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AROMATERAPIA E

CROMOTERAPIA
AULA 5

Profª Juliana Horstmann Amorim


CONVERSA INICIAL

Nesta aula, falaremos sobre a terapia que utiliza as cores para curar,
denominada cromoterapia. Na primeira parte, o tema será introduzido a partir de
uma breve explicação sobre as origens do tratamento da saúde por meio da
manipulação das cores para, em seguida, adentrarmos em alguns conceitos
importantes para a compreensão desta ferramenta terapêutica, como o de
energia e luz, e como ocorre a interação dessas forças com o corpo humano.
Para tanto, iremos discorrer sobre a anatomia do corpo sutil e os principais
centros de força que possui, conhecidos também como chakras. Este caminho
é necessário, uma vez que a cromoterapia, além de atuar no tratamento de
disfunções no organismo fisiológico, atua primeiramente no corpo energético.
Entenderemos, portanto, como ocorre a integração entre o corpo
energético e o físico. Na última parte da aula, adentraremos especificamente ao
universo das cores, que chamaremos de cromaticidade, para elencarmos as
principais características e propriedades do espectro de cores existentes na
natureza. Na parte prática, a proposta será a de realizar um exercício de
visualização com cores.

TEMA 1 – CROMOTERAPIA: A CURA ATRAVÉS DAS CORES

Colorometria ou cromoterapia, como é mais conhecido, é um sistema


terapêutico que utiliza as cores como ferramenta de cura. O termo cromoterapia
é oriundo da língua grega: khrôma = “cor” e therapeia = “terapia”, mas a prática
da utilização das cores com o objetivo de restaurar e equilibrar a saúde tem
origem em civilizações mais antigas, que reconheciam as propriedades curativas
da luz por meio das cores, usadas de distintas maneiras para tratamentos de
diferentes enfermidades. A cromoterapia pode ser definida como a ciência que
usa as cores para manter ou modificar as frequências de determinado
organismo, equilibrando seus sistemas físicos e energéticos. Trata-se de um
sistema terapêutico bastante antigo e que atualmente tem sido revisitado por
estudiosos de distintas áreas, pois intersecciona diferentes ramos do
conhecimento como a medicina, a física e a bioenergética (Balzano, 2004).
Dessa forma, a cromoterapia fundamenta-se em conceitos oriundos
desses distintos campos do saber, pois atua no tratamento de doenças a partir
da manipulação de energia e seus aspectos eletromagnéticos que constituem as

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cores, demonstrando como nosso corpo é afetado tanto fisicamente, quanto
energeticamente pelas cores (Balzano, 2004)

1.1 Origens e atualidade

A perspectiva de que as cores possuem propriedades capazes de atuar


diretamente no organismo humano para reestabelecer seu equilíbrio e
consequentemente promover saúde é muito antiga. A interligação entre o
equilíbrio da natureza (e por conseguinte do organismo humano, compreendido
como um aspecto do todo) e a luz solar esteve presente nos principais sistemas
filosóficos e medicinais que sem têm registros. Civilizações do passado
utilizavam a cromoterapia de diferentes maneiras. De acordo com o egiptólogo
Paul Ghalioungui, no antigo Egito a medicina pautava-se numa concepção
holística relativa ao tratamento da saúde, e diversas técnicas terapêuticas eram
utilizadas em templos específicos, nas quais os médicos, dentre outras
ferramentas, usavam as cores para tratamentos de saúde (Ghalioungui, 1983).
Por meio de construções especiais, os egípcios manejavam o reflexo da luz solar
para produzir as sete cores do espectro e utilizá-las em tratamentos (Amber,
1983, p. 54). Compreendia-se que cada cor de espectro solar, ou seja, dos raios
emitidos pelo sol, possuía determinada vibração capaz de operar
terapeuticamente sobre os organismos. Na antiga Grécia, Pitágoras fez
significativas contribuições à filosofia médica vigente ao refletir sobre as
propriedades da luz e das cores e suas relações com o equilíbrio do corpo
humano. Sistemas medicinais de outras civilizações antigas também possuíam
vastos conhecimentos sobre as propriedades curativas da luz e das cores, como
observa-se no Ayurveda dos antigos hindus, entre os povos asiáticos, em suas
medicinas tradicionais, entre os médicos árabes, babilônicos, persas e entre os
nativos da América. Indícios arqueológicos e fontes escritas indicam que, entre
esses povos, os benefícios das cores eram utilizados por meio da ação direta
dos raios solares, mas também através de flores, cristais de cor pura e da
ingestão de água solarizada, cujos benefícios terapêuticos eram conhecidos,
sendo uma prática vastamente utilizada em diferentes partes do mundo (Amber,
1983, p. 54-55).
Já na era moderna, o primeiro estudo concentrado relativo às
propriedades das cores foi elaborado por Leonardo da Vinci no século XV, cuja
obra Tratado da Pintura e da Paisagem: Sombra e Luz é a primeira referência
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sobre como as cores são formadas e distinguidas entre si a partir de conceitos
relativos à luz e a fenômenos cromáticos. Partindo de uma perspectiva científica,
o físico Isaac Newton, no século XVIII, observou que a luz solar, quando refletida
em um prisma de vidro, se decompunha em sete cores. Explicando
cientificamente a coloração dos corpos por meio das sete cores do espectro,
Newton as denominou como “cores permanentes dos corpos naturais” (Pedrosa,
1982, p. 11), ou seja, as sete cores decompostas pelo prisma são as cores
perceptíveis na natureza e que compõem o arco-íris: vermelho, laranja, amarelo,
verde, azul, anil e violeta, conforme observamos na imagem abaixo:

Figura 1 – Decomposição da luz branca nas sete cores por prisma

Créditos: ex_artist/Shutterstock.

Outra importante referência no tema é Johannn Wolfang Goethe, que


pesquisou profundamente as cores e suas influências tanto nas pessoas, quanto
nos ambientes (Pedrosa, 1982). A partir de Goethe, e sua obra Teoria das Cores,
uma nova perspectiva referente às propriedades das cores se delineou,
resultando na noção de que elas produzem efeitos reais, tanto físicos, quanto
mentais e emocionais, em quem as recebe. Foi a partir de suas pesquisas que
se entendeu, por exemplo, que a cor vermelha é estimulante, que o amarelo
alegra, que o azul é calmante e que o verde é relaxante. A partir de então,
diferentes estudos, tanto na área médica, quanto na física, evidenciaram a
influência da aplicação das cores na dinâmica do organismo humano.
Atualmente, a Cromoterapia é uma prática terapêutica reconhecida pela
Organização Mundial de Saúde (OMS) desde 1976, e no Brasil, integra o
arcabouço das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, sendo
utilizada por diferentes profissionais que almejam os benefícios propiciados por
essa técnica. De acordo com a legislação brasileira, a cromoterapia pode ser
definida como uma prática terapêutica que:

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Atua do nível físico aos mais sutis com o objetivo de harmonizar o
corpo. Antigamente, o uso terapêutico era realizado principalmente
através da luz solar, pela forte crença no seu potencial de cura. (...) A
cromoterapia, por intermédio das cores, procura estabelecer e
restaurar o equilíbrio físico e energético, promovendo a harmonia entre
corpo, mente e emoções, pois o desvio da energia vibratória do corpo
é responsável por desencadear patologias. Pode ser trabalhada de
diferentes formas: por contato, por visualização, com auxílio de
instrumentos, com cabines de luz, com luz polarizada, por meditação.
(Brasil, 2018)

A partir do trecho citado acima, é possível aferir que a Cromoterapia é um


sistema holístico, pois atua no organismo de forma integral, tanto no corpo físico,
quanto no energético, promovendo o equilíbrio de todo o sistema vital por meio
do uso das cores. Esse equilíbrio é realizado através da incidência dos raios
luminosos que cada cor possui no campo eletromagnético das células do corpo,
para que assim possíveis disfunções sejam reparadas, pois, conforme o trecho
acima destaca, quando a energia vibratória do organismo se desiquilibra,
desencadeia-se a possibilidade do desenvolvimento de patologias. Ou seja,
estamos diante de uma ferramenta terapêutica que atua no campo energético –
ou vibratório – do organismo, corrigindo possíveis disfunções de forma muito
profunda. Podemos dizer, assim, que a cromoterapia é um modo de reintroduzir
as cores no organismo, por meio da ação energética e vibracional que possuem
sobre o corpo, “para alterar ou manter as vibrações do corpo naquela frequência
que resulta em saúde, bem-estar e harmonia” (Amber, 1983, p. 13).

TEMA 2 – ENERGIA E LUZ

Para compreendermos como as cores atuam equilibrando o organismo, é


importante elencar as premissas que fundamentam a eficácia da cromoterapia.
Parte-se do princípio físico de que toda a matéria é formada basicamente por
energias, que possuem distintas frequências e ondulações, passíveis de
medição e que circulam pelo ambiente. Exemplos são o calor, o magnetismo da
terra, o som e a luz, cujas diferenças são apenas relativas às frequências,
vibrações e meios de condução que possuem.
A luz, do ponto de vista da Física, é considerada uma faixa de radiação
eletromagnética que produz sensação visual, que possui comprimento de onda
e frequência, e que se desloca na velocidade de 300.000 km/h através do
espaço. O espectro visível da luz pelos olhos humanos abrange do vermelho ao
violeta, e essa luz pode ser considerada a melhor expressão da luz solar,
reunindo todos os tons que existem na natureza (Pedrosa, 1982, p. 11).
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2.1 Espectro eletromagnético

Conforme pontuamos, a energia radiante, denominada luz, se desdobra


num espectro eletromagnético, cujos comprimentos de onda formam as
vibrações cromáticas visíveis (as cores), pois são raios luminosos que
sensibilizam a retina dos olhos e que formam, também, ondas com
comprimentos que não são visíveis ao olho nu. Entre estas, estão os raios
ultravioletas, raios infravermelhos, raios gama, ondas de televisão e de rádio e
micro-ondas.

Figura 2 – Espectro eletromagnético

Créditos: VectorMine/Shutterstock.

Na imagem acima, está disposto o espectro das radiações


eletromagnéticas mais conhecidas. Conforme é possível observar na Figura 2,
as radiações possuem comprimentos de ondas distintos, o que resulta na
visibilidade que possuem, ou não, para o olho humano: a luz ultravioleta e
infravermelha por exemplo, não são perceptíveis ao olho nu, embora possam ser
detectadas de outras maneiras. Notamos a relação da luz com outras ondas e
seu espectro, que origina sete variações cromáticas e várias gradações entre
elas. As ondas de luz, portanto, são radiações eletromagnéticas e podem ser

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descritas como um fluxo de fótons, que são micropartículas de onda que formam
a base da luz, e “cada uma contém um feixe de energia e, por conseguinte,
informação (Energia é informação)” (Dale, 2017, p. 30).
As cores são manifestações de luz, ou seja, de energia radiante (Farina;
Perez; Bastos, 2011, p. 16), e estão por todas as partes do planeta, não há vida
sem cores. As cores curam, e isso acontece porque a cor é uma forma de energia
que possui características específicas, conforme veremos mais adiante, e que
atua dinamicamente com outras formas de energias, tanto sutis, quanto mais
densas, conforme discorre Gerber (1988) em seu livro Medicina Vibracional:

O reconhecimento que toda matéria é energia constitui a base para


compreendermos por que os seres humanos podem ser considerados
sistemas energéticos dinâmicos. Por meio da famosa equação, E =
mc2, Albert Einstein provou aos cientistas que energia e matéria são
duas manifestações diferentes da mesma substância universal. Essa
substância universal é a energia ou vibração básica, da qual todos nós
somos constituídos. Assim, a tentativa de se curar o corpo através da
manipulação desse nível básico energético ou vibracional da
substância pode ser chamada de medicina vibracional. Embora a visão
einsteiniana tenha aos poucos sido aceito pelos físicos, as profundas
descobertas de Einstein ainda estão por ser incorporadas ao modo
como os médicos encaram a doença e os seres humanos”.
(Gerber,1988, p. 25)

Através das cores e dos espectros luminosos que emitem, é possível


modular determinada frequência com a finalidade de regenerar a saúde física,
mental e emocional de uma pessoa. As cores que compõem o espectro solar,
portanto, são luz, e pode-se dizer que somos muito afetados pela luz e suas
cores no cotidiano.

TEMA 3 – ANATOMIA SUTIL

Conforme expresso até agora, as cores afetam diretamente todo o mundo


físico e sensível. Fazem parte do todo, e por isso, também fazem parte do nosso
corpo. De acordo com diferentes sistemas medicinais orientais, as sete cores,
que compõem o espectro visível aos olhos humanos, atuam sobre os corpos
sutis que também possuímos. Isso significa que as radiações eletromagnéticas
oriundas das cores interpenetram o corpo humano, afetando diretamente sua
fisiologia, suas emoções, as qualidades mentais e psíquicas. Assim, incidir
determinadas cores sobre o corpo provoca renovação e reforça as energias vitais
do organismo. (Amber, 1983, p.22). Essa energia vital que todos possuímos tem
diferentes denominações a depender da cultura, ou do viés terapêutico adotado.

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Para os hindus é chamada de prana, para os chineses de chi, para os tibetanos,
ga-llama, e na cultura ocidental, passou a ser designada como bioenergia. De
acordo com Cindy Dale, “as principais diferenças entre os campos físico e sutil
consistem com frequência apenas na velocidade das informações e da vibração
envolvidas” (Dale, 2017, p. 27).
Vale notar que existem campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos
que interagem com o corpo humano, assim como a luz e outras formas de
energia (Dale, 2017, p. 19). Essas energias, portanto, são produzidas pelo corpo
humano, mas também são absorvidas. É importante conhecer esses processos
para entender como funciona a terapêutica da Cromoterapia, e assim facilitar o
manejo dessa ferramenta no corpo humano. A energia vital entra no corpo por
meio da respiração e dos centros energéticos, também conhecidos como
chakras, principalmente por meio do chakra coronário, que se localiza no topo
da cabeça. Quando essa energia entra no organismo, é processada tanto
energeticamente, por meio dos chakras laríngeo e cardíaco, quanto
fisiologicamente, pelos pulmões e coração, que a enviam para a corrente
sanguínea, chegando a todas as células, que metabolizam essa energia no
organismo e a liberam por meio dos poros da pele, formando um campo
energético no entorno do corpo também conhecido como aura, campo áurico ou
campo de energia humana. O campo áurico é, assim, composto por energia sutil,
e emana os fluxos eletromagnéticos das densidades presentes nos órgãos e
vísceras do corpo. Para as terapêuticas que trabalham com a anatomia sutil,
como é o caso da cromoterapia, esse campo energético é um importante
medidor do aspecto mais geral da saúde do paciente. É possível identificar a
ocorrência de alguma doença por meio das cores, pois tudo o que passa no
corpo físico reflete-se na aura. Dessa forma, um campo áurico equilibrado
influencia diretamente a saúde do corpo, tanto física, quanto mental e emocional.
No Decreto da Legislação Brasileira, que regulamenta as Práticas
Integrativas e Complementares em Saúde, na descrição referente à aplicação
da Cromoterapia para promoção da saúde, aparece menção à possibilidade de
cura por meio da aplicação das cores no corpo sutil:

A partir das abordagens dos distintos sistemas complexos das


medicinas tradicionais, as cores em suas frequências podem ser
utilizadas para neutralizar as condições excessivas do corpo e
restabelecer a saúde, podendo serem utilizadas em regiões
específicas do corpo, como os centros de força, pontos de acupunturas

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ou marmas, em consonância com o desequilíbrio identificado no
indivíduo. (Brasil, 2018)

A Cromoterapia, nesse sentido, tem o objetivo de alterar as frequências


dos campos de energia, dos canais e dos centros de energia do corpo, também
designados como chakras, que fazem parte da anatomia energética. De acordo
com Dale (2017, p. 309), “ao inserir as cores corretas no campo, você libera
bloqueios e a estagnação, preenche buracos e vazamentos, e abre o campo
para manifestar a sua realidade desejada”. Esses “campos” mencionados dizem
respeito à energia sutil da qual é também composta o organismo humano. Neste
campo energético, localizam-se centros de energia, que são responsáveis por
captar as frequências do ambiente e transformá-las para serem utilizadas pelo
organismo físico, conforme já mencionamos. Essas estruturas, apesar de não
serem perceptíveis à visão humana, pois possuem uma frequência mais elevada
que a matéria densa (Dale, 2017, p. 58), podem ser mensuradas por meio de
tecnologias de energia sutil (através do uso de pêndulos, ou pela imposição das
mãos, por exemplo, que iremos tratar na próxima aula), já que possuem
frequência própria, como veremos no tema seguinte.

TEMA 4 – OS SETE CHAKRAS E AS SETE CORES

Os centros de energia presentes na anatomia sutil também são


conhecidos, de acordo com a filosofia hindu, pelo termo em sânscrito, que os
denomina como chakras, que significa “círculo”, ou “roda”. São, portanto,
centros, vórtices de energia em constante movimento circular, que realizam a
entrada, a modulação e a saída de energia vital entre o ambiente externo e o
ambiente interno (corpo humano). São sete principais chakras que se situam ao
longo da coluna vertebral, começando da base da coluna, subindo até o topo da
cabeça, conforme é possível observar na imagem a seguir:

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Figura 3 – Os sete chakras principais

Créditos: Illizium/Shutterstock.

Do ponto de vista da fisiologia, cada um deles conecta-se a outro por meio


de pequenos canais, chamados nadis, por onde circula a energia vital. Esses
canais, por sua vez, estão conectados ao sistema nervoso, aos órgãos e
glândulas endócrinas, atuando diretamente sobre todo o sistema orgânico
corporal. Assim, os chakras regulam tanto o funcionamento da energia sutil,
quanto dos sistemas hormonais do corpo humano, tendo uma função
extremamente importante para o equilíbrio da saúde.

Figura 4 – Os chakras ao longo da coluna vertebral

Créditos: Zanna Art/Shutterstock.

Como é possível observar na imagem acima, cada chakra possui abertura


e saída no lado anterior e posterior do corpo, atuando como sensores,
controlando o fluxo de energia física, psíquica e espiritual, e cada chakra está
associado a uma cor, com a qual entra em ressonância. Deste modo, “uma
compreensão da natureza dos chakras e de suas ligações energéticas
superiores com a fisiologia do corpo nos ajuda a compreender as razões que

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estão por trás do uso de determinadas cores para curar doenças específicas”
(Gerber, 1988, p. 186).

4.1 Os chakras

• 1º Chakra: Básico/Muladhara (nome simples e nome em sânscrito).


Localizado na base da coluna. Está ligado à conexão do corpo com a
terra. Rege a estrutura do corpo e é responsável pela energia de
preservação da vida. Absorve energia telúrica. Ligado às glândulas
suprarrenais, cólon e reto. Cor: vermelho. Em desiquilíbrio, gera: fadiga,
desânimo, medo, falta de coragem e disfunções na fisiologia
correspondente.
• 2º Chakra: Esplênico/Swadhisthana. Localizado logo abaixo do umbigo,
na região pélvica. Rege as gônadas, o sistema reprodutivo e a energia da
criatividade e alegria. Cor: laranja. Em desequilíbrio, gera: problemas nos
sistemas reprodutores, solidão, apatia.
• 3ª Chakra: Plexo Solar/Manipura. Localizado na região do estômago,
acima do umbigo. Rege a absorção da energia dos alimentos. Ligado ao
sistema digestório. É o centro das emoções. Cor: amarelo. Em
desequilíbrio, gera: problemas digestivos, ansiedade, agitação mental.
• 4º Chakra: Cardíaco/Anahata. Localizado no centro do tórax. Ligado ao
coração e à glândula Timo. É o canal de expressão dos sentimentos,
ligado ao amor incondicional. É o ponto de equilíbrio entre os três
primeiros chakras e os três seguintes. Cor: verde. Em desequilíbrio, gera:
sentimento de perda, tristeza, pânico.
• 5º Chakra: Laríngeo/Vishudha Localizado na garganta. Ligado à tireoide.
Relativo à expressão da fala, das ideias e dos sentimentos. Rege a
comunicação. Cor: azul. Em desiquilíbrio, gera: disfunções na garganta,
raiva, mágoas reprimidas, bloqueio criativo.
• 6º Chakra: Frontal/Ajna. Localizado entre as sobrancelhas. Ligado à
glândula pituitária. Rege os controles do corpo, por meio do lobo frontal,
a saúde dos olhos e do nariz. Conhecido também como terceiro olho, rege
a intuição e o autoconhecimento. Cor: índigo. Em desiquilíbrio, gera:
fobias, compulsões, raciocínio lento.

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• 7º Chakra: Coronário/Sahasrara. Localizado no topo da cabeça. Ligado à
glândula pineal. É a conexão com o cosmos. Rege as funções mentais e
a produção de serotonina. Representa a sabedoria e a conexão com o
todo. Cor: violeta. Em desiquilíbrio, gera: desorientação, histeria, insônia,
disfunções no sistema nervoso.

TEMA 5 – AS PROPRIEDADES DAS CORES

A partir do que elencamos até aqui, já é possível compreender a


importância das cores para a vida humana. É importante elencarmos alguns
pontos sobre as cores antes de adentrarmos nas qualidades individuais de cada
uma das cores do espectro eletromagnético. O primeiro ponto é que não há vida
sem cor, e cada cor possui uma vibração própria. As cores permeiam tudo.
Dessa maneira, tomando o corpo humano como objeto de análise, é possível
dizer que cada órgão possui uma cor (vibração). Cada cor possui uma
inteligência própria, ou seja, segue leis da física ao interagir com o campo do
organismo humano, atuando de forma seletiva, chegando onde precisa chegar.
As doenças que se manifestam no corpo possuem também uma vibração
e cores particulares, podendo ser tratadas com cores específicas para cada caso
(Amber, 1983, p. 103). Trataremos agora das cores, seus conceitos físicos,
características e propriedades, para que seja possível, num segundo momento,
discorrer sobre os potenciais de cura de cada uma das sete cores principais
individualmente.

5.1 Cromaticidade

Conforme apontamos anteriormente, a cor é uma onda de luz que em si


não possui as tonalidades que percebemos. De acordo com Pedrosa (1982):

A cor não tem existência material: é apenas sensação produzida por


certas organizações nervosas sob a ação da luz – mais precisamente,
é a sensação provocada pela ação da luz sobre o órgão da visão. Seu
aparecimento está condicionado, portanto, a ação de dois elementos:
a luz (objeto físico, agindo como estímulo), e o olho (aparelho receptor,
funcionando como decifrador do fluxo luminoso, decompondo-o ou
alterando-o através da função seletora da retina). (Pedrosa, 1982, p.
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Infere-se, portanto, que a cor ocorre quando sua energia atinge a retina
dos olhos, e suas gradações percebidas variam de acordo com características
relativas aos seus comprimentos de onda eletromagnéticas, que caracterizam
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seu matiz, que é sua gradação, o valor que possuem, que caracterizam sua
luminosidade, o croma, relativo à saturação da cor, entre outros fatores. São
essas ondas que agem sobre o organismo, regulando desiquilíbrios. É possível,
dessa maneira, definir cor como uma radiação, sendo uma das qualidades da
luz. Também pode ser definida como uma sensação produzida pelo cérebro por
meio do mecanismo da visão, que converte o raio de luz branco num espectro
cromático, que nos mostra todas as cores, suas tonalidades e posicionamentos
dentro do espectro. A partir do círculo cromático, todas as cores e seus matizes
podem ser observados:

Figura 5 – Círculo cromático

.
Créditos: Albachiaraa/Shutterstock.

As cores são classificadas de acordo com alguns critérios, relacionados a


seguir:

• Quanto seu matiz: cores primárias: ou seja, as que são puras e sem
misturas, e que não podem ser decompostas nem criadas a partir da
mistura de outras cores. São: o vermelho, o amarelo e o azul.

Figura 6 – Cores primárias

Fonte: Aprender Design, 2019.

Cores secundárias: são aquelas que se originam a partir da mistura de duas


cores primárias. São: o laranja (vermelho+amarelo), o verde (amarelo+azul) e o
violeta (vermelho+azul).

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Figura 7 – Cores secundárias

Fonte: Aprender Design, 2019.

Cores terciárias: são aquelas obtidas através da mistura de uma cor primária
com uma cor secundária. São: índigo (azul+violeta), limão (verde+amarelo),
flamingo (vermelho+laranja).

Figura 8 – Cores terciárias

Fonte: Aprender Design, 2019.

• Quanto à tonalidade e temperatura que transmitem: as diferenças de


matizes, tonalidades e temperatura entre as cores produzem diferenças
entre as qualidades das cores e os efeitos que produzem: os raios das
cores claras, como o amarelo e o verde, possuem maior poder de
penetração que os raios das cores escuras, como o azul, o violeta e o
índigo. Estas últimas são consideradas cores frias e dão a sensação de
recuo, de retração, fazendo com que um ambiente, por exemplo, parece
maior do que realmente é. Já as cores vermelho, amarelo e laranja são
quentes, e produzem a sensação de avanço, ou seja, tem alto poder de
penetração, fazem um ambiente parecer menor que é. É possível dizer,
portanto, que as cores possuem temperatura e que isso está ligado à ação
de repelir ou de concentrar os raios. Cores quentes: que possuem
qualidade estimulante, associadas ao calor e à força: vermelho, laranja e
amarelo. Cores frias: que possuem qualidade calmante: azul, índigo e
violeta. Cores equilibrantes e neutras: que possuem qualidade de

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harmonização e equilíbrio: verde e magenta. E também aquelas que não
refletem a luz, como marrom e cinza.
• E quanto à posição que ocupam no círculo cromático: as cores podem ser
usadas individualmente ou combinadas entre si. Neste caso, é importante
conhecer as cores que se complementam, pois podem atuar em conjunto.
Cores complementares: são as cores diretamente opostas (como é
possível observar a partir do círculo cromático). São as cores antagônicas.
Exemplo: vermelho e verde, azul e laranja. O mapa das cores
complementares é o seguinte: o vermelho é complementar do azul, e o
azul é complementar do vermelho. O amarelo é complementar do violeta,
e o violeta é complementar do amarelo. O laranja é complementar do
violeta, e o violeta é complementar do laranja. O verde é complementar
do magenta, e o magenta é complementar do verde. Cores análogas:
são as cores vizinhas e que possuem semelhanças entre si. Exemplo:
vermelho, laranja e amarelo.
• Quanto à luminosidade: cores neutras: branco, preto, cinza, marrom.
Cores acromáticas: são as que não são consideradas de fato cores:
preto, branco e cinza (Farina; Perez; Bastos, 2011).

A soma das cores primárias, (chamada de síntese aditiva) vermelho,


amarelo e azul origina o branco: soma aditiva (luz). A subtração das cores
(chamada de síntese subtrativa) origina o preto: mistura subtrativa (pigmentos).
A seguir, as imagens das combinações acima mencionadas:

Figura 9 – Classificação das cores do círculo cromático

Créditos: VASRAN/Shutterstock.

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NA PRÁTICA

Através da decomposição da luz branca, proveniente dos raios solares,


são formadas as cores do espectro solar, que são as cores que visualizamos no
arco-íris. Um importante exercício para quem inicia a prática com a cromoterapia
é, além da parte teórica, que fundamenta este ramo terapêutico, conhecer
também os efeitos práticos da eficácia do tratamento através das cores. Assim,
neste momento, a proposta é a realização de um exercício que você poderá
realizar individualmente, e também usá-lo para auxiliar algum paciente,
conduzindo a prática.
Esta divide-se em cinco partes:

1. Escolher um local em que possa permanecer por alguns minutos sem ser
incomodado (a). Desligar o celular e adotar uma posição confortável, pode
ser sentado (a) ou deitado (a). Concentrar-se apenas na própria
respiração e relaxar mantendo os olhos fechados.
2. Visualizar a luz branca, que simboliza a energia cósmica, entrando através
do topo da cabeça, pelo chakra coronário. Permitir que a luz desça pelo
corpo e se espalhe por todas as partes, principalmente naquelas que
podem estar tensas ou doloridas.
3. Na medida em que a luz branca se espalha no organismo, sentir como ela
se propaga atingindo cada espaço, promovendo o relaxamento por onde
passa.
4. Repetir as partes 1 a 3, escolhendo alguma cor para substituir a luz branca
no processo. Perceber quais são as sensações que sente, os sentimentos
e as imagens que podem surgir enquanto faz o processo com a cor
escolhida.
5. Quando houver a sensação de que a quantidade de luz e cor necessária
percorreu todo o corpo, levando a energia para o seu reequilíbrio, abrir
lentamente os olhos, espreguiçar-se e finalizar a prática.

FINALIZANDO

O uso dos raios solares e das cores para tratamentos de saúde é bastante
antigo, e esteve presente em diferentes culturas do passado, que utilizavam
ferramentas variadas para inserir cores específicas no organismo visando seu
reequilíbrio. Através da decomposição da luz solar, originam-se as cores que
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podemos observar na natureza: o vermelho, o amarelo, o laranja, o verde, o azul,
o anil e o violeta, e que estão presentes por toda a parte, sendo fundamentais
para a propagação da vida. Atualmente, a cromoterapia é reconhecida pela OMS
e, no Brasil, integra o arcabouço das PICS, sendo definida pela legislação
brasileira como uma técnica terapêutica que utiliza as cores para promover o
equilíbrio do corpo físico, mental, emocional e energético. A cromoterapia é,
portanto, um sistema holístico que intersecciona alguns campos do saber, como
a medicina, a física e a bioenergética. A prática do uso das cores na saúde
fundamenta-se em conceitos da Física relativos à luz e à energia, que explicam
as propriedades das cores e porque são benéficas para o equilíbrio da saúde.
Entende-se que possuem frequências capazes de entrar em ressonância com o
campo vibratório do organismo humano, corrigindo possíveis disfunções de
forma muito profunda. Essa interação entre as cores e o corpo humano ocorre
através da anatomia sutil, que abarca o sistema de chakras, os centros de
energia responsáveis pelo equilíbrio da energia vital que circula pelo corpo,
mantendo o bom funcionamento dos órgãos, glândulas e vísceras.
Além do mais, cada um dos sete chakras principais possui uma cor
específica com a qual sintoniza-se para reestabelecer a saúde do organismo.
Essas cores podem ser observadas no círculo cromático, no qual estão dispostas
conforme suas propriedades. Cada uma das cores possui características físicas
específicas relacionadas ao comprimento de ondas que possuem, frequência e
vibração, e também às suas composições, podendo ser classificadas entre
primárias, secundárias e terciárias. Essas propriedades que as cores possuem
são relativas aos seus diferentes matizes, tonalidades e temperaturas, que nos
produzem diferentes sensações: podem ser estimulantes, sedativas, neutras ou
ainda quentes e frias. As cores permeiam tudo e não há vida sem elas, sendo
importantes ferramentas de cura.

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REFERÊNCIAS

AMBER, R. Cromoterapia: a cura através das cores. Cultrix: São Paulo, 1983.

BALZANO, O. Cromoterapia prática – medicina quântica. Rio de Janeiro:


Própria, 2004.

BRASIL. Portaria n. 702, de 21 de março de 2018. Diário Oficial da União.


Poder legislativo, Brasília, DF, 22 mar. 2018.

DALE, C. Manual prático do corpo sutil: o guia definitivo para compreender a


cura energética. 1. ed. São Paulo: Cultrix, 2017.

FARINA, M.; PEREZ, C.; BASTOS, D. Psicodinâmica das cores em


comunicação. 6. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2011.

GERBER, R. Medicina vibracional. São Paulo: Cultrix, 1988.

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LEADBEATER, C. W. Os chakras. São Paulo: Pensamento, 1993.

PEDROSA, I. Da cor à cor inexistente. 3. ed. Rio de Janeiro: Co-editora Univ.


Brasília, 1982.

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