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NOÇÕES DE

SOCIOLOGIA III
MARGARIDA MARIA ALVES

Margarida Maria Alves nasceu em Alagoa Grande, 5 de agosto de 1933. Foi


uma sindicalista e defensora dos direitos humanos brasileira. Foi uma das
primeiras mulheres a exercer um cargo de direção sindical no país. Seu nome
e sua história de luta inspiraram a Marcha das Margaridas, que foi criada em
2000.

Como Presidente do sindicato de Alagoa Grande, foi responsável por mais de


cem ações trabalhistas na justiça do trabalho regional, tendo sido a primeira
mulher a lutar pelos direitos trabalhistas no estado da Paraíba durante a
ditadura militar.

Postumamente, recebeu o Prêmio Pax Christi Internacional em 1988.


Militância
Viveu no Sitio Jacu, zona rural de Alagoa Grande. Sua família foi expulsa da
terra por latifundiários, teve que ir morar na periferia da Paraíba (PB). Completou
a quarta série do Ensino Fundamental mais velha do que a média de escolaridade
comum.
Se tornou Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande,
na Paraíba em 1973. Foi uma das primeiras mulheres a assumir um cargo de
direção sindical no Brasil e uma grande ativista de direitos humanos e
trabalhistas no país. Lutou em Alagoa Grande pela carteira de trabalho
assinada, 13º salário, jornada de trabalho de oito horas diárias e férias, em defesa
dos trabalhadores poderem cultivar suas próprias terras, pelo direito do fim do
trabalho infantil nas lavouras e canaviais e para que essas crianças pudessem
estudar.
Criou um programa de alfabetização para adultos inspirada nos modelos do
educador Paulo Freire, para conscientização e ensino de mais trabalhadores.
Morte

Margarida Maria Alves foi assassinada no dia 12 de agosto de 1983, na época


com 50 anos, com um tiro de uma espingarda de calibre também 12, no
rosto, na frente de sua casa, em Alagoa Grande, Paraíba (PB). A militante já
vinha recebendo uma série de ameaças de morte por telefonemas e cartas, mas,
foi naquela tarde de agosto que Margaria foi alvejada no rosto ao atender a porta
– enquanto seu marido a acompanhava e seu filho de 8 anos brincava na calçada –
que as ameaças realmente se concretizaram.
Marcha das Margaridas

A luta e as ações de Margarida Maria Alves inspiraram a Marcha das


Margaridas, manifestação realizada por mulheres trabalhadoras rurais
brasileiras desde 2000, que integra a agenda permanente do Movimento Sindical
de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR).
O movimento propõe visibilidade, reconhecimento social e político e cidadania
plena a essas profissionais do cenário rural. Organizada pela Confederação
Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), ocorre no dia 12 de agosto
(ou em datas próximas) para lembrar a morte de Margarida.
ESPAÇO AGRÁRIO E MOVIMENTOS SOCIAIS NA REGIÃO DO
BREJO PARAIBANO
Uma das reações das desiguais e opressivas de gênero no espaço agrário
paraibano surgiu na década 1980 o Movimento de Mulheres Trabalhadoras
Rurais do Brejo (MMB) e o Movimento de Mulheres Trabalhadoras da
Paraíba (MMT/PB), que articularam um grupo de mulheres trabalhadoras rurais
na microrregião do Brejo paraibano.
Historicamente a microrregião do Brejo paraibano caracterizou-se pelo
monopólio do grande latifúndio monocultor de cana-de-açúcar. A exploração
desses trabalhadores junto à expropriação camponesa da terra propiciou a
emergência da organização da classe trabalhadora em espaços políticos de
representação como os Sindicatos Rurais (STRs), as Pastorais Rurais (PRs) e os
Movimentos Sociais no campo.
As mulheres se fizeram presentes nos espaços de representação de classe e
passaram a ampliar sua consciência política na hora de se colocar contra os
mecanismos de exploração de classe que o capital exerce e contra as “convenções
sociais” de gênero funcionais a este.
O Sindicato Rural e as Pastorais Rurais do Brejo paraibano consolidaram
para essas mulheres à possibilidade de articularem-se em um espaço político
diferenciado, que conseguisse responder às suas demandas, enquanto mulheres e
trabalhadoras rurais.
O Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Brejo (MMB)

O Movimento de Mulheres Trabalhadoras do Brejo Paraibano (MMB)


nasceu três anos depois da morte de Margarida Maria Alves, em 1986 na
cidade de Alagoa Grande e tinha como sua principal fundadora Maria da
Penha do Nascimento. Foi integrante da Comissão Estadual de Mulheres da
CUT - PB e além de candidata a vereadora por algumas vezes pelo Partido dos
Trabalhadores (PT).
Esse movimento autônomo surgiu da necessidade e da preocupação das
mulheres de terem uma maior formação sobre seus direitos e sua condição
de trabalhadora rural, pois nessa época era visível a dificuldade que essas
mulheres tinham em inserir-se nos sindicatos e participarem das assembleias.
O movimento denominado como de mulheres não tinha como objetivos
específicos apenas à luta por melhores condições das mulheres, mas da classe
trabalhadora como um todo.
Para o MMB a luta por direitos iguais entre homens e mulheres não era apenas a
única característica, mas, fazia parte do contexto de luta, de representação de
classe, focados desde a época de Margarida.
A conscientização política das mulheres foi o primeiro passo dado pelo o
MMB para a compreensão da necessidade de emancipação como
trabalhadoras na região do Brejo Paraibano. Em Alagoa Grande, o MMB
organizava palestras com entidades acadêmicas e representantes políticos como a
CUT, FETAG, entre outros.
O Movimento de Mulheres Trabalhadoras da Paraíba (MMT/PB)

Uma das questões problematizadas pelo Setor de Mulheres da CPT era a


necessidade de sindicalização, como forma de luta pela ampliação dos seus
direitos como trabalhadoras. Ocorria em vários STRs do Brejo a rejeição e até
negação desse direito a essas mulheres, já que o espaço sindical era
entendido como necessariamente um espaço masculino.
A luta pela sindicalização dessas mulheres contribuiu para o amadurecimento,
crescimento e reconhecimento social do grupo, e por outro lado, essas mulheres
percebem que essas descriminações sentidas por elas nesses determinados
espaços, a necessidade de criar um espaço que possam atuar livremente, fazendo
surgir o desejo de debater suas questões em espaço próprio.
A dupla jornada de trabalho, salário inferior ao dos homens e o machismo
enraizado naturalmente por esses espaços, foram fundamentais para a
organização do MMT/PB.
Com isso, essas mulheres aproximam-se de outros grupos de trabalhadoras,
como as professoras e empregadas domésticas do espaço urbano, e
ampliando-se as questões trazidas para o debate, deixando de ser um setor e
passando a ser um movimento.
Essas mulheres, junto a Associação de Empregadas Domésticas, organizam o
Movimento de Mulheres Trabalhadoras da Paraíba (MMT/PB) no ano de
1981. O MMT/PB começa a canalizar através das trocas de experiências entre
essas mulheres a relação destas com a terra e com o trabalho.
O MMT/PB passou a ter como sede a cidade de Pirpirituba e organizou-se
nos municípios localizados na microrregião do Brejo Paraibano.
As atividades desenvolvidas prioritariamente eram reuniões de base, cursos de
formação e de capacitação, e oficinas de artes. E discutiam assuntos, como:
feminismo, sexualidade, socialismo, questões trabalhistas, sindicalização,
etc.
Em parceira com a Secretaria da Mulher da CUT e do Serviço de Educação
Popular (SEDUP/Guarabira) realizou atividades em espaços públicos junto ao
Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Brejo (MMB), como: o I
Encontro de Mulheres Trabalhadoras em 1986; as comemorações do 08 de março
– Dia da Mulher; o aniversário de morte de Margarida Maria Alves; e o Festival
de Violeiras; entre outras atividades.
Na atualidade o MMT/PB em atuar no espaço agrário da região do Brejo
combatendo a violência contra as mulheres. Na região existe um elevado índice
de ocorrência de violência de gênero, seja física, verbal e psicológica, tanto pelos
companheiros como pela sociedade que penaliza às mulheres que não atendem
aos papéis de gênero esperados.
QUESTÃO 01: “Uma característica básica das lutas sociais e políticas levadas
adiante pelas classes populares urbanas, estaria na sua oposição radical ao
Estado”.

( ) CERTO ( ) ERRADO

QUESTÃO 02: “O Poder Público começou a surgir para a maioria das grandes
metrópoles como um poder privado”.

( ) CERTO ( ) ERRADO
QUESTÃO 03: “O fato é que muitos foram os trabalhos que se detiveram sobre o
funcionamento e as respostas do Estado às demanda populares”.

( ) CERTO ( ) ERRADO

QUESTÃO 04: “Na dialética marxista, é a partir das condições materiais de


existência que os homens se organizam, criam leis e costumes, estabelecendo
relações em torno da noção de trabalho”.

( ) CERTO ( ) ERRADO
QUESTÃO 05: “Estado não reprimi as manifestações populares como também,
permite que o povo participe dos benefícios do desenvolvimento e das decisões
estratégicas”.

( ) CERTO ( ) ERRADO

QUESTÃO 06: “Uma classe social é um conjunto de pessoas que tem status
social similar segundo critérios diversos, especialmente econômicos, e é muito
parecido com o conceito de casta social”.

( ) CERTO ( ) ERRADO
QUESTÃO 07: “Segundo a ótica marxista, em praticamente toda sociedade, seja
ela pré-capitalista ou caracterizado por um capitalismo desenvolvido, a igualdade
social através da classe social esta relacionada ao poder aquisitivo”.

( ) CERTO ( ) ERRADO

QUESTÃO 08: “As classes sociais tais como as conhecemos no Brasil,


atualmente tem suas origens datadas de 1950 aproximadamente, quando o país
passou a vivenciar um verdadeiro boom (explosão) de crescimento econômico
que duraria até 1980 aproximadamente”.

( ) CERTO ( ) ERRADO
QUESTÃO 09: “O conceito de movimento social refere-se a ação coletiva de um
grupo organizado que objetiva alcançar mudanças sociais por meio do embate
político, conforme seus valores e ideologias dentro de uma determinada
sociedade e de um contexto especifico, permeados por tensões sociais”.

( ) CERTO ( ) ERRADO

QUESTÃO 10: “A existência dos movimentos sociais é de prescindível


importância para a sociedade civil enquanto meio de manifestação e
reinvindicação”.

( ) CERTO ( ) ERRADO
QUESTÃO 11: “A existência de um movimento social requer uma organização
muito bem desenvolvida, o que demanda a mobilização de recursos e pessoas
muito engajadas”.

( ) CERTO ( ) ERRADO

QUESTÃO 12: “Os movimentos sociais se limitam a manifestações públicas


esporádicas, apresentando-se no momento em que um direito esta sendo
cerceado”.

( ) CERTO ( ) ERRADO
GABARITO

01.C 07.E
02.C 08.C
03.E 09.C
04.C 10.E
05.E 11.C
06.E 12.E

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