que decorre cada uma. Em desportos individuais,
incidem nos aspetos técnicos da execução, que podem informar com exati-
dão sobre o comportamento do atleta e, assim, fornecer dados suficientes
que permitam estabelecer um plano de treino ou detetar talentos.
OBSERVAÇÃO E
ANÁLISE DAS
Estudando as origens da palavra técnica, esta deriva do grego tékhné, que significa ”arte” (Chollet, 1990). Gene- HABILIDADES
ralizando o conceito para desporto, técnica significa ”o modelo ideal”, ”padrão” ou ”standard” de um movimento DESPORTIVAS
relativo a uma determinada disciplina desportiva, manifestada pela execução específica de uma tarefa inerente
a um programa motor predominante, em função das capacidades motoras, psíquicas e sensório-cognitivas e do
contexto onde se desenrola a ação (face às características do meio e integração num regime de treino e/ou em
competição), procurando encontrar o objetivo desportivo da melhor forma possível.
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OBSERVAÇÃO E AVALIAÇÃO DA TÉCNICA
vantagem ao nível da validade quando comparado com métodos quantitativos. desportivo. DESPORTIVAS
A validação da informação neste método é feita com base num dado modelo
biomecânico, ou argumento de especialistas, ou tendo em conta o resultado
médio de um determinado número de observações e observadores.
Consideramos que os instrumentos clássicos são limitados na forma como
CHECK LIST
descrevem o comportamento, pois estes dependem dos critérios circunscritos por
categorias fechadas, “exaustivas” e que se excluem mutuamente, sustentados por
um conhecimento empírico de referência em torno de uma dada realidade.
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3. OBSERVAÇÃO E
AVALIAÇÃO DA TÁTICA
3.1 Análise da dinâmica coletiva - tática
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3.2
da equipa/atleta
30 %
OS TREINADORES DE NÍVEL INTERNACIONAL
APENAS CONSEGUEM RECORDAR UM MÁXIMO DE
30% DA INFORMAÇÃO FORNECIDA PELO JOGO
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OBSERVAÇÃO E AVALIAÇÃO DA TÁTICA
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OBSERVAÇÃO E AVALIAÇÃO DA TÁTICA
OBSERVAÇÃO E
ANÁLISE DAS
HABILIDADES
DESPORTIVAS
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Conclusões
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Autoavaliação
1. OBSERVAÇÃO COMO FERRAMENTA DO PROCESSO DE TREINO
1.1 O processo de treino e a observação
Quais são os objetivos do processo de treino? Qual é a classificação da observação?
1.2 As metodologias da observação no treino
Quais são as etapas da observação e da decisão do treinador?
Quais são os tipos de instrumentos que podemos aplicar na observação?
1.3 Observação, diagnóstico e prescrição no treino
Os instrumentos de observação requerem procedimento na sua aplicação.
Indique quais.
?
2.1 Análise da habilidade técnica
Identifique as caraterísticas da técnica desportiva.
2.2 Avaliação e diagnóstico da execução técnica
Quais são as vantagens da metodologia observacional na avaliação da técnica?
2.3 Instrumentos e métodos de observação da técnica
Que procedimentos são requeridos para a validação dos instrumentos
de observação?
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OBSERVAÇÃO E AVALIAÇÃO DA TÁTICA
REFERÊNCIAS
PROPOSTA DE
BIBLIOGRÁFICAS
TRABALHO
Abrantes, J. (1997). Biomecânica. Edições da
CONSTRUÇÃO DE INSTRUMENTOS: Faculdade de Motricidade Humana. Lisboa.
• Instrumento cheklist para análise de um movimento desportivo. Anguera, M.T. (1999). Hacia una evaluación
• Instrumento misto (formato de campo e sistema de categorias) para de la actividad cotidiana y su contexto: ¿pre-
sente o futuro para la metodología? Discurso
desportos individuais e coletivos. de ingreso como académica numeraria elec-
• Aplicação dos instrumentos em contexto real. ta. Barcelona: Real Academia de Doctors.
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GLOSSÁRIO
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A C
de orientar, reorientar e/ou estimu-
lar uma ou mais ações de melhoria
sobre as ações futuras ou executadas
anteriormente.
APRENDIZAGEM COMPONENTES CRÍTICAS
O processo de aprendizagem pode Elementos críticos da execução
I
ser definido de forma sintética como motora; segmento fundamental que
o modo como os seres adquirem entra na composição de processos
novos conhecimentos, desenvolvem mais globais.
competências e mudam o compor-
tamento. Contudo, a complexidade INSTRUMENTOS DE
D
desse processo dificilmente pode ser OBSERVAÇÃO
explicada apenas através de recortes O instrumento de observação
do todo. permite-nos registar aquilo que
nos propusemos realmente medir,
AVALIAÇÃO DA TÁTICA DIAGNÓSTICO desde que seja válido, fiável, ob-
Constitui-se na observação e análise Conhecimento (efetivo ou em con- jetivo e consistente face à análise.
do jogo ou estratégias e impõe, firmação) sobre algo, ao momento Enquanto instrumento, é utilizado
além dos instrumentos tecnológicos, do seu exame; descrição minuciosa para maximizar os processos de
a definição clara de instrumentos de algo, feita pelo examinador, aprendizagem pela objetividade
conceptuais (modelos) que balizem classificador ou pesquisador; juízo que introduz à otimização do
a elaboração e aplicação de metodo- declarado ou proferido sobre a desempenho desportivo.
logias congruentes com a natureza característica, a composição, o
do jogo ou das estratégias desen- comportamento, a natureza etc.
O
volvidas.
F
AVALIAÇÃO DA TÉCNICA
DESPORTIVA
O objetivo da sua utilização é o OBSERVAÇÃO
diagnóstico das condutas motoras e A observação é uma das etapas
respetivos parâmetros de controlo, FEEDBACK PEDAGÓGICO do método científico. Consiste em
tendo em vista a compreensão e a É o procedimento que consiste no perceber, ver e não interpretar. A
modificação do comportamento-al- provimento de informação a um observação é relatada como foi
vo em situação ou no processo de atleta (ou equipa) sobre o seu de- visualizada, sem que, a princípio, as
ação e desenvolvimento. sempenho, conduta, eventualidade ideias interpretativas dos observado-
ou ação executada, com o objetivo res sejam tomadas em consideração.
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OBSERVAÇÃO E AVALIAÇÃO DA TÁTICA
P T
PERFORMANCE (desempenho) TÉCNICA PEDAGÓGICA
Desempenho pode ser definido É um plano de ação global que visa
como o conjunto de características atingir os objetivos de aprendiza-
ou capacidades de comportamen- gem, pois proporciona atividades,
to e rendimento de um atleta ou instalações e recursos da forma mais
equipa, seja como produto, sistema, vantajosa possível para alcançar os
empreendimento ou processo, em objetivos desejados.
especial quando comparados com OBSERVAÇÃO E
ANÁLISE DAS
metas, requisitos ou expectativas. TREINO DE OBSERVADORES HABILIDADES
PROCESSO DE TREINO
Processo de aquisição de conheci-
mentos, habilidades e competências
como resultado da formação ou do
ensino de habilidades técnicas e
outras práticas relacionadas com as
competências desportivas.
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FICHA TÉCNICA
PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE TREINADORES
MANUAIS DE FORMAÇÃO - GRAU I
EDIÇÃO
INSTITUTO PORTUGUÊS DO DESPORTO E JUVENTUDE, I.P.
Rua Rodrigo da Fonseca nº55
1250-190 Lisboa
E-mail: geral@ipdj.pt
AUTORES
FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE DESPORTO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
O DESPORTO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
HUGO LOURO
OBSERVAÇÃO E ANÁLISE DAS HABILIDADES DESPORTIVAS
JOÃO BARREIROS
DESENVOLVIMENTO MOTOR E APRENDIZAGEM
JOSÉ RODRIGUES
OBSERVAÇÃO E ANÁLISE DAS HABILIDADES DESPORTIVAS
LUÍS HORTA
FUNCIONAMENTO DO CORPO HUMANO, NUTRIÇÃO E PRIMEIROS SOCORROS
LUTA CONTRA A DOPAGEM
LUÍS RAMA
TEORIA E METODOLOGIA DO TREINO - MODALIDADES INDIVIDUAIS
OLÍMPIO COELHO
DIDÁTICA DO DESPORTO
PEDAGOGIA DO DESPORTO
PAULO CUNHA
TEORIA E METODOLOGIA DO TREINO - MODALIDADES COLETIVAS
RAÚL PACHECO
FUNCIONAMENTO DO CORPO HUMANO, NUTRIÇÃO E PRIMEIROS SOCORROS
SIDÓNIO SERPA
PSICOLOGIA DO DESPORTO
COORDENAÇÃO DA EDIÇÃO
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