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Introdução à psicoterapia baseada em processos

INTRODUÇÃO

● O conteúdo dessa aula foi retirado do livro "Terapia


Cognitivo-Comportamental Baseada em Processos: Ciência e Competências
Clínicas" de Steven Hayes e Stefan Hofmann (2020). Sendo assim, os
conceitos e fundamentos apresentados aqui foram extraídos dessa obra, que
pode ser estudada por completo, caso deseje se aprofundar no assunto.

● Utilizaremos o termo “Psicoterapia Baseada em Processos” (PBT), já que


uma das propostas que este novo modelo traz, é justamente a diminuição ou
o fim das terapias nomeadas – inclusive a própria TCC.

● A PBT busca a unificação das abordagens que conhecemos, enaltecendo e

Licensed to Cristina Halfeld Furtado - cristinahalfeld@hotmail.com


dando ainda mais força para o campo da psicologia científica.

● Alguns limites observados na TCC standard (TCC clássica e algumas de 2ª e


3ª onda) levaram a necessidade de se pensar em uma nova forma de
trabalhar dentro da psicoterapia.

CONTEXTO DO SURGIMENTO DA PSICOTERAPIA BASEADA EM PROCESSOS

● A primeira questão levantada diz respeito ao grande número de diagnósticos


sobrepostos e comorbidade entre transtornos, levando a proliferação de
protocolos específicos para cada um deles.

● A grande sobreposição de sintomas dificulta não só o diagnóstico preciso,


mas também a escolha do tratamento mais eficaz para o paciente.

● Em diversos casos, principalmente nos mais complexos, a aplicação de


protocolos não demonstra tanta eficácia na remissão dos sintomas e nos
resultados desejados, principalmente a longo prazo.

● A PBT vem como uma proposta de minimizar ou acabar com os problemas


atuais que permeiam a esfera clínica da nossa profissão.

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PRINCÍPIOS GERAIS QUE REGEM A PBT:

● Diagnóstico dimensional

o Refere-se a um modelo mais fluido de diagnóstico.

o A PBT visa diminuir o foco na aplicação de protocolos rígidos e


específicos para cada transtorno e adotar uma postura mais
dimensional.

● Terapias de terceira geração ou terceira onda

○ Maior fluidez no tratamento e aspectos menos enrijecidos.

● Transdiagnóstico e protocolos unificados

o A proposta do transdiagnóstico é justamente ir além do diagnóstico.


Nem tudo é sintoma. A subjetividade e a individualidade das
necessidades de cada paciente é fator primordial na elaboração de um
plano de tratamento eficaz.

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● Psicologia baseada em evidências

o Enfoque na individualização do tratamento, elevando ainda mais a


importância da conceitualização clínica.

o A individualização e a personalização do tratamento ganham força


com essa nova proposta trazida pela PBT.

● A integração da PBE às ciências sociais e naturais

o O que antes poderiam ser paradigmas divergentes para a TCC, hoje


estão inseridos em diferentes perspectivas no estudo do ser humano,
trazendo uma intercomunicação dessas teorias na tentativa de
aproximá-las, sempre respeitando a cientificidade requisitada pela
esfera da PBE.

o A descrição de problemas em categorias nosográficas é considerada


arbitrária e a definição de saúde mental como suposto estado de
ausência de sintomatologia psicopatológica é insuficiente.

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o Os objetivos gerais das psicoterapias de base científica serão
predominantemente orientados para o enriquecimento do
funcionamento e do desenvolvimento flexível do paciente no seu
contexto.

PRINCÍPIOS PRÁTICOS DA PBT

● Análise funcional

○ Na análise funcional clássica, temos: um (1) antecedente, (2)


comportamento e (3) consequência do comportamento.

○ Trazendo isso para o contexto da PBT, temos a análise funcional


contextual do comportamento: (1) vulnerabilidade, (2) antecedente, (3)
pensamento, (4) emoção, (5) comportamento e (6) consequência.

● Conceitualização de caso

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○ A conceitualização de caso será mais abrangente, apresentando em
seu escopo conceitos da TCC e de outras teorias, como a análise do
comportamento, por exemplo.

○ O paciente é compreendido de forma mais ampla, como um conjunto


de fatores biológicos, sociais e psicológicos que vão além de meras
enfermidades.

● Ser em contexto

○ Todo ser humano tem um contexto no qual está inserido, ou melhor,


um conjunto de contextos.

○ Teremos processos e procedimentos específicos que formarão um


escopo totalmente personalizado e individualizado de tratamento, com
base no contexto no qual o paciente está inserido nas multiáreas da
sua vida. Não teremos mais protocolos fixos e rígidos, pelo contrário,
daremos espaço para protocolos mais flexíveis, maleáveis e
personalizados de acordo com a necessidade e demanda de cada
paciente.

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REFERÊNCIA

HAYES, S. C.; HOFMANN, S. G. Terapia Cognitivo-Comportamental Baseada em


Processos: Ciência e Competências Clínicas. Porto Alegre: Artmed, 2020.

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