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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
CENTRO DE HUMANIDADES
UNIDADE ACADÊMICA DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

EMERSON MAYK CRISTIANO DOS SANTOS

EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS NO ENSINO: UMA ANÁLISE SOBRE A


PRÁTICA PEDAGÓGICA NO PERÍODO PÓS-PANDEMIA

CAMPINA GRANDE – PB
2022
1. INTRODUÇÃO

A problemática atual a qual o Brasil e todos os países do mundo têm enfrentando


diante da pandemia e de seus desdobramentos por ocasião do corona vírus impôs sobre
todos os indivíduos a obrigatoriedade de repensar todas as práticas cotidianas, das mais
simples as mais complexas. Desse modo, países espalhados por todos os continentes
enfrentaram inúmeras dificuldades diante dessa pandemia. A Europa, por exemplo, teve
números alarmantes de contaminações, bem como a Ásia, especialmente a China onde o
vírus surgiu, mas todos os Países trabalharam em conjunto e individualmente de
maneira que tornasse possível que o máximo das esferas sociais, pudessem continuar
suas atividades com o mínimo de risco, através do homeoffice.
O Brasil, corriqueiramente, evita o sistema online como uma real possibilidade
de se trabalhar, especialmente na educação, apenas algumas instituições particulares de
ensino superior trabalham com esse sistema há muito tempo, mas as escolas públicas
têm pouco preparo para sistemas de ensino fora do modelo tradicional. Ainda podemos
encontrar professores que sequer sabem utilizar um computador, preparar uma aula
interativa através de softwares, utilizar Datashow e equipamentos eletrônicos que
possam facilitar e intermediar o sistema de ensino e aprendizagem na escola,
principalmente na educação básica.
Sabe-se que existem muitos fatores por trás dessa situação e estes precisam ser
elencados e analisados como: 1. A (in)existência de formação continuada dos docentes
diante do contexto remoto emergencial; 2. A falta de estrutura física adequada nas
escolas como laboratórios de informática e internet adequada para possibilitar a
interação aluno-professor no mundo virtual; 3. O contexto socioeconômico dos
professores frente à necessidade de aquisição de equipamentos essenciais para práticas
educativas online; 4. A falta de investimentos direcionados às escolas para a aquisição
de equipamentos multimídia e softwares computacionais de grande acesso simultâneo,
lúdicos, interativos e flexíveis.
Diante desse fato, sendo obrigados a preparar aulas remotas, ao vivo e com o
máximo de ludicidade necessária para voltar a atenção dos alunos a tela do computador,
muitos desses professores precisaram se reciclar e se ressignificar enquanto docentes
para uma realidade virtual que eles não estavam preparados (muito embora há muito se
discuta sobre as vantagens e possibilidades do ensino híbrido, online). Porém, com a
chegada da vacina que tem proporcionado a retomada das atividades de todos os setores
em caráter presencial, questionamo-nos: será que os professores retornarão com suas
aulas tradicionais, excluindo as tecnologias educacionais novamente ou se apropriarão
delas em suas práticas educacionais?
É a partir desse questionamento que se situa o problema a ser abordado nesta
pesquisa: durante o perído de ensino remoto emergencial em que todos os docentes se
veem obrigados a utilizar as tecnologias educacionais para poder ministras suas aulas,
será que agora, com a retomada das aulas presenciais ou semi-presenciais, os docentes
ainda utilizarão as TICs em suas práticas cotidianas de ensino?
A pesquisa se propõe a ser desenvolvida através de estudos de caso nas turmas
de ensino fundamental II em duas escola pública no município de Guarabira cuja
escolha de região se deu por dois critérios: o primeiro relacionado ao fato de que a
cidade representa um polo de interior, sendo a segunda gerência regional de ensino do
Estado da Paraíba, o segundo relacionado a acessibilidade geográfica, uma vez que
existe uma facilidade de locomoção para coleta de dados.
Além disso, as escolas escolhidas são as que melhor apresentaram resultados no
último SAEB realizado em 2019. Pretende-se, portanto, analisar as práticas pedagógicas
dos docentes no período pós pandemia a fim de verificar o uso (ou a falta dele) das
tecnologias educacionais como mecanismos de potencialização da prática de ensino e
aprendizagem, tomando por base o estudo de caso no município em questão e
identificando os principais desafios.
Nesse sentido, diante de um cenário totalmente arbitrário ao corriqueiro, em que
as relações aluno-professor acontecem em caráter online de modo que nenhum
estudante da educação básica ou professor havia cogitado, os processos de ensinar e
aprender foram ressignificados consideravelmente. Mesmo em um contexto de
dificuldades, as metas estabelecidas pelo PNE, pela LDB e demais documentos legais
em vigor ainda estavam válidas e precisam ser cumpridos. E mais do que isso, os alunos
não podem ser negligenciados. Por mais que há anos inúmeros pesquisadores venham
apontando as possibilidades que as TICs podem proporcionar ao processo de ensino e
aprendizagem e diversas tecnologias educacionais foram desenvolvidas, vimos que
algumas escolas optaram por ignorá-las, chegando, muitas vezes, a banir
permanentemente o uso de aparelhos celulares a exemplo.
Porém, durante o período de pandemia, as escolas tiveram que abrir as portas
para essas tecnologias e abraçá-las como nunca imaginaram antes, permitindo e até
mesmo sugerindo que o aparelho celular antes banido, agora fosse utilizado para que as
aulas acontecessem. Contudo, com a chegada da vacina contra o COVID-22, surge a
possibilidade de que todas as esferas sociais poderão retomar suas atividades
normalmente, presencialmente. As tecnologias educacionais continuarão existindo e seu
funcionamento nas práticas pedagógicas cotidianas ainda será válido e fundamental a
fim de maximizar a aprendizagem e facilitar o processo de ensino e aprendizagem,
porém, talvez, seu uso não será mais obrigatório.
Nesse sentido, juntamente com a urgente necessidade de repensar o modelo
educacional atual devido à emergência da sociedade tecnológica, a dissertação torna-se
de fundamental importância, uma vez que é imprescindível verificar se os docentes
continuarão utilizando as tecnologias educacionais em suas práticas cotidianas ou não,
haja vista que, deixado o uso obrigatório, tem-se a possibilidade de que as escolas
possam voltar a negligenciar tais ferramentas, sendo, portanto, preciso compreender os
motivos pelos quais a escola e o corpo docente escolham, porventura, optar a voltar as
velhas práticas tradicionais de ensino ou a continuar com aulas permeadas com
mecanismos educacionais tecnológicos.
Além disso, eu, enquanto pesquisador e aluno fruto da escola pública desde a
base até o ensino superior, acredito que a educação é o único meio possível de mudança
social na vida de qualquer indivíduo. Entendo que apenas através do ensino, da
pesquisa, da educação é que o ser humano desenvolve plenamente todas as suas
linguagens, mas temos claramente uma enorme discrepância em relação aos alunos da
rede particular. Além disso, outros fatores como estímulos ao corpo docente podem
contribuir para uma educação permeada por tecnologias digitais afim de que
encontremos um meio de desacelerar a discrepância entre o nosso sistema público e
particular, possibilitando que nossos alunos tenham mais chances de competir no
mercado de trabalho.
Tais questionamentos me conduziram a necessidade de verificar tal conjuntura
na qual a classe docente está submetida para atender à alta demanda do contexto atual
neste cenário pós pandemia, uma vez que compreendemos as tecnologias de informação
e comunicação e as tecnologias educacionais como meios de potencializar os processos
de ensino e aprendizagem a fim de promover um ensino mais equilibrado, de qualidade
e que equipare os alunos de todas as esferas sociais.
Todos esses questionamentos me conduziram enquanto pesquisador de modo a
realizar esta pesquisa com o intuito de obter o título de Mestre em Educação através da
Universidade Federal de Campina Grande, vinculado através do Programa de Pós-
Graduação em Educação (PPGED).

2. OBJETIVOS

Objetivo Geral: Analisar as práticas pedagógicas no período pós ensino remoto e


verificar se houve ou não descontinuidade no uso das tecnologias educacionais.

Objetivos Específicos:

1. Identificar os principais desafios do uso das tecnologias educacionais no


processo de enino e aprendizagem;
2. Identificar o grau de conhecimento digital do corpo docente;
3. Analisar os planos de curso do corpo docente quanto à utilização de tecnologias.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A pesquisa terá como base teórica as ideias de Moran (2008, 2020) que destaca
as possibilidades que as tecnologias digitais possuem no âmbito educacional,
exemplificando como importantes informações podem estar contidas dentro de CDs,
DVDs e pen-drives, produtos de baixo custo e alto benefício, uma vez que diversos
aparelhos eletrônicos de uso doméstico possuem um leitor deste tipo de conexão.
Outrossim, o autor supramencionado ressalta que as tecnologias digitais e educacionais
são desenvolvidas com o intuito de maximizar o tempo do docente, potencializar o seu
fazer pedagógico e melhorar os processos de ensino e aprendizagem, mas nunca
substituir o próprio docente.
Além disso, o autor ainda enfatiza a importância da práxis, pois, mesmo que
toda ação docente seja permeada por tecnologias, também precisa ser uma ação
reflexiva, ou seja, o docente também precisa refletir sobre sua prática já realizada,
considerar elementos, circunstâncias e diversos outros fatores para poder novamente
realizar a sua prática. O autor em questão dialoga sobre o rompimento definitivo da
educação sem participação através de um sistema educacional mais atualizado,
tecnológico e que possibilite aos discentes uma educação de qualidade, uma vez que
este período de pandemia revelou a grande desigualdade existente, especialmente sobre
o acesso ao mundo digital. Além do exposto, o autor em tela reforça a necessidade de
políticas públicas eficazes voltadas à infraestrutura digital nas escolas, à formação
docente para atuar nesta dimensão e, principalmente, que o acesso digital seja um
direito fundamental de todo indivíduo e família.
Castells (2020) aponta a dicotomia existente entre o que os alunos fazem na
Escola e o que desenvolvem fora dela, uma vez que hoje os alunos possuem essa
expressiva necessidade de estarem conectados à rede o tempo inteiro. O mesmo
esclarece que essa dicotomia só terá fim quando houver uma reforma profunda no
sistema de ensino, uma vez que a Escola ainda funciona exatamente como na Idade
Média, sem internet, sem interatividade, apenas um professor explicando um conteúdo
de forma manual e meramente mecânica. Essa diferença em como se ensina e como os
alunos aprendem é fomentada pelo autor supramencionado, com base em pesquisas
desenvolvidas em diversos países, em que a taxa de abandono do ensino médio é
fundamentalmente devido ao aluno ficar entediado. Castells (2020) esclarece que,
quando se tem alunos advindos de culturas digitais, estes não se adaptam nem se
interessaram com aulas oriundas de uma cultura analógica, gerando uma dissonância
cognitiva.
Chaves (2013), por seu turno, discute sobre a resistência imposta pelas escolas
frente quaisquer tecnologias que adentrem os portões, especialmente se referindo a
tentativas mínimas de inovação em práticas pedagógicas permeadas por mecanismos
tecnológicos. Nesse sentido, a Escola poderá apontar inúmeros problemas para impedir
tal acontecimento. Entretanto, ele analisa as diversas possibilidades disponíveis aos
professores que as tecnologias digitais possuem para facilitar a prática pedagógica, bem
como a maximização do tempo em sala, a potencialização do processo de ensino e
aprendizagem, a centralização do conhecimento no próprio aluno, a interatividade entre
os alunos tanto em ambientes físicos quanto digitais, o incentivo à busca do
conhecimento pelo próprio aluno através de pesquisas orientadas e outros.
O autor também analisa o sistema educacional brasileiro verificando que, por
mais que houvessem investimentos do Governo Federal em programas de
informatização escolar, nem todas as escolas do Brasil foram contempladas com os
recursos devido a diversos fatores como a necessidade de reforma estrutural que,
teoricamente, não havia recursos para tal e até mesmo a falta de energia elétrica no
município onde a escola está localizada. Ressalte-se que mesmo nas escolas que
receberam os laboratórios e demais tecnologias advindas dos programas
governamentais, tais ferramentas podem ter ficando em desuso por falta de formação
profissional suficiente, iniciativa escolar, excesso de demanda e responsabilidade e
outros fatores.
As contribuições de Valente (1998 e 2019) também tem um papel significativo
na construção desta pesquisa, uma vez que ele discursa sobre como as tecnologias
digitais que adentram alguns portões escolares são apresentadas com muita timidez,
com medo, receio por parte do corpo docente, o que faz com que essas tecnologias que
deveriam auxiliar o docente em sua prática de ensino, sejam esvaziadas de significado e
potencialização. O autor afirma que as tecnologias de informação e comunicação ainda
não estão sendo utilizadas em sua potência máxima. Essas tímidas tentativas são sempre
redundantes, uma vez que são práticas como um filme passado em sala ou uma pesquisa
simples e rápida, feitas, muitas vezes, apenas para melhorar o discurso no relatório de
classe.
O autor em tela explica que tais práticas possuem sim seu valor e eficácia no
contexto específico, mas que as tecnologias educacionais podem ser utilizadas de outras
formas, com bem mais significado e para qualquer prática pedagógica.
Marc Prensky (2001) aprofunda o estudo analisando como as tecnologias
educacionais podem ser inseridas em qualquer disciplina e em qualquer conteúdo
escolar, uma vez que se ouve muitos dos professores que tal disciplina ou tal conteúdo
não são passíveis de readaptação para uma novo modelo que seja realizado através das
TICs. Esse autor afirma que tal pensamento advém da falta de formação especializada
na área, o que gera muitas vezes o comodismo que, neste caso, implica na falta de
pesquisas, de mudanças, de refazer um plano de aula, de sair da zona de conforto em
busca de mudanças e melhorias para si, para a escola e para os alunos que dela
dependem, mas, uma vez rompido com esse paradigma, é possível encontrar caminhos
metodológicos para readaptar toda e qualquer disciplina e conteúdo para que seja
atrelado as TICs.
O autor analisa os conceitos e a discrepância existente entre os docentes
inexperientes digitalmente e os alunos que facilmente dominam as tecnologias, mas
esclarece que, por mais que haja divergências, gera um paradoxo, elas não implicam em
uma impossibilidade de se conceber a prática docente, haja vista que o cotidiano do
aluno fora de escola é permeado por tecnologias, sendo assim, a partir do momento que
a trazemos para dentro de sala, a atenção e participação dos alunos cresce
significativamente.
Delors (2003) analisa as questões de formação continuada, prática indispensável
a toda e qualquer profissão, especialmente os educadores uma vez que, conforme as
gerações vão mudando, as formas de aprender mudam também. Sendo assim, os
métodos de ensinar também devem mudar para atender às demandas sociais que o
contexto geral implica. O autor supramencionado analisa a importância e o impacto que
a formação continuada exerce na prática pedagógica docente e na própria vida pessoal
do indivíduo professor que busca atualizar-se frequentemente, proporcionando uma
melhor qualidade de vida, ascensão social através de salários melhores e oportunidades
de trabalhos em outros ambientes, e, é claro, metodologias e práticas pedagógicas mais
eficazes.
Destaque-se que o autor aludido também alerta sobre a informatização do
modelo de ensino atual quando as tecnologias digitais são inseridas nas escolas sem
planejamento, sem reflexão, sem preparo e escolas bem orientadas, tornando tal ação
meramente formal e sem significado devido à falta de orientação adequada nas escolas e
à capacitação profissional. Além disso, discute sobre a necessidade (e urgência) docente
de atualizar-se em relação às tecnologias digitais e suas possibilidades frente à ação
pedagógica, enfatizando o dever do órgão públicos e instituições privadas de prover não
apenas meios estruturais, mas capacitação para lidar com os novos meios de ensinar e
aprender, estimulando docentes a saírem de suas passividades em busca de atualização
independente da hierarquia administrativa.
Contudo, Severo (2019) alerta para o fato de que ainda temos alunos,
especialmente os da rede pública, que não possuem acesso à internet em suas
residências (mesmo que seja um número menos significativo, ainda representam uma
parte da população) ou aparelhos como computador e celular, tendo, muitas vezes, que
procurarem entre os vizinho, amigos e familiares essas feramentas para poderem
realizar as atividades solicitadas. Destaca também que, mesmo os alunos que têm esse
acesso seja em casa ou na escola, estes encontram dificuldade em compreender que
essas ferramentas estão disponíveis não apenas para lazer e entretenimento, mas
também para atividades escolares, para estudo, etc., e que em sala haverá momentos
específicos para cada uma dessas atividades.
Tomando as ideias dos pesquisadores acima, está pesquisa buscará analisar, a
partir de um estudo de caso no município de Guarabira, os processos de ensino e
aprendizagem no Ensino Fundamental II, na pós pandemia, período em que não é mais
obrigatória, devido à queda do distanciamento social, a utilização de tecnologias
educacionais para dar aulas, mas ainda se faz necessário para potencializar a prática
pedagógica e os processos de ensino e aprendizagem, bem como compreender os
desafios e necessidades que circunscrevem este contexto.

4. METODOLOGIA
A pesquisa a ser desenvolvida é de natureza qualitativa com abordagem
metodológica para um estudo de caso. Para Yin (2001, p.32), o estudo de caso é uma
estratégia de pesquisa abrangente que se inicia na coleta de dados e alcança a análise. A
predominância será da abordagem qualitativa. A pesquisa seguirá os seguintes passos:
Realização de análise documental, que se “caracteriza pela busca de informações
em documentos que não receberam nenhum tratamento científico” (OLIVEIRA, 2007,
p. 69). Coletaremos dados a partir de documentos oficiais publicados pelos órgãos
governamentais da rede municipal, como pareceres, resoluções, etc., referentes a
alterações nas leis para a minimização do impacto da covid-19 e continuidade das aulas
em caráter remoto.
A pesquisa documental será desenvolvida a partir de dois métodos bastante
conhecimentos: a avaliação preliminar dos documentos e a análise documental dos
mesmos. A avaliação preliminar partirá dos conceitos elucidados por Bardin (1977), que
destaca esta etapa como fundamental, pois é nela em que se escolhe os documentos,
formula-se hipóteses e objetivos para a pesquisa. A análise documental será feita através
da técnica de análise de conteúdo ainda tendo como principal referencial teórico os
textos clássicos de Bardin (1977, p.31) que a define como sendo um “leque de
apetrechos; ou, com maior rigor, um único instrumento, mas marcado por uma grande
disparidade de formas e adaptável a um campo de aplicação muito vasto: as
comunicações” e onde deve-se aplicar as técnicas específicas segundo os objetivos.
Em um segundo momento, será realizado um mapeamento das escolas públicas
da Rede Municipal de Guarabira a partir dos resultados estabelecidos no Saeb 2019
divulgandos de forma on-line no portal do Ideb tendo em vista as duas escolas que
obtiveram as maiores notas na avaliação afim de proceder com o estudo de caso,
método elucidado (e base teórica deste ponto da pesquisa) por Yin (2005) como ideal
para este tipo de estudo, uma vez que o mesmo ilumina uma decisão ou conjunto de
decisões tais como: por que tais decisões são tomada, como são implementadas e com
quais resultados.
A partir da avaliação acima mencionada, as escolas que alcançaram as duas
maiores notas foram: O Centro Educacional Osmar de Aquino e o Centro Educacional
Raul de Freitas Mousinho, sendo estas as escolas definidas para atuar com o projeto de
pesquisa cujo público-alvo serão os professores de todas as disciplinas do 9º ano. Vale
ressaltar que a escolha por este público-alvo se deu por ser um período (o 9º ano) em
que existe uma avaliação de larga escala feita em todas as instituições (o Saeb) que
quantifica uma nota referente aos processos de ensino e aprendizagem. Além disso,
observou-se que as instituições públicas locais que atendem à respectiva série letiva não
possui Ensino Médio, o que obriga os alunos a matricularem-se em outras instituições
no ano subsequente.
As duas escolas já foram visitadas e concordaram em participar da pesquisa o
que fica evidente na assinatura da gestão escolar no documento intitulado “Termo de
Anuência”. Além disso, os professores que compõe os anos finais do Ensino
Fundamental das respectivas escolas já foram contactados afim de apresentar-lhes a
proposta da pesquisa e a importância de suas participações na mesma onde no Centro
Educacional Raul de Freitas Mousinho tivemos uma aceitação de 9 professores de um
total de 12. Enquanto que, no Centro Educacional Osmar de Aquino, tivemos uma
aceitação de 8 professores de um total de 19. Assim, a amostragem da pesquisa totaliza
17 professores que já concordaram em participar da pesquisa e estão apenas no aguardo
da aprovação do comitê de ética para dar início às entrevistas.
Tendo em vista a necessidade de aprovação do comitê de ética para poder
realizar as entrevistas e as férias do corpo docente das instituições em que a pesquisa
será realizada, as entrevistas têm previsão de serem realizadas durante todo o mês de
março e abril de 2023.
O processo investigativo do estudo de caso proporcionará a coleta de dados,
evidências, como exemplo, fontes documentais, registros em arquivos, entrevistas,
observações direta e participante e artefatos físicos afim de otimizar o tempo de trabalho
e maximizar os resultados (YIN, 2005). O processo metodológico desta etapa seguirá os
critérios estabelecidos por Yin (2005) que consistem no levantamento de questões
problemas, as proposições de estudo, as unidades de análise e os critérios para se
interpretar as descobertas do estudo que, de acordo com Tormes, Monteiro e Moura
(2018, p. 4) “espera-se que os padrões de critérios sejam estabelecidos de forma clara
[...]. Sendo assim, há de se ter claro quais são as questões do estudo, quais dados são
relevantes, quais dados serão coletados e como analisá-los”.
Por fim, tem-se a entrevista semiestruturada que, de acordo com Gil (2010, p.
137), “esse tipo de entrevista permite, ao mesmo tempo, a liberdade de expressão do
entrevistado e a manutenção do foco pelo entrevistador”. Este tipo de entrevista
proporciona a flexibilidade de improvisar, encurtar ou redirecionar a entrevista para
questões centrais e específicas, existe a possibilidade de combinar questões abertas e
fechadas. Questões pré-estabelecidas são seguidas em ordem, mas variam de acordo
com o fluxo da informalidade da entrevista. Podem ser utilizados diversos recursos
tanto para deixar o entrevistado confortável quanto para auxilia-lo em perguntas mais
densas, tendo-se respostas espontâneas. O tratamento das informações será feito
utilizando a análise do conteúdo de Bardin (1997).
Para o processo de análise e interpretação dos dados coletados pela entrevista,
será utilizada a fenomenologia com enfoque sobre a hermenêutica utilizando diversos
pesquisadores sobre o campo que embasam a justificativa dessa escolha por favorecer
uma análise mais ampla e aberta dos objetos cognoscíveis e permitir que o mesmo possa
ser estudado a partir de outras perspectivas.

5. REFERÊNCIAS

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.


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