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AULA 2
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Figura 1 – Imagem do Sistema Límbico
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Figura 2 – Imagem do Sistema Olfatório
CRÉDITO: Medicalstocks/Shutterstock
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folículos capilares, adentrando as camadas mais profundas, chegando ao tecido
muscular para, em seguida, se espalhar por todo o corpo através da corrente
sanguínea, atingindo órgãos e sistemas específicos. Alguns pontos da pele
possuem vasos sanguíneos mais próximos à superfície, e a aplicação de O.E
nesses locais, como têmporas, pulso e nuca, acelera sua absorção e produz
efeitos mais rápidos.
Pelo fato de possuírem uma grande quantidade de elétrons livres, os O.E,
quando entram em nosso organismo, elevam a quantidade de oxigênio dentro
das células, atuando como excelentes antioxidantes naturais, combatendo os
radicais livres presentes nas células, que causam envelhecimento precoce e um
ambiente propício para o desenvolvimento de doenças.
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essenciais fazem o invisível visível. Exibem padrões de energia,
saberes, formas, cores e fragrâncias que estão ligadas diretamente aos
seus poderes curativos. (Hozzel, 2017, grifos nossos)
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componente isolado. Isso demonstra que a estrutura orgânica do O.E é
realmente complexa, não somente por sua estrutura química, mas por conter
energia vital, cujo valor terapêutico atua de várias formas, diferentemente dos
compostos sintéticos, que agem de uma única maneira (Corazza, 2002).
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se rompem naturalmente espalhando suas moléculas aromáticas,
caracterizando o aroma particular de cada vegetal.
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O O.E pode ser obtido de duas plantas que possuem a mesma classe
botânica e, ainda assim, apresentar estruturas químicas diferentes que irão
produzir efeitos terapêuticos também distintos. Não existem, portanto, duas
plantas com aroma idêntico. Dois O.E extraídos de uma mesma planta
apresentam aspectos semelhantes, mas podem sofrer variações quando são
retirados de partes diferentes, como talo e folha, por exemplo.
Por isso, cada óleo apresentará composições químicas particulares e que
alteram suas qualidades aromáticas. E mais, mesmo os O.E extraídos da mesma
parte de uma mesma espécie de planta podem ter diferenças, pois, de acordo
com o que foi listado acima, fatores como formas de extração, Quimiotipo e
Geotipo produzem variações físico-químicas significativas no produto final, uma
vez que muitos processos bioquímicos, produzidos pelas plantas, são
suscetíveis a essas variações (Simões; Spitzer, 2003).
Nem todas as plantas possuem O.E com o aroma marcante e, nesses
casos, esses óleos não são extraídos para fins de aromaterapia.
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O alecrim QT Cineol é um O.E que contém mais eucaliptol. É parecido com o Canfenona, mas
é menos estimulante.
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O alecrim QT Verbenona contém mais verbenona. Apresenta as mesmas funções somadas a
propriedades regenerativas para o fígado.
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O alecrim QT Canfenona contém mais cânfora. É estimulante do SNC, indicado para
congestões nasais e pulmonar
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• A Geotipia: localização identificada pela sigla GT. Exemplo: alecrim QT
Cineol/GT Brasil.
• Informações sobre: origem, extração e composição da planta. Exemplo:
Brasil. Destilação a vapor. Composição: Rosmarinus officinalis leaf oil. A
composição pode ainda ser especificada pela composição química.
Exemplo: terpinen-4-ol 10-52%/ terpineno- 6-20%.
• Informações sobre a marca e registro sanitário, dados sobre lote,
fabricação e validade.
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4.2 Maceração ou enfloração
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4.5 Hidrolatos
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• Ésteres: possuem ação antiespasmódica, sedativa e fungicida. São muito
indicados para inflamações na pele. Os ésteres são formados a partir de
uma reação entre um ácido e um álcool e possuem aroma bastante
agradável. Exemplos de O.E ricos em ésteres: lavanda, bergamota,
camomila romana, sálvia eslaréia, gerânio.
• Cetonas: possuem forte ação descongestionante das vias respiratórias,
diminuindo o excesso de muco. Possuem alta ação de regeneração
celular, com alto poder cicatrizante do tecido epitelial, combatem também
vermes e micoses. Em pequenas doses, possui efeito calmante, porém
doses altas e uso prolongado podem causar efeitos tóxicos no organismo.
Exemplos de O.E ricos em cetonas: hortelã, sálvia esclareia, cedro poejo,
verbena, vetiver, orégano, hissopo, cipreste, orégano.
• Fenóis: possuem ação estimulante atuando no sistema imunológico. São
antissépticos e têm alta eficácia contra infecções produzidas por
bactérias, fungos, parasitas e vírus. Possuem substância irritante para a
pele e para mucosas, por isso devem ser usados em baixa concentração
e diluídos em óleo carreador. Exemplos de O.E ricos em fenóis: orégano,
sândalo, cravo, canela, néroli, manjericão, tomilho.
• Terpenos: são os elementos mais encontrados nas estruturas químicas
dos O.E. Possuem excelentes propriedades bactericidas, anti-
inflamatórias, antiespasmódicas, antivirais. São ativadores das funções
das glandulares e elevam o nível de oxigênio no cérebro, ativando as
funções das glândulas pineal e pituitária. Também atuam sobre o fígado,
auxiliando em processos de desintoxicação do organismo. Exemplos de
O.E ricos em terpeneos: os cítricos em geral, limão, pinho, vetiver,
patchouli, camomila matricária, néroli, alfavaca, olíbano, ylang-ylang.
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tratamentos de pele, principalmente para cicatrização de feridas e queimaduras.
Exemplos: gerânio, rosa, lavanda e camomila.
Os O.E cítricos são aqueles extraídos da casca de frutas. Possuem aroma
marcante e propriedades que aliviam quadros de depressão e tristeza,
estimulando a leveza e a alegria. São antissépticos naturais e podem ser usados
para tratamento de infecções variadas. São recomendados para desintoxicação
do organismo, limpam e regulam o apetite. São usados em tratamentos estéticos
de redução de inflamações na pele, acnes e celulites. Exemplos: bergamota,
laranja doce, tangerina, limão.
Os O.E de resinas são obtidos a partir de resina produzida por alguns
vegetais. São indicados para acalmar estados mentais agitados. Indicados para
meditação, pois elevam os pensamentos. São muito utilizados para limpezas de
ambientes. Essas essências quando misturadas às essências cítricas são
excelentes para tratamento de infecções de pele. Exemplos: mirra e olíbano.
Os O.E obtidos a partir dos talos das plantas geralmente possuem aroma
mais acentuado. São bons para serem usados como repelentes. Têm
propriedades terapêuticas que produzem relaxamento e clareza mental. Além
disso, possuem substâncias que suavizam e tonificam a pele. Exemplos: canela,
alecrim, lavanda e menta.
Os O.E obtidos a partir das folhas possuem efeitos terapêuticos eficazes
na redução de confusões mentais, desânimo, tristeza e apatia causadas por
experiências traumáticas. São óleos estimulantes que elevam o ânimo,
aumentam a concentração e a disposição física. Exemplos: orégano, funcho,
alfavaca.
Os O.E obtidos das raízes das plantas geralmente possuem aroma
marcante e qualidade mais viscosa. Indicados para tratar cansaço nervoso.
Exemplos: vetiver.
NA PRÁTICA
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É possível identificar os aromas presentes num ambiente e qualificá-los
de acordo com o gosto pessoal: se são considerados agradáveis ou não. Com
base nisso, pode-se identificar a quais memórias e sensações tais aromas
remetem, observando, em seguida, se há alterações, mesmo que sejam
mínimas, no corpo fisiológico, como batimentos cardíacos, respiração e
salivação, por exemplo.
Ao passo que esse exercício acontece, torna-se plausível perceber e
classificar o aroma chave predominante no momento da reflexão e como esse
aroma chave age produzindo efeitos no sistema límbico. Assim, ao observar as
sensações provocadas pela inalação de determinado aroma, é possível
identificar quais emoções registradas no organismo são ativadas através do
olfato, e com esse dado, identificar de que maneira a ação terapêutica através
da aromaterapia ocorre.
Essas etapas podem levar minutos, mas são capazes de nos colocar num
estado de atenção mais efetivo ao modo como somos muito estimulados pelos
aromas, que incidem diretamente em nossos estados mentais, emocionais e
físicos. Sentir e pensar os aromas: um exercício de auto-observação e prática
para aromaterapia.
FINALIZANDO
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integral, pois possuem propriedades particulares que são extremamente
benéficas para a saúde.
Um dos principais motivos é que os O.E são óleos naturais que possuem
composições químicas altamente diversificadas e complexas. A grande potência
terapêutica que os O.E, portanto, possuem advém do fato de serem extratos
concentrados presentes nas células vegetais, sujeitos à diferentes variações
químicas que ocorrem no interior desses organismos, sendo considerados a
essência da planta.
Os O.E existem em abundância na natureza e não são passíveis de serem
recriados em laboratórios. De tal modo, a qualidade de um O.E não é comparável
às qualidades de uma essência sintética, pois estas não possuem as
propriedades presentes nos óleos naturais e, na aromaterapia apenas utiliza-se
os óleos naturais.
Os O.E se formam em diferentes partes das plantas e vários fatores
incidem sobre a composição química de cada O.E, desde o Geotipo e o
Quimiotipo, ou seja, as características climáticas e geográficas de onde o vegetal
se desenvolve, ao período em que são colhidos para realização da extração do
óleo.
Os principais métodos de extração de O.E são: destilação, maceração,
extração e expressão. Da técnica de destilação, além do produto final, que é o
O.E, resulta uma substância conhecida como hidrolato, que por conter resquícios
de O.E, possui grande valor terapêutico e pode ser encontrando nos mesmos
locais que comercializam O.E.
Os O.E comercializados seguem padrões de segurança que devem ser
observados na hora da compra, como especificações sobre suas propriedades
na embalagem. Além do nome vulgar e científico, informações a respeito de sua
composição devem estar listadas. Os O.E são classificados de acordo com suas
composições químicas, que conferem distintas características para cada O.E,
divididos entre os que possuem em suas fórmulas maior concentração de
aldeídos, álcoois terpênicos, ésteres, cetonas, fenóis e terpenos.
Pode-se, também, classificar os O.E de acordo com suas propriedades
relativas à forma de extração, sendo agrupados em O.E florais, cítricos, de
resinas, de folhas, de talos e de raízes. Cada aroma, a partir de suas sofisticadas
estruturas vegetais, atua profundamente sobre o nosso sistema fisiológico,
mental e emocional, de modo que somos afetados diretamente pelos estímulos
olfatórios. Observar como o organismo é capaz de reagir frente a essas
sensações é um importante exercício para quem deseja compreender a
aromaterapia.
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REFERÊNCIAS
HINDE, J. The “Watery Cousins”: What you need to know about Hydrolats
(Hydrosols). Aromatherapy Articles and Discussion, Cambridge, 2 jun. 2017.
Disponível em: <https://aromachat.com/hydrolats/the-watery-cousins-what-you-
need-to-know-about-hydrolats-505/>. Acesso em: 13 out. 2020.
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