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A permanente investigação e a análise crítica da realidade só têm sentido, se o


professor e os alunos perceberem-se como agentes e como construtores do conhecimento. É
importante um trabalho conjunto com as outras áreas de conhecimento, num projeto
coletivo da escola, nas reuniões pedagógicas, numa perspectiva interdisciplinar, evitando-se
assim a fragmentação, possibilitando uma visão mais articulada e conjunta da realidade,
permitindo ao aluno assumir posições diante dos problemas que enfrenta ou enfrentará no
núcleo familiar, no trabalho, na escola, ou outra instituição da qual participa ou participará,
enquanto agente do processo ou como cidadão.

O livro didático de Geografia em EJA


Existem poucos materiais didáticos específicos de Geografia para EJA,
principalmente para 3º e 4º ciclos. Alguns livros de Geografia, específicos para esta
modalidade, estavam organizados de forma fragmentada, descontextualizada, com
exercícios e atividades que reforçavam a memorização ou a simples localização de
informações, pouco contribuindo para a construção de um pensar geográfico e de uma
leitura da realidade e do mundo.
Verificou-se pela pesquisa realizada, que independentemente da perspectiva
geográfica, a maneira mais comum de se ensinar Geografia em EJA tem sido pelo discurso
do professor (aula expositiva) ou pela utilização do livro didático.
É bastante significativa a quantidade de professores que faz uso do livro didático em
sala de aula; quando questionados sobre o uso do livro didático, 51% declararam que fazem
uso dele.
Para suprir a deficiência de material de Geografia específico para essa modalidade
de ensino, verificou-se que os professores utilizam livros didáticos do curso regular ou
trabalham com apostilas (45% declaram usá-las), elaboradas por Secretarias de Ensino
Municipais e Estaduais, na tentativa de superar essa lacuna existente.
A maioria dos professores de Geografia de EJA organiza seqüências de conteúdos
em função de temas significativos para os alunos desse segmento, combinando temas e
atividades desenvolvidos em cursos regulares. Contudo, verificam-se casos em que são
feitas transposições de programas de cursos regulares, com adaptação da seqüência
existente nos livros didáticos, nas quais é feita apenas uma transposição do curso e dos
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programas trabalhados no ensino regular, sem explicitação de critérios e objetivos para


seleção e escolha desses conteúdos/série.
O uso do livro didático em Geografia necessita de alguns cuidados: não é ele que
deve ditar o que, o como e o quando ensinar, ou seja, ele não pode substituir o papel do
professor na definição clara dos objetivos, na elaboração da seqüência da programação do
curso, na graduação e articulação entre os conteúdos, principalmente no caso de EJA, no
qual o curso é concentrado em apenas um semestre para cada série, ou dois semestres para
cada ciclo.
Com relação à utilização do livro didático, os educadores de EJA devem considerar
outros cuidados importantes, tais como:
§ Escolher livros didáticos de Geografia que sejam temáticos, os quais evitam o estudo
fragmentado e descontextualizado da realidade, permitem ampliar o conhecimento dos
alunos e realizar adaptações do tema proposto no livro aos temas a serem trabalhados em
cada escola. Além disso, esses livros permitem incorporar outros conhecimentos e recursos,
que tornam possível a sistematização do conhecimento e a reflexão sobre a realidade
socialmente vivenciada.
§ Verificar se os textos são complexos, se apresentam os conceitos e categorias
geográficas apenas como enunciado ou de forma descritiva.
§ Observar se os conteúdos e conceitos aparecem simplificados e se definem ou não com
precisão o objeto de estudo.
§ Verificar se as atividades existentes são diversificadas, se estão adequadas à
capacidade cognitiva dos alunos e colaboram para uma reflexão crítica e para a construção
do conhecimento em relação ao que se está estudando, ou se apenas reforçam a
memorização e a simples localização e cópia das informações presentes nos textos.
§ Observar se ele pode e deve desenvolver as atividades ou projetos que lhe favoreçam
atingir os objetivos propostos, procurando ser claro e preciso em relação ao que pretende
que os alunos realizem e o que esperava como resultado final do trabalho.
§ Verificar se são explorados diferentes recursos, tais como mapas, imagens, fotografias,
gráficos, tabelas ou se há uma valorização excessiva de textos. A utilização de recursos
diversificados é muito importante em um livro, uma vez que eles expressam valores e
informações, auxiliam a compreensão e interpretação dos fenômenos e processos
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estudados. Deve-se verificar, também, se a impressão dos recursos permite uma boa
visualização dos mesmos, se estão na proporção e na escala adequadas.

Avaliação
É uma questão bastante polêmica no ensino em geral, assumindo em EJA algumas
características específicas. Os alunos de EJA sentem-se bastante inseguros, principalmente
se a avaliação ficar reduzida a um único instrumento, a prova. É comum ouvir os alunos
perguntarem se tudo o que foi estudado cai na prova, se a prova vai ser elaborada a partir de
um conjunto de questões previamente selecionadas, se precisa decorar os textos e
conteúdos trabalhados em classe, se aquelas perguntas caem no vestibular. Pelas dúvidas e
questionamentos levantados pelos alunos, percebemos a importância do papel do professor
nesse processo, no sentido de estar orientando continuamente os alunos na organização de
seus registros, a partir do conjunto de discussões e atividades realizadas em sala de aula e
também externamente a ela.
Convém planejar um conjunto de instrumentos e formas de avaliação que tragam
subsídios em relação aos avanços e dificuldades encontradas pelos alunos. Algumas ações
são importantes nesse processo:
§ Permitir que o aluno se coloque e exponha seu ponto de vista em relação ao que
aprendeu, evitando que transcreva ou forneça respostas iguais às estudadas no livro, na
apostila de apoio ou no ponto copiado da lousa.
§ Procurar contextualizar conceitos e conteúdos trabalhados, de modo que o aluno
aplique esse conhecimento em situações diversas, ou seja, estabelecendo critérios de
comparação entre diferentes paisagens, na análise e interpretação de uma reportagem ou
notícia, na leitura de um gráfico ou de mapa, evitando a cobrança de descrições
desvinculadas da realidade ou que remetam a juízo de valores depreciativos ou
discriminatórios.
§ Planejar atividades que não reforcem a memorização de nomes ou conceitos, dados
numéricos ou quantitativos, mas sim atividades que permitam que o aluno estabeleça
comparações e correlacione as informações observadas com o assunto trabalhado em sala
de aula, com a realidade local e que ele elabore seu próprio discurso.
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§ Valorizar e estabelecer uma distinção entre os conceitos que permitam uma visão mais
abrangente dos processos sociais e sua espacialidade, em relação aos conceitos ou
conhecimento menos significativos ou acessórios, como descrever o tipo dos climas
brasileiros, dos rios que formam a bacia hidrográfica do rio São Francisco ou do Amazonas,
das características do relevo da Região Sul etc.
§ Organizar momentos em que os alunos verifiquem e reelaborem os objetivos que não
foram plenamente atingidos. Em alguns casos, é preciso solicitar que alguns alunos
expliquem por que chegaram a determinada resposta, de que maneira relacionaram as
informações da avaliação com os conceitos trabalhados.
§ Verificar se o enunciado e a comanda das atividades ou questões estavam claros e bem
definidos para os alunos, se estavam contextualizados e se eram possíveis de ser realizadas
no prazo determinado.
O papel do erro como forma de aprendizagem deve ser bem trabalhado, analisado com
cuidado e resignificado, uma vez que os alunos de EJA têm receio de errar, sentem
insegurança para se colocarem, exporem suas idéias a respeito do que foi estudado e de
acharem que o que estão pensando não está correto, ou seja, é necessário evitar que se
reforce o fracasso escolar anteriormente introjetado em outras fases de sua escolarização.
Portanto, a avaliação não pode ficar reduzida ao desempenho e à classificação que os
alunos obtêm por uma ou mais avaliações, mas deve-se constituir num instrumento mais
amplo, capaz de indicar o processo dos alunos ao longo do curso, seus avanços, suas
dificuldades, fornecendo elementos sobre seu envolvimento e sua participação no conjunto
de atividades e trabalhos desenvolvidos no cotidiano da escola e fora dela, como superaram
ou tentaram superar suas dificuldades. A avaliação, tampouco, deve ficar restrita aos
objetivos atitudinais.
Os critérios de avaliação devem ficar claros, bem definidos e serem discutidos tanto
pelo aluno quanto pelo professor, a fim de evitar que o aluno fique com a impressão de que
o professor não soube avaliá-lo ou não entendeu seu ponto de vista ou as respostas que ele
elaborou.
O processo de avaliação não deve ficar restrito à ação individual apenas de um
professor, mas ela deve ser pensada e definida num trabalho mais amplo, conjunto e
compartilhado com as outras áreas de conhecimento do ciclo correspondente e com
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professores da área que trabalham com outras séries e ciclos na mesma escola,
estabelecendo um vínculo e uma atitude de co-responsabilidade sobre as decisões e sobre o
processo de avaliação, assumindo coletivamente os resultados em relação ao desempenho
dos alunos e os problemas presentes nesse processo, que devem ser continuamente
redefinidos em conselhos de classe e reuniões pedagógicas.

Aprender e ensinar Geografia em EJA


Abordagens mais recentes da Geografia têm buscado práticas pedagógicas que
permitam apresentar aos alunos os diferentes aspectos de um mesmo fato ou
acontecimento, em diferentes etapas (séries/ciclos) de sua escolaridade, de modo que estes
possam construir novos significados e conhecimentos mais complexos a seu respeito.
Espera-se que, dessa forma, eles desenvolvam a capacidade de perceber e refletir sobre as
diferentes visões e pontos de vista de uma realidade, compreendendo que as ações sociais e
os processos naturais possuem dinâmicas próprias, porém se integram e se inter-relacionam
na relação sociedade-natureza.
Essas práticas envolvem procedimentos diversificados que exigem problematização,
observação, registro, comparação (identificação de semelhanças e diferenças, ritmos e
simultaneidade no tempo e no espaço, diferentes escalas espaciais), documentação,
representação e pesquisa dos fenômenos sociais, culturais ou naturais que atuam e que
compõem a paisagem e o espaço geográfico, na busca e formulação de questões (hipóteses)
e explicações das relações, mudanças e transformações ou permanências que estão em
permanente interação.
Os estudos da sociedade e da natureza devem ser realizados de forma conjunta, uma
vez que ambas – a produção cultural e a natureza – formam a base material e física sobre a
qual o espaço geográfico é concebido e construído. Por uma ação planejada e com a
mediação permanente do professor, é possível aproveitar e ampliar o conhecimento que
aluno traz, ultrapassando os limites do senso comum, estimulando-os a realizar
comparações com diferentes tipos de conhecimento e a desenvolver uma forma de pensar
específica da Geografia.
Nesse processo, torna-se importante orientá-los e auxiliá-los a estabelecer relações
entre os objetivos e os conteúdos que são trabalhados/produzidos em sala de aula, a refletir
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sobre o espaço e as determinantes espaciais, que fazem parte de suas práticas sociais
cotidianas, a compreender o espaço e as relações nele presentes de forma mais abrangente e
critica.
Para EJA também é válido e significativo o trabalho com mapas como possibilidade
de compreensão e estudos comparativos das diferentes paisagens, lugares e territórios,
considerando-se também os sistemas de referência que neles estão presentes ou do qual
fazem parte. Na construção e reconstrução da linguagem gráfica e dos vários sistemas de
referência, podem ser considerados os referenciais que os alunos utilizam para se localizar e
orientar no espaço, tais como monumentos, parques, igrejas, rios, pontes, acidentes do
relevo, avenidas e praças, edifícios. A partir de situações em que compartilhem e explicitem
seus conhecimentos, o professor pode criar outras, nas quais os alunos possam
esquematizar e ampliar suas idéias de distância, direção e orientação e contextualizar as
noções básicas na alfabetização cartográfica, tais como: a visão oblíqua e a visão vertical, a
imagem tridimensional e a imagem bidimensional, o alfabeto cartográfico (ponto, linha e
área), a construção da noção de legenda, a proporção e a escala, a lateralidade, referências e
orientação espacial. Convém aproveitar as experiências práticas dos alunos que dominam e
vivenciam essas situações em seu cotidiano, tais como: pedreiros, (dominam na prática a
passagem visão tridimensional para sua representação bidimensional, escala, medidas, entre
outros); motoristas, entregadores de mercadorias, barqueiros, canoeiros, pescadores,
vaqueiros, entre outros (dominam sistemas de referência, orientação e localização com
bastante precisão).
É importante lembrar que a linguagem gráfica é um sistema de símbolos que
envolvem proporcionalidade, uso de signos ordenados e técnicas de projeção. Também é
uma forma de atender a diversas necessidades, das mais cotidianas (chegar a um lugar que
não se conhece, localizar o Estado e a cidade de origem, perceber a distância e o trajeto em
relação ao lugar de vivência atual, localizar informações que foram transmitidas pelos
meios de comunicação), às mais específicas (como delimitar áreas de plantio, compreender
zonas de influência do clima).
O trabalho com imagens e a representação dos lugares próximos e distantes são
também recursos didáticos importantes em EJA, pelos quais se criam possibilidades de os
alunos construírem e reconstruírem, de maneira cada vez mais ampla e estruturada, as
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imagens e as percepções que têm da paisagem local, de diferentes lugares e da global,


conscientizando-se de seus vínculos afetivos e de identidade com o lugar em que vivem.
Vale lembrar que, no estudo dos lugares mais próximos (escala local), para que o aluno
possa se situar melhor, a cartografia estará priorizando a grande escala, garantindo-lhe
maior detalhamento dos fatores e dos elementos que caracterizam o espaço de vivência no
seu cotidiano.
Nas séries do terceiro ciclo, esse processo de construção da linguagem gráfica pode
ser mais produtivo, mediante o trabalho com a produção e a leitura de mapas simples, em
situações significativas de aprendizagem, nas quais os alunos tenham questões a resolver,
seja para comunicar, seja para obter e interpretar informações. o aluno em processo de
alfabetização cartográfica já pode aprofundar seus conhecimentos nessas duas dimensões,
uma vez que o objetivo das representações dos mapas e dos desenhos é transmitir
informações e não simplesmente serem utilizadas como objeto de reprodução, evitando-se
repetir o que freqüentemente se fazia na escola regular, como também em EJA, na qual a
linguagem gráfica envolvia situações em que os alunos tinham de colorir mapas, copiá-los,
escrever os nomes de rios ou cidades ou memorizar as informações neles representadas, não
garantindo, porém, que construíssem os conhecimentos necessários, tanto para ler mapas
como para representar o espaço geográfico.
A Geografia, por uma imposição de método, trabalha com uma pluralidade de
espaços e lugares com recortes muito variados, alguns mais próximos, outros mais distantes
do observador. Inclusive com níveis de interesses diferentes no aprofundamento dos
elementos caracterizadores desses espaços. Tudo isso coloca para o geógrafo e para o
professor de Geografia a importância da existência de recursos técnicos e didáticos que
permitam, em seus estudos e pesquisas, a aproximação com seu objeto de estudo. Nesse
sentido, a cartografia constitui um recurso fundamental, uma vez que possibilita
representações dos diferentes recortes desse espaço e na escala que interessa para o ensino e
pesquisa. É importante criar oportunidades de construir conhecimentos sobre essa
linguagem em dois sentidos: como pessoas que representam e codificam o espaço e como
leitores críticos de informações, por eles expressas.
É essencial, assim, que o professor de EJA trabalhe com diferentes tipos de mapas,
atlas, globo terrestre, plantas e maquetes de boa qualidade e atualizados, nas situações em
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que os alunos possam interagir com eles e usá-los, cada vez mais, de modo preciso e
adequado. O que se sugere é uma ampla utilização de mapas e de recursos didáticos
diversificados para questionar, analisar, comparar, organizar, correlacionar dados que
permitam compreender e explicar as diferentes paisagens e lugares. No ensino de EJA, esta
proposta é importante de ser efetivada; porém, é preciso considerar que mapas ou cartas
temáticas que apresentam vários fenômenos, com sobreposição de legendas, dificultam a
visualização e a identificação de elementos fundamentais, prejudicando sua interpretação.

As linguagens e os recursos utilizados pela Geografia em EJA


A Geografia trabalha com imagens, recorrendo a diferentes linguagens e recursos
para obter informações, realizar comparações, levantar questões, interpretar e analisar
diferentes paisagens e lugares, construir diferentes conhecimentos sobre o espaço
geográfico.
Mapas, gráficos, tabelas, blocos diagrama, mapas estatísticos, perfil de relevo,
quadros de dupla entrada, fotografias, imagens de satélite, maquetes, constituem alguns dos
principais recursos e imagens que podem ser utilizados pela Geografia.
Apesar da variedade de recursos e linguagens, freqüentemente os alunos de EJA
relacionam e associam a Geografia apenas com o estudo de mapas, não reconhecendo e
apresentando dificuldades para identificar os demais recursos existentes.
Apesar do mapa ser o recurso com que os alunos de EJA estabelecem mais
identidade e familiaridade, não significa que eles dominem a linguagem cartográfica e
reconheçam com facilidade os seus elementos básicos constitutivos. É comum percebermos
dificuldades quanto ao reconhecimento e identificação dos limites e fronteiras (sociais,
políticas e naturais); ao estabelecimento e identificação de pontos de referência nas
diferentes escalas espaciais (local, nacional, mundo); à indicação de direções e orientações
e trajetos; de compararem e relacionarem as informações presentes na legenda com a sua
representação no mapa; de relacionarem uma mesma representação em diferentes escalas
(reduzida e ampliada). Nesse sentido, não é suficiente apenas produzir e colorir mapas nas
aulas de Geografia de EJA, como forma do aluno se apropriar e desenvolver autonomia em
relação à compreensão e utilização da linguagem cartográfica.
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Para que esse processo se efetive enquanto subsídio e construção de significados


para o aluno, devem ser abordados, simultaneamente, dois eixos: a leitura e a produção da
linguagem cartográfica, uma vez que há sucessivas aproximações entre esses eixos, não
sendo a primeira condição para o segundo, isto é, para fazer mapas não é necessário que se
aprenda sua leitura e interpretação anterior. Sendo uma linguagem bastante complexa,
torna-se importante planejar e desenvolver um conjunto de atividades, criando diferentes
situações nas quais os alunos tenham de priorizar um ou outro eixo, tanto na produção de
mapas, quanto na sua leitura e decodificação, para que, de forma gradual, consigam
coordená-los, apropriando-se tanto das convenções como do funcionamento dessa
linguagem. Não se pode perder de vista que a função social da linguagem cartográfica é de
comunicação de informações sobre o espaço, ou seja, deve haver situação comunicativa,
para que a atividade seja significativa e ocorra aprendizagem.
Em relação à alfabetização cartográfica, o PCN indica que ela deve envolver uma
série de aprendizagens que podem contribuir para que os alunos desenvolvam uma
formação nos elementos da representação gráfica já iniciada nos dois primeiros ciclos para
posteriormente trabalhar com a representação cartográfica.
Levando em consideração que em EJA o processo de escolarização do aluno é
descontínuo e marcado por uma série de rupturas, é fundamental que seja retomado e
ampliado o conjunto de aprendizagens relacionadas com a alfabetização cartográfica, nas
séries iniciais do terceiro ciclo (5ª e 6ª séries), e que a cartografia seja tratada não apenas
como um eixo temático desse ciclo, mas que ela se constitua num recurso e numa
linguagem rotineira, continuamente sistematizada em sua sala de aula, uma vez que, a rigor,
todos os fenômenos geográficos podem ser espacializados.
Para o quarto ciclo (7ª e 8ª séries), o PCN indica que a cartografia não se constitua
num eixo, mas que fundamentalmente ela seja utilizada como um recurso para trabalhar e
contextualizar as informações geográficas, permitindo a elaboração de correlações e
sínteses mais complexas, uma vez que ela é um recurso que permite uma melhor
visualização e espacialização dos temas.
Para que o aluno de EJA compreenda e utilize a linguagem cartográfica com
significado, podemos definir e relacionar alguns objetivos conceituais e procedimentais que
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auxiliem o professor a desenvolver o processo de leitura e interpretação da linguagem


cartográfica, dentre eles destacando-se:
• Utilizar e aplicar referenciais de orientação e localização (pontos de
referência, pontos de orientação).
• Identificar e utilizar as diferentes visões de representação e perspectivas
(horizontal, oblíqua e aérea).
• Identificar e diferenciar as diferentes formas de representação do espaço
(maquete, planta, croqui, mapa).
• Relacionar e perceber a utilização da perspectiva, passando de uma visão
tridimensional para a visão plana (planta baixa).
• Compreender e utilizar a escala, diferenciando a escala gráfica da escala
numérica, desenvolvendo a noção de escala ampliada e de escala reduzida.
• Identificar e aplicar as diferentes escalas, calculando metragem e distâncias.
• Percorrer e definir trajetos em mapas, plantas e croquis.
• Perceber os diferentes elementos que constituem os mapas: título, escala,
legenda, sistema de orientação e posição (rosa-dos-ventos, linhas paralelas e
meridianas) realizando a interpretação desses elementos, aplicando as
informações obtidas.
• Identificar, localizar e diferenciar no mapa-múndi: continentes, oceanos,
ilhas e mares.
• Reconhecer as diferentes formas de representação da Terra relacionando-as
com as projeções cartográficas.
• Observar, interpretar e aplicar as informações representadas.
• Relacionar as informações existentes.
• Registrar e elaborar explicações a partir dessas informações
• Reconhecer, diferenciar e fazer uso de diferentes recursos utilizados pela
Geografia, gráficos, tabelas, bloco diagrama, mapas estatísticos, perfil de relevo,
quadro de dupla entrada, fotografia, imagem de satélite.
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Enquanto objetivos atitudinais, espera-se que os alunos de EJA desenvolvam


familiaridade e utilizem, de forma prática, a variedade de recursos e linguagens que
representam informações geográficas, em relação ao mapa mais especificamente, que sejam
não apenas usuários e leitores, mas também produtores e que comuniquem algo e se
expressem através do domínio desse recurso e dessa forma de linguagem.

Os meios de comunicação formam idéias e imagens sobre o mundo


Cada vez mais os meios de comunicação penetram na vida dos alunos. Os alunos de
EJA apresentam-se abertos e receptivos ao uso dos meios de comunicação e as informações
neles veiculadas. O rádio e a televisão constituem os meios de comunicação pelos quais
recebem maior quantidade de informações em relação aos acontecimentos locais, nacionais
e mundiais. A música é uma das linguagens veiculadas que exercem grande fascínio sobre
os alunos. Seu imaginário já é capaz de lançá-lo a uma relação de espaço e tempo mais
complexa, relativizar o próximo e imediato, o distante e o mediato na relação com os
lugares. Esses conhecimentos precisam ser investigados para que o professor possa criar
intervenções significativas que provoquem avanços no campo cognitivo, nas concepções
dos alunos. O principal cuidado é ir além daquilo que já sabem, evitando estudos restritos
às idéias e temas que já dominam e que pouco promovem a ampliação de seus
conhecimentos sobre os lugares e o mundo.
Para realmente trabalhar e valorizar o imaginário do aluno, não se pode encarcerá-lo
à idéia de que seu espaço esteja limitado apenas à sua paisagem imediata. Pela mídia e
outros meios de comunicação, o aluno de EJA acaba incorporando ao seu cotidiano
imagens e idéias sobre outros lugares e sobre o modo de vida existente em outras
localidades. No Ensino Fundamental é essencial que se aprofundem as mediações de seu
lugar com o mundo, percebendo como o local e o global interagem.
Ao explorar as informações veiculadas pelos meios de comunicação de massa, o
professor precisa ser capaz de analisar com os alunos de EJA a validade científica desse
conhecimento, discernindo as informações que podem estar reforçando visões
discriminatórias e estereotipadas da realidade; deve-se procurar compreender em que
realidades específicas se originaram essas informações e que abrangência espacial e social
elas possuem; quais fazem parte do senso comum e podem se traduzir em falso
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conhecimento, quais podem se traduzir em conhecimentos científicos, como essas


informações interferem no conhecimento que os alunos constroem sobre o espaço e sobre
as relações nele presentes.
Por meio da televisão, videocassete, rádio, gravador, computador, revistas, jornais é
possível obter informações sobre o campo, a cidade, questões ambientais, povos, nações,
construção de territórios etc., que são fundamentais para que os alunos compreendam as
relações entre o processo histórico de construção do espaço geográfico e o funcionamento
da natureza.
Convém ao professor de EJA gravar programas de televisão que abordem assuntos
relacionados à Geografia, uma vez que o horário de estudo, trabalho e cuidados com a
família demandam muitos esforços, dificultando, em algumas situações de serem
recomendados para serem assistidos fora do horário escolar. Da mesma forma, algumas
programações de rádio (principalmente entrevistas e noticiários) podem ser gravadas e
utilizadas como meio de acesso a novas informações. As videolocadoras possuem um
acervo de filmes e documentários que podem ser utilizados para observar, comparar e
analisar diferentes cenários, relação entre sociedade e natureza (espaço físico e ações) etc.
Os alunos podem realizar pesquisas sobre assuntos que estão sendo estudados, em todo tipo
de material impresso (enciclopédias, livros, revistas, jornais etc.) e também nas bibliotecas
eletrônicas por meio de softwares e sites da internet, utilizando os computadores da escola,
quando esse recurso existir. Por meio dos computadores, também é possível criar bancos de
dados como um recurso para organizar as informações pesquisadas e coletivizá-las entre
todos os alunos. A fotografia é um recurso que está mais acessível para os alunos de EJA,
sendo um recurso importante para registro da informação, imagens, arquivo, pesquisa,
apresentação de resultados etc.
Os recursos tecnológicos devem ser usados como mais uma possibilidade didática e
serem bem dimensionados no processo de ensino-aprendizagem e no programa de curso de
Geografia para EJA.

O projeto educativo e a Geografia


Para concretizar um processo de trabalho com o aluno, é fundamental que seja
elaborado um projeto político e pedagógico, construído em conjunto com todos os
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segmentos da escola onde está inserido o projeto de trabalho em Geografia. O professor


deve refletir coletivamente, com áreas afins ou mesmo com outros professores da área para
escolher o objeto de estudo que deve interessar os alunos de EJA e ampliar seu
conhecimento sobre a realidade.
No planejamento da área, devem estar estabelecidos os objetivos e conteúdos
conceituais, procedimentais e atitudinais, as diferentes visões e discussões sobre os temas
escolhidos, as formas, as possibilidades e os meios de trabalhá-los. Na aplicação do projeto,
é importante verificar as representações e os conhecimentos que os alunos possuem sobre a
área e sobre os conceitos geográficos que serão aprofundados.
Em relação à Geografia, os alunos de EJA têm uma visão fragmentada e
desarticulada relacionando-a apenas ao estudo de mapas, ou com o clima, com o relevo, a
vegetação os planetas e o sistema solar, considerando-a uma matéria decorativa, ou seja,
que pouco o auxilia na leitura e na compreensão de sua realidade, que pouco o auxilia no
processo de construção de seu conhecimento.
É importante considerar que vários alunos de EJA ficaram muitos anos afastados da
escola e apresentam dificuldades de lembrar o que estudaram de Geografia; muitos deles
estudaram a disciplina Estudos Sociais e possuem dificuldade para diferenciar e delimitar
quais os conceitos ou conteúdos que se relacionavam com História e quais eram próprios
da Geografia.Quando relatam sobre o que esperam do curso de Geografia no Ensino
Fundamental, dão respostas variadas, tais como: ler e entender um texto, escrever melhor,
relacionar-se melhor com outras pessoas (em casa, na escola, no ambiente de trabalho),
entender o que está acontecendo no país e em outros lugares do mundo, porque existem
países muito ricos e outros muitos pobres, a situação de vida dos trabalhadores do Brasil e
de outros lugares do mundo, saber encontrar lugares em um mapa etc.
Por diferentes relatos, percebe-se que os alunos de EJA não desejam apenas
dominar um conjunto de conteúdos ou habilidades específicas do conhecimento geográfico,
mas que o estudo de Geografia também os auxilie a superar dificuldades relacionadas às
habilidades de leitura, escrita, convivência social, permitindo sua inclusão na sociedade e
no grupo social no qual estão inseridos, para recuperar o tempo perdido em relação à sua
escolarização, para que relacionem e compreendam as transformações que ocorrem e
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ocorreram no lugar de origem, no lugar onde moram atualmente, e em outros lugares do


país e do mundo.
No processo de aprendizagem, devem ser identificadas as dificuldades de cada
aluno, discutidas conjuntamente com toda comunidade escolar as diferentes organizações
da escola e a mobilização de ações pedagógicas estabelecidas, para que esse aluno adquira
competência necessária para mobilizar os conhecimentos que possibilite uma leitura
geográfica do mundo.
Ao pensar sobre a seqüência dos assuntos a serem trabalhados e suas relações com
os diferentes temas transversais (meio ambiente, ética, trabalho, saúde, educação sexual).
Estes devem ser escolhidos e integrados nos objetos de estudo mais significativos para
refletir sobre a realidade local.
Ao examinar a realidade socioeconômica e cultural dos alunos de EJA, é importante
levar em consideração a observação do geógrafo e pensador Milton Santos, segundo o qual
“em nenhum outro país foram assim contemporâneos e concomitantes processos como a
desruralização, as migrações brutais desenraizadoras, a urbanização galopante e
concentradora, a expansão do consumo de massa, o crescimento econômico delirante, a
concentração da mídia escrita, falada e televisionada, a degradação das escolas”.6
Não se pode perder de vista outros fatores relacionados com esses acontecimentos,
tais como: a falta de escolas e de oportunidade de escolarização, as dificuldades de inserção
e convivência em espaços, sociedades e culturas diferenciadas dentro da própria cidade, no
município e no país.
Muitos dos alunos de EJA participaram desses fatos como sujeitos históricos
(personagens) e vivenciaram suas conseqüências. Os alunos de EJA são bastante
heterogêneos, apresentando diferenças de idades, possuindo diversos valores, hábitos,
origens sociais e culturais, e diferentes processos de escolarização - alfabetização. No
trabalho pedagógico a ser desenvolvido é importante conhecer as representações dos alunos
e os saberes que trazem consigo, compreendendo de onde originaram tais conhecimentos,
“frutos da vivência, do senso comum, ou se possuem certos” conhecimentos “que podem se
traduzir em” não conhecer “, ou falso conhecimento.”7

6
Santos, Milton. O espaço do cidadão, p. 12 e 13. Nobel, São Paulo, 1996.
7
Pontuschka, Nidia, N. O perfil do professor e o ensino-aprendizagem de Geografia. In Cadrenos Cedes,
(39). Ensino de Geografia., 1ª edição, p. 60. Papirus, Campinas, 1996.
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Considerando a realidade sociocultural e os conhecimentos prévios que os alunos


trazem sobre as diferentes espacialidades, sobre as relações que estabelecem com as
diversas realidades sociais e culturais, o professor, numa sociedade tão desigual, estará apto
a propor problemas de caráter geográfico e estar contribuindo para a construção da
cidadania.
Um projeto de Geografia, destinado aos alunos de EJA, têm que estar
comprometido com uma volta para repensar a realidade,com a compreensão dos processos
envolvidos nas diferentes transformações sociais, espaciais e culturais em nível nacional,
ou em nível mundial ocorrida através do tempo.
Através do estudo de Geografia os alunos de EJA devem compreender como
diferentes grupos sociais e culturais interagem com a natureza na construção de seu espaço;
observar as singularidades ambientais do lugar em que vivem percebendo o que o
diferencia e o aproxima de outros lugares e, assim, adquirir uma consciência maior dos
vínculos afetivos e de identidade que estabelecem com os lugares de convivência. A
Geografia escolar possibilita conhecer as múltiplas relações de um lugar com outros
lugares, distantes no tempo e no espaço e perceber as relações do passado com o presente.
O estudo de Geografia deve possibilitar que os alunos de EJA compreendam como e por
que suas ações, individuais ou coletivas, em relação aos valores humanos ou à natureza,
têm conseqüências (tanto para si como para a sociedade). Permite também que adquiram
conhecimentos para compreender e perceber a importância de atitudes solidárias e
comprometidas com o destino das futuras gerações.
A Geografia tem um papel importante conjuntamente com as demais disciplinas da
escola, favorece uma maior integração entre realidades próximas e distantes do aluno,
fornecendo-lhe uma visão mais completa do espaço, da sociedade, da cultura e das relações
sociais organizados, construídos, destruídos, transformados e reconstruídos num processo
histórico. Possibilita uma reflexão crítica sobre o espaço que o aluno vive e sobre espaços
que já tiveram oportunidades de vivenciarem ou conhecerem, permitindo uma visão mais
abrangente da humanidade e da diversidade de formas de vida existentes no planeta,
valorizando e reconhecendo a herança natural, a herança cultural e herança social existentes
atualmente; observando as transformações a possibilitar um modo de pensar e compreender
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geograficamente a sua realidade e o mundo para que seja capaz de interferir na sociedade se
realizando.

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