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Aula 3 - Terapia Bioenergetica - Couraça Grounding e Outros
Aula 3 - Terapia Bioenergetica - Couraça Grounding e Outros
AULA 4
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CONVERSA INICIAL
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e nternos) e, a partir destes, desencadeia respostas musculares e glandulares
no organismo. Conforme vimos até aqui, as couraças se formam a partir dessa
integração do indivíduo com o meio; por isso a importância de compreender a
relação do sistema nervoso nesse processo.
A autorregulação também é impactada por esse sistema. Veremos na
figura a seguir como ocorre essa relação.
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Figura 2 – Segmentos de couraça
1. OCULAR
2. ORAL
3. CERVICAL
4. TORÁCICO
5. DIAFRAGMÁTICO
6. ABDOMINAL
7. PÉLVICO
Créditos: procurator/Shutterstock.
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características do indivíduo com essa estrutura, como vimos anteriormente.
Porém, pode ser encontrada em outras estruturas caracteriais também.
Ao atender a um paciente com comprometimento neste segmento, será
possível perceber alterações nesta região corporal, seja no quesito
comportamental ou físico. Veremos a seguir alguns padrões que podemos
observar relacionados a cada segmento.
Referente a região dos olhos, alguns dos padrões podem ser:
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também a mandíbula. Os comprometimentos nessa região costumam estar
relacionados à fase de amamentação e desmame, como já vimos
anteriormente.
A couraça muscular nesse segmento é muito presente na estrutura de
caráter oral. Ela afeta a capacidade de independência, autossustentação e
autoconfiança do indivíduo.
Referente aos padrões que podem ser observados nessa região para
identificação da presença de couraça, alguns são:
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• Movimentação da cabeça e do pescoço (pode-se perceber se a
movimentação é livre, fluida, ampla ou contida, tensa, limitada);
• Posição do pescoço (se é caído para frente, contido para trás, esticado,
encurtado etc.);
• Características da voz (entonação, impostação etc.);
• Facilidade de fala e expressão, entre outros.
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Os distúrbios psíquicos podem variar de acordo com a estrutura de
caráter, não sendo possível nesse caso definir distúrbios específicos.
• Controle;
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• Mesquinhes;
• Compulsividade (especialmente por limpeza e organização);
• Tensão na região;
• Dificuldade em relaxar;
• Constipação intestinal;
• Entre outros.
Referente aos padrões que podem ser observados nessa região para
identificação da presença de couraça, alguns são:
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• Mobilidade da região (limitada ou ampla);
• Presença ou não de tensão na região (rigidez, tensão ou flacidez, falta
de tônus); firmeza do contato das penas e pés com o chão;
• Formato e posição das pernas e joelhos (joelhos bem-posicionados, com
desvio para dentro ou para fora, pernas muito fechadas ou muito
abertas/ distantes);
• Formato e contato dos pés com o chão (peito do pé arcado, pés chatos,
distribuição do peso);
• Entre outros.
TEMA 4 – RESPIRAÇÃO
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Alterações na respiração são muito comuns e costumam ser
encontradas na maioria das pessoas em algum grau, pois esta é uma das
primeiras funções corporais impactadas quando vivenciamos qualquer situação
de tensão – como medo, tristeza, susto, raiva, entre outras. Podemos observar
em nós mesmos esse processo. No momento que nos deparamos com uma
situação aversiva, imediatamente retemos a respiração, tensionando a
musculatura da região e reduzindo a mobilidade de todas as áreas corporais
envolvidas nesta função. Como já vimos anteriormente, quando essas tensões
são muito intensas ou repetitivas, podem se tornar crônicas, dando origem à
couraças.
Dito isso, as práticas respiratórias utilizadas pela Bioenergética não têm
como objetivo estimular a capacidade, a profundidade ou a
percepção/consciência da respiração, mas sim promover a liberação das
couraças que impedem a respiração de acontecer na sua forma natural
(Lowen, 1985).
A respiração natural, quando estamos em nosso estado relaxado,
envolve em algum grau todos os músculos do corpo, principalmente aqueles da
região do tronco. Ao entrar, o ar expande os pulmões (expandindo também o
tórax), o diafragma contrai e desce para permitir esse movimento, o abdômen
se estende e a pelve se move levemente para trás e para baixo. Ao sair o ar,
toda essa movimentação ocorre novamente, no sentido oposto – pelve se
move para frente e para cima, abdômen relaxa, diafragma sobe, pulmões
esvaziam, tórax relaxa. A garganta, a boca e o nariz também têm participação
importante nesse processo, uma vez que a tensão em uma dessas áreas reduz
a capacidade respiratória (Lowen, 1985).
Em conteúdo posterior, abordaremos as práticas corporais, na qual
veremos exercícios de respiração com essa função de liberação das couraças
e promoção de uma respiração natural.
TEMA 5 – GROUNDING
NA PRÁTICA
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compreensão do perfil do paciente e na elaboração do projeto terapêutico
adequado.
Porém, é importante destacar que, ao identificar um padrão corporal,
não devemos “carimbar” o paciente, acreditando que conhecemos e sabemos
tudo a seu respeito. Os padrões corporais são indicativos de estruturas de
caráter, de comportamentos específicos, de doenças e distúrbios específicos,
mas isso somente poderá ser confirmado a partir de uma troca mais profunda
com o paciente e identificação de outros indicativos que confirmem as
suspeitas – como, por exemplo, história de vida, relato de emoções,
pensamentos e comportamentos, histórico médico de doenças e distúrbios
psíquicos, entre outros.
As informações corporais a respeito do paciente podem ser construídas
através da observação (ao olhar o corpo, os movimentos, a postura do
paciente), através de informações médicas (dores, doenças, tratamentos já
realizados ou em andamento), mas também a partir da aplicação de práticas
corporais.
No início de um processo terapêutico, não temos muitas informações
sobre o paciente, então podemos começar com práticas básicas, como, por
exemplo, de respiração e grounding. A partir da execução dessas práticas,
podemos observar como o paciente as executa (se tem facilidade ou
dificuldade para fazer o exercício, se consegue se entregar ou se é resistente
etc.) e as sensações e pensamentos que relata após a prática – para isso,
devemos perguntar a ele quais foram as sensações e pensamentos ao final
das práticas.
No caso das sensações e pensamentos, podemos receber diversos tipos
de retorno dos pacientes. Alguns dizem que não sentiram nada e/ou não
pensaram em nada. Esse tipo de retorno pode indicar que não há couraças na
região, mas também podem indicar exatamente o contrário, que há uma
resistência em entrar em contato com a região, emoções e pensamentos
relacionadas a ela. Aos poucos, com o treino e a prática, vocês conseguirão
identificar cada caso. As demais percepções e informações que você tem sobre
o paciente também podem ajudar nisso.
Por exemplo, se você percebe que o tórax do paciente é estufado e
rígido, não se movimenta com os exercícios de respiração, mas ele fala que
não sente nada com os exercícios, você pode imaginar que isso é uma
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resistência. Já se você percebe que a região do tórax tem mobilidade, a
postura da região está adequada e o paciente se aprofunda nos exercícios
respiratórios, você pode imaginar que a região está livre de couraças ou, se as
tem, é em grau baixo.
É mais comum que um paciente sem couraças em determinada região
diga que a sensação com os exercícios foi agradável do que diga que não
sentiu nada. Enfim, são critérios de observação que você construirá na prática,
estes são apenas alguns exemplos.
Já no caso de pacientes que relatam sensações, emoções,
pensamentos e lembranças, você pode relacionar essas informações relatadas
com outras informações que já tenha coletado, a fim de compor, cada vez em
mais detalhes, o seu entendimento a respeito do perfil do paciente. Lembrando
que, na Bioenergética, nossa compreensão a respeito do paciente terá sempre
três componentes: mente/psique – corpo – energia. A partir de todo conteúdo já
estudado, você vai se tornando cada vez mais habilitado para fazer a relação
entre todos estes aspectos.
É interessante que, no momento de um atendimento, especialmente no
caso de um atendimento individual, você tenha em mãos um mapa corporal,
para que possa fazer anotações de suas percepções a respeito do corpo do
paciente (formas, postura, tensões, dores, flacidez etc.) e, com o andamento do
processo terapêutico, possa relacionar essas anotações com as demais
informações coletadas, validando suas percepções iniciais.
FINALIZANDO
REFERÊNCIAS
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