Você está na página 1de 56

Rodrigo Andolfato

O VIAJANTE ESPACIAL
REGISTROS DE MINHAS VIAGENS PELO UNIVERSO

Primeira Edição

Brasília
2018

2
Copyright Rodrigo Andolfato de Moura

Este livro não pode ser reproduzido, mesmo parcial, Agradeço aos amigos Rafael Compassi, Maicon Germiniani,
por qualquer processo, sem autorização prévia do Fabiano Belisário Diniz e Ednilson Oliveira,
autor, em conformidade com a lei brasileira de direitos que me ajudaram na revisão final do texto.
autorais, (Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1996)

Dedico este livro a todos os que têm acompanhado a minha atividade como
Os nomes comerciais, marcas registradas de produtos e astrofotógrafo ao longo dos últimos seis anos, principalmente os amigos
fotos dos mesmos são usados nesta publicação apenas envolvidos com a Astronomia. Eu sempre tive uma paixão gigantesca por essa
para fins editoriais, em benefício exclusivo do dono da
área do conhecimento e tenho certeza que a maior recompensa que a
marca registrada, sem nenhuma intenção de atingir
seus direitos.
Astrofotografia me proporcionou foi poder estar em contato com mentes tão
brilhantes, com verdadeiros gigantes da Astronomia Brasileira. Falta-me um
diploma na área, mas a minha paixão sempre foi genuína. Sempre quis estar
____________________________________________________________
perto das estrelas, também sempre quis poder fazer parte da comunidade
Andolfato, Rodrigo, 1977-...
astronômica brasileira, e ser reconhecido por vocês
O Viajante Espacial - Registros de Minhas Viagens Pelo Universo foi uma enorme recompensa.
Brasília, 2018
Astronomia, Fotografia, Astrofotografia Dedico este livro também à minha família, minha esposa, filha e pais, que
sempre estiveram ao meu lado, me acompanhando e apoiando nesta atividade.

Produção integral: Rodrigo Andolfato de Moura


Por fim, dedico este livro a você leitor, que, ao seguir para as próximas páginas
Site: www.andolfato.blogspot.com
irá apreciar meu trabalho. É uma alegria muito grande poder partilhar estas
____________________________________________________________ imagens com você. Faz com que me lembre que, em minhas viagens espaciais,
nunca estive sozinho.

3 4
Este arquivo é uma versão digital do livro “O Viajante
Espacial”. Esta cópia digital é para livre distribuição e o
compartilhamento deste arquivo em sites ou redes sociais
será apreciado e digno de agradecimento pelo autor.

A versão impressa deste livro, que você vê na página ao


lado, pode ser adquirida no site Clube de Autores no link
abaixo:
https://clubedeautores.com.br/book/247485--
O_VIAJANTE_ESPACIAL

5 6
Seis anos de Viagens segredos de mundos que estão nascendo, se Este livro é composto principalmente por fruto de minha curiosidade, como ser racional,
desfazendo, que nos trazem perguntas que seções de duas páginas. Há sempre duas de saber mais do que aquilo que me foi trans-
Espaciais despertam nossa curiosidade, e nos fazem fotos nestas seções. Uma foto maior, sempre mitido pelo mainstreaming da comunicação
tristes, ao pensarmos que não viveremos para na página ímpar. Os dados da captação desta em massa. Aqui espero despertar, principal-
O Universo é um lugar engraçado. Suas saber todas as respostas. foto são informados em detalhes na mesma mente em quem está começando na Astrono-
distâncias vão além de nossos sentidos. O E se nossos pés ainda estão presos à página da imagem e um texto sobre ela estará mia, um pouco da paixão que tenho pelo que
único lugar fora da Terra em que conseguimos superfície terreste e mesmo nossas sondas na página par ao lado. Na página par haverá existe além do nosso mundo terrestre.
colocar nossos pés até os dias de hoje foi a robóticas mal exploraram os planetas do também uma foto menor, que pode ter ou
Lua, nosso solitário satélite natural, e a soma nosso Sistema Solar, nossos olhos conse- não relação com o objeto da foto maior e
de todos os dias em que estivemos lá mal dá guem ir muito mais longe. É o que nos permite recebe um pequeno texto, à esquerda da
umas poucas semanas. O planeta mais a Astronomia Amadora, com seus telescópios imagem. Considere esta segunda foto como
próximo está centenas de vezes mais longe e, principalmente, com a revolução da in- uma imagem bonus. Os textos que percorrem
do que a Lua e a estrela mais acessível está a formática nos últimos anos, que, com moder- as fotos têm o objetivo de trazer aquilo de
uma distância milhares de vezes maior do que nas montagens computadorizas e câmeras mais interessante que cada objeto apresenta
este planeta. Hoje, a humanidade não sabe digitais ultra sensíveis, nos permite embarcar para mim e o texto de um objeto pode focar
se, durante sua existência, conseguirá um dia numa viagem pessoal pelo Universo. numa característica completamente diferente
chegar ao nosso sistema solar vizinho, um de Essa é a sensação que tenho cada vez daquele escrito para outro objeto.
dezenas de bilhões em nossa galáxia. que estou com meu telescópio, na varanda de As fotos astronômicas deste livro não
Mas ao mesmo tempo em que nos meu apartamento, apontando para o céu e foram originalmente produzidas com o objetivo
apresenta distâncias que parecem impos- vendo na tela de meu computador surgirem de serem parte de uma publicação única. Elas
síveis de transpor e nos impõe obstáculos galáxias, planetas e nebulosas. Eu me sinto foram sendo feitas naturalmente, com o
mortíferos no caminho, como a radiação como um piloto espacial, a bordo de minha passar dos anos, e dependiam da minha dis-
emitida pelas estrelas e o risco de impacto própria nave, explorando o Cosmos, a cada posição, do meu tempo livre e das condições
com asteroides, o Universo se descortina sessão visitando um lugar diferente. Sou um do céu para serem feitas. O resultado é que
quase por inteiro para nós. Da Terra, com viajante espacial que foi até regiões distantes ainda existem objetos celestes que espero
telescópios de grande observatórios ou do Universo e trouxe de lá as imagens que poder incluir nesta lista, numa futura edição
mesmo equipamentos amadores, que podem você vê neste livro. São lembranças de noites ou volume, enquanto para outros objetos, tive
ser adquiridos pela Internet, somos capazes sob as estrelas e entre as estrelas. que abdicar de alguns registros que adorava,
de ver galáxias que estão tão longe, que a luz Depois de muitas viagens pelo espaço, mas que não podiam estar aqui, para evitar
emitida por elas levou várias vezes o tempo chega um momento em que temos que orga- que o álbum ficasse repetitivo.
da existência da humanidade para chegar até nizar nossos registros, que queremos com- Espero que curtam a experiência da lei-
nós. E conseguímos ver como estas galáxias partilhar com nossos amigos e também com tura dos textos e apreciem as imagens como
eram num passado muito distante. aqueles que têm a mesma curiosidade e em curti a produção das fotos e a montagem
A todo momento chegam à Terra fótons desejo de conhecer o Universo, foi por isso da própria obra. Este livro é fruto do amor que Com o refrator de 200mm e a câmera Atik, em evento do Clube de
Astronomia de Brasília
vindo de todas as partes do Cosmos, trazendo que decidi produzir este “álbum de viagens”. tenho pelo céu noturno e seus mistérios. É

4 5
A Estação Espacial Internacional
Passagem da
A Estação Espacial Internacional (ISS) é Para conseguir visualizar a ISS no céu,
um laboratório espacial que orbita a Terra a você precisa estar no máximo a umas poucas Estação
cerca de 350 km de altitude e uma velocidade centenas de quilômetros do caminho que a Espacial
média de 27 mil quilômetros por hora. O que Estação, ainda iluminada pelo Sol, irá Internacional
quer dizer que ela leva pouco menos de uma percorrer e estar com o céu já escuro. Isso
hora e meia para completar uma volta em acontece pouco depois do início da noite ou sobre a
torno da Terra. pouco antes do início da manhã. A foto ao Chácara
Algo muito interessante sobre a Estação lado foi feita durante o verão, pouco depois Lente: Canon EF-S 10-
Espacial Internacional é que ela pode ser das sete da noite (oito, pelo horário de verão). 22mm f/3.5-4.5 USM
vista a olho nu quando cruza o céu proxima Alguns astrofotógrafos conseguem fazer Montagem: Tripé fixo
da região aonde você se encontra e com um registros de detalhes da ISS, com telescópios Câmera: Canon T2i
brilho bastante surpreendente. A imagem da com montagens computadorizadas que (550D) Modificada
página ao lado foi feita com uma lente de acompanham a ISS durante a sua passagem
Tempo total de
11mm de distância focal e mostra o caminho pelo céu. Também é possível conseguir
Exposição: 1 minuto
percorrido pela ISS durante o tempo de um registrar o trânsito da Estação à frente do Sol
minuto, numa noite na chácara. ou da Lua. Composição: 1 frame
colorido de 60 segundos
Avião à em ISO200.
frente da Lua Imagem registrada da
chacará onde moram
Além do trânsito da meus pais, em
ISS, podemos regis- Uberlândia, Minas
trar trânsitos de Gerais, no início da
aviões à frente da noite de 24 de
Lua. Essas fotos são dezembro de 2016.
bem mais difíceis do
que parecem e sem
o devido planeja-
mento pode-se levar
meses para conse-
guir uma. Esta aqui
foi feita da varanda
do meu apartamen-
to, com um teles-
cópio refrator.

6 7
Nosso Satélite Natural, a Lua
A Lua é o único satélite natural da Terra, resultado disto é que hoje a Lua é um mundo
tem 3476 quilômetros de diâmetro e orbita seco, sem atmosfera, repleto de crateras. A
nosso planeta a cerca de 380 mil quilômetros pouca massa em relação à Terra também faz
de distância média. Sua massa é de pouco com que a Lua esteja com a rotação presa ao
mais de 1,2 por cento da massa terrestre, nosso planeta, estando sempre com pratica-
mas a proximidade com a Terra faz com que mente a mesma face virada para a Terra.
este seja o astro mais influente em nossas A imagem da página ao lado foi feita
vidas depois do Sol. Há estudos que apontam com um telescópio refrator de 102mm de
que, sem a ação das marés criadas pela Lua, abertura. É uma montagem produzida com a
a humanidade talvez estivesse ainda a mi- técnica de mosaico, quando se tiram várias
lhões de anos de surgir, pois a dinâmica do fotos de lugares diferentes, e depois junta-se
nosso planeta seria muito mais lenta. as imagens num software de edição, como
Por causa de sua massa muito menor, a num quebra-cabeças. Nesta imagem, foram
Lua esfriou muito mais cedo do que a Terra, feitos nove registros, buscando-se cobrir toda
quando ainda era grande a quantidade de a área aparente da Lua, e depois juntou-se
impactos de asteroides no Sistema Solar. O tudo num software de edição.

Quase a
mesma face
Apesar de estar com
a rotação presa à
Terra, a Lua realiza
um leve bamboleio
durante cada volta
em torno de nosso
planeta. Este movi-
mento é chamado de
libração. Na imagem
Mosaico Lunar
ao lado, vemos co- Telescópio: Refrator Orion Premium ED 102mm F7 Montagem: Celestron CG5
mo a cratera Hum- Câmera: Imaging Source DMK 21AU04
boldt muda de pers- Mosaico de 9 capturas
pectiva entre dois Montagem no Software Fitswork
registros, devido à Imagem registrada da varanda de meu apartamento, em Águas Claras, Distrito Federal, na noite de 30
libração. de junho de 2012.

8 9
A Grande Cratera Tycho
Único astro celeste visitado pela humani- jovem para os padrões lunares. Tycho tem
dade, a Lua foi, durante a década de 1960, uma borda bem delineada, bem diferente do
alvo da mais espetacular corrida tecnológica que acontece com crateras mais velhas.
até então, quando as duas super potências da O nome da cratera é uma homenagem
época, Estados Unidos e União Soviética, ao astrônomo Tycho Brahe. Sendo uma
enfrentaram-se para (por trás de uma guerra tradição que as crateras lunares recebam
ideológica) serem a primeira nação a enviar nomes de importantes cientistas ou filósofos.
um ser humano para o nosso satélite natural. A cratera Tycho é visível até mesmo
A corrida terminou com a vitória dos Estados atraves de binóculos. Ela tem 4,8 quilômetros
Unidos, que, com a missão Apollo 11, permitiu de profundidade e cerca de 86 quilômetros de
a Neil Armstrong ser o primeiro ser humano a diâmetro. No centro da cratera, há um pico de
pisar no solo de um mundo exterior. cerca de 2 quilômetros de altura. Mas o que
Na imagem da página ao lado, vemos a chama a atenção mesmo é seu espetacular
grande cratera Tycho bem ao centro. Uma sistema de raios, o maior e mais importante
das maiores crateras lunares, ela tem cerca na Lua. Estes raios são gerados por material
de 100 milhões de anos, o que é bastante ejetado durante o impacto que criou a cratera.

Cratera
Copernicus
A cratera Copernicus
é muito mais antiga
que a cratera Tycho,
com estimados 800
milhões de anos de
existência. Ainda as-
sim, jovem para os
padrões Lunares.
Ela tem 93 km de
Mosaico da Cratera Tycho
diâmetro e quase Telescópio: Refletor Orion UK VX8 200mm F4.5 Montagem: Sky-watcher HEQ5
quatro quilômetros Câmera: Expanse Mono Barlow: Baader 2,25x Filtros: RGB
de profundidade. Mosaico de 4 capturas
Como Tycho, tam- Montagem no Software Fitswork
bém tem um grande Imagem registrada da varanda de meu apartamento, em Águas Claras, Distrito Federal, na noite de 08
sistema de raios. de abril de 2017.

10 11
O Norte da Lua
Mosaico do
A região norte da Lua destaca-se pela cerca de 2,4 quilômetros de profundidade. Ela
presença de grandes mares (planícies) e aparece ovalada na imagem por causa de sua Norte da Lua
cadeias de montanhas que vão além das alta latitude lunar e o ângulo em que está em Telescópio: Refletor
crateras formadas pelo impacto de asteroides. relação à Terra. Orion UK VX8 200mm
Na imagem da página ao lado, destaca-se a Comparada com as crateras Tycho e F4.5
planície Sinus Iridum e a Cratera Platão. Copernicus, a cratera Platão é bem antiga. Montagem: Sky-
Sinus Iridum, no centro à direita na Ela tem cerca de 3,8 bilhões de anos. O watcher HEQ5
imagem ao lado, é uma planicie de lava interior da cratera é pouco acidentado, pois foi Câmera: Expanse
basáltica cercada pelos Montes Jura. Esta inundado com lava solidificada, sendo atingi- Mono
formação atinge quase 250 quilômetros de do por alguns poucos impactos de asteroides Barlow: Baader 2,25x
diâmetro, aproximadamente a distância entre menores após este acontecimento. Mosaico de 4
Curitiba e Florianópolis em linha reta. Abaixo da Cratera Platão, vemos o Mare capturas
Outro objeto que chama a atenção é a Imbrium. Nesta planície, podemos ver Montagem no
maior cratera visível na imagem, a Cratera algumas cadeias de montanhas interessantes. Software Fitswork
Platão, no centro à esquerda. Esta cratera A mais brilhante, abaixo de Platão, chama-se Imagem registrada da
tem mais de cem quilômetros de diâmetro e Mons Pico. varanda de meu
apartamento, em
As montanhas Águas Claras,
M5 e M4 Distrito Federal, na
noite de 16 de abril
A região ao lado é de 2017.
uma das mais legais
de se fotografar na
Lua. Estas duas
montanhas estão
bem próximas da
borda Lunar visível.
Uma foto feita com o
horizonte alinhado,
como esta, usando
um refletor de
200mm de abertura,
cria a ilusão de es-
tarmos sobrevoando
a superfície lunar.

12 13
A Luz Cinérea
Próximo da fase de Lua Nova, algo que, quando a Lua está entre o Sol e a Terra,
muito interessante começa a acontecer com a o que veríamos se estivéssemos na face lunar
Lua. Enquanto a parte iluminada vai ficando apontada para a Terra seria uma Terra Cheia,
cada vez menor, pois a Lua vai ficando entre iluminando a superfície Lunar.
a Terra e o Sol, a parte não iluminada pelo Com câmeras digitais, é possível
Sol começa a apresentar um brilho per- registrar a Luz Cinérea. O problema é que a
ceptível, que vai ficando mais visível quanto diferença de brilho entre a área iluminada pelo
mais próximo da totalidade da Lua Nova. Sol e a área iluminada pela Terra pode ser tão
Esse fenômeno é chamado de Luz grande que fica difícil para estes equipamen-
Cinérea e ocorre porque, ao mesmo tempo tos mostrar a área escura sem que a área
que o lado iluminado pelo Sol está se mais brilhante apresente o chamado estouro,
escondendo de nós, o lado não iluminado quando todos os pixels de uma região ficam
está cada vez mais recebendo luz da Terra. brancos. É por isso que a imagem da página
Pense numa noite de Lua Cheia na ao lado é uma composição, com dois registros
Terra, em como esta noite é mais clara do produzidos com tempos de exposição dife-
que uma noite de Lua Nova. Agora imagine rentes.

A Brilhante
Aristarchus
A imagem ao lado
mostra a cratera
mais brilhante da
Lua, Aristarchus.
Aqui, as cores foram
realçadas para reve-
lar como a cratera é
azul em relação à
área vizinha. Isso
A Luz Cinérea vista por Telescópio
ocorre pela presença Telescópio: Refrator Orion Premium ED 102mm F7
de granito na crate- Câmera: Canon T2i (550D) Modificada
ra, deixada pelo Composição: 2 frames colorido com tempos de exposição diferentes integrados no Fitswork
asteroide que a Imagem registrada durante o Quinto Encontro Brasileiro de Astrofotografia, em Alto Paraíso (GO), na
atingiu, há um bilhão noite de 21 de julho de 2012.
de anos.

14 15
Eclipse Lunar
Eclipse Total
Eclipses lunares ocorrem quando a fica vermelha. A atmosfera da Terra espalha a
Terra fica entre a Lua e o Sol, de tal forma luz recebida pelo Sol, fazendo com que a Lua Lunar e os Dois
que a sombra da Terra passa sobre a Lua, receba luz solar mesmo com o Sol bloqueado. Candangos
podendo ser um eclipse total, quando a Quem estivesse na Lua, veria a Terra como Lente: Canon EF 50mm
sombra da Terra cobre completamente a Lua; um enorme anel vermelho luminoso. A luz é F1.8 II
um eclipse parcial, quando somente parte da vermelha por que os raios solares ficam Montagem: Tripé fixo
Lua é coberta pela sombra; ou mesmo um vermelhos quando filtrados pela atmosfera da
Câmera: Canon T2i
eclipse penumbral, que ocorre quando Terra.
(550D) Modificada
somente a penumbra da sombra da Terra Eclipses lunares ocorrem em média duas
Tempo total de Ex-
cobre a Lua, apenas fazendo diminuir o brilho vezes por ano, mas nem todos são totais.
posição: 3,2 segundos
da Lua, de uma forma pouco perceptível. Eclipses não ocorrem todo mês por causa da
Composição: 1 frame
Nas fotos dessa seção, vemos dois inclinação das órbitas da Lua e da Terra,
colorido de 3,2 segundos
registros de um eclipse lunar total. Algo muito fazendo com que, muitas vezes, durante a em ISO200.
interessante sobre esse eclipse é que, apesar Lua Cheia, a Lua passe por fora da sombra
Imagem registrada da
da sombra da Terra cobrir completamente a da Terra, enquanto outras vezes ela passa
Praça dos Três
Lua, esta não se apaga completamente, mas pelas beiradas da sombra. Poderes, em Brasília
(Distrito Federal) na
Eclipse Lunar noite de 15 de
com lente de abril de 2014.
200mm
Neste registro, feito
com lente fotográfica
de 200mm e recorta-
do, vemos um dos
aspectos mais inte-
ressantes de um
eclipse lunar total, a
possibilidade de re-
gistrarmos as es-
trelas mais próximas
da Lua, devido a
enorme diminuição
de seu brilho durante
o evento.

16 17
Nosso Vizinhos do Sistema Solar
Conjunção
Planetas são corpos celestes esféricos, é marcante no céu. A famosa estrela D’alva,
que orbitam uma estrela e foram capazes de ou estrela da manhã, na verdade é o Planeta planetária
limpar a sua órbita. Vênus. Este planeta é tão brilhante que volta antes do
Pequenos e sem luz própria, não há e meia ouço pessoas jurando ter visto um Amanhecer
como fazer registro de planetas extrassolares OVNI no fim da tarde. Até por que, quando
Lente: Canon EF-S 10
com equipamentos amadores e na atualidade visto no horizonte, Vênus fica com brilho
-22mm f/3.5-4.5 USM
nem equipamentos profissionais os detectam oscilante e pode parecer estar se movimen-
Montagem: Tripé fixo
diretamente. tando por trás das nuvens, quando na
Câmera: Canon T2i
A imagem da página ao lado mostra verdade são as nuvens que estão em movi-
(550D) Modificada
alguns planetas de nosso Sistema Solar. Os mento à frente do planeta.
Tempo total de
pontos mais brilhantes são, de cima para A palavra planeta vem do grego e quer
Exposição:
baixo, Vênus, a estrela Régulos, a Lua em dizer viajante. Isso ocorre por que a maior
5 segundos
fase minguante, Marte e Júpiter diferença dos planetas em relação às estrelas
Composição: 1 frame
É surpreendente como muitas pessoas é a forma como se movimentam pelo céu,
colorido de 5 segundos
não sabem que os planetas não apenas são mudando de posição todos os dias em relação
em ISO200.
visíveis a olho nu, mas sua presença também ao fundo estrelado.
Imagem registrada da
varanda de meu
Conjunção Lua
apartamento, em
Júpiter Águas Claras,
Esta imagem mostra Distrito Federal,
um raro momento na noite de 9 de
em que foi possível outubro de 2015.
capturar o planeta
Júpiter e a Lua num
mesmo registro, em
2012. Mesmo tendo
um diâmetro deze-
nas de vezes maior,
Júpiter está milhares
de vezes mais dis-
tante, por isso apa-
rece tão pequeno ao
lado de nosso saté-
lite natural.

18 19
O Gigante Gasoso
Júpiter
Júpiter é o maior planeta do Sistema sólidos que destacam-se pelos tamanhos
Solar, com dez vezes o diâmetro e mais de próximos ao do planeta Mercúrio. Na imagem e as Luas
mil vezes o volume da Terra. Ao contrário da inferior da página ao lado, vemos Júpiter ao
Terra, que é um planeta rochoso, Júpiter é centro, com a Grande Mancha Vermelha Galileanas
uma enorme esfera composta principalmente apontada para nós, e as quatro maiores luas Telescópio: Refletor
por gás, com núcleo solidificado. Júpiter é do planeta. Estas luas são chamadas de Luas Orion UK VX8 200mm
composto principalmente por hidrogênio e Galileanas, pois foram descobertas por Gali- F4.5
hélio. Essa natureza gasosa faz com que seja leu Galilei, em suas primeiras observaçãos Montagem:
praticamente impossível construir algum tipo com telescópio, no século XVII. Sky-watcher HEQ5
de moradia na superfície do planeta. Júpiter é claramente visível a olho nu Câmera: Expanse
Na imagem superior da página ao lado, mesmo de áreas urbanas. O planeta é muito Mono
vemos a Grande Mancha Vermelha em mais brilhante do que a estrela mais Barlow: Baader 2,25x
destaque. Essa tempestade, duas vezes ma- reluzente, só superado em brilho entre os Filtros: LRGB
ior do que a Terra, foi descoberta no século planetas por Vênus e por Marte, e por este Imagens registradas
XVII e tem sido um traço marcante de Júpiter. último somente no momento em que está da varanda de meu
Quatro das Luas de Júpiter são mundos mais próximo da Terra. apartamento, em
Águas Claras,
A sombra de Distrito Federal, a
Ganímedes
Ganímedes imagem superior é de
8 de abril de 2017 e a Calisto
Júpiter tem várias inferior é de 4 de
dezenas de luas fevereiro de 2017.
confirmadas, mas só
as Galileanas são Ganímedes Sombra de
visíveis com equipa- Ganímedes
mentos amadores. IO
Mesmo com teles-
cópios menores é
possível ver a som-
bra destas luas cru-
zando o disco do
planeta, como na
imagem ao lado,
onde vemos Ganíme
-des e sua sombra.

Europa
20 21
O Senhor dos Anéis
Saturno e
Saturno é o segundo maior planeta do anéis, mas são pálidos demais para serem
Sistema Solar. Está duas vezes mais longe da visíveis por equipamentos amadores. suas Luas
Terra do que Júpiter e sua atmosfera não tem Saturno é o único planeta em torno do Telescópio: Refletor
o mesmo dinamismo, mas Saturno tem a Sol cuja densidade é menor do que a da Orion UK VX8 200mm
característica mais marcante entre todos os água. Apesar de sua atmosfera ser mais F4.5
planetas, seu gigantesco e complexo sistema calma do que a de Júpiter, podem surgir Montagem: Sky-
de anéis, visível mesmo com telescópios interessantes tempestades em Saturno, watcher HEQ5
muito pequenos, até refratores de 60mm, se registraveis com equipamentos amadores. Câmera: Expanse
tiverem uma distância focal pelo menos dez Telescópios muito grandes, de 300mm ou Mono
vezes a abertura. Ver este gigante e seus mais de abertura, com boas cameras Barlow: Baader 2,25x
anéis é uma das experiências mais incríveis planetárias, são capazes de registrar tempes- Filtros: LRGB
que alguém interessado em astronomia tades menores, mais frequentes. Imagens registradas
poderá ter. Com refratores de 90mm ou mais, As luas de Saturno, com exceção de da varanda de meu
é possível ver com clareza a divisão de Cassi- Titã, são bem menores do que as Galileanas, apartamento, em
ni, a linha mais escura que corta o centro dos mas são visíveis em telescópios amadores e Águas Claras,
anéis. Todos os outros planetas gasosos têm permitem observarmos sua movimentação. Distrito Federal, a
imagem superior é
O planeta de 8 de maio de 2016
e a inferior é de
vermelho
15 de abril de 2017.
Marte é outro plane-
ta interessante para
se observar e foto-
grafar com equipa-
mentos amadores.
Aqui, é visto em uma
de suas oposições,
que ocorrem a cada
dois anos, quando o
planeta fica bastante
próximo da Terra.
Fora deste periodo,
que dura uns três
meses, o planeta é
dificil de observar.

22 23
Nossa Estrela, o Sol
Ele é uma esfera de gás quente, com mais usada é o ano-luz, a distância que a luz
uma massa trezentas mil vezes maior do que leva para percorrer em um ano, no vácuo, que
a Terra. Todos os corpos celestes do Sistema é milhares de vezes maior do que uma UA.
Solar orbitam em volta dele. A luz do Sol é um Nas duas imagens desta seção vemos
dos principais responsáveis pela existência da manchas solares, áreas mais frias e escuras
humanidade. Sem ela, a vida na Terra prova- do Sol que estão relacionadas com o campo
velmente estaria restrita a microrganismos magnético solar. A presença de muitas man-
vivendo em algum géiser nas profundezas da chas no Sol pode afetar o funcionamento de
crosta terrestre. satélites de comunicação em órbita da Terra.
A Terra orbita o Sol a uma distância Manchas solares podem ser quase dois
média de 149,5 milhões de quilômetros. Esta mil graus Celsius mais frias do que a região
distância é utilizada por astrônomos para em volta, o que ainda é muito quente, cerca
definir uma Unidade Astronômica (UA) e é de quatro mil graus Celsius. Essas manchas
muito usada para distâncias entre corpos ce- são na verdade vermelhas e brilham tanto
lestes do Sistema Solar. Já entre as estrelas e quanto a Lua Cheia. Ficam assim, escuras,
outros objetos de céu profundo, a unidade devido ao contraste com a região em volta.

A fotosfera
Solar
A fotosfera é a
camada mais brilhan
-te do Sol. Ela pode
ser visualizada ou
registrada com o uso
dos chamados filtros
de luz branca, sem-
pre posicionados à
frente da objetiva.
O Sol e Manchas Solares
Ao lado, vemos o Telescópio: Refrator Orion Premium ED 102mm F7 e Coronado PST adaptado
registro de parte do Câmera: Imaging Source DBK41AU02.AS
disco solar com um Filtros: H-alpha 1,0 Angtron
filtro de luz branca, Imagem registrada da varanda de meu apartamento, em Águas Claras, Distrito Federal, na manhã de 30
com uma mancha ao de junho de 2012.
centro.

24 25
A Cromosfera Solar
A Cromosfera
Nas imagens desta seção vemos chamados de filamentos e ficam pouco
detalhes da cromosfera, camada solar que se visíveis. Quando estão próximos à borda do Solar com
estende por dez mil quilômetros acima da disco solar, como na imagem inferior da Telescópio
fotosfera. As imagens da cromosfera foram página ao lado, são chamados de proeminên- H-alpha
possíveis de ser capturadas graças ao moder- cias e destacam-se muito mais.
nos filtros H-alpha solares, que apagam a Com filtros H-alpha solares, mesmo em Telescópio: Refrator
Orion Premium ED
brilhante fotosfera e nos permitem ver a mais telescópios menores é possível ver as chama-
102mm F7 e Coronado
fraca e transparente cromosfera. das espículas solares, jatos dinâmicos de 500
PST adaptado
O cromosfera é a camada mais interes- quilômetros de espessura, mas que podem Montagem:
sante de se observar e registrar no Sol. Além atingir altitudes de até dez mil quilômetros e Celestron CG5
das conhecidas manchas solares, também é que movem-se para cima numa velocidade de Câmera: Imaging
possível observar filamentos e proeminências 20km/s. As espículas que estiverem na borda Source DMK 21AU04
solares. Os dois objetos são basicamente a solar, como na imagem inferior ao lado, Filtros: H-alpha
mesma coisa, mas quando vistos dentro do cercam todo o disco solar, formando uma 1,0 Angtron
disco solar, como na imagem superior da “casca” em torno do Sol. Esta casca tem uma Imagens registradas da
página ao lado, entre as duas manchas, são espessura próxima ao diâmetro da Terra. varanda de meu
apartamento, em
Um mamute Águas Claras, Distrito
caminhando no Federal, em 2012

Sol
Este registro foi feito
em 2011, com uma
câmera colorida e o
telescópio solar Coro
-nado PST. Apesar
de uma imagem sim-
ples, fez muito su-
cesso na época, por
causa da semelhan-
ça que a proeminên-
cia tinha com um
simpático mamute
caminhando sobre o
Sol.

26 27
O Eclipse Solar
Eclipse Total
O eclipse solar é um dos eventos mais parcial pode ocorrer a milhares de quilômetros
dramáticos e fabulosos que os céus podem do ponto central do eclipse, por isso, na do Sol de 2017
nos proporcionar. Ele ocorre no momento em maioria das vezes em que ocorre um eclipse Lente: Canon EF-S 10-
que o disco lunar encobre totalmente o disco total do Sol, o que a maioria das pessoas vê é 22mm f/3.5-4.5 USM
solar. Mesmo sendo centenas de vezes um eclipse parcial. Montagem: Câmera na
menor, a Lua também está centenas de vezes Para apreciar um eclipse total do Sol, mão
mais perto da Terra. Durante alguns minutos, você precisa estar disposto a viajar, caso Câmera: Canon T2i
ela é capaz de cobrir totalmente o disco solar, contrário pode passar a vida toda sem (550D) Modificada
revelando a espetacular Coroa Solar. presenciar um. As imagens desta seção foram Tempo total de
Apesar de não serem muito incomuns, feitas durante o eclipse total que ocorreu nos Exposição:
muitas vezes ocorrendo mais de um por ano, Estados Unidos, em 2017, sendo necessário 1 décimo de segundo
eclipses solares são muito localizados. Basta uma longa viagem até chegar ao estado do Composição: 1 frame
estarmos a uma centena de quilômetros do Wyoming. Foi o primeiro eclipse total que colorido de 1 décimo de
ponto central do eclipse que tudo o que presenciei, quase com quarenta anos de segundos em ISO800.
veremos é um eclipse parcial, com somente idade, um espetáculo que você não pode
Imagem registrada da
uma parte da Lua cobrindo o Sol. O eclipse deixar de ver, se tiver a chance.
cidade do Boysen
State Park, Shoshoni,
Eclipse solar estado do Wyoming,
total com lente Estados Unidos, na
de 200mm manhã de
21 de agosto de 2017.
Nesta imagem, com
lente de 200mm,
vemos algumas pro-
eminências solares
(rosa) surgindo por
trás do disco lunar,
além de um pouco
da Coroa Solar, que
é considerada a at-
mosfera solar. Esta
imagem foi feita sem
filtro, que não é ne-
cessário somente du
-rante a totalidade.

28 29
Os Andarilhos do Sistema Solar
Cometas são objetos celestes formados Na foto da página ao lado, cujo tempo de
basicamente por gelo. Viajam pelo Sistema exposição foi pouco mais de 20 minutos,
Solar em órbitas incrivelmente elípticas, tanto podemos perceber como o cometa percorre
que muitos, quando passam perto do Sol, são rapidamente as estrelas em um breve período
agarrados pela gravidade de nossa estrela e de tempo. O registro foi feito com o telescópio
ficam por lá, desintegrando-se no calor solar. refrator de 102mm e câmera DSLR. O C/2014
Outros cometas podem chocar-se com plane- Q2 foi um cometa bastante verde. Esta cor
tas no trajeto, como aconteceu com o Shoe- ocorre devido à presença de moléculas
maker Levy 9, que em 1994 atingiu Júpiter, orgânicas no astro.
deixando marcas visíveis até daqui da Terra. Como muitos cometas, o C/2014 Q2
A imagem ao lado é do cometa C/2014 Lovejoy foi formado na Nuvem de Oort, sendo
Q2 Lovejoy, descoberto em 2014 por Terry um cometa de longo período, que vai levar
Lovejoy, usando um telescópio amador de muitos milhares de anos para voltar. Cometas
oito polegadas. Este foi o cometa mais de curto período, como o Halley, são
brilhante que testemunhei desde o Hale-Bopp, formados no Cinturão de Kuiper, muito mais
de 1995. próximo.

Cometa
Pansstars
2013 X1
Neste registro feito
com lente de
200mm e camera
DSLR, vemos o
momento em que o
cometa Pansstars
2013 X1 passava Cometa C/2014 Q2 Lovejoy
perto da Nebulosa Telescópio: Refrator Orion Premium ED 102mm F7 Montagem: Sky-watcher HEQ5
NGC 6188, em 4 Canon T2i (550D) Modificada
de julho de 2016. Tempo total de Exposição: 0,3 horas
O cometa é o Composição: 50 frames coloridos de 20 segundos em ISO1600.
Imagem registrada durante visita a fazenda de amigo, em Padre Bernardo (GO), na noite de 16 de
ponto verde à direi-
janeiro de 2016.
ta na imagem.

30 31
O Céu Profundo
Todo objeto que esteja fora do nosso entre mil e três mil anos-luz. Muitas galáxias
Sistema Solar é chamado de objeto de céu são tão complexas como a nossa, mas
profundo. Todos os objetos de céu profundo somente a Via Láctea pode ser vista tão de
mais próximos da Terra fazem parte da Via perto. Curiosamente, não conseguimos ver o
Láctea, a nossa Galáxia. Ela domina os céus seu núcleo brilhante, um buraco negro super
brasileiros no inverno, ao exibir o seu centro, massivo, que é bloqueado por grandes
e no verão, ao exibir seu braço externo, nuvens de poeira interestelar.
chamado de Braço de Órion. No outono e A Via Láctea é um objeto para ser
primavera, destacam-se as centenas de galá- apreciado num céu muito escuro, numa
xias visíveis com equipamentos amadores. região distante das luzes das cidades, com
A Via Láctea é uma galáxia espiral do um bom binóculo e olhos que estejam longe
tipo barrada. Por estarmos dentro dela, é de de qualquer luz há pelo menos vinte minutos.
longe a galáxia que mais nos apresenta Na página ao lado, vemos um registro com
detalhes. Ela é um disco com cem mil anos- lente fotográfica em 24mm, feito durante um
luz de diâmetro e espessura relativamente dos Encontros Brasileiros de Astrofotografia
reduzida em comparação com o diâmetro, em que participei.

Aglomerados
de Galáxias
Esta imagem mostra
um detalhe do
aglomerado de galá-
xias de Virgem. Aglo
-merados de galáxi-
as são considerados
as maiores estru-
turas do Universo
observável. Para ser O Centro da Via Láctea com Lente de 24mm
considerado um aglo Lente: Tamron 24-70mm F2.8 Montagem: Ioptron Skytracker
-merado galáctico, Câmera: Canon T2i (550D) Modificada
as galáxias devem Tempo total de Exposição: 1,2 hora
estar ligadas gravi- Composição: 25 frames coloridos de 3 minutos em ISO800.
tacionalmente umas Imagem registrada durante o Oitavo Encontro Brasileiro de Astrofotografia, em Padre Bernardo (GO),
às outras. na noite de 16 de julho de 2015.

32 33
O Cientista e a Borboleta
Aglomerados abertos são grupos de cima.
estrelas formados por uma mesma nuvem Já o aglomerado de Ptolomeu esta à
molecular. Os mais novos podem ainda estar frente de campos estelares brilhantes da Via
associados a nebulosas, já os mais antigos, Láctea. Ele aparece à esquerda na imagem
como o Aglomerado da Borboleta (M6) e o da página ao lado. Aparentemente maior e
aglomerado de Ptolomeu (M7), não apresen- mais brilhante do que o aglomerado da Bor-
tam traços da nebulosa que os gerou. boleta, Ptolomeu na verdade está duas vezes
Na imagem da página ao lado, vemos os mais perto. São oitocentos anos-luz de distân-
aglomerados abertos M6 e M7 registrados por cia, contra mil e seiscentos do aglomerado da
lente fotográfica de 200mm de distância focal, Borboleta. Ptolomeu, inclusive, é bastante
com camera DSLR. À direita está M6. Este visível a olho nu, como uma estrela difusa.
aglomerado está à frente de nebulosas Os dois aglomerados estão localizados
escuras, o que lhe dá mais destaque na na Constelação do Escorpião (veja na página
imagem. As estrelas mais brilhantes deste 68). São excelentes alvos para telescópios
aglomerado formam um desenho que lembra menores, seja para observação ou registro,
uma borboleta com as asas abertas vista de mesmo em centros urbanos.

As Plêiades
As Plêiades (M45)
são um dos aglome-
rados abertos mais
próximos da Terra,
cerca de 400 anos-
luz. Localizado na
Constelação do Tou-
ro, recebe muitos
nomes populares,
como Cadeirinha de Aglomerados M6 e M7 com Lente de 200mm
Jesus ou Sete Irmãs. Telescópio: Canon EF 200mm f/2.8L II USM Lens Montagem: Ioptron Skytracker
M45 ainda apresenta Câmera: Canon T2i (550D) Modificada
traços da nebulosa Tempo total de Exposição: 0,6 horas
que o gerou, hoje, Composição: 54 frames coloridos de 40 segundos em ISO800.
uma azulada nebu- Imagem registrada durante o Nono Encontro Brasileiro de Astrofotografia, em Padre Bernardo, na
losa de reflexão. noite de 1 de julho de 2016.

34 35
Aglomerados Globulares
Aglomerados globulares são aglome- ou presença de obstáculos.
rações estelares densas, em formato Visto na Constelação Centauro, muito
aparente esférico. São geralmente muito próximo das galáxias Centaurus A e NGC
antigos, formados há cerca de uma dezena 4945, acredita-se que Ômega Centauri seja o
de bilhão de anos. núcleo de uma galáxia menor, que foi
O aglomerado globular mais espetacular absorvida pela Via Láctea bilhões de anos
do céu noturno é Ômega Centauri (NGC atrás. Na imagem da página ao lado, vemos o
5139). Localizado quarenta e cinco graus ao aglomerado registrado por telescópio refrator
sul do Equador Celeste, este aglomerado com de 102mm de abertura. Um telescópio deste
cerca de um milhão de estrelas, visível a olho porte resolve bem o aglomerado em fotografi-
nu, é um privilégio para moradores do Hemis- as, mas ao ser usado em observações, fica
fério Sul. Em países da Europa ou da América difícil distinguir as estrelas, sendo recomen-
do Norte, Ômega Centauri é pouco visível. dado telescópios maiores para o uso com
Quando possível, é visto muito baixo, próximo oculares. Um refletor de 200mm resolverá as
do horizonte, condição difícil para observação estrelas com grande clareza de detalhes,
ou registro, devido à turbulência atmosférica mesmo em centros urbanos.

Aglomerado
Globular M22
Localizado na Cons-
telação de Sagitário,
M22 está a cerca de
10 mil anos-luz da
Terra, mais próximo
do que Omega Cen-
tauri, que está a 15
mil, mas é menos
brilhante, com dez Omega Centauri com Telescópio Refrator
vezes menos estre- Lente: Refrator Orion Premium ED 102mm F7 Montagem: Sky-Watcher HEQ5
las. Visível no Hemis Câmera: QHY163m
-fério Norte, foi um Tempo total de Exposição: 0,6 horas
dos primeros aglome Filtros: Vermelho, Verde e Azul (8x90 segundos cada)
-rados globulares a Imagem registrada durante o Décimo Encontro Brasileiro de Astrofotografia, em Padre Bernardo, na
ser descoberto. noite de 22 de julho de 2017.

36 37
O Cachimbo
A região central da Via Láctea é uma das Nebulosas escuras são nuvens formadas
mais complexas que você poderá ver no céu por hidrogênio em estado molecular, que não
noturno. Ela domina o céu no inverno foi energizado por estrelas próximas, como
brasileiro, sendo um alvo maravilhoso para ocorre com nebulosas de emissão.
observações com telescópios, binóculos, ou Na imagem da página ao lado, feita com
mesmo a olho nu, tudo depende do objeto, do uma lente de 50mm de distância focal numa
campo e do nível de detalhes que você quer DSLR Canon T2i, vemos a grande Nebulosa
observar. Quanto mais escuro for o céu, longe do Cachimbo ao centro. Num céu bem
de área urbanas e durante a Lua Nova, escuro, esta nebulosa é facilmente visualiza-
melhor serão suas observações. da a olho nu. É também interessantíssima
Não é somente pelas nebulosas e para ser explorada com binóculos.
campos estelares que o centro da Via Láctea A Nebulosa do Cachimbo na verdade faz
nos atrai. A interação entre centenas de nebu- parte do complexo estelar de Rho Ophiuchus
losas escuras à frente dos grandes campos (página 71), estando a cerca de 400 anos-luz
estelares da Via Láctea torna essa região da Terra, mostrando o quanto este complexo
uma das mais interessantes do céu noturno. está próximo de nós.

A Nebulosa
Serpente
Nesta captura, feita
com telescópio refra-
tor de 710mm de
distância focal e
camera com sensor
de 2/3 polegadas,
vemos a Nebulosa
Serpente (Barnard
72). Ela também
A Nebulosa do Cachimbo com Lente de 50mm
aparece na imagem Lente: Canon EF 50mm F1.8 II Montagem: Celestron CG5
da página ao lado. Câmera: Canon T2i (550D) Modificada
Pode ser desafiante Tempo total de Exposição: 1,7 hora
encontrá-la nessa Composição: 34 frames coloridos de 3 minutos em ISO800.
imagem, devido a Imagem registrada durante o Sétimo Encontro Brasileiro de Astrofotografia, em Alto Paraíso (GO), na
seu tamanho menor. noite de 23 de julho de 2014.

38 39
Altair, Tarazed e a Nebulosa “E”
A imagem da página ao lado, de uma massa do que o Sol, mesmo com cerca de
região da Constelação da Águia, foi capturada apenas cem milhões de anos de existência,
com lente de 200mm. Ela mostra a brilhante está num estágio avançado de sua vida. Ela
estrela Altair (a maior, azul, à esquerda) e sua esgotou seu estoque de hidrogênio e queima
companheira Tarazed (a vermelha, no centro hélio, que está transformando em carbono.
da imagem), mais duas nebulosas escuras, Tarazed tem quase seis vezes mais massa do
Barnard 142 e Barnard 143. Catalogadas que o Sol, enquanto Altair, tem duas vezes.
como objetos diferentes no Catálogo Barnard, Altair é oito vezes mais brilhante do que o Sol
as duas nebulosas formam a nebulosa e Tarazed mais de duas mil vezes.
conhecida como “E”, devido a seu formato Uma curiosidade sobre Altair é a incrível
combinado parecer esta letra do alfabeto. velocidade de sua rotação. Ela dá uma volta
Tarazed é uma estrela maior do que em torno de si em apenas dez horas. O Sol,
Altair, mas está a cerca de quatrocentos anos uma estrela menor, leva 25 dias para fazer o
-luz de distância, contra cerca de somente mesmo movimento. Tamanha é a velocidade
dezesseis anos-luz para Altair. Tarezed é uma da rotação de Altair que pesquisas indicam
gigante vermelha, que, por ter muito mais que a estrela é achatada.

Dark Doodad
Esta nebulosa escu-
ra está na Conste-
lação da Mosca, ao
lado do aglomerado
globular NGC 4372,
visto na imagem, à
esquerda. É um dos
objetos celestes in-
teressantes mais
meridionais que po- A Nebulosa E com Lente de 200mm
demos encontrar. O Telescópio: Canon EF 200mm f/2.8L II USM Lens Montagem: Ioptron Skytracker
aglomerado globular Câmera: Canon T2i (550D) Modificada
é levemente escure- Tempo total de Exposição: 0,6 horas
cido pela nebulosa. Composição: 34 frames coloridos de 1 minuto em ISO800.
Imagem feita com Imagem registrada durante o Nono Encontro Brasileiro de Astrofotografia, em Padre Bernardo, na
lente de 135mm. noite de 2 de julho de 2016.

40 41
Nebulosas de Emissão - Espetáculo Fotográfico
Nebulosas de emissão são os objetos II (SII). Estes filtros são compostos numa
celestes capazes de produzir algumas das imagem colorida em que representam respec-
fotografias mais incríveis da astrofotografia, tivamente os canais de cor verde, azul e
como a imagem ao lado, do Grande Muro da vermelho. Após um tratamento num programa
Nebulosa América do Norte (NGC7000). de edição de imagens em que se realça o
Mas o segredo das nebulosas de azul e o vermelho e transforma-se o verde
emissão é que cores como as da imagem que num amarelo dourado, temos as cores do
você vê na página ao lado só são possíveis chamado Hubble Palette.
por utilizarmos cores falsas. Esta técnica é Há quem não goste do Hubble Palette,
chamada de Hubble Palette e consiste em por não mostrar as cores verdadeiras das
registrar as nebulosas com uma câmera nebulosas de emissão, mas o objetivo desta
monocromática e os chamados filtros de paleta (além de produzir uma imagem que
banda estreita, que deixam passar uma faixa salte aos olhos) é dar o máximo de contraste
muito específica de luz. e profundidade aos objetos celestes registra-
Os filtros de banda estreita mais popula- dos, para mostrar o que está acontecendo no
res são o H-alpha, Oxigênio III (OIII) e Enxofre interior das nebulosas de emissão.

O Cume da
Nebulosa do
Pelicano
A imagem ao lado
mostra um pedaço
da Nebulosa IC
5067, conhecida co-
mo Nebulosa do Peli
-cano, nebulosa ad-
jacente à NGC 7000.
As áreas em ama- O Grande Muro de NGC 7000
relo são regiões de Telescópio: Refrator Orion Premium ED 102mm F7
Hidrogênio Ionizado, Câmera: Atik 314L+ mono
enquato as áreas em Tempo total de Exposição: 3,5 horas
azul concentram Filtros: H-alpha 7nm (11x10 minutos), Oxigênio III e Enxofre II (10x5 minutos cada)
maior quantidade de Imagem registrada durante o Nono Encontro Brasileiro de Astrofotografia, em Padre Bernardo, na
Oxigênio III. noite de 6 de julho de 2016.

42 43
América do Norte e Pelicano em Hubble Palette
Localizadas ao norte da grande Conste- nebulosas. No horizonte, também haverá
lação do Cisne, as grandes nebulosas Améri- maior turbulência atmosférica.
ca do Norte (NGC 7000) e Pelicano (IC 5067) A Nebulosa América do Norte é a maior,
estão a quase dois mil anos-luz de distância mais visível e brilhante das duas nebulosas.
da Terra. O que é bastante próximo para os Ela pode ser vista a olho nu em regiões sem
padrões da Via Láctea. As duas nebulosas poluição luminosa. Com um enorme tamanho
fazem parte da mesma grande nuvem aparente, é um excelente alvo para binóculos
molecular, mas uma grande nebulosa escura de pouco aumento e mais brilhantes, como
cruza o centro da nuvem de emissão. um modelo 7 x 50mm.
No Brasil, as nebulosas América do Na imagem da página ao lado, destaca-
Norte e Pelicano são visíveis principalmente se a grande nuvem de poeira que separa as
entre o inverno e a primavera. Apesar de duas nebulosas e invade principalmente a
estarem bem ao norte, são visíveis em todo o área da Nebulosa do Pelicano. Esta nuvem
país, mas nos estados mais ao Sul será também contém muito hidrogênio, mas que
necessário um horizonte aberto para que não não recebe energia das estrelas a ponto de
haja obstáculos entre o observador e as emitir ou refletir luz.

Região de
Sadr
Localizada próximo
a NGC 7000 e IC
5067, a Nebulosa de
Sadr (IC 1318) apa-
rece bem ao lado da
estrela que lhe dá
nome, também cha-
mada Gamma Cyg-
ni. Vemos aqui outra NGC 7000 e IC5067 em Hubble Palette
nebulosa escura à Telescópio: Canon 200mm F2.8 FD Montagem: Celestron CG5
frente de uma nebu- Câmera: Atik 314L+
losa de emissão, Tempo total de Exposição: 3,0 horas
que aparece ama- Filtros: H-alpha 7nm (21x6 minutos), Oxigênio III e Enxofre II (8x200 segundos cada)
relada devido ao Imagem registrada durante o Sétimo Encontro Brasileiro de Astrofotografia, em Padre Bernardo, na
Hubble Palette. noite de 23 de julho de 2014.

44 45
América do Norte e Pelicano em Cores Verdadeiras
Vistas em cores reais, como na imagem estrela é a mais brilhante da Constelação do
da página ao lado, as nebulosas América do Cisne. Vemos ela à direita, no alto da imagem
Norte e Pelicano mostram seu verdadeiro da página ao lado.
aspecto. Nebulosas de emissão são geral- Deneb é um estrela supergigante
mente vermelhas, devido à linha de emissão branca. Estimativas mais recentes apontam
do hidrogênio na linha alpha, mas também que a estrela possui uma massa quase vinte
podem ser azuis ou verdes, embora seja mais vezes superior a do Sol e um raio de cerca de
raro. Estas nebulosas geralmente possuem 100 vezes o da nossa estrela.
noventa por cento de hidrogênio e dez por Um planeta em órbita de Deneb, para
cento de oxigênio. O brilho vermelho delas receber a mesma intensidade de radiação que
ocorre devido à ionização dos hidrogênio da a Terra recebe do Sol, necessitaria estar
nebulosa, provocada por estrelas que estão numa distância cerca de 300 vezes maior do
sendo formadas dentro da nuvem de gás. que a Terra está de nossa estrela. Deneb está
As nebulosas América do Norte e a uma distância da Terra parecida com a das
Pelicano são facilmente encontradas por nebulosas América do Norte e do Pelicano,
estarem próximas à estrela Deneb. Esta cerca de 1600 anos-luz.

Nebulosa
Crescente
Muito próximo da
região de Sadr no
céu, encontramos a
Nebulosa Crescente
(NGC 6888). Mas
enquanto Sadr está
a cerca de 1500
anos-luz da Terra,
Crescente está mais América do Norte e Pelicano com Câmera Colorida
longe, a mais de 5 Lente: Canon EF 200mm f/2.8L II USM Lens Montagem: Ioptron Skytracker
mil anos-luz. Esta Câmera: Canon T2i (550D) Modificada
nuvem de hidrogênio Tempo total de Exposição: 0,6 hora
ionizado é energiza- Composição: 62 frames coloridos de 1 minuto em ISO3200.
da pela estrela em Imagem registrada durante o Nono Encontro Brasileiro de Astrofotografia, em Padre Bernardo (GO), na
seu centro. noite de 4 de julho de 2016.

46 47
A Vassoura de Bruxa
A Nebulosa do Véu é uma enorme com sensor de 2/3 polegadas. A imagem
remanescente de supernova localizada na mostra a nebulosa em suas cores naturais.
“asa oeste” da Constelação do Cisne. Com grande presença de oxigênio, a
Remanescentes de supernova são nuvens de Nebulosa do Véu apresenta uma complexi-
gás energizado resultantes da explosão de dade de tonalidades quando registrada em
supernovas. O choque do material ejetado suas cores verdadeiras que não deve nada a
pelas supernovas com a matéria interestelar imagens com Hubble Palette. É este mesmo
produz a energia que ilumina as nebulosas. oxigênio que proporciona uma visão clara
Localizada na asa sul da Constelação do desta nebulosa se observada de lugares sem
Cisne, a Nebulosa do Véu é constituída por poluição luminosa e com telescópios de pelo
dois objetos principais. Na imagem ao lado, menos 150mm de abertura.
vemos a Nebulosa do Véu do Oeste (NGC O conjunto todo da Nebulosa do Véu,
6960), também conhecida como Nebulosa preenche 3 graus no céu, o equivalente a seis
Vassoura de Bruxa, registrada com telescópio vezes o diâmetro aparente da Lua. A
refrator de 102mm de abertura e 710mm de Nebulosa do Véu está a “apenas” 1470 anos-
distância focal, com câmera monocromática luz de distância da Terra.

Nebulosa do
Véu do Leste
NGC 6992 é a irmã
da Nebulosa do
Véu do Oeste.
Muito parecida em
extensão aparente
e com semelhan-
ças na forma, a
maior diferença A Nebulosa do Véu do Oeste com Telescópio
que percebemos
Telescópio: Refrator Orion Premium ED 102mm F7 Montagem: Skywatcher HEQ5
em relação ao Véu Câmera: Atik 314L+ mono (Luminância) Canon T2i (Cores)
ocidental é não ha- Tempo total de Exposição: 3,9 horas (só a Luminância)
ver uma estrela Filtros: H-alpha 7nm (58x4 minutos).
brilhante junto à Luminância registrada da varanda de meu apartamento, em Águas Claras, Distrito Federal, na noite de
Nebulosa. 21 de junho de 2015.

48 49
A Tulipa
A cabeça da Constelação do Cisne tem O pequeno tamanho aparente da
algumas nebulosas mais pálidas, só visíveis Nebulosa Tulipa a torna um objeto para
em fotografias, mas cuja beleza não deve ser fotografia com telescópios, mas a região em
ignorada por astrofotógrafos. Ali, podemos ver volta também é bastante interessante, só
nebulosas como SH2-101, conhecida como exige tempos de exposição maiores, pois a
Nebulosa Tulipa. Não é a única nebulosa que nebulosidade ao redor é mais pálida. Já a sua
evoca a aparência de flores, a Nebulosa da observação, mesmo com telescópios grandes,
Roseta (Caldwell 49), na página 89, lembra é muito difícil, devido à pouca presença de
um rico botão de rosa. oxigênio, cuja linha de emissão é a que
A Nebulosa Tulipa está a cerca de oito nossos olhos conseguem perceber com mais
mil anos-luz de distância da Terra e está clareza, enquanto a linha de emissão do
localizada bem próxima da “cabeça do Cisne”, hidrogênio é quase imperceptível para nós.
ao norte da estrela Albireo. É um objeto do Na página ao lado, vemos um registro da
norte que atinge grande altitude nas noites do nebulosa Tulipa com filtros de banda estreita
inverno e da primavera brasileira podendo ser na composição Hubble Palette e telescópio
bem registrado de muitas regiões. refrator de 102mm de abertura.

Sharpless 86
Este objeto muito
pálido aparece ainda
mais alto que a Ne-
bulosa da Tulipa, ao
sul da estrela
Albireo. Impossivel
não notar a grande
proeminência no
centro, um pouco à
esquerda, que lem- A Nebulosa Tulipa em Hubble Palette
bra o pescoço e as Telescópio: Refrator Orion Premium ED 102mm F7 Montagem: Skywatcher HEQ5
costas de um bronto- Câmera: Atik 314L+ mono
sauro. Está imagem Tempo total de Exposição: 5,4 horas
foi feita com o Filtros: H-alpha 7nm (50x5 minutos), Oxigênio III e Enxofre II (12x3 minutos cada)
mesmo setup da Imagem registrada da varanda de meu apartamento, em Águas Claras, Distrito Federal, nas noites de
Nebulosa Tulipa. 26 e 27 de junho de 2016.

50 51
A Constelação do Cisne
Essa constelação é a mais
NGC6888 povoada de objetos
Nebulosa Crescente
interessantes no Hemisfério
Celeste Norte. Isso acontece
porque está à frente de uma
região da Via Láctea. Apesar
IC1318 de não ser o centro de nossa
Nebulosa de Sadr
galáxia, é uma área de intensa
atividade.
Estrela Deneb

NGC7000
Nebulosa do
Pelicano

NGC7000
Nebulosa América NGC6990 e NGC 6992
do Norte Nebulosa do Véu

52 53
Nebulosas da Lagoa e Trífida
No inverno brasileiro, o centro da Via destacando-se pela grande região de reflexão
Láctea toma conta dos céus noturnos. azul, que envolve a região de emissão. Lagoa
Centenas de objetos, entre aglomerados é a grande nebulosa à direita. Abaixo dela,
globulares, abertos, nebulosas escuras e de vemos a nebulosa NGC 6559, mais pálida.
emissão colorem fotografias feitas com M20 e M8 são excelentes alvos para
pequenas lentes ou grandes telescópios. Dois observação com telescópios maiores,
dos maiores destaques são as Nebulosas da principalmente refletores de oito polegadas ou
Lagoa (M8) e Trífida (M20). Imagens mais de abertura (seis polegadas é aceitável).
destacando o H-alpha mostram que as duas Num céu escuro, é possível ver detalhes
nebulosas estão ligadas gravitacionalmente incríveis destes objetos, principalmente o
com uma leve faixa de nebulosidade as contraste entre as regiões de emissão e as
unindo. A distância que ambas estão da Terra nuvens escuras, de poeira. Com telescópios
é de cerca de cinco mil anos-luz. menores e binóculos você só verá algumas
Na imagem da página ao lado, M20 e manchas difusas, com destaque maior para
M8 foram fotografadas com lente de 200mm. as estrelas dos aglomerados abertos que
Trífida é a nebulosa menor, à esquerda, compõem os objetos.

O Interior da
Trífida
Neste registro, feito
com um telescópio
refletor de 200mm e
camera monocromá-
tica em Hubble Palet
-te, vemos as nu-
vens de poeira escu-
ras no centro da
Nebulosa Trífida. O Trífida e Lagoa com Lente de 200mm
azul no centro da ne- Lente: Canon EF 200mm f/2.8L II USM Lens Montagem: Ioptron Skytracker
bulosa é composto Câmera: Canon T2i (550D) Modificada
por Oxigênio III, en- Tempo total de Exposição: 1,7 hora
quanto a parte ama- Composição: 101 frames coloridos de 1 minuto em ISO800.
rela é composta por Imagem registrada durante o Nono Encontro Brasileiro de Astrofotografia, em Padre Bernardo (GO), na
hidrogênio ionizado. noite de 6 de julho de 2016.

54 55
A Lagoa
Ela é a rainha dos céus brasileiros com composições em Hubble Palette, como o
durante o inverno, quando é visível durante da imagem da página ao lado, feita num refra-
toda a noite. A Nebulosa da Lagoa (M8) é tor de 102mm de abertura, com uma camera
uma das mais fotografadas do mundo. monocromática com sensor de 4/3 polegadas.
Bastante brilhante, esta nebulosa pode ser Localizada na Constelação do Sagitário
captada com exposições curtas, de alguns e rodeada por nebulosas escuras, a Nebulosa
segundos por frame, e pode ser registrada ou da Lagoa destaca-se em fotografias. Tem um
observada até mesmo de regiões com grande tamanho aparente bastante considerável, de
poluição luminosa, mas para o registro com 90 por 40 minutos de arco, o que equivale a
DSLRs é recomendado que a câmera tenha três Luas enfileiradas. Se você estiver utilizan-
sido modificada, com a troca do filtro IR-Cut do um telescópio de grande distância focal,
original da camera. vai precisar de uma câmera com sensor
A grande quantidade de oxigênio em seu grande para conseguir registrar a Lagoa por
interior permite não apenas excelentes inteiro, embora a complexidade do interior da
observações da Nebulosa da Lagoa ao nebulosa faça valer a pena explorar pedaços
telescópio, mas também fabulosas imagens de seu interior em detalhes.

O Cisne
Também localizada
na Constelação do
Sagitário e com
grande quantidade
de Oxigênio em seu
interior, temos a
Nebulosa do Cisne
(M17), que lembra
um cisne visto de
lado. Esta nebulosa A Lagoa em Hubble Palette
é uma das mais Telescópio: Refrator Orion Premium ED 102mm F7 Montagem: Sky-Watcher HEQ5
bonitas ao teles- Câmera: QHY163m
cópio, com o cisne Tempo total de Exposição: 1,9 horas
aparecendo clara- Filtros: H-alpha 7nm (40x1 minuto), Oxigênio III e Enxofre II (8x1 minuto cada)
mente mesmo em Imagem registrada da varanda de meu apartamento, em Águas Claras, Distrito Federal, na noite de 15
aparelhos menores. de junho de 2017.

56 57
Os Pilares de Criação
Ainda na Constelação de Sagitário, Mesmo em grandes telescópios refletores
encontramos aquele que é provavelmente o você verá pouco mais do que uma mancha
meu lugar preferido no Universo, a Nebulosa difusa, mas para fotografia, seja com
da Águia (M16). Esta complexa nebulosa de telescópios, lentes, cameras coloridas ou
emissão é muito celebrada pelas fotos do monocromáticas é um objeto obrigatório.
Telescópio Hubble que mostram as formações Na imagem da página ao lado, vemos a
do centro da nebulosa conhecidas pelo Nebulosa da Águia registrada com telescópio
apoteótico apelido de “Os Pilares da Criação”, refletor de 200mm de abertura e 900mm de
que você vê no centro da imagem da página distância focal, com camera monocromática
ao lado. A grande torre que vemos à esquer- com sensor de 2/3 polegadas em Hubble
da dos pilares tambem foi alvo de registros Palette. M16 está um pouco mais longe que a
espetaculares do Hubble, tornando a Nebu- Nebulosa da Lagoa, 7 mil anos-luz. Como
losa da Águia um dos mais populares desti- acontece com muitas nebulosas de emissão,
nos para astrofotógrafos do mundo inteiro. M16 na verdade é nome do aglomerado
M16 não é dos melhores objetos para aberto que ioniza as nuvens de hidrogênio da
observação. É muito difícil ver os pilares. nebulosa.

NGC 6604
Esta nebulosa, vi-
zinha de M16, opos-
ta a M17, é muito
pouco fotografada.
Neste registro, com
telescópio refletor de
200mm de abertura,
vemos uma nebulo-
sidade mais brilhan-
te que se destaca A Nebulosa da Águia em Hubble Palette
em relação ao resto Telescópio: Refletor Orion UK VX8 200mm F4.5 Montagem: Sky-watcher HEQ5
do objeto. Muitos Câmera: Atik 314L+
colegas dizem que Tempo total de Exposição: 3,2 horas
ela lembra a face na Filtros: H-alpha 7nm (75x2 minutos), Oxigênio III e Enxofre II (9x5 minutos cada)
bola de vôlei do filme Imagem registrada da varanda de meu apartamento, em Águas Claras, Distrito Federal, na noite de 29
Náufrago, Wilson. de junho de 2014.

58 59
O Centro da Via Láctea
Essa região é a mais brilhante do
céu no inverno brasileiro,
podendo ter suas nebulosas e
campos estelares visíveis a olho
M20
nu até de áreas com razoável
Nebulosa Trífida
poluição luminosa, no subúrbio
de áreas urbanas. O Centro da
M8
Nebulosa da Lagoa Via Láctea é tão luminoso que
chega a produzir uma pálida
sombra, visível numa noite muito
Centro da Via Láctea escura em áreas isoladas, no
NGC6604
meio da madrugada.
M16
Nebulosa da Águia M17
Nebulosa do Cisne

M22

60 61
Os Dragões Lutadores
No fim do verão no Hemisfério Sul, a NGC 6188 está a cerca de quatro mil
primeira grande nebulosa a ficar visível na anos-luz da Terra. A Nebulosa inteira tem
região central da Via Láctea é NGC 6188. A uma área aparente de 20x12 minutos de arco,
nebulosa recebe o nome popular de Dragões um pouco menor que o tamanho aparente da
Lutadores e é um objeto interessante para Lua. Como muitas nebulosas de emissão, os
fotografia em banda estreita com o Hubble Dragões Lutadores são acompanhados de um
Palette. Em fotografias com cameras colori- aglomerado aberto. Vemos na imagem da
das, a grande quantidade de estrelas pode página ao lado, à direita da nebulosa, o pe-
tornar difícil a visualização da nebulosa em queno aglomerado NGC 6193, composto por
imagens sem muito processamento. 27 estrelas. Como acontece com as nebulo-
A nebulosa NGC 6188 é encontrada na sas de emissão, é a ação ionizante destas es-
constelação de Ara, mas é mais facilmente trelas que gera o brilho de NGC 6188, um
localizada pela sua proximidade com a alvo excelente para fotografia tanto com
Constelação do Escorpião. Ela está perto da lentes ou telescópios. A imagem ao lado foi
região chamada de Falso Cometa (veja no feita com um refrator de 102mm de abertura e
poster da página 69). câmera monocromática.

Estrela Al
Niyat e
SH 2-9
Este registro mos-
tra a nebulosidade
em volta da Estrela
Al Niyat, SH 2-9,
que faz parte do
Complexo Nebular
Rho Ophiuchi. Esta Os Dragões Lutadores em Hubble Palette
nebulosa é muito Telescópio: Refrator Orion Premium ED 102mm F7 Montagem: Sky-Watcher HEQ5
pálida e este regis- Câmera: QHY163m
tro só foi possível Tempo total de Exposição: 1,4 horas
com intermináveis Filtros: H-alpha 7nm (12x5 minutos), Oxigênio III e Enxofre II (9x3 minutos cada)
Imagem registrada durante o Décimo Encontro Brasileiro de Astrofotografia, em Padre Bernardo (GO),
dez horas de ex-
na noite de 21 de julho de 2017.
posição.

62 63
O Camarão
A região do falso cometa é um losa em cores naturais, enquanto na imagem
agrupamento de objetos celestes na da página ao lado, vemos IC 4628 em Hubble
Constelação do Escorpião, que vista a olho nu Palette. O “corpo do camarão” cruza toda a
pode ser confundida com um cometa. imagem de cima a baixo. As nebulosas escu-
A região de falso cometa é um excelente ras na parte superior direita da imagem da
alvo para binóculos, bem visível mesmo de página ao lado formam os olhos do camarão.
regiões com maior poluição luminosa. O O Falso cometa começa a surgir nos céu
Aglomerado NGC 6231 é um alvo excelente no mês de março. Como está próximo do
mesmo para telescópios pequenos. O equador polar, um pouco para o Sul, e man-
aglomerado aparece na imagem abaixo, na tem-se visível durante uma época de noites
parte superior, à direita. secas, além de ser muito fácil de identificar a
Já a bela Nebulosa do Camarão (IC olho nu, este objeto é de longe uma das
4628), vista ao telescópio aparece como regiões da galáxia que mais visitei. Quase
pequenas manchas difusas e só pode ser sempre que estou com um equipamento novo
realmente contemplada através da fotografia. e quero testar o seu desempenho, é para lá
Na imagem abaixo, à direita, vemos a nebu- que vou.

Falso cometa
com lente de
200mm
Região do Falso
Cometa, registrada
com lente de
200mm. Com esta
lente é possível cap-
turar toda a região,
com destaque para a A Nebulosa do Camarão em Hubble Palette
Nebulosa do Cama-
Telescópio: Refrator Orion Premium ED 102mm F7
rão, à esquerda. Es-
Câmera: Atik 314L+ mono
ta imagem é um crop
Tempo total de Exposição: 3,5 horas
da captura original,
Filtros: H-alpha 7nm (11x10 minutos), Oxigênio III e Enxofre II (10x5 minutos cada)
que mostra um cam-
Imagem registrada durante o Nono Encontro Brasileiro de Astrofotografia, em Padre Bernardo, na
po quase duas ve-
noite de 5 de julho de 2016.
zes maior.

64 65
A Lagosta
Perto do “ferrão” da Constelação do ble Palette, que quase não mostra a cor azul.
Escorpião encontram-se duas bonitas Sendo assim, é quase impossível contemplar
nebulosas de emissão. Na página ao lado, a bela nebulosa olhando ao telescópio.
vemos a Nebulosa da Lagosta (NGC 6357) Com uma câmera DSLR e um telescópio
também chamada de Nebulosa Guerra e Paz. refrator médio, a Nebulosa da Lagosta
Esta nebulosa está a cerca de oito mil anos- aparece por inteiro. Com telescópios menores
luz da Terra. Ela é muito fácil de achar. O ou lentes entre 200 e 400mm podemos ver
ferrão do escorpião praticamente aponta para como a Nebulosa da Lagosta está próxima da
ela e quatro estrelas brilhantes quase que vizinha Pata do Gato. Na imagem ao lado,
perfeitamente alinhadas e de brilho muito NGC 6357 foi registrada com um telescópio
semelhante tornam a localização ainda mais refrator de 710mm de distância focal.
fácil. Essas estrelas são vistas na imagem da Como geralmente acontece com
página ao lado, a partir do centro para baixo. nebulosas de emissão, NGC 6357 é uma
Infelizmente, a Nebulosa da Lagosta região de intensa formação estelar. Algumas
quase não possui Oxigênio, o que percebe- das estrelas mais massivas conhecidas estão
mos na imagem da página ao lado, em Hub- sendo formadas no interior desta nebulosa.

Nebulosa Pata
do Gato
A vizinha de NGC
6357, NGC 6334
está um pouco mais
perto, cerca de cinco
mil anos-luz. Ela tem
um formato que lem-
bra a pata de um
gato vista de baixo,
daí o seu apelido. A Nebulosa da Lagosta em Hubble Palette
Nesta imagem, ve- Telescópio: Refrator Orion Premium ED 102mm F7 Montagem: Sky-Watcher HEQ5
mos a nebulosa em Câmera: QHY163m
cores próximas às Tempo total de Exposição: 2,0 horas
naturais. Registro Filtros: H-alpha 7nm (16x5 minutos), Oxigênio III e Enxofre II (7x3 minutos cada)
feito com telescópio Imagem registrada durante o Décimo Encontro Brasileiro de Astrofotografia, em Padre Bernardo, na
refrator de 102mm. noite de 22 de julho de 2017.

66 67
A Região da Cauda do Escorpião
NGC6188
Nebulosa do Dragòes Lutadores
Esta região do céu ilumina o
(Constelação de ARA)
início do inverno Brasileiro com
Região do Falso
Cometa alguns dos objetos mais belos e
interessantes do céu. Suas
IC4628
Nebulosa do Camarão nebulosas não são tão brilhantes
como a da Constelação de
Sagitário, mas tem ótimo
tamanho e são bastante
complexas.
NGC6334
Nebulosa Pata do Gato

NGC6357
Nebulosa da Lagosta

M6
Aglomerado da Borboleta

M7
68
Aglomerado Ptolomeu 69
Complexo Nebular Rho Ophiuchi
A Região de Rho Ophiuchi é uma das M4 e a estrela Antares. Essa gigante ver-
mais apreciadas no céu noturno. Lá, é melha tem um raio 700 vezes maior do que o
possível encontrar aglomerados globulares, Sol e é dez mil vezes mais brilhante do que a
grandes nebulosas escuras, de reflexão e de nossa estrela. Se estivesse no lugar do Sol, o
emissão entrelaçando-se de uma forma raio de Antares chegaria a encontrar Júpiter.
espetacular num pedaço pequeno do céu. Curiosamente, a massa de Antares é apenas
Rho Ophiuchi é com certeza uma das umas quinze vezes maior do que a massa do
regiões mais admiradas pelos astrofotógrafos, Sol, revelando que Antares tem uma
principalmente de grande campo. A imagem densidade muito baixa, típica de uma estrela
ao lado foi feita com uma lente de 200mm de sua categoria quando está no fim de sua
numa DSLR Canon T2i. As imagens dessa vida. Antares tem uma companheira quatro
região sempre recebem bastante tratamento. vezes maior do que o Sol, numa distância
O que é normal quando temos nebulosas de quatorze vezes maior do que a distância entre
reflexão, que são bastante pálidas em fotos. o Sol e Plutão. Essa companheira, de cor
Na parte inferior da imagem da página azul, rende fotos interessantes e desafiadoras
ao lado, destacam-se o aglomerado globular para os fotografos de estrelas duplas.

A Cabeça do
Cavalo Azul
Esta nebulosa de
reflexão é vizinha da
região de Rho Ophi-
uchi. Muito pálida,
exige um céu muito
escuro, muito tempo
de exposição e bas-
tante tratamento pa-
ra se conseguir uma Rho Ophiuchi com Lente de 200mm
boa imagem. Aqui Lente: Canon EF 200mm f/2.8L II USM Lens Montagem: Ioptron Skytracker
foram capturados 36 Câmera: Canon T2i (550D) Modificada
frames de 3 minutos Tempo total de Exposição: 0,8 hora
com lente de 135 Composição: 47 frames coloridos de 1 minuto em ISO800.
mm, em Alto Paraí- Imagem registrada durante o Nono Encontro Brasileiro de Astrofotografia, em Padre Bernardo (GO), na
so, Goias. noite de 2 de julho de 2016.

70 71
A Estrela mais Próxima
Alpha Centauri,
A imagem da página ao lado é a única pouco visível. Compare com as duas estrelas
das imagens maiores que tem uma pequena mais brilhantes que aparecem na imagem, Hadar e
intervenção. O pequeno quadrado branco na Alpha Centauri (à esquerda) e Hadar (à
Próxima
parte inferior esquerda na imagem envolve a direita). Isso acontece por que Proxima
estrela Proxima Centauri, que vemos como o Centauri é uma anã vermelha, tendo um Centauri
ponto vermelho bem no centro do quadrado. sétimo da massa do Sol e um brilho centenas
Lente: Canon 135mm
Sem essa demarcação, não haveria como de vezes menor.
F2.0
explicar como encontrar Proxima Centauri na Proxima Centauri está ligada gravitacio-
Montagem: Celestron
imagem. nalmente à Alpha Centauri, formando um
CG5
Proxima Centauri foi descoberta em sistema triplo, já que Alpha Centauri na
Câmera: Canon T2i
1915, pelo astrônomo Robert Innes, no Union verdade são duas estrelas, Alpha Centauri A
(550D) Modificada
Observatory, África do Sul. É um objeto de e B. Este provalmente será o primeiro sistema
destaque por ser a estrela mais próxima do estelar a receber uma viagem interestelar, se Tempo total de
Exposição: 0,4 hora
Sistema Solar, a apenas 4,22 anos-luz da isso um dia acontecer, principalmente após a
Terra. Sendo assim, é muito curioso que a descoberta de um exoplaneta semelhante à Composição: 32 frames
coloridos de 45 segundos
estrela extrasolar mais próxima seja tão Terra orbitando Próxima Centauri em 2016.
em ISO800.
NGC 3576 Imagem registrada
durante o Sétimo
Localizada bem no Encontro Brasileiro de
meio das grandes- Astrofotografia, em Alto
nebulosas Carina e Paraíso (GO), na noite
Running Chicken, de 5 de julho de 2013.
NGC 3576 recebe o
apelido de Nebulosa
Estátua da Liber-
dade pela seme-
lhança com a tocha
carregada pela fa-
mosa estátua em
Nova York. Imagem
feita com telescópio
refrator de 102mm e
camera monocromá-
tica.

72 73
A Galinha Corredora
A Nebulosa Running Chicken (IC 2944) estrelas. Entretanto, não se sabe se os glóbu-
é também chamada de Lambda Centauri, por los de Bok da Nebulosa Running Chicken
aparecer junto com a estrela de mesmo nome conseguirão formar novas estrelas, pois estão
da Constelação Centauro. Lambda Centauri sofrendo erosão de estrelas vizinhas. Os
(a estrela) aparece na imagem ao lado, na Glóbulos de Bok de Running Chicken são
parte inferior, à esquerda. A estrela não está particulamente chamados de Glóbulos de
relacionada com a Nebulosa, que está a Thackeray, pois foram descobertos pelo
cerca de seis mil anos-luz da Terra, enquanto astronômo sul-africano David Thackeray, em
a estrela está cerca de 400 anos-luz distante. 1950.
Para aqueles com bons equipamentos A imagem da página ao lado é uma cap-
fotográficos e curiosidade, um alvo muito tura feita com telescópio refrator de 102mm e
interessante em IC 2944 são os chamados filtros de banda estreita. Como quase todas
Glóbulos de Bok, presentes em seu interior. as nebulosas de emissão, Running Chicken é
Glóbulos de Bok são nuvens moleculares predominantemente vermelha, mas é no
densas, ricas em poeira cósmica, que estão Hubble Palette que mostra toda sua complexi-
se aglomerando e no futuro irão formar novas dade e beleza.

IC 2872 com
telescópio
Esta nebulosa é uma
parte desgarrada de
Running Chicken,
sendo considerada
como a cabeça da
forma de galinha
correndo que dá
nome a IC 2944.
Nesta captura, com
IC 2944 e os Aglomerados de Bok
telescópio refrator de Telescópio: Refrator Orion Premium ED 102mm F7
102mm de abertura Câmera: QHY163m
e camera mono- Tempo total de Exposição: 2,4 horas
cromática, nós ve- Filtros: H-alpha 7nm (20x5 minutos), Oxigênio III e Enxofre II (7x3 minutos cada)
mos IC 2872 em Imagem registrada durante o Décimo Encontro Brasileiro de Astrofotografia, em Padre Bernardo, na
Hubble Palette. noite de 21 de julho de 2017.

74 75
O Cruzeiro do Sul
O Cruzeiro do
Apesar de muito pequena, a Constelação outras cruzes que vemos no céu.
do Cruzeiro do Sul é a mais reconhecível do Na parte esquerda da imagem ao lado,
Sul com Lente
Sul Celeste. Suas estrelas mais brilhantes vemos a grande nebulosa escura do Saco de de 50mm
estão nas bandeiras de muitos países do Carvão, nebulosa facilmente visível a olho nu Lente: Canon EF 50mm
Hemisfério Sul. em céus muito escuros e um excelente alvo F1.8 II Montagem:
Na imagem da página ao lado, feita com para ser observado com binóculos. Já a Celestron CG5
lente fotográfica de 50mm de distância focal, estrela Alpha Cruz é uma estrela dupla que Câmera: Canon T2i
percebemos que a estrela mais ao norte (no pode ser dividida por telescópios menores, de (550D) Modificada
alto da imagem, à esquerda) é vermelha, por pelo menos 60mm. Outro alvo interessante Tempo total de
isso é chamada de Rubídea, enquanto as para telescópios pequenos é o aglomerado Exposição: 0,7 hora
outras três pontas da cruz são representadas aberto, caixinha de Jóias, que aparece Composição: 21 frames
por estrelas azuis, da esquerda para a direita, próximo de Mimosa. Já a Nebulosa de coloridos de 2 minutos
Mimosa, Magalhães (Alpha Cruz) e Pálida. A emissão que aparece à direita da imagem, em ISO800.
estrela vermelha brilhante entre Pálida e Running Chicken (IC 2944), é de difícil visuali- Imagem registrada
Alpha Cruz é chamada de Intrometida e ajuda zação, sendo um objeto mais recomendado durante o Sétimo
a diferenciar a cruz do Cruzeiro do Sul de para fotografias. Encontro Brasileiro de
Astrofotografia, em
Nebulosa da Alto Paraíso (GO), na
Tarântula noite de 23 de julho
de 2014.
Nesta, imagem, feita
com telescópio refra-
tor, vemos a Nebu-
losa da Tarântula
(NGC 2070) em
suas cores naturais.
Esta nebulosa é cer-
ca de trinta vezes
maior do que a Ne-
bulosa de Órion
(M42), que brilha
mais somente por
estar cem vezes
mais perto da Terra
do que NGC 2070.

76 77
A Nebulosa Carina
Também chamada de Nebulosa Eta No interior da nebulosa Carina, destaca-
Carinae ou Carina, a grande nebulosa NGC se a estrela Eta Carinae, a mais brilhante, no
3372 é considerada por muitos o objeto centro da imagem da página ao lado. Ela é
celeste mais espetacular dos céus do Hemis- constantemente monitorada por astrônomos
fério Sul. Localizada a cerca de 7500 anos-luz do mundo inteiro, devido à instabilidade de
de distância, mas quatro vezes maior do que seu brilho, que no século XIX chegou a supe-
a nebulosa de Órion, a Nebulosa Carina é um rar, Sirius, a estrela mais brilhante do céu.
excelente alvo mesmo para telescópios Devido a seu tamanho, a estrela Eta
pequenos e binóculos. Em fotografias, é um Carinae esgota seu combustível muito mais
alvo maravilhoso para lentes de 135mm de rápido do que estrelas como o Sol. Acredita-
distância focal ou mais. A grande quantidade se que ela explodirá numa supernova em
de oxigênio permite interessante visibilidade algum momento nos próximos anos, podendo
em astronomia observacional e produz cores esta explosão acontecer a qualquer momento,
espetaculares quando o registro é feito com daí o enorme interesse na estrela. Uma super-
filtros de banda estreita em uma câmera nova dentro de nossa galáxia tornaria-se um
monocromática, como na imagem ao lado. grande acontecimento astronômico.

Gabriela
Mistral
A nebulosa NGC
3324 na verdade é
um pedaço desgar-
rado da Nebulosa
Carina. Ela parece
muito com uma fa-
mosa foto de perfil
da escritora vence-
dora do Prêmio No-
A Nebulosa Carina em Hubble Palette
bel que lhe dá nome. Telescópio: Refrator Orion Premium ED 102mm F7 Montagem: Skywatcher HEQ5
Vemos a nebulosa Câmera: Atik 314L+ mono
aqui registrada com Tempo total de Exposição: 3,1 horas
camera monocromá- Filtros: H-alpha 7nm (25x5 minutos), Oxigênio III e Enxofre II (6x5 minutos cada)
tica e filtros de ban- Imagem registrada durante o Nono Encontro Brasileiro de Astrofotografia, em Padre Bernardo, na
da estreita. noite de 3 de julho de 2016.

78 79
A Grande Nebulosa Carina
Registrada com Lente de 200mm
de distância focal e câmera
fotográfica do tipo DSLR, a
Nebulosa Carina, ou NGC 3372
mostra como se espalha pela NGC3372

Via Láctea. Vemos nesta imagem Nebulosa Carina

em cores naturais o centro da


Nebulosa, que aparece em
Hubble Palette na imagem da
página 79, e a Nebulosa
Gabriela Mistral, que aparece
na página 78.

NGC3324
Nebulosa Gabriela Mistral

80 81
O Olho de Deus
Nebulosas planetárias não têm qualquer um registro da Nebulosa da Hélice (NGC
relação com planetas. Esse nome é devido 7293), muitas vezes chamada de Olho de
simplesmente a aparecerem pequenas e Deus. Esta é a nebulosa planetária mais próxi
concentradas no céu, lembrando um pouco -ma da Terra. São apenas 700 anos-luz de
como vemos os planetas em telescópios. Mas distância, menos da metade da distância da
nebulosas planetárias na verdade são Nebulosa de Órion (M42). Esta nebulosa
gigantescas nuvens de gas energizado que se também é a de maior tamanho aparente entre
espalham pelo espaço, expulso durante a as nebulosas planetárias. Aqui, fotografada
fase que as estrelas gigantes vermelhas com um refletor de 200mm de abertura. Esta
atravessam no fim de suas vidas. As imagem é uma composição em que a
nebulosas planetárias geralmente têm uma luminância foi capturada com este telescópio,
estrela brilhante, visível com telescópios, bem na varanda de meu apartamento, enquanto as
em seu centro, como vemos na imagem da cores (reais) foram registradas em um dos en-
página ao lado. É possível perceber que a contros Brasileiros de Astrofotografia em que
nebulosa irradia a partir desta estrela. participei, com uma DLSR e um refrator de
Na imagem da página ao lado, vemos 102mm.

A Nebulosa do
Haltere (M27)
Localizada na Cons-
telação da Raposa,
próxima à Conste-
lação do Cisne. Esta
nebulosa é uma das
planetárias mais po-
pulares. Densa, per-
mite excelentes ob-
servações ao teles-
A Nebulosa da Hélice com Telescópio
cópio, embora apa- Telescópio: Refletor Orion UK VX8 200mm F4.5 Montagem: Sky-watcher HEQ5
reça bem diferente Câmera: Atik 314L+
do que nesta ima- Tempo total de Exposição: 7,0 horas
gem, capturada em Filtros: H-alpha 7nm (73x5 minutos) Luminância + 18 frames coloridos de 3 minutos em ISO1600
banda estreita com Luminância registrada da varanda de meu apartamento, em Águas Claras, Distrito Federal, na noite de
refletor de 200mm. 27 de julho de 2013.

82 83
O Caçador
Não tenho dúvidas em dizer que a precedem a formação de sistemas solares.
Nebulosa de Órion (M42) é a nebulosa mais Inclusive, discos protoplanetários (nuvens de
popular de todas. Ela não é a maior nebulosa poeira que irão se tornar planetas) foram
da Via Láctea. É uma nanica quando registradas pelo telescópio Hubble em Órion.
comparada com a Nebulosa Tarântula, por É muito fácil encontrar a Nebulosa de
exemplo, mas, a apenas 1600 anos-luz de Órion. Ela está na constelação de mesmo
distância, é uma das nebulosas mais nome, próxima ao Cinturão de Órion, numa
próximas de nós. É uma das poucas nebu- formação chamada espada de Órion, que no
losas possíveis de visualizar mesmo de áreas Brasil conhecemos como Três Mariazinhas,
urbanas. Quando observada em telescópios, enquanto o cinturão conhecemos como Três
revela detalhes de cair o queixo e seu núcleo Marias. Cortada pelo Equador Celeste, a
ainda apresenta a interessante formação do Constelação de Órion é visível principalmente
trapézio: as quatro estrelas bem no centro da no verão, época de muitas noites nubladas
imagem da página ao lado, na parte azul. em grande parte do Brasil, o que pode preju-
A proximidade de Órion nos permite dicar seu registro ou observação, mas a
observar mais de perto os eventos que espera por uma noite limpa vale a pena.

A Cabeça do
Cavalo
Catalogada como
Barnard 33, esta
vizinha de M42 é
uma das nebu-
losas mais popula-
res entre os astro-
fotógrafos. Mas eu
já tentei de todas A Nebulosa de Órion em Hubble Palette
as formas observá-
Telescópio: Refletor Orion UK VX8 200mm F4.5 Montagem: Sky-watcher HEQ5
la, com grande Câmera: Atik 314L+ mono
telescópios, longe Tempo total de Exposição: 2,0 horas
da cidade e com Filtros: H-alpha 7nm(25x2minutos + 25x90segundos), Oxigênio III e Enxofre II (10x90segundos cada)
filtros especiais, Imagem registrada da varanda de meu apartamento, em Águas Claras, Distrito Federal, na noite de 12
sem sucesso. de outubro de 2014.

84 85
A Constelação de Órion Estrela Rigel

Na imagem ao lado, feita com


Câmera DSLR e lente de 50mm
em 20 frames de 3 minutos de
exposição, vemos as nebulosas M87

da página 84, Cabeça do Cavalo,


e 85, Órion, em cores reais. Em
M42
volta delas, vemos a grande Nebulosa de Órion

Nebulosa Barnard’s Loop.


Estes objetos estão, como o
nosso sistema solar, no chamado Cinturão de Órion
(Três Marias)

Braço de Órion, uma das


ramificações mais externas da Barnard 33
Nebulosa Cabeça de Cavalo

Via Láctea e que abriga o Sistema


Solar, razão pela qual estas
nebulosas estão tão próximas.
BARNARD’S LOOP

Estrela Betelgeuse

86 87
A Roseta
A Nebulosa Roseta aparece no céu Nebulosa tem grande quantidade de glóbulos
pouco depois das nebulosas de Órion e de Bok, nuvens escuras de gás que provavel-
Cabeça de Cavalo, na Constelação do Unicór- mente formarão novas estrelas.
nio. Estando localizada numa área mais Como acontece com as nebulosas da
densa do Braço Galáctico de Órion, ela é fácil Constelação de Órion, no Brasil há uma
de achar devido ao aglomerado aberto NGC certa dificuldade no registro da Nebulosa
2244, bem à sua frente, e é uma das Roseta, devido ao clima. No verão, época que
nebulosas de emissão mais bonitas de se a nebulosa está no céu, as noite são mais
fotografar, seja em cores verdadeiras (RGB) curtas, principalmente em regiões mais ao sul
ou no Hubble Palette. A Nebulosa Roseta é do pais. E pior! Também é uma estação de
catalogada como Calldwell 49, e você a vê na intensas chuvas por aqui, podendo ser difícil
imagem da página ao lado. encontrar noites com céus limpos para o
A Nebulosa Roseta está a cerca de registro das nebulosas que se encontram no
cinco mil anos-luz da Terra e mede cerca de Braço de Órion. Em imagens com cameras
130 anos-luz de diâmetro. A massa da nebu- coloridas, a quantidade de estrelas dessa
losa é estimada em 10 mil massas solares. A região também pode atrapalhar o registro.

Árvore de
Natal
Nesta imagem ve-
mos uma das princi-
pais vizinhas da ne-
bulosa Roseta. A
Nebulosa Árvore de
Natal, NGC 2264.
No topo da “árvore”,
vemos a Nebulosa
do Cone. Também
A Nebulosa Roseta em Hubble Palette
na constelação do Telescópio: Canon EF 200mm f/2.8L II USM Lens Montagem: Sky-watcher HEQ5
Unicórnio, imagens Câmera: Atik 314L+ mono
de grande campo Tempo total de Exposição: 2,3 horas
mostram que NGC Filtros: H-alpha 7nm (20x5 minutos), Oxigênio III e Enxofre II (4x5 minutos cada)
2264 está ligada à Imagem registrada da varanda de meu apartamento, em Águas Claras, Distrito Federal, na noite de 28
Nebulosa Roseta. de janeiro de 2017.

88 89
Os Girinos Cósmicos
Brasília, a cidade onde moro, está a na Constelação de Auriga, a cerca de doze
pouco mais de 15 graus de latitude Sul. Esta mil anos-luz de distância da Terra. Ela
acaba sendo uma posição privilegiada, pois aparece no céu entre os meses de outubro e
me permite registrar tanto objetos só visíveis março. Sua declinação norte de pouco mais
no Hemisfério Sul, mas também muitas de 33 graus não é das maiores, mas de
nebulosas do Hemisfério Norte, como a da estados mais ao sul no Brasil, a partir de São
imagem ao lado, IC 410, conhecida pelo Paulo, seu registro torna-se mais difícil.
curioso nome de “Nebulosa dos Girinos”. A imagem da página ao lado é um recor-
Esse apelido ocorre devido às duas nuvens te de um registro feito com telescópio refrator
de gás que você vê no centro da imagem. de 102mm de abertura e câmera mono-
Elas possuem dez anos-luz de diâmetro e cromática com sensor de 4/3 polegadas. O
são áreas onde o gás é mais denso e frio, campo da imagem original era muito mais
podendo, no futuro, formarem novos sistemas amplo, mas publicar a imagem por inteiro
solares. deixaria os “Girinos” difíceis de se localizar e
Também fazendo parte do Braço de eles são com certeza o aspecto mais inte-
Órion, a Nebulosa dos Girinos está localizada ressante da nebulosa.

A Tromba do
Elefante
Classificada como IC
1396, esta é outra
interessante nebu-
losa do Hemisfério
Celeste Norte. Cha-
ma a atenção a for-
mação que vemos
no centro da imagem
ao lado, que lembra A Nebulosa dos Girinos com Telescópio
a grande trompa de Telescópio: Refrator Orion Premium ED 102mm F7 Montagem: Sky-Watcher HEQ5
um elefante. Esta Câmera: QHY163m
nebulosa está bem Tempo total de Exposição: 4,9 horas
mais próxima de nós Filtros: H-alpha 7nm (68x3 minutos), Oxigênio III e Enxofre II (15x3 minutos cada)
do que IC 410, cerca Imagem registrada da varanda de meu apartamento, em Águas Claras, Distrito Federal, nas noites de
de 2400 anos-luz. 12 e 13 de outubro de 2017.

90 91
As Nuvens de Magalhães
A imagem da página ao lado foi feita Nebulosa da Tarântula (NGC 2070), no cen-
com uma camera DSLR, com um sensor tro, abaixo, que você viu em close na página
grande e lente de 135mm de distância focal. 76. Forte atividade de formação estelar ocorre
Com um tamanho aparente de dezenas de na Grande Nuvem de Magalhães.
Luas, esta é a única forma de registrar a galá- Tanto a Grande Nuvem de Magalhães,
xia irregular Grande Nuvem de Magalhães por como a vizinha, a Pequena Nuvem de
inteiro sem o uso de mosaicos. Magalhães, foram batizadas em homenagem
Vizinha da Via Láctea, a Grande Nuvem a Fernão de Magalhães, navegador português
de Magalhães está ligada à nossa galáxia, que, em sua famosa viagem ao redor da Ter-
sendo uma galáxia satélite. Apesar desta ra, em 1519, ao observá-las pela primeira vez,
condição, é uma galáxia irregular de tamanho as batizou de Nuvens, devido à semelhança,
considerável, sendo considerada uma galáxia para ele, destes objetos com nuvens de
barrada incompleta. Imagens como a da pági- vapor. Como estão localizadas muito ao Sul
na ao lado mostram a enorme quantidade de Celeste, na Europa, a existência destas
objetos, principalmente nebulosas de emis- galáxias era praticamente desconhecida pelos
são, presentes na galáxia, destaque para a Europeus até a viagem de Magalhães.

A pequena
Nuvem de
Magalhães
A vizinha da Grande
Nuvem está a 200
mil anos-luz da Ter-
ra, contra 150 mil da
Grande Nuvem.
Aqui, a pequena Nu-
vem de Magalhães A Grande Nuvem de Magalhães em 135mm
foi registrada com
Telescópio: Canon EF 135mm f/2.0L USM Lens Montagem: Celestron CG5
lente de 200mm e
Câmera: Canon T2i (550D) Modificada
Câmera DSLR. Note
Tempo total de Exposição: 0,5 horas
o grande Aglome-
Composição: 16 frames coloridos de dois minutos em ISO800.
rado Globular 47 Tu-
Imagem registrada durante o Sexto Encontro Brasileiro de Astrofotografia, em Alto Paraíso de Goiás,
canae no canto su-
na noite de 7 de julho de 2013.
perior esquerdo.

92 93
Galáxia de Andrômeda
Localizada ao norte da esfera celeste, a Com uma extensão muito grande,
galáxia de Andrômeda (M31) é a galáxia Andrômeda é um objeto interessante para
espiral mais próxima da Via Láctea, mas, ao fotografia tanto com telescópios quanto com
contrário de nossa galáxia, Andrômeda não é lentes. A imagem da página ao lado foi feita
uma espiral barrada. Isso fica visível quando com lente fotográfica de 200mm e DSLR,
observamos a linha circular das nebulosas Andrômeda teve um papel importante
escuras mais próximas de seu núcleo. para entendermos as dimensões do Universo.
Andrômeda tem um comprimento (ou Foi lá que Edwin Hubble encontrou a primeira
ângulo) aparente de mais de 3 graus. Isso dá cefeida, um tipo de estrela variável que
seis vezes o diâmetro aparente da Lua. sempre apresenta um brilho similar e permite,
Apesar de todo este tamanho no céu, e de ser pela intensidade que o brilho chega à Terra,
visível a olho nu, sua vista pode decepcionar nos dizer a sua distância real aproximada.
em telescópios menores, mas em aberturas Hubble descobriu que Andrômeda estava
de 200mm ou mais é um excelente objeto muito mais distante do que se pensava,
para ser observado em regiões sem poluição estando fora de nossa galáxia e sendo até
luminosa. maior do que a própria Via Láctea.

M33
A galáxia do Triân-
gulo (M33) é, junto
com a Via Láctea e
M31, uma das três
galáxias espirais do
grupo local. Dife-
rente de Andrômeda,
M33 aparece bem
mais de frente para
nós, revelando com A Galáxia do Andrômeda com lente de 200mm
clareza seus vários Lente: Canon EF 200mm f/2.8L II USM Lens Montagem: Ioptron Skytracker
braços. Aqui, foi Câmera: Canon T2i (550D) Modificada
registrada por teles- Tempo total de Exposição: 0,6 horas
cópio refrator de Composição: 34 frames coloridos de 1 minuto em ISO800.
102mm e câmera Imagem registrada durante o Nono Encontro Brasileiro de Astrofotografia, em Padre Bernardo, na
monocromática noite de 2 de julho de 2016.

94 95
NGC 300: Galáxia Espiral Não Barrada
Também uma galáxia espiral não apresenta muitos detalhes, mas sua imagem
barrada, NGC 300 está a cerca de seis pode decepcionar quando observada ao
milhões e meio anos-luz da Terra, o dobro da telescópio. Bastante pálida, ela perde muito
galáxia do Triângulo, mas enquanto a espiral em relação às vizinhas mais brilhantes,
do Grupo Local aparece no Hemisfério Ce- principalmente a galáxia do Escultor.
leste Norte, NGC 300 aparece no Hemisfério NGC 300 é considerada uma das galáxi-
Celeste Sul. É uma galáxia que aparece na as espirais mais básicas, sem anomalias,
Constelação do Escultor e faz parte do como núcleo deslocado, que acontece com
aglomerado galáctico que recebe o nome da muitas galáxias espirais, por isso, é consi-
Constelação. derada uma galáxia ideal para o estudo deste
A imagem da página ao lado foi feita tipo de estrutura cósmica.
com telescópio refletor de 200mm de abertura NGC 300 começa a ficar visível no mês
e câmera monocromática com sensor de 2/3 de julho. Apesar de, nesta época, aparecer
polegadas. NGC 300 tem um tamanho mais tarde, após a meia noite, é a época ideal
aparente de cerca de metade da Lua. Em para observação no Brasil, devido a ser uma
imagens de longa exposição, a galáxia época de céus mais limpos.

M83: Espiral
Barrada
A galáxia M83, tam-
bém chamada de
galáxia do Cata-
Vento do Sul, ao
contrário de NGC
300, é um belo exem
-plo de galáxia espi-
ral barrada, como a
nossa Via Láctea. NGC 300 com Telescópio Refletor
Na imagem ao lado Telescópio: Refletor Orion UK VX8 200mm F4.5 Montagem: Sky-watcher HEQ5
vemos a grande Câmera: Atik 314L+ mono
barra cruzando o Tempo total de Exposição: 2,6 horas
núcleo da galáxia de Filtros: Luminância (40x3 minutos), Vermelho, Verde e Azul (8x90 segundos cada)
cima para baixo na Imagem registrada durante o Oitavo Encontro Brasileiro de Astrofotografia, em Padre Bernardo, na
imagem. noite de 18 de julho de 2015.

96 97
A Magnífica Galáxia do Escultor
Acredito que nenhuma galáxia propor- torno de quatro vezes a distância da galáxia
cione uma imagem tão deslumbrante ao de Andrômeda. Seu comprimento aparente é
telescópio quanto a galáxia do Escultor (NGC um pouco menor do que o diâmetro aparente
253). Vista pela ocular de um telescópio, ela da Lua. Num céu escuro, Escultor é visível
apresenta uma imagem com detalhes muito através de binóculos, sendo geralmente uma
próximos daqueles que vemos em fotografias das principais atrações de qualquer sessão
de longa exposição. É o tipo de visão que até astronômica. Começa a ficar bem visível no
os leigos em Astronomia esperam ter quando mês de julho.
compram um telescópio. Entretanto, ainda Escultor é uma galáxia espiral barrada,
que bem visível mesmo em telescópios sendo a principal galáxia do grupo de galáxias
pequenos, recomenda-se modelos de seis que leva o seu nome, um dos aglomerados
polegadas ou mais de abertura para se galácticos mais próximos do Grupo Local. É
apreciar detalhes desta galáxia. considerada uma galáxia starburst, galáxia
Visível a pouco mais de 25 graus do onde ocorre intensa formação de estrelas.
Equador Celeste, ao sul, Escultor está a cerca Escultor também é o nome da constelação
de 10 milhões de anos-luz da Terra, algo em onde a galáxia está localizada.

NGC 55
NGC 55 é encontra-
da um pouco ao sul
da galáxia do Es-
cultor. É também
um excelente objeto
para observação ou
fotografia com teles-
cópios maiores. Esta
galáxia é um pouco
menor do que NGC Galáxia do Escultor com Telescópio Refletor
253, mas está um Telescópio: Refletor Orion UK VX8 200mm F4.5 Montagem: Sky-watcher HEQ5
pouco mais próxima Câmera: Atik 314L+ mono
de nós, não fazendo Tempo total de Exposição: 3,5 horas
parte do aglomerado Filtros: Luminância (32x2 minutos + 15x3minutos), Vermelho, Verde e Azul (6x1 minuto cada)
de galáxias do Es- Imagem registrada durante o Oitavo Encontro Brasileiro de Astrofotografia, em Padre Bernardo, na
cultor noite de 15 de julho de 2015.

98 99
A Intrigante Galáxia Centaurus A
Localizada na Constelação do Centauro, Terra do que Ômega Centauri.
Centaurus A (NGC 5128) é uma galáxia Mais visível durante o outono brasileiro,
lenticular, uma espiral incompleta, mas que, Centaurus A é um objeto dos mais estudados
diferentemente da Grande Nuvem de Maga- devido a suas emissões de raios X e rádio,
lhães, possui o disco galáctico. É um dos além de um gigantesco jato de energia
objetos mais interessantes para observação e expelido do centro da galáxia (que não
fotografia no Hemisfério Celeste Sul. aparece na imagem), onde provavelmente
Centaurus A faz um interessante grupo existe um buraco negro super massivo.
no céu, estando próxima da galáxia NGC Na imagem da página ao lado, vemos
4945 (abaixo) e do aglomerado globular Centaurus A registrada por telescópio refletor
Ômega Centauri (página 37). Este ultimo está de 200mm de abertura e câmera mono-
a apenas quatro graus de distância aparente cromática. Foi uma captura acidentada onde
de Centaurus A, embora a distância real dos só consegui captar a luminância da imagem,
dois objetos seja completamente diferente. sem filtros coloridos. As cores foram retiradas
Centaurus A, a mais de dez milhões de anos- de uma captura anterior, com DSLR e
luz, está quase mil vezes mais distante da telescópio refrator.

NGC 4945
Outra galáxia muito
bonita de ver na
Constelação do Cen-
tauro é NGC 4945.
Ela está a cerca de
dez graus ao sul de
Centaurus A e numa
distância parecida
da Terra. Ela faz
parte do mesmo Galáxia Centaurus A com Telescópio Refletor
grupo de Centaurus Telescópio: Refletor Orion UK VX8 200mm F4.5 (Luminância) Montagem: Sky-watcher HEQ5
A. Espiral e Barrada, Câmera: Atik 314L+ mono (Luminância) e Canon T2i modificada (Cores)
acredita-se que NGC Tempo total de Exposição: 0,8 horas (só a luminância)
4945 seja muito Composição: 16 frames monocromáticos de 3 minutos mais 33 frames coloridos de 5 minutos em ISO800.
parecida com a nos- Luminância registrada durante o Oitavo Encontro Brasileiro de Astrofotografia, em Padre Bernardo, na
sa Via Láctea. noite de 15 de julho de 2015.

100 101
Nossa “Ex-Irmã Gêmea”
Durante muitos anos, NGC 7331, inverno brasileiro cerca de duas horas antes
também catalogada como Caldwell 30, foi de Andrômeda, apesar de muito mais distante
considerada uma irmã gêmea de nossa do que Andrômeda, é um alvo interessante
galáxia. Com tamanho próximo à Via Láctea, para fotografia e observação, de preferência
esta galáxia espiral está a cerca de 40 com telescópios maiores, para maior
milhões de anos-luz da Terra e era considera- definição de detalhes.
da uma galáxia espiral com estrutura bastante Nota-se, na imagem ao lado, feita com
similar à Via Láctea. Entretanto, quando telescópio refletor de 200mm e câmera mono-
novos estudos apontaram que a Via Láctea cromática, a presença de várias galáxias
era uma galáxia espiral barrada, enquanto “menores” nas proximidades de NGC 7331.
NGC 7331 é uma galáxia espiral não barrada, Algumas são mesmo galáxias satélites de
essa semelhança foi colocada em dúvida. NGC 7331 e assemelham-se às Nuvens de
Hoje, NGC 7331 nos parece muito mais com Magalhães, satélites da Via Láctea, mas
a galáxia espiral mais próxima da Terra, outras são galáxias maiores, que estão a pelo
Andrômeda (M31). menos 250 milhões de anos-luz de distância
NGC 7331 aparece a norte, no fim do da Terra.

M104
Localizada na Cons-
telaçao de Virgem e
conhecida como Ga-
láxia do Sombreiro,
M104 foi minha galá-
xia favorita na ju-
ventude. O Núcleo
muito brilhante con-
trasta com a densa
nuvem de poeira que NGC 7331 com Telescópio Refletor
a envolve. Está a Telescópio: Refletor Orion UK VX8 200mm F4.5 (Luminância) Montagem: Sky-watcher HEQ5
trinta milhões de Câmera: Atik 314L+ mono
anos-luz da Terra. É Tempo total de Exposição: 2,7 horas
um objeto para ser Composição: Luminância (40x2 minutos + 20x3minutos), Vermelho, Verde e Azul (8x1 minuto cada)
registrado e visto por Imagem registrada durante o Oitavo Encontro Brasileiro de Astrofotografia, em Padre Bernardo, na
telescópios maiores. noite de 17 de julho de 2015.

102 103
Astrofotografia com Paisagens
A Árvore e a
Astrofotografia com paisagens é um dos duas estrelas mais brilhantes à esquerda da
tipos mais encantadores e populares de árvore são Alpha Centauri e Hadar. No centro Via Láctea
Astrofotografia. Aqui, além de virtualmente da imagem, vemos as constelações do Lente: Canon EF-S 10-
viajar pelo espaço, você devera viajar de Sagitário e Escorpião. Note as estrelas pon- 22mm f/3.5-4.5 USM
verdade, pela Terra, em busca de lugares que tuais perto de Alpha Centauri e Hadar, mais Montagem: Tripé fixo
estejam à altura das belezas celestes. ao sul, enquanto na constelação do Sagitário Câmera: Canon T2i
A Astrofotografia com paisagens não é as estrelas estão corridas, mostrando como a (550D) Modificada
minha especialidade. Meus telescópios e movimentação das estrelas é mais rápida Tempo total de
lentes estão quase sempre totalmente perto do Equador Celeste. Exposição: 1,33
apontados para o céu. A Astrofotografia com paisagens é das minutos
As imagens que você vê nesta seção mais desafiadoras, porque há muitas variáveis
Composição: 1 frame
foram feitas durante o Encontro Brasileiro de a serem pensadas em relação ao posiciona- colorido de 80 segundos
Astrofotografia de 2017. Na imagem da pági- mento correto para o registro. Quando o alvo em ISO3200.
na ao lado, vemos uma árvore na fazenda terrestre é uma árvore, como na imagem ao
Imagem registrada
onde o Encontro de Astrofografia de 2017 foi lado, não há muito mistério, mas quando é
durante o Décimo
realizado. Ao fundo, vemos a Via Láctea. As uma montanha, o desafio se multiplica.
Encontro Brasileiro de
Astrofotografia, em
Star Trails Padre Bernardo, na
Na imagem ao lado, noite de 22 de
vemos o registro de julho de 2017.
um Encontro Bra-
sileiro de Astro-
fotograifa. Nesta ima
-gem, com mais de
uma hora de ex-
posição total, vemos
toda a movimenta-
ção do encontro no
período e como as
estrelas se mo-
vimentam no céu.
Note o Polo Celeste
Sul, próximo ao
centro da imagem.

104 105
Minhas Naves Espaciais
Nesta seção vemos algumas das naves Na imagem à esquerda na página ao
mais utilizadas em minhas viagens espaciais. lado, vemos a câmera DSLR Canon T2i sobre
É comum que astrofotógrafos mais dedicados a pequena montagem Ioptron Skytracker.
tenham vários modelos de telescópios, câ- Este portátil conjunto é ótimo para levar em
meras ou mesmo montagens, para situações viagens e fazer fotografias de grande campo
e objetos celestes específicos. com lentes de até 200mm de distância focal,
Na imagem à direita na página ao lado, exatamente a que aparece na foto. Tanto a
está o telescópio Orion Premium ED, refrator foto do refrator como a do Ioptron foram feitas
de 102mm de abertura do tipo apocromático numa fazenda na zona rural de Brasilia.
dubleto. Este refrator de tamanho médio é Na imagem abaixo vemos novamente a
sem dúvida o equipamento óptico mais Atik 314L+, agora no refletor de 200mm de
versátil que utilizo. No telescópio, está acopla- abertura, na varanda do apartamento onde
da a câmera para céu profundo Atik 314L+. moro, em Brasília. Este grande telescópio é
Repare na roda para filtros entre a câmera e o ótimo para galáxias mais distântes, nebu-
telescópio, acessório obrigatório para câme- losas de menor campo e, principalmente,
ras monocromáticas. planetas.

A Varanda do
Apartamento
A varanda de meu
apartamento tem o
tamanho de um pe-
queno quarto de
solteiro, mas está
numa cobertura no
décimo terceiro an-
dar e permite uma
boa visão do céu a
leste e a norte. Aqui,
O refletor de 200mm e o refrator de com um segundo telescópio e câmera sobre o
estou com minha
102mm aparecem nas imagens sobre a monta- setup principal, permite ler o movimento de uma
filha, preparando o
equipamento para
gem Sky-Watcher HEQ5. Está montagem possui estrela próxima do objeto alvo, para um
fotografar alguma ne acompanhamento motorizado e é computadori- acompanhamento mais preciso. É um recurso
-bulosa de emissão. zada, possuindo recurso de autoguiagem, que, fundamental para fotografias de céu profundo.

106 107
Índice de Objetos (imagens) em Ordem Alfabética
Fontes: Para começar na Águia, Nebulosa (M16), 59, 60 Lagosta, Nebulosa da (NGC 6357), 67, 68
Astronomia On-line — Centro América do Norte (NGC 7000), 43, 45, 47, 52 Lua, 6, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19
Ciência Viva do Algarve Astrofotografia Amadora Andrômeda, Galáxia (M31), 95 Júpiter, Planeta, 18, 19, 20, 21
(www.ccvalg.pt) Aristarchus (Cratera Lunar), 14 M22, Aglomerado Globular, 36, 60
O Universo—Eternos Aprendizes Árvore de Natal, Nebulosa (NGC 2264), 88 Marte, Planeta, 19, 22
Borboleta, Aglomerado da (M6), 35 NGC 55, Galáxia, 98
(eternosaprendizes.com)
Cabeça do Cavalo (Barnard 33), 84, 87 NGC 300, Galáxia, 97
Space Today Cabeça do Cavalo Azul, Nebulosa (IC 4592), 70 NGC 4945, Galáxia, 100
(www.spacetoday.com.br) Cachimbo, Nebulosa do (Barnard 59), 39 NGC 6604, Nebulosa, 58, 60
Camarão, Nebulosa do (IC4628), 64, 65, 68 NGC 7331, Galáxia, 101
Astronomia no Zênite (http://
Carina, Nebulosa (NGC 3372), 79, 81 Ômega Centauri , Aglomerado Globular (NGC 5139), 37
www.zenite.nu)
Catavendo do Sul, Galáxia (M83), 96 Órion, Nebulosa (M42), 85, 87
Vaz Tolentino—Observatório Lu- Centaurus A, Galáxia (NGC 5128), 101 Pata do Gato, Nebulosa (NGC 6334), 66, 68
nar (http:// Cisne, Nebulosa (M17), 56, 60 Pelicano, Nebulosa do (IC 5076), 43, 45, 47, 52
www.vaztolentino.com.br) Cometas, 30, 31 Pequena Nuvem de Magalhães, 92
Composição com Paisagem, 105 Plêiades (M45), 34
Wikipedia—A Enciclopédia Livre Conjunção, 18, 19, 30 Próxima Centauri, Estrela, 73.
www.wikipedia.org Copernicus (Cratera Lunar), 10 Ptolomeu, Aglomerado de, (M7), 35
Crescente, Nebulosa (NGC 6888), 46, 52 Rho Ophiuchi, Região de, 71
Cruzeiro do Sul, Constelação, 77 Roseta, Nebulosa (Calldwell 49), 89
Dark Doodad, Nebulosa, 40, 77 Saco de Carvão, Nebulosa, 77
Dragões Lutadores, Nebulosa (NGC 6188), 63, 69 Sadr, Região de (IC1318), 44, 52
E, Nebulosa (Barnard 142 e 143), 41 Saturno, Planeta, 23
Eclipse Lunar, 16, 17 SH 2-9, Nebulosa, 62, 71
Eclipse Solar, 28, 29 Serpente, Nebulosa (Barnard 72), 38
Equipamentos, 5, 106, 107 Sharpless 86 , Nebulosa, 50
Escultor, Galáxia (NGC 253), 99 Sol, 24, 25, 26, 27, 28, 29
Estação Internacional Espacial (ISS), 7 Sombreiro, Galáxia (M104), 102
Estátua da Liberdade, Nebulosa (NGC 3576), 72 Star Trail, 104
Falso Cometa, Região, 64, 68 Tarântula, Nebulosa (NGC 2070), 76, 93
Se este álbum de viagens te deixou interessado em
Gabriela Mistral, Nebulosa (NGC 3324), 78, 81 Triângulo, Galáxia (M33), 94
iniciar na astrofotografia amadora, mas você não
Galinha Correndo, Nebulosa (NGC 2944), 75, 77 Trífida, Nebulosa (M20), 54,55,60
sabe por onde começar, recomendo o livro de minha
Girinos, Nebulosa dos (IC 410), 91 Tromba de Elefante, Nebulosa (IC 1396), 90
autoria, Astrofotografia Prática: O Guia da Fotografia
Grande Nuvem de Magalhães, Galáxia, 93 Tulipa, Nebulosa (SH2-101), 51
do Universo. Este livro está disponível tanto em IC 2872, Nebulosa, 74 Tycho, Cratera Lunar, 11
versão impressa como em versão digital. Pode ser Halter, Nebulosa Planetária (M27), 82 Véu do Leste, Nebulosa (NGC 6992), 48, 53
encontrado no site da Livraria Cultura, ou em versão Hélice, Nebulosa Planetária (NGC 7293), 83 Véu do Oeste, Nebulosa (NGC 6960), 49, 53
digital no site Clube de Autores. Humboldt (Cratera Lunar), 8 Via Láctea, 33, 105
Lagoa, Nebulosa. (M8) 55, 57, 60 Virgem, Aglomerado de Galáxias, 32

108 109

Você também pode gostar