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Conhecer as pessoas, entender seus tempos, suas limitações, seus objetivos, perceber
seus momentos, acompanhar suas evoluções é tarefa permanente.
Existe uma coisa que aprendi desde muito jovem, algo que chamávamos de sistema
de patrulha, para quem foi escoteiro, entende que esta é a chave do movimento e um
legado que o individuo carrega para sua vida corporativa. É algo que os jovens
aprendem na prática. Não há uma aula ou treinamento sobre o sistema de patrulha. É
algo que se faz, desde o primeiro dia na unidade chamada patrulha, um grupo de até
8 jovens entre 10 e 15 anos de idade. O grupo de até 4 patrulhas, chamamos de
tropa.
Resumidamente é um sistema onde a equipe é desafiada a alcançar objetivos
coletivos e individuais, com independência, senso de competitividade e lealdade
entre equipes, unidade da equipe, onde cada elemento tem uma responsabilidade
individual (monitor, intendente, enfermeiro, lenhador, escriba, tesoureiro, mateiro)
importante para o funcionamento desta, por isto o modelo é chamado de sistema.
Mesmo que cada indivíduo tenha sua responsabilidade de manter em ordem sua
operação, todos colaboram entre si. Não há trabalho à todo momento ao enfermeiro,
entretanto, em determinado tempo, precisa o mateiro de ajuda, outrora o lenhador, e
ainda o monitor estará ensinando uma habilidade a um noviço. E este sistema é
rotativo, onde todos devem ter oportunidade de desenvolver as habilidades de cada
função, até somar as competências (soft skills e hard skills) para se tornar um
monitor. Este sistema faz com que a equipe se desenvolva e aumente a sua
eficiência de entrega de resultados. Os monitores também devem abrir espaço para
seus aspirantes, e o seu caminho é tornar-se um escoteiro sênior, em uma tropa
distinta. Nesta nova tropa, o sênior, de 15 a 18 anos, com competências mateiras
desenvolvidas, passa a realizar atividades com enfase em aventura, uma experiência
mais extrema para colocar em pratica suas habilidades adquiridas, aperfeiçoar, e ser
provocado com objetivos mais desafiadores de entrega de resultados. Esta é apenas
uma ideia, pois algo que se vivencia é diferente de um texto. Todavia é possível
traçar paralelos com as empresas e o mundo corporativo. É possível, e razoável
pensar que este modelo, adaptado, pode ser um método de se atingir performance de
equipe com alto desempenho. É possível identificar a contribuição desta
metodologia centenária, para resolver problemas de equipes nas empresas nos dias
atuais. É possível para os gestores de pessoas, utilizar estes insights para
potencializar sistematicamente seus times e consequentemente os resultados.
É possível dentro das empresas, mesmo que as pessoas não conheçam o "sistema de
patrulhas"? Sim, é possível!
Não encaro a questão como simples, mas quando escuto empresários, diretores,
gestores e representantes de entidades de classe descreverem seus ambientes
corporativos, em relação a equipes e pessoas, quando observo pesquisas como as
Sondagens Industriais especiais número 66 e 71 da CNI, que mostra os desafios
internos das empresas para aumento da competitividade em relação a produtividade
na indústria, quando observo o resultado do Programa Internacional de Avaliação de
Aluno (PISA) de 2018, onde o Brasil ficou na 57° posição em leitura, e saber que
estes alunos serão os profissionais de amanhã, vejo sim, um grande potencial no
"sistema de patrulhas", para as empresas que querem estar fora da curva, acima da
média, navegando com distância dos concorrentes.
E na sua empresa, como está a liderança? Como está o time? Sua empresa quer alta
performance fora da curva, acima da média?