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TATICA POLICIAL
&
AS QUATRO ETAPAS DO TREINAMENTO
DE ALTO RENDIMENTO
DESENVOLVIMENTO
DO PROGRAMA
MOTOR
TREINAMENTO
PROTOCOLO
DOUTRINÁRIO
ISBN 978-65-000134-0
CDD 355.4
________________________________________________________________________________
Arthur Schopenhauer
Para minha esposa, Géssica, e meu filho,
Pedro, pois é por eles que me acordo todos
os dias e saio para trabalhar.
Para os Policiais Brasileiros, pois é graças a
eles que retorno para casa.
SOBRE O AUTOR
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Irlan Massai Calaça dos Santos
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AGRADECIMENTOS
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drugada). Eles me ensinaram quase tudo que sei sobre
ser exemplo e seguir mesmo quando todos querem ir
embora. Aos amigos do curso de formação de oficiais,
principalmente meu irmão Rafael Nascimento, que me
ensinou a arte de encarar a realidade e rir nos momen-
tos mais improváveis. Aos mestres/instrutores que me
ensinaram tudo que sei, seja sobre técnicas e procedi-
mentos ou sobre iniciativa e perseverança. Se eu esque-
ci de agradecer alguém não foi falta de importância, foi
apenas dificuldade no processo de recuperação da me-
mória de longo prazo.
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SUMÁRIO
SOBRE O AUTOR...............................................................7
AGRADECIMENTOS......................................................11
PREFÁCIO..........................................................................17
PRECEITOS FUNDAMENTAIS....................................21
5 SIMPLICIDADE TÁTICA............................................75
Simplicidade como princípio de operações de na-
tureza especial...........................................................79
8 PRINCÍPIO DE PARETO...........................................107
12 TREINO COGNITIVO.............................................149
Consciência situacional...........................................152
Tomada de decisão..................................................153
Exemplos de exercícios cognitivos........................155
13 PROTOCOLO DOUTRINÁRIO.............................157
Exemplos de treinamentos que envolvem protoco-
lo doutrinário...........................................................160
14 REALIDADE SIMULADA.......................................161
Fidelidade física versus fidelidade psicológica......162
Regras gerais da simulação de realidade “force-on-
force”...........................................................................165
Exemplos de treinamento de realidade simulada..167
15 MÉTODO RAIO.........................................................169
CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................225
REFERÊNCIAS................................................................231
Índice de sítios eletrônicos utilizados como fonte de
consulta:..........................................................................236
PREFÁCIO
Por Felipe Palma Freitas
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PRECEITOS FUNDAMENTAIS
1. Necessidade de saber
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2. Autonomia do aluno
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6. Motivação
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Q uando se pensa sobre o nome “tático” e suas vari-
ações, de maneira intuitiva, somos remetidos às
questões relacionadas com o confronto armado,
ações policiais ou de guerra. Ao menos é o que vai passar
na cabeça de qualquer agente de segurança, ainda mais ao
ler um livro sobre “mentalidade tática”, que foi escrito
por um Policial Militar. Porém, quando se digita “menta-
lidade tática” nas páginas de busca da internet, uma das
primeiras respostas remete ao trabalho do Professor Ri-
cardo Luiz Pace Júnior, profissional de educação física
com atuação voltada para a “mentalidade tática” no trei-
namento de futsal. Isso mesmo, futebol de salão!
Diante disso, você poderia se questionar: mas qual
seria a relação entre o conceito de mentalidade tática do
futsal, a atividade de segurança pública e confronto ar-
mado? É aí que a coisa fica interessante, pois a relação é
curiosamente intensa!
No decorrer desse livro, irei tentar destrinchar o
conceito do esporte, sua similaridade com as necessida-
des da atividade policial e sua aplicabilidade prática no
policiamento ostensivo, no confronto armado dentro e
fora do serviço, bem como nas Ações Táticas Especiais.
Segundo a definição do professor Ricardo, Mentalidade
Tática é:
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O
Ciclo O.O.D.A (acrônimo para: Observar, Ori-
entar-se, Decidir e Agir) foi o resultado de uma
vida de análises de um Piloto da Força Aérea
Norte Americana chamado John R. Boyd. Ele foi piloto
na guerra da Coréia e lá pode observar algo incomum
no combate aéreo. Na época, os americanos utilizavam
os F-86 Sabres contra os MIG-15, de fabricação Russa.
Os MIGs eram considerados tecnologicamente superio-
res ao modelo americano. Eram mais rápidos, maiores e
mais potentes. Mesmo com toda essa vantagem para os
Russos, os pilotos Americanos alcançaram uma taxa de
abate de 10:1 contra os MIG-15, algo que despertou a curi-
osidade de Boyd. Ele analisou as táticas de combate utili-
zadas e verificou que a grande vantagem do F-86 estava
na maior visibilidade que o piloto possuía, provocando
uma maior “consciência situacional”, aliada com capaci-
dade de manobra da aeronave de maneira menos cansati-
va. Essa análise inicial levou Boyd a uma série de estudos
sobre tática de combate, estratégia de guerra e até o de-
senvolvimento de novos modelos de caça.
Durante sua vida profissional, Boyd organizou o
que viria a ser conhecido como ciclo de Boyd, ou ciclo
O.O.D.A. Ele percebeu que nosso pensamento funciona
de maneira cíclica, em loops. Fazemos isso centenas de
vezes todos os dias. Por exemplo: quando estamos em
um local conhecido pela alta taxa de crimes e “observa-
mos” dois homens em uma moto, passamos a entender
(nos “orientamos”) que é provável que sejam assaltantes
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O CICLO OODA
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Briefing de operações
Informações do rádio
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• A experiência
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Ver é fundamental
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“Tudo é muito simples na guerra, mas a coisa
mais simples é difícil”
Clausewitz
N
o meio policial existem expressões do tipo: “só
sabe como é quem está na rua”, “Na área (ambi-
ente operacional) é diferente”, “Fulano não sabe
comandar, pois nunca trabalhou na rua”. Essas frases são
estimuladas por uma cultura específica, porém, trazem
consigo uma verdade tratada por teóricos de guerra, gran-
des líderes militares, psicólogos e instrutores policiais de
várias partes do mundo: só entende as particularidades do
ambiente operacional quem tem experiência nesse ambien-
te! Nós chamamos essas particularidades de “Fricções”.
O conceito de Fricção foi descrito por Clausewitz,
General do Reino da Prússia no final do século XVIII,
início do século XIX. Ele escreveu um clássico sobre es-
tratégia de guerra chamado “Da Guerra” (Originalmen-
te escrito em 1832, mas uso aqui a data da versão tradu-
zida para o português em 1979)), onde dedica um capí-
tulo para descrever o que seriam essas fricções que
tanto interferem no resultado das batalhas e que devem
ser encaradas com seriedade pelo comandante de uma
força militar.
Em resumo, Fricção é o que distingue a guerra no pa-
pel da guerra de verdade. É a diferença entre pensar e fa-
zer. Só consegue compreender o valor de considerar as
fricções em um planejamento, aqueles que possuem expe-
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não funcionou.
Exemplo: um membro da equipe tática, responsá-
vel por fazer a abertura de uma porta com aríete, enten-
de que o plano é bater o mais forte possível em um pon-
to e então provocar a abertura da porta. Quando come-
ça ele percebe que a porta possui uma série de treliças
de contenção, além de ser feita de um material extrema-
mente resistente, ou seja, não será possível provocar a
abertura da porta com aquele aríete, porém, o operador
continua batendo indefinidamente, sem nem ao menos
variar a posição do ataque. Isso ocorre pelo fato de que,
no momento de tensão, segundo o autor, perdemos boa
parte da capacidade adaptativa para traçar outros pla-
nejamentos e propor uma nova solução para o proble-
ma. Como não foi considerada a possibilidade de a por-
ta não abrir, o operador não consegue se afastar da
ideia que foi treinada ou decidida antes de operação.
Você já parou para pensar que as barras antipânico
da saída de emergência do cinema são feitas daquela
maneira pelo mesmo motivo?
Com relação ao treinamento, as instituições falham
frequentemente em não conseguir oferecer o ambiente
de instrução mais próximo possível da realidade, seja
por questões logísticas e de baixo investimento ou para
garantir a segurança da instrução, já que o ambiente
operacional real é extremamente arriscado. Algumas situ-
ações são até mais fáceis de contornar, como o treinamen-
to em casas mobiliadas ao invés de casas de instrução
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“Em termos biológicos, o stress representa
qualquer estímulo percepcionado pelo organis-
mo como uma ameaça (potencial ou real) para o
seu equilíbrio. Quando confrontados com estí-
mulos estressantes, os organismos vivos inici-
am uma série de respostas com vistas à manu-
tenção da homeostasia e à formação de memó-
rias que permitam respostas proporcionadas em
situações idênticas futuras. Contudo, quando
ativados contínua ou excessivamente, os siste-
mas de resposta ao stress podem tornar-se pre-
judiciais, condicionando défices funcionais im-
portantes.” (Neurociências, 2017. Pedro
Morgado, et. al. p. 401)
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Distorções de percepção:
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“Leo Frankowski é um brilhante engenheiro
com várias patentes e muitos livros de ficção ci-
entífica em seu nome. Ele e eu colaboramos em
várias obras militares de ficção científica. Ele
diz que, “nas paredes dos vestiários dos enge-
nheiros, você encontrará uma placa onde se lê
‘KISS!’ Quando alguém pergunta do que se
trata, lhe dizem que significa “Keep It Simple
Stupid” (Que em tradução livre pode ser inter-
pretado como “não complique seu estúpido!”
Esta regra fundamental também se aplica no
treinamento e preparação de guerreiros para o
combate.” (GROSSMAN, 2017, p. 27).
M
esmo com quase todos os seriados policiais
tentando mostrar o contrário, a simplicidade
sempre foi o maior vetor de sucesso, mesmo
para as ações mais audaciosas já vistas em termos táticos.
Quem já participou de uma operação policial, com ou
sem confronto armado, vai entender e concordar com a
importância da simplicidade e com o poder que a tensão
das ocorrências tem de complicar as coisas e fazê-las da-
rem errado para quem não se preparou para situações ab-
surdamente obvias.
A atuação policial é extremamente complexa por si
só, pois é necessário tomar decisões vitais em segundos,
com consequências muito sérias para a sociedade e para
a integridade física do próprio operador. Além disso, o
policial precisa dominar o uso de uma série de equipa-
mentos que podem estar disponíveis para o seu trabalho,
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Simplicidade;
Segurança;
Repetição;
Surpresa;
Rapidez;
Propósito.
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D
esenvolver uma nova habilidade definitiva-
mente é um processo. Não acontece da noite
para o dia, ainda mais quando essa habilidade
envolve o manuseio de equipamentos específicos, sob
forte estresse, em situação de risco real. Quando estou
preparando minhas instruções, sempre recorro à análise
do meu próprio processo de aprendizagem durante a
carreira (pois me considero uma pessoa com capacida-
de cognitiva na média da sociedade) para poder definir
o tempo mais adequado para passar certos conhecimen-
tos e poder avaliar se o aluno está tendo o rendimento
esperado no aprendizado daquela habilidade.
Um exemplo prático foram as minhas experiências
com a espingarda calibre 12. Tive o primeiro contato no
manuseio dessa arma durante o Curso de Formação de
Oficiais, na Bahia em 2009, porém nunca disparei com ela
durante o curso. Tive contato novamente em 2011 duran-
te estágio realizado na Companhia de Policiamento Espe-
cializado de Caatinga, onde me perguntaram se eu era ha-
bilitado para utilizar a arma e eu afirmei que não, pois
nunca havia disparado e o tempo que tive de instrução
não foi suficiente. Após algumas instruções e alguns dis-
paros me senti apto para utilizar naquele momento.
Depois dessa experiência só fui ter contato com a
arma novamente no final de 2012, na Instrução de Nive-
lamento de Conhecimento da Força Nacional de Segu-
rança Pública, onde mais uma vez aleguei que não me
sentia seguro para fazer o uso da arma e pedi por mais
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Os 4 estágios de competência:
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cognitivo;
associativo;
autônomo.
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“O General Barry McCaffrey (melhor conhecido
como o Czar da Droga durante a administração
Clinton) contou uma história a um grupo de ca-
detes de West Point sobre suas experiências no
Vietnã que exemplificam muito bem sobre o que
se trata a inoculação do estresse. Um dia ele e um
amigo (um colega da Escola de RANGERS de
West Point) estavam no Vietnã deitados atrás de
um arrozal quando balas passaram por cima de
suas cabeças. No pique da batalha, o amigo do Ge-
neral se virou para ele e disse: Que inferno, pelo
menos nós não estamos na escola de RANGERS”
(GROSSMAN, 2012, p. 125).
O
termo “Inoculação de estresse” foi inserido
por Dave Grossman em seus trabalhos, porém
seu conceito encontra correspondência com di-
versos termos explanados por outros autores, a exem-
plo do “Stress Exposure Training” descrito por Terry N.
Wollert, Driskell, Johnston e outros que tratam de idei-
as muito similares.
A ideia é bastante simples, mas com muito suporte de
pesquisa realizada por psicólogos e instrutores militares e
policiais. Inoculação de estresse é uma ferramenta pe-
dagógica, onde o indivíduo deve ser submetido a situa-
ções que elevem a tensão, durante o seu treinamento,
com objetivo de deixá-lo preparado para o que vai en-
contrar na situação real.
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TIPOS DE ESTRESSORES
Pressão do tempo
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Distância
Acúmulo de tarefas
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Ameaça
Ambiguidade da tarefa
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Novidade
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Conflito de função
Ambiguidade da função
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Demandas de coordenação
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Barulho
Privação sensorial
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Dor:
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T
ambém chamado de regra do 80/20 ou lei dos
poucos vitais, o princípio foi sugerido por Joseph
Moses, que deu o nome em homenagem ao econo-
mista Vilfredo Pareto, que, no século 19, observou em seu
jardim que 80% das ervilhas eram produzidas por apenas
20% das vagens. Ele observou a distribuição de terras na
Itália e verificou a mesma proporção, onde 80% das terras
pertenciam a apenas 20% das famílias. Esse princípio então
passou a ser aplicado em diversas áreas do conhecimento.
O princípio de Pareto, em síntese, afirma que 80% das con-
sequências são efetivadas por 20% das causas.
Trazendo para a questão tática, tal princípio deve
ser considerado com seriedade em nossos treinamentos,
uma vez que, em breve análise percebemos que 80%
dos problemas de desempenho tático são causados por
20% dos erros, bem como 20% das técnicas são utiliza-
das em 80% das situações. Se juntarmos o princípio de
Pareto com a lei de Hick, veremos que é mais valioso
treinar poucas técnicas e as mais utilizadas na realidade
do operador, ou treinar um procedimento que resulta
em uma solução mais abrangente. Caso clássico seria a
solução de panes em armas curtas, na qual percebe-se
que a conduta tática de bater no carregador e ciclar a
arma soluciona 80% das panes de tiro e faz com que seja
estatisticamente favorável que o operador tenha essa con-
duta como ato reflexo sempre que a arma não disparar.
Outro exemplo prático é o treino de fundamentos
de tiro, no qual é possível observar que apenas dois ou
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É
muito comum observar nos cursos de formação e
especialização policial que existem alunos que
aprendem mais rápido do que outros, ou que
conseguem absorver mais conteúdo, apesar de terem sido
expostos ao mesmo período de instrução. Para muitos
instrutores e alunos, tal situação pode revelar que alguns
possuem maior aptidão para determinadas atividades e
outros não. Essa interpretação equivocada proporciona uma
série de problemas para o processo de capacitação e não é
um problema novo e nem restrito ao ambiente policial.
Neste capítulo, procuraremos entender alguns as-
pectos da aprendizagem segundo a visão de Vygotsky,
psicólogo russo do século XX, e como esses conceitos
podem ser utilizados na construção de programas de
capacitação mais eficazes, inclusive na utilização de fa-
tores estressores para o desenvolvimento de habilida-
des como tiro de combate, atendimento pré-hospitalar
de emergência ou técnicas de abordagem policial.
Vygotsky e a “ZDP”
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“Todo treinamento ajuda em alguma coisa
e atrapalha em outra. É fundamental enten-
der o que está sendo treinado e porquê.” (Ir-
lan Calaça)
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A
criação de programas motores é a forma mais
elementar e fundamental de desenvolver uma
habilidade neuromotora aplicada às ações táti-
cas, sendo obtida através de repetição dos movimentos,
com correção (correção essa promovida por feedback).
No meio policial, essa etapa é mais conhecida como de-
senvolvimento do “Programa Motor”. Apesar de ter
utilizado essa terminologia minha vida toda, de saber
também que quase a totalidade dos instrutores também
utilizam e que talvez ela gere até uma compreensão mais
rápida do conceito, quando comecei a estudar mais a fun-
do a performance motora, não consegui encontrar em
quase nenhuma referência científica essa expressão, asso-
ciada ao significado que conhecemos. Em geral a literatu-
ra utiliza apenas o nome “Habilidade motora”. Entretan-
to, peço a devida licença e paciência dos profissionais de
segurança para utilizar, daqui por diante, o termo “Pro-
grama Motor”, proposto por Richard A. Schmidt, que em
sua obra: Motor Learning and Performance (2013), concei-
tuou dessa forma aquilo que todos nós conhecemos tradi-
cionalmente como a tal Memória Muscular, que nada
mais é do que uma habilidade motora treinada de for-
ma que se torna uma espécie de “programa de compu-
tador” armazenado no cérebro e que será acessado no
momento necessário de execução de determinada tare-
fa. O programa motor é um conjunto de movimentos
realizados de forma organizada para obter um resultado
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Qualidade do Feedback
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• Feedback inerente
Trata das informações percebidas automaticamen-
te como consequência natural da ação, como a pes-
soa que acerta um disparo em um alvo metálico e
ele cai com o disparo. O alvo cair e produzir baru-
lho são feedbacks inerentes ao acerto do disparo.
• Feedback aumentado
É a informação fornecida ao aluno, que está aci-
ma da contida no feedback inerente, geralmente
apresentada pelo instrutor ou produzida por mei-
os artificiais, como um demonstrador de pontua-
ção ou vídeo reprisando certo movimento.
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Saque da arma;
Apresentação da arma;
Deslocamento;
Giro estacionário;
Posições de tiro;
Varredura;
Solução de panes de tiro;
Uso da bandoleira;
Recarga do armamento.
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P
rovavelmente, o começo das falhas nos proces-
sos de treinamento aplicados nas forças de segu-
rança esteja na forma de trabalhar o cognitivo
nos exercícios. Não adianta saber atirar, se não se sabe
definir em quem atirar ou quando atirar. Não adianta
ser capaz de engajar um armamento com grande veloci-
dade se não for capaz de compreender um cenário e
identificar o agressor com a mesma velocidade. Não
adianta fazer o deslocamento mais rápido, com a me-
lhor postura tática, se não sabe para onde ir.
Logo, deve-se entender que o movimento treinado
exaustivamente será uma ferramenta para diminuir as
demandas cognitivas no momento de estresse, uma vez
que no confronto armado não há tempo para pensar em
como será realizado o saque da arma, ou se a empunha-
dura está sendo feita de maneira correta. Isso deve ser
feito de maneira automática (como discutido no capítu-
lo sobre níveis da habilidade motora) para que o cogni-
tivo seja utilizado exclusivamente no processo de inter-
pretação do cenário (que nunca é igual), tomada de de-
cisão e ação.
O exercício cognitivo deve estimular a capaci-
dade analítica consciente para tomar uma decisão e
agir. Ele deve ser o passo seguinte ao desenvolvimento
do programa motor, já que ele utiliza essa habilidade
como ferramenta para possibilitar a ação em tempo
adequado e com eficácia. Como mostra o modelo
adiante, a correta identificação do estímulo irá levar a
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O
protocolo doutrinário é um guia pré-definido
de procedimentos pensados por uma unidade
ou instituição para que seus operadores apli-
quem nas mais variadas situações, objetivando padroni-
zar a atuação e aumentar a possibilidade geral de sucesso.
Protocolo é algo que existe nas mais variadas profissões e
serve para estabelecer um parâmetro de atuação que pro-
tege o operador e faz com que não seja necessário rein-
ventar a roda em cada situação com que ele se depara.
Um cirurgião não precisa estudar de que forma irá
fazer uma incisão para extrair um apêndice, uma vez
que já existe um protocolo para isso e ele funciona, na
maioria das vezes. Ainda nesse contexto, podemos citar
as Normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas) que são uma definição protocolar, um conjun-
to de diretrizes que norteiam a produção de trabalhos
acadêmicos, bem como o manual de redação da presi-
dência da república, o qual direciona a produção de do-
cumentos oficiais, ou as orientações para atendimento
médico de urgência feitas pela OMS (Organização
Mundial da Saúde).
Com relação à atuação Policial, tem-se como exemplo
de protocolo doutrinário os Manuais de Abordagem, que
especificam todas as orientações pertinentes, procedimen-
tos e técnicas que devem ser utilizadas em cada ocasião.
Outro exemplo seria os POP’s (Procedimento Operacional
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É
aqui que todo treinamento tático deve chegar, se
a intenção é de verdadeiramente desenvolver uma
habilidade que será utilizada pelo operador em
sua atividade fim. Vários autores falam isso utilizando
palavras diferentes e analisando aspectos diferentes da
aprendizagem, dentre eles: Giraldi (1999), Grossman
(2004), Osinga (2005), Flores (2006), Patrícia Raquel
(2009), Vasconcelos (2015), Pellegrini; Moraes (2017),
Kenneth R. Murray (2004), Terry N. Wollert (2018), po-
rém todos são unânimes em afirmar que o treinamento
tem de buscar o maior nível de semelhança possível
com a atividade real.
O mais próximo que temos do ideal, em termos de
treinamento tático, chamamos de “realidade simulada”,
(também chamado de Reality Based Training-RBT) a
qual pode ser feita de várias formas e com diferentes ní-
veis de investimento. Nem sempre o maior investimen-
to irá significar maior aprendizado, mas, em geral, os
melhores métodos de realidade simulada demandam
maior aplicação de recursos.
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VEJAMOS AGORA ALGUNS
MÉTODOS INOVADORES E
FERRAMENTAS PARA
TREINAMENTO TÁTICO.
D
as poucas metodologias existentes para o ensi-
no dos movimentos mais básicos das ações
táticas individuais, destaco o método R.A.I.O
(RETÂNGULOS ALTERNADOS DE INSTRUÇÃO
OPERACIONAL). Postarei o documento explicativo na
íntegra e, posteriormente, farei alguns comentários.
RETÂNGULOS ALTERNADOS
DE INSTRUÇÃO OPERACIONAL
RAIO ®
1. Histórico
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2. Finalidades do RAIO®
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a) Caminhar tático;
b) Controle da direção do cano;
c) Transição de armamento;
d) Respiração durante execução de atividade física
específica;
e) Tomada de “Posição Torre”;
f) Mudanças de direção;
g) Visão Periférica;
h) Melhoria da capacidade cardiorrespiratória.
3. Pré-requisitos técnicos
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4. Descrição do método
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O
treinamento prático do ciclo O.O.D.A com uti-
lização de banners é mais uma adaptação do
esporte (dessa vez o vôlei) para exercícios cog-
nitivos de níveis variados, que proponho como uma ati-
vidade complementar a qualquer operador tático, uma
vez que ajudará em todas as atividades que possuem
maior exigência neuromotora e capacidade de percep-
ção visual. O método desse banner foi originalmente
desenvolvido por Andor Gyulai, professor norte-ameri-
cano de vôlei. Nesse material, foram feitas as devidas
adaptações para atender às demandas policiais cogniti-
vas e táticas.
Já falamos aqui sobre a importância dos ensina-
mentos de Boyd para a capacitação de agentes de Segu-
rança Pública e como o ciclo O.O.D.A deve estar intrin-
secamente relacionado com os aspectos do treinamento,
uma vez que, nas palavras de Dave Grossman: “Você
não age à altura dos acontecimentos em combate, você
mergulha ao nível do seu treinamento”.
O treinamento com o banner permite desde exercí-
cios de escaneamento de ambiente (treinamento do mo-
vimento dos olhos que auxilia no processo cognitivo de
percepção, na busca por um elemento específico, como
em um caça-palavras), o qual fica restrito à etapa “ob-
servar” do ciclo, até a associação de elementos do ban-
ner com uma “ação” física condicionada à correta “ori-
entação” do operador e consequente decisão, passando
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Hipóteses científicas
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Plasticidade Neural
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Filtros de atenção
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Estrutura do Banner
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Nível I
Exercícios de escaneamento simples
Exemplo:
Identificar as letras em ordem alfabética (pode ser
uma sequência específica, como de A até J, e a cada le-
tra encontrada você irá tocar nela para mostrar que en-
controu);
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Nível II
Exercícios de escaneamento em movimento
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Mentalidade tática policial
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Exemplo:
Os mesmos exercícios de escaneamento simples, po-
rém estando em movimento (correndo no mesmo lugar).
Nível III
Exercícios de resposta motora simples
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Nível IV
Exercícios de resposta motora tática
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Exemplo:
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D
esenvolver uma habilidade demanda treina-
mento, seja ela qual for. Quando essas habili-
dades estão relacionadas ao uso da força e ma-
nuseio de armas de fogo, a questão do treinamento se
torna potencialmente mais complexa. Complicada pelo
fato de que o treinamento serve para nos preparar para
usar a habilidade quando ela for necessária e isso impli-
ca que possamos treinar da forma como iremos atuar.
Conforme definição de Garcia:
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Munição inerte
Também chamado de
munição de manejo, snapcap
ou dummie, esse acessório é
fundamental para o treina-
mento em seco com arma de
fogo (chamamos de treina-
mento em seco quando não
utilizamos munição real), ape-
Munição inerte fabricada pela
NOBULLET
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Munição Laser
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Barrelplug
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Blueguns
Em alguns ti-
pos de treinamento,
que não precisam
do manuseio funci-
onal do armamento
(trocar carregado-
res, disparar, movi-
mentar o ferrolho),
Modelo de glock comercializada pela Blueguns Store
é ainda mais seguro
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Paintball
O treinamen-
to de ações polici-
ais demanda a re-
solução de um
problema muito
simples de enten-
der, mas muito di-
fícil de solucionar
de forma adequa-
da: não podemos
treinar confronto
Pistola de Paintball comercializada pela UMAREX armado com mu-
nição real, em contrapartida é fundamental buscar con-
dições similares às do evento real, tais como dinamis-
mo, estresse pelo medo de sentir dor, ou o déficit cogni-
tivo tão peculiar das situações de combate. Várias solu-
ções foram propostas e são utilizadas até hoje em várias
metodologias de treinamento, e uma delas é o paintball.
Basicamente, trata-se de uma arma que dispara bolas de
tinta (também pode ser de talco ou de água) com a pro-
pulsão feita por ar comprimido.
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Vantagens
Desvantagens
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Airsoft
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Para o realis-
mo do treinamento
tático, as mais inte-
ressantes são as ar-
mas a gás, pois
possibilitam a si-
mulação do recuo
(mesmo que em in-
tensidade muito
menor) e possibili-
Arma de airsoft produzida pela UMAREX
tam o manuseio
em condições idênticas às armas reais. Alguns modelos
elétricos também simulam o recuo em armas longas.
Para o treinamento tático, valem as mesmas con-
siderações feitas para o paintball. O nível de realismo
vai estar quase sempre relacionado com o tipo de equi-
pamento adquirido (e isso reflete no preço).
Vantagens
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Desvantagens
SIMUNITION/UTM
Quando o as-
sunto é simular um
confronto armado,
chegamos a uma das
melhores ferramen-
tas para treino. Si-
munition e UTM são
empresas que desen-
Munições de treinamento fabricadas pela volvem munição es-
empresa Simunition pecífica para essa fi-
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Vantagens
Desvantagens
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Simuladores Virtuais
Com o de-
senvolvi-
mento da
tecnologia
de realida-
de virtual,
soluções
para o trei-
namento
policial já
Simulador virtual de tiro implementado no RJ
Foto: Thamine Leta/G1 vêm sen-
do utiliza-
das em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.
Em algumas polícias brasileiras (Polícia Militar da
Bahia, por exemplo) já existem simuladores onde o po-
licial pode treinar tiro como se estivesse em um estande
comum, ou então treinar elementos de tomada de deci-
são, diferenciando agressores de não agressores e de
forma dinâmica, sem gastar munição real.
O princípio de funcionamento desses simuladores
é variado (assim como os preços, que vão de alguns mi-
lhares de reais até alguns milhões) e pode utilizar ar-
mas reais com sistemas pneumáticos acoplados, proje-
tores de mídia, sensores laser e até óculos de realidade
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Vantagens
Desvantagens
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Simuladores híbridos
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Vantagens
Desvantagens
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Alvos eletrônicos
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com opções
em que o alvo se
desliga com apenas
um disparo ou com
até 5 disparos, tor-
nando a situação
mais condizente
com um confronto
armado real. Exis-
tem também op-
ções em que os al-
vos acendem de
Alvo eletrônico vendido pela empresa RealFake forma aleatória,
exigindo do usuário um escaneamento constante em
busca de novos alvos.
Vantagens
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Desvantagens
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F
izemos um bom caminho até aqui. Falamos lá no
início sobre como o adulto é singular em sua ma-
neira de aprender e que isso se reflete no treina-
mento tático. Exigimos o tempo todo uma prova de que
algo servirá para nossa vida antes de aceitarmos querer
aprender. O desenrolar desse livro foi meio que isso.
Procurei trazer os conceitos da ciência para explicar fe-
nômenos da realidade do profissional de segurança pú-
blica, que muitas vezes faz o certo sem entender os moti-
vos ou então faz o errado acreditando que não existe ou-
tra forma de fazer.
Através do conceito de mentalidade tática policial,
que traz uma visão generalista do que é necessário para
ser mais eficiente nas ações operacionais dentro e fora
de serviço, procurei destrinchar cada detalhe que se re-
laciona com o conceito e mostrar que os problemas que
vivemos hoje em uma ocorrência policial simples ou em
um confronto armado são questões que já foram ampla-
mente estudadas, algumas vezes diretamente por poli-
ciais que tiveram as mesmas indagações, outras vezes
em outras áreas do conhecimento como a psicologia, fi-
losofia, medicina. Trazer esses conceitos para a ativida-
de policial não é tarefa que pode ser feita por qualquer
um, pelos motivos que falei no início. Como alguém
que não vive a realidade policial pode definir o que é
importante para essa atividade? Sim, o adulto sempre
avalia quem está falando antes de ouvir de fato o que
ele tem a dizer. Se isso está correto não sei afirmar, mas
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REFERÊNCIAS
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& as quatro etapas do treinamento de alto rendimento
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Mentalidade tática policial
& as quatro etapas do treinamento de alto rendimento
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Irlan Massai Calaça dos Santos
235
Mentalidade tática policial
& as quatro etapas do treinamento de alto rendimento
Policeone
https://www.police1.com/
Force Science Institute
https://www.forcescience.org/
Federal Law Enforcement Training Centers
https://www.fletc.gov/
Reality Based Training Association
https://www.rbta.net/
Internacional Association of Law Enforcement Firearms
Instructors
https://www.ialefi.com/
The Police Policy Studies Council
http://www.theppsc.org/
Site oficial do FBI
https://www.fbi.gov/
Site oficial do Departamento de Polícia de Los Angeles
http://www.lapdonline.org/
Blog do Campeão mundial de IPSC Jorge Ballesteros
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